JB em Folhas 65

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jb folhas o informativo do jardim botânico

maio / junho 2016 | ano 13 | nº65 distribuição gratuita

Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá

Jardim Botânico e Parque Lage Ao mesmo tempo pulmão e coração do bairro, parques seguem caminhos diferentes para se manterem.  (Páginas 8 a 11)

Recapamento da Oliveira Rocha  Estacionamento será proibido nos dois lados da rua no dia 23 de maio.  (Página 13)

Vera “Viral” Holtz  Atriz paulista diverte-se com a personagem que criou para as redes sociais.  (Página 18)


Editorial  Todo dia é dia de parque

dente da AMA-JB. Ele assumiu, em abril, a subprefeitura da Zona Sul e conversou comigo sobre os suas metas no novo cargo.

Prezado leitor, Já faz tempo que os parques eram frequentados ape-

Seguindo atrás de gente que faz o bem sem ver a

nas durante o outono e o inverno, quando a tempera- quem, eu entrevistei, para a coluna Cidadania (página tura ficava mais amena. Como as estações não estão 13), os irmãos Leandro e Edmilson Messias. Além de mais bem definidas, e o calor não dá refresco, agora cuidar, há dez anos, do equipamento de som do Bloco todo dia é dia de parque. E as filas para entrada ao da Pracinha, a dupla também é responsável pela criaALEXANDRE DURÃO

Parque Lage e ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro pa, a partir da página 8, apresentamos um

LUIZ GARRIDO

(JBRJ) não deixam dúvidas. Em nossa matéria de ca-

ção do Horto Jiu-Jitsu, que, há 11 anos, desenvolve um trabalho sério treinando jovens

pouco das alegrias e

da comunidade. Em-

tristezas que envol-

bora a academia con-

vem a administração

tinue firme e forte, os dois têm um novo desafio: en-

dos dois parques que

sinar o esporte nas escolas de Abu Dhabi, capital dos

encantam os moradores e recebem visitantes de vá- Emirados Árabes Unidos. Tudo culpa do xeque Tahnorias partes da cidade, do Brasil e do mundo.

on Bin Zayed, que tornou o jiu-jítsu obrigatório no país,

Para Luiz Garrido, entrevistado por Betina Dowsley depois de constatar como a prática do esporte mudou (foto acima) para a coluna Meu JB (página 6), o Jardim o filho dele para melhor. A mim só restou fazer (e Botânico do Rio de Janeiro é o melhor retrato do bairro, guardar) a foto acima. Vão deixar saudades, mas um por conta de sua paisagem soberana. O verde continua presente na seção Flagrante, mos-

dia eles voltam. Boa sorte, rapazes. Nós ficamos por aqui, lembrando que, no dia 21

trando como as árvores na calçada da rua Oliveira Ro- de maio, tem eleição para nova diretoria da AMA-JB. cha ocuparam bem o espaço onde reinavam carros em Vamos cumprir o nosso papel de cidadão e votar. Só estacionamento irregular. E a boa notícia é que está assim conseguiremos melhorar a nossa cidade. E, por previsto o plantio de mais de 300 árvores, de diferentes tabela, o nosso país. espécies, na região. Leia na página 7. Esse replantio é parte do legado que Heitor Weg-

Christina Martins

mann (Página 17) deixa da sua gestão como presi-

Editora

Expediente

Fotos da capa: Chris Martins

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

Telefone: 3874-7111/ 98128-6104

www.armazemcomunica.com.br Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br Revisão: Carla Paes Leme Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406 Estagiária de Redação: Sheila Gomes 2

Até julho,

Tiragem: 5.000 exemplares e-mail: jbemfolhas@armazemcomunica.com.br www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico site: www.jbemfolhas.inf.br

Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá.


Cara do JB  China Euclides Ferreira da Silva Freire, mas pode chamá-lo de China. O apelido não vem de nenhuma ascendência oriental, mas sim “dos olhos puxadinhos”, diverte-se o supervisor de partidor do Jockey Club. Sua função é coordenar a equipe que cuida da largada dos páreos, analisar os problemas e buscar uma solução para a próxima

CHRIS MARTINS

corrida. É ele quem estará à frente da largada do

Grande Prêmio Brasil, no próximo dia 12 de junho. Para ele, o prêmio ainda tem seu charme. “É bom para o Jockey ver as tribunas cheias como nos velhos tempos”, comemora. A história com as corridas começou com o avô, que era treinador do Derby Clube depois se mudou com a família para a vila com entrada pela rua General Garzon, onde Euclides nasceu e vive até hoje, aos 56 anos de idade. Ainda criança, começou a montar na Hípica, mas foi aos 17 anos que teve a chance de ser jóquei. “Eu pensava em estudar, mas aí você está na idade e com o peso certo, e resolve que é hora de ganhar dinheiro”, conta ele, que montou por sete anos e logo conseguiu um trabalho remunerado. “Tive sorte, pois, normalmente, os jóqueis acabam trabalhando de graça”, atesta. 3


Folhas do Jardim

cursos e estabelecimentos comerciais, em particular aqueles com serviços de entrega em domicílio.

Plantio da "Árvore da Francofonia"

A expectativa é de que o projeto fique pronto até

FOTOS: CHRIS MARTINS

o início de junho para apresentá-lo à Secretaria de Meio Ambiente e a outros órgãos da prefeitura.

Bairro bem cuidado Depois de anos de espera, as ruas Conde Afonso Celso e Oliveira Rocha, além da Praça Pio XI, serão, finalmente, recapeadas A AMA-JB está preparando uma campanha de conscientização dos moradores para que não estacionem nos dois lados das vias, na noite anterior. Somente com a rua totalmente liberada será possível Em março, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro parti- executar o trabalho, marcado para o dia 23 de maio. cipou das comemorações da Francofonia 2016, evento anual mundial que celebra a diversidade cultural

Atividade e acessibilidade na praça

dos mais de 274 milhões de francófonos no mundo. A parceria entre o Comitê Organizador Rio 2016 e a Organização Internacional da Francofonia plantou, em pleno Corredor Cultural do JBRJ, uma mangueira, simbolizando a Árvore da Francofonia. O saxofonista e cantor camaronês Manu Dibango, escolhido representante da Francofonia para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, fez uma apresentação inédita ao lado de Hermeto Pascoal e da Cyclophonica Orquestra O período é de ocupação na praça Ricardo Palma. de Câmara de Bicicletas. Estiveram presentes também Além do parquinho infantil e do parcão (área desmembros do Comitê Rio 2016 e o chef Claude Trois- tinada a cães), o local ganhou uma Academia da gros, que, assim como Dibango, foi agraciado com Terceira Idade (ATI), onde, desde abril, acontecem uma medalha em reconhecimento a sua “ajuda em aulas de ginástica gratuitas para os frequentadores, transformar o Rio de Janeiro em uma cidade global”. às terças e quintas, das 8h30 às 9h30. Neste terceiTroisgros e Dibango participaram do plantio da árvore, ro bimestre, o local receberá, ainda, o projeto "Praça ao lado de membros do Comitê Rio 2016. para Todos", com brinquedos inclusivos para crianças portadoras de necessidades especiais.

JB dá pedal A comissão de Mobilidade Urbana da AMA-JB esta-

Balanço comercial

beleceu parceria com a empresa de consultoria iFlu- O CT Trattorie, restaurante de Claude Troisgros na rua xo para estudar o melhor traçado para criação de Alexandre Ferreira, mudou de nome e de especialiuma ciclovia no Jardim Botânico. Os primeiros pas- dade. O local abriga agora uma filial de outro bistrô sos foram promover um ciclo de debates e fazer um do chef, o CT Boucherie. A loja de bicicletas na JB em

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levantamento de pontos de ônibus, bicicletários, es- frente a agência do correio fechou. Em seu lugar, estações de Bike Rio, bancos, supermercados, escolas, tá a Gelo Horto, que funcionava no interior da galeria.


De olho nas calçadas “Zeladores na Área” é uma iniciativa da Prefeitura, que visa a melhorar as condições das calçadas da cidade. Com o projeto, que começou pelo JB no final de março, os proprietários dos imóveis serão notificados para recuperarem as calçadas que estiverem com problema. O balanço final do levantamento deve ser divulgado no final de junho.

Gastronomia estrelada Dos cinco restaurantes do Rio de Janeiro agraciados com uma estrela no Guia Michelin, três ficam no Jardim Botânico: Olympe, Sudbrack e o novato Eleven.

Eleições na AMA-JB Está marcada para o sábado, dia 11 de junho, das 10h às 17h, a votação para a nova diretoria da AMAJB, no Colégio Divina Providência. Até lá, Rodrigo Carneiro segue como presidente da associação, susbtituindo Heitor Wegmann.

Mosaico na Lagoa Quem caminha pela Lagoa, nas imediações do CluCHRIS MARTINS

be Piraquê, já deve ter reparado na obra da cirurgiã plástica Luciana Palma. Ela comentou com uma amiga sobre a falta de cor do lugar, e Eduardo Marques, que tem a barraca de coco ali, ouviu a conversa e gostou da ideia de Luciana de fazer um mosaico no banco. O resultado agradou à Secretaria Municipal de Conservação, e Luciana foi convidada a desenvolver outros projetos.

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Meu JB  Luiz Garrido

de adoção, Garrido acredita que o melhor retrato do

bairro é mesmo o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, “O Jardim Botânico é o Quartier Latin do Rio de Janei- cuja paisagem é soberana. “É um privilégio morar ro”. A comparação com o bairro parisiense conhecido em meio a tanta natureza. O Parque Lage, porém, por abrigar artistas e intelectuais é do fotógrafo Luiz precisa de mais cuidados e investimentos. Não deGarrido, que mora há 30 anos no JB, depois de tem- veria haver aluguel para festas de casamento, e o poradas na Cidade Luz e em Londres. Para Garrido, bar deveria sair do palacete para as cavalariças”, é fundamental que as pessoas tenham forte ligação defende ele, que apoia o fim do estacionamento no com o local onde vivem: “A relação tem de ser de Jardim Botânico e o uso indiscrimidado dos parques participação, cada um precisa fazer a sua parte”, re- para ensaios fotográficos. força ele, que contribui com a associação de moraMas é o setor gastronômico que mais atrai a dores, mas não atua tanto quanto gostaria por causa atenção do fotógrafo, que gostava do “Bar do Seu de sua agenda atribulada. Alberto” (Bar Rebouças, na Maria Autor das fotos do recém-lan-

Angélica) antes de ele virar point.

çado livro “Filhos”, reunindo imagens e histórias pessoais de famí-

Japa B – Tenho ido muito lá, tem

lias que passaram pelo processo

ótima relação qualidade x preço. Borogodó – Gosto de ir almoçar lá com meu filho (Pedro Garrido, também fotógrafo). Joia Carioca e Guimas – Velhos

compa-

nheiros nestes anos todos de vizinhança. Bibi – A acústica é ruim mesmo após a reFOTOS: CHRIS MARTINS

forma, mas ninguém se importa, nem eu! Empório Jardim – Tenho aproveitado o espaço para reuniões. O ambiente é agradável, e o cardápio, uma delícia.

Telefones úteis Atendimento ao cidadão 1746 Bombeiros 193 / 3399-1234 Cedae (água e esgoto) 195 / 2297-0195 CEG 0800-240197 Defesa Civil 199 / 2576-5665 Disque-Denúncia 2253-1177 6

Guarda Municipal 153 Light 0800-282-0120 15ª DP 2332-2900 Polícia Civil 197 Polícia Militar 190 Procon 151 Subprefeitura da Zona Sul 2521-5540 Vigilância Sanitária 2503-2280


CHRIS MARTINS

ACERVO PESSOAL / HEITOR WEGMANN

FLAGRANTE

Quem te viu, quem te vê! Essa é uma exclamação comum de quem passa atualmente pela rua Oliveira Rocha, em frente ao Hospital da Lagoa. A calçada, antes lotada de carros estacionados irregularmente, agora está liberada graças ao plantio de árvores e mudas na área. E até o final do ano, serão plantadas mais 300 árvores de cinco espécies diferentes.

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extras, obtidos com aluguel de sua área, para garantir seu funcionamento básico. Distintos e, ao mesmo tempo, parecidos. Os dois têm em comum o crescimento do número de visitantes e a diversificação de perfil dos mesmos. O aumento significativo de público gerou novos desafios para seus administradores, que precisam buscar soluções para problemas de trânsito, filas, preservação de patrimô-

FOTOS: CHRIS MARTINS

nio, questões fundiárias e a onipresente falta de verba.

Natureza, arte e muitos desafios

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O Jardim Botânico e o Parque Lage, juntos, somam

O Jardim Botânico recebe, em média, seis mil visi-

mais de 100 hectares e formam o grande coração

tantes a cada final de semana, grande parte deles são

verde da região. Tombados pelo Instituto do Patrimô-

turistas de outras cidades e mesmo de países distan-

nio Histórico e Artístico Nacional, eles estão afastados

tes, atraídos pela biodiversidade e por mais de 200

por poucos quarteirões, mas guardam diferenças bem

anos de história. Tudo isso precisa ser cuidado e devi-

mais profundas dos que os 153 anos que separam

damente preservado. Em março, tiveram início as obras

suas criações. O primeiro, que originou o bairro, é uma

de revitalização da área dedicada à Região Amazônica,

instituição de pesquisa e pertence ao governo federal,

um espaço de grande relevância, com uma das maio-

que lhe garante verba básica para sua manutenção,

res coleções vivas do arboreto, mas que, havia anos,

reforçada por parcerias com empresas e pelo valor ar-

não recebia investimentos. A reforma foi possível gra-

recadado na bilheteria. Enquanto o Parque Lage, cuja

ças à parceria com a Agência Nacional de Águas, es-

história é ligada às artes, atualmente é responsabilida-

tratégia adotada há tempos pela administração do JBRJ

de apenas do governo do Estado e precisa de recursos

para solucionar a falta de recursos.


- O projeto abrange o desassoreamento do lago, Artes e no Museu do Meio Ambiente (foto mais a reconstrução da cabana e o restauro da estátua do abaixo). Inaugurado em 2008, o museu está realipescador, envolvendo todos os setores do Jardim Bo- zando obras para melhorar a acessibilidade de seu tânico, de paisagistas e botânicos a historiadores e entorno, que abrigará um deque com vista para o fitossanitaristas, passando por fotógrafos, designers e arboreto e um café. Enquanto os trabalhos não são pessoal de manutenção – explica Claudison Rodrigues concluídos, a entrada do museu está sendo pela (foto abaixo), Diretor de Ambiente e Tecnologia, que porta dos fundos. Já o piso tátil na parte externa, prevê um aumento de 30% no número de visitantes ligando a entrada do parque ao sinal para travessia do JBRJ durante os Jogos Olímpicos Rio 2016. de pedestres na rua Jardim Botânico, já está pronto. A revitalização será concluída a tempo das comemorações dos 209 anos do JBRJ, em 13 de junho, quando serão inaugurados os deques às margens do lago, passarelas e placas de sinalização com informações também em braile para garantir acessibilidade a todos os visitantes. Tudo isso sem descaracterizar a paisagem, claro. No segundo semestre deste ano, Claudison planeja a renovação do Roseiral e do Jardim dos Beija-Flores, ambos apenas com recursos humanos e financeiros do próprio instituto de pesquisa. Além do arboreto, o JBRJ abriga também eventos e apresentações de teatro, música e dança no

FOTOS: CHRIS MARTINS

Espaço Tom Jobim; e exposições no Galpão das

Tanto no Jardim Botânico como no Parque Lage, é tempo de jambo, que, depois da temporada da jaca, espalha-se pelo chão e impregna o ar. Se no JB isso soa como poesia; no segundo, significa aumento do número de frutas, folhas e galhos no caminho. Somados à falta de manutenção dos lagos e aquários (foto acima), e ao número reduzido de seguranças (apenas no portão principal e na entrada do palacete), tudo reflete a crise financeira do governo do estado, que levou ao afastamento OS Oca Lage, que administrou o parque por dois anos. - Houve excessos nesse período, como a realização do Festival Mimo em novembro passado. É certo que

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CHRIS MARTINS

Alfa Siqueira, aluna da EAV há dois anos e meio. Longe do dia a dia da instituição, a estudante Larissa Marques (foto ao lado), moradora de Vista Alegre, decidiu comemorar seus 20 anos com um piquenique no local. “Venho aqui desde criança. Era um sonho comemorar meu aniversário no parque”, explica a jovem que não se incomodou com as folhas e as frutas pelo chão. O lixo acumulado em alguns pontos também não representou problema para Jivago Barros Novaes, que trouxe o filho Heitor, de 4 anos, para ter contato com a natureza. “É uma questão de educação. O parque é acessível, e fiquei feliz do meu filho ter preferido vir aqui do que à praia”, declara. A jornalista e crítica de arte Lisette Lagnado (foto ao lado) – que chegou à EAV em 2014, junto com a Oca Lage – segue à frente da instituição a fim de garantir a continuidade do projeto pedagógico. Ela acredita que a rela-

DIVULAÇÃO/ PEDRO AGILSON

ção entre o público e o privado precisa amadurecer, mas avalia que a nova situação dá oportunidade para a escola formar seus próprios quadros: “Dá muito mais trabalho, mas sai-se aguerrido desse tipo de vivência”, atesta. Além do aluguel do espaço para a Grã-Bretanha dugrandes festivais trazem divisas, mas serviram tam- rante a Rio 2016, Lisette arrumou mais um modo de bém para mostrar que o parque funciona melhor para driblar a falta de recursos: está em contato com agêneventos de menor porte – avalia Eva Dóris Rosenthal, cias internacionais de financiamento, como o British Secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, à qual Council e o Instituto Goethe. A ideia é desenvolver curé subordinada a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. sos de aperfeiçoamento totalmente autossustentáveis. Com o agravamento da crise e sem perspectivas de

- No curto prazo, mantivemos o Cine Lage, as aulas

melhora até o final de 2016, a secretária já se reuniu abertas, lançamentos, performances e exposições, cocom a diretoria da AMA-JB, buscando a participação e mo a quinta edição do programa Curador Visitante, em o envolvimento dos moradores na tentativa de esta- maio, sob o comando de Marta Mestre, recentemente belecer parcerias com empresas para ajudar a cobrir escolhida para Inhotim. Ela cunhou um título muito os custos de manutenção do parque. O apelo faz sen- sugestivo: “Agora somos mais de mil” – adianta Lisettido. Numa visita rápida, é visível a redução de equi- te, que negociou com os professores o oferecimento pes de limpeza, apoio e segurança.

de bolsas, uma vez que os cursos gratuitos tiveram de

- É uma tristeza ver tantas dificuldades logo após as ser cancelados. comemorações dos 40 anos da escola. Dá para per-

Independentemente dos problemas, há quem sim-

ceber uma sensível diminuição no número de alunos plesmente aproveite o melhor de cada parque. Como nas salas de aula. Alguns professores demonstram João Aveleira, que frequenta os dois, mas mantém preocupação com a suspensão dos cursos devido ao uma relação afetiva com o Parque Lage: “Ali eu esaluguel das instalações durante a Rio 2016 – observa palhei as cinzas do meu pai”, explica.

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A questão fundiária do JBRJ Por dois domingos, dias 27 de março e 10 de abril, o Jardim Botânico ficou fechado por cerca de três horas devido a manifestações de moradores do Horto, inconformados com o processo de desapropriação determinado pela Justiça. Além de um prejuízo de R$ 10 mil por hora, devido ao fechamento das bilheterias, os eventos causaram insegurança em alguns visitantes. Durante a invasão por cerca de 100 pessoas, houve vandalismo no arboreto tombado, com adesivagem de bancos, placas científicas, monumentos e outros equipamentos, demandando três dias para limpeza e manutenção. O problema arrasta-se há tempos, mas foi agravado cerca de três anos atrás, quando um acórdão do Tribunal de Contas da União estabeleceu atribuições, obrigações e prazos para reintegração de posse ao parque de terras cedidas a antigos funcionários. Com isso, o perímetro do JBRJ foi estabelecido e registrado em cartório, implicando na retirada dos moradores. Diante dessa realidade, nem a União nem o Jardim Botânico podem exercer qualquer efeito suspensivo sobre as 134 desapropriações determinadas. O JBRJ reconhece o direito das famílias do Horto de se manifestarem – sem depredação ou violência – e de terem seu problema de moradia resolvido. Para isso, faz-se necessária ajuda do Prefeito do Rio de Janeiro, para que a comunidade do Horto conheça suas alternativas de moradia a fim de desocupar o território em paz e com segurança. Nessa disputa, o papel do Jardim Botânico é zelar pelos interesses da instituição e das terras pertencentes a ela, que devem ser utilizadas, única e exclusivamente, para fins científicos e educativos. - Atualmente, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico encontra-se sitiado pela comunidade e sem qualquer controle sobre tal ocupação, que constrói barreiras e faz vigílias que impedem o direito de ir e vir. Assistimos a uma inversão de valores, como se o parque estivesse invadindo a comunidade – constata Samyra Crespo, presidente do JBRJ. O acirramento dos ânimos, de fato, não ajuda. É preciso trabalhar para que uma solução seja apresentada, o mais breve, possível para tranquilizar os moradores: “Qualquer que seja a solução, ela não passa mais pela permanência de moradores no Jardim Botânico. É preciso cumprir a lei e seguir os ditames do Judiciário, que deu ganho de causa ao instituto nas inúmeras ações existentes”, conclui Samyra.

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Sabores do Jardim  Mundo Vegetal

Voltei outra vez para comer um estrogonofe de cogumelos portobelo, em que o molho de cenoura e beterraba é ligado com aveia e casta-

Não sou nada suspeito para falar sobre a culinária nha de caju, e provei também uma linda quiche que se livra de vestígios animais em seus enre- de cenoura com nirá. Minha próxima parada seFOTOS: DIVULGAÇÃO

dos, basta lembrar que gastei meus 30 minutos rá na feijoada das de fama na televisão fazendo um bolo de carne sextas e sábados. e bacon para o chef Claude Troisgros. Ando pelo O feijão vermelho mundo em busca de sabor sem restrições, mas leva abóbora, tofu confesso sincera empolgação e legítima produção e cogumelos, com de saliva quando encontro um restaurante vegetariano de requinte, técnica apurada e produtos de primeira – um fenômeno crescente na cidade.

arroz integral, farofa

Foi assim quando me deparei,

de banana, laranja

em plena Lopes Quintas, com

e couve.

pés de limão e de jabuticaba

Ao final, a sobre-

cercados de ervas e verduras na pequena hor- mesa sem culpa é obrigatória, e a doçaria vegana ta que envolve o cliente na entrada do recém- é uma atração. Outro dia, a modelo e atriz Yas-aberto O Quintal Zen. Tudo, naturalmente, acaba min Brunet perdeu a linha (ou manteve a linha) e nos pratos. Ou copos, porque a água aromatizada postou nas redes fotos de doces como o bolo de com alecrim é cortesia, assim como o chá gela- coco, recheado e coberto de doce de leite (leite do de hibisco.

de amêndoas). O dito cujo agora mal consegue

No dia de minha 'estreia', o quadro negro das parar no balcão, e a torta viva de frutas vermerefeições que incluem salada orgânica (até o ca- lhas vale a visita. Com mesão coletivo e serviço fé expresso é orgânico por lá) anunciava ham- atencioso, o restaurante oferece ainda uma sala búrgueres de lentilha feitos no forno, com batata de meditação, onde cursos estão programados. doce palito assada em ervas, purê de beterraba

A própósito: pesquisando pratos veganos em

e um 'ketchup' de cenoura, beterraba, melado e outros restaurantes da região, encontrei, no Binoutros temperos. Tudo muito bem feito, coisa de go, um promissor espaguete de sêmola ao poquem sabe onde pisa.

modoro com fios de cenoura, abobrinha, aipo e

Em conversa com a proprietária Claudia Fon- manjericão. E mesmo no Rubaiyat, que nasceu toura, vegetariana há 30 anos, soube que o car- para as carnes, já me deliciei com o funghi condápio foi feito pela chef e pesquisadora Gabriela fitado em lâminas, um carpaccio vegetal com foMonteiro, fera no assunto. Um repertório vegano, lhas de agrião e azeite de trufas brancas. Tudo a no qual ovos, leite de origem animal e seus deri- ver com o clima do bairro. vados não entram, o que torna mais interessante o trabalho da dupla. 12

Pedro Landim é editor da revista Gula


CHRIS MARTINS

Cidadania Horto Jiu-Jítsu Os irmãos Leandro e Edmilson de Souza Messias não tinham ideia do sucesso que fariam ao criar Horto Jiu-Jítsu dentro do Conjunto Residencial Dona Castorina (conhecido na região como “Balança mais não cai”), no Horto, onde nasceram e cresceram.

Há 11 anos, os dois

faixas-pretas da modalidade decidiram treinar no esporte. “Alguns enrolam, e a gente logo crianças e jovens, com o intuito de divulgar a percebe que não vão adiante; enquanto outros prática do esporte e ocupar os jovens no início

mostram-se mais envolvidos. Mas o melhor é

da adolescência. “O boca a boca correu, e, de re-

ouvir de algum pai o quanto a gente e o esporte

pente, tínhamos mais de 60 crianças treinando”,

ajudamos a melhorar o comportamento do filho.

conta Leandro.

Nessas horas, a gente vê que cumpriu nosso ob-

O Jiu-Jítsu é a única atividade esportiva que jetivo”, confessa Edmilson. continua ativa na região. Atualmente, eles trei-

Agora, a dupla prepara-se para outra missão.

nam diariamente de 80 e 100 alunos com idades Até o segundo semestre, eles embarcam para variadas (de 5 a 16 anos), além de turmas só Abu Dabi, onde vão ensinar jiu-jítsu em escolas: com adultos. Ao longo desse período, consegui-

“Lá, a modalidade é obrigatória no currículo es-

ram formar atletas que disputaram – e ganharam colar”, explica Leandro, lembrando que, enquanto – campeonatos regionais e mundiais. E há tam-

ele e o irmão estiverem fora, uma comissão com

bém os troféus que a própria academia conquis-

cinco faixas-pretas vai continuar os treinos aqui

tou, exibidos com orgulho no salão.

no Rio. “Vamos tentar manter contato, embora o

O treino é gratuito, mas não tem moleza. As

fuso seja de 7 horas de diferença”.

crianças têm de mostrar o boletim todo mês e

Horto Jiu-Jítsu - facebook.com/Horto-Jiu-Jit-

demonstrar compromisso e postura adequada

su-161261233983019/info/?tab=page_info

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Tablado em família

JBF indica

Com estreia no dia 4 de junho, o espetáculo “Tãotão”

Livro de 1565 em exposição

é baseado no mito de Narciso e conta a história de um

RAUL RIBEIRO

menino tímido que passa grande parte do dia brincando em frente ao espelho. Essa será a primeira vez que o teatro O Tablado abre suas cortinas a uma peça que não foi escrita por sua fundadora Maria Clara Machado em seus 65 anos de atividade. A ficha técnica, porém, fica em família. O texto é de autoria de Pedro Kosovski, sobrinho-neto da dramaturga e filho de Cacá Mourthé, que dirige o teatro e o espetáculo. Para comFica em cartaz até julho, no Museu do Meio Ambiente pletar, os figurinos são de Lídia Kosovski, tia de Pedro. – no Jardim Botânico do Rio de Janeiro –, a exposição “Natureza Impressa em Livro”, publicação editada há

Anarriê Pio XI!!

451 anos. O livro contém ilustrações e descrições de plantas, animais e minerais que eram utilizados para fins terapêuticos no século XVI, com cerca de 900 gravuras aquareladas. Referência, até hoje, para os estudiosos dos benefícios medicinais das plantas por suas biodiversidade e aplicações médicas e farmacológicas, o volume de 1565 é uma tradução para o latim de Pietro Andrea Mattioli para “De matéria médica”, do

CHRIS MARTINS

grego Dioscórides.

Por mentes mais sustentáveis O workshop “Mentes sus- A tradicional Festa Junina da Praça Pio XI já tem data t e n t á v e i s ” para acontecer. Será no dia 11 de junho, sábado, das com- 15h às 22h. O grupo Circo Macaco Prego vai promo-

busca

preender conceito

o ver brincadeiras com a criançada, enquanto o trio Pé de de Serra animará a noite com o seu tradicional forró.

sustentabiliDIVULGAÇÃO

dade

como

Alimentação em foco

prática criati- O Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, recebe a va e partici- quinta edição do Congresso Internacional de Nutrição pativa, despertando responsabilidade e consciência de Especializada (COINE), evento de divulgação dos behábitos, alimentação, consumo e resíduos. O objetivo nefícios de uma alimentação sem glúten e sem aleré fortalecer as transformações diárias decorrentes da gênicos. Para os dias 17 e 18 de junho, estão prograrelação de cada indivíduo com o meio ambiente e a mados workshops sobre Marketing do Bem, palestras coletividade. O próximo encontro acontecerá no Espa- de nutricionistas que valorizam a gastronomia funço Gestos, no dia 1º de junho, das 19h às 21h30.

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cional e oficinas de culinária para celíacos e veganos.


DIVULGAÇÃO/ REPRODUÇÃO

Grande Prêmio Brasil

Que tal comemorar o Dia dos Namorados no mais glamoroso evento do turfe brasileiro? Este ano, o Grande Prêmio Brasil acontecerá no dia 12 de junho, no Jockey Club. Tradicionalmente realizado em agosto, a competição passou a ser realizada no primeiro semestre em 2014, seguindo o calendário internacional do turfe. Além de apostar nos cavalos, o programa inclui recreação para crianças, festas e festival gastronômico.

RENATO MANGOLIN

Dançar é preciso

Sediada na Gávea, a Esther Weitzman Companhia de Dança leva o espetáculo “Dançar (não) é preciso” para o Humaitá, com seis apresentações a partir do dia 18 de junho, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Em seu novo trabalho, viabilizado por meio de campanha no site Benfeitoria, Esther e dez bailarinos estabelecem um diálogo com a pintura do norte-americano Jackson Pollock, morto há 60 anos.

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CONSUMO

Todo dia é dia de livro:

A cara do Rio – R$ 69,90 (Ricardo Amaral e Raquel Oguri) Editora Sextante

No escuro da noite – R$ 29

Todos os contos – R$ 69,50 (Clarice Lispector) Editora Rocco

(Christovam Chevalier) Editora 7 Letras

MeniNão ou vissyzautasítás – R$ 34,90 (Marcos Saboya e Mariana Massari) Zit Editora

Letreiros: Memória afetiva – R$ 70 (Marcus Wagner e Mari Stockler) Editora Duas Águas

Persuasão

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Edição Bolso de luxo – R$ 29,90 (Jane Austen) Editora Zahar

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O mundo da Ivy – 11 anos e uma Downzinha muito feliz – R38,90 (Angélica Lopes) Zit Editora

Rio Esportivo – R$ 79,90 (Victor Melo) Casa da Palavra


Entrevista  Heitor Wegmann

do para acelerar o resultado é apresentar o problema já com uma solução viável. A demanda é

Heitor Wegmann assumiu a presidência da AMA- grande. Se deixar só para o poder público pensar, JB às pressas, para cobrir o final de um mandato, qualquer questão pode levar o dobro do tempo “O JB que queremos” com outros moradores. Sua presença constante nas ruas

CHRIS MARTINS

em maio de 2013, e acabou formando o grupo para ser resolvida. Quais são seus planos à frente da subprefeitura? HW Minha primeira ação

e o cuidado em responder

será um choque de ordem

às demandas dos morado-

para multar quem estiver

res por e-mail, What’sApp

estacionado irregularmen-

ou rede social conquista-

te, principalmente em va-

ram todos e renderam-lhe

gas especiais (para defi-

o convite para assumir a

cientes). Também quero le-

subprefeitura da Zona Sul

var a proposta de ocupação

no lugar de Bruno Ramos,

das praças que implantei

que sai para se candidatar

no JB para outros bairros.

a vereador. Heitor assumiu

São quase duas mil praças.

o posto em abril e perma-

A ideia é buscar a ajuda da

necerá na função até 31 de

iniciativa privada. Também

dezembro, quando o man-

quero melhorar a área no

dato do prefeito Eduardo Paes acabará. Até lá, entorno da Lagoa, colocando grama perto dos ele é responsável por uma área que vai da Glória deques. As pessoas poderão sentar ali, aproveia São Conrado, incluindo Rocinha, Vidigal e San- tar para fazer piqueniques e curtir o espaço, sem ta Marta, entre outras comunidades. Animado, precisar sentar em algum restaurante. Heitor conversou com o JB em Folhas sobre suas ideias para administrar a Zona Sul da cidade: “Se E como fica o Jardim Botânico? ,como presidente de associação ,eu consegui vi- HW A AMA-JB está estruturada e vai seguir em tórias importantes, imagine o que poderei fazer frente. Vários pedidos já estão encaminhados, como o asfaltamento da Praça Pio XI, a poda de como subprefeito”, observa. árvores e o estacionamento em 45o na rua Von Como você pretende conhecer melhor os ou- Martius. Até o final do ano, a praça do Tablado passará por uma boa reforma. tros bairros? HW Agora cuido de 18 bairros e 13 comunidades. Minha preocupação é não deixar as pessoas Qual o seu maior orgulho durante a gestão sem retorno. Pretendo levar o exemplo da AMA- da AMA-JB? JB para outros bairros e incentivar os moradores HW Todos os feitos foram prazerosos, desde a a participarem, usando o serviço do 1746 (canal construção de bueiros até a revitalização de toda Prefeitura), que realmente funciona. O segre- das as praças. É um sentimento indescritível. 17


TERESA OLIVEIRA

FOTOS: DIVULGAÇÃO/ RENATO SANTORO

VERA HOLTZ

Ilustre Morador  Há mais de 40 anos morando no Rio de Janeiro, a paulista Vera Holtz passou por vários pontos da cidade (Leblon, Bairro Peixoto, Humaitá, Vidigal, Grajaú, Catete e Tijuca) até encontrar pouso certo no Jardim Botânico, em 1995. “O que me atraiu neste apartamento foram o silêncio e o pé direito alto. Gosto de tranquilidade e, quando não estou trabalhando, fico muito em

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casa estudando”, confessa Vera, que se divide entre italiano Domenico De Masi) e, também, uma maneiRio e São Paulo, onde também tem um apartamento. ra de se manter ligada às artes. Quando está na cidade, Vera aproveita para curtir

- Sou formada em artes plásticas e resistia em

o bairro e circular a pé, principalmente pelas ruas Pa- entrar nas redes sociais. Quando isso aconteceu, em checo Leão e Lopes Quintas, onde estão seus points julho de 2015, entrei em processo criativo total. De favoritos, como o Gabinete Duílio Sartori, a Casa Ca- repente, quando vi, tinha “lacrado”, como disseram randaí e a Dona Coisa, “um espaço que acolhe a gen- os amigos – explica. te, gosto das coisas de lá”, observa. Quando o assun-

Vera Viral brinca com situações cotidianas e em

to é gastronomia, gosta de ir ao Nanquim e ao Filé séries, como a do carnaval – em que posava como de Ouro, enquanto o Zona Sul é seu supermercado se estivesse de ressaca, acompanhada por um copo preferido, por achar coisas diferentes. Mas o que fal- com chá de boldo – e a da Páscoa, na qual encarnou ta no bairro, na opinião dela, ainda é um cineminha. uma chocólatra descontrolada. Outra que chamou a Vera se autodefine solar e foliã. Ela se diverte com atenção foi a série clicada no final de semana da voa concentração do Suvaco do Cristo, perto de sua casa: tação do impeachment da Presidente Dilma Rousseff “Adoro carnaval de rua, gosto do movimento das pes- na Câmara dos Deputados, quando Vera apareceu soas circulando”, afirma ela, que, no início deste ano, em uma foto com a língua preta e em outra como foi homenageada com blocos de “Amigos da Vera se fosse engolir dinheiro. Holtz”, em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Apesar do sucesso, Vera Viral está programada

Os blocos foram criados a partir do sucesso de Vera para sair de cena em breve, por causa do próximo Viral, personagem que invadiu as redes sociais ano trabalho da atriz, que fará par romântico com Tarcípassado, alcançando mais de 470 mil likes no Face- sio Meira na novela das 21h que substituirá “Velho book, com picos de mais de 37 mil no Instagram. A Chico”. Mas Vera promete não abandonar totalmente personagem é fruto de um coletivo criativo forma- seu lado “viral” e fazer aparições pontuais. Animada do pela atriz com os amigos Andrea Francez, Evaldo com a Rio 2016, Vera – que jogou vôlei e fez atleMocarzel, Christian Roças, Laerte, Rafael Coutinho, tismo na adolescência – pensa em fazer uma série Carolina Guaycuru, Marco Griesi, Andre Acioly, Renata olímpica, em homenagem aos atletas. Stavalle e Marco Froner. As fotos são feitas no próprio

- É interessante essa ideia de ter o mundo nas

celular da atriz em seu apartamento de São Paulo e mãos, mas eu não me prendo à máquina. Tenho seguem um padrão pré-estabelecido. Para ela, a Ve- uma formação livre, totalmente outdoor, com pé na ra Viral é fruto do “ócio criativo” (citando o sociólogo rua, descalço.

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