jb folhas em
Novembro | Dezembro 2017 | ano 15 | nº73 distribuição gratuita
Jardim Botânico
o informativo do jardim botânico
Horto | Gávea | Humaitá
Babel gastronômica Restaurantes, bares e cafés aquecem a economia do bairro com especialidades dos quatro cantos do planeta. (Páginas 8 a 11)
Elegância e conforto A natureza inspira o estilo de Andrea Marques, que há 15 anos mora no JB. (Página 6)
Natal solidário Que tal apadrinhar uma criança neste Natal? Veja como participar na coluna Cidadania. (Página 13)
Editorial Você tem fome de quê?
Expediente
Prezado leitor, O segmento de estabelecimentos gastronômicos cresce, em média, 10% ao ano, respondendo por 24,6% do PIB do país. A informação é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A movimentação do setor no bairro segue a tendência
O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda. www.armazemcomunica.com.br Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ) Redação: Betina Dowsley Projeto Gráfico: Paulo Pelá | designjungle.com.br
nacional. Uma cena comum em noites de sexta-feira
Revisão: Carla Paes Leme
são restaurantes lotados, com fila de espera e pes-
Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406
soas animadas conversando, o que nos faz pensar
Estagiária de Redação: Sheila Gomes Fotos da capa: Chris Martins e divulgação.
que não existe crise no reino verde do Jardim Bo-
Tiragem: 5.000 exemplares
tânico. Nesse cardápio, não faltam variadas opções
Telefone: 3874-7111/ 98128-6104
para matar a fome: sucos, saladas, carnes de primeira, comida natural e vegana. Sem falar em petiscos sanduíches, pizzas e especiarias que vem do Oriente. É essa evolução que vamos mostrar em nossa matéria de capa, a partir da página 8. Nessas idas e vindas, sobrou para a Escola do Pão,
e-mail: jbemfolhas@armazemcomunica.com.br www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico site: www.jbemfolhas.inf.br e www.issuu.com/jbemfolhas
Distribuição: Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá.
que fechou as portas. Com isso, nós perdemos também um pouco da história do bairro, já que a casa que abrigou o famoso bistrô por 18 anos pertenceu, anteriormente, ao escritor José Lins do Rego, como você vai descobrir na coluna Alamedas, na página 7.
Cartas Parabéns por mais uma edição do JB em Folhas. Sem dúvida, é um privilégio para os moradores do bairro ter um veículo de comunicação como este. Beijo e obrigada pela dedicação de vocês ao bairro. Maria Pia Bastos Tigre (advogada) Sou proprietário de um imóvel na rua Lopes Quin-
CHRIS MARTINS
tas e, apesar de estar residindo fora do estado do RJ, gostaria de continuar recebendo o JB em Folhas. Aproveito para parabenizar a equipe pelo excelente Mas há quem prefira ficar em casa, em torno de uma boa mesa, com os amigos. É o que revela o compositor Francis Hime, que recebeu a equipe do JB em
trabalho, que informa tudo, de fato, sobre o bairro do Jardim Botânico! Celso Callegaro
Folhas (foto) para uma entrevista em sua casa, onde costuma receber, na varanda, a visita de macacos e outros bichos. Leia nas páginas 18 e 19. Boas festas e até 2018!
Aulas de reforço de português e redação.
Serviços de revisão e copidesque. Contato: Christina Martins
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Classificados
Editora
carlapaesleme@gmail.com / 98117-3483.
Cara do JB Edvaldo Cândido Porteiro bom, discreto e prestativo é uma dádiva. Os melhores criam laços de fidelidade no trabalho, como Edvaldo Cândido, de 57 anos de idade e 35 de serviço no mesmo prédio da rua Lopes Quintas, onde começou a trabalhar antes mesmo da chegada dos primeiros moradores. A profissão, para ele, não tem mistério: a única regra é tratar todos com respeito, sem diferença. Chefe dos porteiros em um prédio de 160
CHRIS MARTINS
apartamentos e 17 funcionários, Edvaldo mora no mesmo local com sua esposa, e, por isso, acaba sendo chamado a qualquer hora para
resolver
um problema, seja uma simples
reclama-
ção de barulho até incêndios – cinco ao longo dos anos! As histórias lhe valeram o convite para ser o único representante do Jardim Botânico no livro “Da minha porta vejo o mundo”, que será lançado até o final do ano pela editora Portunhol Entretenimento, com textos dos jornalistas Maurício Fonseca e Aydano André Motta. Preocupado com a violência na cidade, Edvaldo agradece a Deus por jamais ter ocorrido um assalto no prédio. Ele acredita que parte dessa tranquilidade deve-se à proximidade da TV Globo: - Aqui é muito movimentado, e a Globo tem muitos seguranças, sempre atentos e discretos – explica ele, que não vê a hora de se aposentar e voltar para a terra natal, o que já está programado para agosto de 2018. 3
Vaquinha pela segurança
Folhas do Jardim
A fim de viabilizar a implantação de um sistema integrado de câmeras de segurança nas ruas do Jardim
Quem passa pe-
Botânico, a AMAJB está negociando uma parceria
lo Parque Lage já deve ter perce-
BETINA DOWSLEY
Muro caindo aos pedaços
com a Light e criou uma vaquinha virtual para que os moradores do bairro possam contribuir com o proje-
bido o péssimo
to. Caso a meta não seja atingida, o valor de quem
estado de con-
já tiver contribuído será devolvido. Para saber mais,
servação de seu
escreva para amajb@amajb.org.br.
muro. Além de sujo e sem vida,
Faixas reversíveis
ele está precisan-
Desde o início de outubro, a faixa reversível da rua
do de conserto
Jardim Botânico teve seu horário reduzido, funcio-
pelo menos em
nando agora das 17h às 20h. Já a faixa do Humaitá,
dois pontos: um
que funcionava até as 20h, agora é liberada a partir
na parte alta, caída do lado de dentro do parque, e das 19h. A mudança é resultado de um estudo da necessita de reparo.
no final dos períodos anteriores.
Sabores e fotos no JBRJ
Ruas e canais em ordem
O setor gastronômico está em alta no Jardim Botânico do Rio de Janeiro com a inauguração do Jarbô Café, na Praça do Teatro, e do Praça Café, nova lanchonete no parquinho infantil. Na área cultural, até o final de novembro, os visitantes da exposição de fotografias do XVI Concurso de Fotografia da Associação de Amigos do Jardim Botânico (AAJB), no Museu do Meio Ambiente, poderão escolher sua imagem de ave favorita.
EAV Queermuseu A Escola de Artes Visuais do Parque Lage quer mesmo continuar na vanguarda artística do país e oficia- A AMAJB fez um choque de ordem nas ruas e nos lizou seu interesse em trazer para o Rio de Janeiro a canais do bairro, em outubro. A associação consepolêmica exposição “Queermuseu – Cartografias da guiu que a Rio Águas providenciasse a dragagem diferença na arte brasileira”, suspensa em Porto Ale- dos canais do JB, começando pelo da rua General gre. Um financiamento coletivo será lançado em bre- Garzon. Para combater os ambulantes sem licenve para reunir os recursos financeiros necessários pa- ça, a AMAJB contou com a Secretaria Municipal de ra a montagem. Fábio Szwarcwald, diretor do Parque Ordem Social, que, no primeiro dia, advertiu e, no Lage e da EAV, espera contar com a participação de seguinte, recolheu as mercadorias irregulares. Mas, todos os cariocas: “Precisamos mostrar que a censura dias depois, os camelôs voltaram ao ponto, na es4
é retrógrada, arbitrária e anti-democrática”, declarou. quina das ruas JB e Lopes Quintas.
HEITOR WEGMANN
outro junto à calçada, que em várias partes também prefeitura, que constatou a diminuição de veículos
BARBARA MARTINS
Travessuras ou gostosuras na praça
O projeto Amigos na Praça – que aqui no bairro começou como Sebinho nas Canelas – fez uma edição especial em comemoração ao Dia das Crianças e ao Halloween, na Praça Pio XI, no dia 4 de novembro. Além da tradicional troca de livros infantis, o evento contou com oficina de arte e lançamento do livro “A asa da Borboleta e outras sutilezas”, de Gisela de Castro, com ilustrações da artista plástica Anna Bella Geiger. O evento teve ainda contação de história em inglês, promovida pelo curso de inglês Ann Arbor, e contou com o patrocínio da Escola Nova..
Teatro na praça Em breve, a praça Almirante Custódio de Mello, que já é conhecida como a pracinha do Tablado, terá um motivo ainda mais forte para justificar a alcunha. O teatro O Tablado aguarda aprovação da prefeitura para a adoção do espaço, já informalmente utilizado pelos alunos da instituição para ensaios e recitais. Após a revitalização, a ideia é ocupar a praça com atividades gratuitas de ioga, ginástica para a terceira idade, teatro, coral e dança durante a semana, além de promover eventos em um sábado de cada mês.
Corrida pela segurança Aqueles que desejarem demonstrar apoio ao modelo de policiamento das operações de Segurança Presente, podem participar da segunda edição da Segurança Presente Run – corrida e caminhada. O evento acontecerá no dia 2 de dezembro, na Lagoa Rodrigo de Freitas, com largada às 7h30, próximo ao parque da Catacumba.
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MARCELA PEPINO
Flagrante O DNA está no nome do bairro, e as ruas e praças do Jardim Botânico estão cada vez mais floridas. Quando chega a primavera, a inspiração toma conta dos moradores, que fazem registros, como os da fotógrafa Marcela Pepino, nas ruas Abade Ramos e Nina Rodrigues.
ALAMEDAS General Garzon, 10
agregado a outro maior na avenida Borges de Medeiros e transformado em condomínio residencial.
Era uma vez uma casa de muitos sonhos, histó-
Construída na década de 1930, a casa da rua Ge-
rias, aromas e sabores. Da residência do escritor neral Garzon número 10 abrigou o escritor e jornalisJosé Lins do Rêgo (1901-1957) e do Bistrô e Café ta paraibano após sua nomeação como fiscal do imEscola do Pão (1999-2017), no entanto, sobraram posto de consumo, motivo de sua transferência para apenas lembranças. Em breve, até mesmo o ende- o Rio de Janeiro, em 1935. Foi nela que José Lins do reço não passará de uma memória, uma vez que, Rêgo escreveu – além de livros – seu polêmico dis-
CHRIS MARTINS
depois de o casarão ser demolido, o terreno será curso de posse da cadeira 25 da Academia Brasileira de Letras, 20 anos depois. Em 1997, abandonada e ocupada por mendigos, a casa foi comprada da família do escritor por Clécia Casagrande para instalar no local uma escola de pães. O Bistrô e Café Escola do Pão foi inaugurado somente dois anos depois, devido a cuidados especiais: - A casa de três andares e terraço era subdividida em pequenos ambientes de cerca de 3m x 3m: quartos, saleta para estudo, copa para café da manhã, sala para almoço e jantar, sala para receber os amigos... – conta Clécia. Enquanto esteve aberta, a Escola do Pão conquistou vários prêmios com seu lauto café da manhã. Com o fechamento do estabelecimento, os pães de Clécia continuam sendo servidos em restaurantes renomados da 6
cidade e na delicatessen Cosa Nostra, de seu filho Hélio.
FOTOS: CHRIS MARTINS
Meu JB Andrea Marques A natureza e a moda têm pesos iguais na
Andrea avisa que a próxima estação será de cores quentes e tons ensolarados, como
vida da estilista Andrea Marques. Morar
amarelo e ocre em vestidos
no Jardim Botânico há 15 anos, cerca-
e saias vaporosas, de tecidos
da por uma natureza tão exuberante, é
leves e naturais. “O carioca
um privilégio para essa mineira criada
tem um despojamento pecu-
em fazenda, sempre próxima do verde.
liar, às vezes excessivo, mas
“Isso me inspira”, afirma ela, que gosta
que é a cara do Rio, pois tem
de caminhar pela região e também pe-
pele, tem decote, tem calor.
los parques, como o Jardim Botânico e o
Faz parte da vibe da cidade”,
Parque Lage, do qual guarda
atesta ela, sem julgamentos.
boas lembranças do tempo
A estilista defende a elegância
em que fazia cursos na EAV. Publicitária por formação, Andrea foi fazer um curso
que vem do conforto. “Gosto da roupa que você usa de manhã para trabalhar e cai bem também em um programa no final do dia”, define.
no Senai e acabou seduzida pelo mundo fashion. Seu
Parque Lage | Um espaço que faz parte da mi-
primeiro e único emprego
nha vida, que me encanta pela mistura
nesse segmento foi na Ma-
de arte e natureza.
ria Bonita. Saiu depois de 15 anos para
Dona Coisa | Uma loja incrível, que eu
criar sua própria grife, que acaba de
gosto de frequentar.
completar 10 anos. A data será come-
Borogodó | Meu ponto de encontro
morada em 2018, com um livro sobre
com os amigos no final de semana,
os dez momentos que mais marcaram
incluindo os donos Dado e Tati.
a grife. Atualmente, as peças exclusivas
La Carioca | Melhor ceviche e me-
de Andrea Marques são vendidas na
lhor pisco do Rio, além de ter o maior
sua loja, em Ipanema, e em multimar-
astral.
cas do Brasil, incluindo a Dona Coisa, aqui no bairro.
Casa Carandaí | Parada obrigatória para tomar um
Com a coleção primavera-verão 2018 já na rua, café ou comprar coisinhas para casa.
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CHRIS MARTINS
Tempero de vizinho
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Seguindo uma tendência mundial, o setor gastronô-
Visando a suprir a ausência do vizinho, Dado e
mico é um dos que mais movimenta a economia
Tatiana Fejes, esposa e sócia, criaram um almoço
nacional e, nos últimos meses, também a do Jardim
executivo – com opções de refeições a R$ 29,90 du-
Botânico. Recentemente, o bairro recebeu uma onda
rante a semana – e voltaram a oferecer um buffet
de novos estabelecimentos dos mais diversos tempe-
de saladas. Para muitos de seus frequentadores, o
ros. Porém, na contramão, viu restaurantes tradicio-
borogodó da casa são os pratos fartos e o ambiente,
nais fecharem as portas, alegando dificuldades com
marcados pela presença dos proprietários na cozinha
a crise econômica.
e no salão. É o que pensa a diretora de TV Joana Bar-
O exemplo mais emblemático é o Couve-Flor, que,
reto, frequentadora do restaurante: “Comecei a vir
em 2016, comemorou 30 anos. Jair Pinto foi um dos
por ser perto de casa e ter uma comida com tempero
pioneiros no formato de comida a quilo no Rio de
familiar. Aos poucos, eu e meu marido ficamos ami-
Janeiro e colocou a hoje badalada rua Pacheco Leão
gos dos donos e conhecemos pessoas interessantes.
no mapa gastronômico da cidade. Eduardo Saboia –
Hoje em dia, digo que aqui é o nosso clube”, brinca
Dado, o proprietário do Borogodó (foto) – confessa
ela, que mora há dez anos no Horto.
ter contado com o incentivo de Seu Jair e ainda não
Sócio do Bar Joia Carioca, na rua Jardim Botânico, e
sabe quais serão as consequências do fechamento
do Bingo, na Lopes Quintas, Ivan Pereira não sentiu
do Couve-Flor.
muito os efeitos da crise, especialmente no Joia, cuja
(foto abaixo), uma das estratégias adotadas é a promoção de duas pizzas pelo preço de uma, válida de
FOTOS: CHRIS MARTINS
clientela está mais do que consolidada. Já no Bingo
segunda a quinta, das 17h às 20h. - Nosso maior movimento é na hora do almoço, mas as pizzas e os sanduíches também têm boa procura. Ainda em novembro, faremos uma pequena reforma para que as pessoas identifiquem o Bingo também como lanchonete – adianta. No restaurante Braseiro (foto ao lado), vale a máxima de “não se mexe em time que está ganhando”. Há 22 anos na praça Santos Dumont, na Gávea, o restaurante recebe um público variado, interessado em degustar pratos como a picanha ao Braseiro, que vem acompanhada de brócolis, batata portuguesa e farofa de ovo com banana. Para o sócio Marcos Aguiar, morador do Jardim Botânico há 12 anos, esse movimento de restaurantes na região é bem-vindo. “Quanto mais concorrência, melhor. O movimento afugenta a marginalidade”, atesta ele como comerciante e morador. Há 16 anos à frente do Bibi Sucos, Carlos Alberto Ribeiro também não teme a concorrência. “Ela estimula a inovação e a criatividade, sem dar espaço à acomodação”, opina. Beto credita a longevidade de seu estabelecimento ao fato de priorizarem a qualidade do atendimento e dos produtos, como o açaí, que é o mais pedido da casa. Do outro lado da rua, o Polis Mix também tem clientela garantida. O sócio Miguel Curi explica que o principal diferencial do lugar é a combinação de sucos naturais com pratos como o grelhado carioca (carne, frango ou peixe), que inclui até quatro acompanhamentos, além do feijão. Na guerra para conquistar o público, a regra do momento nos restaurantes é adaptar seus menus. Até o Rubaiyat (foto na página seguinte), no Jockey Club, reduziu o preço de sua feijoada em cerca de 25% e criou um menu executivo durante a semana, a R$68. O "Amável" - com entrada, prato principal e sobremesa - vigora na hora do almoço com vista privilegiada.
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Sem se preocupar com a concorrência, a pizzaria do Zona Sul vem conquistando seu público com simplicidade e bom custo-benefício. “Aqui eu compro o vinho por um preço de mercado, e a pizza não fica atrás de muito restaurante aqui do bairro” – garante o dermatologista João Aveleira. Para fugir dos efeitos da crise, o chef Pedro Siqueira introduziu ingredientes mais baratos no cardápio do FOTOSL CHRIS MARTINS
Puro, reduzindo em cerca de 20% o preço de alguns pratos. Ultimamente, o espaço vem acolhendo a clientela da pizzaria Ella, do mesmo grupo, que costuma formar fila na porta todos os dias, a partir das 19h. “O pessoal vem para o Puro esperar e muitas vezes acaba ficando”, afirma o chef, que não vê problema em ter dois negócios um do lado do outro. Também proprietário de dois estabelecimentos na mesma região, o advogado e economista João Luiz Garcia foi um dos primeiros a acreditar no potencial gastronômico da vizinhança. O primeiro investimento de Janjão – como é conhecido – no JB foi o Lorenzo Bistrô, inaugurado em 2008, seguido pela Casa Carandaí, em 2012. Ele avalia que o maior desafio de Christiano Ramalho, atual chef executivo das duas casas, foi adaptar o cardápio a fim de equilibrar receitas e despesas. Para ele, o segredo do sucesso está no bairro: “O JB está na moda!” – afirma, destacando que, para o Natal, lançará sua linha própria de panetones. A calçada com vista para o Jardim Botânico é o charme especial do Jojö Café Bistrô. O restaurante de Joana Carvalho (foto acima) é pequeno e conta com 12 mesas. Como a cozinha do lugar é quase inexistente, o cardápio tem como carro-chefe os arrozes – que a chef e jornalista adora e do qual consegue adiantar o cozimento durante o dia: “O mais pedido é o com pato confit e temperos orientais”, destaca. - O Horto só comporta comércio de bairro. É preciso ter respeito pelos moradores que estão aqui há mais tempo – observa ela, que, para tornar o lugar conhecido, criou o evento Happy Oysters, às quintas-feiras, com ostras frescas, abertas apenas na hora em que são pedidas. 10
CHRIS MARTINS
DIVULGAÇÃO/ SELMY YASSUDA
Outro que aposta no visual é o Inverso Gávea (foto coloridos na decoração. A clientela vem lotando o espágina anterior), inaugurado há cerca de um ano no tabelecimento de Riju Konwar nos fins de semana, Jockey. O espaço – embaixo da Tribuna A – vem con- interessada nos sabores exóticos e picantes. quistando público com seu mix de restaurante, gasMomentos de crise também são bons para investir. É trobar e espaço para festas. Para os sócios Marcelo o que pensam os sócios Georgia Ramos, Carlos Marinho Roza e Alexandre Leite, o movimento maior começa e Thaís Marinho, do Nutre (foto acima), na galeria em na quinta-feira, seguindo forte até a hora do almoço frente à ABBR. Nenhum dos três encara as panelas, mas de domingo. Mas há também quem goste de tomar todos prezam uma alimentação balanceada e sustenum drinque assistindo aos páreos de corrida. Os des- tável. No cardápio, há sempre três opções de proteína taques do cardápio na próxima estação devem ser os (vegetariana, carne ou frango) e dois acompanhamenceviches e os dadinhos de tapioca com queijo coalho, tos ao preço de R$ 26. O gostinho de comida caseira fimolho de pimenta e melado.
ca completo com o arroz integral e o feijão carioquinha, Nessa babel gastronômica em que o bairro se trans- sempre à disposição. Em breve, o bistrô vai funcionar formou, o Taj Mahal (foto acima à esquerda) surge como café no período da tarde, com wi-fi gratuito: “Noscomo representante da culinária indiana. A novidade sa ideia é atender o pessoal que precisa de espaço para fica na JJ Seabra, na casa do antigo Quadrifoglio, que fazer uma reunião ou apenas tomar um café enquanto foi reformada e ganhou mesas na varanda e toques aguarda a hora de algum compromisso”, explica Georgia.
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DIVULGAÇÃO
Transformando o hobby em negócio
Guilherme Soares a criar a Prasann, de delícias indianas. Ele
receitas nas redes sociais e até aplicativos, cozinhar
aprendeu a fazer os
virou moda, um hobby, uma maneira de unir os
bolinhos Onion Bha-
amigos, podendo até virar negócio! André Figuei-
ji – preparados com
redo sempre gostou de cozinhar e, há um ano,
cebola, farinha sem
começou a preparar massa de pão
glutén, temperados
sourdough. Ficou craque, e a pro-
com aromas do outro
cura cresceu tanto, que ele criou a artesanal Jota Bakery, com entregas
GABRIELA JAVIER
Na carona de programas de televisão, vídeos de
lado do mundo – quando morou em Londres e tem andado pelo bairro,
apenas no bairro. “Foi tudo bem in-
levando uma provinha para vizinhos
formal, um amigo pediu, depois ou-
e amigos. Quem quiser experimen-
tro, mas ainda não é uma prioridade
tar, é só mandar um What’sApp (21)
na minha vida. Faço porque gosto e
98296-7509.
quando tenho tempo”, garante ele,
O gosto pela comida uniu os amigos
que vende cerca de 20 pães por se-
Rafael Ramos, Pedro Landim, Manoela
mana, ao custo de R$ 20 cada, por encomenda pelo e-mail jotabakeri@gmail.com.
Penna e Pedro Niño. Cada um trouxe um dote: Rafael é chef, Landim é crítico de gastro-
Na mesma linha da curiosidade, o “carnívoro” nomia e sommelier de cerveja, e o casal Manoela Sergio Heiser – personal trainer, que adora churras- e Pedro gosta de receber e cedeu o espaço. Assim co – resolveu fazer sua própria linguiça de pernil. Foi surgiu o “Tá em casa”, evento que pretende reunir, na internet pesquisou e voilá. Há seis meses, come- quinzenalmente, grupos de até 20 pessoas em torçou a produzir também queijo frescal e curado, com no de um cardápio fixo, com entrada, prato princimédia de 20 unidades por semana. As encomen- pal, sobremesa e degustação de bebidas. "Foi um das, ao custo de R$ 30 e R$ 15, podem ser feitas arranjo maravilhoso do destino, pois juntou a fome pelo celular 99382-2670.
com a vontade de receber. Queremos aproximar
O crescente interesse pelo vegetarianismo gente em torno de boas histórias e sabores”. O próe a crise levaram o produtor de cinema José ximo será dia 16/12", avisa Landim.
cada dia um cardápio diferente; comida com gostinho caseiro; sempre uma opção vegetariana; Rua Jardim Botânico 635, loja 101. TEL: 2259-3098 /nutreresto
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CHRIS MARTINS
CIDADANIA Tênis na Lagoa Há 13 anos, o professor de educação física Alexandre Borges bate ponto de segunda a sexta, das 9h às 17h, na quadra de tênis em frente ao Clube Monte Líbano. Ele é responsável pelo Tênis na Lagoa, que ensina o esporte a crianças de baixa renda. “Esse é meu projeto de vida particular, que visa a dar oportunidade àqueles que não têm condições de conta com a solidariedade de pais e amigos para frequentar clubes”, explica ele, que mantém a ini- apadrinhar as crianças e atender a seus pedidos. Paciativa com aulas particulares e doações de material. ra participar, basta enviar e-mail para alexandreborAo todo, são 200 alunos inscritos, na faixa de 5 ges847@hotmail.com, escolher uma carta e enviar a 18 anos. A maioria dos participantes mora em o presente dez dias antes da festa, junto com um comunidades, mas o projeto também aceita alunos cartão para o “afilhado”. de outras classes, a fim de promover uma integra-
A satisfação diária de ver seus alunos transfor-
ção social. A meta para 2018 é formar uma turma mando-se em campeões na vida não tem preço de meninas de 7 a 9 anos.
para Alexandre. “Cobro deles o compromisso de se-
Atualmente, Alexandre dedica-se à festa de Pa- rem pontuais e respeitarem o próximo e o profespai Noel, que acontecerá no dia 9 de dezembro. Ele sor. Assim, eles crescem como pessoas”, acredita.
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JBF indica
Das ruas do JB para o museu
200 anos de Von Martius no Brasil O Jardim Botânico do Rio de Janeiro está celebrando os 200 anos da chegada de Carl Von Martius, referência na pesquisa sobre a diversidade biológica do Brasil. A comemoração inclui a exposição “Natureza, ciência e arte na viagem pelo Brasil de Spix e Martius – 18701820” e o simpósio “Entre impérios e plantas: a viagem do naturalista Carl Von Martius”, ambos com entrada gratuita no Museu do Meio Ambiente. A mostra, composta por exemplares originais dos 18 principais Toz – nome artístico de Tomaz Viana, cria do Jardim títulos publicados pela dupla de naturalistas fica em Botânico – está com exposição e venda na Chácara FOTOS: DIVULGAÇÃO
do Céu, em Santa Teresa, até 29 de janeiro. A mostra "Povo Insônia" reflete a nova fase de seu trabalho, inspirado no personagem Rei Insônia e em seu mundo, retratados nos muros da cidade, especialmente os daqui do JB. As obras foram criadas em formatos diversos, de telas a bonecos e manequins, e estão à venda no local.
Exposição fotográfica no Ibeu A Galeria Ibeu, na rua Maria Angélica, ainda não conquistou o mesmo prestígio dos tempos de Copacabana, mas está sempre trazendo diferentes manifestacartaz até o dia 20 de janeiro. Aqueles que quiserem ções artísticas para o bairro. Até 1º de dezembro, fica se aprofundar sobre o tema podem assistir às pales- em cartaz a mostra individual de fotografia “À Beira”, tras “Ver, descrever e registrar: a viagem de Martius ao Brasil e a importância da manutenção de obras raras em instituições brasileiras” (17 de novembro) e “Von Martius e a construção do território brasileiro” (5 de dezembro), ambas às 10h.
DIVULGAÇÃO - PEDRO TEBYRIÇÁ
Samba do Zeca Pagodinho no Jockey Depois de uma badalada estreia em outubro, Zeca Pagodinho levará o clima de seu quintal em Xerém, mais uma vez, para o Jockey Club, no domingo, dia 26 de novembro. A ideia do Samba do Zeca é promover encontros com bambas de diferentes gerações. Mo- de Pedro Tebyriçá, com curadoria de Cesar Kiraly. Com narco e Xande de Pilares já confirmaram presença na entrada gratuita, a galeria funciona de segunda a próxima edição da roda de samba do Zeca.
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quinta, das 13h às 19h, e, às sextas, das 13h às 18h.
Mostra Lá NaToca A rua Maria Eugênia, no Humaitá, abriga a primeira mostra de decoração e design infantil da cidade. No Lá NaToca, o visitante conhece projetos de quartos infantis para meninos, meninas, casais de gêmeos e quarto sem gênero de bebê, além de banheiro e cozinha pronta para brincadeiras gastronômicas. No quintal, onde há uma casinha na árvore, acontece, aos 3D HANA LERNER E NINA MORAES
sábados, uma feirinha com roupas, móveis e objetos
de decoração para pais e filhos loucos por design. Às quintas-feiras, estão pogramadas palestras sobre temas como adolescência e a importância de brincar. O evento, que vai até 16 de dezembro, é uma parceria do NaToca Design, especializado em curadoria e divulgação de ambientes infantis, e o ateliê Lá na Ladeira, que cedeu a casa centenária.
Prêmio EAV invade o MAC Uma parceria entre a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói levará o vencedor da terceira edição do Prêmio Reynaldo Roels Jr. – homenagem ao crítico de arte que dirigiu a EAV entre 2002 e 2006 – à praça do MAC. A cada ano, a comissão organizadora do prêmio escolhe um local diferente para instalação da obra vencedora: Pier Mauá (2015) e Museu de Arte Moderna (2016). O objetivo é estimular o desenvolvimento de pesquisa sobre um lugar que tenha características históricas e/ ou artísticas especiais, considerando elementos sociais e urbanos. A inauguração da instalação no MAC será no dia 9 de dezembro.
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ESTANTE Sonata em Auschwitz | R$ 44,90 (Luize Valente) Editora Record Um bebê nascido nas barracas em outubro de 1944, em Auschwitz, e uma sonata composta por um jovem oficial alemão, na mesma data e local, dão origem a duas histórias que se cruzam e se completam.
Cozinha sem fogão: gastronomia vegetariana e crua | R$ 61 (Ines Braconnot) Senac SP Resultado de 15 anos de experiência de Inês Braconnot, chef do finado Ró – Raw & Wine, restaurante de comida crua. O livro mostra a riqueza desse segmento da culinária com 88 receitas ilustradas, como lasanha com girassol crocante e petit gâteau com recheio de damasco.
Sandro Moreyra: um autor à procura de um personagem | R$ 49,90 (Paulo Cézar Guimarães) Gryphus Editora Biografia do famoso jornalista esportivo que atuou de 1950 a 1980, muito conhecido por suas tiradas de humor.
A asa da borboleta e outras sutilezas | R$ 34,90 (Gisela de Castro com ilustrações de Anna Bella Geiger) Editora Bambolê Livro de poesias bilíngue (português-inglês), que tem por objetivo incentivar o hábito da leitura, apresentando o alfabeto aos leitores em formação, com a colaboração luxuosa de uma figura marcante da arte contemporânea brasileira.
Drogas: as histórias que não te contaram | R$ 39,90
FOTOS: DIVULGAÇÃO/ REPRODUÇÃO
(Ilona Szabó) Zahar Editora Um retrato amplo e esclarecedor de um tema complexo e ainda tabu, que precisamos mais do que nunca encarar. Cinco personagens. Nem vítimas nem algozes, nem heróis nem vilões. Cinco vidas conectadas pelo impacto da cocaína.
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Histórias em quadrinhas | R$ 34,90 (texto e ilustração de Mario Bag) Zit Editora Imagine a cigarra tentando convencer a formiga a abandonar a labuta e cair na folia? Essas e outras situações são narradas em versos e ilustrações hilários, inventivos e cheios de bossa.
Eu conheço um lugar Por Christina Martins
de Mineirinho de Maceió, que chegou ao Rio de Janeiro, em 2000. Desde então sua “dança solta” já passou por vários espaços, incluindo a Sauer
Pense rápido: o que você acha que é dança sol- Danças. Atualmente, as aulas acontecem em cluta? Nem o professor Mineirinho de Maceió sabe bes, por causa do espaço amplo. explicar direito. Mas eu vou tentar. Imagina uma
Acabo a aula exausta, mas feliz. Uma amiga me
aula na qual você simplesmente se solta e dan- liga e explico o que acabei de fazer. Ela resume ça, sem ter de ensaiar, apenas acompanhando os bem: "ah, é aula de festa". Isso mesmo, daquelas passos que são criados na hora, a partir de uma que a gente dança sem parar, mesmo com pouca música – selecionada entre mais de três mil – coordenação motora. também escolhida no momento, de acordo com a vibe da turma. É isso que acontece duas vezes por Dança Solta – Clube Militar semana no Clube Militar, em turmas de 20 alunos Seg e qua, às 19h30. Ter e qui, às 10h15. Durante uma hora você dança todos os ritmos, sem se preocupar se a coreografia está certa. “Vai do balé à macumba”, define o professor, rindo. A
Valor: R$ 245 (não sócio) Tel: 98193-5000 CHRIS MARTINS
e faixa etária também difícil de definir.
turma segue, leve e solta, os ritmos da playlist, que passeia pelo funk “Cheguei” de Ludmila, a caribenha “Despacito” e até tango. Mas quando a aula fecha com “YMCA”, do Village People, você esquece a idade e se joga como se não houvesse amanhã. Só que, no dia seguinte, os braços doloridos lhe lembram que os seus 18 anos já se foram. O mineiro Sander Luiz Nunes era executivo de uma multinacional, em Alagoas. Depois de um estresse no trabalho por não tirar férias durante cinco anos, foi fazer aula de bolero como terapia e decidiu viver só da dança. Ali começava a história
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FRANCIS HIME
CHRIS MARTINS
Ilustre Morador
Taberna e Jojö: “Gosto também da pizza sabor Marguerita Especial, do Zona Sul. Acompanhada por uma
Recentemente, Francis Hime lançou o livro “Trocando taça de vinho, cai muito bem”, indica. em miúdos as minhas canções” e completou 50 anos
Em sua definição, o bairro é um lugar acolhedor, tran-
de carreira. Comemorou a data em show ao lado da quilo e amistoso: “As viagens a trabalho são sempre esposa, Olívia Hime, parceira com quem divide pal- corridas, mas é bom chegar e encontrar o que consideco, estúdio e a vida, a maior parte dela passada aqui ro indispensável: silêncio.” Apesar de ser vizinho de inúno Jardim Botânico. Foram cerca de 21 anos no Alto meros moradores ilustres, Francis cruza pouco com eles da Lopes Quintas e lá se vão 19 na região conhecida no cotidiano: “Há pouco tempo encontrei o Macalé”, como Alto Maria Angélica, onde ergueram uma ca- lembra o autor da “Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sesa aconchegante, integrada à natureza. O terreno foi bastião”, composta em 5 movimentos: lundú, modinha, comprado com dinheiro de uma herança, e o projeto choro, samba e canção brasileira. Francis pontua que, foi do amigo e arquiteto Sérgio Rodrigues, que possi- se fosse em homenagem ao Jardim Botânico, ela seria bilitou a construção em etapas. - Já morávamos aqui quando esta varanda, por
bem diferente, “mais tranquila e bucólica”, imagina. Quando morava na Engenheiro Pena Chaves, Francis
exemplo, foi construída – conta o compositor, pianista, fazia parte da Associação de Amigos do Jardim Botânicantor, arranjador e maestro, que divide o tempo em co e ia com frequência caminhar no parque: “Gostava casa entre a tal varanda e uma sala de música, com de ficar até escurecer e, muitas vezes, me escondia dos pianos de cauda e elétrico.
seguranças para aproveitar, ao máximo, a paz do lugar”,
Diante de ambientes tão agradáveis, com vista para recorda com um misto de traquinagem e nostalgia. Inso verde, ele não precisa sair para trabalhar. A casa es- pirado naquela época, Francis compôs a canção “Jardim tá no centro de sua vida e serve de ponto de encontro Botânico”, que narra um encontro imaginário dele com para os amigos, que aproveitam um outro talento de Tom Jobim, personagem que, na sua opinião, seria a triOlívia: a comida. Nas poucas vezes em que o casal sai lha sonora ideal para o local: “Ah, pudesse eu te rever / para jantar, os escolhidos são os restaurantes Venga! Amigo, a percorrer / Aleias do nosso jardim...”.
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Depois da mudança, passou a fazer suas caminhadas ao redor da Lagoa, mas confessa que, de um ano para cá, depois de ter sido atropelado por uma bicicleta, deixou de ir e idealiza uma pista só para pedestres. Para se exercitar, martriculou-se na Velox, mas a música alta o incomodava e acabou largando. Em casa, tem uma esteira, mas, como exercício físico não é o seu forte, entre ela e o piano, o segundo quase sempre vence. Muita coisa mudou desde que ele voltou dos Estados Unidos e fixou residência aqui, há cerca de 40
açaí sanduíches e pastas
medalhão hamburguão de mignon pratos variados água de coco
milkshakes sucos frescos
anos. O dia a dia vai se adaptando. Assim como os demais moradores, Francis preocupa-se com a segurança, muito mais complexa do que a dos versos de “Pivete”, dele e Chico Buarque. Instalou uma câmera na fachada de sua casa e contribui com a associação do Alto Rebouças, que faz rondas pela região. Ademais, considera que o trânsito foi o que mais mudou no bairro nesse período, influenciando tudo ao redor. Seu sonho é que isso voltasse no tempo. Mas, se nesse sentido o progresso é implacável, Francis mostra-se disposto a debater a situação atual, classificando como trágico o momento do país: - Nunca imaginei passar novamente por uma onda conservadora como esta. Temos que reagir! – convoca o parceiro de Chico Buarque em “Vai passar”, que em 1984 já avisava: “Num tempo / Página infeliz da nossa história / Passagem desbotada na memória / das nossas novas gerações / Dormia / a nossa pátria
Menu executivo em promoção Rua Jardim Botânico, 605 peça por aqui também
mãe tão distraída / sem perceber que era subtraída / em tenebrosas transações”.
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A experiência de comer o melhor da culinária italiana caseira, acompanhada de uma especial seleção de vinhos e bebidas, em um ambiente aconchegante e intimista. Rua Pacheco Leão, 16 no Jardim Botânico; Av. Rodrigo Otávio, 269 na Gávea.