Jornal Corrida ed. 14 (completa)

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CORRIDA WWW.JORNALCORRIDA.COM.BR / NÚMERO 14

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SEGREDOS PARA UMA VIDA MAIS SAUDÁVEL

RECEITA DE BOM HUMOR

Alimentos que ajudam a combater o estresse e a ansiedade

Fernanda Ferraresi Fernandes na Maratona de São Paulo 2013

GUERREIRAS Quatro mulheres contam suas histórias de superação e paixão pela corrida

EVENTOS - COMPRAS - TREINAMENTO - GENTE - SAÚDE - NUTRIÇÃO


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EDITORIAL CORRIDA É GENTE! Recentemente em meu blog no site do Jornal Corrida escrevi algo assim: “Realmente não me interessam tempos. Gente é o que me interessa. O que me guia, o que me pauta para fazer o Jornal Corrida são histórias de pessoas...”. Resolvi repetir a frase aqui porque ela é a mais pura verdade. Para mim, a corrida de rua é feita de emoção, superação, coragem e amizade. Alguns quilômetros a mais ou minutos a menos são a consequência natural dessa mistura de ingredientes. E esta edição foi mais uma vez feita assim: por gente que ama a corrida falando gente que não vive sem correr. É uma edição um tanto quanto feminina, com elas se destacando em quase todas as páginas. Feminina mas não só para mulheres. Por isso, começamos divulgando logo na página seguinte a esta a Run Stock Car, prova inédita que certamente irá agradar os marmanjos loucos por automobilismo. Temos o treinador Miguel Sarkis falando de exercícios educativos, dicas para uma vida mais saudável e os alimentos que ajudam a melhorar o humor. Mas os maiores destaques ficam realmente por conta delas... Primeiro, aproveitamos o Jornal Corrida para apoiar e divulgar uma ação social entre corredores para ajudar a atleta Rosangela Figueredo. Acostumada a vitórias e pódios, Rosangela sofreu um acidente recentemente e ficará afastada das competições por um bom tempo. Por isso, uma página no Facebook divulga e pede doações para ajudá-la. Entre lá e participe! Na matéria de capa, as Guerreiras! Três mulheres que superaram os limites do corpo e fizeram da corrida o maior e melhor remédio na busca por uma vida saudável. Além delas, nossa blogueira Fernanda Ferraresi Fernandes que, mesmo contra as previsões, o calor e vários senões, foi a luta e concluiu mais uma maratona, a de São Paulo, no início de outubro. Boa leitura e bons treinos! Roberta Palma

O Jornal Corrida é produto da Play Sports&Content Diretora-geral e Publisher Roberta Palma roberta.palma@jornalcorrida.com.br Redação Monica Oliveira redacao@jornalcorrida.com.br Fernanda Alves fernanda.alves@jornalcorrida.com.br www.twitter.com/jornalcorrida Colaborou nesta edição: Tatiana Gomes (texto Melhore sua Corrida) Foto capa: Olho no atleta

As matérias e artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo a opinião e/ou valores do Jornal Corrida.

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EVENTOS

RUN STOCK CAR

5 milhas em interlagos A maior categoria do automobilismo brasileiro e o esporte que mais cresce em número de participantes no Brasil agora estão juntos. A Stock Car Brasil acaba de anunciar a realização da Run Stock Car, prova de corrida de rua, em São Paulo, no dia 14 de dezembro, paralelamente à etapa final (Corrida do Milhão) da competição automobilística. “O número de pessoas que praticam corrida de rua é muito grande. Dentro desse universo, muitos ainda não tiveram a experiência de conhecer o mundo do automobilismo. Com a Run Stock Car podemos agregar à categoria um público novo e que gosta de adrenalina e aventura. E para aqueles que são fãs do automobilismo é uma oportunidade de correr no mesmo percurso que os carros da Stock. Poder correr pela pista em um final de semana de Stock Car era algo inimaginável até então”, diz Maurício Slaviero, diretor-geral da Vicar Promoções Desportivas. A corrida de rua acontece dentro do Autódromo de Interlagos, no sábado, dia 14, logo após os treinos oficiais. Os corredores largam às 19 horas, correm em percursos de 4 ou 8 km. Mais informações sobre o evento e inscrições pelo site www.runstockcar.com.br. Serviço: Run Stock Car Inscrições pelo site do evento www.runstockcar.com.br Percurso de 4 e 8 km www.jornalcorrida.com.br acesse a programação mensal no link bit.ly/16IGiMn inscrições nas principais provas nacionais, clique em bit.ly/13QDdeV

CORRIDA

crédito imagem: divulgação/Stock Car

CORRENDO MUNDO AFORA Diferentemente de muitos, eu não comecei a correr por recomendação médica nem porque precisava perder peso. Desde que aprendi a nadar quando criança, sempre me mexi, fosse nadando, malhando, caminhando. Correr? DETES-TA-VA! A ponto de me esconder quando o técnico de natação mandava fazer aquecimento correndo. Até que mudei de bairro e nele não existiam piscinas, mas uma ciclovia para pedalar e caminhar à vontade. Sempre achei lindo quem praticava triatlo, e um dia, um amigo me convidou para assistir a uma prova e pensei: “Eu nado e pedalo, por que não tento correr para praticar esse esporte?”. Comecei como todo mundo: caminhava, dava uma corridinha. Ficava morta logo no início, caminhava de novo e voltava a correr. Minha primeira prova de 10 km foi de nervosismo, medo de parar no meio do caminho. Mas consegui. Fui fazer triatlo, que era meu objetivo, e participei de algumas provas. Mas fui percebendo que sair para correr era o que eu mais gostava e aos poucos fui abandonando a piscina e a bike. Como a maioria dos corredores, gosto quando faço um bom tempo, mas as melhores provas são as que faço despreocupada, apenas curtindo o visual e tirando fotos. Desde que comecei a correr, já viajei bastante com o “pretexto” de participar de uma prova. Não sei bem se corro para viajar ou se viajo para correr. Juntei duas paixões da minha vida e, com o crescimento da corrida de rua mundo afora, provas e lugares novos para conhecer com certeza não faltarão, e eu ainda tenho bastante chão para rodar... Lia Campos é funcionária pública em Fortaleza, corre há 8 anos por puro prazer. Tem um blog no site Jornal Corrida.

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www.jornalcorrida.com.br acesse o link e acompanhe a Lia goo.gl/R49Lko


MOCHILA

PROGRAME-SE GOLDEN FOUR. Quarta e última etapa do circuito acontece em Brasília, no dia 3 de novembro, e

CUCA FRESCA

entra para a história do evento como a etapa com maior número de inscrições: 3500 pessoas participarão da prova na capital federal, na cidade, com largada às 7h.

XTREME RACE. Corrida de obstáculos, numa

distância de 5 km com 9 obstáculos, levando os participantes a uma experiência de superação de limites, com diversão e muita adrenalina! Dia 8 de novembro em Atibaia (SP). Mais informações: www.xtremerace.com.br

1.

OSCAR FASHION RUNNING. Tradicional prova de São José dos Campos chega a sua sétima edição. Percursos de 5 e 10 km. Inscrições: www.minhasinscrições.com.br

2.

XTERRA FLORIPA. A etapa na capital catarinense

terá uma night run, no dia 9 de novembro, com percurso de 7 km pelo Parque do Rio Vermelho. Inscrições podem ser feitas até dia 2 de novembro no site www.xterra.com.br

3.

R$ 75 MIL EM BEBEDOURO. A primeira edição da prova pagará prêmios em dinheiro aos primei-

4.

1. Adidas Climacool Premium com proteção UV, 100% poliéster. Preço sugerido: R$ 44,90. 2. Mizuno ProRunner boné em poliéster, com variada opção de cores. Preço sugerido: R$ 39,99. 3. Nike Feather Light, em Dri FIT, 100% poliéster reciclado. Preço sugerido: R$ 39,90 4. Asics Unissex em tecido leve e respirável, com recortes que proporcionam maior respirabilidade. Preço: R$ 49,90

ros colocados. A competição é no dia 15 de novembro, tem número limitado de inscrições e percurso de 10 km. Inscrições e informações pelo site: www.runnerbrasil.com.br

SP CLASSIC. A prova acontece na região do Ibirapuera, em percursos de 10 km (para os

iniciados) e 3 km (para os iniciantes). Para informações e inscrições, acesse o site: www. corpore.org.br

LANÇAMENTO

VOLTA DA PAMPULHA. A grande festa da corrida de rua no cartão-postal mineiro vai ser mais

cedo este ano: 1 de dezembro. Não perca o prazo das inscrições: www.yescom.com.br.

SÃO SILVESTRE. A mais querida, celebrada e aguardada prova do calendário nacional está

com as inscrições abertas desde setembro. Corra e garanta a sua: www.saosilvestre.com.br.

PUMA FAAS 100R é o modelo mais leve da linha Faas. Toda a sua construção e o drop zero estimulam a pisada com o meio do pé. Peso: 162 gramas. Preço sugerido: R$ 299,00. Informações: shop.brasil.puma.com www.jornalcorrida.com.br acesse o link e leia mais sobre acessórios e equipamentos bit.ly/1c51GNF

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DESTAQUE

guerreiras! ULTRADESAFIO! 6 / NÚMERO 14 / WWW.JORNALCORRIDA.COM.BR


Mulheres corajosas, cada uma com sua história, mas com algo em comum: a corrida de rua e a superação.

INSPIRAÇÃO PARA A CIDADE

A artista plástica Celeste Galvão nunca encarou provas na neve ou no deserto, mas sempre teve o esporte presente em sua vida. “Comecei a andar com 7 meses, sinal de que a pressa já era grande, desde pequena”, brinca. Praticante de mountain bike em Taubaté (SP), Celeste chegou à corrida como uma alternativa de treinamento para pedalar melhor. Em 2011, depois de uma queda enquanto pedalava, o que parecia um simples hematoma do tombo foi diagnosticado como câncer de mama. Durante um ano de tratamento, Celeste passou por sessões de radi-

créditos imagens: arquivos pessoais

Nem sempre o que há por trás de passadas firmes é o desejo de diminuir minutos ou aumentar quilômetros. Muitas vezes, a motivação que – literalmente – empurra alguns corredores está além de superar os tão falados “RPs” (recordes pessoais). Esse é caso de Monica Otero, de Celeste Galvão e de Renata Monte Alegre. Três mulheres, três guerreiras, que resgataram com a ajuda da corrida de rua aquilo que existe de mais precioso: a vida, o prazer de viver com qualidade e saúde. Eram meados dos anos 1990, quando a paulista Monica Otero foi diagnosticada com câncer de intestino. “Perdi tudo: peso, cabelo, vontade de viver”, conta. Depois de cinco anos de tratamento e três cirurgias, Monica se viu livre da doença. “Durante todos esses anos que lutei contra o câncer, a única coisa que me restava era a capacidade de pensar. E eu pensava muito. Alimentei a convicção de que, quando tudo terminasse, minha vida seria diferente.” Após receber alta, Monica procurou colocar em prática um desejo antigo: ser peregrina, sair andando pelo mundo. Começou pelo Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha; de 2002 a 2005 fez várias “peregrinações” pelo Brasil. Até que numa das vezes que fazia o “Caminho do Sol”, pelo

interior de São Paulo, tomou conhecimento do mundo das ultramaratonas. A convite do atleta Manuel Mendes, participou da primeira edição da BR 135 e acompanhou uma equipe brasileira na Badwater, a mais temida das ultramaratonas do mundo. Foi aí que, apesar de se dizer peregrina e não corredora, Monica se tornou ultramaratonistas. A partir de 2007, ela marcou presença nas principais provas pelo planeta afora. Fez a Badwater (217 kms pelo Vale da Morte, na Califórnia, nos EUA), a Sahara Race, a Arrowhead (sob um frio de 50 graus negativos no norte de Minnesota, nos EUA), a etapa da Nepal da Race in the Planet, entre outras provas nacionais e internacionais. Foi em 2008, ao se sentir mal quando “peregrinava” em uma prova pelos EUA, que veio o alerta. Com vários casos de diabetes na família, Monica descobriu que não tinha fugido à regra. Mas nem o diabetes, nem um problema grave no joelho – que resultou em uma cirurgia realizada em 2012 – pararam a ultramaratonista. “Tenho 58 anos, sou avó e já passei por tanta coisa. Hoje a corrida é para mim qualidade de vida, uso ela para equilibrar o diabetes e não precisar de insulina. Acho que vai chegar uma hora que vou ter que parar com as ultras, mas com certeza vou morrer peregrina”, diz Monica, que já tem a agenda lotada para 2014 – a BR 135 em janeiro e 250 km pela ilha da Madagascar, em agosto.

Heroínas da vida. Monica Otero (pág. ao lado no alto e acima), Celeste

Falcão (pág. ao lado/esquerda) e Renata Monte Alegre (pág. ao lado/direita)

maratona de emoção e perseverança “Corra quando puder, ande se precisar, arrastese caso seja necessário,mas nunca desista.” (Dean Karnazes, ultramaratonista) Nos 42.195 metros da última Maratona de São Paulo, levei ao pé da letra essa frase. Foram horas de superação e força que eu não sabia que tinha. Voltei a correr há dois meses com alguns quilos a mais. Depois de três meses sem atividade física, já sabia que a batalha seria única, dolorida e pessoal. Prova é reflexo dos treinos, e eu já previa o filme a cada longão; mas me sentia confiante. Devo isso ao meu companheiro de treino, Josivaldo dos Santos, que abdicou de seu “pace” para me ajudar a treinar. Só senti a prova no quilômetro 20. Ali,escrevi a história que está no meu coração. Foram 22,19 km de determinação, fé e perseverança. Mas não me faltou a certeza de que eu chegaria. Recebi muito carinho no percurso e me lembrei de cada um que deixou recado no Facebook, de cada pessoa do Projeto Carcará by FFF, grupo relacionado a dietas e perda de peso, que mantemos na mídia social. Lembrei do que treinei, de todos a quem prometi chegar, dos que esperavam notícias e dos ansiosos me aguardando na chegada. Lembrei também de quem, apesar da boa intenção, desnecessariamente me desencorajou dias antes da luta. Consegui. Fui e venci. Cheguei. Como a prova é muito difícil, desabei em choro descontrolado na linha de chegada. Choro de vitória. Acredite e siga o coração. Meu professor do treinamento funcional, Luciano de Oliveira, diz: “Força na mente que o corpo aguenta!”. É nisso que acredito. Fernanda Ferraresi Fernandes é paulistana, maratonista e ultramaratonistas ! Ama correr e tem um blog no site Jornal Corrida. www.jornalcorrida.com.br acesse o link e acompanhe a Fernanda goo.gl/7c0oYW

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DESTAQUE oterapia, quimioterapia e uma mastectomia total. “É claro que em alguns momentos eu questionava: por que eu? Sempre fui tão saudável?”, diz a corredora, que continuou treinando e participando de provas. “Durante o tratamento, minha médica orientou: se sua imunidade cair, você vai ter que parar de correr”, conta. Na clínica, médicos e enfermeiros achavam que ela era louca. Pelas ruas e parques da cidade, recebia o apoio de outros corredores que sabiam de sua história e incentivavam. “Vai guerreira! – sempre tinha um que gritava ao me ver treinando!”. Virou um exemplo na cidade. Tanto que a clínica na qual fazia o tratamento realizará uma corrida nos próximos meses, incentivando os pacientes e população em geral a praticar esportes. “A corrida foi o melhor remédio durante a minha luta contra o câncer. Enquanto os remédios cuidavam do meu corpo, ela cuidava da minha cabeça, da minha emoção, de tudo aquilo que remédio não dá conta. Eu já amava viver. Hoje tenho a certeza de que tenho muito por fazer ainda, então, prefiro ir correndo!”, diz Celeste.

RUMO AO MURO

A jornalista paulistana Renata Monte Alegre tinha 37 anos e , até então, não havia recebido qualquer sinal de que poderia sofrer AVC (acidente vascular cerebral). Levava a vida na correria, mas nada diferente de 99% das mulheres com mais de 35 anos que se dividem entre família, trabalho, ginástica e supermercado. Até que um dia, veio o aneurisma, resultado de um problema congênito, um “defeito de fabricação”: uma veia que se rompe e causa hemorragia no cérebro. A matemática a partir daí foi pesada: quatro cirurgias, 38 dias de coma, seis semanas na UTI, 14 meses de fisioterapia. Sabe quando o computador pifa e o melhor é dar um CRTL+ALT+DEL? O que aconteceu com ela foi bem parecido, só que era o seu cérebro que precisava ser religado. No processo de recuperação, teve que reaprender tudo, até as coisas mais básicas como comer, andar, falar. E a vida que ela conhecia mudou radicalmente. Renata já corria antes de sofrer o AVC. Nunca foi do tipo atlético, mas tinha prazer em sentir o batimento cardíaco subindo, enquanto a endorfina ia tomando conta e o pensamento voava para longe. Depois do AVC, estava indo para uma consulta com o neurocirurgião, quando viu a cidade toda enfeitada para uma prova que aconteceria no fim de semana. Por isso a primeira pergunta da consulta foi: “Quando vou poder correr de novo, doutor?”. Naquela altura, ela mal conseguia coordenar os movimentos entre o lado direito e esquerdo do cérebro. Então, a resposta não poderia ser outra: “Andar já é um desafio e tanto para você, imagine correr!” “Acho que nada acontece por acaso e ter ouvido aquela sentença foi fundamental para mim”, conta a jornalista. “Eu queria ter mais prazer, alegria e

“A corrida foi a melhor aliada durante a minha luta contra o câncer. Enquanto os remédios cuidavam do meu corpo, ela cuidava da minha cabeça, de tudo aquilo que a medicação não dá conta.” bem-estar na minha vida. Quem não deseja essas coisas quando pula onda no ano-novo ou corta o bolo de aniversário? A embalagem do presente foi bem inusitada, é verdade, mas acho que o AVC me trouxe a oportunidade de recomeçar a vida focando no que realmente importa.” Ainda faltava voltar a correr. O primeiro trote veio numa praia, quase dois anos depois do AVC. Renata havia recebido alta das sessões de fisioterapia, se sentia forte e a visão daquela areia batida a encheu de energia. Mas equilíbrio e coordenação das passadas continuavam sendo um desafio. “Foi um trote rápido e curto, uns 100 m se tanto, numa linha bem irregular. Não deve ter sido uma bela visão pra quem assistiu. Mas, para mim, foi a glória!”, relembra. Na volta a São Paulo, ela começou a correr na esteira, numa academia do bairro. Aos poucos foi dando volume ao treino e, no verão seguinte, já conseguia correr 6 km. O problema ainda era o equilíbrio. Sofreu duas quedas andando na rua, que foram suficientes para não continuar ignorando a necessidade de

incorporar um treino de fortalecimento muscular na rotina. E para isso, buscou ajuda profissional. “Quem passou a supervisionar os meus treinos foi o Flávio Prajelas, que é personal e preparador físico da academia que frequento. Ao seguir a planilha de corrida, estou percebendo as vantagens de variar a intensidade, o volume e a frequência do treino. Hoje, além da supervisão técnica, Renata conta com outros pontos de apoio que a incentivam a manter o ritmo dos treinos: ter um objetivo a longo prazo (completar a maratona da Muralha da China, em maio de 2015), variar os treinos em uma planilha bem ajustada para a meta definida e, por fim, muita música tocando bem alto no mp3. “Eu escolho as novidades, monto as setlists nos dias off e fico me distraindo com o resultado durante as corridas.” Depois de um AVC e dias de UTI, Renata apostou alto no desafio: para ela, o muro é pouco, escolheu de cara a Muralha da China. “Nos treinos procuro me divertir do início ao fim, enquanto me preparo para o dia em que terei que ser maior que a muralha.”

Foco. Para alcançar a meta de concluir a Maratona da China, Renata Monte Alegre buscou ajuda profissional e faz do treinamento uma diversão

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TREINAMENTO EDUCATIVOS

MELHORE SUA CORRIDA

créditos imagens: Jornal Corrida

Um melhor desempenho na prática da corrida exige, além da rodagem, do condicionamento físico e do fortalecimento muscular, uma compreensão da técnica e domínio nos detalhes na hora da execução do movimento. Ao contrário do que muitos defendem, a corrida é muito mais que colocar um tênis e sair por aí. Envolve muito treinamento, acessórios adequados e, principalmente, uma técnica específica que não apenas previne de lesões, mas é também fundamental para a performance. Miguel Sarkis, personal trainer, com certificação internacional em atletismo pela IAAF (International Associations Atletics Federations) e corredor há 35 anos, explica que “os exercícios educativos são fundamentais, pois além de ajudarem na coordenação, promovem o fortalecimento da musculatura envolvida no movimento”. Apesar dos nomes difíceis, quase impronunciáveis, esses exercícios possibilitam a estabilização de movimentos e melhoram a forma física geral e também a coordenação neuromotora. “O ideal é que se realize esse tipo de treinamento sob a supervisão de alguém que o possa corrigir os movimentos, para que sejam executados corretamente”, orienta Sarkis. O treinador indica realizá-los na grama, areia dura, terra batida ou pista de atletismo. Aos corredores experientes, já bem adaptados à prática, é possível a execução em areia mole, o que pode proporcionar melhor resposta no contato dos pés com o solo e na adaptação para provas em que o piso seja predominantemente de areia. “Séries de até quatro repetições, em trechos inferiores a 10 metros podem ser experimentadas mesmo por quem não tem treinador”, diz Sarkis. “Após duas semanas de prática é possível aumentar as distâncias e o volume de repetições para cada exercício.” Segundo ele, 10, 20, 50 e até 100 metros são distâncias que podem ser consideradas médias e altas para todos os níveis de corredores. Sarkis recomenda: “educativos em trechos superiores a 50 metros apenas para corredores já consolidados, que percorrem os 10 km em 50 minutos ou menos”.

www.jornalcorrida.com.br mais informações acesse o link goo.gl/uWKvT8

Hopserlauf. Corpo levemente para

Sprunglauf. Corpo levemente para

Skipping. Corpo ereto. Correr em linha

Anfersen. Correr em linha reta

a frente. Correr saltitando em linha reta, elevando joelhos e braços alternadamente a 90 graus. Ao descer, os pés tocam o solo simultaneamente e paralelos.

reta flexionando braços e joelhos (alternadamente) a 90 graus.

a frente. Correr saltitando em linha reta, elevando joelhos e braços alternadamente a 90 graus. Ao descer, o pé de trás toca o solo primeiro e o da elevação mais à frente.

“chutando” os glúteos com o calcanhar.

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GENTE

2.

créditos imagens: @betapalma/Jornal Corrida

1.

MARATONISTAS Dos mais de 18 mil inscritos na última edição da Maratona de São Paulo, pouco mais de 2 mil corredores desafiaram o calor e o asfalto paulistano para percorrer os 42.195 metros. Parabéns a todos!

3.

1. Marcos Marinho 2. Luiz da Cunha 3. Verônica Molken 4. Gustavo Pisati 5. Antonio Almeida 6. Pedro Neto 7. Denize Pereira

7.

6.

5.

Quer sua foto publicada nesta seção? Acompanhe o Jornal Corrida pelo Facebook e participe de nossas promoções. facebook.com/fanpagejornalcorrida ou acesse pelo link on.fb.me/18U7Cau

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4.


GENTE

SOS

SOLIDARIEDADE

crédito imagem: arquivo pessoal

Rosangela Figueredo é uma das principais atletas da

corrida de rua em São Paulo. A baiana que começou a correr em 2000 e nunca mais parou, sempre esteve acostumada com o pódio. No seu histórico, ostenta 36’15” como melhor tempo nos 10 km. Mas no meio da trajetória dessa corredora uma fatalidade, além de afastá-la das provas, tirou a vida de seu treinador e marido (o professor Fábio da assessoria Tavares). Com fraturas no fêmur, joelho e punho, Rosangela se recupera, sem previsão de quando ou como voltará a correr. “Eu não pretendo deixar de correr nunca. Se não der para competir, vou continuar correndo apenas por qualidade de vida.” Para apoiarem a atleta, que mesmo sem competir continua recebendo todo o suporte da Montevérgine (seu patrocinador principal), corredores e amigos criaram uma fan page no Facebook (SOS Rosangela Figueredo) com objetivo de captar doações. Participe você também! acesse a Fan Page SOS Rosangela Figueredo no link goo.gl/he6Jrr


NUTRIÇÃO

cardápio

receita de bom humor É cientificamente comprovado que os alimentos

influenciam as funções do organismo, não apenas fisicamente. Alguns nutrientes são responsáveis pela produção dos neurotransmissores, substâncias químicas que favorecem a comunicação entre as células cerebrais, entre eles a serotonina – diretamente ligada ao humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, entre outras funções. Segundo especialistas, a maneira mais eficaz de manter a disposição e o bem-estar é consumindo carboidratos, pois fornecem glicose – combustí-vel para o sistema nervoso central – e aumentam a produção de triptofano, matériaprima para a fabricação de serotonina. Já as fibras

Para...

crédito imagem: @dreamstime

correr para viver melhor

facilitam o trabalho do intestino, fazendo com que as pessoas terminem o dia menos irritadas. Grãos integrais, nozes e carne de porco, ricas em vitaminas do complexo B, combatem a irritação e fornecem energia. Para tirar o máximo das suas refeições. Faça pequenos lanches entre o café da manhã, almoço e jantar. Quando sentimos fome, a adrenalina e o cortisol entram em ação. Resultado: nervos à flor da pele. Confira na tabela alimentos que podem colaborar para um dia a dia mais leve e alegre. www.jornalcorrida.com.br acesse o link e leia mais bit.ly/1dqk1Jj

Coma..

José Rubens D’Elia é diretor da assessoria esportiva D’Elia Sports. Aos domingos, das 22h às 24h, na Rádio Globo, tem um quadro sobre corrida chamado nas Passadas da Globo, apresentado por Jesse Nascimento.

Evite...

acalmar

alface, maracujá, castanha-do-pará jejuns prolongados

combater o estresse

cenoura, laranja, goiaba, caju

bom humor e disposição

batata, carnes magras, clara de ovo gorduras em geral

depressão

espinafre, jabuticaba, amendoim

álcool e açúcar

ansiedade

banana, maçã

café

A corrida é ferramenta essencial na preparação física para todos os esportes e, além dos benefícios físicos, também colabora para a nossa saúde mental. A modalidade é uma ótima base estrutural, já que o fortalecimento cardiovascular favorecido pela prática é básico para quase todos os esportes. A atividade, por ser aeróbia, exige um consumo maior de oxigênio. Esse oxigênio, acompanhado de substâncias como serotonina, dopamina e endorfina, liberta a nossa criatividade e energia, ingredientes responsáveis para mandar os problemas e o estresse para longe. Ao eliminar os pensamentos negativos, é possível encarar a rotina de maneira bemhumorada o que, consequentemente, afetará sua rotina de maneira positiva. É importante ressaltar que durante o exercício o corpo conta com enzimas corporais e com alguns alimentos para prevenir a formação dos radicais livres. Dessa forma, é essencial que a alimentação contenha fontes antioxidantes para evitar a fadiga e a perda da massa muscular. Ficou com vontade de começar? Lembre-se de fazer uma avaliação médica para saber quais são seus limites.

café e chá preto

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A INSCRIÇÃO

É O PRIMEIRO

PASSO

PARA O SEU PRÓXIMO

DESAFIO.

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SAÚDE

corpo, mente e alma

Na virada do século 21, o psicólogo e cientista

social David Niven ficou mundialmente conhecido por traduzir de maneira simples o que as descobertas científicas diziam sobre saúde e bem-estar. Seu livro “Os 100 Segredos das Pessoas Saudáveis” foi um best seller global ao explicar, com base nas pesquisas de médicos e especialistas, as pequenas atitudes que fazem diferença para sua saúde. Separamos alguma dessas dicas: 1) A busca pelo corpo perfeito é ilusão Esforçar-se para adotar um estilo de vida saudável é excelente. Mas tentar alcançar o resultado perfeito, não é bom. Quando buscamos a perfeição, estamos nos condenando ao fracasso. Perfeição não existe. A melhora é um processo. Procure ter um corpo saudável, não um modelo de vitrine. 2) Mantenha alimentos saudáveis ao seu alcance As pessoas tendem a comer o que está ao alcance das mãos. Se você mantém alimentos saudáveis à mão, a probabilidade de enganar a fome com eles é muito maior. Pesquisas da Universidade da Carolina do Norte descobriram que o consumo de frutas e

verduras é 32% maior em áreas com supermercados que vendem esses produtos. 3) O que você faz é importante Saúde não é como loteria. Não somos apenas atingidos ao acaso por doenças. Muitas delas são causadas por nossas decisões e comportamentos. O câncer é o vilão nas listas das enfermidades que as pessoas mais temem. Pesquisas descobriram que metade dos casos tem origem no estilo de vida. 4) Dê um tempo para você A maioria das pessoas costuma ter a sensação de que um dia é curto demais. Dê a você mesmo um tempo para pensar, sentir, refletir, todos os dias. Pesquisadores da Universidade de Winsconsin concluíram que pessoas que meditam regularmente têm níveis mais elevados de anticorpos, que contribuem para o combate às doenças. 5) Respire direito Essa é a maneira mais fácil e eficiente de proteger sua saúde. Graças à respiração, melhoramos nossa digestão, sono, circulação, diminuímos a ansiedade e estabilizamos a frequência cardíaca. Pesquisadores

crédito imagem: @dreamstime

SEGREDOS DA VIDA SAUDÁVEL

da Universidade Harvard chegaram à conclusão de que respirar profunda e calmamente a partir do abdome desencadeia um fluxo sanguíneo rumo ao cérebro, reduzindo em 65% o estresse. 6) Nunca somos velhos para mudar nossos hábitos Seja qual for sua idade, melhorar seus hábitos pode melhorar sua saúde. Pesquisas realizadas na Universidade Case Western Reserve apontaram que o aumento de exercícios, entre pessoas com mais de 60 anos melhora o estado geral da saúde, gera uma maneira mais positiva de encarar a vida e aumenta em 20% a expectativa de vida. 7) Ter sempre razão não é bom para a saúde Achar que estamos sempre certos não é apenas uma característica social negativa, mas também um hábito nocivo à saúde. Estudiosos da Universidade de Bradford, Inglaterra, descobriram que 62% das pessoas inflexíveis experimentaram altos índices de estresse, que afetou seu sistema imunológico. www.jornalcorrida.com.br acesse o link e leia mais bit.ly/1dqk1Jj


MOCHILA

NA K 2 4

mizunobr.com.br/uphill #mizunouphill

ID SUB

A.


A NATUREZA DO

FAAS 100 R NADA ATRAPALHA A RELAÇÃO ENTRE ELE E O ASFALTO O Faas 100 R é o modelo mais leve e veloz da linha PUMA Faas. Toda a sua construção e o drop de 0mm estimulam a pisada com o meio do pé, a chamada corrida minimalista.

CABEDAL Malha respirável com aplicações de faixas internas para melhor suporte e ajuste do tênis aos pés.

FAASFOAM + Tecnologia FaasFoam + aplicada na entressola de peça única, que gera amortecimento, leveza, resistência, conforto e resposta a pisada.

SOLADO Tecnologia Evertrack com aplicações de borracha de carbono nas áreas de maior atrito, aumentando a durabilidade.


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