JUN/JUL/AGO 2015 | DECORAJLLE.COM.BR
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PALAVRA DO PRESIDENTE É com muita satisfação que entregamos a você, leitor, mais uma edição da revista DECORA Joinville, publicação do Núcleo de Decoração da ACIJ. Neste número, trazemos, como sempre, assuntos diversos do mundo da arquitetura e do design. A matéria de capa traz um lindo apartamento, decorado pela equipe do escritório D+ Interiores. O projeto tem como grande destaque a área social, composta por salas e um amplo espaço gourmet, já que a família gosta muito de receber visitas. Alana Scheller e Stela Gervini Pereira são as profissionais
Fernando Jackson Dadan Presidente do Núcleo de Decoração da ACIJ Exercício 2015/2016
que entrevistamos nesta edição. Ambas apaixonadas pela arquitetura, elas contam um pouco dos desafios e prazeres da profissão que abraçaram. E quem disse que espaços pequenos não têm solução? O arquiteto Marcelo Filipe mostra o projeto de um apartamento pequeno, mas com muito charme e totalmente funcional. Com inspiração no litoral, o local é lar de um jovem casal que está
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com o primeiro herdeiro a caminho. Entrevistamos a Gerente de Patrimônio da Fundação Cultural de Joinville (FCJ), Anne Soto, que falou sobre a importância
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dos imóveis tombados para o município e para a preservação da cultura e dos costumes joinvilenses de outrora. É primavera, tempo de jardins floridos e muitas cores. Neste
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número, dicas preciosas de Denise Kampamann, da Flora Hardt, sobre como deixar seu jardim simplesmente lindo! Em tempos de crise energética, nosso espaço sobre Sustenta-
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bilidade traz uma importante matéria sobre energia solar. Enfim, temas variados deste fascinante mundo do design e da arquitetura completam a edição. Esperamos que todos tenham uma excelente e proveitosa leitura.
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Até a próxima!
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SUMÁRIO
36
26
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06 VITRINE
36 O QUE EU VI LÁ
12 FAÇA VOCÊ MESMO
42 ESPAÇO AMPLO
Móveis, objetos, acabamentos...
Faça seu banquinho de ferro sustentável
14 AGENDE-SE
Os principais eventos nacionais e internacionais
16 ACONTECEU
Os eventos do Núcleo de Decoração da ACIJ
18 SUSTENTABILIDADE Energia solar
22 MOBILIDADE URBANA
Milão – Arquitetura precisa ser vivenciada Espaço para quem é de casa
50 PEQUENOS ESPAÇOS, GRANDES IDEIAS Clima litorâneo em Joinville
54 PAISAGISMO
Prepare o jardim para a primavera
56 PATRIMÔNIO
Preservar para aprender
Espaço que sobra entre as coisas
24 GASTRONOMIA
Mercearia Sofia: gastronomia e arte
26 HISTÓRIA DO DESIGN O casal de ouro do design
32 COISA DE PROFISSIONAL
Alana Scheller – A união entre artes e exatas
34 COISA DE PROFISSIONAL
Stela G. Pereira – Paixão pela arquitetura
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EXPEDIENTE Decora Joinville é uma publicação do Núcleo de Decoração da ACIJ Produzida sob contrato pela PDOIS+IDEIAS – www.pdoismaisideias.com.br – Edição e Coordenação: Jean Bernardes Jornalista Responsável: Fabiana Carrara MTB/SP 26.602 – Projeto Gráfico e Diagramação: Equipe PDOIS+IDEIAS Revisão: Carolina Machado – Conselho Editorial: Alfredo Perez Albert, Antonio Seme Cecyn, Catia Bittencourt, Denise Kampmann, Fernando Jackson Dadan, Nathan Gunther, Olavo Otávio de Souza, Victor Beduschi e Vilmar Lovato. Coordenação ACIJ: Philippe Reiser – Para anunciar: reiser@acij.com.br ou pelo telefone (47) 3461-3336.
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VITRINE
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VITRINE
VERSATILIDADE A cortina Duplex Betânia, da Tularte, é
moderna, prática e versátil. Composta de
voil trabalhado com forro em microfibra, a ser instalada em um único varão, traz uma
inusitada mistura de cores e texturas que
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VITRINE
Laca colorida Já que a moda pede muita cor, por que não
apostar na laca colorida? Charmosos e elegantes,
os móveis feitos com esse material dão mais vida ao ambiente, além de conferir um ar de modernidade a qualquer espaço.
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FAÇA VOCÊ MESMO
Faça o seu banquinho de ferro sustentável e charmoso Texto Fabio Basso para Fabiana Carrara / Fotos Luciano Andrade O empresário e designer Fabio Basso mostra, passo a passo, como criatividade e sustentabilidade podem mobiliar e decorar seu espaço com design e bom gosto.
Materiais que você vai usar
Vamos a um ferro-velho, pois lá está cheio de engrenagens e polias, retalhos ou até mesmo volantes de registros a preço de banana. Agora que já compramos nossa engrenagem de 8 kg e um volante de registro de 3 kg, encontramos também um tubo redondo para servir de eixo e podermos encaixar a base e o assento. A questão agora é escolher as cores e meter a mão na massa. Depois de limpar e lixar as três peças que vamos usar nesse projeto, coloque-as sobre uma mesa para pintar. Uma dica para pintar o ferro fundido é utilizar tinta spray fosca para que o acabamento fique bom. É isso aí! Com tudo colorido, você pode montar! Nossa base vai ser a engrenagem que pintamos de azul. O tubo que pintamos de preto vai servir para nosso eixo de ligação com o assento. Nosso volante de registro que pintamos de laranja ficou bem confortável como acento e agora vamos curtir e usar o banquinho D.Caza. Lembrando que um banquinho de ferro diferenciado custa nas lojas entre R$ 250,00 e R$ 450,00. Nossa dica vai custar R$ 80,00 e render muita história para contar! ●
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Fabio Basso
Canal Youtube: Fabio Basso Facebook/fabio.basso
Veja o vídeo em nossa versão mobile
AGENDE-SE
EVENTOS NACIONAIS Seminário Habitar 2015
Data: 20 a 22 de outubro Local: Belo Horizonte | MG
Informações: www.forumhabitar.com
Expo Arquitetura Sustentável 2ª Feira Internacional de Construção, Reforma, Paisagismo e Decoração
Data: 20 a 22 de outubro
Local: Expo Center Norte | São Paulo | SP
Intercon – Feira e Congresso da Construção Civil
Informações: www.expoarquiteturasustentavel.com.br
Data: 21 a 24 de outubro
Local: Complexo Expoville | Joinville | SC Informações: www.feiraintercon.com.br
Feicon Batimat Nordeste
Data: 22 a 24 de outubro
Local: Centro de Convenções de Pernambuco Recife | PE
Fórum Urbano 2015
Data: 10 a 12 de novembro
Local: Expo Center Norte | São Paulo | SP Informações: www.expo-urbano.com
Informações: www.feiconne.com.br
EVENTOS INTERNACIONAIS
Casa FOA 30 anos
Data: 23 de outubro a 30 de novembro Local: Buenos Aires | Argentina Informações: www.casafoa.com
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Batimat – Salão Internacional da Construção
Data: 2 a 6 de novembro
Local: Parc des Expositions de Paris Nord Villepinte Paris | França
Informações: www.batimat.com
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Wall Decor, a última palavra em decoração.
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ACONTECEU Nucleados comemoram o sucesso dessa ação social.
Núcleo entrega obras no Ancionato Bethesda No final de julho, foi realizada a entrega da Sala de
sem palavras.” A ação surgiu com a ideia do Núcleo de
O projeto é uma ação do Núcleo de Decoração da ACIJ e
que o Ancionato precisava de algumas almofadas novas
Ativação do Ancionato Bethesda, totalmente reformada. contou com a participação de todos os nucleados.
Além da sala, os hóspedes do Ancionato realizaram um sonho antigo: ganharam também um jardim com uma bela fonte.
A TV e alguns materiais utilizados na reforma foram adquiridos com o dinheiro arrecadado em almoço
beneficente, promovido pelo Núcleo, no ano passado e algumas empresas colaboraram diretamente, doando
materiais para a execução da obra: Flora Hardt (jardim e doação da fonte); Cecyn Arquitetura (projeto da Sala
de Ativação); Promacal (persianas); Madville (materiais
para os móveis); MoArte (execução dos móveis); Luzville (instalação elétrica e iluminação); Parsom (cadeiras); Rei das Divisórias (gesso); Tinto Max (tintas e pintura).
Catia S. Bittencourt, presidente do Núcleo na época da ação, diz que o trabalho foi muito gratificante.
“Ver o sorriso no rosto dos idosos por receberem um espaço com conforto para suas atividades me deixa
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realizar um trabalho social. Quando Catia ficou sabendo para o refeitório, foi até lá e constatou que a necessidade era muito maior. “Voltei decidida a abraçar essa causa, conversei com os outros nucleados, que também
aceitaram o desafio”, revela. “Foi mais complexo do que
imaginamos, mas valeu a pena e faríamos tudo de novo”, completa Catia.
A Especialista em Gerontologia e responsável pela
Supervisão de Serviços do Ancionato, Cristiane Gilgen, conta que a Sala de Ativação reformada injetou novo
ânimo nos moradores, que ficam superanimados quando são convidados a utilizar o espaço. “Conseguimos até
mais gente para fazer exercícios depois da sala nova”,
revela. Cristiane explica que os recursos arrecadados pela entidade são suficientes para manter as necessidades dos idosos no dia a dia, mas verba para qualquer reforma ou
aquisição só mesmo pela boa vontade de pessoas - físicas
ou jurídicas. “Quando o Núcleo chegou falando que queria ajudar foi maravilhoso!”, comemora.
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SUSTENTABILIDADE
COM A AJUDA DO SOL Texto Fabiana Carrara / Colaboração Sr Márcio Isidoro – Diretor de Marketing da WEG S.A. A busca por sistemas alternativos de geração de energia se tornou uma constante nos últimos anos, motivada pelo aumento do consumo e da tarifa, além da diminuição das reservas hídricas. Até 2020, estima-se um aumento de 55,6% na demanda por energia elétrica no Brasil. Para ajudar a suprir essa necessidade, cada
• Áreas isoladas.
vez maior, uma das alternativas é o uso da energia solar
• Sistemas híbridos (funciona em conjunto com
fotovoltaica, que utiliza células solares para converter diretamente a luz do sol em eletricidade. Usado há mais de dez anos nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, o painel fotovoltaico, instalado diretamente na residência e conectado diretamente na rede, capta a energia do sol e a transforma em energia elétrica. Caso se produza mais do que se consome, a energia excedente é disponibilizada na rede e será convertida em crédito para posterior consumo.
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Além de edificações conectadas à rede, os painéis fotovoltaicos podem ser instalados em:
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outras fontes de energia, como a eólica).
• Centrais fotovoltaicas (produzem uma grande quantidade de energia em um único ponto, normalmente próximo a indústrias, onde a demanda é grande).
• Em bens de consumo (células fotovoltaicas podem ser aplicadas em diversos equipamentos elétricos, como relógios, calculadoras e brinquedos).
Como a energia do sol é convertida em eletricidade? 1 As células solares captam a radiação do sol e utilizam os fótons da luz para gerar eletricidade.
2 Essa eletricidade, que está em corrente contínua e é variável, passa pelos inversores para que seja convertida em corrente alternada com as características da nossa rede elétrica.
3 Depois de passar pelo inversor, a eletricidade solar poderá ser usada para alimentar os aparelhos elétricos da residência.
4 Caso a energia não for toda consumida, ela é disponibilizada na rede ou armazenada em baterias.
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SUSTENTABILIDADE
Facilidades
Vantagens
País tropical, com grande incidência da luz
O uso da energia fotovoltaica traz benefícios
solar, o Brasil é privilegiado. A radiação solar na região menos ensolarada do país é 40% maior que na região mais ensolarada da Alemanha, por exemplo, que é um dos líderes no uso da energia fotovoltaica. Além disso, o Brasil possui uma das maiores reservas de silício (material semicondutor que, em contato com as células solares, gera
importantes, como:
• Redução de perdas por transmissão e distribuição
de energia, já que a eletricidade é consumida onde é produzida.
• Redução de investimentos em linhas de transmissão e distribuição.
• Baixo impacto ambiental. • Fornecimento de maiores quantidades de
eletricidade nos momentos de maior demanda.
eletricidade) do mundo.
Investimento A WEG, de Jaraguá do Sul, aposta no mercado de energias sustentáveis, entre elas a energia solar. A empresa é responsável por quase 10% da energia utilizada em Fernando de Noronha. Isso porque instalou, na ilha, uma usina solar fotovoltaica de 450 kWp (quilowatts-pico) e outra de 500 kWp.
Sobre a WEG Fundada em 1961, a WEG atua principalmente no setor de bens de capital e é um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos eletroeletrônicos, atuando em cinco linhas principais: motores, energia, transmissão & distribuição, automação e tintas. Presente em mais de 100 países, a companhia atende a todos os segmentos da indústria, incluindo petróleo e gás, mineração, infraestrutura, siderurgia, papel e celulose, energia renovável, entre muitos outros. Para saber mais, basta acessar o site: www.weg.net ●
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MOBILIDADE URBANA
ESPAÇO QUE SOBRA ENTRE AS COISAS Texto Arno Kumlehn – Arquiteto Urbanista Não se concebe aglomerado urbano sem espaços destinados para circulação, onde se realiza o “direito de ir e vir e também ficar”.1 O sistema viário urbano pode ser descrito como caminhos formados por três partes, um destinado ao trânsito motorizado e dois espaços laterais para circulação de pedestres. Sobras laterais, as calçadas objetivam propiciar às pessoas deslocamentos seguros pela cidade, de muito tratados como lugares de segunda classe pelo foco dado ao tráfego motorizado, na anulação da rua como espaço comunitário e solidário, na baixa densidade populacional e na falta de critérios para acessos. Pior em Joinville, onde em favor do modal motorizado os acessos “não obedecerão às regras estabelecidas”,2 dito em lei, permitindo rebaixar guias na totalidade da testada do lote para usos comerciais e serviços. A tragédia urbana é banalizada na soma de acidentes e desrespeito às diretrizes da cidade de direito, vista “para além da nossa porta”3 num misto de impotência e cumplicidade. Calçadas “enfeitadas” com buracos, sem sinalização, iluminação adequada e paisagismo, descontínuas ou inexistentes, onde o pedestre órfão em meio hostil rivaliza mobilidade com o “homem de ferro”,4 percebido por qualquer pessoa que observe seu caminhar no ambiente urbano. Estudo constatou “nove quedas por grupo de mil habitantes”5 em calçadas do Brasil quando o cidadão estava na condição de pedestre. Descaso, omissão ou dúvidas quanto à paternidade para solução de problemas da mobilidade dos pedestres imputam agora dever aos municípios na construção, manutenção e adaptação para fins de acessibilidade
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de calçadas. A sociedade tem poder de exigir através do Estatuto da Pessoa com Deficiência6 planos de caminhos acessíveis e passeios em vias existentes, focando polos geradores de circulação de pedestres e preferencialmente integrados aos transportes coletivos. Rotas para favorecer deslocamentos da dimensão humana são alternativas de mobilidade urbana sustentável, segura e saudável, induzindo convivências, recursos urbanísticos das cidades para pessoas. ●
Arno Kumlehn
Arquiteto Urbanista
Consultor de Legislação Urbanística Membro do Conselho da Cidade de Joinville
1. Expressão latina, usada para indicar que os efeitos de lei atingem todos os indivíduos de uma determinada população. 2. Lei Complementar nº 391, de 11 de novembro de 2013, que acrescenta o § 3º ao artigo 6º da Lei Complementar nº 202, de 17 de abril de 2006. Dispõe sobre a execução e consertos de calçadas no município de Joinville. 3. HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 48. 4. “Em nossa sociedade, consolidou-se o mito de que o carro é o instrumento que transforma todos os cidadãos comuns... Basta acelerar e os outros seres inferiores, vistos através do para-brisa que saiam da frente.” A cultura do homem de ferro. Revista dos Transportes Públicos – ANTP, Ano 17, 1995, 2º trimestre, p. 13. 5. Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas Brasileiras, 2003, IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, p. 17. O estudo ainda apresentou um custo médio de R$ 2.500,00 por queda. 6. Lei 13.146/2015 (lei ordinária) 6/7/2015. Institui a lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (estatuto da pessoa com deficiência).
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GASTRONOMIA
gastronomia e arte Texto: Fabiana Carrara / Fotos: João Guilherme da Costa
N
a definição do proprietário Therence Mir, a Mercearia Sofia é “um lugar único”. O restaurante, inaugurado há dez anos, tem como proposta principal ser um provedor da gastronomia e da cultura espanhola. Para Therence, é a manutenção das suas origens. Filho do artista plástico hispano-brasileiro Antonio Mir, ele herdou das avós o gosto pela culinária. Do pai, veio o lado artístico, já que Therence também produz arte. A união de seus dois talentos pode ser vista na Mercearia, que conta com uma Sala de Artes, onde são feitas exposições de telas, gravuras e esculturas. Você é artista. Quando e de que forma a gastronomia entrou na sua vida? Meus pais me tiveram quando eram ainda muito jovens: minha mãe tinha 17 anos e meu pai, 21. No início de carreira do meu pai, para que o artista pudesse, digamos assim, se manter com arte nos anos 1960/1970 e início dos 1980, a forma era participar de salões pelo Brasil e pela América Latina. Era durante o regime militar e
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portanto não tinha um mercado de arte como nos tempos atuais. Assim, eles viajavam muito, e eu fiquei na minha infância muito tempo com as minhas avós Mila (materna) e Mamá (paterna). Elas eram excelentes cozinheiras do dia a dia. Então, muitas das minhas brincadeiras eram ajudar na cozinha, como pegar lenha, descascar legumes, escolher feijão, plantar na horta etc. Com o passar do tempo, já com meus pais mais em Joinville, era comum estarmos sempre em festas e rodeados por gastronomia. Consequentemente, os acessos aos prazeres da mesa iam cada vez mais definindo o meu mundo e talento. Sem falar que, por alguns anos, íamos todos os finais de semana para a Praia de Capri, em São Francisco do Sul. Vivia pescando e já cozinhando. Na adolescência, fui morar com meu pai em Cabeçudas, Itajaí. Solteiros, o trivial da cozinha acabou ficando para mim, é claro! E também sempre estava na casa de amigos cozinhando, bebendo e comendo iguarias. Nesse mundo da arte, a gastronomia está implícita!
A Mercearia Sofia é um restaurante aparentemente simples, mas de uma riqueza imensurável.
“
Queremos que aqui todos se sintam
bem tranquilos e em paz... Esse é o
”
nosso alimento e sentimento!
Fale um pouco sobre essa fusão de gastronomia e arte proposta pela Mercearia Sofia. A base de tudo é a cultura espanhola. Quando se fala na Espanha, se pensa em quê? E isso já está muito retratado na minha obra, essa fusão. Os temas, as cores e a criação. Os pratos em que as refeições são servidas, nossas sugestões, foram pintados à mão pelo meu pai. Temos uma sala de artes aqui e muitas obras foram espalhadas pela casa. É um movimento natural, de berço e, principalmente, que respeita as origens. Em relação ao espaço físico, à decoração do espaço. Quais são as principais características? Qual é a proposta? Nosso ambiente tem como base o rústico clean, tentando ser o mais simples e autêntico dentro das características do local escolhido, mantendo as tradições espanholas de bodegas e o gosto dos joinvilenses. Temos horta própria, parquinho ecológico para as crianças, estacionamento
amplo e seguro, dois ambientes bem-definidos, sendo um ao ar livre debaixo de um enorme flamboyant vermelho, balcões de bar, churrasqueira com fogão a lenha para clientes, parreiras de uvas, e sempre estamos mudando, movimentando com obras de arte ou outros. Eu cuido disso tudo. É a minha terapia semanal. Nossos clientes trocam mudas, trazem artigos decorativos das viagens para a gente colocar aqui. Queremos que aqui todos se sintam bem tranquilos e em paz. Nosso objetivo não é cozinhar, e vender comida, e usar a arte como elemento decorativo, mas cada dia mais receber o carinho de todos, como tem sido por esses dez anos. Esse é o nosso alimento e sentimento! ● Mercearia Sofia
Rua Aubé, 772 – Boa Vista 47 3028-2404 www.merceariasofia.com.br JUN/JUL/AGO 2015 | DECORAJLLE.COM.BR
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HISTÓRIA DO DESIGN
Charles e Ray Eames, O casal de ouro do design Texto: Fabiana Carrara / Fotos: Reprodução
“
Muito à frente de seu tempo, o casal tinha uma visão bem clara da praticidade que um bom design deve proporcionar, mas sabia também a importância da beleza. 26
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”
C
uriosidade e entusiasmo sem limites. Essas características, em uma só pessoa, já têm tudo para render bons frutos. Agora imagine quando duas pessoas
curiosas e entusiasmadas com as inúmeras possibilidades que a vida oferece se juntam? O resultado só pode ser sensacional! Esse é justamente o caso de Charles e Ray Eames que, muito mais que um casal à frente de seu tempo, formaram uma dupla única no design mundial. Suas criações foram tão significativas que mesmo hoje, décadas após ganharem vida, continuam exalando modernidade.
De cima para baixo em sentido horário: O casal em seu estúdio em Venice na Califórnia, Charles verificando a estrutura metálica de uma de suas criações, o Pavilhão “Egg” da IBM e detalhe do escritório da dupla.
Charles Ormond Eames Jr., arquiteto, e Bernice
contemporâneas, extremo conforto e a elegância
Alexandra Eames, artista plástica, se conheceram em
criada na famosa combinação madeira compensada +
1940 na Cranbrook Academy of Arts, em Chicago.
couro macio. A cadeira, moldada no final dos anos 40,
No ano seguinte, já estavam casados e permaneceram
pertence permanentemente à coleção do Museu de Arte
juntos até a morte de Charles, em 1978. Afinados não
Moderna de Nova York.
só na vida pessoal como também na profissional, juntos
Posteriormente, outras mobílias chegaram para consolidar
produziram peças que se transformaram em verdadeiros
a carreira de Charles e Ray no mercado de design da
ícones. O casal de ouro do design americano, com seu
época: a aconchegante Eames Chaise; a clássica cadeira
estilo ao mesmo tempo simples e genial, empreendeu
Shell Chair, também conhecida por Eames Molded Plastic
uma revolução no design do século XX.
Chair; o Sofá Eames; as mesas Wire-Base Table e Eames
Uma das características mais marcantes do casal é que
Wire Base Elliptical; a Cadeira Eames Wire; e os armários
não havia um estilo definido em suas criações. Cada
e gabinetes Eames Storage Unit.
trabalho era adaptado à necessidade do momento.
O trabalho era o centro de suas vidas. Charles e
A primeira peça de design criada por eles que fez
Ray moraram a maior parte de sua história em uma
sucesso foi a cadeira Lounge Chair and Ottoman,
casa genial projetada por eles, a Case Study House.
poltrona mundialmente popular por suas formas
Construíram um estilo maravilhosamente simples e JUN/JUL/AGO 2015 | DECORAJLLE.COM.BR
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HISTÓRIA DO DESIGN
Foram muitos os itens de mobiliário criados pelo casal e que até hoje carregam essa marca de ousadia e modernidade
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HISTÓRIA DO DESIGN A Casa Eames, projeto feito pelos ícones do design Charles e Ray Eames, fica localizada nos arredores de Los Angeles, na Califórnia.
ficaram conhecidos por celebrar a beleza do cotidiano. Muito à frente de seu tempo, o casal tinha uma visão bem clara da praticidade que um bom design deve proporcionar, mas sabia também a importância da beleza. Um crítico de design disse, certa vez, que esse casal incomum “só queria fazer do mundo um lugar melhor”. Ao que tudo indica, conseguiram também fazer do mundo um lugar bem mais bonito.
Charles e Ray no cinema A vida de Charles e Ray, sua relação amorosa, sua arte e a revolução que empreenderam no design do século XX viraram tema do longa-metragem Eames: the architect and the painter, de 2011. Dirigida por Jason Cohn e Bill Jersey, a obra reúne trechos de filmes realizados por Ray (que também era cineasta), além de cenas inéditas do acervo pessoal do casal, cartas de amor, fotografias e objetos desenhados e executados por eles até então desconhecidos do público. ●
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COISA DE PROFISSIONAL
A união ENTRE artes e exatas Texto: Fabiana Carrara / Fotos: Arquivo Pessoal
F
ilha de uma artista e de um engenheiro, a joinvilense Alana Scheller nutria paixão especial pelas duas áreas: artes e exatas. Um teste vocacional ajudou a então garota a se decidir, unindo os dois gostos em uma só profissão, e ela foi, feliz da vida, para a faculdade de arquitetura. Formada na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e pós-graduada em Gestão de Design pela FCJ (Faculdade Cenecista de Joinville), Alana define a arquitetura como uma profissão para quem prefere a renovação constante à rotina.
Alana Scheller Contato: (47) 9929-2256
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Assim que se formou, em 2004, Alana, que estudava em Florianópolis, voltou para Joinville e começou a trabalhar em um escritório de arquitetura. Posteriormente, foi para uma conhecida loja de móveis e, dois anos depois, abriu seu próprio escritório. Atualmente, trabalha com projetos de reforma e de interiores nos três nichos: residencial, comercial e corporativo. Além do trabalho em seu escritório, ela integra a Câmara Setorial de Arquitetura da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Joinville.
Beleza e funcionalidade, marcas registradas nos projetos de Alana.
“
Gosto de ver e
vivenciar as diferentes formas de morar,
trabalhar e se relacionar
”
de cada cliente.
A arquiteta conta que, profissionalmente, tem suas preferências de estilo, mas para definir e guiar as escolhas do cliente os projetos são moldados de acordo com cada perfil e necessidade. “Gosto de ver e vivenciar as diferentes formas de morar, trabalhar e se relacionar de cada cliente”, conta. Para Alana, um dos aspectos mais importantes de sua profissão é a oportunidade de participar ativamente da transformação dos espaços, criando uma forma ainda mais agradável de viver. ● JUN/JUL/AGO 2015 | DECORAJLLE.COM.BR
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COISA DE PROFISSIONAL
Paixão pela arquitetura Texto: Fabiana Carrara / Fotos: Arquivo Pessoal
E
mbora seja filha de Engenheiro Civil, Stela Gervini Pereira nunca havia se interessado pelos projetos hidráulicos
que o pai fazia e nem passava por sua cabeça estudar
arquitetura. Até que uma amiga lhe apresentou a profissão e suas muitas possibilidades, e ela se encantou! Durante a faculdade, trabalhou com o pai e logo que se formou, na
Universidade Federal de Pelotas, veio para Joinville, onde
iniciou sua carreira profissional. Inicialmente, trabalhou em
escritórios de arquitetura, teve uma empresa de Arquitetura e Engenharia por 10 anos e, agora, diz que que encontrou sua
parceira ideal: Graziela Bächtold, com quem trabalha há quase 20 anos. “Sempre digo que não temos os mesmos pais, mas Stela Gervini Pereira Contato: (47) 9971-7131
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somos irmãs de coração”, fala.
“
E, de tudo isso, o melhor sempre é o resultado final, o orgulho e a satisfação em ver o cliente feliz!
”
As duas atuam, principalmente, em projetos
sempre – e muito – cada espaço. “É realmente
institucionais, corporativos e comerciais. Stela conta
que criamos no escritório. E, de tudo isso, o melhor
residenciais, mas também elaboram projetos
que o trabalho todo é realizado em função do cliente. “Já fizemos projetos muito diferentes entre si, desde uma residência toda provençal, superdelicada e
mimosa, com papéis de parede de estampa floral e
com passarinhos; projetos contemporâneos, com linhas retas e cores neutras; e projetos clássicos, com móveis antigos e objetos de arte contanto suas histórias”, destaca Stela.
A arquiteta conta que o que mais a atrai em sua
profissão é a possibilidade de transformar, de melhorar
maravilhoso ver uma obra se transformando no projeto sempre é o resultado final, o orgulho e a satisfação em ver o cliente feliz!”, fala.
Completamente apaixonada pelo que faz, Stela diz que a arquitetura lhe traz questionamentos, incertezas,
mas também muitas surpresas sobre a forma como as
pessoas vivem, se relacionam, pensam o “morar”. “Para mim, minha profissão é um desafio constante de fazer
o melhor para ajudar a transformar espaços, sejam eles como forem, em áreas de convivência, com pessoas mais felizes”, encerra.●
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O QUE EU VI LÁ
“A Arquitetura precisa ser vivenciada” Texto: Fabiana Carrara / Colaboração: Luis Eduardo S. Thiago / Fotos: Arquivo Pessoal e reprodução
P
ara Luis Eduardo S. Thiago, o Daia, a arquitetura
e com a participação de dezenas de nações. Esta
revistas ou navegar pela internet. É por essa razão
tema “Alimentando o Planeta, Energia para a Vida” e
precisa ser vivenciada, sentida. Não basta folhear
que ele e seus sócios no escritório Metroquadrado – Marcos Deretti e Miguel Cañas Martins – realizam,
anualmente, uma viagem de pesquisa, de onde trazem
experiências e vivências que irão se refletir, de alguma maneira, em seu trabalho.
a proposta de promover o debate sobre como nutrir o planeta de forma sustentável, justa e saudável,
promovendo as identidades culturais. Mais de 20
milhões de visitantes são esperados em 1 milhão de metros quadrados!
Este ano o destino escolhido foi Milão e o objetivo
O Pavilhão do Brasil possui quatro mil metros
acontece desde 1851, sempre em um país diferente
e gastronômicas, seminários, eventos de negócios e
principal, uma visita à Exposição Universal, evento que
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edição (que vai até o dia 31 de outubro) tem como
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quadrados e abriga exposições, atividades culturais
Uma cidade respirando o evento. Abaixo: mapa do evento.
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O QUE EU VI LÁ Acima: Vista da Duomo. Abaixo: Pavilhão Áustria
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Bosco Verticale
Armani Silos
Fundação Prada
relacionamentos. Com o tema “Alimentando o Mundo
Outras experiências
com Soluções”, mostra sua capacidade para ampliar a
produção de alimentos com tecnologias inovadoras, de forma eficiente, saudável e sustentável, com qualidade capaz de atender às demandas mundiais. O Pavilhão
do Brasil foi construído em parceria pelo Studio Arthur Casas e pelo Atelier Marko Brajovic. “O Brasil estava
muito bem representado com um dos pavilhões mais
interessantes da exposição. Eles foram muito felizes na arquitetura. Os pavilhões têm que proporcionar uma
A Exposição foi o motivador para a escolha do destino que, no entanto, revelou outras surpresas. A primeira delas foi a Fundação Prada, instalada em um edifício
industrial abandonado. “Em termos de arquitetura foi a grande surpresa da viagem, superou a expectativa”, declara Daia. O prédio foi reformado pelo arquiteto
Rem Koolhaas, responsável também pela sede da marca em Nova York.
experiência. No do Brasil, as pessoas tinham que andar
Quem vai a Milão não pode deixar de conhecer a
País”, conta Daia.
mundo. Mas, para o passeio ser completo, é indicado
sobre uma rede de cordas, simbolizando a fluidez do
Duomo, uma das mais belas catedrais góticas do
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O QUE EU VI LÁ Acima: Restaurante Carlo e Camila. Abaixo: Pavilhão Brasil
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Pavilhão Reino Unido
Terrazza Aperol
Da esq. para direita: Luis Eduardo (Daia), Marcos Deretti e Miguel Cañas Martins.
subir aos telhados da construção, o que permite uma
Para se hospedar em Milão, Daia indica o Brera, o
os detalhes, toca nas esculturas. É imperdível!”, fala o
apartamentos antigos, bares e restaurantes, o local é
outra visão do local. “A perspectiva é outra. Você vê
arquiteto. Para complementar, outro programa bacana é tomar um Aperol (bebida laranja com um leve sabor amargo) no prédio da Galleria Vittorio Emanuele, com
varanda voltada para a Duomo. A vista é deslumbrante. Além de ser uma cidade com apurado senso estético, Milão também é um lugar onde se come muito bem. E não só nos restaurantes mais estrelados. “Tivemos
a experiência de ir a um restaurante chamado Carlo e
bairro mais antigo e boêmio da cidade. Cheio de
bem preservado e bastante convidativo para caminhar à noite.
E, já que se está na Itália, não se pode deixar de tomar vinho. A 60 km de Milão fica a Franciacorta, uma
região com centenas de vinícolas e hotéis. Sempre com
os Alpes ao fundo. “Alugamos um carro e fomos passar um dia na região do Lago Iseo, lindo”, revela Daia.
Camila, de Carlo Cracco, o mais famoso chef da cidade.
A viagem a Milão faz parte do projeto da
descascadas e as vigas estão intactas”, conta Daia.
passado, Daia e os sócios estiveram em Copenhague,
cristal e uma única mesa com 65 lugares. “Foi uma
pelo BIG, um estúdio de arquitetura para lá de famoso.
nosso escritório, que também é em um prédio
profissionais passam o ano todo pensando e planejando
Fica numa antiga marcenaria, onde as paredes se mantêm
Metroquadrado de vivenciar a arquitetura. No ano
O grande destaque é um enorme candelabro de
na Dinamarca, para conhecer o trabalho realizado
experiência realmente bacana, porque lembrou
Essas viagens têm grande importância para eles e os
industrial”, completa.
o próximo destino. Que venham boas viagens!●
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ESPAÇO AMPLO
ESPAÇO PARA QUEM É DE CASA Texto: Fabiana Carrara / Fotos: João Guilherme da Costa
ESPAÇO AMPLO
C
om 160 m², este apartamento abriga uma família pequena, mas que adora receber visitas!
Uma ampla sacada gourmet. Esse foi o grande trunfo deste apartamento, determinante para que o casal de proprietários optasse por sua compra. A família, que se completa com a filha adolescente, gosta muito de receber e precisava de espaço para as visitas sem que isso comprometesse seu conforto no dia a dia. Esse foi o primeiro desafio lançado à equipe do escritório D+ Interiores. Apenas o primeiro. A família estava vindo de uma casa e era preciso que houvesse lugar para guardar os objetos sem atrapalhar a circulação e abarrotar os cômodos. O terceiro desafio rendeu boas soluções: o apartamento conta com uma parede de 12 metros que o separa do vizinho. O que fazer com esse paredão? O primeiro desafio foi vencido com glórias. A área social é o grande destaque do apartamento: inclui a sala de estar e de jantar, bem como a cozinha. O espaço gourmet foi mantido separado, mas
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por uma porta grande, que permite a integração quando desejado. Esse espaço conta com uma bancada móvel e uma mesa que pode mudar de lugar conforme a necessidade. Enfim, é uma área flexível, para ser usada de várias formas.
“
Aproveitamos a parede longa para setorizar espaços. A circulação ao longo dela é a principal, e não poderíamos colocar nada grande que atrapalhasse.
”
O segundo desafio – encontrar espaço para acomodar todos os pertences da família – também foi cumprido com louvor. O apartamento tem ótima circulação e tudo está guardado no seu devido lugar.
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ESPAÇO AMPLO 46
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ESPAÇO AMPLO 48
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Agora, o que fazer com uma parede de 12 metros?! A solução foi setorizá-la. “Aproveitamos a parede longa para setorizar espaços. A circulação ao longo dela é a principal, e não poderíamos colocar nada grande que atrapalhasse”, contam as designers. Ao longo da parede há uma estante, espelhos. Tudo colocado de forma sutil e discreta. Também foi preciso cuidado especial com a iluminação, já que ali não há janelas. As designers precisaram criar uma iluminação que desse a impressão de luz natural.
Mais ambientes Um outro desafio era a cozinha, muito pequena e no conceito aberto, o mais comum hoje em dia. Um empecilho, já que a dona do apartamento gosta muito de cozinhar. Ela queria manter o conceito aberto, “mas nem tanto”. Como cozinha bastante, o espaço nem sempre está organizado e o espaço precisava ficar mais escondido. A suíte máster foi integrada à sacada, ganhando
um bom espaço e ficando bem ampla. Essa integração resultou em bastante luz natural, já que a suíte ganhou uma parede inteira de vidro. Com essa ampliação, foi possível colocar mais um armário, que era um pedido da cliente. Já a suíte da filha era pequena, e a garota queria uma cama grande – de casal. Além disso, precisava de bastante armário e uma bancada para estudar. As designers trabalharam com espelhos nas duas laterais da cama e nas portas dos armários para ampliar o espaço. O uso de tonalidades claras também teve a função de ampliar o ambiente. ●
Alessandra Franco, Daniela Maschio, Fabiane Tavares e Monize Rios D+ Interiores Rua Dona Francisca, 1.700 | Sala 30 Platz Dona Francisca (47) 3025-4445
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PEQUENOS ESPAÇOS / GRANDES IDEIAS
Clima litorâneo em Joinville
Texto Fabiana Carrara / Fotos João Guilherme da Costa
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ascidos, criados e apaixonados pelo litoral, mas hoje morando em Joinville, o jovem casal dono deste apartamento queria algumas referências litorâneas para compor o décor da sua morada. O arquiteto Marcelo Filipe optou, então, por usar um tom azul-claro na parede da sala de jantar e um azul mais escuro em alguns móveis de marcenaria. No restante, imperaram os tons claros. Por ser um apartamento de 75 m² de área privativa, o arquiteto tomou alguns cuidados para não comprometer e pesar o visual. O piso de madeira é o mesmo em todo o apartamento, com exceção da cozinha e dos banheiros,
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tornando os ambientes mais fluidos. O mesmo acontece com o mobiliário de marcenaria, que recebeu acabamento branco e lâmina de madeira natural de carvalho americano desde a cozinha, passando pela sala, pelos quartos e até pelos banheiros. Na sala, com o intuito de ampliar o visual e criar um hall mais atraente, foram usados seis espelhos recortados para formar um painel. Um dos recortes abriga uma porta falsa que acessa a caixa de distribuição de telefonia e TV a cabo. A disposição da sala e do jantar era invertida. “Mudei para que ganhássemos um sofá maior e de canto para comportar mais pessoas em um
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bate-papo. Também dispensamos o uso do chaise retrátil no sofá, uma vez que o canto pode ser usado para esticar as pernas”, explica o arquiteto. Com a nova disposição, a sala ganhou um aparador estreito e em “L” nas costas e na lateral do sofá. Sendo assim, quem entrar no apartamento poderá visualizar lembranças de viagens, porta-retratos e outras decorações dispostas ali. Além disso, o artifício dispensou o uso de braço no sofá, proporcionando mais espaço para sentar. Na cozinha, cadeiras giratórias que ajudam em espaços pequenos, pois não é necessário movimentar a cadeira para sentar ou levantar. A ilha que separa a cozinha da sala abriga um armário estreito que guarda copos e a louça do dia a dia. Na suíte do casal, uma parede toda espelhada faz o espaço parecer duplicado. A cama abriga quatro gavetões que ajudam a guardar roupas de cama e toalhas. O quarto de visitas, que também era home office, vai receber um bebê em breve! A dona do apartamento engravidou na fase de finalização da decoração. “Como costumo fazer na casa da maioria dos clientes, o quarto de visitas é neutro e, em geral, pode
passar por mudanças facilmente, sem maiores gastos”, explica Marcelo. Foi o que aconteceu: saiu a cama da visita e entrou berço e cômoda. Já o guarda-roupa permaneceu, pois já foi criado pensando num futuro bebê. O restante foi adicionado para compor o clima infantil, como a cortina, o pendente de nuvem e o papel de parede. Depois que o bebê crescer, é só voltar com a cama, adicionar um criado-mudo e pronto: temos um outro quarto. Nos banheiros, os destaques são os espelhos, que percorrem toda a parede da bancada para dar a sensação de amplitude.
Marcelo Filipe Contato: (47) 9994-5847 JUN/JUL/AGO 2015 | DECORAJLLE.COM.BR
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PAISAGISMO
Prepare o jardim para a primavera Texto: Fabiana Carrara / Fotos: Divulgação
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om a chegada da primavera, os jardins ganham um colorido especial e ficam ainda mais bonitos! Ter um jardim bem-cuidado é prazeroso, mas é preciso prepará-lo para essa época do ano. Na primavera, muitas plantas iniciam seu período de floração e necessitam estar nutridas e preparadas para essa nova etapa, quando “despertam”, depois de enfrentar o frio do inverno. Nessa estação, o jardim já deve estar pronto para esperar a exuberância. É uma época de poucas podas para não restringir a floração. Segundo Denise Kampmann, da Flora Hardt, se você não fez as podas ainda, provavelmente deverá deixar para o próximo outono. Regas constantes e adubação adequada irão garantir a beleza e a saúde do jardim. Na hora de comprar as plantas para compor seu jardim, não se empolgue pelas flores em excesso: elas são lindas, porém podem prejudicar o enraizamento da espécie. De acordo com
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De cima para baixo em sentido horário: torênia, onze-horas, celósia e buganvília.
Denise, deve-se observar a fitossanidade da planta, ou seja, se ela está livre de pragas e doenças, manchas e bichinhos na superfície das folhas ou qualquer indício de pragas. Também é preciso observar se as folhas estão com coloração bem forte, o que indica que a planta não está com falta de nutrientes, o que, assim como para os seres humanos, baixa a imunidade e deixa a espécie vulnerável a doenças. Depois dessa análise, apenas se preocupe com escolher a espécie mais indicada para o local, verificando luminosidade, disponibilidade de água e substrato para plantar. Um jardim que tem um bom planejamento proporciona beleza o ano todo sem precisar de grandes mudanças. “Podemos fazer um projeto para que o jardim, mesmo sem flores anuais (de época), possa ter flores o ano todo, variando as espécies conforme a época de floração, evitando, assim, a necessidade de muitas trocas”, revela Denise.
Plantas indicadas A seguir, algumas flores anuais indicadas para a primavera-verão e que vão deixar seu jardim ainda mais bonito:
TORÊNIA: Também conhecida como amor-perfeito-de-verão. No jardim, forma pequenas moitas de 30 a 40 cm de altura e diâmetro. As flores são pequenas e delicadas com uma enorme variedade de tons brancos, roxos, vermelhos e rosados. ONZE-HORAS: Quando o sol começa a entrar a pino a onze-horas atinge seu florescimento máximo do dia. A flor, que abre e fecha diariamente, possui pétalas delicadas, em várias cores vibrantes. CELÓSIAS: Popularmente chamadas de “rabo-de-galo”, florescem com mais facilidade no o sol pleno. As flores possuem aparência aveludada e cores como vermelho intenso, rosa, roxo, laranja, amarelo. Alcançam de 30 a 80 cm de altura. Entre as flores perenes, destaque para a que leva o nome da estação: primavera ou buganvília. Uma das plantas mais resistentes usadas em jardins, é encontrada com flores nas cores rosa forte, rosa pálido, branco, amarelo, lilás, salmão, coral. ● JUN/JUL/AGO 2015 | DECORAJLLE.COM.BR
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PATRIMÔNIO
Patrimônio: preservar para aprender Texto: Fabiana Carrara / Colaboração Anne Soto e Antonio Cecyn / Fotos: Arquivo Pessoal / Imagens: Reprodução
J
oinville preocupa-se em preservar seus imóveis
principalmente, a regulamentação da Lei do Inventário
primeiro imóvel a ser tombado pela União no
Segundo a Gerente de Patrimônio da Fundação Cultural
históricos há décadas. Para se ter uma ideia, o
município foi o Palácio dos Príncipes, atual sede do
Museu Nacional de Imigração e Colonização. Isso foi em 1939, apenas dois anos após a criação do então
Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(SPHAN). Desde então, as políticas públicas municipais de preservação vêm avançando, principalmente
com a criação da Comissão do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Natural (COMPHAAN) e,
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do Patrimônio Cultural de Joinville (IPCJ) em 2013. de Joinville (FCJ), Anne Soto, a preservação desses
imóveis garante que as futuras gerações conheçam e
aprendam com os testemunhos físicos da cidade e do modo de vida dos antigos habitantes de Joinville nos seus diferentes períodos históricos. “Além disso, as
técnicas construtivas, a ambiência urbana dos conjuntos urbanísticos, as obras de arte integradas, entre outros, são um patrimônio de todos e, portanto, o dever de
preservá-las e zelar por elas é de todos nós”, diz. Para um imóvel ser tombado é considerada sua
relevância cultural. Os critérios podem ser históricos, arquitetônicos, urbanísticos, artísticos, paisagísticos, arqueológicos... De acordo com Anne, no caso de Joinville, as definições de quais imóveis poderão
ser tombados ou inventariados passam sempre pela COMPHAAN, embasadas em pareceres e laudos
técnicos. Além disso, qualquer cidadão tem o direito de
solicitar a abertura do processo de tombamento do seu imóvel, desde que haja uma justificativa.
Uma vez tombado, o imóvel pode sofrer ações de
manutenção que não interfiram nas suas características originais. Em certos casos, dependendo do nível de
preservação, ampliações e instalação de anexos são
permitidas, ressaltando apenas que a Coordenação de
Patrimônio Cultural da FCJ sempre deve ser consultada antes de qualquer obra ser executada.
“
a preservação desses imóveis garante que as futuras gerações conheçam e aprendam com os testemunhos físicos da cidade...
”
A Gerente de Patrimônio da Fundação Cultural de Joinville (FCJ), Anne Soto
Prédio restaurado é destaque no centro de Joinville
P
rédios tombados pelo patrimônio histórico
de composição. Na edificação joinvilense, ficam claros
função da deterioração natural ocorrida com
telhado e nas aberturas (esquadrias).
costumam esbanjar estilo e beleza. Mas, em
o tempo, necessitam de pequenos reparos e, em
alguns casos, de reformas maiores. O escritório Cecyn
Arquitetura trabalhou em um projeto muito especial: a restauração de um casarão datado do início dos anos
1900 localizado na Avenida Getúlio Vargas. Até então abandonado e sem uso, o local abriga, hoje, uma farmácia.
A edificação foi construída no estilo Art Nouveau, que
ficou conhecido por se opor ao historicismo e tinha em seu discurso a originalidade, a qualidade e a volta ao
artesanato, incluindo a natureza entre seus elementos
os elementos nos ornatos das fachadas – na testeira do Segundo o arquiteto Antônio Cecyn, esse projeto teve como ponto de partida um levantamento cadastral
minucioso, onde foram retirados, além das medidas do
prédio (plantas, alturas), todos os detalhes de fachadas,
sendo identificados conforme seu desenho e simbologia. Com o levantamento finalizado, foi designada uma proposta arquitetônica de intervenção, que foi
submetida às aprovações pelos órgãos competentes. O
projeto de intervenção foi analisado e aprovado com as indicações de cores e materiais utilizados, uma vez que estes não poderiam descaracterizar o prédio.
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PATRIMÔNIO Acima previsão da obra após o restauro e abaixo a situação em que se encontrava o imóvel.
O interesse pela preservação do imóvel se deu apenas volumetricamente, ou seja, as fachadas deveriam ser
preservadas no projeto de intervenção. Dessa maneira,
internamente a planta foi alterada para ficar mais ampla e flexibilizar o espaço, uma vez que o uso original da edificação (residencial) foi alterado para comercial ao longo dos anos, sofrendo, inclusive, reformas desordenadas e irregulares.
As características originais da edificação foram
respeitadas, os ornatos e detalhes da fachada foram
restaurados e exaltados. Além disso, foram conservados
os dois anexos construídos posteriormente, mas também considerados como interesse de preservação. Assim,
ficam claras ao observador as duas partes da construção histórica de períodos diferentes, porém com significado relevante para a história da cidade.
Cuidados Todo projeto de intervenção deve ser cuidadoso, pois se
trata de edifícios construídos com técnicas e tecnologias muitas vezes não empregadas nos dias atuais. Por isso, para essa intervenção, foram estudadas a construção e sua tecnologia, além de como proceder com a
intervenção sem comprometer ou descaracterizar o bem existente. Segundo Cecyn, a escolha das cores
foi outro elemento determinante, já que os antigos
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casarões tinham, em sua maioria, pintura em tons
pastel e deixavam em destaque os elementos de suas fachadas (os ornatos).
Na avaliação do profissional, a intervenção foi positiva, visto que o prédio, outrora abandonado e sem uso,
passou a ser utilizado pela população. Outro ponto a ser destacado é a volta às origens da edificação, que
foi preservada e restituída ao seu visual original. Mas a conquista mais significativa do projeto de intervenção foi, sem dúvida, a devolução do valor artístico e
arquitetônico do bem à cidade, que estava esquecido,
sem uso e degradado. “Esta é a chance que a população
está tendo de ver o quão belo é o nosso patrimônio, bem como reconhecer e dar a devida proporção de valor
que merece um prédio como esse em nossa cidade”, ressalta o arquiteto. ●
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