Melhor idade | por Jéssie Panegassi
Podemos retardar o envelhecimento? Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) tentam provar que sim. Em um novo estudo eles descrevem o mecanismo que leva à restauração de músculos danificados e uma estratégia que pode ajudar no rejuvenescimento. Dentro de cada músculo esquelético existem raras células estaminais, também chamadas de satélites, que são essenciais para manter a capacidade de regeneração da musculatura. Elas podem criar novos tecidos, mantendo as suas próprias características, e respondem rapidamente ao chamado do corpo para regenerar o que está danificado. Os pesquisadores descobriram que, com a idade, essas células são incapazes de manter um estado de “dormência”, fazendo que, quando “chamadas”, não respondam adequadamente à sua tarefa. Os especialistas explicam que, da mesma forma que os atletas precisam de tempo para se recuperar após os treinos, essas células também necessitam de uma pausa para voltarem a trabalhar. Contudo, aquelas já envelhecidas realizam esse processo com frequência menor. Pensando no envelhecimento da população mundial, esse estudo poderá fundamentar a descoberta de como retardar o processo de envelhecimento e manter a saúde em todas as idades.
Descobrindo a cura
O aumento da expectativa de vida faz com que doenças que comumente afetam os idosos fiquem mais recorrentes e gerem preocupação. O livro Hidrocefalia de pressão normal (Segmento Farma Editores) explica como a doença que ainda é bastante desconhecida funciona. E como, apesar de ter praticamente os mesmos sintomas do Alzheimer, ela pode ser revertida. À venda por R$ 49
FOTOS: SHUTTERSTOCK.
ATENÇÃO: PODE NÃO SER ALZHEIMER! Os sintomas são similares, mas a Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN) pode ser revertida com uma cirurgia simples. Contudo, o maior desafio ainda é reconhecer e diagnosticar a doença. Ela é caracterizada por fazer com que haja acúmulo de líquido dentro do crânio, prejudicando o funcionamento dos neurônios. Os sintomas são alteração na forma de caminhar, perda de memória e incontinência urinária. Também podem haver tremores quando a pessoa não está de repouso, diferente do Parkinson, no qual eles ocorrem o todo tempo. Para realizar o diagnóstico, o médico deve solicitar uma tomografia de crânio e ressonância do encéfalo, além de analisar a história clínica do paciente. “A família, às vezes, pensa que esses são sintomas da idade, e como eles surgem progressivamente, não parecem ser uma doença. Hoje, estima-se que a cada dez casos tidos como Alzheimer, um seja, na verdade, HPN. Como a população brasileira está envelhecendo, esse número tende a aumentar”, explica Fernando Gomes Pinto, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).
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das mortes no Brasil atualmente são provocadas por algum tipo de doença crônica não transmissível, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde VIVA SAÚDE | 95
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