Pet

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Mundo pet | por Jéssie Panegassi

Eu quero brincar! Os jogos e brinquedos certos para cada pet trazem benefícios para a sua saúde física e mental. Mas atenção! Escolhas erradas podem ser desastrosas

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s animais, assim como os humanos, se aproveitam de brincadeiras para desenvolver o físico e a mente. Bichinhos ansiosos, destrutivos, estressados e até aqueles que não se sociabilizam bem podem tirar proveito desses benefícios. Se ele fica muito tempo sozinho em casa, também existem maneiras de fazer com que brinque sem destruir os seus pertences. Com esses objetos, ele acaba resgatando alguns instintos básicos, como buscar, caçar e explorar, o que proporcionará maior bem-estar para o bichinho, além de fazê-lo ficar mais tranquilo. Os brinquedos também podem ser usados para treiná-los, como recompensa por um trabalho benfeito, como atividade física e de sociabilização, além de fazê-los “gastar energia” com o dono, em casa ou não. Mas é preciso ter em mente alguns fatores antes de propor uma nova brincadeira, pois, se não for escolhida com cuidado, o resultado pode ser desastroso e até levar a uma intervenção cirúrgica.

O momento da decisão

Os modelos, cores, tamanhos, texturas e preços dos brinquedos são muitos e variados. Para não errar na hora de eleger um para o seu animal, deve-se levar em conta fatores como a rotina dele, seu porte físico, a força que possui, assim como o temperamento que apresenta. A qualidade (durabilidade) e o tamanho do

“Os brinquedos não devem ter o formato de algo que o dono não quer que o pet destrua. Ele não saberá diferenciar uma coisa da outra. O cabo de guerra não é uma boa opção, pois ele aprenderá a ganhar a liderança com a boca, o que pode torná-lo violento e incentivá-lo a brincar com coisas inapropriadas, como a barra da calça”, ensina Matias

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brinquedo também devem ser observados. “Os com miudezas são perigosos para os cães. Isso porque, se ele ingerir algum desses componentes, terá de passar por uma cirurgia para retirá-lo. Elementos com sininhos são um divertimento para os gatos, que vão deixá-lo de lado depois de um tempo, diferente dos cães, que não sossegarão até descobrir a origem desse barulho”, exemplifica Danilo Matias, adestrador do Pet Hotel Dog Life. “A qualidade do material utilizado também não pode ser negligenciada. Se eles conseguem destruí-lo com facilidade, acabam ingerindo os pedaços”, complementa Dalton Ishikawa, veterinário e proprietário da Pet Games. Outro fator importante que deve ser considerado é o tamanho do brinquedo em relação ao focinho do animal. Pets com essa parte muito grande, quando abocanham uma bolinha jogada pelo dono, por exemplo, podem acabar batendo o dente no solo. Por causa da empolgação, velocidade e força aplicada, quebram e por vezes até perdem o dente. Vale ressaltar que, quando isso acontece, precisam ser levados a um veterinário, que fará o procedimento cirúrgico de retirada da raiz. Para evitar que isso ocorra, “a bola (ou outro brinquedo) desses animais deve ser maior que as convencionais, para que ela ‘sobre’ na boca e os dentes não fiquem para frente na hora em que a estiver segurando”, ensina Matias.

FOTOS: SHUTTERSTOCK

Jogos para gatos X para cães

Assim como os estilos de cães e gatos são completamente diferentes, os jogos e brinquedos que eles apreciam seguem o mesmo padrão. Os gatos, normalmente, são mais delicados e apreciam brincar sozinhos com elementos leves, que possam ser rodados e os distraiam. Já os cães, é usual que gostem da companhia do dono em suas travessuras, além de correr e aplicar mais força nessas horas. Assim, os materiais utilizados para confeccionar os seus brinquedos são diferentes, e normalmente não servem para ambas as espécies. “As divergências são para aguentar os tipos de movimentação de cada um. Para os gatos utilizam-se muitos tecidos finos, penas e

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coisas delicadas como matéria-prima. Já para os cães são usadas mais borrachas, tecidos à base de náilon e materiais mais resistentes. Para ter certeza na hora da compra, verifique a textura, o peso, bem como a apresentação do produto final”, informa Ishikawa. Uma alternativa de sucesso são os jogos/ alimentação. Pensando em seu bem estar, esses ‘brinquedos’ têm sido adotados nos zoológicos para estimular a superação de desafios e garantir a alimentação dos animais (enriquecimento ambiental). “Com os cães e gatos, isso ajuda a deixar a rotina deles menos entediante”, observa Ishikawa. Os donos podem escolher – dentre os modelos específicos para cada espécie, força da mandíbula, tamanho e peso de cada um – entre artigos especializados ou artesanais. “Uma garrafa PET com um pequeno furo que solte um grão de ração por vez quando ele a gira, pode ser um bom brinquedo”, explica Matias.

Como faço para meu pet não perder o interesse em seus brinquedos? Os donos precisam saber a hora de entregar os brinquedos aos bichinhos. “Para os animais, todo e qualquer brinquedo é uma recompensa. Dessa forma, eles não podem ficar expostos, nem ser de fácil acesso o tempo todo”, instrui Matias. Esconder os brinquedos e separar um por dia para que ele brinque é uma boa estratégia que estimula o interesse. Os jogos devem ser revezados diariamente e sempre recolhidos antes da entrega do próximo, de preferência, sem que ele perceba.

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