Mundo pet | por Jéssie Panegassi
Acho que eu quero um peixinho! Cada vez mais comuns nas casas dos brasileiros, peixes como bandeira, acará-disco, betta, tricogáster e o goldfish, também precisam de cuidados especiais
e
les são bonitos, coloridos, quietos, comem pouco e a sujeira que fazem fica contida em um único local. Esse parece o bicho de estimação ideal para muitos brasileiros, que os utilizam também de forma decorativa. Mas, se não tratados da forma correta, a sua vida pode ser encurtada drasticamente. A boa notícia é que os cuidados de espécie para espécie são basicamente os mesmos. “O que muda, principalmente, é a parte nutricional. Afinal, alguns se alimentam na superfície, outros no meio e no fundo do aquário”, afirma Danyelli Ornelas, bióloga e gerente de produção da Megazoo. Logo, no caso de aquários comunitários, a ração deve ter flutuabilidade em níveis diferentes.
Alimentação
Os peixes podem ter hábitos alimentares mais carnívoros ou herbívoros, no quesito de proteínas. Mas “nenhum animal é completamente herbívoro ou carnívoro, e um pouco de ambas as proteínas é importante para a sua nutrição”, explica a bióloga. Ainda, é importante atentar para as gorduras (ter entre 5% e 6% de extrato etéreo) e para o excesso de vitamina A, que também é tóxico para o peixe. Além disso, “eles enxergam muito bem as cores, mas não é bom que ingiram uma ração com corantes artificiais, pois mancham muito a água e podem gerar alergias”, completa Danyelli. Também nunca deve sobrar ração no aquário. Quando isso acontece, é sinal de que o dono está oferecendo comida em excesso para o animal.
por Quanto tempo eles vivem?
Betta
2 a 3 anos
Guppy ou Lebiste
2 a 4 anos
Espada
3 a 5 anos
Tetra
4 a 5 anos
Tricogáster
4 a 6 anos
Barbo sumatrano
4 a 7 anos
Colisa
8 a 10 anos
Acará-bandeira
10 a 12 anos
Cascudo bola de neve
10 a 15 anos
Acará-disco
10 a 18 anos
Peixe japonês / kinguio
10 a 30 anos
Botia palhaço
20 a 30 anos
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FISH. FOTOS: SHUTTERSTOCK. ARTE E INFOGRÁFICO: AMANDA MATSUDA
Idade aproximada
CONSULTORIA: DANYELLI ORNELAS, BIÓLOGA DA MEGAZOO; VANESSA LOPES, MÉDICA
Peixe
VETERINÁRIA DO MUNDO ANIMAL; RENATO LEITE LEONARDO, VETERINÁRIO DA DOCTOR
Tipo, qualidade da alimentação e a água utilizada no aquário determinam quanto tempo cada peixe poderá viver
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FISH. FOTOS: SHUTTERSTOCK. ARTE E INFOGRÁFICO: AMANDA MATSUDA
conHeÇa os mitos e verdades soBre os peixes Os PeIXes NUNCa dORMeM
eLes dÃO MeNOs TRaBaLHO dO QUe OUTROs aNIMaIs
VeRdade. Embora não durmam, esses pets aquáticos
MITO. Os animais aquáticos não demandam que o dono
entram em um período chamado estado de vigília ou
brinque com ele ou o leve para passear. Mas seus cuidados
repouso. Nesse momento, ficam num aparente estado
especiais dizem respeito ao lugar onde viverão: o aquário
de imobilidade, e mantém o equilíbrio por meio de
deve estar sempre limpo, ter a temperatura da água
movimentos lentos. Alguns peixes também podem se
adequada para cada espécie, além da alimentação correta.
acomodar ou “deitar” no fundo do aquário.
PeIXes NUNCa VIsITaM O VeTeRINÁRIO
aPReseNTaM BaIXO CUsTO PaRa MaNTÊ-LOs
MITO. Hoje, na medicina veterinária, há grandes
dePeNde. Existem espécies com baixíssimos custos
especialistas no tratamento de peixes.
para supri-las. Mas há outras que chegam a requerer
eLes NUNCa FeCHaM Os OLHOs
um verdadeiro tesouro, ainda mais se viverem em água
VeRdade. Os peixes não possuem pálpebras, e nunca
salgada. Também o custo inicial para ter um peixe em
fecham os olhos. Essa é uma das razões pelas quais seus
casa é maior do que a sua manutenção.
períodos de descanso diferem do sono dos humanos.
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Aquário
O aquário deve ser montado de acordo com hábitos e tamanho dos peixes que viverão ali. No caso dos bettas, não há necessidade de um filtro, mas a água deve ser trocada por completo pelo menos uma vez por semana. “Se ela for trocada pela metade, uma hora ele vai acabar se intoxicando na amônia”, informa a bióloga Danyelli. É importante também lavar todo o aquário, tratar a água com condicionador específico ou anticloro, e aguardar por aproximadamente uma hora antes de movê-lo de volta — para que ela fique em temperatura ambiente. Já nos grandes aquários, é indispensável o uso de filtros, aquecedores, e até mesmo luz artificial de acordo com as espécies e tamanho do recipiente. Nesses casos, não se deve retirar a água por completo. Se for trocá-la toda a semana, deve se remover 1/4 do total e repor com a água tratada. Se preferir fazer esse processo a cada 15 dias, metade do líquido deve ser trocado.
peixe doente com ictio
A falta de luz diminui a resistência dos peixes pela queda de oxigênio da água, e é considerada um dos fatores essenciais para o aparecimento da popular doença dos pontos brancos, ou Ictio. A enfermidade é causada por um parasita e, “além de ser a mais comum, é também a mais perigosa, pois pode matar todos os peixes rapidamente por anemia ou asfixia — quando se instala nas guelras”, afirma Vanessa Lopes, médica veterinária e responsável técnica do laboratório Mundo Animal (SP). Outros fatores para o seu aparecimento são mudanças bruscas de temperatura e o estresse no transporte desses animais.
Amor dentro d’água O parasita perfura a pele e se estabelece entre a epiderme e a derme deixando um ponto branco. Após a contaminação, ele se desprende do peixe doente e solta fase juvenil
esporos que permanecem no fundo do aquário. Em seguida, o protozoário segue em busca de um novo hospedeiro.
esporos 92 | viva saúde
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fase adulta
Falando em reprodução dos peixes, os bettas dão um show no quesito cuidado com os filhotes. O macho prepara várias bolhas, que sobem à superfície. Depois, ele abraça a fêmea, que libera os ovos. O macho os fecunda, e ela tem uma espécie de desmaio rápido. Nesse momento, ele, imediatamente, posiciona os ovos dentro das bolhas. Quando a futura mamãe “acorda”, tenta comer os ovos de que o macho está cuidando, e ele pode atacá-la. “Quando isso acontecer, é bom retirar a fêmea do aquário”, recomenda a bióloga Danyelli. E o “papai” vai acabar de cuidar dos filhotes. www.revistavivasaude.com.br
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