VEÍCULO INFORMATIVO DE ARTE E CULTUR | ANO I | Nº1 | OUT 2013
80
NOS
música
A década das bandas de rock
infocine
Panorama das produções nacionais
moda
Tendências dos anos 80 na moda atual
Ângelo Venosa | Sem Título
EDITORIAL
Pura Nostalgia! Os anos oitenta foram marcados por uma intensa participação popular. No inicio da década, a greve dos trabalhadores do A B C paulista, realizada pelos trabalhadores das montadoras de automóveis marcou o cenário e influenciou outras pelo país afora. Outro movimento de muita expressividade foi o das Diretas Já, que tomou conta do Brasil. Em todas as capitais, multidões foram às ruas pedir eleições diretas para presidente da República, o que foi conquistado no final da década, quando a nação brasileira viu renascer a democracia em solo brasileiro, ao som de muitos rocks geniais de bandas inesquecíveis. A música foi um importante meio de difusão da moda, que se inspirou basicamente na onda da geração saúde, com o uso de roupas de lycra que valorizavam a busca do corpo perfeito, como também no estilo excêntrico e exagerado de cores cítricas e estampas variadas. Hoje, a década de 80 é fonte de inspiração de novas tendências. Então, vamos revivê-la!
Expediente
ANOS 80 - www.anos80.com Tiragem: 10000 Edição: outubro/2013 ANOS 80 é uma publicação, no formato house organ, com apresentação na forma de layout impresso, utilizada para avaliação individual do conteúdo da disciplina de Projeto de Periódicos, do Curso Técnico de Comunicação Visual, do SENAI Maracanã. Projeto Gráfico: Jéssica Xavier Orientação: Profª Cristina Mara S. Monteiro Impressão: Free Gráfica Conselho Editorial: Bruna Gomes | Bruna Guimarães Cris de Lélis | Daian Ituriaçu Redação : Dan Rodrigues | Daniel Lins | Felipe Fortes Gab Souza | Gio Ferreira | Isabela Soares Fotografia: Janaina Souza | Jéssica Xavier | Julia Quintas Leo Freires | Lucas Braz|Marianna Rodrigues Editorias de Arte : Miriã Oliveira | Misleine Sá | Osiel Dias |Paula Machado Rayane Cruz | Roberta Paulino | Tales Borges
Galeria Rock in Rio
1985 O inĂcio de tudo
1991
Record no Guiness Book
2001 De volta as origens
2011 O retorno triunfante
2013
Turbilha de surpresas
MÚSICA
O rock brasileiro da década de 80, também considerado por muitos como pop rock nacional, foi um movimento musical que surgiu no início da década e ganhou até mesmo um apelido, o BRock, dado por Nelson Motta. Caracterizado por influências variadas, tais como new wave, punk, reggae, soul music e o próprio conteúdo pop emergente do final da década de 70.
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Tudo começou com o surgimento de bandas como a Gang 90 e as Absurdettes, seguida por sua contrapartida carioca, a Blitz e seu grande sucesso "Você não soube me amar", de 1982, tendo integrantes como Lobão, Evandro Mesquita e Fernanda Abreu.
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Os shows no “Circo Voador”, local que se tornou o berço de várias bandas, revelaram Paralamas do Sucesso, Bacamarte com seus progressivos bastante influenciados por Pink Floyd, Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens, Gang 90 e as Absurdettes, Barão Vermelho, entre outras. As bandas paulistas também tiveram importante papel no cenário que havia se formado. Algumas das principais referências vindas deste estado eram Ultraje a Rigor, RPM, Titãs e Ira!. O Rio Grande do Sul, apesar de afastado do eixo Rio - São Paulo, revelou bandas importantes do cenário rock dos anos 80. Os destaques foram as bandas Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós. Em Minas Gerais surge o Sepultura mostrando um rock mais pesado, fazendo muito sucesso no exterior. O saudosismo do público com os artistas daquela época colabora para que a "onda anos 80" esteja mais forte do que nunca, marcando inúmeros lançamentos de coletâneas, remasterização de discos, livros sobre a época e sites de discussão na Internet.
Rock in Rio Idealizado pelo empresário brasileiro Roberto Medina e realizado pela primeira vez em 1985, é reconhecidamente o maior festival musical do mundo latino. Organizado no Rio de Janeiro, de onde vem o nome, tornouse um evento de repercussão mundial e, em 2004, teve a sua primeira edição fora do país em Lisboa, Portugal, tendo ao longo de sua história, 12 edições. O festival é considerado o sétimo melhor do mundo pelo site especializado festivalfling.com.
Queen na 1º edição do Rock in Rio-1985
CAPA
A pergunta é feita, 30 anos depois, aos artistas que renovaram a arte brasileira na histórica exposição Como vai você, Geração 80?, realizada em 1984, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage do Rio de Janeiro. Artistas que imprimiram vigor na arte brasileira e possibilitaram uma reflexão sobre o impacto dos parâmetros lançados em 1984 na arte brasileira e sua continuidade no panorama atual. A mostra lançou artistas que hoje são marcantes na cena artística brasileira e internacional como Alex Flemming, Alex Vallauri, Ana Horta, Ana Maria Tavares, Ana Miguel, Armando Mattos, Ângelo Venosa, Barrão, Beatriz Milhazes, Carlito Carvalhosa, Chico Cunha, Ciro Cozzolino, Cláudio Fonseca, Cristina Canale, Cristina Salgado, Daniel Senise, Delson Uchoa, Enéas Valle, Fabio Miguez, Fernando Lopes, Fernando Lucchesi, Frida Baranek, Gonçalo Ivo, Hilton Berredo, Isaura Pena, Jadir Freire, João Magalhães, Jorge Duarte, Jorge Guinle, Karin Lambrecht, Leda Catunda, Leonilson, Luiz Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Marcus André, Mario Azevedo, Maurício Bentes, Mônica Sartori, Mônica Nador, Nuno Ramos, Paulo Monteiro, Paulo Paes, Rodrigo Andrade, Sergio Romagnolo, Sergio Niculitcheff, Suzana Queiroga e Victor Arruda.
Alex Fleming |
Um pouco da história A década de 80 marcou a chamada “volta à pintura” – que aconteceu também em países como a Itália, com a transvanguarda, e na Alemanha, com o neoexpressionismo. No Brasil, este movimento de retorno assumiu nuances próprias e plurais, que se confundem com a abertura política e o apagar das luzes dos anos de chumbo da ditadura militar. Muito mais do que uma simples volta à pintura, os artistas daquele período lançaram uma nova leitura para a associação entre arte e vida, amadurecida nos anos 60 e 70. Com a abertura democrática, sem a necessidade de falar nas entrelinhas para burlar a censura, estes artistas deixam de citar os grandes temas políticos. Eles assumem o papel de cronistas do cotidiano, tratando de temas como a sexualidade e a vida urbana. Elementos da cultura de massa, como heróis das histórias em quadrinhos, personagens da TV e rótulos de refrigerante, invadem a tela com a mesma força das citações à história da arte. A pintura se transforma na mídia mais adequada para uma arte que procura ser menos cerebral e recuperar o prazer pelo fazer.
INFOCINE
NOSTALGIA Embora nunca tenha chegado a se estruturar plenamente como indústria, o cinema brasileiro, em seus mais de 110 anos de História, teve momentos de grande repercussão internacional, como na época do Cinema Novo, e de crescimento do mercado interno, como no período da Embrafilme. Na primeira década do século XXI, a atividade cinematográfica no Brasil envolve pouco mais de 2 mil salas, que vendem uma média de 100 milhões de ingressos anuais, dos quais entre 15 e 20% são para filmes brasileiros. A produção nacional tem mantido uma média de 90 a 100 filmes de longa-metragem por ano, sendo que nem todos conseguem lançamento comercial. Apesar da crise econômica do país, no início da década de 80, com a falta de dinheiro para pagar a dívida externa, a dificuldade financeira do consumidor brasileiro que não podia frequentar as salas de cinema e a consequente queda da produção de filmes, surge uma nova geração de cineastas em São Paulo, onde se destacam Sérgio Bianchi (Mato eles?, 1982), Hermano Penna (Sargento Getúlio, 1983), André Klotzel (A marvada carne, 1985) e Sérgio Toledo (Vera, 1987), mas seus filmes são vistos basicamente em festivais. Graças à “Lei do Curta” (de 1975, mas aperfeiçoada em 1984), que obriga a sua exibição antes do longa estrangeiro, o curta-metragem passa a ser o único cinema brasileiro com acesso ao mercado. Assim, em todo o país surgem novos cineastas e novas propostas de produção, e os curtas brasileiros ganham vários prêmios internacionais. Outro destaque da década é a produção de documentários de longa-metragem, também sem acesso ao mercado, mas refletindo sobre a história recente do país: Jango (1984), de Sílvio Tendler; Conterrâneos velhos de guerra (1989), de Vladimir Carvalho; e a obraprima Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho As Aventuras da Turma da Mônica O primeiro filme da Turma da Mônica, de 1982, com roteiro escrito por Mauricio de Sousa e Reinaldo Waisman, foi produzido em nove meses, com 45 mil desenhos, num custo total de 100 milhões de cruzeiros, na época. O filme foi feito nos Estúdios Maurício de Sousa em parceria com a Black & White & Color, e foi distribuído pela Embrafilme. Mesmo sendo um clássico da animação brasileira, o filme foi lançado apenas duas vezes em VHS. Sua trilha sonora foi inspirada em orquestras musicais compostas por John Williams, compositor norte-americano famoso por suas obras musicais clássicas em vários filmes (Jurassic Park, E.T. - O Extraterrestre, Tubarão).
MODA O surgimento do stretch dava um ar futurista às roupas, mesmo assim, várias pessoas aderiam aos brechós. Nos cabelos, cortes assimétricos, com franjas repicadas. Muitos usavam gel, e mantinham um topete alto e a tintura com cores exóticas e marcantes. Mesmo com tom de constante inovação, vários estilistas preferiam manter o tom sóbrio de suas roupas, não aderindo à moda futurista. Giorgio Armani, com seus cortes sóbrios garantiu a elegância de homens e mulheres que se adaptavam ao estilo clássico.
MÍDIAS Com a informatização das empresas jornalísticas, todas as etapas da produção se tornam, digitalizadas. Os textos são elaborados em computador e a editoração eletrônica substitui a fotocomposição. Nesse novo processo, as páginas também são diagramadas no computador e o fotolito é gerado do arquivo eletrônico.
REALIDADE Reconhecida como uma das maiores manifestações populares já ocorridas no país, as “Diretas Já!” foram marcadas por enormes comícios onde figuras perseguidas pela ditadura militar, membros da classe artística, intelectuais e representantes de outros movimentos militavam pela aprovação do projeto de lei. Os deputados federais da época não se sensibilizaram mediante os enormes apelos. O Brasil manteve o sistema indireto para as eleições de 1985. Para dar a tal disputa política uma aparência democrática, o governo permitiu que civis concorressem ao pleito.