Joana costa

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UNIVERSIDADE LUSIADA DO PORTO

PATRIMÓNIO MOLINOLÓGICO Recuperação dos Moinhos de Água de Castro Laboreiro Joana da Costa e Silva

Dissertação para Obtenção de Grau de Mestre

PORTO, 2013


UNIVERSIDADE LUSIADA DO PORTO PATRIMÓNIO MOLINOLÓGICO

Recuperação dos Moinhos de Água de Castro Laboreiro Joana da Costa e Silva

Orientador : Professor Doutor Miguel Malheiro

PORTO, 2013


I Agradecimentos

Os meus agradecimentos iniciais vão dirigidos à minha mãe e ao meu irmão, sem os quais o meu percurso de vida não seria certamente o mesmo, pela formação e educação que me porporcionaram e pelo apoio incondicional em todos os momentos, inspiração de novos sonhos.... A todos os Professores que de alguma forma participaram na minha formação, mas em particular ao Arqt. Miguel Malheiro, pelo auxílio prestado e seguras intervenções pedagógicas, tanto a nivel de projecto como na dissertação, neste processo em que fui a grande beneficiária.


II

ÍNDICE AGRADECIMENTOS................................................................................................................I ÍNDICE.......................................................................................................................................II RESUMO...................................................................................................................................IV ABSTRACT................................................................................................................................V PALAVRA-CHAVE:.................................................................................................................XI

ABREVIATURAS.....................................................................................................................XI INTRODUÇÃO...........................................................................................................................9

CAPÍTULO I CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E HUMANA_CASTRO LABOREIRO.............................15 1.1. Análise Geográfica...........................................................................................16 1.2. Enquadramento dos sistema de Povoamento...................................................23 1.3. Rede de Caminhos de Castro Laboreiro...........................................................29 1.4. Construções de uso Comunitário em Castro Laboreiro...................................31

CAPÍTULO II MOINHOS E SISTEMAS DE MOAGEM.............................................................................37 2.1. Percurso Histórico............................................................................................39 2.2. A Arqueologia e o Património Industial...........................................................43 2.2.1. A transformação da paisagem..............................................................43 2.2.2. Pré-industrialização.............................................................................43 2.2.3. A transformação...................................................................................44 2.2.4. Reconversão de Edificios Industriais...................................................45 2.2.5. Matriz deAnalise de Edificios Reconvertidos.....................................46 2.2.6. Enquadramento Histórico dos Moinhos de Água em Portugal...........47 2.3. Tipologias de Moinhos de Água......................................................................49 2.4. Mecanismo de Moagem....................................................................................51 2.5. Captação e condução da água..........................................................................65 2.6. Morfologia das construções dos Moinhos........................................................67


III CAPÍTULO III. CASOS DE REFERÊNCIA......................................................................................................77 3. MOINHOS DE ÁGUA: REALIDADE ACTUAL E A SUA REABILITAÇÃO ...................78 3.1. Objectivos da Reabilitação e Reconversão dos Moinhos de Água......................................79 3.2. Moinho da Maré - Viana do Castelo.....................................................................................82 3.3. Moinho de Papel – Núcleo Museológico do Papel e do Cereal (espaço pedagógico permanente fabrico tradicional do papel e da moagem de cereais) - Intervenção do Arqt. Siza Vieira .....................................................................................................................................................88 3.4. Cinco Moinhos de Vento, Esposende -Parques temáticos _ciclo do pão Apúlia, Câmara Municipal de Esposende..............................................................................................................94 3.5. Reconversão de Moinho, Vilar de Mouros/Caminha,1989/96 - Alojamento rural _ Arqt. José Gigante...............................................................................................................................100 3.6. Reconversão e Ampliação do Moinho de Vento -Esposende - Arqt. José Gigante............102 3.7. Moinho de Marinhas _ Ampliação de uma habitação _Esposende....................................104 3.8. Moinho dos Furadoiros, Alcoutim Museu Interpretativo - Arqt. Vitor Ribeiro.................106

CASOS DE REFERÊNCIA CONCEPTUAL. 3.9. Escola Hoteleira e turismo de Portalegre_ Arqt.º Eduardo Souto Moura.........................110 3.10. Museu de Foz Côa (Referência Formal) arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental...............112 3.11. Tabela de Analise dos Casos de Referência......................................................................116

CAPÍTULO IV CASO DE ESTUDO...............................................................................................................119 4. Localização............................................................................................................................120 4.1 Projecto................................................................................................................................124 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................137 6. BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA.......................................................................................142 7. INDICE DE IMAGENS.......................................................................................................145 8. ANEXOS...............................................................................................................................163


Resumo

IV

A realização desta dissertação de mestrado teve como base o estudo da arquitectura molinológica, desde os primórdios até aos nossos dias. Apesar da área de intervenção se focar na zona de Melgaço, tendo esta um raro e inigualável Património cultural histórico e natural, foi a Vila de Castro Laboreiro que me despertou um interesse mais significativo, devido às suas paisagens naturais, selvagens e pelo seu carácter rural da cultura Castreja. A motivação e o interesse nesta investigação consiste em saber, qual a atitude que o Homem deve ter perante as formas que o passado lhe legou, bem pelo seu património molinológico? A Reabilitação deve enquadrar o objecto patrimonial nas suas dimensões passadas, presentes e futuras. A elaboração da dissertação, como referido anteriormente, relaciona-se com estas questões principais: Como e porquê recuperar a arquitectura molinológica? E como se recupera esta estrutura específica? Os problemas que a levantam são a falta de interesse e de condições económicas dos proprietários para realizar a manutenção ou reconstrução, e por se encontrarem em zonas isoladas com maus acessos. A metodologia fulcral consiste em recuperar, revitalizar, salvaguardar e conservar o património de Castro Laboreiro, mais concretamente os moinhos de água. Analisamos os casos de referência tendo em conta a matriz e análise dos edificios reconvertidos (função; volumetria; invólucro; materiais; imagem; sistema construtivo; configuração espacial interior e exterior e o património integrado). Os casos de referência exploram várias abordagens de intervenção sobre os edificios molinológicos, tentando identificar e esquematizar os processos de actuação e as metodologias de intervenção, pretende-se explorar a adaptação e modificação dos edifícios ao longo do tempo, através de uma abordagem ao ciclo de vida de um edificio e do estudo do comportamento das várias camadas que o compõem. A sua adaptabilidade a outras funções, explora as transformações que ocorrem ao longo da vida útil do edificio, surgindo um conceito de “ Layers” ou camadas, que serviu de base à matriz de análise proposta nesta dissertação. A condição do objecto patrimonial a ser restaurado é a de um objecto que se apresenta obsoleto numa realidade diferente daquela para o qual foi projectado. Conclui-se que pode assim dizer que um edificio tido como Património é um edificio que forneceu uma resposta cultural até determinado momento histórico e que perdeu gradualmente essa funcionalidade mais restrita e concreta, ganhando uma presença de sentido material e visual, sendo também um testemunho histórico e cultural.


V Abstract The completion of this dissertation was based on the study of architecture molinológica, from the beginnings to the present day. Despite the intervention area focus on the area Melgaço taking this a rare and unique cultural heritage and natural history, was the village of Castro Laboreiro I awoke an interest more significant due to its natural land- scapes, wildlife and its rural character Castreja culture. The motivation and interest in this research is to know what attitude the man should have towards the ways that the past bequeathed, as well as its heritage molinológico? Rehabilitation molinológica should frame your subject asset in its dimensions, past, present and future. The prepara- tion of the dissertation, as mentioned above, relates to these key questions: How and why to recover the architecture molinológica? and how to recover this specific struc- ture? The problems that arise are the lack of interest and economic conditions of the owners to perform maintenance or reconstruction. And finally because they are in remote areas with poor access. The core methodology is to recover, revitalize, protect and conserve the heritage of Castro Laboreiro, more specifically the water mills. Analyzed the cases of reference taking into account the matrix and analysis of buildings converted (function; volumes; housing; materials, image, building system; spatial configuration inside and outside and built heritage). Cases reference explore various approaches of intervention on the molinológicos buildings, trying to identify and outline the processes of action and intervention methodologies, we intend to explore the adaptation and modification of buildings over time, through an approach to the life cycle of a building and the study of the behavior of several layers that compose it. Its adaptability to other functions, explores the changes that occur over the lifetime of the building, an emerg- ing concept of “Layers” or layers, which formed the basis of matrix analysis proposed in this dissertation. The condition of the subject asset is to be restored to an object that presents itself obsolete in a reality other than that for which it was designed. Concludes that it may well mean that a building had Heritage is a building that provided a cultural response to particular historical moment and gradually lost this functionality more re- stricted and concrete, gaining a presence of visual and material sense, is also a historical and cultural


XI PALAVRA-CHAVE:

Arquitectura molinológica Reabilitação Salvaguarda Identidade do lugar Patrimonio Cultural

Key-words:

Architecture molinológica Rehabilitation Safeguard

Identity of the place Cultural heritage

ABREVIATURAS

ARQ: Arquiteto IPPAR: Instituto Português do Património Arquitetónico EDP: Eletricidade de Portugal CMIA: Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental


Introdução Tendo como base o trabalho desenvolvido durante o ano lectivo, na disciplina de Projecto III, que tem como motivação descobrir novos horizontes, diferentes formas de projectar e ver a arquitectura popular Minhota, mais precisamente no distrito de Melgaço, o que nos levou ao tema relacionado com a arquitectura molinológica, foi o facto de esta se encontrar em degradação e de ter um valor cultural e patrimonial em extinção. Deixemo-nos embarcar numa viagem que alterou muitas formas de pensar, que descobriu novos valores arquitectónicos, novas personalidades, diferentes contextos da vida e acima de tudo abriu renovados horizontes para que o mundo se aperceba dos “tesouros” que existem naquelas pequenas e distantes aldeias. À medida que nos aproximamos da Vila de Castro Laboreiro, a paisagem começa a modificar-se e ao invés de casas modernas, surgem construções simples com materiais banais e constantes, envolvidas por verdes e magníficas montanhas, vales e rios. As construções assumem linhas tradicionais de uma arquitectura bastante própria, rica em materiais nobres e típicos daquelas terras. As suas habitações reflecte-nos as suas vivências e o seu quotidiano. No deambular pelas aldeias, percorremos caminhos sinuosos, marcados pela subidas e descidas constantes na montanha e ao aproximarmo-nos junto ao rio, podemos verificar Moinhos isolados e em estado de abandono. É nossa intenção abordar o tema relacionado com a arquitectura molinológica, mais especificamente o estudo dos Moinhos de água, situados em Castro Laboreiro. Este tema surge numa altura em que se constata que o nosso património pré – industrial, os engenhos movidos a água, estão em fase de extinção. Nos primórdios eram utilizados para executar funções especifícas, estando a maioria delas relacionadas com a prática agrícola e pecuária, as quais nos nossos dias são executadas industrialmente. Podemos dizer que estas construções rurais tendem a desaparecer, devido ao aparecimento de novas técnicas de produção e à progressiva decadência das actividades a que estão associadas. O isolamento geográfico foi também um factor preponderante para que esta actividade se tenha mantido até aos nossos dias. No âmbito fulcral deste tema, pretendemos recuperar, revitalizar, salvaguardar e conservar o património de Castro Laboreiro, mais concretamente os moinhos de água. Os objectivos para esta investigação centram-se na herança molinólogica do concelho de Melgaço seus arredores mais precisamente nos Moinhos de Castro Laboreiro.

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Com este estudo pretendemos contribuir para a divulgação da herança cultural de Castro Laboreiro, identificando e caracterizando, com vista a compreender e dar a conhecer, por isso torna-se imprescindível o desenvolvimento do processo de reabilitação urbana integrada, racionalizando recursos e evitando intervenções dispersas. Assim, sendo, pretende-se alcançar, na era actual, as sociedades, criando nestas a necessidade emergente de valorizarem aquilo que as distinguem; alcançar a reabilitação dos moinhos de água e das estruturas; estudar as moagens portuguesas tradicionais; divulgá-las junto da população local numa perspectiva económica e comercial; promover a conservação e reabilitação das moagens tradicionais e do patrimonio construido, associado-o à sua função e mantendo-o tanto quanto possível em uso; criar condições para o desenvolvimento do ecoturismo centrada na temática dos moinhos tradicionais e contribuir para o desenvolvimento local. Os municípios começaram a tomar consciência da riqueza do seu património regional apostando assim na requalificação dos moinhos de água. As questões de fundo são: Qual a atitude que o Homem deve ter perante as formas que o passado lhe legou? A Reabilitação molinológica deve enquadrar o objecto patrimonial nas suas dimensões passadas, presentes e futuras? A metodologia consiste num plano de desenvolvimento teórico explorando o tema em partes fundamentais : as origens; o desenvolvimento técnico; tipos de moinhos; perceber o mecanismo, tanto do funcionamento como construtivo do moinho de água; estudo dos moinhos de Castro Laboreiro e seu levantamento e análise territorial. Os casos de referência tendo em conta a matriz e análise dos edificios reconvertidos ( função; volumetria; invólucro; materiais; imagem; sistema construtivo; configuração espacial interior e o património integrado). Ao longo desta argumentação vou tentar responder a estas questões: Como e porquê recuperar a arquitectura molinológica? E como se recupera esta estrutura específica? Qual a atitude que o Homem deve ter perante as formas que o passado lhe legou? O estado da arte para percebemos este registo cultural e seus antecedentes, bem como as características e o paralelismo entre o espaço humano e o físico, foi necessário consultar bibliografias de trabalhos publicados relacionados com os sistemas de moagens (Fernando Galhado, Ernesto Veiga, Joaquim Vasconcelos entre outros),testemunhos dos locais em analise e alguns registos fotográficos.

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Procuramos trabalhos relacionados com os sistemas de moagem primitivo, materiais de construção dos moinhos de água. A recriação de moinhos foi estudada por etnólogos e por antropólogos que ajudaram a destacar a importância dos moinhos de água. Estamos a referir a Fernando Galhano e Ernesto Veiga de Oliveira, que estudaram a tecnologia portuguesa, através do sistema de moagem desde os sistemas primodiais, aos utensílios do sistema. Rui Jorge Narciso fala da tecnologia, economia, história e sociedade no ambiente dos moinhos de água. Joaquim Vasconcelos fala do percurso histórico, morfologia do edifício, tipologias, condução e regulação de água e ainda, do mecanismo de moagem. Por último, faz um levantamento de todos os moinhos do rio Âncora. Luis Pereira analisa tecnologicamente os vários tipos de moinhos. Lopes Marcelo trata da evolução da moagem tradicional. Mário Rui Silvestre aborda a paisagem e a história dos moinhos de água e a importância do pão. Andres Sampedro fala de construções e de tipos de moinhos existentes e seus utensílios variados. Fernando Galhano e Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira propôem-se estudar as formas mais simples da construção que aproveitam os materiais do local. Todos estes autores são conhecedores da história da evolução dos moinhos de água. Uma parte importante da bibliografia recolhida sobre o património industrial consiste em artigos de Deolinda Folgado e José Amado Mendes, em publicações períodicas ou documentos publicados na Internet. Através destes artigos é possível compreender a origem e o desenvolvimento desta temática em Portugal, bem como a sua expressão na paisagem, uma vez que os autores dedicaram-se à investigação e ao estudo das actividades industriais nacionais. Destacam-se os artigos de Deolinda Folgado na Publicação Património Estudos do Instituto Português do Património Arquitectonico (IPPAR) que permitiram compreender o significado dos vestigios industriais em Portugal e as principais potencialidades e ameaças. Consultamos uma compilação de actas de Ana Cardoso Matos e Isabel Maria Ribeiro e Maria Luisa Santos do colóquio de Museologia Industrial realizado em Outubro de 2002. Estas autoras permitem introduzir a temática das estruturas industriais e o seu reconhecimento enquanto bem de valor cultural, apresentando o seu desenvolvimento até à actualidade. Francisco de Garcia explora vários abordagens de intervenção sobre o edifício, tentando identificar e esquematizar os processos de actuação e as metodologias de intervenção.

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Steward Brand este autor pretende explorar a adaptação e modificação dos edifícios ao longo do tempo, através de uma abordagem ao ciclo de vida de um edifício e do estudo do comportamento das várias camadas que o compõem. Investiga vários exemplos e identifica as características, circunstâncias que permitem explorar a longevidade do tecido edificado, a sua adaptabilidade a outras funções, explorando as transformações que ocorrem ao longo da vida útil do edificio. Surge, na sua obra o conceito de “Layers“ ou camadas, que serviu de base à matriz de análise proposta nesta dissertação. Segundo (Mendes 2000, Custódio 2005 e Folgado 2004) “a sociedade pós-industrial deveria ser capaz de reconhecer nos vestígios das actividades industriais, que pereceram e vão sendo suplantados, um valor a salvaguardar. Estas estruturas constituem uma fonte de conhecimento sobre a sociedade e a sua evolução, revelando materiais, texturas, espaços, técnicas de produção e modos de vida de outrora.“ A dissertação está organizada em quatro capitulos. Ultrapassada a fase do levantamento fotográfico e rigoroso do património molinológico existente, segue-se a fase de análise de estratégia territorial, partindo para o projecto e requalificação dos moinhos do centro de Castro Laboreiro. O primeiro capítulo consiste num enquadramento geográfico do local de Castro Laboreiro e a sua importância a nivel geográfico, hidrológico e o surgimento dos moinhos naquele local. No segundo capítulo faz-se abordagem à evolução histórica desde os primórdios, procurando registar todos os elementos existentes nas construções dos moinhos do interior, do seu exterior e seus utensílios, através dos mecanismos de moagem e toda a sua cultura, atravessando a pré industrialização até aos nossos dias. Tudo isto de forma a conpreender a sua evolução técnica, o seu funcionamento e os métodos que amparam este tipo de construções. No terceiro capítulo, estão aplicados todos os casos de referência, resultando em questões pertinentes não só sobre a análise efectuada, mas também acerca da sua recuperação, permitindo-nos, assim, retirar conclusões, com a finalidade de elaborar a nossa estratégia projectual, intervindo nos moinhos de água em Castro Laboreiro. Estes casos de referência, estão agrupados em três grupos distintos Alojamento; parques temáticos tendo em conta a sua função original; e a reconversão em museus dinamizando o local e atraindo a população; foram escolhidos tendo em conta como foi feito a reconversão e a reabilitação das potencialidades e seus riscos nos edificios molinológicos. 1

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Analisámos os casos de referência tendo em conta a matriz e análise dos edifícios reconvertidos. No quarto capítulo dá-se início a uma reabilitação dos Moinhos de água, da cascata do rio Laboreiro, tornando num parque temático e de uma proposta de raiz (escola de hotelaria e centro interpretativo) que dá apoio aos moinhos e dinamiza a Vila de Castro Laboreiro. De seguida são apresentadas as conclusões e as recomendações, tendo em conta o contexto teórico, as permissas e o estudo de referências a considerar.

Nota

1

Requalificação/ Museu : Moinhos de Maré, Centro de Interpretação Ambiental de Viana do Castelo; arqt. Branco Cavaleiro; O Moinho de Papel, Núcleo Museológico do Papel e do Cereal do arqt. Siza Vieira. A intervenção remete para o programa de requalificação, mantendo suas origens e acrescentando seu valor à actualidade na sociedade, preservando a imagem e a fachada com o existente; O Moinho do Furadoiros, Alcoutim, Museu interpretativo - arqt.Victor Ribeiro Reconversão /Habitação : A Reconversão de Moinho, Vilar de Mouros/Caminha 1989/96- Alojamento- arqt.José Gigante. Reconversão e ampliação do Moinho de Vento Esposende- arqt.José Gigante. O programa consiste na reconversão dos moinhos de vento em habitação. Recuperação e revitalização /Parque Temático : Os Cinco Moinhos de Vento, Esposende - Parque Temático do ciclo do pão- Apúlia. O programa consiste em dinamizar o local através de parques temáticos, contando e valorizando a arquitectura molinológico criando um percurso temático, ligando a função do passado com o futuro.

Método Conceptual : Escola Hoteleira e turismo de Portalegre_ Arqt.º Eduardo Souto Moura; Museu de Foz Côa (Referência Formal) arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental.Utilizei estes dois casos de referência pelo facto de terem localização semelhante ao meu. No caso do museu de foz Côa inspirei-me no conceito formal arquitectonico. Na escola de gastronomia de Santarém foi pelo facto de ter o mesmo programa que desejava.

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“O território do Moinho nem sempre representou um espaço de liberdade, de afectos e de convívio privilegiado entre as pessoas e a natureza, que muito marcou o ímaginário de todos os que o partilharam. Para os elementos da última geração, que já viviam no ambiente da aldeia, a atracção pela água, pelos animais e o apelo do Moinho eram muitos fortes ! Cada nova visita e estada eram vividas em sobressaltado sortilégio de reencontro os familiares, em particular os avós, no terno enlevo de receberem os mais jovens rodeados de fartura em produtos agro- percuários, com relevo para o pão quente, que diariamente era cozido no forno, ali mesmo em frente da casa do Moinho. “ (Lopes;1997;85)

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Capítulo I Caracterização Física e Humana_ Castro Laboreiro


N

Castro Laboreiro Arcos de Valdevez Gavieira Cabreiro Gondoriz Cabana Maior

Soajo Lindoso

Britelo

Sezelhe

Ambos Ermida os Rios Germil

Outeiro

Vilar da Veiga Cabril Covide

Ponta da Barca

Rio de Caldo

Montalegre

Terras de Bouro

0

7.500

15.000 Metros

Legenda Limites

100.000

50.000

PNPG Concelhos Freguesias

0 Metros

fig:01_ Mapa de Portugal e Minho

ESPANHA ADEGAS 3 3 5 Rio Minho

4 6

2

1

3 4

1 2 3 4 1 2 2 7

6 ESPANHA

4 5

1_Quinta de Soalheiro 3_Casta Boa

1 2 5_Quinta de Pigarra

Rio Trancoso

1

7_Quinta de Touquinheiras ALOJAMENTOS 1_Casa da Granja 2_Albergaria Boavista 3_Monte Prado, Hotel e SPA 5_Albergaria Mira Castro

Rio Mouro

ENOTECA/COMERCIO 5

CASTRO LABOREIRO 5

6 7

1_Solar do Alvarinho 2_Centro Artesanato RESTAURANTES 1_Adega do Sossego 2_Boavista 4_Sabino 5_Chafarix 6_Panorama 7_Mira Castro

SENHORA DA PENEDA

MUSEUS/ CENTRO DE

Caminhos

1_Posto de turismo

Estradas Principais Menagem Fronteira 5_Porta de Lamas de Mouro Rio Castro Laboreiro

Moinhos

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e Castro Laboreiro


1.1 _ Análise Geográfica Castro Laboreiro localiza-se numa extensa área serrana, situada no extremo Norte de Portugal, na região do Alto Minho, pertencente ao Parque Nacional de Gerês. Esta freguesia do distrito de Viana do Castelo abrange uma superfície de 89,29 km2 e dista cerca de 26 km da sua sede de concelho – Melgaço. Castro Laboreiro é delimitada a Norte e Nascente pela Galiza. Constitui uma região de extraordinária beleza, onde os seus vales amenos, os planaltos extensos e a serra agreste se harmonizam maravilhosamente, dando à paisagem cambiantes de rara grandeza. Banhada pelas águas cristalinas do rio Laboreiro, é uma região bela, cheia de microclimas, desde a terra fria que produz apenas batata, centeio e pastagens, até à parte quente e ribeirinha, em que se cultiva toda a espécie de cereais, fruta e vinhos. Tem mais de 40 lugares, distribuídos pelas brandas e pelas inverneiras – que são os lugares mais altos ou os mais baixos, onde o povo se resguarda do frio intenso dos agrestes Invernos ou do calor trazido pelos estios desabridos. Nestas terras descobrimos umas construções populares, denominadas moínhos de água que serviam de apoio a agricultura. Estes monumentos construidos em granito de plantas rectangulares organizadas na escarpa do rio Laboreiro, encontram-se devolutos (perda de função); Seis moínhos, isolados e próximos na antiga ponte que atravessa o rio do centro da Vila de Castro Laboreiro, na margem esquerda têm acesso directo aquela ponte. Pequenos degraus rasgados na rocha facilitavam o acesso. São construções em alvenaria de granito, com cobertura de duas águas. Moínhos simples de rodízio, servidos por levada de dimensão variável, com dois pisos correspondendo um ao nível de entrada e outro ao nível de saída da água. Possuem uma porta rasgada na fachada que assenta no solo de cota mais elevada e nalguns casos pequenas frestas. O pavimento é de madeira, encomtrando-se, nesse piso, a moega e as mós. Alguns destes moinhos possuem ainda intacta toda a utensilagem em madeira, seja a moega, a quelha, o chamadouro,... Dado o difícil acesso aos moinhos, o transporte de grão e farinha efectuava-se a dorso ou com recurso a gado.

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fig:04_Carta de Declives do PNPG

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O território da freguesia de Castro Laboreiro, acidentada, apresenta uma grande variedade geomorfológica, de onde ressaltam a extensa área de planalto, os penhascos graníticos de vertentes acidentadas e o vale do rio Castro Laboreiro. Todo este conjunto de formas, que configura o modelado da montanha e varia entre 1336 metros no ponto mais alto do planalto (Giestoso) e os 550 metros junto ao rio Castro Laboreiro, encontra-se entrecortado por uma densa rede de linhas de águas e corgas que correm em vales encaixados de grande declive e alimentam a bacia do rio Castro Laboreiro. A cobertura vegetal é rasteira. Nas elevadas altitudes predominam as urzes, as giestas e as carquejas, sendo muito rara a existência de árvores de grande porte. Estas só se encontram nos terrenos de vale, na proximidade do rio Castro Laboreiro e são essencialmente o carvalho, o castanheiro, o vidoeiro, e as poucas árvores de fruto, raquíticas, aí plantadas pela população que procurou extrair do solo ”sáfaro e desabrido” (Leal ; 1876, p:206), um pouco mais do que centeio e batata. Os afloramentos graníticos matizam toda a serra, desde as linhas de cume, ás encostas acidentadas que culminam nos vales onde as torrentes, derivadas das grandes chuvadas e nevões dos rigorosos invernos exercem o seu poder de erosão. Os elevados índices de pluviosidade, que assolam Castro Laboreiro, exercem ação erosiva sobre as encostas, já de si pobres em cobertura vegetal, contribuindo para a criação de grandes vertentes escarpadas e o arrastamento paulatino de terra arável para os lugares mais baixos e aplanados capazes de a reter. Neste sentido, a extensa área de planalto, que constitui o nível mais elevado desta terra, sucede-se “um complexo e movimentado conjunto de formas, das quais se evidenciam as rochas”. (Carvalho; 2006, p:142)

O povoamento da montanha esta intimamente relacionado com a existência dessas rochas em altitude, que se sucedem ate à zona de vale. “Estes patamares, onde a profundidade e a humidade do solo arável, acumulado pelo continuado processo de erosão, permite o desenvolvimento de uma agricultura de sequeiro e a existência de bons pastos para os animais” (Carvalho; 2006; p:193), constituíram os vários pontos de assentamento da população agro-silvo-pastoril que, desde tempos recuados, aqui se fixou.

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“ O clima de Castro Laboreiro é influenciado, essencialmente, pelas massas de ar de origem Atlântica e pela altitude a que esta freguesia se encontra” (Carvalho; 2006; p:141).

Os verões amenos contrastam com os invernos rigorosos. Contudo, esta clas-

sificação genérica do clima apresenta variações no contexto da freguesia, que derivam da sua orografia complexa, composta por grandes amplitudes de altitudes e acentuados declives que configuram : espaços abrigados de vale, proporcionadores de invernos de características mais amenas e lugares sucessivamente mais expostos às intempéries, à medida que se progride para as cotas mais altas da serra. A existência de diferentes microclimas reflectiu-se na criação de um sistema de povoamento que explora sazonalmente dois níveis altimétricos da serra de forma única em toda a região serrana em que se insere. “A densa rede hidrográfica que atravessa o concelho de Melgaço é reflexo do seu relevo muito acidentado. A ação dos agentes atmosféricos sobre as rochas graníticas está na origem do traçado dos seus vales encaixados, de traçado rectilíneo com diversas direcções, isto é, o trajecto dos rios está pré-definido pela direcção das principais fracturas que afectam o maciço granítico. De facto, é bem visível a presença das direcções NNE-SSW (Rio Trancoso e Rio Castro Laboreiro), ENE-WSW (traçado geral do rio Minho e parte do Rio Mouro), NNW-SSE e N-S (direcção de muitos afluentes).O Rio Minho e os Rios Mouro e Trancoso, seus afluentes, e ainda o Rio Castro Laboreiro que desagua no Rio Lima, são os principais cursos de água que atravessam e delimitam o concelho. À excepção do Rio Minho, nascem na Serra da Peneda e no Planalto de Castro Laboreiro, em Melgaço, e modelam marcadamente a configuração do terreno, definindo os seus principais vales interiores.”1 As zonas mais planas, correspondem aos planaltos de Castro Laboreiro e ao da Gave e ainda à bacia do Rio Minho, concentrando-se esta última nas freguesias de Alvaredo, Paderne, Remoães, Prado e Vila. Constituem as áreas de predilecção para o cultivo agrícola. Realça-se que cerca de 20% do território tem declives superiores a 30%, o que representa em termos absolutos, perto de 47.600 habitantes.

1 www.cm-melgaço.pt, consultado em 2011

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Abrangendo regiões de montanha, apresenta tendências, condicionantes e potenciais próprios do meio rural nortenho. Com a agro- pecuária, silvicultura e a apicultura como actividade dominante, com uma população pouco escolarizada, envelhecida e maioritariamente feminina, com fluxos migratórios de repressão, que embora já não tão intensos, se mantem, num tecido social fragilizado: •Superfície média das explorações reduzida e com excessivo parcelamento; •Produtos individuais que recorrem á mão-de-obra familiar e aos vizinhos; •Produção para consumo familiar; •Deficientes circuitos de comercialização; •Isolamento físico e social, que dificultam o acesso e informação; As estruturas comerciais existentes são, regra geral, pouco diversificadas e aonde o ramo alimentar assume maior importância. São geralmente estabelecimentos de pequenas dimensão, com uma estrutura familiar e que não contribuem de modo significativo para a criação de postos de trabalho. O ramo dos cafés e restaurantes, que se distribuem um pouco por toda a área de Castro Laboreiro, assume também alguma importância, especialmente no ramo da hotelaria.

fig: 07 Organização espacial dos sistemas tradicionais

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1.2 _ Enquadramento dos sistema de Povoamento Na região serrana do Alto Minho, composta pelas serras da Peneda, do Laboreiro, do Soajo, Amarela e do Gerês. A base económica das populações assenta, essencialmente, na exploração agro-pastoril da montanha. O povoamento nesta região é concentrado, pelo que a casa se encontra frequentemente dissociada dos campos, prados e hortas que lhe pertence. Esses terrenos, delimitados por muros baixos de pedra solta, “dispõem-se em torno do núcleo edificado das aldeias, ou mesmo, distantes destas, elevados na montanha.”(Ribeiro e Santos; 1951; p:63). As características do povoamento proporcionado de “hábitos de vida comunitários, que assentam, por exemplo, na reunião dos gados e rebanhos sob a vigilância de pastores escolhidos alternadamente entre os vizinhos” (Ribeiro e Santos; 1951;p:62), a prática de uma economia agrícola extensiva e pobre, ditada pelas restrições que a montanha impõe aos seus habitantes; assim como a existência de uma grande área de terrenos baldios inaptos para a agricultura e de livre acesso á deambulação das manadas e rebanhos (onde predomina a vegetação rasteira que desponta entre a penedia estéril )favoreciam, “nesta região, a actividade pastoril que assumia grande importância no quotidiano das gentes serranas”(Ribeiro e santos;1951;p:63). Na montanha, criavam-se quatro espécies de gado : vacas, ovelhas, cabras e porcos. Contudo, só as três primeiras eram pastoreadas; os porcos, de criação doméstica, ficavam nas cortes. Da pastorícia das manadas e dos rebanhos decorreram práticas de transumância e migração, que se traduziam na subida com os animais às pastagens frescas, situadas nos pontos altos da serra, durante o tempo seco e na procura de invernos mais moderados nas zonas de vale. Assim, verifica-se quase sempre, a existência de um sistema de exploração das cotas mais altas da montanha que ora surge como estrutura secundária e complementar do povoamento de vale, ora funciona como parte fundamental num sistema de povoamento sazonal brandas e inverneiras. Num entanto, Estes sistemas de povoamento estão a cair em desuso, tal como os modos de vida e produção agro-silvo-pastoril que os impulsionavam. Esta situação deve-se, essencialmente á forte emigração das camadas populacionais mais jovens e ao envelhecimento dos seus residentes.

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fig: 08 As Inverneiras

fig: 09 Museu das Brandas e Inverneiras

fig: 10 Panoramica das Ă reas de Cultivo

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Os diferentes aglomerados rurais de Castro Laboreiro apresentam sistemas organizacionais de povoamento distintos entre si, que resultam de decisões especificas e locais, tomadas por vontades individuais ao longo de várias gerações. Estas decisões populares relativas à escolha do lugar de implantação, aos modos de construção, à definição da rede de caminhos e ao respeito pelos traçados pré-existentes, contribuíram para a constituição de povoados cujos modelos organizacionais se adaptaram distintamente a cada situação concreta. No entanto, apesar de cada lugar obedecer a um sistema organizacional distinto, a necessidade de protecção contra as intempéries e o modo de vida comunitário tradicional castrejo, ditaram a concentração das construções. Os modelos arquitectónicos presentes no edifício antigo, que compõem a maioria dos lugares, embora ajustados a cada contexto especifico, repetem-se em toda a freguesia, formando um “conjunto reconhecível”(Rapoport; 2003, p:90), que expressa em si mesmo as preferências compartilhadas pela generalidade dos habitantes castrejos, no que se refere às condicionantes naturais e técnicas – clima, geologia, topografia, orografia, proximidade dos pontos de água, orientação solar, vegetação, qualidade dos terrenos, matérias primas disponíveis, conhecimentos técnicos, entre outras – assim como, os valores socioculturais (economia, família, comunidade, religiosidade…), relativos a um modo de vida serrano, que em tudo se relaciona com as condicionantes físicas e naturais do território em que se insere. Neste sentido, a arquitectura popular, que caracteriza os diferentes aglomerados castrejos, resulta da síntese da varias condicionantes físicas e sociais, desenvolvendo-se tão harmoniosamente quanto possível com o meio natural envolvente. Cada elemento construído condena em si o produto de uma soma de experiências multisensoriais, geralmente empíricas e por vezes não conscientes, do seu, ou seus construtores, que souberam interpretar os “aspectos perceptivos da envolvente”(Rapoport; 2003, p:102), adaptando-os, contornando-os ou salientando-os, tendo como base os modelos formais conceptualmente partilhados pela restante população, os ensinamentos técnicos herdados das gerações anteriores e a experiência adquirida.

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Quando e porquê surgem os moinhos? Estas terras do interior do país apresentam parcos recursos hídricos, que aliados às características montanhosas da região, proporcionaram a construção de inúmeros moinhos de água de rodízio de roda horizontal. O moinho, peça fundamental para a economia aldeã, foram erguidos nas margens dos ribeiros ou rios, os caminhos para lá chegar são íngremes, autênticos «caminhos de cabras», onde só se conseguia chegar a pé e/ou com um burrico. Desta forma, antigamente o transporte do cereal ao moinho era feito pelo próprio homem que levava os sacos às costas e/ou através dos burros; hoje, é feito com o tractor. O facto, de os moinhos de água de roda horizontal abundarem na área de Castro Laboreiro tem a ver com as suas características montanhosas. O homem inteligente, aproveitou o declive das águas como finalidade de moer com a menor quantidade de água possível. As características do terreno vão delimitar o tipo de construção. Assim, o tipo de moinho a edificar depende da morfologia do terreno. Encontramos o moinho de rodízio de roda horizontal, característico de ribeiros de montanha de pequena dimensão. E é sobre este tipo de moinho que recai o presente estudo. Onde surgem os moinhos naquele sitio, estando relacionados com os campos de cultura? O local onde se encontram estes moinhos, noutros tempos, era dominado por zona industrial, (espaço territorial no qual se agrupavam uma série de actividade, podendo ou não estar relacionados entre si, são localizados fora das zonas habitacionais) por existirem nesse mesmo local muitos moinhos de água e haver muito movimento, principalmente na altura das ceifas de cereais, transportando-se para os moinhos o grão para ser moído e depois o transporte da farinha até casa. Com poucas excepções, os moinhos encontram-se inseridos nos lameiros junto das linhas de água, sendo usada para o seu funcionamento a água conduzida através dos sistemas de irrigação para fins agrícolas. São vários os moinhos que se integram nesta localidade. Têm a função de converter os cereais (nomeadamente o centeio e o milho) em farinha. Este produto final iria servir para fazer as bem conhecidas Broas de centeio ou milho.

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Porquê que entraram em decadência? Com o surgir das moagens industriais, estes moinhos começaram a deixar de ser utilizados e

acabaram por ficar

abandonados sem a sua principal utilidade, moer o grão e transformando-o em farinha. Muitos acabaram mesmo por cair ou ficar em ruínas. O Estado, o poder local e os cidadãos anónimos têm feito vista grossa e fruto disso, este património cultural construído mergulhou na solidão; já Fernando Galhano (1978) escreveu que os moinhos estavam feridos de morte. Com a deslocação das povoações das aldeias para a cidade, na prespectiva de novos e bons trabalhos e aonde fossem melhor asalariados, os campos ficaram ao abandono e posteriormente deixou-se de dar uso aos moinhos (deu-se a quando da emigração maciça em meados do Séc. XX). Assim, antes de avançar para a reconstrução dos moinhos convém ter em mente três questões: Reconstruir para quem? Para quê? E como reconstruir? Hoje em dia a maior parte dos moinhos estão abandonados. As aldeias têm cada vez menos habitantes e os poucos que restam sentem cada vez mais o peso dos anos por isso trabalham cada vez menos. Como consequência deixaram de moer no moinho tradicional e optaram pela introdução de novas tecnologias, pelo moinho eléctrico, mais prático e sofisticado. Desta forma é necessário procurar soluções que visem a revitalização deste património, que não ponham em causa os seus traços tradicionais. A reabilitação física dos moinhos não se esgota na preservação do património construído; procura projectar uma imagem inovadora, única junto do público, que encontrará aqui uma oferta global cativante, potenciadora de estadias mais prolongadas. Este projecto, para além de promover as actividades ligadas ao eco-turismo, procura estimular os agentes locais para a preservação do património histórico-cultural e natural, na medida em que permite posicioná-lo como fulcro de uma actividade cultural e economicamente atractiva, que só subsistirá se o mesmo for genuíno e estiver integrado no seu contexto paisagístico tradicional.

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Portelinha

1

2 3 4 7 Portos

5 6

9

8

10 11

Ameijoeira

Trilho de Castro Laboreiro Estrada Caminhos

12 Percurso pelas Pontes

Ribeira de Baixo

1 Ponte do Rodeiro 2 Ponte de Lamas do Mouro 3 Ponte das Veigas 4 Ponte Velha da Vila de Castro Laboreiro 5 Ponte da Varziela 6 Ponte das Cainheiras 7 Ponte dos Portos 8 Ponte Nova ou ou Cava da Velha 9 Ponte e Moinho da Assureira 10 Ponte da Alagoa 11 Ponte da Dorna 12 Ponte da Alagoa

0

fig: 11 _ Caminhos da Freguesia de Castro Laboreiro 28

1

2 Km


1.3_ Rede de Caminhos de Castro Laboreiro

fig: 12 Evolução das Estradas desde 1509 até 1533

A origem dos caminhos vicinais, que interligam os diferentes lugares de Castro Laboreiro e estes aos eixos que os conectam ao exterior da freguesia, remonta as primeiras ocupações deste território. Para facilitar a travessia dos diversos rios que compõem a densa rede hidrográfica, que alimenta o rio Castro Laboreiro, existem várias pontes, que une as margens do rio Laboreiro, junto ao local onde terá existido um castro com o mesmo nome; e a ponte celta nos portos, que terá sido utilizada como ligação á Galiza. Estas vias de comunicação perduraram ao longo dos séculos, funcionando como itinerários para trocas comerciais com os povoados vizinhos e como caminhos vicinais percorridos pelos castrejos nas suas localizações á Vila, aos outros lugares de ocupação fixa ou sazonal da freguesia, aos moinhos, ao monte, aos campos e barbeitos e ao planalto com o gado. Contudo, estes caminhos foram-se transformando ao longo do tempo e outros surgiram mais recentemente, permitindo a introdução de meios de transporte motorizados facilitadores do quotidiano da população. Os trabalhos de construção das novas estradas iniciaram na década de 40 do sec: XX, tirando a freguesia do isolamento a que estava afeita e alterando a configuração dos povoados por estas atravessados.”Em 1948, foi aberta a estrada de ligação da Vila a Melgaço”(Rodrigues; 1995, 9) e , a partir dessa data, surgiram as recentes que actualmente chegam a todos os lugares castrejos, assim como o troço de ligação à estrada galega.

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fig: 13 _Cascata de Castro Laboreiro; Visualização do primeiro moinho de água

fig: 14 _Cascata de Castro Laboreiro

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1.4 _ Construções de uso Comunitário em Castro Laboreiro

fig: 15 _ Planta area do Centro de Castro Laboreiro

Os Moinhos eram importantes no dia-a-dia do povo castreijo. Após, a malhada do centeio, a sua moagem era feita com recurso a moinhos que aproveitavam a energia hidráulica, proveniente da densa rede hidrográfica existente na freguesia. Estes Moinhos movidos a água, hoje em desuso, são, geralmente, propriedades privadas de uma ou mais famílias envolvidas no seu processo de construção. Estas construções, implantadas nas vertentes da cascata do rio Laboreiro e dos seus afluentes, recebem a água de uma levada que desvia a montante do rio, ou corga, o caudal necessário para fazer mover o rodizio e accionar o moinho. Pela necessidade da sua localização junto aos cursos de àgua, estas construções situam-se, geralmente, afastadas do núcleo construído dos povoados. Os Moinhos representam o melhor da relação entre o Homem e a Natureza. Não só o edifício como todo o desenho envolvente destes equipamentos têm como características a maximização dos recursos naturais em proveito do Homem, mas também são exemplos de um desenho empírico, de comunhão com a natureza. Este pensamento remete-nos, portanto, para o equipamento de transformação dos quais fazem parte, as estruturas molinológicas. Ao longo desta dissertação, percebemos a importância das opções programaticas na revitalização do Património. No caso do Património Molinológico essa importância é amplificada pelas especificidades físicas destas estruturas e pelo impacto no contexto onde se inserem. Como Castro Laboreiro é rico em gastronomia e hotelaria, tendo um valor patrimonial e arquitectónico invulgar, propomos um programa que junta o passado ao futuro, trazendo um desenvolvimento económico para a população, dos produtos lá fabricados tendo como finalidade a venda.

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fig:20_ Planta da Ponte

fig:17_Perspectiva da Ponte a norte

um Moinho

da Ponte Velha de Castro Laboreiro

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Fig:22_ Exterior do Moinho

B

A E

D

C

fig:24_O exterior do Moinho

B

fig:25_ Janela do Moinho

A E

D

C

Moinhos de Castro Laboreiro

33


B

E

A

C

D

B

A

E

Moinhos de Castro Laboreiro

34

D

C


B

fig:39_ O Interior do Moinho

E

A

C D

fig:40_ Exterior do Moinho

B

fig:41_ A Cobertura do Moinho

E

A

C D

fig:42_ A Entrada do Moinho

Moinhos de Castro Laboreiro

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«Moinho» «A mó da morte mói O milho teu dourado E deixa no farelo Um ai deteriorado Mói a mó, mó a morte Em seu moer parado O que era trigo eterno E nem sequer semeado...» (in Carlos Drummond de Andrade - Obra Poética)


CapĂ­tulo II Moinhos e Sistemas de Moagem


fig: 46_ Mulheres negras pilando

fig: 48_ M贸 plana e Rebolo

fig: 49_ Desenho do Homem a piar o milho

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fig: 47_ Almofariz e Pil茫o


2.1 - Percurso Histórico “... a verdadeira moagem só aparece quando generalizou o uso do pão, estando intimamente relacionada com a produção de cereais, utilizados na alimentação humana depois de esmagadas ou reduzidas a farinho“ (Alves;1993;p:85) O Almofariz é o primeiro utensilio para esmagamento dos cereais; aparece como o mais antigo sistema de trituração de cereais (cerca de 10 000 a.C). Era constituído por uma pedra, onde se cavava uma concavidade onde se esmagavam os grãos, utilizando para o efeito um pilão da mesmo material ou mais usualmente de madeira. “Mós Manuais ou moinho rotativo manual parecem ter surgido no próximo oriente, nos finais do II milénio a.C.” (Alves; 1993) As pedras eram redondas, ajustáveis por meio de um eixo central, a superior com um buraco lateral onde se introduzia um manípulo de madeira. O Minho é uma das áreas do nosso país onde tiveram grande difusão. O almofariz surge nas antigas culturas neolíticas. “Segundo Estrabão, era desta forma que os nossos antepassados lusitanos reduziam as bolotas a farinha. Igualmente muito antigo e nascido da mesma necessidade de esmagar algumas substâncias alimentares e medicinais, surgiu o almofariz.“(Alves; 1993;p:36) Esta ação aproxima-se outra vez da trituração inicial da tal pedra que se esfrega sobre o penedo plano. É pois o momento de seguir o caminho do sistema de trituração por fricção, que nos leva imediatamente à mó. Durante o segundo milénio a.C., surgiu uma nova forma de moer cereais, a introdução do movimento rotativo na moagem através da utilização de mós circulares, existindo registos bíblicos. Estas referências pontuais e descritivas servem-nos para deduzir um estado técnico onde são correntes as mós rotativas manuais. As primeiras mós foram utilizadas por energia de seres vivos, tal como a energia humana foi e é aplicada em mós rotativas, assim sucedeu e sucede com a energia animal.

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Durante a Idade Média portuguesa, as atafonas foram engenhos muito comuns em todos os lugares onde a moagem de cereal era necessária, especialmente nos locais de grande consumo e afluência populacional, Vilas e Cidades. No fim do primeiro milénio a.C. estas mós rotativas tinham sido postas a funcionar com outras energias que não as animais. O desenvolvimento das civilizações permitiu a construção de máquinas para aproveitar as forças da água. É dessa época de grande desenvolvimento tecnológico o moinho hidráulico. Os primeiros moinhos hidráulicos datam da ocupação Romana. Nessa época podemos encontrar todos os géneros de moinhos, Moinho de rodízio; Moinho da roda vertical ou azenhas; Moinho de regolfo. Estes engenhos hidráulicos são o amadurecimento de saberes tecnológicos, amadurecidos ao longo de milénios e unidos num sistema inovador no fim do primeiro milénio a. C . A expansão do império Romano fez com que a dispersão dos moinhos de água se fizesse de uma forma rápida até aos limites mais afastados do império. A europa viu crescer uma nova civilização tecnológica que industrializou a moagem de cereais e libertou as mulheres e escravos da tarefa quotidiano de fazer a farinha. Mas o salto tecnológico permitiu a libertação de energias consideráveis: as pessoas e animais necessários para mover atafonas passaram a poder utilizar o seu tempo e energia noutras tarefas. O potêncial energético dos elementos naturais é infinitamente superior à resistência e potência animal e permitem transformar quantidades maiores de matéria-prima em menor tempo. No século VI, os primeiros moinhos conhecidos pelo uso de moinhos de roda vertical, foram instalados em barcos no meio dos rios, em Roma em 537. Para suprir o abastecimento de farinha á cidade, o general Bizantino Belisário ordenou a instalação do equipamento destes moinhos em barcas no rio Tibre. Em rios de grande caudal e próximo de grandes aglomerados urbanos como Paris, Roma, Toulose ou Soria, usaram-se moinhos de roda vertical assentes em barcas instaladas no meio da corrente, ao longo de toda a idade Média. Mas é no mundo Romano, que a sua presença é mais forte. Os moinhos ao longo da Idade Média, foram adaptados: moer azeitona; moer fibras vegetais; fazer papel; esmagar cana-de-açúcar; para serrar madeira; para martelar ferro; moer os ingredientes necessários ao fabrico da pólvora.

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Um apanhado exaustivo das imensas utilizações possíveis das máquinas movidas a energia hidráulica conduz-nos inevitavelmente a descobrir que um pouco por todo o lado, as diferentes tarefas transformadoras foram sendo praticadas com o recurso a motores hidráulicos e que a diversidade de utilização é tão extensa quanto a variedade da actividade humana. No início de Portugal há alguns registos escritos que concernem principalmente a troca, a venda ou a construção de moinhos de pão. “Em Portugal, a primeira referência documental dos moinhos de água é de 998”. Estes engenhos hidráulicos no território Nacional, desempenharam um papel decisivo na economia da época; eram de origem islâmica, civilizações coevas no médio oriente; utilizavam também moinhos de vento de eixo vertical, um conceito de produção energética que se expandiu quando se generalizou a adopção de eixos quasi-horizontal, encontrandose plenamente difundido na europa já no século XII. É na viragem do milénio que se começa a difundir a novidade dos moinhos de maré, instalados nas rias e zonas estuarinas de toda a facha Atlântica Europeia. Os moinhos hidráulicos representam uma importante fonte de receitase um dos principais meios à disposição dos capitais para se fazerem rentabilizar. As formas de organização dos moinhos de água eram as mais diversas e incluíam situações e condições sócio económicas muito dispersas. Comum a todas era, a moagem de cereais utilizando a energia hídrica. No território português, o uso e a propriedade dos engenhos hidráulicos, dependiam das populações e dos senhores feudais, que faziam o monopólio destes engenhos. Devemos de ter em conta, que os moinhos eram um meio de produção privilegiado (permite a obtenção e a aplicação de energia renovável sob a forma de trabalho) e sempre foi objecto quase controlado por parte das classes dominantes. Foram sempre uma fonte de rendimento para os seus detentores, fidalgos, Priores, ordens religiosas, o rei e seus familiares. Uma pequena parte deste património molinar era explorada directamente pelo seu senhorio: a maior parte dos moinhos estava arrendada a quem fazia a exploração directa e pagava uma renda, obtida pela prestação do serviço de moagem para o mercado. As instituições religiosas tiveram um papel importante na expansão dos engenhos hidráulicos e procuraram ser os detentores deste meio de produção tão fulcral quanto rendoso.

(http://www.museologia-portugal.net/files/upload/mestrados/rui_guita.pdf)

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fig: 50 _ Distribuição das unidades industriais inventariadas por tipologia

fig: 51 _ GrĂĄfico de Tipologias

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2.2._ A Arqueologia e o Pátrimónio Industrial Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa, a indústria define-se como uma “actividade económica que se baseia numa técnica, dominada, em geral, pela presença de máquinas ou maquinismos, para transformar matérias-primas em bens de produção e de consumo” (Porto Editora;2010). Esta actividade está associada à produção em larga escala apoiada em meios mecânicos e às actividades de produção que se desenvolveram a partir do final do século XVIII, com a primeira revolução tecnológica. À actividade industrial está implícita a existência de um edifício de produção, normalmente a fábrica, que está associada a uma técnica, a um modo de produção. Esta actividade implica também a exploração de recursos energéticos e a criação de infra-estruturas e de edifícios de apoio, como bairros habitacionais. Apresenta-se também relacionada com uma organização social especifica, existindo um modo de vida industrial com horários, migrações diárias e concentração de pessoas. (Derruau, 1977:29) As exigências específicas dos espaços industriais, bem como as questões de segurança, desenvolveram um tipo de arquitectura particular. 2.2.1_A transformação da paisagem O desenvolvimento industrial foi responsável pela transformação radical do território urbano e rural, através da exploração de matérias-primas, do recurso a fontes energéticas e da construção de edificado e de redes de circulação. Existe uma paisagem criada pela produção e pela economia, que sofre uma transformação paralela ao desenvolvimento técnico, possuindo um importante valor cultural e histórico como reflexo da evolução humana (Custódio, 2005). 2.2.1_Pré-industrialização No período da pré-industrialização que se manteve até ao século XVII, a exploração de novas fontes de energia, hidráulica e eólica, permitiu a expansão do território explorado pelo Homem (Folgado, 2001). As estruturas de produção que consistiam, até à data, em fornos integrados em núcleos habitacionais, dispersaram-se pelo território, instalando-se junto às linhas de água ou no topo das colinas. Os edifícios, em alvenaria com elementos em madeira, adaptavam-se às inovações técnicas, como a roda e o rodízio. Podem observar-se, em território nacional, ainda vários exemplos desta época como azenhas, moinhos de maré e moinhos de vento.

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fig: 52 _ Esquema das camadas de transformação de um edifício. Imagem do autor parcialmente baseada em Brand, How buildings learn: what happens after they're built (1997)

2.2.3_A transformação Qualquer intervenção realizada num edifício implica uma modificação do existente. Esta modificação irá afectar tanto o edifício como a sua envolvente e os seus habitantes, transformando-se a imagem da cidade, a memória colectiva e a dinâmica social do meio onde se insere. Contudo, é na reutilização de um edifício que está implícito o reconhecimento da dimensão temporal da arquitectura e do inevitável processo de modificação do tecido edificado; através dos processos de degradação, transformação ou mudança de função, existirà sempre uma alteração do significado do edifício que se vai estender também ao seu contexto. O objectivo é conseguir assumir esse processo como o ciclo de vida normal das construções e saber utilizá-lo em prol da sociedade.

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2.2.4 _ Reconversão de Edificios Industriais “Intervenir equivale a actuar conscientemente en el proceso dinámico de la ciudad; debiendo añadirse que, en todo caso, habría de garantizarse la mínima estabilidad necesaria para que la forma urbana, en sus partes y en el todo, prolongue una identidad que ha sido conseguida lenta y trabajosamente. Como se ha dicho en otro pasaje, la ciudad es un patrimonio del pasado a transferir hacia el futuro y, si es posible, mejorando por el presente.”(Gracia, 1992:179) Reconversão, Potencialidades e Riscos - Inicialmente em Portugal, o programa mais frequentemente realizado foi a criação de museus em antigos edifícios fabris, dedicados à história da empresa e à actividade Industrial aí exercida. Este tipo de uso permitia ocupar os antigos espaços industriais desactivados e simultaneamente, perpetuar a memória dos métodos técnicos anteriormente utilizados, preservando também o espólio móvel desactivado (o património integrado). Um dos exemplos pioneiros e mais representativos da consciencialização do valor do património industrial é a Central Tejo em Lisboa que, em 1985, foi palco da primeira grande exposição realizada no âmbito da herança industrial portuguesa denominada Arqueologia Industrial: um Mundo a descobrir, um mundo a defender, orientada por Jorge Custódio. O edifício foi reconvertido com base num programa museológico e cultural, em 1991, é inaugurado como Museu da Electricidade, actualmente gerido pela Fundação EDP. O mais antigo moínho nacional (1411), localizado na margem esquerda do Rio Lis em Leiria, foi reconvertido, em 2009, pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira num espaço museológico e pedagógico dedicado à moagem e ao fabrico de papel, o Museu do Moinho de Papel. O projecto destaca-se pela simplicidade, sensibilidade e respeito pela linguagem formal e material do edifício existente. O grande edifício da Alfândega Nova do Porto, edificado em 1859, foi reconvertido no Museu de Transportes e Comunicações. O projecto, da autoria do arquitecto Eduardo Souto Moura, foi concluído em 1993 e baseou-se numa intervenção integrada no plano formal, estético e material da estrutura original.Em Lisboa, a Doca de Santo Amaro foi reformulada e nos armazéns de apoio à marina encontram-se actualmente espaços de restauração e lazer, com bares, cafés e clubes nocturnos viradas para o rio, constituindo actualmente uma das zonas nocturnas mais concorridas de Lisboa.

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2.2.5_ Matriz de Analise de Edificios Reconvertidos Para resumir o que foi explicado anteriormente – as acções base, o tipo de intervenção e o modo de alteração do existente – apresentam-se de seguida os parâmetros que se consideram mais pertinentes na leitura de um edifício reconvertido: 1| Função: O projecto de reconversão implica, pela sua definição, uma mudança da função do edifício. A escolha do novo programa possui importância vital na concretização do projecto e na preservação dos valores do edifício original, na medida em que uma adaptação forçada pode levar à sua descaracterização. 2| Volumetria: A volumetria dos edifícios e dos conjuntos existentes pode ser modificada ou preservada, de acordo com a estratégia de projecto ou as exigências do programa. Observa-se frequentemente a adição de novos volumes que podem surgir contíguos, intersectados ou separados dos corpos existentes. 3| Invólucro: Este ponto é referente às fachadas, à cobertura e ao seu tratamento, como a recuperação, a introdução de novos elementos, o tratamento dos elementos decorativos ou abertura de vãos. 4| Materiais: A reconversão vai exigir a introdução de novos materiais, para trabalhos de recuperação ou para a introdução de novos elementos. 5| Imagem: Este ponto é relativo à linguagem estética adoptada no exterior e interior dos edifícios. Estabelece o modo como a intervenção se articula com o existente, relativamente à sua imagem. 6| Sistema Construtivo: A adaptação a um novo programa, pode requerer transformações na configuração espacial interior do edifício que impliquem alterações na sua estrutura, ou um estado de conservação precário dos elementos estruturais pode exigir de trabalhos de reforço ou substituição, de modo a garantir a sua eficiência. 7| Configuração espacial interior: Neste parâmetro é explorado o modo como as características tipológicas e espaciais, de edifícios de índole industrial, facilitam a sua reconversão. Refere-se, também, às alterações introduzidas na organização dos espaços, acessos, circulação e distribuição vertical. 8| Património integrado: Os edifícios industriais são construções funcionais cujo objectivo é albergar um sistema de produção, produtos, mercadorias e operários.

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2.2.6 _ Enquadramento Histórico dos Moinhos de Água em Portugal “Os moinhos de Portugal, verdadeiras sínteses do encontro humano com a natureza, são expressões genuinas da cultura material das regiões e reflectem modos de vida, mentalidades, formas de ver o mundo e o lugar dos homens.“ (Miranda;2004;98) Os rios têm um papel essencial não só na quantidade mas também na qualidade dos moinhos e consequentemente na melhoria da vida das pessoas. Os atributos do rio influenciam o desemprego dos moinhos, não tanto pela qualidade da farinha obtida mas antes pela permanência de moagens ao longo do ano. Isto porque os moinhos dependem do caudal do rio, quer na quantidade quer na sua estabilidade ao longo das quatro estações, pois é a força da corrente que transmite a energia necessária à rotação da roda que, solidária com a mó, promove a trituração dos grãos dos cereais. Só os moinhos que estão nas margens de rios com caudal muito abundante conseguem laborar no verão. Para além disso, os situados nos riachos das encostas montanhosas têm que esperar pelas chuvas do inverno, que engrossam os caudais, tendo-se assim água suficiente para o moinho funcionar. As aldeias situadas a pequena distância de linhas de água são mais priviligiadas do que outras mais afastadas. À medida que a separação até ao moinho cresce, aumentam as dificuldades na sua construção e posteriormente, ao entrar em laboração, a vida dos seus utilizadores é dificultada por serem obrigadas a percorrer grandes extensões. Numa época em que os acessos eram de fraca qualidade, geralmente em terra batida ou simplesmente “carreiros“ feitos ao longo dos montes à força do número de passagens por ele executadas, ter um moinho afastado complicava muito a vida das pessoas e dos animais de carga, responsaveis pelo transportes dos grãos para o moinho e da farinha no sentido inverso.

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fig: 53 _ TrĂŠs tipos de Moinhos de MarĂŠ

fig: 54 _ Azenha de Roda Vertical

fig: 55_ Moinho de Rodizio / Moinho de rodete submerso

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2.3_Tipologias de Moinhos de Água Os Moinho de montanha - São construções rústicas, pequenos, de instalações de exploração familiar “consortes”, com uma só moenda. A porta de entrada não ultrapassava 1.70m de pé direito, tem apenas um postigo de dimensões reduzidas, sem qualquer divisão no interior. Moinho de planície - são construções mais cuidadas, exigindo a presença de um moleiro. São moinhos com várias moendas e também podiase encontrar equipamentos como: forja ; banco etc…, servindo de apoio ao moleiro. Nestes moinhos encontram-se o engenho de azeito, de linho e a serração de madeira. Moinho de Rodizio consiste numa roda horizontal à qual se chama rodizio, é composto por um conjunto de pálas dispostas radialmente, as quais recebem a implusão do jacto de água que nelas bate. A difusão deste tipo de engenho hidráulico foi muito rápido por toda a europa, devido á profusão e caracteristicas dos cursos de água aí existentes. Como se referiu anteriormente, na época medieval a sua posse era essencialmente um privilégio dos senhores feudais, os quais cobravam pesados impostos a quem os utilizasse. O aumento da cultura dos cereais por parte de pequenas comunidades rurais, levou á crescente expansão principalmente dos moinhos de roda horizontal. Numa descrição mais elementar, o rodizio é uma roda (hélice) que funciona numa catividade aberta em forma de U, recebendo um jacto de água através de uma seteira que atire água para as penas do rodizio e escoando a água depois de rodar para a boca do U. Moinho de rodete submerso, “este tipo de sistema utilizava uma roda larga e forte a que se dá o nome de rodete, trabalhando esta submersa dentro de uma câmara cilindrica (o poço de pedra ou dorna), onde a água de um cilindro ( forma de O) onde o tubilhão de água entra com grande pressão por uma fresta num dos lados e força as penas do rodízio (que é fechado por baixo sem deixar espaço de escoamento entre as pernas) a rodar até que sai por outra fresta quase diametralmente oposto”.

2

“Este tipo de moinho era especialmente utilizado nas regiões onde o caudal dos rios eram mais fortes e onde era comum a água atingir níveis elevados”. 3 É nesta caracteristica que difere com o moinho de rodizio pois, este ficaria submerso impedindo a sua elaboração, enquanto o de rodete poder continuar a laborar. 2

(_hppt://pt.wikipedia.org/wiki/Molinologico.)

3

(http://moinhosdeportugal.no.sapo.pt/PrincipalTipificacao.htm)

49


Moinhos de maré, como o nome indica, os moinhos de maré utilizam como fonte de energia a diferença de nivel entre a maré alta e a maré baixa, para accionar as suas rodas horizontais. Localizados em estuários e esteiros próximos da costa, sofrendo a influência das marés, permite que, na subida da água se encha uma represa, denominada de caldeira, e na maré baixa, esta água represada faça movimentar as rodas, por acção do desnivel que então se verifica. Embora o seu tempo de laboração esteja condicionado ao ritmo das marés, esta situação era compensada com a utilização de várias rodas ao mesmo tempo. “A sua origem remonta ao século XI, e a sua introdução em Portugal ocorreu durante os séculos XIII ou XIV, sendo bastante utilizada de norte a sul do país. Contudo, a sua subsistência até épocas mais recentes, ocorreu especialmente no sul do país , como por exemplo no estuário do rio Tejo. “ 4 Azenhas em Portugal deve-se aos Árabes, com registos da sua utilização a partir do século X. Em alguns casos as azenhas vieram substituir os moinhos de rodízio, visto estas terem um rendimento superior, sendo contudo a sua implementação muito inferior. Chamamos azenha aos moinhos de água de roda vertical. Este sistema comporta os tipos de propulsão superior, média e inferior, em que o “tipo de propulsão diz respeito á maneira como a água cai na roda, que pode ser de alto, a meia altura ou accionando-a correndo por baixo dela. No caso da propulsão superior, a roda possui os chamados copos, os quais ao encherem de água impulsionam a roda pela acção do seu peso. No caso de propulsão média e inferior, a roda possui palas onde a água bate e exerce o seu impulso.“ 5 Outras variantes das azenhas são os moinhos de barcas e as azenhas de rio temporários. Os primeiros eram composto por uma ou duas rodas verticais montadas numa ou entre duas barcas fundeadas nas zonas dos rios com mais corrente, aproveitando directamente esse facto para fazer girar as suas mós. Sabe-se da sua existências no passado mas não existe registo de qualquer exemplar nos tempos mais recentes. As azenhas de rio temporárias eram engenhos de laboração estival que só laboravam durante os meses em que os pequenos cursos de água secavam ou possuiam um caudal tão reduzido que não permitiam a sua utilização para fazer girar as mós. 4

(http://moinhosdeportugal.no.sapo.pt)

5

(http://moinhosdeportugal.no.sapo.pt)

50


2.4_ Mecanismo de Moagem Os moinhos sempre representaram o sistema de fabricação para fins alimentares. Os primeiros vestígios remontam aos tempos pré-históricos, traduzindo para a actividade do homem dedicado á agricultura. Este engenho permitiu dominar o ciclo do pão, base da sobrevivência das comunidades rurais, que foram desenvolver a sua própria cultura especifica, ligada ao diálogo com a natureza. No nosso Pais, após a romanização e tendo os agrestes e pobres castros sido abandonados, as populações foramse instalando nos vales e nas terras mais produtivas. A mais antiga referência ao moinho de água consta de um epigrama de Antipatros de Salónica que se presume ser de 85 a.C., embora alguns autores o situem na época de Augusto. Outros devido ao terreno não necessita de represas, sendo logo conduzido ao rodízio. A água era então conduzida até ao moinho, terminando no cube ou cale. A cale em forma de caleira era construída em madeira e tinha como objectivo canalizar e imprimir velocidade através de uma acentuada inclinação. O cubo não possuía formas definidas e podia ser de pedra ou madeira. De modo a proporcionarem um maior desnível imprimindo velocidade á água, a construção dos cubos tomou diversas formas e sem duvida uma prova da perícia humana na arte da construção. Era normal que na entrada do cubo existisse uma pequena função que se destinava a impedir a passagem de lixo, que iria entupir a seteira da água e bloquear a actividade do engenho. O botão interruptor de todo o mecanismo de moagem é o pejadouro, feito em madeira e em forma de alavanca, tal aparelho esta ligado á seteira quando accionado através de um processo basculante, o movimento direccionado a água para o rodizio, imprimindo-lhe movimento. Noutras unidades moageiras o moleiro inventou um sistema que permitia inactivar o moinho. Isto consistia na introdução na moega de uma pequena peça de madeira, que ficava coberta na totalidade pelo cereal. O dipositivo estava ligada por um fio ao pejadouro e quando o cereal começava a rarear a força exercida era maior, fazendo baixar a estrutura e desligar as mós.

fig: 56 _ formas de cubo e de seteira vulgares no norte.

51


fig: 57 _ O Aparelho Superior do Moinho (0)Estrutura (1) Moega (2) Suporte dos fios da bóia e do chocalho (3) Chocalho (4) Peso para ajuste de inclinação da caleja (5) Tingedouro (6) Pedra Móvel , galga (7) Panais de tábuas de protecção da farinha (8) Suporte de apoio das tábuas da frente .

“A vitalidade destas “paleo- técnicas“ pode relacionar-se com a existências de uma agricultura arcaica que permite extrair destes engenhos uma rentabilidade razoável num contexto sócio-económico que ainda mantém modos de vida arcaicos e práticas culturais rotineiras.“ (Alves;1993)

52


Moinhos movido a água podem ser de roda horizontal: moinhos de rodízio, ou de roda vertical chamado azenhas. A diferença está na parte motora, pois a moagem é simplesmente igual. O moinho do rodízio é uma casita pequenina, construída na margem de um ribeiro de montanha. É junto das mós que aparecem as peças que sobem de baixo. A um lado é a cabeça do aliviadouro, com a cunha que a ergue ou baixa; mais atrás é o arame do pejadouro, com a argola da ponte presa e um prego. Dentro das mós e portanto invisível, atravessa a bucha de madeira no olho de pouso e aguenta a segurelha no batente da sua extremidade, sobre as orelhas desta segurelha é que pousam os cavados da fase inferior da andadeira, feitos a picão para cada lado do olho.“O grão é despejado na moega ou tolda, que é aquela caixa em pirâmide quadrangular invertida, suspensa sobre as mós. O vértice é aberto e o grão vai passando para a quelha, da qual a maior ou menor inclinação regula a queda do grão que a trepidação do chamadouro ou cadelo mantem constante e certa” (Galhano;1978; 43) . O controlo da quantidade de grão que cai pela caldeja, é efectuada pelo ajuste da sua maior ou menor inclinação que resulta de alongar ou encurtar de um fio que se enrola a um pequeno torno, auxilio por um pequeno peso na ponta. O correr do grão pela caleja é facilitado pela trepidação que lhe é transmitida pelo rodar da pedra, através do tingedouro. De facto o manter regular na queda do grão, faz com que as pedras aquecm e queimem a farinha e pela fricção gastam-se rapidamente. O grão ao cair com muita quantidade, empapa a mó de cima e acaba por parar, ficando o rodízio parado com o risco que as penas se partam. O moinho ao moer tem um som característico, que só o moleiro consegue ouvir e ajuda a controlar. Assim a melodia do moinho tem muito haver com a qualidade da farinha. Um outro sistema que alerta, permite alertar o moleiro quando o grão se acaba na moega. Nesse situação, liberta-se uma bóia de cortiça que ficara debaixo do grão, deixando cair um chocalho sobre a pedra em movimento. É notável a aplicação nesta função do chocalho, um elemento típico da faina pastoril.“O grão, ao cair do olho da pedra móvel, é arrastado para a segurelha (mós)” ( Lopes Marcedo;1997;75). Assim, através do aperto entre as duas pedras, a de baixo convexa e a de cima côncava, ajustadas entre si, resulta a trituração. Através da alavanca do sistema de ajustamento, pode-se afastar da pedra móvel da fixa, regulando a farinha, obtendo-a mais fina ou mais grossa.

53


fig: 58_ Moega de madeira dupla ;

fig: 59_ Instrumentos da Moega

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Este sistema consiste nas duas pedras a de cima(galga ou andadeira) formada por um bloco de granito. Esse bloco, na parte inferior tem uma face de frissuras radiais e um rasgo ao centro, onde encaixa a segurelha. A segurelha suporta o peso e transmite á pedra o movimento giratório do rodízio. A pedra de baixo pode ser formada só por uma pedra ou várias unidas por argamassa.”As moegas são peças de madeira com forma de funil piramidal, onde se deitar o grão que se pretende moer. Situam-se por cima da mó, com o vértice cortado e voltado para baixo, suspensa sobre a quelha, fazendo deslizar o grão, até este cair no olho da mó. A suspensão da moega é vulgarmente feita por barrotes horizontais, fixos a uma armação de dois ou quatro prumos, que a suspendem por arames do próprio barrote. A quelha é uma caleira alongada, de madeira, por onde ocorre o grão e que vai da saida da moega até ao olho da mó. As quelhas estão suspensas nas moegas, por uma simples armação de fios ou arames e pregos .” (Lopes Marcedo;1997;77)

fig: 60_ Mecanismo e Utensilios de Moagem

55


fig: 61_ Sistema de Trituração

56


As pedras do moinhos sofrem desgaste com a trituração, sobretudo a pedra móvel. Quando o grão demora muito a ser moído a farinha sai menos branca, é necessário levantar a pedra de cima, para serem picadas. Com esta operação, o moleiro usa como alfaias o carro ou rodízio, um braço de alavanca e o malhal. É o moleiro sozinho que movimenta e levanta a pedra, começando por inserir várias cunhas, entre as pedras, até poder encaixar entre elas o rodilho. “Nesta altura a pedra de cima solta-se da segurelha e desloca-se rodando em cima do rodilho, sendo amparada ao cair em cima do malhal pelo braço da alavanca ficando depois em pé levemente encostada para trás, e amparada ao braço da alavanca.” (Lopes Marcedo:1997;77)

fig: 62 _ Instrumentos Auxiliares no processo de Trituração

57


fig: 63 _ Sequencia da operação levantar da pedra de cima, para ser picada.

58


“A energia da água ao cair sobre nas penas do rodízio e fazendo-o girar, é o principal elemento deste subsistema que se apoia basicamente no aparelho do rodizio. A construção deste aparelho é em madeira de freixo verde,pelo engenho e arte que revela é descrita “ (Lopes Marcedo ;1997; 80,81) “Na vela do rodízio, encaixa no veio do ferro, que atrevesse a pedra fixa, girando dentro de um encaixe de madeira, que termina na segurelha.” ;1997; 80,81) .

(Lopes Marcedo

Esse encaixe transmite-lhe o movimento giratório do rodízio impulsionado

pela energia da água.“No centro da massa do rodízio é inserido uma pedra de sílex ou quartzito , designada por agulheum que, suporta todo aparelho do rodízio, (..)” (Lopes Marcedo;1997;80,81)

este sistema é tão simples, mas revela uma tecnologia notável.

fig: 64_ Aparelho Superior do Moinho. (1) Veio de ferro (2) Vela do Rodizio (3) Massa do Rodizio (4) Penas do Rodizio (5) Parte Terminal da cale, por onde sai a água.

59


fig: 65 _ Sistema Motor

60


O sistema da moagem é uma sábia articulação de equilíbrio ente vários aparelhos, no aproximar ou afastar das pedras móvel ou fixa. Nesse processo de ajustar suportado no erreiro, prolongado pela agulha ou aliviadouro e accionado por um mecanismo de alavanca. O erreiro é um tronco de freixo verde, que é colocado no chão rochoso, entalado e travado com pesadas pedras .

fig: 66_ Erreiro

“No centro é incrustrada uma pedra em forma de concha de sílex, designada por rela, que funciona de fêmera, onde encaixa e rola outra pedra alongada, o agulheum. Os dois braços mais adelgados do erreiro ficam fixos entre as pedras. O braço mais grosso fica solto, e liga-se com outra peça alongadade madeira, a agulha que pertence ao aliviadouro. Esta erguendo-se ao nível superior do moinho patalelamente ao veio de ferro, mas afastada de modo a passar ao lado das mós, terminando num mecanismo de alavanca com o ponto fixo ao lado da pedra móvel.Utilizando-se outra peça de madeira alongada, como braço de alavanca, pode-se subir ou descer o erreiro, o que faz com que a pedra móvel se afasta ou aproxime da pedra fixa, ajustando-se o apuramento da farinha.” (Lopes Marcedo;1997;27)

fig: 67_ Subsistema de Ajustamento e Equilibrio

61


fig: 68 _ Utensilio de Equilibrio

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Em suma, quando inicia-se o funcionamento do moinho, antes de encaminhar a água pela cale para o rodizio, afasta-se as pedras, para eliminar os atritos entre elas. De seguida, já com o rodízio em funcionamento e o grão a cair da caleja, vai sendo obtida uma velocidade e musicalidade que asseguram a melhor qualidade da farinha.

fig: 69 _ Sequência da Operação de afastamento e aproximação das pedras para o apuramento da qualidade da farinha

63


fig: 70 _ Captação e Condução da água

“O ambiente de um moinho é algo com uma magia e um encanto envolventes. Quase todo á volta e dentro de um moinho de água cria uma atmosfera onirica. Antes de mais o caminho: afastamo-nos das povoações e das casas, seguimos carreira entre campos e arvoredo descendo até ao vale. Uma fita mais densa de arvoredo assinala a linha de água, quase sempre invisivel, um som cantado de cascatas diz-nos que estamos na proximidade de uma queda de água, naturalmente a do açude. Só a fita de água correndo na levada já traduz uma enercia de alegria, força e comunicação, um alento de vida circulante sobre um fundo de areia e cascalho solto e muido“ ( Narciso;2004;77)

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2.5_Captação e condução da água O estudo dos Moinhos tem que ser entendido inserindo-o na interdependência dos seus múltiplos sistemas : o edificado ; o açude e a levada. O funcionamento dos moinhos de água baseia-se na necessidade fundamental de criar um declive para que a água ganhe força necessária para accionar os engenhos. Para tal a água tem que ser captada/ represada e encaminhada para o moinho. Os processos de represamento existentes são (captação da água) : os açudes e as presas(poças). Os açudes, são construções que têm como finalidade de represar as águas , formando pequenas albufeiras. “Outro dado , é a referência no Código Visigótico a uma lei que regula a construção de açudes e sanciona os delitos cometidos aos moinhos e suas represas, tal como os furtos dos seus objectos e útensilios. Este facto leva Gama Barros a considerar que no seculo V, os moinhos fossem ja vulgares na Peninsula Iberica“ (SILVA;2004; 223). Essas açudes podem ser naturais( pelas rochas) ou pelo o homem. As presas ou poças, são construções vedadas, também em terra e pedras, para o armazenamento de água, utilizadas quando os cursos de água não possuem caudal suficiente para accionar os moinhos. Assim a água que se vai represando nas presas, quando se abre, move os moinhos durante o seu tempo de esvaziamento. A condução da água é feita por açudes ou poças, até aos moinhos, através das levadas. Estas surgem como construções de boa qualidade, em granito bem talhada, também se podem representar como um simples canal ou rego em terreno firme. Por vezes escavado na rocha, que em socalcos construídos para o efeito, junto a ribeiros, calculados para manterem o nívél o mais elevado possívél. Nalguns pontos chegam mesmo a tomar a forma de pequenos aquedutos de pedra, que vencem as depressões que surgem no terreno. O desnível corresponde, a grosso modo, ao da queda de água da levada sobre as penas do rodízio, que quanto maior for, mais velocidade imprime ao rodízio. Em geral as levadas para os moinhos de cubo são mais curtas. Associados ás levadas surgem muitas vezes uma série de moinhos, dispostos por uma encosta abaixo ou postos uns a seguir aos outros nas margens de um ribeiro, aproveitando a mesma queda de água. Daí a condução da água ao rodízio é feita ou por cales ou cubos. As cales são simples caleiras descobertas e inclinadas, para aumentar a força motora da água, que termina um pouco acima do rodízio.

65


CORTE C2

CORTE C1

66


2.6_ Morfologia das construções dos Moinhos A implantação dos moinhos é condicionada pela necessidade de criar um desnivél entre a entrada e a saída de água nos moinhos. O ponto de entrada de água é muito variável, depende em geral da tipologia da condução da água no moinho (moinho de cubo, moinho de caleira, ou moinho de levada directa). A cota da entrada da água é em geral superior ao piso das mós, chegando nalguns casos, a localizar-se a uma cota superior ao da cobertura. Por vezes nos moinhos de levada directa a cota do ponto de entrada de água é o mesmo que a da saída, sendo a mais baixa do moinho. Nos moinhos de rodízio entrada e saída de água procede-se em fachadas opostas. A organização interna do edifício é condicionada pelo desenvolvimento vertical do aparelho motor e de moagem. Os moinhos de rodízio são assim edifícios constituídos por dois pisos: no superior localiza-se o aparelho de moagem, a moeda, e no inferior, o mecanismo motor. A estes dois pisos correspondem dois pontos de acessos distintos e a cotas diferentes. O piso da moeda é encerrado. A entrada procede-se por um postigo em geral baixo, existindo ou não outras aberturas para iluminação e ventilação. No piso inferior, um espaço aberto, denominado de “cabouco ” é em geral muito reduzido, não tendo na maioria dos casos correspondência com a área do piso superior. Apenas é acedido quando é necessário efectuar alguma reparação. Nas azenhas a entrada e saída da água procede-se no mesmo lado do edifício, ou seja, na fachada em que se encontra a roda. Nos moinhos de propulsão inferior o aro da roda fica ao nível mais baixo do edifício, que corresponde nas azenhas de rio á cota do desnível do açude. São edifícios igualmente constituídos, por dois níveis, estando no piso inferior, os elementos do aparelho motor e no superior a moenda. A dimensão do moinho é ditada pelo número de engrenagens do mecanismo do motor,

pois a sua área interna corresponde, salvo algumas excepções, apenas á

necessária á moenda e aos restantes elementos, resultando, em geral, em edifícios de reduzidas dimensões.

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fig:75 _ Planta de um Moinho Pedra Argamassa Revestimento Interior Argamassa Revestimento- Soalho Argamassa Camada de areia

Camada de gravilha Terreno

0

fig:76 _ Pormenor construtivo de um pavimento de um Moinho

68

0.1

0.3


As paredes dos moinhos de Castro Laboreiro, são na sua totalidade em alvenaria. “Nessas terras nortenhas, arcaicas e rudes, estes moinhos, que servem a aldeia ou a vizinhança proxima (...) construções diminutas, por vezes minúsculas, em pedra, muito rústicas (...)“ (Oliveira;1983;28) . A escolha das alvenarias depende da resistência mecânica exigida, os mais resistentes são colocados nos cunhais para travar a construção, nas padieiras e ombreiras das portas e janelas, pilares de saída de água dos caboucos e pedras de fecho dos mesmos. São os pontos mais cuidados das construções por exigência construtiva. Outro elemento cuja a construção requer bastante atenção é a parte do moinho responsável pela condução de água – os cubos, cuja alvenaria se apresenta em geral bastante trabalhada de forma a evitar a perda de água. “O Moinho é uma construção tosca, em pedra solta compartilhado com barro. As rochas são, naturalmente o xisto e o granito, as mais abundantes da região“ (Alves;1993;123).

As paredes das alvenarias são bastantes grossas, de alvenaria de assen-

tamento bastante irregulares, não existindo nenhum material para o remate das juntas, o que confere uma imagem bastante grosseira ás estruturas. Em muitos Moinhos é possível ver uma pedra saliente na parede exterior, a uma altura variável, que funciona como uma prateleira, servindo para pousar os sacos com os cereais. Estas pedras são nas construções mais rústicas, muito toscas. Nos moinhos de rodízio a abertura dos caboucos, onde se encontra o aparelho motor são, nos casos mais correntes simples rasgos encimados por rudes padieiras de pedra, mas nas construções mais cuidadas essas aberturas são muito vezes feitas em pedra talhada ou em arco. Alguns moinhos possuem ainda argolas em ferro cravadas na parede ou em rochas na envolvente, para se prenderem os animais de carga. Podemos concluir que os moinhos de Castro Laboreiro, na sua generalidade se apresentam como construções de forma simples, extremamente utilitárias, materializadas em quatro paredes, uma porta de entrada e cobertura. São influências por factores naturais, utilizando os matériais geológicos existentes nos locais, e formais, pela adoção de uma arquitectura em estreita relação com o meio, de construção muito intuita, na mesma linha da arquitectura popular portuguesa revelada pelo inquérito á arquitectura popular de 1955. Revelam ainda as condições sócio-económicos dos seus proprietários e da sua forma de exploração.

69


1 2

Viga / barrote de madeira

5

Tabuleiro

6

sarrafo

7

Telha de acabamento mista

3 4

70

Membrana Impermeabilizante


O pavimento do piso onde se localiza a moenda é maioritariamente em grandes blocos de pedra que fazem toda a largura do cabouco. Encontram-se ainda pavimentos em granito na parte inferior das moendas. O pavimento do cabouco é em geral em terreno natural, no entanto, para evitar a deslocação do aparelho motor do eixo da mó, encontram-se muitas vezes pedras que ajudam a fixar. A cobertura de duas águas predomina assim em todo o território do concelho. São raros os moinhos em que existem asnas de suporte da cobertura.As que existem encontram-se em moinhos de maiores dimensões de exploração para fora. A inexistência de asnas prende-se com as reduzidas dimensões dos moinhos. As coberturas são maioritariamente apenas constituídas pelo pau de fileira, que se apoia nas paredes de meação dos alçados de menor dimensão, e por varas, que lhe são perpendiculares, onde depois fixam as ripas para o assentamento da telha. São estruturas muito simples e que decorrem da adaptação das estruturas existentes das colmaturas para a telha. Outrora, as coberturas eram praticamente todas em colmo. As coberturas em materiais vegetais, as chamas das colmaturas ou colmaços revelam uma estreita dependência do meio, utilizando os materiais locais. E apesar da telha ser um material que se conhece desde o final do período castrejo, o colmo era o material dominante nas coberturas de praticamente de toda a região de Castro Laboreiro, tanto nos moinhos e anexos agrícolas como nas casas de habitação. O abandono progressivo do colmo e a sua substituição pela telha teve como primordial razão o perigo de incêndio e o inconveniente de este requer composturas frequentes. Encontra-se ainda moinhos com cobertura em pedras de granito, manifestações notáveis da construção popular. Normalmente a maioria são em duas águas e em pedra de grandes dimensões. A opção por este tipo de cobertura desvia-se ao facto de se tratar de um material que não se estraga, não obriga

a composturas e era dificilmente roubado. (Veiga;1988)

71


fig:80_ Palas e Rodizio

0.23 0.20 2 0.064 1.31

0.064

1

0.218 0.308 0.745

1.87 0.545

2.34

0.07

2.21

0.23

0.06

0.829

0.09

0.87

0.14

0.15 0.06

0.90

0.31

1.11

0.06

0.53

2.00

0.18

0.12

1

0.051

1.105

0.514

0.116

0.154

0.108

0.900 1.116 0.039 0.21 1.414

1.684 0.090 0.988

1.561

0.111 0.785

0.064 0.141

2 0.193 0.206

0.452 0.161

72


fig:87_Planta de Piso 1 Ro

es

ma na

Lag

nte

das

Po

eiro

fig:86_Planta de Piso 0

fig:85_Planta de Estrutura

Rib

fig:84_Planta de Cobertura

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B D A

C

fig:89 _ Corte Longitudinal_ Corte 2

Vista da Frente

fig:90 _ Pormenor Construtivo do Engenho

Po

Ro

ma

na

Rib

eiro

das

Lag

es

nte

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A

D C

B

E

fig:92_ Corte C1 do Moinho_ Bloqueio da serra superior

3 Vista da frente

Vista lateral

Vista da frente

4Vista lateral

Bloqueio da serra inferior

3 Soalho

4 2 2

1 1

1

Roda vertical ou "azenha"

fig:93 _ Corte e Pormenores do Engenho do Moinho

CORTE C2

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76


Capítulo III Casos de Referência


3 _ Moinhos de Água : Realidade Actual e a sua Reabilitação Quase se pode afirmar que não existe moinhos de água a funcionar, pelo menos com a mesma filosofia com que foram construidos. Ainda se encontram alguns em laboração, num âmbito principalmente particular, porque o seu proprietário, por amor ao oficio, continua a usar o moinho da familia para transformar os seus cereais em farinha, apenas para subsistência. Mas será que nas próximas gerações ainda vai restar alguém com dedicação semelhante? Era bom que sim. Na realidade, os moinhos de água encontram-se disseminados por todo o território nacional, onde a maioria ficou completamente esquecida no passado e em muito mau estado de conservação. Múltiplos factores conduziram estas edificações a esta terrivel situação, das quais se nomeiam as consideradas mais relevantes: a) A falta de condições económicas dos proprietários para realizar a manutenção ou reconstrução dos moinhos que se encontram em elevado estado de degradação; b) O desentendimento familiar, propiciando o abandono dos moinhos, perdidos no tempo, à espera que as partilhas se realizem e consequentemente, fique definido o novo proprietário; c) A falta de sensibilidade dos proprietários, menos susceptíveis ás questões de preservação do património histórico, aliado ao facto dos moinhos de água terem deixado de ser uma fonte de rendimentos, conduz a que sejam abandonados, vitimas do desgaste e de corrosão provocados pelas condições atmosféricas e que acabam por ser “engolidos“ pela vegetação ou simplesmente ficar em ruinas; d) A localização da maioria dos moinhos ser em zonas isoladas, com acessos em mau estado de conservação ou a necessitarem de ser qualificados, o que propicia o abandono das edificações e promove a ausência de investimento na conversão ou restauro das mesmas; e) Por último, as técnicas usadas nos moinhos tradicionais não permitem grandes rendimentos no trabalho da moagem dos cereais e, com a revolução industrial, principalmente a partir da década de sessenta, foram sendo substituídos por indústrias de moagem accionadas a electricidade ou motores de combustão, que laboram com maiores lucros, e são construidas em locais estratégicos.Para os pequenos produtores, com necessidades de menor monta, passaram a ser usados pequenos moinhos, também motorizados, e que podem ser instalados nas próprias habitações, evitando assim deslocações.

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3.1_ Objectivos da Reabilitação e Reconversão dos Moinhos de Água Numa era em que a sustentabilidade é a palavra do século XXI, a procura de alternativas eficazes para diminuir os impactos ambientais causados principalmente pelo consumo exagerado e pela poluição e também pelo desperdício é uma constante. Vivemos uns tempos em que tudo é facilmente descartado e substituido por soluções mais produtivas e aparentemente mais “fáceis“. A história dos moinhos de água tradicionais, infelizmente, não é excepção. Já foi referido diversas vezes neste estudo a importância destas construções na história natural e humana, o que eles representaram na economia portuguesa e mundial enquanto principais “fábricas“ responsáveis pela moagem dos grãos de cereais e outras matérias-primas. Durante séculos foram construídos moinhos de água tradicionais por todo o mundo para responder ás necessidades de alimentação de pessoas e animais e quando foram gradualmente sendo substituídos por indústrias de grande produtividade, foram deixados ao abandono. Todas as acções desenvolvidas para a requalificação rural valorizam de forma significativa as populações abrangidas nesse processo. Deste modo, os principais objectivos a alcançar com estas acções são “suster o processo de descaracterização da paisagem tradicional, permitindo a conversação e recuperação do património natural e construído (em especial o património molinológico)“ (Viegas;1967). Actualmente, alguns concelhos municipais fizeram o estudo e levantamento do seu património natural e cultural, onde se inserem os moinhos de água. Contudo, a nível nacional não há conhecimento real do número de moinhos em laboração ou de quantos se encontram em ruína total ou parcial. Como Principais objectivos na reabilitação dos moinhos de água e das estruturas e eles associadas, enumera-se a) “Estrudar as moagens portuguesas tradicionais (...) e registar o seu estado e características“ (Viegas;1967), pois só com um levantamento real de conservação podemos calcular as necessidades reais de intervenção; b) “Divulgar, quer externamente, quer junto da população local, o resultado desses estudos“ (Viegas;1967), e assim fomentar possíveis interesses em investir tanto âmbito pessoal como numa perspectiva comercial e económica;

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c) “Promover a conservação e reabilitação das moagens tradicionais e do património construido, associado-o á sua função mantendo-o tanto quanto possivel em uso” (Viegas;1967), ou, nessa impossibilidade, convertê-lo noutro tipo de utilização; d) “Criar condições para o desenvolvimento do ecoturismo centrado na temática dos moinhos tradicionais“ (Viegas;1967) , associados á paisagem natural e histórica local ; e) “Criar condições para que o desenvolvimento de produtos no âmbito do ecoturismo possa contribuir para o desenvolvimento local“(Viegas;1967) numa perspectiva de investimento cultural e económico; Os municípios começaram a tomar consciência da riqueza do seu património regional e muitos iniciaram uma batalha contra o tempo e estão a apostar na requalificação dos moinhos de água. Tem-se o exemplo da Câmara Municipal de Boticas que promoveu o levantamento de todos os moinhos de água do concelho com o financiamento do Programa Operacional da Região Norte e do Ministério do Ambiente e com toda a informação que foi recolhida na investigação, publicou o livro Levantamento dos Moinhos de Boticas. Num total de 224 moinhos, 42 já se encontram requalificados com o objectivos de “reabilitar o património pré- industrial do concelho, não só para o ecoturismo, mas também para a moagem.“

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O conceito de turismo é definido pela Organização Mundial de Turismo e pelas Nações Unidas como “as actividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros“ 5 Só mais recentemente surgiu o conceito de Turismo Rural, uma modalidade do turismo “que tem por objectivo permitir a todos um contacto mais directo e genuino com a natureza, a agricultura e as tradições locais, através da hospitalidade privada em ambiente rural e familiar“. 6

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Municipio de Boticas, citada pelo Comércio do Porto, em www.noticias.portugalmail.pt,consultado em 2011 WWW.Wikipedia.org, consultado em 2011 Idem

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Pode-se definir o espaço rural como todas “as áreas com ligação tradicional e significativa à agricultura ou ambiente e paisagem de carácter vincadamente rural“ 7 No actual enquadramento, a reabilitação física dos moinhos não se esgota na preservação do património construído, mas procura projectar uma imagem inovadora e única junto do público, que encontrará aqui uma oferta cativante, potenciadora de estadias mais prolongadas, com consequente impulsionamento do cómercio local. A contribuição dos moinhos para a cultura, consiste na globalização sobretudo nas gerações mais jovens, desconhece-se a nossa história e as nossas raízes. Múltiplos factores contribuem para este “desinteresse“, mas talvez o principal se deva ás novas tecnologias, sempre com focagem no futuro. A rede Portuguesa dos Moinhos criou o Dia Mundial dos Moinhos a 07 de abril. Com esta celebração pretende-se “chamar a atenção dos portugueses para o incalculável valor patrimonial dos nossos moinhos tradicionais, de forma a motivar e coordenar vontades e esforços de proprietários, moleiros, organizações associativas, autarquias locais, museus, investigadores , molinólogos, entusiastas, amigos dos moinhos e população em geral.“ 8 Nesta data, realiza-se a iniciativa “Moinhos Abertos“ que tem por objectivo central “fazer funcionar em simultâneo e abrir ao público para acesso livre tantos moinhos quantos for possivel em todo o país.“

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Os moinhos de diversos pontos do território nacional, facultam as entradas para quem os quiser visitar e transformam-se numa autêntica “escola viva“. Outra iniciativa que visa a promoção dos moinhos tradicionais portugueses está ligada ás caminhadas. Diversas câmaras municipais, através do seu pelouro do turismo, têm organizado trilhos para caminhadas cujo percurso passa precisamente em moinhos. Muitos dos moinhos são reabilitados com a perspectiva de se tornarem museus onde, para além de estarem expostos os equipamentos de moagem, o espaço é também aproveitado para realização de diversas exposições, nomeadamente do artesanato local , entre outros tipos de arte.

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Idem www.cm-boticas.pt, consultado em 2011 http://www.moinhosdeportugal.org, consultado em 2011

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fig: 94 _ Vista do Exterior

fig: 95 _ Fachada Principal do Centro de Motorização

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3.2 _ Moinhos de Maré - Centro Motorização e Interpretação do Parque ecológico urbano de Viana do Castelo Intervenção Urbanistica: O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) foi desenvolvido no âmbito do Programa Polis, procurando intervir na melhoria da qualidade de vida da cidade, dando a conhecer as acções de requalificação urbanística e ambiental desenvolvidas no espaço urbano e desafiando os cidadãos para uma reflexão sobre várias temáticas do ambiente urbano.Os seus Objectivos são: O CMIA destina-se a todo o tipo de público, dos mais novos aos mais idosos, desde a população em geral às organizações não governamentais, passando pelas associações de carácter social, recreativo, desportivo ou ambiental, escolas, educadores, professores, grupos profissionais e empresários. É um espaço aberto a diferentes entidades, instituições e associações, com as quais estabeleceram parcerias. • Apoio na “descodificação” dos elementos naturais que rodeiam o Homem. A interpretação ambiental pressupõe dar lugar a uma nova leitura do que observamos diariamente; • Reflexão sobre os componentes ambientais que nos rodeiam e nossa relação/ dependência perante esses componentes; • Promoção da formação e esclarecimento a toda a comunidade; Na comunidade escolar: • Apoio no desenvolvimento de projectos em diversas temáticas associadas ao ambiente, saúde e bem-estar; • Apoio à solidificação de conhecimentos adquiridos em ambiente escolar; • Produção de materiais de apoio educativo para distribuição ou disponibilização temporária às entidades escolares;

fig:96_ Desenhos á mão do Moinho de Maré

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fig: 97_ Ferramentas/ Utensilios da Azenha

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Antes da Intervenção do moinho : Azenhas de D. Prior é o nome pelo qual os vianenses conhecem o Moinho de Maré situado no limite da cidade com a freguesia da Meadela, onde o ribeiro de S. Vicente desagua no rio Lima. A história deste moinho inicia-se em 1803, quando António Pereira Pinto Araújo, Abade de Lobrigos e Dom Prior da Colegiada de Barcelos - que veio a dar o nome às azenhas -, solicitou autorização à Câmara para “fazer todo seu” o terreno pantanoso, “por não ser útil a algum indivíduo” a fim de o drenar e tornar cultivável e assim “assegurar a pública felicidade a todos os viventes desta vila”.No entanto esse seu primeiro intento depressa desapareceu e logo em 1809 há referências à existência deste moinho movido pela força da maré, que aparece referenciado na Carta Cadastral da Cidade de Viana do Castelo de 1868, onde se pode ver a existência de 4 mós. Não é possível ter certezas, uma vez que a documentação falta, mas é provável que nos finais do século XIX, o industrial francês Jules Deveze tenha comprado as azenhas aos seus anteriores proprietários. Terá sido ele quem lhe introduziu enormes melhoramentos, transformando-o num mecanismo pré industrial. A primeira Intervenção: Para isso, substituiu todo o maquinismo em 1971 que seria de madeira, por outro de metal com um sistema de rodas dentadas e de desmultiplicação do movimento, a que terá anexado uma serração de madeira, movida pela mesma fonte de energia. A segunda intervenção : Com o Programa Polis, as Azenhas de D. Prior retomam uma nova fase da sua vida, não com intuitos saudosistas, mas, muito pelo contrário, integrando o novo Parque da Cidade, com o objectivo de mostrar aos mais novos como é possível e desejável o aproveitamento de uma fonte de energia não poluente, gratuita e inesgotável. Há apenas um exemplar de Moinhos de Maré no concelho, conhecido como Azenhas de D. Prior. Caracteristicas do Moinho: Tal como no caso das azenhas, é um edifício robusto, com necessidade de uma preparação do local de implantação, uma vez que funciona com a diferença entre a preia-mar e a baixamar, precisa de condições muito específicas: proximidade da costa, geralmente no estuário dos rios, no local onde as águas do rio, sob a pressão da maré-alta, crescem para a margem, alagando-a.

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fig: 98 _ Alçados e cortes do centro de recursos do CMIA.

fig: 99 _ Desenhos tridimensional do Centro de Motorização do Moinho de Maré

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As alterações ao longo dos anos : Sabemos que este moinho foi mandado construir pelo Abade de Lobrigos, no início do século XIX, para o abastecimento de farinha à cidade. No início do XX, o comerciante Jules Deveze substituiu o mecanismo de madeira por outro de ferro, que é o que podemos ver hoje. Deixou de funcionar nos anos 30. O projecto, lançado no âmbito do concurso promovido pela Vianapo-

lis SA, previa a reconversão de uma infra-estrutura desactivada, situada muito próximo da margem do rio Lima. Este Edificio, que foi, de particular relevância social e económica no tecido urbano da cidade, não sendo mais do que um conjunto de ruinas localizadas junto ao futuro parque da cidade de Viana do Castelo. Este conjunto era composto por vários volumes, dos quais, apenas um possuia cobertura, ainda em péssimo estado de conservação. Vai este conjunto, readquirir, no âmbito do Programa Polis um novo papel na cidade proporcionando o envolvimento directo da comunidade nas questões ambientais, quer nas actividades didácticas, lúdicas e pedagógicas ou formativas. Arquitectura: Jorge branco cavaleiro/ João miguel costa marquês O centro de recursos do CMIA é composto por uma biblioteca, uma sala multimédia e um laboratório. A biblioteca dispõe de diversos materiais informativos e pedagógicos na área do Ambiente, em diferentes formatos – digital, audiovisual, livros, periódicos, kits pedagógicos, etc. A sala multimédia, destina-se essencialmente à pesquisa adicional de informação com computadores de acesso gratuito à internet. Nesta sala estão ainda disponíveis jogos didácticos interactivos sobre as exposições temáticas que decorreram no CMIA. O laboratório do CMIA dispõe de equipamentos que permitem a preparação de actividades pelos seus técnicos, assim como a realização de acções de monitorização ambiental. Este é um espaço aberto também a professores, investigadores e técnicos que necessitem de recorrer as esta valência do centro de recursos no âmbito das suas actividades.

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fig:100 _ Vista do Exterior do Centro Museol贸gico

fig:101_ Vista do Interior do Moinho

do Moinho de Papel

fig:102_ Vista do Exterior do Centro Museol贸gico do Moinho de Papel

fig:103 _ Zona de Recep莽茫o

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fig:104_ Maquinaria do Processo do Papel


3.3_ Moinho de Papel – Núcleo Museológico do Papel e do Cereal (espaço pedagógico permanente fabrico tradicional do papel e da moagem de cereais) Intervenção do Arqt. Siza Vieira A intervenção de Arquitectura : no Moinho de Papel de Leiria compreende a recuperação do edifício existente (e que nos últimos 80 anos moeu cereais), a construção de um corpo novo e o tratamento e requalificação dos espaços exteriores adjacentes. O edifício novo, a Poente, contém a recepção, a área da memória industrial e instalações sanitárias para o público. O edifício existente será subdividido em três sectores: fabrico de papel, moagem de cereais e cafetaria–esplanada. A área do fabrico de papel, a Poente do edifício,engloba a sala de maior dimensão, armazém, instalação sanitária e área de gestão. O espaço de moagem, a Norte/Poente, terá funcionamento autónomo, destinando-se à observação dos engenhos. A moagem de cereais, a Nascente, inclui a área de arrecadação e instalação sanitária, no piso superior. A cafetaria, instalada na antiga cozinha, é apoiada por uma arrecadação e serve uma esplanada sobre o rio. Os arranjos exteriores incluem a reconversão do passeio e estacionamento a Sul e Nascente do edifício, bem como o tratamento das valas e a requalificação das áreas arborizadas e ajardinadas adjacentes. Estudo histórico e arqueológico do Moinho do Papel de Leiria e aproveitamento funcional do futuro espaço expositivo: “Núcleo Museológico do Papel e do Cereal” Antes da Intervenção : Após o estudo, análise e acompanhamento do processo de limpeza de toda a área correspondente ao Moinho do Papel, em 2004, os arqueólogos da Autarquia concluíram que, apesar da estrutura edificada estar documentada como existente desde 1411, na verdade existiria uma estrutura anterior mais antiga, já deteriorada à data em que o edifício foi usado como fábrica de papel. Portanto o edifício original seria mais antigo (possivelmente do século XII) e a sua primeira função teria sido a de moagem de cereais. Este estudo e a memória muito activa que, presentemente, a população mantém relativamente ao espaço como estrutura moageira, fizeram rever a funcionalidade do projecto museológico e determinar que o espaço deverá recriar não só a antiga produção de papel medieval, mas também a produção de cereal.

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fig:105_ Planta: 1- Recepção (26,81m2); 2- Área da Memória da unidade Industrial (75,04m2);3I.S(27,52m2); 4- Área de fabrico do papel (155,45m2); 5- Área de Gestão do Moinho do Papel (19,65m2); 6- I.S (7,57m2); 7- Armazem (30,55m2); 8-Antecâmara (16,32m2); 9- Cafetaria (16,32m2); 10- Atrio (4,51m2); 11- Moagem de cereais (89,73m2); 12- Esplanada (114,05m2); 13- Arrecadação (17,19m2); 14- I.S/Moleiro (10,44m2)

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O fabrico do cereal: Por outro lado, a análise da sala denominada “Sala dos Cereais” indicou que inicialmente deveriam existir somente quatro mós de rodízios horizontais e não as sete que se vêem actualmente. Na verdade trata-se de acrescentos motivados por necessidades de optimização de produção de farinha. Assim, ir-se-á repor o número de mós original e todas as estruturas hidráulicas e tecnológicas, para que seja possível voltar a ver a moagem de cereais tradicional e conhecer todas as fases deste oficio tradicional. Quanto ao fabrico do papel: durante as limpezas e levantamentos arqueológicos, verificou-se a existência de pequenas frestas, vãos originais do antigo sistema de ventilação natural existente, habitualmente, nas salas de secagem do papel. Determinou-se que a maior sala actual, corresponderá ao original espaço de produção do papel, no século XV e, como tal, indicou-se este espaço como local privilegiado para a recolocação de todas as peças necessárias à produção de papel. A essência do Projecto: O projecto museológico e de arquitectura prevêem a divisão do núcleo museológico em duas partes distintas mas complementares, uma dedicada à história do Papel e outra do Cereal. No local, a zona de construção nova corresponde a uma pequena área de recepção e mostra de peças, arqueológicas e documentais, relacionadas com a história do edifício e recolhidas durante a requalificação do mesmo. Na área do papel, estarão a funcionar os martelos, prensa, tinas, estendal, etc. Será possível produzir e imprimir papel, com uma componente de preocupação ambiental e com recurso também a suportes multimédia. Na zona do cereal será possível observar o moleiro na sua actividade quotidiana, produzindo farinha de milho e de trigo e fazendo a manutenção diária das suas estruturas vitais. Aqui, a água voltará a ser a fonte de energia, sendo recuperados o açude, a levada, as comportas e rodas hidráulicas (incluindo a grande roda, que abastecia o Convento de Santo Agostinho e mais tarde, o quartel militar). Contributos do projecto: Todo o projecto tem um objectivo e funções essencialmente pedagógicas: preservado património cultural e industrial de Leiria; recuperar uma estrutura no centro da actual cidade e que está muito presente na memória de grande parte da população; ensinar às novas gerações quais são as técnicas e métodos tradicionais aplicados no fabrico do papel e do cereal.

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fig:106 _ Pormenores Construtivos

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Criar-se-á um centro de recursos didácticos e culturais com ligação às preocupações ambientais (centro de monitorização ambiental) e simultaneâmente, oferecendo um novo recurso turístico de qualidade à região, promovendo actividades temáticas regulares e recriações históricas em torno dos ofícios medievais e da história de Leiria. Missão e objectivos: a) Desenvolver o interesse pelo património arqueológico industrial com carácter lúdico. O edifício é construído em betão armado, em linhas direitas na sua totalidade. Tudo é desenhado ao pormenor, desde portas, a janelas. O seu interior é bastante espaçoso, as paredes interiores foram construídas em pladur e cortiça. O pavimento foi construído em auto nivelante com resina. Existem bastantes pedras espalhadas em todo o ressinto da escola. As portas são em contraplacados de madeira inox. b) Desenvolver actividades no âmbito pedagógico com crianças dos vários estabelecimentos de ensino; c) Construção do conhecimento histórico; d) Desenvolver actividades práticas atendendo ao desenvolvimento das actividades cognitivas; e) Desenvolver e exercitar competências e aptidões específicas; f) Acolher os visitantes para divulgar a história do local e dar a conhecer as tecnologias industriais do fabrico do papel e do cereal; g) Desenvolver o sentido de preservação do passado histórico; h) Tornar o local numa das salas de visitas da cidade do Lis; i) Venda ao público dos produtos artesanais produzidos no antigo Moinho Sintese do projecto e programa: Situa-se na antiga Rua da Fábrica, actual Rua Roberto Ivens, na margem esquerda do Rio Lis, próximo do núcleo urbano da cidade. Este edifício data do séc. XIII e no decorrer dos tempos realizaram-se várias actividades relacionadas com a moagem do cereal (milho, trigo e centeio), com a produção do papel e com o fabrico do azeite.O projecto de recuperação e reabilitação deste Moinho contou com apoio de uma equipa multidisciplinar, desde arquitectos (Arqtº. Álvaro Siza Vieira), moleiro (Manuel Meneses) e arqueólogos (Susana Carvalho). O Moinho do Papel é um espaço museológico com uma forte componente pedagógica, ligado à aprendizagem de artes e ofícios tradicionais relacionados com o papel e o cereal.

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fig:107_ Parque Temático _ Ciclo do Pão

fig:108_ Localização Aerea dos Moinho da Apúlia

fig:109_ Desenho á mão dos Moinhos de Vento

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3.4_ Cinco Moinhos de Vento, Esposende -Parques temáticos _ciclo do pão Apúlia , Câmara Municipal de Esposende A Câmara Municipal de Esposende vai recuperar sete moinhos de vento e construir um parque temático na freguesia de marinhas, num investimento que ultrapassava os 700 mil euros, escreve a lusa. João Cepa, presidente da Câmara, afirma que, os moinhos da abelheira estão degradados, mas tem um grande interesse histórico para Esposende e fazem parte do nosso passado, tendo sido reconhecidos pelo seu interesse municipal. A Intervenção Arquitectónica : O projecto, que vai ocupar uma área de cerca de seis mil metros quadados, visa a recuperação dos moinhos de vento, tendo em conta que cinco se encomtram em ruina, a criação de um parque temático, ligado as energias renováveis e ao ciclo do pão. Quando o projecto estiver concluído, um dos moinhos será equipado com os mecanismos necessários para se efectuar a moagem do milho ou outros cereais e um outro será movido a electricidade, para que possa ser sempre observado, mesmo que não exista vento. João Cepa refere que é necessário alertar para as questões ambientais do uso e abuso de energias relacionando-as com a produção do pão na actualidade. No mesmo espaço vai ser construído um auditório e um parque de estacionamento com 11 lugares. Caracteristicas do seu funcionamento e materiais que utilizam: Os moinhos de vento são grandes edifícios cilíndricos de bom aparelho, para aguentarem a força dos ventos. As suas velas, de pano ou, como era tradicional nesta faixa norte do país, de madeira, oferecem resistência ao vento, que assim as faz girar, num movimento que vai ser transmitido à mó. A razão de ser da sua forma cilíndrica é o facto de a vela (juntamente com o telhado) poder rodar, de forma a captar o vento de frente e assim aproveitar melhor a sua energia. Os moinhos encontram-se principalmente junto ao litoral, é composto por um corpo de pedra com quatro a seis metros de altura e sensivelmente o mesmo diâmetro e cuja forma, embora se assemelhe a um cilindro, é, na verdade, um tronco de cone. Em torno do topo deste corpo central, existe uma calha, denominada frechal, sobre a qual assenta uma cúpula móvel, de forma cónica e à qual se dá o nome de capelo.

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fig:110 _ Pormenores da Cobertura/ Plantas

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fig:111_ Corte do 1º Moinho da Apúlia 1- Paredes: de alvenaria de xisto,assente com argamassa de barro e revestida interior e exterior com reboco de cal área e areia pintada com tinta de cal. ; 2- pavimento interior em lajes de xisto; 3- degraus em blocos de pedra de xisto; 4- vigas de madeira para suporte do sobrado; 5-sobrado ; 6- porta; 7- janela; 8-estacas de madeira; 9 - prumo de madeira;10- urreiro ; 11-veio de baixo; 12-pouso; 13- mó dormente; 14- mó andadeira; 15- sector inferior do veio de cima; 16-lobete; 17- ponte de baixo; 18- sector superior do veio de cima ; 19- carrete; 20-viga de madeira onde apoia e gira o prumo da moega; 21-viga de madeira onde apoio e gira o prumo da moega; 22-toldra; 23-telha; 24-frechal; 25-chumaceira de frente; 26-rabeira; 27-entrosga; 28-mastro; 29-varas nuas; 30_ varas da roupa; 31-travadoiras; 32-espias; 33-trambolho; 34-caibros; 35-cobertura em fiadas concêntricas de palha de centeio; 36- roda de ponto de madeira; 37-ponte de cima; 38- troncas; 39-carros; 40-suportes de caibros da cobertura; 41- caibros da cobertura; 42-varas de leondro.

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fig:112_Esquema de um Moinho de Vento antes da intervenção

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fig:113_ Corte de Moinhos de Vento Recuperados

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fig:114_ Moinho Vilar de Mouros/Caminha

fig:115_ Planta e Corte do Moinho.

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3.5 _ Reconversão de Moinho, Vilar de Mouros/Caminha,1989/96 - Alojamento rural _ Arqt. José Gigante

No Norte do país, no interior do terreno de uma casa recuperada, ficou a aguardar a vez um velho moinho. Mais tarde, surgiu a ideia de o transformar em complemento da casa, dando-lhe vida própria como espaço de estar e dormir. À presença do moinho pouco havia a acrescentar. Intervenção Arquitectónica : Sem tocar nas velhas paredes, colocou-se uma cobertura de cobre de recorte mínimo. Pertencia à memória do lugar e o desejo de o transformar começou naturalmente de dentro para fora. Ordenou-se um espaço de apenas 8 m2 por piso, com a utilização quase exclusiva da madeira como material de construção. No espaço de entrada, onde a presença de um rochedo determinou o desenho da base da escada, ensaiou-se a procura do mínimo espaço de manobra - um quarto de banho e uma área de estar, com a possibilidade de transformar o pequeno sofá em cama: uma caixa, concebida como um estojo que contém todas as peças de montagem. No piso superior, tudo se resume a um armário e um estrado/cama que se prolonga na janela. As únicas aberturas são as existentes, sobrevalorizadas pela sua natural capacidade de revelar, na parede onde se recortam, a ideia de abrigo que a contraposição de materiais sublinha. Por isso se torna importante o modo como delas se apropria o espaço interior. Quando as paredes ocupam, como é o caso, maior área que o espaço interior, é quase natural que a sua espessura se transforme em fértil território. É sobretudo nessa espessura que o drama se desenha.

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fig:116_ Reconversão e Ampliação do Moinho

fig:117_ Reconversão e Ampliação do Moinho de

de Vento

Vento

fig:118_ Fotografia da Reconversão e Ampliação do Moinho de Vento

fig:119_ Axonometria do Projecto _Reconversão e Ampliação do Moinho de Vento

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3.6 _ Reconversão e Ampliação do Moinho de Vento -Esposende Arqt. José Gigante Trata-se de permitir a habitabilidade de um antigo Moinho de Vento adaptado numa habitação temporária. Procurou-se assim, garantir essas condições, desenvolvendo uma solução que se harmonizasse com o edifício existente e não gera-se novos conflitos, reduzindo o impacto. Mais tarde, surgiu a ideia de o transformar em complemento da casa. Na presença do moinho acrescentou-se ao seu redor a habitação. Com esta ampliação, permite-se habitabilidade de uma habitação tipo T1 e acrescentando uma sala de estar,sala de jantar, cozinha, sanitários, garagem e tanque de água.

fig:120_ Planta 1piso _Reconversão e Ampliação do Moinho de Vento 1- Entrada; 2- Sala de Estar; 3- Sala de jantar ; 4-Quarto; 5- Cozinha; 6- Quarto de banho; 7- Garagem; 8- Tanque de água

fig:121_ Corte _Reconversão e Ampliação do Moinho de Vento

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fig:122_Planta de cobertura

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3.7_ Moinho de Marinhas _ Ampliação de uma habitação _Esposende

O presente estudo refere-se á ampliação de uma habitação localizada no lugar de rio Moinhos, Marinhas, Esposende, propriedade António Armindo Barbosa.

Intervenção Arquitectónica : Trata-se de permitir a habitabilidade de um antigo moinho adaptado já a habitação temporária. Embora transformado em habitação não possui no entanto condições mínimas de habitabilidade. Procurou-se assim, garantir essas condições, desenvolvendo uma solução que se harmonizasse com o edifício existente e não gera-se novos conflitos, reduzindo o impacto.

Programa: Aproveitando o antigo moinho como centro, desenvolveu-se uma proposta em espaços cencêntricos/espirálicos, ligados aquela a poente e a norte, expondo o edificio a sul e poente e fechando-o a norte. Com esta ampliação, permite-se habitabilidade de uma habitação tipo T1, funcionando o quarto como no antigo moinho e acrescentando uma sala, cozinha, sanitários, despensa, arrumos e garagem. Sistemas Construtivos: A construção será em parede dupla de alvenaria de tijolo, com elementos estruturais em betão armado. A telha será em canudo. Toda a caixilharia será em madeira tratada com portadas interiores. As paredes são rebocadas e pintadas exterior e interior de cor branca. O pavimento será em ladrinho cerâmico. Os lambris da cozinha e do sanitário serão em azuleijo. A instalação sanitária será equipada com chuveiro, lavatório, bidé e bacia de retrete e terá ventilação natural. A cozinha será equipada com bancadas e e leva-louça. A sala e a cozinha possuirão chaminé para evacuação de fumos e gases provenientes respectivamente do fogão de sala e de fogão da cozinha. Todos os espaços possuem ventilação natural.

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fig:130 _ Moinho de Ă gua em Alcoutim

fig:131_ Planta dos caboucos

fig:132_Planta do piso

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3.8_ Moinho dos Furadoiros, Alcoutim _Museu Interpretativo Arqt. Vitor Ribeiro Na sub-região do Algarve no destrito de Faro encomtramos a freguesia de Alcoutim, com pouco mais de 1100 habitantes. Conta um pouco mais de 500km de área e encomtra-se dividido em 5 freguesias. É limitado a norte por Mértola, a leste de Espanha, a sueste por Castro Marim, a sudoeste por Tavira e a oeste por Loulé e Almodôvar. Com uma forma muito semelhante à preexistência, planta quase rectangular com 2 pisos. O piso inferior submerso, composto por todo o engenho motor (rodizios e penas). As paredes são de alvenaria de xisto e argamassa de barro, com uma espessura de 0.60m. Com dois parametros travados, só a parede interior é revestida a cal. A espessura da parede é aproveitada para a criação de pilheiras e consiste em pequenos nichos que servem de arrumação de objectos. A cobertura é muito equivalente á tradicional, utilizada na habitação, com a estrutura de caibros de madeira, o forro é de canas e posteriormente revestida com telha de canudo de barro. Com apenas 4 aberturas que fazem a iluminação e uma porta. A proposta consiste: apenas na requalificação dos espaços, no restauro da moenga e das mós. A interpretação dos espaços e dos vários momentos que compõe os Moinhos são pontos chaves para o êxito do Museu Territorial.

fig: 133_ Legenda: Implantação do Moinho 1-Ribeira ; 2a- muro de açude ; 2b- comporta talha-mar ; 3- levada: canal de adução, retenção e comdução da água ao moinho ; 3a- muros de suporte da levada ; 3b- comporta da levada ; 4a- comporta do trigo ; 4b- comporta da cevada; 5 - moinho; 6- enxogadoiro; 6a- muros de suporte do enxogadoiro ; 7- linha de água secundária ; 8- forno de pão ; 9pocilgo ; 10- caminho

107


fig: 134 _ Corte A

fig:135_ Corte B 1-Levada ; 2-caboucos ; 3- paredes portantes de alvenaria ordinária de xisto e argamassa com barrocom paramento interior revestido com reboco de cal e caiada; 4- poial ; 5-pilheira ; 6- prateleira ; 7- lajes de xisto ; 8- degraus ; 9-porta ; 10-janela; 11-cobertura: composta por estrutura de caibros de eucalipto ou pinho, forro de canas amarradas entre si com fio de sisal e revestimento exterior com telha de canudo de barro cozido ; 12-repouso ; 13- tremonhado ; 14- mó andadeira; 15- cambeiros ; 16-mó dorente ; 17-toldra ou moega ;18- burra ; 19- prumo de suporte da toldra ; 20-ponte da toldra ; 21- telha ou quelha ; 22- chamadouro, cadelo ou cachorro ; 23-veio ; 24-pela ; 25-rodizio; 26-ponte ou urreiro ; 27- agulha ou aliviadouro; 28- porca ; 29-sétia ou seteira: orifício de saida da água do cubo para o rodizio ; 30-cubo ; 31-comporta da cevada ; 32-comporta do trigo.

108


fig:136 _ Corte C

fig:137_ Pormenor do Engenho Motor

109


fig:138_ Planta de Cobertura; Sem Escala

fig:139_ Planta do r/ch達o ; Sem Escala

fig:140_ Planta -1 ; Sem Escala

110


3.9_Escola Hoteleira e turismo de Portalegre_ Arqt.º Eduardo Souto Moura O edifício da Escola de Hotelaria define uma nova rua, elemento estruturante e vital para a requalificação da antiga área da Fábrica Robinson. A sul, “pendura-se” literalmente sobre a paisagem mais distante, aproveitando o grande desnível natural do terreno. Novo Programa Arquitectónico : O edifício pretende ser uma caixa pousada sobre o talude existente definindo uma grande varanda para onde se voltam os principais espaços da escola – salas de aula, biblioteca, sala de convívio, restaurante e bar. A norte, esta caixa é fechada, dada a sua relação tão franca com a rua e configura dois corpos totalmente fechados. O maior e mais destacado volume alberga todas as cozinhas e infra-estruturas de apoio ao restaurante, self-service e ensino relacionado, e acabado num tom azul tradicionalmente usado nas padarias e em todos os locais onde se verificam exigências especiais de higiene. Este volume também fica denunciado pelos enormes lanternins-chaminés. Na zona em frente às salas de aula e correspondente ao corpo de cor amarelo ocre são colocados os gabinetes de trabalho e espaços complementares e de menor área, abrindo-se cada um para um pequeno pátio privado, em consola. Este equipamento é um elemento de articulação com o restante tecido urbano, podendo servir uma boa parte da população.

fig:141: Corte da Escola de Hotelaria

111


fig:142 _ Localização do Museu

fig:143_ Museu - Zona do Restaurante no r/c; zona de exposição no 1º e 2º andar

fig:144 _ Museu - zona de cargas e descargas

112


3.10_Museu de Foz Côa (Referência Formal) arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental Num Museu situado numa encosta da foz do Côa parece ser importante o sentido afirmativo do seu corpo, quer na leitura da sua relação com a paisagem, quer quanto à sua natureza tipológica que deve ser formalizada enquanto massa física, não deixando quaisquer ambiguidades e equívocos quanto à sua localização. O desejo de fundir estes factores torna-se explícito no conceito da intervenção – conceber o museu enquanto instalação na paisagem.

O conceito: A estratégia é a de trabalhar um corpo desenhado especificamente para um lugar, promovendo um diálogo íntimo entre artificial/natural, aumentando deste modo a complexidade temática da sua composição. A condição acentuada da topografia, para além das dificuldades que impõe enquanto suporte físico da intervenção, gera um momento de chegada ao terreno vertiginoso, revelando-se por isso determinante nas opções a considerar. A estratégia adoptada propõe ocupar no primeiro momento o terreno, libertando o restante, evitando a inclusão de acessos de grande complexidade física e plástica. Esta ocupação será realizada através da criação de uma plataforma panorâmica (cobertura do museu) cujo cenário é a esmagadora paisagem dos montes e vales do Douro. Esta será usada como espaço de chegada, dispondo-se os diferentes meios de acesso em zonas distintas, de modo a clarificar e facilitar a distribuição e orientação. Assim pretende-se potenciar e enfatizar a imponente amplitude de vistas que caracteriza tão fortemente o sítio, evitando que o edifício se assuma como obstáculo entre quem chega e a paisagem que o rodeia. A forma do corpo é triangular e resulta dum processo de lapidação ditado pela geometrização abstracta da topografia, uma vez que o ponto mais alto do terreno (implantação), está entalado entre dois vales (Vale de José Esteves e Vale do Forno) e abre uma terceira frente ao encontro dos Rios Douro e Côa.

113


fig:145_ Planta de Cobertura / parque de estacionamento

fig:146_ Planta do - 1Âş piso

fig:147_ Cortes do Museu

114

fig:148_ Planta do r/chĂŁo


Há um elemento que estrutura o corpo - a rampa que rompe a massa de forma contínua, percorrendo todo o programa, desde a plataforma de chegada até às salas de exposição. Esta fenda descendente conduz o utente para dentro da densa massa, transportando-o, de modo gradual, da paisagem intensa, luminosa e infinita até à realidade interior e escura da sala gruta, que nos remete para um tempo primitivo. Este elemento estruturante é dividido em partes, a saber: percurso simples a céu aberto entre a plataforma de chegada e o espaço do lobby; o segundo, ainda exterior, o espaço coberto do lobby que articula as acessibilidades programáticas; por último, a sala de exposição temporária que fecha o percurso. Para a plasticidade da matéria do corpo interessa considerar três temas: a massa, a textura e a sua cor. Das possibilidades analisadas prevaleceram duas; o xisto por ser um material local abundante e ainda o suporte escolhido no Paleolítico para o registo das gravuras e o betão pelas suas características plásticas e tectónicas, mas também por ser recorrente na paisagem do Douro em construções de médio e grande porte. Deste modo a proposta resulta numa massa híbrida – betão com textura e pigmentos do xisto. Para a interacção pretendida interessa um corpo feito à medida do território, cujo volume e escala é concebido de fora para dentro e pela topografia. A intervenção procura estabelecer um diálogo com a encosta onde se insere, conferindo-lhe uma nova e artificial silhueta que não a desvirtue mas antes complemente. A sua percepção é uma realidade mutável, consequência da sua materialidade. A sua observação é possível de diferentes ângulos, mas também de distâncias variáveis, surgindo como um monólito de xisto de diferentes expressões – pedra recortada na montanha - enquanto na aproximação ler-se-á um corpo complexo em betão texturado, cortado por frestas de diferentes calibres, que denunciam o carácter habitável do espaço e a sua composição. Acerca do sistema construtivo do projecto consiste na estereoctomia destas superficies estão definidas no projecto de arquitectura. A cofragem será constituída de painéis metálicos ou de contraplacado marítimo com dimensões tais que permitam a continuidade das juntas. A dimensão dos painéis terá de ser modulizada e de acordo com o ritmo da estrutura. Os tubos para colocação dos tirantes de amarração da cofragem dispôr-se-ão em malha regular, adequada para os painéis.

115


5 Moinhos de Vento Moinho de Vento Moinho de Vento

Programa Inicial

Moinho de Vento

Programa Final Data/Autor

1803 2000 20 Hectares Particularidades

Um Volume Principal

Um Volume Principal

Engenhos Motorizados Comuns Inicial Reconvertido Demolidos Acrescentados

Valor Patrimonial

Intervencionados Final

1

5

1

1 0 2 0 3

5 0 0 0 5

1 0 1 0 2

Valores de Destaque

Classificado Bom 10

Exterior (0-12)

Classificado

Muito Bom 12 12

Interior (0-12)

7

11

Total

17

23

Lugar

Viana do Castelo

Forma

Preserva os Volumes Originais

Exterior

Volumetria

Imagem

Preserva a Imagem das Fachadas e Introduz novos elementos em

Preserva a Imagem das Fachadas

existente.

Interior

Sistemas Construtivos

Original dos Volumes

24 Esposende

com 6m de altura, junto a praia.

Preserva os Volumes Originais

Classificado

Bom 12

Construtiva Original dos Volumes

Circular + Rectangular Preserva os Volumes Originais

Preserva a Imagem das Fachadas e Introduz novos elementos em existente.

Original do Moinho mais o novo Acrescento.

Corpo de Pedra com seis metros de altura; velas de madeira.

Materialidade

XIX, para o abastecimento de farinha equipado para a moagem do milho ou cereais e um outro Trata-se de permitir a habitabilidade de um antigo Moinho adpatando para que possa ser sempre observado. No mesmo

Surgiu a ideia de o transformar num complemento da casa.

estacionamento. Primeiro por ser um Moinho de Roda Horizontal Submersa, pela qual o caso de estudo

aos nossos dias.

As Estruturas e os Engenhos

Fotografias

116

Por ter um percurso que liga todos os Moinhos e mantem

contributo na cidade ao longo dos

As Estruturas e os Engenhos

Tendo como elemento gerador um


Moinho das Marinhas Moinho de Vento

Moinho do Furadoiro

Moinho de Papel

Moinho de Vento Museu Interpretativo XVI

XIII

1989/96 Arqt. Siza Vieira

Arqt.Vitor Ribeiro

Um Volume Principal

Um Volume Principal

Um Volume Principal

Um Volume Principal

1

1

1

2

1 0 0 0 1

1 0 1 0 2

0 0 0 1 1

2 0 5 0 7

Classificado

Classificado

Muito Bom 12

Classificado

Bom 10

Muito Bom 12

12

10

12

24

20

24

Mouros/Caminha

Esposende

Preserva a Imagem das Fachadas

Construtiva Original dos Volumes

Muito Bom 12 12 24

Alcoutim

Leiria

circular

altura

Preserva o Volume Original

Classificado

Preserva o Volume Original

Preserva o Volume Original

Existentes

Existentes

Fachadas e Introduz novos elementos em continuidade

Preserva a Imagem das Fachadas

Construtiva Original do Moinho mais o novo Acrescento.

lajetas, com elementos estruturais Toda a caixilharia em madeira.

Construtiva Original dos Volumes

Granito e o Telhado de Canudo; Mecanismo do Moinho em Madeira

Preserva o Volume Original

Preserva a Imagem das Fachadas

Original do Moinho mais o novo Acrescento.

Madeira

rebocadas e pintadas de cor branca.

Sem tocar nas velhas paredes do Moinho e o desejo de o

Trata-se de garantir a habitabilidade de um antigo Moinho adaptando numa

de toda a estrutura novo corpo que serve de apoio aos outros corpos existentes.

Recriaram a estrutura do passado da Um exemplo de uma boa

Tendo como elemento gerador um valor patrimonial

o mesmo programa inicial.

diferentes da sua inicial.

industrial, dando a conhecer aos mais . As Estruturas e os Engenhos

As Estruturas e os Engenhos

retiradas aquando da

117


Cultura (Escola/Centro Interpretativo dos Moinhos)

Apoio Pedagógico

Lazer Turismo Rural

Arquitectura Molinológica

de Vila de Castro Laboreiro)

(Lugar) Ciclo do Pão Tradicional até aos nossos dias

Dinamismo da Vila (tornando num Polo dinamizador socio-económico e cultural)

fig :151_ Conceito Projectual

118

(Rota dos Moinhos


CapĂ­tulo IV Caso de Estudo

119


4 A

B

1

3

1

D

3

2 3 F E

3

C

G

3

H

fig:152 _ Planta de Castro Laboreiro Proposta:

Existente: Eixo Principal

E - Posto Turismo

Eixo Secundario

F - Igreja

A - Estrada para as Brandas e Inverneiras C - Museu das Brandas e Inverneiras D - Junta Freguesia

120

- Moinhos - Ponte Romana H - Hotel

trilhos dos Moinhos

dos moinhos de Castro Laboreiro, que contenha :ciclo via e passeio pedonal 2 - Parque de Estacionamento 3 - Novo Equipamento


4.0 _ Localização

fig :153_ Planta área do Centro de Castro Laboreiro

Hoje em dia procuramos enquadrar todos os elementos que compõem o património na nossa sociedade, dando a sua importância aos engenhos do passado para o futuro. Desta forma temos que adaptar os moinhos tendo em conta as caracteristicas dos mesmos, mas também, do seu local inserido que neste caso pertence ao povo castrejo. Ao fazer o levamento do território, verifico que Castro Laboreiro possui muitos moinhos, sem acessos urbanisticos. Perante esta situação, existiu a necessidade de construir um trilho de contemplação aos moinhos de água de Castro Laboreiro com acessos de ciclo via, passeio pedonal e parque de estacionamento. Neste contexto global vemos a rede de relações biológicas, humanas e fisicas que caracterizam a vida nos moinhos. Contudo o que se pretende é retratar as tradições e costumes desta terra. Novos mercados, interesses túristicos e programas educativos são uma luz para revitalizar este patrimonio. A recuperação e requalificação dos seis moinhos da escarpa do rio Laboreiro consistiu; uma reconstrução simples que respeita a pré-existentes. Antes de passar pela fase do caso de estudo, tivemos o cuidado de pesquisar alguns casos de referencia para ajudar na elaboração do nosso projecto através da semelhança do local e do programa pretendido. O Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, a forma do corpo é triangular ditado pela geometrização da topografia. Este caso de referencia é muito semelhante ao meu local e ambiente aonde estou a projectar. A Escola Hoteleira e turismo em Portalegre, é uma caixa pousada sobre um talude existente. Este equipamento é um elemento de articulação com o restante tecido urbano defenindo uma nova rua, podendo servir uma boa parte da população. Serviu de ajuda este caso por se tratar de uma escola de hotelaria, como o meu programa.

121


122


O percurso Molinológico pedonal torna-se um museu vivo do espolio arquitectónico, onde pode-se realizar visitas pedagógicas de várias faixas étarias. O objectivo de juntar o Patrimonio molinológico e inserir uma forma de cariz novo no local, para tornar o local mais atractivo com caracteristicas históricas. Faz tudo o sentido a criação da escola de gastronomia e centro interpretativo dos moinhos, devido á baixa taxa de escolariedade em Castro Laboreiro, com a finalidade trazer população jovem e divulgar a gastronomia típica do Alto Minho. A área de estudo é o Concelho de Melgaço, mais propriamente na Vila de Castro Laboreiro. O trabalho consiste : Escola de gastronomia(formação)/ centro interpretativo (área pedagógica sobre a temática dos moinhos, com varios workshops durante todo o ano ) e numa rota de arquitectura molinológica que passa por ser um museu vivo, requalificando estes espólios perdidos nesta terra cheia de cultura viva. Área de Serviços: Parque de estacionamento; de apoio directo á rota pedonal dos moinhos de castro Laboreiro. Área de Lazer : Requalificação de espaçõs verdes; ciclo via, passeio pedonal. Área de Construção: Criação do Turismo Rural através da escola de gastronomia e centro interpretativo de apoio aos Moinhos. Área de Reconstrução : Reconstrução e requalificação dos Moinhos. Aos cinco moinhos deu-se uma função diferente. O primeiro moinho é um posto de venda dos produtos tradicionais; o segundo é a

área de memória pré-in-

dustrial; o terceiroe e quarto moinho é para o uso do fabrico tradicional dos cereais; o quinto e seixto moinho serve de apoio para a população castreja. A requalificação faz-se através da divulgação do trilho junto ao rio Laboreiro, dos produtos fabricados nos moinhos e a sua divulgação, levando a formação de rotas turisticas . É destes principios que achamos que a criação da escola de gastronomia, serve de formação para aquela Vila, trazendo assim população jovem dando instrução e formação para o futuro.

123


16 19

17

18

16 - Acesso ao Centro interpretativo / Escola de Gastronomia 17 - Acesso ao Miradouro 18 - Acesso a Cargas e Descargas 19 - Estacionamento

19

18

20

16 - Acesso ao Centro interpretativo / Escola de Gastronomia 17 - Acesso ao Miradouro 18 - Acesso a Cargas e Descargas 19 - Estacionamento

124

10 - Monta cargas ; Armazem; arca


O centro interpretativo dá apoio aos moinhos e preenche as memórias e a riqueza continua deste povo, muito além da divulgação dos produtos de fabrico tradicional e da sua posterior venda ao público. Os novos produtos de gastronomia da escola tem por base a matéria prima da região, é tida como uma oportunidade para revitalizar o sector. A nova Construção percorre-se através de rampas devido á escarpa acentuada. Uma dá acesso ao edificio(centro interpretativo e da escola), a outra dá acesso ao miradouro e dentro do edificio existe uma rampa que liga as salas de aulas e do work shop á zona de exposição. Por ultimo possui uma outra cota mais baixa (centro interpretativo), que liga aos moinhos de água. O meu programa consiste em ter três funções distintas: -moinhos como ponto de venda dos produtos regionais, e moinhos como museus ao ar livre explicando o passado; -centro interpretativo ; -escola de gastronomia. A criação de uma ponte que liga as duas cotas do terreno. A elaboração de uma peça única, ligando a nova construção com os Moinhos, para que a sensação seja como ”caminhar sobre a água”. A construção é feita em travessas de granito (material da região). A guardas da ponte são fabricadas em madeira, e passam por pequenas unidades verticais. Ao percorrer o percurso molinológico atravessamos uma ponte aonde podemos observar uma das entradas do edificio de raiz que se localiza-se numa cota mais baixa que é a zona de exposição temporária e permanente acerca da temática molinológica e do modo de vida de Castro Laboreiro. Possui um café, restaurante de caracteristicas da região aproveitando a contemplação da paisagem magnificada dos moinhos. Estes dois edificios distintos de raiz abraçam a montanha, possui uma função comum, que é a cozinha pedagógica, que situa-se no centro do edificio e dai gere o resto do programa, que por sua vez dá ligação entre ambas (dando o apoio ao cafe e restaurante / salas de aulas /zona de work shop).

125


15 14

13 12 10

7 8

B

11

5 4

0 10 3

1 A

2

B- Centro Interpretativo

A - Escola de Gastronomia 0 - Loja

5 - zona de Work shops 6a- Biblioteca 6- Salas de Aula 7- zona de cacifos

economato

do centro Interpretativo 15 - Percurso dos Moinhos

10- I.S

15

14

13

fig:158_ Planta -1 do Equipamento

do centro Interpretativo 15 - Percurso dos Moinhos

126

12- Restaurante


Antes de entrarmos na Escola de gastronomia, visualizamos uma loja de produtos e de provas da região, de seguida vemos a recepção da escola. Ao entrar na escola, temos um espaço administrativo; I.S; zona de multimédia, e ao longo do corredor visualizamos as salas de aula e de work shop, a seguir destes espaços temos um pátio que por sua vez é zona de convivio dos alunos. A zona de cargas e descargas, situa-se na cobertura do edificio, aonde se localiza o armazem e arcas frigorificas (espaço privado do edificio), faz a ligação através de um monta cargas até ao piso inferior, que vai dar á cozinha. O estacionamento localiza-se, no antigo percurso de terra batida, que fica atrás do edificio do Museu das Brandas e Inverneiras. O material de construção consiste em betão maciço com textura e pigmentos de granito, resultante numa massa hibrida betão com textura. A intervenção procura estabelecer um diálogo com a encosta onde se insere, conferindo-lhe uma nova silhueta que não a desvirtre mas antes complemente. A sua percepção é uma realidade mutável, consequênte da sua materialidade (pedra recortada na escarpa). Para a interacção pretendida interessa um corpo feito à medida do território, cujo volume e escala é concebido de fora para dentro e pela topografia da escarpa. Os pavimentos do centro interpretativo e da escola são em auto-nivelante e em algumas zonas são de réguas de madeira. No pavimento exterior é em cimento retificado com ranhoras em alto relevo. As caixilharias possuem vãos de razoável dimensão com vidro duplo. Este local só por si respira muito mais do que objectos e características fisicas, retrata a sociedade, os povos e as culturas. É do nosso interesse que tanto os Moinhos como a escola de gastronomia/ centro interpretativo e a rota pedonal molinológica, cria-se assim interacção entre varios espaços do passado para o futuro de uma nova formação, sendo um ponto turistico e dinamizador.

127


fig:159_ Cortes do Equipamento

128


centro Interpretativo Interpretativo centro

escola de de gastronomia gastronomia escola

129


12 Guarda em vidro temperado de 8mm posicionado em suporte apropriado

24 as lajetas de pedra serrada a pico fino. Malhasol.

23 22 blackout de cor branca, aplicado sobre

16

21 20 19 18 Caixilharia em vidro duplo, com vidro exterior 17 14 25 Rufo em zinco

16 15

14 14 13

12 Guarda em vidro temperado de 8mm posicionado em suporte apropriado

11 de cimento com ranhuras em alto-relevo

Malhasol. Isolamento 6cm. Argamassa

10

Rocha

9 Malhasol 8 7 6 5 Caixa de brita 4 Tubo drenante 3 2 1

fig:161 _ Pormenores Construtivos

130


Vista em Planta

Vista da Frente

1 Cubo de granito de 11 cm por 11 cm 2 Cimento morto 5 cm de espessura 3 Pedra de canteiro em granito serrada e bujardada com 18cm de largura, 45cm de comprimento por 25cm de atura Muro de suporte

traves de Madeira

1 2

3

Zona suspensa Regato

5.03

0.32

5.03

0.06 0.34 0.34

0.32

0.32

7.46 6.94

4.53 0.17 0.53

131


B

E

A

C D

B

E

A

C

D

Mantendo as paredes recuperados com argamassa para assegurar a sua estabilidade

132


B

A E

C

D

B

A D E

C

No pavimento alterou-se por

em madeira com vidro duplo.

133


B

A

D E

C

B

E

A D

C

respeitam igualmente os principios construtivos (de origem granito).

134


fig:172_ A- Planta da Ponte Recuperada

Na ponte colocou-se uma guarda em ferro.

135


fig:175 _ Fotos da Maquete da Escola de Gastronomia/Centro Interpretativo e dos Moinhos

136


5 _ Considerações Finais O objectivo principal da presente dissertação foi o estudo da arquitectura molinológica em Castro Laboreiro, a fim de conhecermos e adaptarmos a novas funções, de um espaço originalmente dedicado a actividades pré-industriais. Explorou-se este tipo de intervenção como uma possibilidade para a reintegração dos testemunhos pré-industriais de valor cultural contemporânea, considerando as consequências para o edifício reconvertido e para a envolvente urbana e social. Um moinho é uma instalação destinada à fragmentação ou pulverização de materiais em bruto, especificamente grãos de trigo ou de outros cereais, por meio de mós. Há dois grandes grupos de moinhos tradicionais, que se classificam pela fonte da energia utilizada para fazer mover a mó: moinhos de vento e moinhos de água. Estes moinhos infelizmente estão em ruinas e múltiplos factores conduziram estas edificações a esta terrível situação, das quais se nomeiam as consideradas mais relevantes: a falta de condições económicas dos proprietários para realizar a sua manutenção; o desentendimento familiar; a falta de sensibilidade dos proprietários, menos susceptíveis às questões da preservação do património histórico; a localização da maioria dos moinhos em zonas isoladas, com acessos em mau estado de conservação; as técnicas usadas nos moinhos tradicionais não permitem grandes rendimentos no trabalho de moagem dos cereais, devido á substituição por indústrias de moagem accionadas a electricidade. Os nossos moinhos devem de ter como principais objectivos na reabilitação: divulgar junto da população local, possíveis interesses em investir tanto no âmbito pessoal como numa perspectiva comercial e económica; promover a conservação e reabilitação das moagens tradicionais e do património construido, associando-o à sua função mantendo-o tanto possível em uso; criar condições para o desenvolvimento do ecoturismo centrado na temática dos moinhos tradicionais; criar condições para o desenvolvimento de produtos no âmbito do ecoturismo possa contribuir para o desenvolvimento local.

137


Os nossos casos de referência têm por base o tipo de intervenção e o modo de alteração do existente apresentando de seguida os parâmetros que se consideram mais pertinentes na leitura de um edifício reconvertido:Lugar; Forma; Função;Volumetria; Invólucro; Materialidade; Sistemas Construtivos; Património Integrado; Memória descritiva. O porquê da escolha para o caso de estudo. Estas transformações realizadas num edifício implica necessariamente uma modificação do existente. Esta modificação irá afectar tanto o edifício como a sua envolvente e os seus habitantes, transformando-se a imagem da cidade, a memória colectiva e a dinâmica social do meio onde se insere. Contudo, é na reutilização de um edifício que está implícito o reconhecimento da dimensão temporal da arquitectura e do inevitável processo de modificação do tecido edificado. Seja através dos processos de degradação, transformação do existente ou mudança de função, existirá sempre uma alteração do significado do edifício que se vai estender também ao seu contexto. O objectivo é conseguir assumir esse processo como o ciclo de vida normal das construções e saber utilizá-lo em prol da sociedade. Nos nossos casos de estudo a salvaguarda foi bem feita pois possui todos os critérios de uma boa transformação. Os casos de referência estão agrupados em três grupos destintos: Alojamento; parques temáticos tendo em conta a sua função original; e a reconversão em museus dinamizando o local e atraindo a população.2 Escolhemos estes casos de referência, tendo em conta como foi feito a reconversão e a reabilitação das potencialidades e seus riscos nos edifícios molinológicos.

nota

2

_ Os casos de referência foram: Moinhos de Maré, Centro Motorização e Interpretação Ambiental

de Viana do Castelo; arqt. Branco Cavaleiro. O Moinho de Papel, Núcleo Museológico do Papel e do Cereal do art. Siza Vieira. A Reconversão de Moinho, Vilar de Mouros/Caminha 1989/96- Alojamento- arqt. José Gigante. Reconversão e ampliação do Moinho de Vento Esposende- arqt.José Gigante. Moinho de Marinhas,ampliação de uma habitação, Esposende. O Moinho do Furadoiros, Alcoutim, Museu interpretativo - arqt.Victor Ribeiro.

138


Sabendo a priori que não existe uma única resposta válida para um projecto de reconversão concluimos nos casos de estudo, que a solução passa necessariamente pela consideração do programa mais adequado às características arquitectónicas do edifício e às necessidades locais (procurando conciliar estes dois aspectos); pela qualidade dos espaços criados, que devem garantir o conforto na sua utilização e responder às exigências do novo programa introduzido; e pelo respeito pela essência Pré-industrial e pelos valores patrimoniais da preexistência, garantindo a salvaguarda da sua identidade e autencidade. Estas construções molinológicas implantadas nas vertentes da cascata do rio Laboreiro e dos seus afluentes, recebem a água de uma levada que desvia a montante do rio, ou corga, o caudal necessário para fazer mover o rodizio e accionar o moinho. Pela necessidade da sua localização junto aos cursos de água, estas construções situam-se, geralmente, afastadas do núcleo construído dos povoados. Na sua construção recorriase sobretudo a matérias primas locais, como o granito e a madeira, e a tecnologias tradicionais. Na região estas construções tradicionais rurais correspondem, geralmente, ao grupo de moinhos denominado de “roda horizontal”. São do tipo moinho pequeno, de um só rodízio, de planta rectângular, sem vãos, a não ser a porta de acesso, sendo o telhado, daqueles que por acaso, ainda o conservam, com uma ou duas águas. O material é composto por pedras graníticas e madeira, material abundante na região, com cubos compostos por sistemas de anéis. O declínio da actividade agrícola na região e o aparecimento de técnicas de produção inovadoras e tecnologias modernas levaram à progressiva perda de importância destas construções e ao desinteresse dos proprietários pela sua manutenção. Sendo o património símbolo das identidades, saberes e particularidades, a sua enorme riqueza e diversidade é fonte inesgotável de possibilidades e iniciativas para o desenvolvimento local em meio rural. No caso de estudo este conjunto de edifícios preexistentes junto ao rio Laboreiro verifica-se que o projecto respeita e interpreta com maior autenticidade a essência pré industrial através do programa proposto. Verifica-se que a reconversão de edifícios pré-industriais devolutos permite a reintegração no espaço rural destas estruturas, apresentando benefícios evidentes para a sua envolvente e para a sociedade.

139


Este tipo de intervenção revela-se um meio para atingir a reabilitação rural através da reutilização do edifício e da introdução de uma nova função. Estas estruturas molinológicas são sem dúvida a identidade de um povo. Com este Projecto quisemos que os moinhos fossem públicos e não privados. Como forma de preservar o património, os moinhos de Castro Laboreiro, passa por restruturações a fim de preservar e adptar a novas funções. O novo edifício faz interagir com os moinhos, com a função de escola de gastronomia minhota, juntamente com um centro interpretativo molinológico, proporciona fonte de benefícios económicos, turísticos e de formação. Castro Laboreiro têm uma forte potencialidade hoteleira, ajudando a dinamizar o local. Assim sendo, criou-se um parque temático ligado ao ciclo do pão, sendo esse percurso um museu dinámico e pedagógico ao ar livre. Pretende-se tornar esse parque num centro didáctico, capaz de explicar a quem o visita a importância que os moinhos tiveram outrora. O sistema construtivo nos moinhos foi totalmente preservado, embora se tenham realizados algumas alterações a nível do pavimento, caixilharia e porta, mas mantendo o mesmo desenho existente. Os materiais e as imagens do interior assumem a essência original da preexistência e são aplicados materiais relacionados com o meio pré-industrial, aplicados numa estética contemporânea. Tanto no exterior como no interior dos moinhos, os espaços foram criados tendo em conta a função original do conjunto, o que se reflecte nas dimensões, nas texturas, na materialização e iluminação. A nova construção situa-se no lado oposto da margem e faz ligação com os moinhos (escola de gastronomia; restaurante; centro interpretativo). A topografia revelou-se determinante nas opções, que devido à sua condição acentuada dificultava a revelação entre a porta do edifício e o respectivo interior. Assim, uma vez que a chegada principal do edifício acontece no ponto mais alto do mesmo, foi construido um espaço de miradouro de acesso rampiado, de escala vasta criando deste modo um palco múltiplo cujo o cenário é a esmagadora paisagem dos montes e vales. O momento de chegada é simultanêamente de contemplação, orientada e ao mesmo tempo através da rampa inicia-se a entrada do meu edifício.

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Os contributos do projecto de raiz e da reconversão servem para dinamizar a Vila de Castro Laboreiro, atraindo população jovem para a formação a nível da hotelaria Minhota. A visita pedagógica de várias escolas para visualizar e ter conhecimentos do espólio molinológico e suas técnicas tradicionais. Com este novo equipamento para a Vila proporciona novos empregos e cria novo turismo. Os objectivos deste programa consistem em : -Desenvolver o interesse pelo património industrial com caracter lúdico; -Desenvolver actividades no âmbito pedagógico com crianças dos vários estabelecimentos de ensino; -Desenvolver competências e aptidões especificas; -Acolher os visitantes para divulgar a história do local e dar a conhecer as tecnologias industriais do fabrico do cereal. - Desenvolver o sentido da preservação do passado histórico; -Tornar o local numa das salas de visitas; -Venda ao público dos produtos artesanais produzidos nos moinhos de água.

Partindo do princípio que não se trata de uma conclusão mas sim de um início, a paixão pelos MOINHOS e a sua Salvaguarda .

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6_BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA - Atas do Colóquio de Museologia Industrial realizado em outubro de 2002, Ana Cardoso Matos; Isabel Maria Ribeiro e Maria Luisa Santos; - Afonso, J. 2005. Moinhos de Água, Memórias de um povo. Relatório de estágio, Miranda do Douro, UTAD; - Alves, V. S., Monteiro, J. R. 1993. Moinhos de Água do Parque Natural de Montesinho, Bragança, Parque Natural de Montesinho; - Carvalho, P. (2006). Património e (re) descoberta dos territórios rurais. Boletim Goiano de Geografia, Vol. 23 (2), pp. 173-196; - Custódio, J. (2005), «A emergência e a génese dos Museus Industriais e de Empresa em Portugal», Boletim Trimestral da Rede Portuguesa de Museus, n.º 18, Dezembro de 2005, p. 11-16; - Daveau, S. (1995). - Portugal geográfico. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1995. ISBN 972-9230- 41-2; - Derruau, M. (1977). Geografia Humana. São Paulo: Editora: Presença, 1977. (v.I) - Dias, J. (1968). - A moagem tradicional. Dicionário de História de Portugal, Vol. III. Lisboa; - Dias, J., Oliveira, E. & Galhano, F. (1959). Sistemas Primitivos de Moagem em Portugal -moinhos, azenhas e atafonas, II -Moinhos de Vento, Instituto de Alta Cultura – Centro de Estudos de Etnologia Peninsular, Porto; - Dicionário Editora da Língua Portuguesa 2013. Acordo Ortográfico. Edição/reimpressão: 2013. Páginas: 1744. Editor: Porto Editora; atenção no texto está 2010 - Folgado, D., (2004), Caminho do Oriente. Guia do Património Industrial, Lisboa, Livros Horizonte. - Folgado, S. C. M. (2001) ‘Saber Ver a Arquitectura NeoRealista em Portugal’. Dissertação deMestrado Integrado de Arquitetura, não publicado. Faculdade de Ciências e TecnologiaUniversidade de Coimbra,(http://pt.scribd.com/doc/88875642/19/Arquitectura-Neo-Realista-Italiana), [acesso em 11 de Junho de 201]. - Galhano, F. (1978). Moinhos e Azenhas de Portugal, Lisboa, Associação Portuguesa

dos Amigos dos Moinhos e Secretaria de Estado da Cultura.

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- Gonçalves, C. (2009). "Rotas de Património em Portugal: uma revolução necessária". In Turismos de Nicho: motivações, produtos, territórios. Centro de Estudos Geográficos - Universidade de Lisboa, Lisboa; - Leal, A. S., (1876). - Portugal Antigo e Moderno, Diccionario de todas as Cidades, Villas e Freguezias de Portugal e de grande número de aldeias, Livraria Editora de Mattos Moreira & Cª, Lisboa; - Lopes M. (1997). Moinhos da Baságueda; Comunidades Rurais : Saberes e Afectos. editora: Adraces; - Mendes, J. A., (2000), «Novas metodologias em História Económica: a Arqueologia Industrial», Revista Portuguesa de História, t. XXX, p. 37-70; - Miranda, J. A., e João Carlos VIEGAS J. A., (1992). Moinhos de vento no Concelho de Oeiras. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras; - Miranda, J. A.,; Nascimento, J. C., (2008). Portugal, Terra de Moinhos). Massamá : Chronos; - Narciso Palma Guita (1999); Engenho hidráulicos na Rota da Luz; tecnologia, economia, história e sociedade; - Oliveira, E., Galhano, F. & Pereira, B. (1983). Tecnologia Tradicional Portuguesa: Sistemas de Moagem, Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica, Litografia Tejo, Lisboa; - Oliveira, E., et al (1983). Tecnologia Tradicional Portuguesa: sistemas de mo- agem, Lisboa; Instituto Nacional de Investigação Cientifica (INIC); - Pereiro, X. (2009). Turismo Cultural – Uma visão antropológica. – (Tenerife – Espana): ACA e PASOS - editora, nº2. Revista de Turismo y Património Cultural; - RIBEIRO, M. M. M., (1992) – Estratégias familiares de reprodução socio-económica das unidades familares camponesas em regiões de montanha (Barroso, 1940-1990), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real; - Serrão, J. (1971). Dicionário de História de Portugal. Vol. III, Iniciativas Editoriais, Lisboa.

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- Silva, L., (2004). - Moinhos e moleiros no Alentejo oriental : uma perspetiva etnográfica. Etnografica, Vol. VIII; - UNESCO - Comissão Nacional da UNESCO (1992). Proteção do património mundial, cultural e natural, Lisboa - Execução Gráfica: Ligrate, Lda. - Veiga, E. (1983). Sistemas Primitivos de Moagem em Portugal-Moinhos, Azenhas e Atafonas - 1. Moinhos de Água e Azenhas, CEEP (IAC), Porto, 1959, 99 pp. 12 figs., 66 desenhos. (Em col. com Jorge Dias e Fernando Galhano); - Veiga, E. (1983). Tecnologia Tradicional Portuguesa: sistema de moagem. Lisboa : I.N.I.C; - Veiga de Oliveira E., Perreira F., (1988). Construções Primitivas em Portugal,Biblioteca de Etnogra- fia e Antropologia; Publicação Dom Quixote; - Veiga, E. (1967). «Moinhos de Água em Portugal» -Geographica. 9. Lisboa;

- www.cm-melgaco.pt; consultado em 2011; - www. geografia/município.pt; consultado em 2011; - www.moinhosdeportugal.no.sapo.pt; consultado em 2011; - www.noticias.portugalmail.pt; consultado em 2011; - www.pt.wikipedia.org.; consultado em 2011; - www.cm-boticas.pt; consultado em 2011; - www.pasosonline.org, consultado em 2012;

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7_ ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 01: CARTA DE LOCALIZAÇÃO.................................................................16 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA: 02 CARTA TOPOGRÁFICA DO PNPG.....................................................16 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA 03: CARTA DE DECLIVES DO PNPG........................................................18 (Fonte: Instituto geográfico do exercito) FIGURA 04: ÁREAS DO PNPG COM DIFERENTES DENOMINAÇÕES DE PROTECÇÃO......(Fonte: Instituto geográfico do exercito).................................................18 FIGURA 05: CARTA HIPSOMÉTRICA DO PNPG....................................................20 ( Fonte: Instituto geográfico do exercito) FIGURA 06: CARTA HIDROGRÁFICA DO PNPG...................................................20 (Fonte: Instituto geográfico do exercito) FIGURA 07: ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS SISTEMAS TRADICIONAIS (Fonte:Grupo de trabalho agro.ambiental, 2002)..........................................................22 FIGURA 08: AS INVERNEIRAS.................................................................................24 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 09: MUSEU DAS BRANDAS E INVERNEIRAS.......................................24 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 10: PANORAMICA DAS ÁREAS DE CULTIVO.......................................24 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 11: CAMINHOS DA FREGUESIA DE CASTRO LABOREIRO................28 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA12:ITENÁRIO DE DUARTE DE ARMAS (1509), ALVARO VAZ (1527) E CLAUDE DE BRONSEVAL (1533) NA REGIÃO SERRA DA PENEDA (DEVEAU,2000)........ (Fonte: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/308.pdf ; fig:5)......35 FIGURA: 13 CASCATA DE CASTRO LABOREIRO; VISUALIZAÇÃO DO PRIMEIRO MOINHO DE ÁGUA.... (Fonte: Fotografia da Autora)............................30


FIGURA: 14 CASCATA DE CASTRO LABOREIRO................................................30 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA15: PLANTA ÁREA DO CENTRO DE CASTRO LABOREIRO................31 (Fonte: Google Maps) FIGURA16: VISUALIZAÇÃO DA PONTE (ALÇADO NORTE).............................32 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA17: VISUALIZAÇÃO DA PONTE................................................................32 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA18: VISUALIZAÇÃO DA PONTE DE UM MOINHO................................32 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 19:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHOS DA CASCATA DO RIO LABOREIRO........................................................................................................32 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 20: PLANTA DA PONTE..............................................................................32 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 21: ALÇADO NORTE..................................................................................32 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 22: VISUALIZAÇÃO DO EXTERIOR DO MOINHO................................33 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 23: VISUALIZAÇÃO DO ALÇADO OESTE..............................................33 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 24: VISUALIZAÇÃO DO EXTERIOR DO MOINHO................................33 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 25: VISUALIZAÇÃO DA JANELA DO MOINHO.....................................33 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 26: VISUALIZAÇÃO DAS 2 MÓS..............................................................33 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 27:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DOS MOINHOS DE CASTRO LABOREIRO................................................................................................................33 (Fonte: Desenho da Autora)


FIGURA 28: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE.....................................................................33 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 29: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE.....................................................................33 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA30: VISUALIZAÇÃO DA COBERTURA.....................................................34 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA31: VISUALIZAÇÃO DAS MÓS.................................................................34 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA32: VISUALIZAÇÃO DAS MOEGA............................................................34 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA33: VISUALIZAÇÃO DOS BARROTES DA COBERTURA......................34 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA34: CONSTRUÇÃO EM PEDRA..................................................................34 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA35: ALÇADO NORTE....................................................................................34 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 36:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DOS MOINHOS DA CASCATA DOR IO LABOREIRO ..........................................................................................................34 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 37: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE.....................................................................34 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 38: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE.....................................................................34 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 39: O INTERIOR DO MOINHO...................................................................35 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 40: EXTERIOR DO MOINHO......................................................................35 (Fonte: Fotografia da Autora)


FIGURA41: COBERTURA DO MOINHO..................................................................35 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 42: A ENTRADA DO MOINHO...................................................................35 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 43:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DOS MOINHOS DA CASCATA DO RIO LABOREIRO .......................................................................................................35 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 44: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE.....................................................................35 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 45: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE.....................................................................35 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA 46: MULHERES NEGRAS PILANDO........................................................38 (Fonte:GALHANO Fernando, Moinhos e Azenhas de Portugal) FIGURA 47: AMOFARIZ E PILÃO.....(Fonte:- Veiga, E. (1983). Tecnologia Tradicional Portuguesa: sistema de moagem. Lisboa : I.N.I.C; pag:18)...............................38 FIGURA 48: MÓ PLANA E REBOLO........................................................................38 (Fonte:GALHANO Fernando, Moinhos e Azenhas de Portugal) FIGURA 49: DESENHO DO HOMEM A PIAR O MILHO........................................38 (Fonte:GALHANO Fernando, Moinhos e Azenhas de Portugal) FIGURA 50: DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES INDUSTRIAIS INVENTARIADAS POR TIPOLOGIA... (Fonte:Dissertação - Reconversão de Espaços Industriais, Instituto Superior Técnico de Lisboa;pag:43)...............................................................42 FIGURA 51: GRÁFICO DE TIPOLOGIAS........(Fonte:Dissertação - Reconversão de Espaços Industriais, Instituto Superior Técnico de Lisboa;pag:41)..............................42 FIGURA 52: ESQUEMA DAS CAMADAS DE TRANSFORMAÇÃO DE UM EDIFÍCIO. (fonte: imagem do autor parcialmente baseada em Brand, How buildings learn : What happens after they´re built; 1997)......................................................................44 FIGURA 53: TRÉS TIPOS DE MOINHOS DE MARÉ..............................................48 (Fonte:Ecomuseu;Câmara Municipal do Seixal- Moinhos de maré do ocidente europeu 2005)


FIGURA 54: AZENHA DE RODA VERTICAL...........................................................48 (Fonte:hidromoinho.blogspot.com) FIGURA 55: MOINHO DE RODIZIO / MOINHO DE RODETE SUBMERSO........48 (Fonte: rio-maior-cidadania.blogspot.com) FIGURA 56: FORMAS DE CUBO E DE SETEIRA VULGARES NO NORTE........51 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 57: O APARELHO SUPERIOR DO MOINHO ...........................................52 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 58: MOEGA DE MADEIRA DUPLA...........................................................54 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 59: INSTRUMENTOS DA MOEGA............................................................54 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 60: MECANISMO E UTENSILIOS DE MOAGEM....................................55 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 61: SISTEMA DE TRITURAÇÃO...............................................................56 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 62: INSTRUMENTOS AUXILIARES NO PROCESSO DE TRITURAÇÃO ....(Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda)......................57 FIGURA 63: SEQUÊNCIA DA OPERAÇÃO LEVANTAR DA PEDRA DE CIMA, PARA SER PICADA...(Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda).......58 FIGURA 64: APARELHO SUPERIOR DO MOINHO................................................59 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 65: SISTEMA MOTOR.................................................................................60 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 66: ERREIRO ...............................................................................................61 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 67: SUBSISSTEMA DE AJUSTAMENTO E EQUILIBRIO.......................61 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda) FIGURA 68: UTENSILIO DE EQUILIBRIO..............................................................62 (Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda)


FIGURA 69: SEQUÊNCIA DA OPERAÇÃO DE AFASTAMENTO E APROXIMAÇÃO DAS PEDRAS PARA O APURAMENTO DA QUALIDADE DA FARINHA................(Fonte:LOPES Marcelo (1997); Moinhos da Baságueda).......................63 FIGURA 70: CAPTAÇÃO E CONDUÇÃO DA ÁGUA..............................................64 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 71:CORTE DE RECONSTRUÇÃO DO MOINHO DA CASCATA............66 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA 72:CORTE DE RECONSTRUÇÃO DO MOINHO DA CASCATA............66 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA73:PLANTA IMPLANTAÇÃO DA RECONSTRUÇÃO DO MOINHO.....66 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA74: CONSTRUÇÃO DAS PAREDES DOS MOINHOS...............................68 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA75: PLANTA DE UM MOINHO....................................................................68 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA76: PORMENOR CONSTRUTIVO DO PAVIMENTO................................68 (Fonte: Desenho Gráfico da Autora) FIGURA77: CONSTRUÇÃO DE UMA COBERTURA..............................................70 (Fonte: www.arturgueifao.com) FIGURA78:VARIOS TIPOS DE COBERTURA EXISTENTES.................................70 (Fonte:Veiga de Oliveira E., Perreira F., (1988). Construções Primitivas em Portugal,Biblioteca de Etnogra- fia e Antropologia; Publicação Dom Quixote;pg:297 FIGURA79:PORMENOR DA COBERTURA INCLINADA......................................70 (Fonte: Desenho gráfico da Autora) FIGURA80:AS PENAS E O RODIZIO.................................................. ....................72 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA81: MOEGA DE MADEIRA..........................................................................72 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA82: A QUELHA..............................................................................................72 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço)


FIGURA 83: FERRAMENTAS QUE SUPORTAM E UNE A MOEGA....................72 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA84: PLANTAS DE COBERTURA, RECUPERADO NA PONTE DAS LAGES............. (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço)...........................73 FIGURA85: PLANTA DE DO PISO 0.........................................................................73 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA86:PLANTA DO 1º PISO..............................................................................73 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA87: PLANTA DO 2º PISO..............................................................................73 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA 88: PLANTA DE IMPLANTAÇÃO DO MOINHO DA PONTE DAS LAGES...............................................................................................................................73 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA89: CORTE DO MOINHO.............................................................................74 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA90: PORMENOR DO ENGENHO DO MOINHO.........................................74 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA91: PLANTA DE IMPLANTAÇÃO...............................................................74 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA92:CORTE DO MOINHO..............................................................................75 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA93: PORMENOR DO ENGENHO.................................................................75 (Fonte: Desenho Fornecido pela Camara de Melgaço) FIGURA 94: VISTA AREA DO CMIA........................................................................82 (Fonte: Google Maps) FIGURA 95: FACHADA PRINCIPAL DO CENTRO DE MOTORIZAÇÃO: MOINHOS DE MARÉ - CENTRO MOTORIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO PARQUE ECOLÓGI- CO URBANO DE VIANA DO CASTELO..............................................82 (Fonte: Fotografia da Autora)


FIGURA96: DESENHO Á MÃO DO MOINHO DE MARÉ .....................................83 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Viana do Castelo) FIGURA 97: FERRAMENTAS/ ÚTENSILIOS DA AZENHA...................................84 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Viana do Castelo) FIGURA 98: ALÇADOS E CORTES DO CENTRO DE RECURSOS DO CMIA.....86 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Viana do Castelo) FIGURA 99: DESENHOS TRIDIMENSIONAL DO CENTRO DE MOTORIZAÇÃO DO MOINHO DE MARÉ.(Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Viana ............86 FIGURA 100: VISTA DO EXTERIOR DO CENTRO MUSEOLÓGICO DO MOINHO DE PAPEL..... (Fonte: Fotografia da Autora).........................................................88 FIGURA 101: VISTA DO INTERIOR DO MOINHO DE PAPEL..............................88 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 102: VISTA DO EXTERIOR DO CENTRO MUSEOLÓGICO DO MOINHO DE PAPEL.... (Fonte: Fotografia da Autora)..........................................................88 FIGURA 103: ZONA DE RECEPÇÃO.........................................................................88 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA 104: MAQUINARIA DO PROCESSO DO PAPEL......................................88 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA105: PLANTA DO MOINHO DE PAPEL......................................................90 (Fonte: Desenho fornecido pelo Gabinete Siza Vieira) FIGURA106: CORTES DO MOINHO DE PAPEL......................................................92 (Fonte: Desenho fornecido pelo Gabinete Siza Vieira) FIGURA107: PARQUE TEMATICO_CICLO DO PÃO, MOINHO DA APÚLIO.....94 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA108: LOCALIZAÇÃO AREA DOS MOINHOS DA APÚLIA......................94 (Fonte: Google Maps) FIGURA 109: DESENHO Á MÃO DOS MOINHOS DA APÚLIA............................94 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA 110: PORMENORES DA COBERTURA E PLANTAS..............................96 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende)


FIGURA 111: CORTE DO MOINHO DA APÚLIA SEM INTERVENÇÃO..............97 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA 112:ESQUEMA DE UM MOINHO DE VENTO, ANTES DA INTERVENÇÃO......... (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende)............................98 FIGURA113: CORTE DOS MOINHOS DE VENTO RECUPERADOS....................99 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA 114: MOINHO DE VILAR DE MOUROS/CAMINHA.............................100 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA 115:PLANTA E CORTE DO MOINHO DE MOUROS.............................100 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA 116: RECNVERSÃO E AMPLIAÇÃO DO MOINHO DE VENTO..........102 (Fonte: Imagem fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA 117: IMAGEM DA MAQUETE DO O MOINHO DE VENTO.................102 (Fonte: Imagem fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA 118: FOTOGRAFIA DA RECONVERSÃO E AMPLIAÇÃO DO MOINHO...............................................................................................................................102 (Fonte: Fotografia da autora) FIGURA119:AXONOMETRIA DO PROJECTO DE RECONVERSÃO.................102 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA120: PLANTA DA RECONVERSÃO DO MOINHO DE VENTO.............103 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA 121: CORTE DA RECONVERSÃO DO MOINHO DE VENTO..............103 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete do Arqt. jJosé Gigante) FIGURA122: PLANTA DE COBERTURA DO MOINHO DE MARINHAS...........104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA123: PLANTA DO R/CHÃO DO MOINHO DE MARINHAS...................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA124:ALÇADO SUL DO MOINHO SEM INTERVENÇÃO.......................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende)


FIGURA125:CORTE DO MOINHO SEM INTERVENÇÃO....................................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA126:CORTE DO MOINHO COM A INTERVENÇÃO..............................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA 127: ALÇADO NASCENTE DA INTERVENÇÃO ..................................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA128:ALÇADO NORTE DA INTERVENÇÃO.............................................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA129:ALÇADO SUL DA INTERVENÇÃO...................................................104 (Fonte: Desenho fornecido pela Camara de Esposende) FIGURA130: MOINHO DE ÁGUA EM ALCOUTIM..............................................106 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA131: PLANTA DAS CABOUÇOS DO MOINHO.......................................106 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA132:PLANTA DO 1ºPISO DO MOINHO....................................................106 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA133:PLANTA DA INPLANTAÇÃO DO MOINHO DO FURADOIROS..107 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA134: CORTE A DO MOINHO DO FURADOIRO......................................108 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA135:CORTE B DO MOINHO DO FURADOIRO.......................................108 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA136: CORTE C DO MOINHO DO FURADOIRO......................................109 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA137:PORMENOR DO ENGENHO A MOTOR .........................................109 (Fonte: Ribeiro Vitor; 2007 -Materiais, sistemas e técnicas de construções Tradicional) FIGURA138:PLANTA DE COBERTURA DA ESCOLA DE HOTELARIA...........110 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete aqrt.Souto moura)


FIGURA139:PLANTA DO R/CHÃO DA ESCOLA DE HOTELARIA....................110 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete aqrt.Souto moura) FIGURA140:PLANTA -1...........................................................................................110 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete aqrt.Souto moura) FIGURA141:CORTE DA ESCOLA DE HOTELARIA.............................................111 (Fonte: Desenho fornecido pelo gabinete aqrt.Souto moura) FIGURA142: LOCALIZAÇÃO DO MUSEU DE FOZ CÔA...................................112 (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-45392/) FIGURA143:FOTOGRAFIA NO EXTERIOR DO MUSEU....................................112 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA144:FOTOGRAFIA NO EXTERIOR DO MUSEU (ZONA CARGAS E DESCARGAS) (Fonte: Fotografia da Autora)............................................................112 FIGURA145:PLANTA DE COBERTURA DO MUSEU (estacionamento)..............114 (Fonte: Desenho fornecido pelos arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental) FIGURA146: PLANTA DO 1º PISO DO MUSEU....................................................114 (Fonte: Desenho fornecido pelos arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental) FIGURA147: CORTES DO MUSEU.........................................................................114 (Fonte: Desenho fornecido pelos arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental) FIGURA148:PLANTA DO R/CHÃO DO MUSEU...................................................114 (Fonte: Desenho fornecido pelos arqt. Camilo Rebelo/Tiago Pimental) FIGURA149: TABELA DE ANALISE DOS CASOS DE REFERÊNCIA................116 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA150:TABELA DE ANALISE DOS CASOS DE REFERÊNCIA................117 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA151: CONCEITO PROJECTUAL................................................................118 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA152:PLANTA DE CASTRO LABOREIRO.................................................120 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA153:PLANTA ARÉA DO LOCAL DE INTERVENÇÃO............................121 (Fonte: Desenho da Autora)


FIGURA154:PLANTA DO LOCAL DE INTERVENÇÃO........................................122 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA155:PLANTA DE COBERTURA DO EQUIPAMENTO............................124 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA156:PLANTA DO 1º PISO DO EQUIPAMENTO.......................................124 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA157:PLANTA DO R/CHÃO DO EQUIPAMENTO.....................................126 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA158:PLANTA -1º DO EQUIPAMENTO......................................................126 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA159:CORTES DO EQUIPAMENTO............................................................128 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA160:ALÇADOS DO EQUIPAMENTO........................................................129 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA161:PORMENOR CONSTRUTIVOS DO EQUIPAMENTO.....................130 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA162: PORMENOR CONSTRUTIVOS DO PASSADIÇO...........................131 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA163: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................132 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA164: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................132 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA165:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, RECUPERAÇÃO DOS MOINHOS DE DA CASCATA DE CASTRO LABOREIRO.......................................................132 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA166: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................133 (Fonte: Desenho da Autora)


FIGURA167: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................133 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA168:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, RECUPERAÇÃO DOS MOINHOS DE DA CASCATA DE CASTRO LABOREIRO.......................................................133 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA169: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................134 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA170: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................134 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA171:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, RECUPERAÇÃO DOS MOINHOS DE DA CASCATA DE CASTRO LABOREIRO.......................................................134 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA172: PLANTA DA PONTE DA CASCATA DO RIO LABOREIRO..........135 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA173: ALÇADO NORTE DA PONTE DO RIO LABOREIRO....................135 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA174:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, RECUPERAÇÃO DA PONTE DA CASCATA DO RIO LABOREIRO.............................................................................135 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA175: FOTOS DAS MAQUETES DA ESCOLA/CENTRO INTEPRETATIVO E DOS MOINHOS......... (Fonte: Fotografia da Autora).............................................136 FIGURA176:VISITA DO LOCAL DE INTERVENÇÃO..........................................156 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA177:VISITA DO LOCAL DE INTERVENÇÃO......................................157 (Fonte: Fotografia da Autora)


FIGURA178:PORMENORES CONSTRUTIVOS DO EQUIPAMENTO................158 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA179:PORMENORES CONSTRUTIVOS DO EQUIPAMENTO................159 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA180:PORMENORES CONSTRUTIVOS DO EQUIPAMENTO................160 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA181:PORMENORES CONSTRUTIVOS DO EQUIPAMENTO................161 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA182:VISITA DO LOCAL DE INTERVENÇÃO......................................162 (Fonte: Fotografias da Autora) FIGURA183:MAPA AÉREO DOS MOINHOS DA VARZIELA..............................163 (Fonte: google maps) FIGURA184:MAPA AÉREO DOS MOINHOS DO RODEIRO................................163 (Fonte: google maps) FIGURA185:MAPA AÉREO DOS MOINHOS DA ASSUREIRA............................163 (Fonte: google maps) FIGURA186:O EXTERIOR DO MOINHO...............................................................164 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA187: ALÇADO SUL.....................................................................................164 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA188:PONTE DA ASSUREIRA....................................................................164 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA189:VISUALIZAÇÃO DA COBERTURA..................................................164 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA190:ESTADO DA MÓ DO MOINHO..........................................................164 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA191:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DA ASSUREIRA.....164 (Fonte: Desenho da Autora)


FIGURA192: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................164 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA193: O EXTERIOR DO MOINHO...............................................................165 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA194: VISUALIZAÇÃO DO ALÇADO NORTE..........................................165 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA195: VISUALIZAÇÃO DOEXTERIOR DO MOINHO..............................165 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA196:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DA ASSUREIRA.....165 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA197: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................165 FIGURA198: A MOEGA DO MOINHO....................................................................166 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA199: VISUALIZAÇÃO DO ALÇADO NORTE..........................................166 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA200: A VISUALIZAÇÃO DA JANELA DO MOINHO..............................166 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA201:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DA ASSUREIRA.....166 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA202: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................166 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA203: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................166 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA204: 0 EXTERIOR DO MOINHO...............................................................167 (Fonte: Fotografia da Autora)


FIGURA205: A COBERTURA DO MOINHO...........................................................167 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA206: A VISUALIZAÇÃO DO ALÇADO ESTE..........................................167 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA207: A VISUALIZAÇÃO DA COBERTURA DO MOINHO.....................167 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA208:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DO RODEIRO.........167 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA209: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................167 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA210: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................167 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA211: A VISUALIZAÇÃO DO ALÇADO SUL............................................168 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA212: A VISUALIZAÇÃO DO ENGENHO..................................................168 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA213: AO INTERIOR DO MOINHO _ MÓ..................................................168 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA214: APORTA DO MOINHO.......................................................................168 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA215:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DE VARZIELA........168 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA216: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................168 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA217: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................168 (Fonte: Desenho da Autora)


FIGURA218: O EXTERIO DO MOINHO.................................................................169 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA219: INTERIOR DO MOINHO - MÓ.........................................................169 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA220: ALÇADO NORTE...............................................................................169 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA221: VISUALIZAÇÃO DA MÓ..................................................................169 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA222: EXTERIOR DO MOINHO..................................................................169 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA223:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DE VARZIELA........169 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA224: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................169 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA225: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................169 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA226: VISUALIZAÇÃO DA MÓ E DA JANELA........................................170 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA227: VISUALIZAÇÃO DO ALÇADO SUL...............................................170 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA228: EXTERIOR DO MOINHO..................................................................170 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA229: O BANCO DE PEDRA NO EXTERIOR............................................170 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA230: EXTERIOR DO MOINHO..................................................................170 (Fonte: Fotografia da Autora)


FIGURA231:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DE VARZIELA........170 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA232: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................170 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA233: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................170 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA234: EXTERIOR DO MOINHO..................................................................171 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA235: ESTADO DE COBERTURA...............................................................171 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA236: ESTADO DA MÓ................................................................................171 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA237: A PORTA DA ENTRADA DO MOINHO............................................171 (Fonte: Fotografia da Autora) FIGURA238:PLANTA DE IMPLANTAÇÃO, DO MOINHO DE VARZIELA........171 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA239: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................171 (Fonte: Desenho da Autora) FIGURA240: A-PLANTA DO MOINHO; B-ALÇADO NORTE; C-ALÇADO ESTE; D-ALÇADO SUL; E- ALÇADO OESTE...................................................................171 (Fonte: Desenho da Autora)


ANEXOS


156


157


1. 2. 3. 4. Tubo drenante 5. Caixa de brita 6 7. 8. 9. Malhasol 10. Rocha 11. Revestimento em cimento duna com ranhuras em alto-relevo (pavimento antiderrapante).

Malhasol. Isolamento 6cm.

12. Guarda em vidro temperado de 8mm posicionado em suporte apropriado 13. de espessura.Barrotes de madeira.

Malhasol. Isolamento 6cm.

14. 15. 16. poliestireno 5cm 17. 18. Caixilharia em vidro duplo, com vidro exterior espelhado 19. 20. Teto em gesso cartonado

21. 22. blackout de cor branca, 23. Calha e tubo de queda de 24. Revestimento da cobertura

para as lajetas de pedra serrada a pico fino. Duas telas de

25. Rufo em zinco 26. Restimento do pavimento em

Malhasol. Isolamento 6cm.

27. Revestimento da cobertura em de cimento duna com ranhuras em alto-relevo (pavimento antiderrapante).

60cm

FIG:178 _ Pormenores Construtivos

158


25

P1

24

P2

23

22

21 20

19

18

P3

13 17

16 15 14

12 11

P4

10

9 8 7 6 5 4

3 2 1

FIG:179 _ Pormenores Construtivos

159


P1

P1 11 10 9 8

1. Caixilharia em vidro duplo, com vidro exterior espelhado 2. Teto falso em gesso

7 6

3. Sistema de suporte do teto falso 4. Blakout 5. 6.

7. Calha e tubo de queda de

5

8. Pintura betuminosa 9. Duas telas de

10. lajetas de pedra serrada a pico fino 11. Pedra serrada a pico fino 4 3 2 1

P2 1. 2. Sistema de suporte do teto falso 3. Teto falso em gesso

4.

P2 13 12 11 10 9 8 7 6 5

5.

6.

7. 8.

4

9. Duas telas de

10. lajetas de pedra serrada a pico fino 11. Lajetas de pedra serrada a pico fino 12. Rufo em zinco 13. Guarda em vidro temperado de 8mm

FIG:180 _ Pormenores Construtivos

160

3 2 1


P3

9 8 7 Barrote de madeira 6 Barrote em madeira para

5 4 3 2 armado

1 Caixilharia em vidro duplo, com vidro exterior espelhado

P4 16 Guarda em vidro temperado de 8mm 15 14 13 Revestimento em cimento com ranhuras em alto-relevo (pavimento antiderrapante) 12 Goteira 11 Remate em cimento 10 9 8 7 Malhasol 6 Isolamento 6cm 5 4 Gravilha 3 2 Rocha 1 Cascalho

FIG:181 _ Pormenores Construtivos

161


162


163


fig:186_ O exterior do Moinho

B

fig:188_Ponte da Assureira

E

A

D

Moinho da Assureira.

164

C


B

fig:193_ O exterior do Moinho

E

A

C

D

fig:195_ Exterior do Moinho

Moinho de Lamas do Mouro.

165


B

fig:198_ A moega do moinho, estrutura superior do moinho

E

A

C

D

B

E

A D

Moinho

Moinhos do Rodeiro.

166

C


B fig:204_ O exterior do Moinho

E

A

C

D

fig:205_A cobertura do Moinho

B

E

A

C

D

Moinhos do Rodeiro.

167


B

E

A

C

D

B

E

A D

fig:214_A Porta do Moinho

dos Moinhos da Varziela.

168

C


B

fig:218_ O exterior do Moinho

A

E

C

D

B

E

A

C

D

fig:222_ Exterior do Moinho

dos Moinhos da Varziela.

169


B

E

A D

C

B fig:228_O exterior do Moinho

fig:229_O banco pedra no exterior

E

A D

fig:230_O exterior do Moinho

dos Moinhos da Varziela.

170

C


B

fig:234_ Exterior do Moinho

E

A

C

D

fig:235_ O estado da cobertura

B

E

A

C

D

fig:237_ A Porta de entrada

dos Moinhos da Varziela.

171


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