Capela da Graça - Restauro e Pesquisa Arqueológica

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CAPELA DA GRAÇA RESTAURO e PESQUISA ARQUEOLÓGICA


RESTAURAÇÃO DA CAPELA DA GRAÇA E PESQUISA ARQUEOLÓGICA NA FAZENDA DA GRAÇA

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APRESENTAÇÃO Os projetos Pesquisa Arqueológica na Fazenda da Graça e Restauro da Capela Nossa Senhora da Graça tiveram início em junho de 2008 sendo aprovados pelo Ministério da Cultura através da Lei Rouanet tendo como proponente a Oficina-Escola de João Pes-

soa e patrocínio da CCB - CIMPOR Cimentos do Brasil LTDA, proprietária do bem. A conclusão da Pesquisa Arqueológica se deu em outubro/2010 e o Restauro da Capela em maio/2011. 3


acima

Luiz Bronzeado Germana Bronzeado

aBAIXO

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acima ao lado abaixo

Acervo CIMPOR.

Pintura de Hermano José, 1950.

Foto do libro História da Paraíba, de Carmem C. de Miranda Freire

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OFICINA ESCOLA DE JOÃO PESSOA Fazenda da Graça. Espaço pouco conhecido pelos paraibanos, há algum tempo já era roteiro das visitas de estudo dos alunos da Oficina-Escola. Acompanhados por seus respectivos instrutores, o deslumbramento diante daquele “paraíso esquecido” era o centro dos comentários no retorno às atividades cotidianas da escola. A Capela da Graça, monumento discutido desde a sala de aula, chamava atenção pela singeleza e perfeita harmonia com seu entorno que há tempos atrás era domínio da tribo dos Tabajaras. A cada visita, o sonho de ver aquele monumento restaurado, associado à curiosidade de investigação daquele espaço histórico, crescia. No ano de 2006, estimulada pelo apoio da Cimpor – proprietária do bem, e respaldada por profissionais qualificados, a Oficina-Escola apresentou ao Ministério da Cultura os Projetos Pesquisa Arqueológica na Fazenda da Graça e Restauro da Capela da Graça, sendo contemplados pela Lei Rouanet. O primeiro passo estava dado. Tornava-se possível a realização do sonho. No entanto, essa conquista primeira não era suficiente. Precisávamos compor a equipe de execução e, como não 8

poderíamos agir de modo diferente, convocamos um pequeno “exército” de ex-alunos. Era fundamental testar o aprendizado adquirido nas inúmeras horas de atividades dos cursos de formação. Uniram-se assim, pedreiros, carpinteiros, auxiliares de arqueologia e de restauração de bens integrados. Ex-alunos de turmas diversas se apresentaram para o desafio. Em junho de 2009 iniciaram-se as ações. A cada etapa, novas descobertas surgiam, num diálogo permanente de redescobrimento do monumento e seu espaço – mosaicos da história da Parahyba. Por fim, missão cumprida. De um lado, ergue-se majestosa uma Capela da Graça renovada, por outro, preenche-se lacunas de nossa histórica com as evidências resultantes do processo de investigação arqueológica. Agora, cabe a cada um de nós, paraibanos, o dever de conservar esse pedaço da memória brasileira. NÁHYA CAJÚ diretora da oejp


CIMPOR Devolver à cidade de João Pessoa um patrimônio histórico restaurado e ao Brasil parte de sua história resgatada, já seria, por si só, um motivo de grande orgulho para nós. No entanto, para a Cimpor, o projeto de recuperação da Capela da Graça representou mais que isso. Patrocinar esta obra significou colocar em prática um de seus principais valores: a sustentabilidade. Mais que obrigação, é uma imensa satisfação para nós poder promover e contribuir para o desenvolvimento das comunidades com as quais nos relacionamos. Ao abraçar este projeto, nós entendemos que se tratava de um presente para a cultura brasileira, principalmente porque a recuperação da Capela da Graça viria acompanhada de uma minuciosa investigação arqueológica. Através desta etapa de pesquisa e do material encontrado no local, seria possível fazer uma viagem no tempo e trazer a tona momentos históricos que vão desde a passagem dos índios Tabajaras pela região,

num período pré colonização, passam pela vida em torno dos grandes engenhos, chegando até os dias atuais. Hoje, além de termos um monumento tombado pelo patrimônio histórico belíssimo e totalmente restaurado, dispomos também de um importante acervo arqueológico que poderá motivar novos trabalhos. Para este sonho se tornar realidade foi preciso unir forças. Graças ao trabalho em conjunto e ao empenho de uma competente equipe, foi possível chegar a este resultado. Esperamos agora que, integrado a este santuário ecológico que é a Fazenda da Graça, a Capela venha a ser mais uma oportunidade de integração e envolvimento cultural para a cidade e para o Estado da Paraíba. Alexandre R. G. Lencastre presidente da ccb - cimpor do brasil

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CROQUI DE LOCALIZAÇÃO

A - Capela da Graça 10

B - OFICINA-ESCOLA JP

C - PARQUE SOLÓN DE LUCENA


Fonte: Iconografia da Paraiba: cartas, fortificações, aspectos urbanos. Recife: Pool Editorial, 1983.

CROQUI DE LOCALIZAÇÃO

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CONJUNTO ARQUITETÔNICO O conjunto arquitetônico da Fazenda da Graça, composto por Capela, Engenho e Casa Grande, são registros de importância inquestionável do processo histórico de ocupação da Capitania Real da Parahyba. Com o passar dos tempos, esse conjunto sofreu diversas intervenções, entre acréscimos e demolições, restando as ruínas, de caráter irreversível, da Casa-Grande e Engenho, e a Capela, como construção passível de restauração.Analisando-se as ruínas da Casa Grande e a documentação fotográfica de períodos anteriores, algumas informações sobre o bem foram possíveis de identificação. Dentre elas destaca-se a justaposição da Casa Grande com a Capela. A Capela de Nossa Senhora da Graça é um monumento tombado pelo IPHAN desde abril de 1938 sob inscrição n° 42 do Livro de Belas Artes, Volume I. Sua construção data da primeira metade do século XVII e constitui um exemplar 12

religioso da arquitetura barroca do nordeste brasileiro. Atualmente, o conjunto composto por nave, galeria lateral e sacristia, totaliza 45,00m² de área construída. Dado o estado ruinoso do bem, apenas o volume da nave encontrava-se completo, apresentando coberta de telha cerâmica artesanal em duas águas com cumeeira perpendicular à fachada frontal. Da Galeria, situada na lateral direita da Capela, restavam apenas as alvenarias de pedra no térreo e de tijolo prensado no pavimento superior, denunciando uma provável intervenção em data posterior à sua edificação. Do volume situado na parte posterior ao altar mor, conservam-se apenas resquícios da alvenaria de pedra do pavimento térreo, que, provavelmente destinava-se à sacristia. Construída em alvenarias de pedra calcária com 1,00m de largura, a Capela apresenta


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elementos de composição estético-formal em cantaria que compõem as características artístico-arquitetônicas do bem. Dos elementos em alto relevo no interior da nave se destacam a cantaria do coroamento do Altar Mor, as cercaduras do nicho e vãos de porta, e as conchas e volutas que formam um elemento único que arremata os vãos das portas laterais. No frontispício revela-se o rebuscamento dos trabalhos de cantaria destacando-se o óculo, os balcões de vãos do pavimento superior e os pináculos, volutas, e cruz latina que arrematam o frontão da Capela, além dos elementos em alto relevo – cimalhas, volutas, arquitraves, sobrevergas e cercaduras de vãos de porta.

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Apesar da riqueza dos seus elementos decorativos, a Capela da Graça conserva uma tipologia de planta bastante simples. Desprovida de Capela Mor os três degraus em pedra talhada são os elementos que separam a nave do Altar Mor, sendo este da época em que se denominava retábulo, no qual a mesa é parte justaposta ao altar mor, e não possui altares colaterais. Em perfeita harmonia com seu entorno, a Capela da Graça revela-se uma arquitetura religiosa singular quando, diferentemente das suas contemporâneas, tem como adro uma lagoa. E mais ainda quando, esse delicado diálogo com seu entorno reflete-se no espelho d’água elevando a Capela “aos céus”, revelando assim, a maior expressão do barroco: a dramaticidade.


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A OBRA Os trabalhos de restauração da Capela da Graça tiveram início em junho de 2009. Considerando o precário estado de conservação do bem, que se encontrava em avançado processo de ruína, a intervenção teve como objetivo sua consolidação e restauração das características arquitetônicas originais, bem como, dos seus bens integrados. Como procedimentos iniciais, após registro foto-

gráfico do estado de conservação em que o bem se encontrava, a equipe de ex-alunos da Oficina-Escola realizou a retirada do cibramento de madeira – executado pela CIMPOR no interior da Capela para sustentação da coberta –, desinfestação e limpeza, fixação de placas, instalação do canteiro e execução do barracão de obra.

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Após essas ações, a intervenção teve início com os serviços de restauração da coberta da nave, para conter as infiltrações e goteiras que aceleraram o processo de deterioração da Capela. A estrutura da coberta era composta por 29 (vinte e nove) tesouras que foram identificadas e enumeradas, e, posteriormente, catalogadas e desmontadas para serem trabalhadas uma a uma. As tesouras existentes encontravam-se bastante danificadas devido à ação de xilófagos (cupins) e dos problemas de infiltração, impossibilitando o reaproveitamento de grande parte das peças que a compunham. Neste processo buscou-se reconstituir as partes danificadas com o mesmo tipo de madeira das tesouras originais – tanto as tesouras quanto os frechais foram repostos com madeira maçaranduba. Com relação

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às cambotas (peças da estrutura de sustentação do forro abobadado), não foi possível o mesmo procedimento – optando-se por refazer as peças em maçaranduba, apesar de a madeira original ser o louro. Finalizada a montagem das tesouras, foi realizado o assentamento das cambotas. Na medida em que foram concluídos os serviços de execução da estrutura de sustentação da coberta (tesouras), a equipe de obra realizou o ripamento definitivo, e o recobrimento temporário com as telhas existentes. O telhamento definitivo só foi possível, após a autorização do IPHAN de adoção de telhas cerâmicas industriais de formato e dimensões similares aos poucos exemplares originais. Concluídos os trabalhos de telhamento da nave, foi executado o forro abobadado.


Nesse mesmo período, foi realizada, pela equipe de alvenaria, a remoção de vegetação invasora localizada no cunhal posterior da antiga sacristia. A referida vegetação estava comprometendo a estabilidade da alvenaria de pedra. Para a remoção dessa vegetação fez-se necessário o deslocamento das pedras de cantaria que

compõem o cunhal para posterior reposição no local de origem. Ainda em relação a essa atividade fez-se necessário a correção de prumo da verga e cercaduras do vão de acesso à sacristia que sofreram deslocamento em decorrência da ação da árvore incrustada no cunhal.

Realizada essa etapa procedeu-se o reforço na fundação para oferecer mais segurança no processo de consolidação da sacristia. Depois de efetuadas essas correções, a parede posterior e lateral da sacristia foi levantada, sendo reconstituído o vão de porta do pavimento superior. Para a reconstituição dessas alvenarias faltantes

foram adotadas duas linhas de tijolos de oito furos, vazada no meio. Esta etapa foi finalizada com a execução da coberta utilizando-se uma tesoura simples, seguido da colocação do forro em madeira no pavimento superior, da pintura a cal e da limpeza da cantaria.

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Com a conclusão dos trabalhos na coberta e no forro da nave e da sacristia, a equipe de carpintaria foi dividida em dois grupos: um prosseguiu trabalhando na nave, executando o piso tipo assoalho, e o segundo, iniciou a restauração das esquadrias. As únicas esquadrias originais encontradas na edificação constituem-se da

porta frontal da nave e da porta lateral direita do altar mor que dá acesso à galeria lateral. Estas foram transferidas para a marcenaria da Oficina-Escola, onde foram realizados os serviços de remoção de pintura, reconstituição das perdas e restauração das peças danificadas.

Finalizado o processo de consolidação da nave e da sacristia deu-se início às atividades de carpintaria e marcenaria destes ambientes – reconstituição do coro (estrutura de piso, assoalho, guarda-corpo e forro sob o coro), do piso

em assoalho do pavimento superior da sacristia e das novas esquadrias da nave e sacristia com respectivas ferragens. As novas esquadrias e ferragens em forja foram executadas pelos alunos da Oficina-Escola na própria sede.

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Ao mesmo tempo, era realizada pela equipe de alvenaria a consolidação da galeria. Esta etapa foi iniciada com um trabalho de reforço estrutural para consolidação da alvenaria externa que apresentava ameaça de ruir devido a um acen-

tuado desaprumo do seu eixo central. As atividades constaram de reforço na fundação pelo lado externo e execução de pilares de concreto pela face interna.

Paralelamente, a equipe de alvenaria distribuiu-se também na limpeza da cantaria e no

assentamento das novas esquadrias e guarda-corpos das tribunas da nave.

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Continuando os trabalhos na galeria, após a consolidação da alvenaria externa, a equipe de carpintaria iniciou a execução das estruturas de coberta para posterior assentamento, ao tempo

em que a equipe de alvenaria levantava o complemento da parede superior, utilizando a mesma técnica adotada na Sacristia – duas linhas de tijolos de oito furos, vazada no meio.

Neste momento, ingressaram na obra alguns alunos da Oficina-Escola para realização das atividades de lixamento e pintura das alvenarias da nave e da fachada frontal.

Finalizada a reconstituição do volume da galeria – alvenarias externas e coberta, os trabalhos foram divididos. Enquanto a equipe de carpinteiros executava o piso do pavimento superior da galeria (assentamento das linhas estruturais de madeira e o assoalho), além da escada e guarda corpo, a equipe de alvenaria se dividida entre o reboco interno da galeria e o assentamento das tijoleiras de piso, na galeria, sacristia e nave. 24


Durante este processo foi realizada, por empresa especializada, a correção da fissura na verga de pedra do vão lateral direito da fachada frontal da Capela, para que fosse possível a desobstrução e assentamento da porta.

Ficando como última etapa da obra a execução do reboco externo da galeria e pintura externa de toda a Capela, além de pequenos reparos. Para este trabalho uniram-se a equipe de ex-alunos com os alunos atuais formando uma grande frente de trabalho para finalização da obra. Neste momento todos os alunos da Oficina-Escola estavam com suas atividades voltadas para a conclusão da obra: limpeza, retirada dos equipamentos, desmonte do barracão e movimentação de terra. Enquanto, na sede da Oficina-Escola, os alunos de marcenaria executavam os bancos e os expositores verticais e horizontais destinados à exposição fotográfica das atividades de obra e evidências arqueológicas.

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RESTAURAÇÃO DOS BENS INTEGRADOS* Dos bens integrados da Capela da Graça A princípio, quando da execução do projeto de recuperação da Capela do antigo Engenho da Graça, além dos trabalhos de cantaria, os bens integrados desse monumento religioso eram representados por resquícios do medalhão figurativo do forro da nave, marcações incompletas de representações da via sacra e altar mor. Esses bens encontravam-se, na ocasião, em lamentável estado de conservação. Do medalhão figurativo no forro tabuado da nave da Capela, onde se sabia anteriormente representada a figura da Virgem Santíssima, restava, aproximadamente, 20% dessa representação policrômica. Das doze marcações padronizadas da Via Sacra, que, pela evidência, deveriam distribuir-se paralelamente nas duas paredes, restavam apenas cinco representações incompletas em apenas uma das paredes. Já o altar mor, bastante danificado, apresentava diversos e graves tipos de danos, porém, a maioria de caráter reversível. Durante os anos que se passaram entre a execução do projeto (2006) e o início da obra de restauração no monumento (junho/2009), o já precário estado de conservação do mesmo e dos seus bens integrados, agravou-se consideravelmente.

Dos resquícios do medalhão figurativo do forro da nave Dos resquícios de tábuas policromadas, que, no período de elaboração do projeto, somavam 20% do que existia do medalhão pictórico, no início das intervenções apresentou, na melhor das hipóteses, 9% dos resquícios e, nesses 9% estimados, os fragmentos apresentavam perda considerável da camada policromada e do suporte. 26

Do que restou do suporte, grande parte apresentava galerias de profundidade e queimaduras. Do que restou da camada pictórica, onde não havia queimadura, encontravam-se os craquilês decorrentes da alta temperatura a que a camada foi exposta, resultado da prática de retirada de maribondos através de chamuscados de fogo. Diante dessa situação de absoluta e irreversível ruína, nada mais houve que se pudesse fazer pelos referidos fragmentos.

Das marcações incompletas de representações da via sacra As cinco marcações incompletas e padronizadas de via sacra, pintadas (possivelmente na década de 60) com tinta industrializada à base de cal sobre espessa camada de massa polivinílica branca, distribuem-se, de modo equidistante, em uma das paredes da nave da Igreja, e são representadas por figura de cruz em cor preta inserida em figura esférica azul circundada por friso preto. Dessas cinco figuras existentes, três se apresentavam quase que totalmente perdidas e duas com perda pictórica de, aproximadamente, 50%. As duas marcações citadas foram mantidas e a camada pictórica, em acelerado processo de descolamento, recebeu tratamento de refixação com resina de Paralóid.

Do altar mor Do altar mor foram restaurados: o coroamento (em calcário), o painel localizado ao fundo do nicho (em madeira tabuada policromada) e a cercadura do nicho (em calcário).

COROAMENTO O coroamento em arco-pleno apresenta figuras em alto relevo, policromadas, repre-


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sentadas por pelicano bicéfalo, cujo centro, em sol irradiado, apresentava a inscrição “AVE MARIA GPATIA PLLM”, encimado por coroa ressaltada e suspensa por duas figuras humanas aladas, com cabelo marrom, veste azul e parte inferior fitomórfica pintada de verde, ladeando o pelicano. A pintura danificada, chapada e executada com tinta à base de cal sobre as figuras relevadas, foi retirada por descaracterizar a configuração do coroamento que, anteriormente, não apresentava pintura alguma. A inscrição apresentava leitura alterada por ter algumas de suas letras modificadas quando foram parcialmente obstruídas por massa. Essas áreas foram desobstruídas e as letras recuperadas, surgindo a inscrição “AVE MARIA GRATIA PLENA”. As áreas da cantaria que apresentavam perdas foram reconstituídas.

PAINEL AO FUNDO DO NICHO O painel em madeira tabuada, disposto verticalmente no fundo do único nicho do altar da igreja, em delicado estado de conservação, apresentava os seguintes danos: No suporte – Galerias profundas provocadas pelo avançado ataque de insetos xilófagos; furos provocados por cravo de ferro cuja oxidação corroeu suas bordas; impregnações concentradas e inúmeras de casas de maribondos, presença de cápsulas de baratas, restos de ovos e de larvas; presença de traças e de cupins vivos; rachaduras; apodrecimentos localizados provenientes da proliferação de fungos; aderência dos restos de túneis de terra caracterizando presença anterior de cupim de solo; perdas pontuais; presença de áreas chamuscadas e carbonizadas; umidade generalizada causada por constantes infiltrações de água; perda total da tábua central, perda de duas tábuas menores e impregnações de poeira e outros resíduos. Na pintura – A camada pictórica, policrô28

mica e figurativa encontrava-se sobreposta por película espessa de pintura monocrômica em cor azul, apresentando descolamentos, concheamentos, perdas, chamuscamentos, escorrimentos de excrementos de aves noturnas, ressecamentos e sujidade. O painel foi desmontado do seu local de origem sendo todas as tábuas mapeadas, embaladas e transportadas, para a sede da Oficina-Escola.

Foram realizados os serviços de: - Higienização; - Refixação de áreas da camada pictórica em descolamento; - Faceamento das áreas de pintura que sofreram afundamento para reconstituição do suporte. - Remoção de cravos e pregos oxidados; - Desobstruções de galerias de cupins; - Obturações, paquetagem e reconstituição das áreas com perdas; - Contenção de rachaduras com aplicação de borboletas em cedro; - Emassamento e nivelamento das áreas obturadas; - Remoção da camada externa de repintura; - Reintegração cromática das áreas com perdas com pincelamento de pigmentos minerais; - Reconstituição total das tábuas faltantes; Sob a camada externa e monocrômica (azul) de repintura havia mais duas camadas sobrepostas sobre a pintura original, todas três policrômicas. Permaneceu a última repintura aplicada, preservando-se assim as camadas de repintura que apresentam expressão artística de momentos específicos. O painel foi remontado em seu local de origem, sendo as tábuas afixadas por tarugos de cedro nos barrotes horizontais dispostos na parede de fundo do nicho. Após a remontagem, as tábuas faltantes e substituídas receberam emassamento, nivela-


mento e reintegração cromática em tons rebaixados para que se perceba a intervenção, porém sem comprometer a leitura visual do conjunto. A camada pictórica de todo o painel, após a remontagem, recebeu a finalização do procedimento de reintegração cromática e a aplicação da camada de proteção (por aspersão). A pintura figurativa preservada, em tons terrosos sobre fundo acinzentado com configuração popular, apresenta dois pilares encimados por vaso com flores, cercados, nas laterais e área superior, por cortina aberta. Na área inferior da pintura se encontram representados três nichos azulados sobre fundo verde e estrelado.

Da cercadura do nicho do altar mor Em cantaria, a moldura do nicho do Altar mor apresentava repintura em cores alternadas de azul claro e escuro sobre a pintura em têmpera marmorizada em tons azul e vermelho sobre fundo em tom neutro. A repintura foi removida. A pintura em têmpera, preservada, apresenta bom estado de conservação.

*Texto extraído do relatório final da Capela de Nossa Senhora da Graça: Bens Móveis e Integrados, de autoria da Restauradora Maria da Piedade Farias.

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INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA* “Nas unidades rurais, a Capela destacava-se pela durabilidade dos materiais utilizados na sua construção e pelo apuro estético na execução de suas fachadas e de seus ricos interiores” — GOMES (1998:131).

Essa pesquisa tem como finalidade o estudo arqueológico do conjunto Fazenda da Graça (Capela, ruínas da Casa Grande, Fábrica e Senzala, assim como todo o seu entorno), tendo como fulcro maior a reconstituição dos espaços, identificando a forma, a função, as técnicas construtivas destas estruturas, os materiais utilizados e as transformações ocorridas durante o seu processo de ocupação. 30

O nosso estudo na Capela da Graça, edificação religiosa tombada pelo Patrimônio Nacional, desde 1938, consistiu no resgate e compreensão da sua história, buscando dados consistentes e científicos que pudessem preencher as lacunas existentes sobre o seu período de construção, estratégias de ocupação e posicionamento geográfico. Na historiografia brasileira muito se discute sobre as ações missionárias dos séculos XVI e XVII. Por outro lado, pouco se aborda sobre os lugares / ambientes construídos pelos religiosos, ressalvando as edificações que se salvaram pela perpetuação do seu uso através do tempo. Esta assertiva não é o caso da Capela da Graça que, desde o início do século XX, perdeu tanto a sua característica religiosa quanto a histórica. No início do Projeto, nos deparamos com dados conflitantes sobre a história da Capela da Graça. Percebendo a complexidade histó-


rica desta edificação relegada ao total descaso científico, resolvemos investir em procedimentos tecnológicos de ponta, na tentativa de recuperar não apenas uma parte da memória da referida edificação, mas de um lugar que foi palco aglutinador de inúmeros fatos históricos ocorridos na Paraíba. Sendo um dos primeiros monumentos tombados pelo Patrimônio Nacional, no Estado da Paraíba, buscamos uma contextualização histórica e da sua arquitetura, numa tentativa de compreender o espaço e entender a sua função, a sua forma e as suas etapas construtivas.

As parcas informações existentes sobre a Capela da Graça revelam que a edificação teria sido “provavelmente” construída pelos jesuítas e que, “provavelmente”, teria sido edificada no século XVIII. Em nossa pesquisa, resolvemos trabalhar com meios mais criteriosos. Optamos por nos debruçar na questão científica e interdisciplinar, trazendo para o nosso grupo de trabalho, pesquisadores do campo da geofísica, para a realização das aquisições GPR na fazenda da Graça, assim como o investimento da técnica da Luminescência Oticamente Estimulada (LOE) para a datação da Argamassa Histórica 31


que suporta esta construção. Como interface destas áreas do conhecimento, realizamos uma pesquisa arqueológica e histórica sistemática, confrontando os dados disponíveis. Esse cruzamento de informações nos possibilitou levantar dados polêmicos e, sobretudo, discordantes sobre a origem e situação temporal do monumento aqui referido. A história oral sobre este Patrimônio, muitas vezes incorporada sem critério algum em trabalhos já realizados sobre a Capela da Graça, parece estar equivocada quanto ao grupo religioso e ao período em que foi edificada a mesma. Conforme mencionado, realizamos como técnica pioneira para os monumentos históricos da Paraíba, a datação de Argamassa Histórica por LOE. Coletamos 04 amostras do interior da Capela da Graça, sendo uma de cada lado da parede da nave. “Na luminescência oticamente estimulada (LOE), o cristal recebe luz, ao invés de calor, e os elétrons são ejetados e seguem o mesmo caminho como no caso da TL para emitir a luz possibilitando assim a datação dos solos e sedimentos que envolvem o sítio” (WATANABE & SENGUPTA, 1997, p.166). Conforme os referidos autores, a margem de erro desta técnica é de apenas 5%. Das 04 amostras de Argamassa Histórica, coletadas da Capela da Graça, que foram enviadas ao Laboratório de Vidros e Datação (SP), apenas uma não foi possível se estimar a idade. A amostra apresentou muita flutuação no sinal de LOE natural. Esta situação é típica de amostragem que não teve exposição solar suficiente para o decaimento total da LOE. Se a amostra não teve exposição suficiente, sobrará LOE residual, impossibilitando a estimativa. Em contrapartida, insistimos na datação de outras amostras no intuito de respaldar a pesquisa com um maior número de datações, objetivando reduzir a margem de erro e/ou qualquer falibilidade do método. Com a obtenção das novas datas, que se 32

mostrou compatível com a nossa pesquisa: 410+-30 BP (LVD 2905) e 390+-30 BP (LVD 2904), agora é possível situar a Capela da Graça no século XVII. Assim, podemos aliar os dados históricos e arqueológicos levantados durante a execução do nosso trabalho a uma datação absoluta. A bibliografia disponível informa que os jesuítas foram expulsos da Paraíba, em 1593 e só voltaram 115 anos depois, ou seja, em 1708 (século XVIII). Levantamos bibliograficamente que, em fins do século XVI (entre 1595/1596), estava sendo construída, na Aldeia Braço de Peixe (local de nossa pesquisa), sob o domínio dos frades capuchos, uma Capela. A informação bibliográfica se apresenta em consonância com as datações obtidas, o que descarta a possibilidade da Capela ter sido construída pelos jesuítas, já que no período indicado pelas datações esta ordem religiosa não se encontrava mais na Paraíba. No decorrer das pesquisas arqueológicas na Fazenda da Graça, uma série de indagações e lacunas nos levou a uma reflexão mais cautelosa sobre a ordem religiosa que esteve à frente da construção da Capela. Começamos a perceber que muitos dos dados propagados, pela história oral (como a construção da Capela da Graça pelos jesuítas no século XVIII), não se enquadravam nos registros arqueológicos e históricos levantados em nossa pesquisa. Outra informação importante sobre a associação entre as datações obtidas e o monumento é revelada. Uma das datações atingiu a idade de 250+-2- BP (LVD 2906). A amostra relativa a esta datação foi coletada abaixo do óculo da Capela da Graça. A caracterização arquitetônica da fachada desta Capela denuncia que a mesma sofreu intervenções nos últimos séculos. Realizamos prospecções de parede na área externa e interna da Capela e pudemos constatar as referidas intervenções. Com esta datação


(250+-20 BP), é plausível que as alterações no monumento ocorreram em meados do século XVIII, período em que os jesuítas já teriam retornado à Paraíba. É possível que os mesmo tenham realizado as intervenções na fachada da Capela, já no SÉCULO XVIII, e que esta ação tenha sido registrada na memória coletiva, o que, certamente, resultou na disseminação equivocada de que os mesmos tenham sido os responsáveis pela conclusão da Capela da Graça. Apresentamos hoje, com o apoio da tecnologia na pesquisa arqueológica empreendida na Fazenda da Graça, um novo dado na

historiografia Paraíba. Sendo assim, desde já, começa a ser contada uma nova história da Capela de Nossa Senhora da Graça, um monumento do SÉCULO XVII, construído pelos FRANCISCANOS, ordem religiosa que se estabeleceu no aldeamento do Braço de Peixe para a Catequização, em fins do século XVI, e que se manteve na localidade durante o século XVII para a conclusão do referido patrimônio. *Texto extraído do relatório final da Pesquisa Arqueológica na Fazenda da Graça/PB de autoria do Arqueólogo Antônio Carlos de Lima Canto referente ao capítulo Introdução.

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A CULTURA MATERIAL* *Texto extraído do relatório final da Pesquisa Arqueológica na Fazenda da Graça/PB de autoria do Arqueólogo Antônio Carlos de Lima Canto referente ao capítulo Introdução.

O conjunto de artefatos encontrados na Capela e Fazenda da Graça vem permitindo se constituir informações consistentes quanto aos períodos de ocupação do local. No grupo das faianças, uma variedade significativa de fragmentos possibilitou a indicação do seu fabricante e o seu período de produção. Artefatos de faianças como: pratos, pires, tigelas e travessas foram recuperados das escavações (muitas vezes semi-inteiros). A maior parte da faiança identificada é de procedência inglesa do século XVIII e XIX, salientando que alguns fragmentos de faiança “grossa” portuguesa, com características mais antigas, também foram recuperados.

FAIANÇAS A condução da pesquisa nestes materiais configurou-se em etapas de trabalho que incluiu um levantamento histórico, quantificação estatística dos aspectos decorativos das peças, análise do tipo de pasta e um estudo detalhado das marcas detectadas nos objetos. Em meio às evidencias estudadas, a faiança inglesa, coletada durante os trabalhos de escavação, estabelece-se como um dos elementos determinantes do conjunto de artefatos arqueológicos. Esse grupo de faiança (em padrões Azul Borrão, Willow, Geométrico, Floral Policrômico, Blue/Green Edged dentre outros), identificado como do Século XVIII e XIX, por meio das marcas detectadas na base dos objetos (J & G Meaking, Ironstone China, W. Adams & Sons) e pelo seu padrão decorativo recorrente, totaliza grande parte dos artefatos recuperados. 34


VIDROS Das escavações realizadas na Fazenda da Graça resgatou-se uma quantidade considerável de fragmentos em vidro. Diversos frascos, de procedência nacional e internacional e de cores variadas, para comportar remédios, perfumes e bebidas puderam ser identificados.

ARTEFATOS CERÂMICOS A descrição dos fragmentos cerâmicos foi pautada no intuito de se obter dados em relação à pasta, observando-se a técnica de manufatura, o antiplástico, a textura, a cor e a queima das peças; quanto à superfície, analisando-se a cor, o tratamento externo e o interno dos vasilhames; quanto à forma, verificando-se a borda, a espessura da parede e as formas reconstituídas e quanto à decoração. A análise dos fragmentos cerâmicos, em laboratório, envolveu atividades como: limpeza do material, etiquetagem, catalogação e interpretação das peças. O estudo da superfície e da decoração dos fragmentos recuperados funcionou como elementos diagnósticos para a classificação dos tipos cerâmicos. A vasta variedade das formas resultantes, observadas a partir da reconstituição gráfica das peças, aponta tigelas, jarros e bijuzeiros como o conjunto cerâmico resgatado da Fazenda da Graça.

GRÉS Durante os trabalhos executados na Fazendo da Graça, foi possível realizar um estudo consistente sobre os objetos em Grés cerâmico. Estes artefatos, que apresentam uma composição de contextura muito forte, densa e impermeável, mostraram-se representativos entre o acervo arqueológico recuperado em nossa pesquisa. Os materiais desta categoria são caracterizados por grãos finos e foram cozidos a altas temperaturas, sendo levados à vitrificação total. 35


MOEDA

PISOS

Na etapa final das escavações na Fazenda da Graça, foi recuperada uma moeda de 40 réis, em cobre, do século XIX. A moeda é datada da época do Império (D. Pedro I) e tem no seu anverso o Brasão do Império, ladeado acima pela inscrição: “IN HOG SIGNO VINCES”. No verso da moeda, pode ser observado o dístico do valor facial, circundado pela inscrição: “PETRUS II. D. G. CONST. IMP. ET PERP. BRAS. DEF”. Em função da avançada camada de oxidação, não foi possível identificar a que letra monetária está associada a moeda. Como características principais, essas moedas apresentam um diâmetro de 35mm, bordo liso e peso de 14,34g. O seu período de circulação está entre 1823 e 1831.

Atividades de tradagem e prospecções em diferentes pontos da Fazenda da Graça revelaram uma sucessão de pisos em tijolera e ladrilho (no interior da Capela) e pisos em pedra calcária pertencentes aos séculos anteriores. Observando-se a grande recorrência de pisos em tijolos de barro cozido em setores pesquisados na Fazenda da Graça, realizou-se um mapeamento em croqui, visando localizar, com exatidão, vestígios da antiga construção, capazes de esclarecer a existência de partidos arquitetônicos vinculados aos indícios já mencionados no decorrer deste relatório.

CACHIMBOS

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A OBRA CO 38


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EQUIPE OFICINA-ESCOLA DE JOÃO PESSOA Náhya Maria Lyra Cajú diretora Maria do Rosário Paiva Duarte

Rafael Gomes Guimarães carpinteiro

Wanderley Cosmo do Nascimento pedreiro

coord. pedagógica

Derlei da Silva Lima

Maria de Fátima Guerra de Medeiros

pedreiro

coord. adm.-financeira

Jefferson Araújo Silva Rocha

Tadeu de Brito Melo

aux. de restaurador de bens integrados

coord. de prática

Maria de Lourdes Ferreira da Silva

Andréa de Fátima Paes

pedreira

auxiliar de orientação pedagógica

Severino do Ramo dos Santos

Antônio Júlio da Silva

encarregado de obra

instrutor de serralharia

Jeffeson Soares de Maria

Félix Veríssimo da Costa Neto

carpinteiro

instrutor de carpintaria

Deyvison Araújo Nascimento

Gilberto Cardoso dos Santos

aux. de restaurador de bens integrados

instrutor de alvenaria

Almir Rogério da Silva dos Santos

Leão Carlos Moreira Nóbrega

pedreiro

instrutor de jardinagem

Almir Francisco da Silva

Sônia de Almeida Ferreira Borges

eletricista

assistente administrativa

José Antonio Ferreira da Silva

José Dutra da Silva

eletricista

auxiliar de serviços gerais

Severino Antonio Ferreira da Silva eletricista

PESQUISA ARQUEOLÓGICA NA FAZENDA DA GRAÇA Antônio Carlos de Lima Canto arqueólogo

Thiago Gomes Guimarães auxiliar de arqueologia

FOTOGRAFIA Germana Bronzeado Gouveia VÍDEO Elo Fax Vídeo Produções Ltda

Eduardo Sampaio do Nascimento auxiliar de arqueologia

Adamastor Galvão da Silva Filho auxiliar de arqueologia

RESTAURO DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA Elisana Amélia Dantas da Silva projeto arquitetônico e luminotécnico

Maria da Piedade Farias projeto restauro dos bens integrados

Cleber Celso da Silva Cardoso encarregado de obra

ASSESSORIAS / CONSULTORIAS Aldemir G. Almeida Topografia ME ARQ-I Arquitetura e Iluminação Ltda Bessa & Bessa – Assessoria Contábil Escala Escritório de Cálculos Estruturais Ltda FAZ Comunicação Ltda. Quarta Mídia Ltda S & S Topografia S/S Ltda – ME SKY – Recuperação Estrutural Ltda PROJETO GRÁFICO

David Borges da Silva carpinteiro

Iranildo do Nascimento Silva carpinteiro

Jailson dos Santos Nascimento carpinteiro

Jailson Martins de Lima carpinteiro

Jonathan Pablo Galdino da Silva

Soda Virtual Huayna Tejo atendimento

João Faissal designer

carpinteiro

Charles Bruno Batista carpinteiro

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