O empreendimento Troiaresort, da Sonae, tem sido alvo de uma intensa campanha de boicote por parte do movimento anarquista de Setúbal, que regularmente grafa nas paredes da cidade frases imperativas (“Tróia é nossa”, “Quero a velha Tróia”), desalentadas (“O ferry vai e volta, a nós resta-nos a revolta”) ou jocosas (“Coisas finas na Tróia só se for a areia”). Em Agosto último, os anarquistas que não querem “resorts nem barcos de luxo a preços de luxo” mas “uma Tróia livre e do povo” organizaram um conjunto de iniciativas que intitularam de Destroioresort, dando voz a um desconforto, um inconformismo e uma nostalgia que ultrapassam o sentir do grupo – a avaliar pelo facto de o livro Quando a Tróia Era do Povo (2009) ter esgotado três edições em Setúbal em menos de dois meses. E embora a questão do designado “turismo de luxo” naquela península não seja nova – colocando-se desde os tempos da Torralta e tendo sido objecto de murais de contestação de partidos como o PSR no final da década de