Conhecendo Garibaldi

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 




“CONHECENDO GARIBALDI:

UM OLHAR SOBRE A CIDADE E O INTERIOR”

História, meio ambiente e sociedade: para aprender, aprofundar e agir! PROJETO DE QUALIFICAÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL DE GARIBALDI Texto: Colaboração:

Ilustrações: Arte/Diagramção: Tiragem: Impressão:

Diogo Guerra, Juliana Mazurana, Marisa Bortolini e Maria Elena Vidor Carla Raquel Rossi, Rodrigo Moura dos Santos, Elenita Josebel Girondi, Rafael Santacatterina e AscarEmater/RS Carlos Henrique Iotti Jorge Aresi /Idealle 1.000 exemplares Gráfica Garibaldense

“Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Paulo Freire Garibaldi, agosto de 2009. REALIZAÇÃO / APOIO

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Arroio M arrecão


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

- Pesquise sobre o que é e como funciona o sumidouro, - Procure conhecer algum agricultor orgânico do mu a fossa e o filtro anaeróbico: nicípio e faça uma entrevista com ele. Pergunte por  que optou por produzir de forma orgânica, que téc- Desenhe o trajeto do esgoto cloacal em seu bairro.  nicas ele utiliza, quais as vantagens e desvantagens Procure saber se as casas possuem sumidouro, fossa,  do sistema orgânico, por que outros agricultores não ou fossa mais filtro, se há estação de tratamento de          além   pergunadotam o sistema orgânico, de outras esgoto no bairro, e qual o destino final deste esgoto:  tas que você julgar importantes:  - Pesquise sobre o ambiente favorável para a prolifera- Você conhece as rotas turísticas do seu município?  ção do mosquito borrachudo:  - Resgate a história da Maria Fumaça: - Você sabe de onde vem e como é produzido o ali mento que você consome? - Viage pelo futuro montando a linha do tempo.  Como será sua rua, sua comunidade e seu municí - Porque os jovens do meio rural, em geral, não querem pio daqui a 10 anos?  permanecer na agricultura? Quais as conseqüências da  saída dos jovens no meio rural? - Quais os reflexos - positivos e negativos - do fecha mento e nucleação das escolas rurais? - Faça um levantamento junto a alguns agricultores da  região, sobre a quantidade de agrotóxicos (herbicidas, - A natureza sobrevive sem o homem. E o homem?...  inseticidas, fungicidas) utilizada  em alguns cultivos da região. Peça para eles relatarem casos de pessoas ou animais, que se intoxicaram por causa do uso de  agrotóxicos: 

  





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CONHEÇA MELHOR GARIBALDI: DADOS BÁSICOS - Localização: Encosta Superior do Nordeste/Serra Gaúcha - Distância da capital Porto Alegre: 110 Km - Município de origem: Montenegro (desmembrado do Município de Bento Gonçalves) - Emancipação política: 31 outubro 1900 - Limites: Norte: Bento Gonçalves; Sul: Carlos Barbosa; Leste: Farroupilha; Noroeste: Santa Tereza; Sudoeste: Boa Vista do Sul e Oeste: Coronel Pilar. - Área: 167 km² - População: 28.714 habitantes - PIB do município: R$ 397 milhões (2006) - Latitude Sul: 29° 15' 22" - Longitude Oeste: 51°32’05" - Altitude: 613m - Clima Subtropical - Temperatura oscila entre 33°C a 0°C ECONOMIA (Dados de 2007) - Indústrias instaladas no Município: 319 - Estabelecimentos comerciais: 788 - Prestadores de Serviços: 1.152 - Profissionais Liberais: 220 - Autônomos: 814

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www.garibaldi.rs.gov.br


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HISTÓRIA DA OCUPAÇÃO DE GARIBALDI PRESENÇA INDÍGENA Antes mesmo da chegada dos primeiros povoadores, a cidade de Garibaldi (antiga Conde D’Eu) foi habitada por índios Kaingang (Kaa: mato e Ygang: morador). Eles viviam na região da Serra Gaúcha e eram chamados pelos imigrantes de “Bugres”. No cotidiano de cada garibaldense, assim como de cada brasileiro, está presente o legado indígena: quando comemos farinha de milho, mandioca, batata-doce, pinhão, ou quando tomamos chimarrão, sem falar no conhecimento e uso da flora e fauna, nas técnicas agrícolas e artesanais, na arquitetura e na cultura.

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EXPULSOS DA PÁTRIA Os países europeus, em meados do século XIX, passavam por grandes dificuldades, principalmente a Alemanha e a Itália. O grande crescimento populacional nos centros urbanos ocasionado pela Revolução Industrial e pela falta de capacidade de absorção da mão-de-obra – resultou numa crescente tensão social, agravada também pelas mudanças políticas ocorridas no século XVIII. Os imigrantes, por sua vez, fugiam de um Estado indiferente, onde faltavam terras, havia alta densidade demográfica e muitas doenças. Muitos deles vislumbravam o Brasil como solução para seus problemas.


N0 ALUNOS ESCOLAS MUNICIPAIS (INTERIOR) EMEF Barão do Rio Branco Presidente Soares Até 4ª.s 8 EMEF Osvaldo Aranha

São Jorge

Até 4ª.s

4

EMEF Irmão José Sion

Sede

Até 4ª.s

10

Subtotal

22

N0 ALUNOS ESCOLAS ESTADUAIS (INTERIOR) EEEF Armando Peterlongo S. Roque F.de Mello

1º.Grau

95

EEEF Ângelo Beal EEEF São Marcos

Até 4ª.s 1º.Grau

24 104

Borghetto Marcorama

Subtotal 223 N0 ALUNOS ESCOLAS PARTICULARES (SEDE) ColégioSanta Inês

Sede

FISUL

1º. Grau

276

Sede

460

EMEIs Sede Escolas particulares de Ed. Infantil Sede

312 222

*APAE

130

Sede Subtotal

1.400

TOTAL GERAL DE ALUNOS = 6.199 * Cerca de 20 alunos estudam, também, em escolas regulares

COMUNIDADE N0 DE FAMÍLIAS

* Borghetto * Tamandaré * Garibaldina * São Miguel Linha Baú São Luis de Araripe Santo Antonio de Araripe Araújo e Souza São Jorge São Gabriel Marcílio Dias Santo Alexandre Anunciata São Roque Figueira de Mello Marcorama Linha Camargo São Pantaleão São Gotardo São José da Costa Real Presidente Soares Linha Brasília TOTAL

20 20 47 52 28 15 24 36 30 35 20 37 22 180 104 48 32 29 45 36 30 890

*Famílias e/ou comunidade em região considerada urbana, porém com características rurais.

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A VIDA DOS IMIGRANTES NA NOVA TERRA Em 1952, a imigração açoriana instalou-se às margens do rio São Gonçalo. Logo após, espalharam-se nas proximidades do Rio Pardo, Taquari, Piratini e Parecí. Vinte anos depois, outra leva com 25 casais açorianos fundaram Porto Alegre. Um ano após a Proclamação da Independência do Brasil, O Imperador D. Pedro I - a pedido de sua esposa Da. Leopoldina, de origem austríaca - concordou em trazer agricultores alemães para a Província do Rio Grande do Sul. Na chegada, cada família de imigrantes receberia (por Lei do Governo Imperial) um lote colonial de cerca de 80 hectares, além de vacas, cavalos, porcos e galinhas. Também seria paga uma quantia de 160 réis diários por pessoa, no primeiro ano, e de 80 réis no segundo. Os colonos alemães ficariam isentos de impostos durante a primeira década, e se tornariam súditos do Imperador do Brasil. A comissão colonizadora forneceria - no início - víveres, roupas e ferramentas agrícolas. Nesta época (1824), a Província era governada pelo desembargador José Feliciano Fernandes Pinheiro, mais tarde agraciado com o título de Visconde de São Leopoldo. Em 1827, esses alemães fundaram São Leopoldo e a partir daí, a colonização se espalhou em direção a Serra, chegando às nascentes do Rio Caí, Pinhal, Forromeco e Maratá. Subiram o primeiro degrau do altiplano, criando os povoados de Nova Petrópolis, Feliz, Santa Maria da Soledade e

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Maratá e esbarraram nos últimos paredões das altas terras, desviando então para o vale do Taquari e do Rio Pardo. A intenção do governo Provincial, agora, era povoar o planalto - uma região acidentada e coberta de mato cerrado. E recorreu, então, ao Governo Geral, junto ao qual conseguiu adquirir 32 léguas quadradas. Em 1870, o Presidente João Sertório criou as duas primeiras colônias: Colônia Dona Isabel, em homenagem à Princesa Imperial e Colônia Conde D’Eu, em homenagem ao esposo desta, genro de D. Pedro II. Conde D’Eu foi o primeiro núcleo de colonização na região serrana do Estado - já que a única estrada existente na época, que iniciava em Montenegro e passava por Maratá, terminava ali. No mesmo ano em que o Governo Provincial recebeu as colônias no alto da Serra, um pequeno grupo de imigrantes chegava a Conde D’Eu eram as últimas levas alemãs que vinham ao Estado. Após a Guerra Franco-Prussiana, o Governo Alemão não teve mais interesse na saída de imigrantes, e entre os anos de 1871 e 1874, o fluxo imigratório no RS foi enfraquecendo.


PATRIMÔNIO CULTURAL E PAISAGÍSTICO As Rotas Turísticas de Garibaldi buscam valorizar as paisagens de grande beleza cênica, a cultura e a história da imigração italiana, a gastronomia regional e o principal cultivo da região: a videira. ROTA TURÍSTICA “ESTRADA DO SABOR” A Rota Turística Estrada do Sabor está voltada para o conhecimento da cultura local, com suas particularidades, além das possibilidades de lazer e gastronomia. Envolve famílias que têm como atividade principal a produção agroindustrial. Cada uma das propriedades possui características diferenciadas, no que tange à localização, estrutura, usos e costumes da família. Porém, se não houver o comprometimento e a mobilização permanente da população urbana e rural - além de políticas públicas duradouras e consistentes em relação às questões ambientais - o futuro será incerto com a perda progressiva da identidade cultural e ambiental.

ROTA DAS CANTINAS A Rota das Cantinas resgata histórias de famílias que herdaram a arte em fazer da uva o centro de toda uma cultura. A paisagem emoldurada por vinhedos e colinas, une-se a uma arquitetura ímpar. A produção artesanal caminha lado a lado com a tecnologia, oferecendo produtos únicos, que enaltecem o melhor das videiras. Está na tradição e na cultura dos descendentes de imigrantes italianos a elaboração e fabrico do vinho colonial, que atravessa gerações. Não podemos perder esta história!

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RECOLHIMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS: ILUSÃO DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), em 2008 foram recolhidas 27.790 embalagens de agrotóxicos vazias, utilizadas por 292 famílias de agricultores, em 18 comunidades rurais de Garibaldi (cada embalagem corresponde a um produto e um volume diferente, havendo embalagens de 1, de 5, de 20 ou 25 litros ou kg). O principal objetivo do recolhimento destas embalagens é reduzir o risco para a saúde e a contaminação do meio ambiente, já que a as indústrias de agrotóxicos - em geral multinacionais - e o Governo Federal finalmente reconheceram o risco contido, mesmo em algumas gotas destes perigosos produtos. Resta a pergunta: Se algumas gotas são, reconhecidamente, tão perigosas, o que dizer do restante do produto, milhões de litros ou kg que ficaram na lavoura, contaminando o solo, os animais, as águas, e que chega até o nosso prato, através dos alimentos?

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Com todos os tormentos de uma imigração miserável, o esperto Sanguanel “Sanguanel Sanguanel” habitava o imaginário dos povoadores da nova terra. O Sanguanel seria um homenzinho de vermelho que andava pelos matos e trilhas, que possuía poderes extraordinários e usava-os para ludibriar ou fazer mal às pessoas. Aparecia no alto dos pinheiros, onde ficava alegremente a assobiar e a esperar o momento oportuno para intervir junto às pessoas. Nas noites indormidas na volta do fogão, o Sanguanel foi pintado com todas as cores...

No ano de 1875, chegaram à Colônia Conde D’Eu mais suíços-franceses, poloneses, austríacos e os primeiros italianos que, em sua maioria, vieram do Norte da Itália (principalmente da região do Vêneto, da Lombardia e do Tirol). Entre 1875 a 1914, o Rio Grande do Sul recebeu cerca de 80.000 famílias de imigrantes, sobretudo italianos. Estes não tiveram as mesmas vantagens da imigração alemã: para eles restou a região serrana, acidentada e coberta de mato cerrado. Cada família de imigrantes tinha o direito a receber um lote colonial ou uma “colônia”. A área dos lotes variava de 25 a 50 hectares. No primeiro ano os imigrantes receberam da Diretoria da Colonização víveres, ferramentas agrícolas e sementes de cereais. Trabalhavam em mutirão, tanto na derrubada da mata virgem quanto na organização das roças e lavouras. A solidariedade, a fé e o trabalho estavam presentes em todos os dias da vida dos imigrantes. Eles construíam suas casas à beira da linha, nos dois lados da estrada. A sede da colônia era o centro administrativo e comercial, mas foi na própria linha que os imigrantes organizaram sua vida religiosa e social. Em meio à mata, o colono abatia árvores centenárias, queimava a madeira para abrir as clareiras e iniciar o cultivo – e só voltava a realizar esta prática na mesma área após pousio de seis a sete anos. O solo, antes muito fértil, enfraquecia, apesar da policultura e da rotação de cultivos. Em outra área

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próxima ao núcleo colonial, ficava o espaço para os animais, o potreiro e o denominado ‘prá’ (um espaço reservado para o corte da forragem que era fornecida aos animais no cocho). Nas áreas mais distantes eram cultivados os cereais como trigo, milho e cevada. A rotina de trabalho da família envolvia o cultivo do trigo, cuidados com o vinhedo e a elaboração do vinho, ocupando as quatro estações do ano. O arado era utilizado para revolver o solo, sendo puxado por juntas de bois ou mulas. Nas áreas pedregosas ou de difícil acesso, a enxada executava o trabalho. Em períodos que exigiam intensa mão-de-obra ou em casos de doença na família, acontecia troca de serviços, com ajuda mútua (mutirão) na colheita da uva, trilhagem do trigo, ou preparo do solo. As propriedades tinham o caráter de fornecer alimentos, por isso possuíam grande diversidade de cultivos. Desta agricultura de subsistência, passaram, posteriormente, para uma agricultura mais mercantil. As choupanas, construídas inicialmente, foram sendo substituídas pela rica arquitetura colonial italiana. O tradicional porão era local do fabrico dos salames, queijos e vinhos, além de depósito de cereais e de mantimentos.

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Em torno da residência, criou-se um ambiente peculiar: o galinheiro, chiqueiro, estábulo, forno, paiol do feno e dos cereais. Vindos de um país onde o alimento principal era a polenta, encontraram aqui uma alimentação farta, onde a caça, o pescado, os frutos silvestres e o pinhão estavam disponíveis no lote colonial. Fazia parte da alimentação a polenta grelhada, salame, queijo, “fortaia” (ovos, salame e cebola), sopa de feijão, carne de caça ou porco, radicci cozido com toucinho, pão e vinho. Na janta também eram servidos a polenta, salame, queijo, carne de caça ao molho e carne de porco. Os colonos ergueram capitéis, capelas com campanário e cemitérios, e nessa região surgiram núcleos comerciais. Havia ferraria, sapataria, selaria, serraria, moinho de trigo, milho e arroz, e a casa comercial. A forte religiosidade dos imigrantes valorizava os filhos que ingressassem na vida religiosa, onde desenvolviam seus estudos. Para os demais, a prioridade era o trabalho na roça. As capelas eram o centro cultural, político, econômico e religioso de uma linha, travessão ou picada, sendo que o padre foi uma figura muito respeitada nas comunidades italianas.


O patriarcado nunca era posto em dúvida, sendo que os filhos não ousavam contrariar o poder decisório do pai, o qual administrava o dinheiro da família. As mulheres, em geral submissas, rezavam e trabalhavam, não tendo direito à herança nem ao voto. O lazer da família se restringia ao filó, quando os vizinhos se reuniam para trocar idéias, jogar cartas, comer, beber e cantar canções italianas. Os homens jogavam bisca, quatrilho, escova e tri sete. A bocha e o bolão foram os esportes mais disputados nas colônias. O maior evento era a festa do santo padroeiro da comunidade, chamado de ‘Sagra´ - momento em que as melhores roupas eram usadas. O tríduo, que antecedia os festejos do padroeiro, criava um clima de êxtase e felicidade. Apesar do isolamento em que os colonos se encontravam, por causa da falta de estradas, o progresso das colônias era visível. Em 1879 é iniciada a construção da rodovia Buarque de Macedo. A via representou um importante fator no desenvolvimento regional, pois atravessava as colônias Conde D’Eu e Dona Isabel, ligando o Sul aos grandes centros comerciais como São Paulo.

Em 1890, o Governo Estadual criou o município de Bento Gonçalves (antiga Colônia Dona Isabel), que tinha como distrito, a Colônia de Conde D’Eu. A sede desta – território desmembrado de Bento Gonçalves- é elevada a condição de Município em 1900, com a denominação de Garibaldi. A escolha do nome foi uma homenagem a um dos heróis da Revolução Farroupilha, Giuseppe Garibaldi.

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A VIDA NO SÉCULO XX AGRICULTURA

A chegada da ferrovia, com a inauguração do trecho ferroviário Porto Alegre/Caxias do Sul em 1910, e de uma A AGRICULTURA DE CARÁTER FAMILIAR extensão até Bento Gonçalves passando por Garibaldi em 1918,Odesencadeou o progresso regional; porém também meio rural de Garibaldi conta com pequenas prooportunizou o êxodo de colonos para outras regiões priedades que praticam a agricultura de base familiar,doe Estado, bem como para Santa Catarina e Paraná. que possuem condições de solo, topografia e clima favoNos anos 20 surgiram as primeiras escolas munici-e ráveis ao cultivo e criação de uma variedade de plantas pais e comunitárias nas comunidades rurais e nos anos animais. A diversificação das propriedades rurais garante 40, as escolas estaduais. maior segurança alimentar das famílias, estímulo para os Nos anos 40, Georges Aubert, da França, se jovens permanecerem no meio rural, vindo incremento de renespecializa produção ambiental do champagne, dando continuida e maiornaequilíbrio (proporcionado pela dade ao trabalho de Manoel iniciado em 1915. agrobiodiversidade), dentrePeterlongo, outros benefícios. Falavam-se sete dialetos na região, que com o passar O atual modelo de agricultura, porém, voltado para do tempo geraram uma linguagem única, mesclada com a especialização (ou monocultivo) tem como o português, denominado um dialeto, consequência a redução da“talian”, biodiversidade dos variante ecossisda linguagem Vêneto, no norte da Italia. Após a Segunda temas, da agricultura e pecuária, e a redução da diversiGuerra imposição dade naMundial, dieta das por famílias rurais. do governo, o ”talian” foi proibido, inclusive em materiais impressos. Em 1963 foi inaugurado o Escritório Municipal da ESPECIALIZAÇÃO NA AGRICULTURA FAMILIAR ASCAR (Associação Sulina de Crédito e Assistência RuA agricultura familiar, de uma forma geral, vem perral) em Garibaldi, hoje Emater. dendo suas características, abandonando gradualmente a Em 1973 surge a Pena Branca S.A, seguido por diverdiversificação e passando a orientar-se por monocultivos. sos outros frigoríficos. O município chegou a ter a maior Em Garibaldi, a especialização de determinados cultivos e criação de frango do RS e a segunda do Brasil, quando Boa em regiões específicas é percebido facilmente: Vista do Sul e Coronel Pilar faziam parte do território.

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E PECUÁRIA Na fase inicial de implantação da avicultura, o colo-

no detinha o controle dos meios de produção, porém, gradualmente foi perdendo esta condição. O modo de vida na Encosta Nordeste Rio - Cultivo da videira - presente em cerca de 600do propriGrande totalizando do Sul foi bruscamente modificado anas partir edades, 2.800ha. Principalmente codos anos 60, a “Revolução Verde”. Revolumunidades decom Marcorama e na região queAvai desde a ção Verde, caracterizada uso intensivo comunidade de São Gabriel pelo até Presidente Soares. de agroquímicos e máquinas agrícolas, e pelo crédito - Cultivo do milho – presente em cerca de 600 ha. Prinbancário para financiar apenas cultivos com alto vacipalmente nas comunidades de São Jorge, São Gabriel, lor econômico, potencializou competição entre Araripe, Marcorama e São Roque.a Algumas destas proos agricultores, fator determinante para a crescente priedades (especialmente em São Roque) também diferenciação social.leiteira, A desvalorização do colono, e mantêm a atividade além do milho. de suas condições de hortaliças, trabalho, resultou progres-- Cultivo protegido de em escalanacomercial siva migração do agricultor para as cidades. presente em aproximadamente 23 propriedades, Os agricultores, de imigrantes, totalizando em torno descendentes de 13 ha, concentrados nas copassam a ser chamados por apelidos com caráter munidades de São Miguel e Tamandaré. depreciativo, como colono, grosso, inculto, inca- Produção de leite - presente, principalmente, em propaz de falar corretamente; tendo sua auto-estima priedades das comunidades de São Roque e Borghetto. afetada drasticamente. Os dialetos, embora não - Aviários - fortemente em áreascomo urbanas, em mais proibidos foram presente desvalorizados, refleregiões próximas à cidade e nas comunidades de São xo da ridicularização. Roque, Marcorama, Araújo e Souza e São Jorge. 1950 77,0 % Em menor escala, existe a presença1970 de outros 61,2cul% tivos e a criação dePopulação bovinos e Rural suínos. 1980 41,0 % Fonte: Guerra, D. (2001)

1996 2000

36,98 % 22,0 %



DA MULA AO AVIÃO A JATO BORRACHUDOS: UM PROBLEMA A introdução da energia elétrica nas comunidades ruAMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO rais alterou seu modo de vida, hábitos e os valores.

ONoproblema da super população borrachudos final da década de 70 a ferroviadePorto Alegre - ou simulídeos do gênero Simulium Caxias do Sul(insetos foi desativada, mas no mesmo ano) édecorre inaugu- do rada a Rodoviaecológico São Vendelino. Surgem novos pólos de de- das desequilíbrio causado pelo desmatamento senvolvimento local, e a agricultura se “moderniza”, fazendo margens de rios e riachos e pela poluição dos cursos de água, com que a economia regional cresça vertiginosamente. inclusive por agrotóxicos, causando a morte de peixes, preO colono torna-se relações capitalisdadores naturais destes dependente insetos. Estadas degradação foi ocasiotas e inicia um processo de aculturação silenciosa, onde a nada pelo próprio homem, que sempre utilizou o meio simplicidade e a solidariedade familiar e comunitária são ambiente como um recurso inesgotável, sem nenhuma forgradualmente esquecidas. ma de ou conservação. Osreposição salões comunitários são ampliados, surgem sistemasOs de borrachudos telefonia, postos de saúde,dificuldades campos de futebol, reprovocam e desconforto destrabalho elétricas agrícola, e poços artesianos. A televisão as a no prejudicam o turismopassa rurala abrir e afetam portas para o mundo, e os eletrodomésticos passam a inauto-estima dos agricultores. De uma forma geral, as inicivadir os lares. ativas para amenizar ou resolver este problema não passam O rápido processo de “modernização”– e posteriormente de ações descontínuas e pontuais. A aplicação do larvicida a globalização - foi um duro golpe para a agricultura familithurigiensis nos se cursos hídricos, biológico BTI (Bacillus ar. Houve quem migrou para a cidade, )quem integrou às como é praticado em muitos municípios, inclusive agroindústrias e aqueles que permaneceram na colônia. Nes- em ses, encontram-se subsistência, agricultores Garibaldi, de nada agricultores adiantará sedenão estiver inserida em uma de tempo parcial, assalariados, arrendatários, sitiantes, em-busproposta maior, com ações integradas e amplas, que presários rurais, e de os aposentados urbanos. ambiental. quem qualidade vida com qualidade

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NOSSA HERANÇA: DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS Nos anos 90, o espaço rural caracterizado pela pluriatividade, passou a ser valorizado novamente, devido à violência das cidades, a falta de perspectivas, o desemprego, dentre outros fatores. A ausência de discussão sobre a sucessão familiar vem ameaçando a dinamicidade da experiência fascinante que é a agricultura familiar, e surge o grande desafio: quem vai tocar e perenizar a saga da imigração italiana? Desafio ainda maior é pensar o município no contexto de sua região, já que a industrialização crescente absorveu mão-deobra de outras regiões, ocasionando “inchaço” das cidades e conseqüentemente problemas ambientais e sociais amplos e complexos, necessitando, portanto, políticas públicas que transcendam os limites dos territórios municipais.


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A coleta de lixo em Garibaldi atinge 95% da VEGETAÇÃO E FAUNA NATIVA população, inclusive moradores de áreas com ca-

(60%) é de material que efetivamente pode ser reciclado. Os outros 40% são rejeito, ou seja: resíduo seco misturado com resíduo orgânico, ou outros materiais, impróprios para a reciclagem, e tudo isso acaba COBERTURA VEGETAL ORIGINAL sendo enviado para o aterro da mesma forma como é Garibaldi pertence à região geomorfológica do depositado o resíduo orgânico. Planalto das Araucárias, e unidade geomorfológica Quanto aos resíduos orgânicos, coletados da Serra Geral, possuindo um são relevo come dispostos no aterro sanitário cerca de 400 toneladas declividade, em grande parte, bastante acentuada. por mês, além das 40 toneladas de rejeito da triagem do A cobertura original da região descrita como lixo seco, totalizando então, 440 étoneladas de resíduFloresta Estadual Decidual de Montana, com uma os orgânicos por mês. interpenetração da Floresta Ombrófila Mista. GeA separação dos resíduos conduz adesuaMata reutilização, nericamente podemos denominar de ou à sua reciclagem. Por esse processo, o lixo volta Araucária, pois originariamente esta formação ve- a ser matéria-prima, poupando recursos naturais. A correta getal era dominada por exemplares de Araucaria separação do lixo garante que seja enviando para os aterangustifolia e de exemplares de cedro (Cedrela ros sanitários apenas o lixo orgânico. E todo este fissilis), açoita cavalo (Luehea divaricata), angico processo começa emrígida, nossas ecasas. ( Parapitadenia Anadenanthera sp. ), canjerana (Cabralea canjerana), várias espécies de canelas (Nectandra sp. e Ocotea sp.), além de espécies das famílias Mirtaceae, Solanaceae, Leguminosae, Sapindaceae e Anacardiaceae, dentre outras. Também são encontradas lianas, em geral das famílias Bignoneaceae, Convolvulaceae, Sapindaceae e Asteraceae, e epífitas freqüentes em todos os estratos da mata, principalmente das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae, dentre outras.

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racterísticas rurais. É um contra-senso recolher lixo orgânico em regiões onde asSÓ famílias podem utiliAOS DESCENDENTES: RESTAM zar este resíduo em compostos, como adubo orREMANESCENTES! gânico, não apenas nas comunidades rurais, mas Atualmente, na região próxima urbana do mutambém em bairros com espaço ae área tradição de culnicípio, nãoAlém há áreas extensas e contínuas de um vegetativarquase hortas. de este serviço representar ção nativa ou em estágio avançado de regeneração, gasto desnecessário para o município, representacom exceção uma área considerável localizada entre a comuumadequantidade a mais de resíduo que poderia ter nidade de São Luis de Araripe e Santo Antônio de Araripe um destino mais nobre do que aumentar o volu- e na comunidade de São Roque Figueira me e a poluição gerada nos aterros.de Mello. Os remanescentes da formação florestal original situam-se, de um modo geral, nas partes altas das encostas DRENAGEM PLUVIAL: recobrindo locais íngremes e impróprios para a agricultura A impermeabilização das áreasda urbanas, tanto de e urbanização, e em geral afastados área urbana pelas moradias quanto pelascontínuas vias de tráfego, proGaribaldi. Nestes locais há áreas e relativamente vocadeescoamento devegrandes mata nativasuperficial e de matadas emchuvas, estágioque mais avançaser, em grande parte, pelo Esta do do deriam regeneração, como é o absorvidas caso da área nosolo. entorno tendência dasque cidades, tem aumentado os casos de de arroio Marrecão, se estende desde a comunidade alagamentos urbanos. São Luis de Araripe, seguindo pelas comunidades de Santo Antônio de Araripe, Araújo e Souza, e seguindo em direção à comunidade de São José de Costa Real. O mesmo se constata em trechos de arroios que são afluentes do Marrecão, como é o caso do arroio São Marcos.


A FAUNA NATIVA A fauna que habita estes remanescentes é representativa de diversas espécies. Moradores locais relatam a ocorrência de diversos tipos de aves, dentre elas pombas, tucanos e gralhas; macacos, quatis, tatus, grandes roedores como ratão, cobras, e até iraras, dentre outras espécies de animais. Houve uma redução drástica da diversidade e quantidade de animais na região; porém, nos últimos anos houve um aumento gradual da diversidade e quantidade de animais, habitando exclusivamente a região de vegetação ainda conservada. O mesmo não se pode falar das espécies e populações de peixes, que ao longo do tempo vem diminuindo, sem demonstrar sinais de recuperação, indicando, dentre outras coisas, a baixa qualidade da água dos arroios e rios da região.

A MATA ATLÂNTICA É RESERVA DA BIOSFERA! O bioma Mata Atlântica foi elevado a categoria de “Reserva da Biosfera” devido a sua importância no equilíbrio ambiental do planeta. Os fragmentos de Mata Atlântica presentes em Garibaldi são importantes pela necessidade de preservação de áreas capazes de manter e restaurar o ecossistema natural, a diversidade biológica, os recursos genéticos, os recursos hídricos, de proteger espécies ameaçadas de extinção; pela necessidade de proteger paisagens naturais ou pouco alteradas que possuam notável beleza cênica; além de sua importância na promoção de um desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais.

CORREDORES ECOLÓGICOS Conforme a Lei 9.985 (de 18/06/ 2000), “corredor ecológico” é definido como “porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais”. Quando comparado aos fragmentos de Mata Atlântica dos municípios da região, a área de Mata Atlântica ainda conservada, em Garibaldi, se destaca. Pela existência de fragmentos menores, isolados, porém próximos e bem conservados, há potencial de se formarem corredores ecológicos a partir da regeneração da vegetação nas áreas que ligam estes fragmentos.

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PLANEJANDO A PROPRIEDADE PARA DEIXÁ-LA “LEGAL”


ALGUNSOASPECTOS DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL QUE É SANEAMENTO BÁSICO? O QUE É ÁREA PROTEÇÃO AMBIENTAL Segundo a Lei DE Federal nº 11.445 de 2007 é considerado saneamento básico o conjunto de serviços, infra(APP) E QUAL SUA IMPORTÂNCIA? estruturas e instalações operacionais de: As áreas de proteção ambiental (APP) são áreas - abastecimento de água potável de grande importância ecológica e social, que têm - esgotamento sanitário a função de preservar os recursos hídricos, a paisalimpeza urbana e manejo de resíduos sólidos o gem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, fluxo- gênico da fauna e flora, proteger o solo e asdrenagem e manejo das águas pluviais urbanas segurar o bem estar das populações humanas. O Código Florestal considera como APP as áreABASTECIMENTO: as vegetadas ou não, em área rural ou urbana, que Os serviços de de abastecimento em Garibaldi são estejam ao longo cursos de água, ao redor de gerenciados pela CORSAN, a qual atende cerca de nascentes, lagos e reservatórios de água, no topo 30%morros da demanda hídrica docom município por captação dos e nas encostas declividade superide manancial superficial (barragem) e o restante, or a 45º. nas restingas, bordas de tabuleiros ecerca em de 70%, através de poços subterrâneos. Existem cerca altitudes superiores a 1.800 metros, conforme alde 200 poços definidos subterrâneos em Garibaldi, sendo que guns critérios na legislação. aproximadamente 50% deles estão cadastrados ou em processo de cadastramento junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A barragem encontra-se na entrada principal de Garibaldi, em região onde estão instalados os bairros São Miguel, Cairú, Três Lagoas, São Francisco e Champagne.

O QUE É RESERVA LEGAL E QUAL SUA ESGOTAMENTO : ESGOTAMENTO: IMPORTÂNCIA? Para o tratamento coletivo existem sete estações de

tratamento efluentes de caráter Reserva de Legal, comoeouma próprio nomeexperimental, diz, é uma as quais são constituídas basicamente por para fossasprodusépticas “reserva”, uma poupança da família rural, e filtros anaeróbios. Os efluentes não tratados são lantos madeireiros ou não, que atendam necessidades fuçados em arroios, principalmente no arroio Marrecão. turas da família agricultora. Além disso, possui um pa-

pel ecológico de conservação da biodiversidade nativa, RESÍDUOS SÓLIDOS: servindo de refúgio para a fauna, além de compor a paisagem gerando dos bemresíduos estar e qualidade A disposição urbanos, de atévida. 2003, era feitaOem aterro entre as comunidades de Santo AntôCódigo Florestal (Lei 4.771 de 1965) com suas alnio de Araripe e São Jorge, quando então foi desativado. terações institui a obrigatoriedade da Reserva Legal, como Atualmente a destinação dos do resíduos sólidos orgâniuma área de no mínimo 20% total da propriedade cos domiciliares é feita no município de Minas do Leão, rural (percentual estabelecido para a região sul), onde não localizado a 180 km de Garibaldi, por uma empresa coné permitido o corte raso (desmatamento), mas que pode tratada. A Prefeitura também terceiriza o serviço de coser utilizada em manejo sustentável. leta,Para transbordo, triagem e transporte deReserva resíduosLeorcumprimento da área mínima de gânicos e inorgânicos (seletivos) na sede urbana e em gal nas pequenas propriedades ou posse rural familiar, algumas comunidades com características rurais. é permitido por lei: Atualmente os resíduos inorgânicos sãoornamendestinados - Considerar os plantios de árvores frutíferas para a Cooperativa de Catadores de Materiais tais ou industriais, compostos por espécies Recicláveis exóticas, decultivadas Garibaldiem – COOCAMREG, é realizada triasistema intercalaronde ou em consócio acom gem. A Cooperativa recebe cerca de 100 toneladas de espécies nativas. resíduo seco por mês, sendo que apenas 60 toneladas

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- Juntar Áreas de Preservação Permanente (APPs) com outras florestas fora de APPs, para complementar a área necessária da Reserva Legal, desde que não implique em corte de novas áreas de floresta. É importante salientar que em APP não se pode realizar extração de produtos madeireiros, mesmo quando integrados na Reserva Legal. - Instituir Reserva Legal em regime de condomínio entre mais de uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel, ou seja, diversos agricultores poderão adquirir uma área na mesma microbacia com floresta nativa, para que seja considerada Reserva Legal. - É possível instituir ‘Servidão Florestal´ no imóvel rural, ou seja, no caso da propriedade possuir área de floresta suficiente, poderá arrendar o excedente para a compensação de outras propriedades que não tenham o mínimo estabelecido por lei. Neste caso o arrendamento tem um prazo mínimo estabelecido por lei. A Reserva Legal deve ser averbada junto à inscrição de matrícula do imóvel, após anuência do órgão ambiental competente, sendo vedada, durante o prazo de sua vigência, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou de identificação dos limites da propriedade.

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HIDROGRAFIA BACIAS HIDROGRÁFICAS Bacia hidrográfica ou microbacia é um exemplo de um agroecossistema, composto pelo solo, ar, água (vertentes, riachos, sangas, banhados e rios), toda diversidade de flora e fauna, e o ser humano. É uma área onde ocorre a captação de água (drenagem) para um rio principal e seus afluentes devido às suas características geográficas e topográficas. A história da civilização sempre esteve muito ligada às bacias hidrográficas, por exemplo: a bacia do Rio Nilo foi o berço da civilização egípcia; os vales dos Rios Tigre e Eufrates abrigaram os mesopotâmicos. O município de Garibaldi está inserido na Bacia Hidrográfica do Guaíba, na sub-bacia Taquari-Antas, onde também estão inseridos parte dos territórios dos municípios vizinhos, como Carlos Barbosa, Bento Gonçalves e Farroupilha. O principal curso hídrico do município de Garibaldi é o arroio Marrecão, que em conjunto com seus afluentes e com outros cursos hídricos somam cerca de 3.000 km de córregos no município. O território de Garibaldi possui 6 micro-bacias hidrográficas.


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O ARROIO MARRECÃO O Marrecão é o maior arroio do município de Garibaldi. Este arroio nasce na área urbana, passando pelo centro urbano da cidade e percorrendo alguns bairros, em direção às comunidades do interior do município. Atravessa o território do município passando por diversas comunidades e recebendo água de afluentes (arroios que, em geral, nascem também em comunidades rurais de Garibaldi). Após percorrer o território de Garibaldi, passa pelo município de Santa Tereza, onde deságua no rio Taquari. Relatos apontam que o arroio recebeu este nome pelo fato de ser ponto de pouso de marrecos migratórios. Também há relatos de que o arroio era muito utilizado como área de lazer (pesca e banho) e para lavar roupas. O arroio Marrecão contribuiu significativamente para o crescimento econômico do município. No final do século XIX e início do século XX existia na beira do arroio Marrecão diversas indústrias, muitas delas utilizando-se das águas do arroio para gerar energia ou para outros fins. Dentre as indústrias que se instalaram ali neste período, pode-se citar: moinhos, usina elétrica, ferrarias, serrarias, fábrica de botões, indústria de espingardas e indústria de óleo de linhaça.

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Em 1959 foi construída a barragem de captação de água na nascente do arroio, o que reduziu sua vazão. Em 1972 o arroio foi canalizado na zona central do município, com a justificativa de estar completamente poluído. A canalização foi ampliada em 1985. Atualmente as áreas canalizadas e parcialmente canalizadas totalizam mais de 1,8 km de extensão. O arroio volta a correr de forma mais natural na saída da cidade, em direção à comunidade de São Luis de Araripe, seguindo pelas comunidades de Santo Antônio de Araripe, próximo a Araújo e Souza, e seguindo em direção à comunidade de São José de Costa Real. Entre as comunidades de São Luis de Araripe e Santo Antonio de Araripe estão as duas maiores cascatas do município: conhecidas como cascata dos Fanti e cascata Malvessi. Nas comunidades rurais por onde o Marrecão passa, em especial nas comunidades da região de Costa Real a mata ciliar está bastante preservada, assim como em trechos de arroios que são afluentes do Marrecão, como é o caso do arroio São Marcos.


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POLUIÇÃO DO ARROIO MARRECÃO Em todo seu trajeto o arroio Marrecão e seus afluentes recebem grandes e distintas cargas de poluentes, inclusive logo após sua nascente, próximo a barragem que abastece em parte o município. Dentre os poluentes que o arroio recebe, estão esgoto doméstico e industrial, resíduos de indústrias, de postos de combustível, postos de lavagem, além de resíduos de cantinas existentes na cidade e no interior, dejetos de animais, principalmente de aves e suínos, oriundos tanto das criações como dos abatedouros e resíduos de agroquímicos (adubos químicos, agrotóxicos, produtos de uso veterinário, dentre outros). Ainda é evidente a presença de moradias e empreendimentos na beira do arroio Marrecão. De uma forma geral, a opinião dos moradores próximos ao arroio Marrecão é favorável a canalização do mesmo, argumentando que esta seria a solução mais rápida para resolver os problemas que enfrentam (mau cheiro e proliferação de mosquitos). Porém alguns sugerem que o arroio deve ser despoluído e não canalizado. Moradores locais têm percebido que o número de fontes de água e a vazão e fluxo de água destas fontes reduziu drasticamente nas últimas décadas. Os moradores relacionam a redução destas fontes principalmente ao desmatamento próximo das mesmas, ao intenso uso de agroquímicos e a abertura irregular de poços artesianos.

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Enquanto que em países da Europa, população e governos se preocupam em revitalizar os rios, devolvendo a eles sua trajetória e fluxo natural, ainda há quem pense em canalizar e modificar o curso dos rios e arroios, resolvendo momentaneamente e rapidamente o “seu” problema. Além da barragem, a população de Garibaldi também é abastecida por poços artesianos. Atualmente existem aproximadamente 200 poços artesianos no município, sendo que cerca de 50% deles estão cadastrados, ou em processo de cadastramento. As águas subterrâneas são águas nobres que devem ser utilizadas em último caso, apenas quando não é realmente possível o abastecimento por águas superficiais. Algumas atividades econômicas como avicultura, agroindústrias, indústrias de bebidas e turismo influenciam e são influenciadas pela quantidade e qualidade da água em Garibaldi. A avicultura em Garibaldi,é representada por várias empresas integradoras, diversos aviários, fábricas de ração, encubatórios e frigoríficos.


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A avicultura é uma grande consumidora de água (em geral oriunda de poços artesianos), sendo que são gastos pelo menos 12 litros de água por ave, apenas durante o abate. Considerando que em Garibaldi, atualmente são abatidas pelo menos 250.000 aves por dia, são gastos 3 milhões de litros de água por dia, apenas nesta atividade. Portanto, dois dias de atividade dos abatedouros de Garibaldi, consomem quantidade de água maior do que toda a população de Garibaldi consome em um dia (cerca de 5 milhões de litros de água). O consumo de água, na avicultura, é muito maior se considerarmos toda a cadeia produtiva: da criação ao abate. Segundo dados de Pimentel (1999), considerando todo o processo produtivo, são gastos cerca de 3.500 litros de água por kg de carne de frango produzido. A atividade de turismo, por outro lado, tem sido afetada pelo odor da água, que interfere no bem estar tanto de moradores locais como de turistas. Estes se sentem incomodados com o cheiro oriundo dos aviários, e dos próprios arroios do município.

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O QUE FAZER ? O arroio Marrecão tem uma sinuosidade que corta locais de grande beleza cênica no meio rural, em comunidades com grande potencial para turismo, tornando-se imprescindível a sua recuperação, e controle da poluição. A solução ou minimização destes problemas são complexos, porém existem ações que podem ser realizadas sem muito custo, através de campanhas, educação ambiental formal e informal, ou de políticas públicas específicas, Outras alternativas necessitam de grande investimento, como é o caso do saneamento básico, tanto na cidade, como nas comunidades do interior.

“Só se estivermos incomodados, verdadeiramente incomodados com o que está acontecendo, teremos o ímpeto para querer mudar”. (frase de domínio popular)


O QUE É SANEAMENTO BÁSICO? Segundo a Lei Federal nº 11.445 de 2007 é considerado saneamento básico o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: - abastecimento de água potável - esgotamento sanitário - limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos - drenagem e manejo das águas pluviais urbanas

ABASTECIMENTO: Os serviços de abastecimento em Garibaldi são gerenciados pela CORSAN, a qual atende cerca de 30% da demanda hídrica do município por captação de manancial superficial (barragem) e o restante, cerca de 70%, através de poços subterrâneos. Existem cerca de 200 poços subterrâneos em Garibaldi, sendo que aproximadamente 50% deles estão cadastrados ou em processo de cadastramento junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A barragem encontra-se na entrada principal de Garibaldi, em região onde estão instalados os bairros São Miguel, Cairú, Três Lagoas, São Francisco e Champagne.

ESGOTAMENTO ESGOTAMENTO:: Para o tratamento coletivo existem sete estações de tratamento de efluentes e uma de caráter experimental, as quais são constituídas basicamente por fossas sépticas e filtros anaeróbios. Os efluentes não tratados são lançados em arroios, principalmente no arroio Marrecão.

RESÍDUOS SÓLIDOS: A disposição dos resíduos urbanos, até 2003, era feita em aterro entre as comunidades de Santo Antônio de Araripe e São Jorge, quando então foi desativado. Atualmente a destinação dos resíduos sólidos orgânicos domiciliares é feita no município de Minas do Leão, localizado a 180 km de Garibaldi, por uma empresa contratada. A Prefeitura também terceiriza o serviço de coleta, transbordo, triagem e transporte de resíduos orgânicos e inorgânicos (seletivos) na sede urbana e em algumas comunidades com características rurais. Atualmente os resíduos inorgânicos são destinados para a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Garibaldi – COOCAMREG, onde é realizada a triagem. A Cooperativa recebe cerca de 100 toneladas de resíduo seco por mês, sendo que apenas 60 toneladas

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(60%) é de material que efetivamente pode ser reciclado. Os outros 40% são rejeito, ou seja: resíduo seco misturado com resíduo orgânico, ou outros materiais, impróprios para a reciclagem, e tudo isso acaba sendo enviado para o aterro da mesma forma como é depositado o resíduo orgânico. Quanto aos resíduos orgânicos, são coletados e dispostos no aterro sanitário cerca de 400 toneladas por mês, além das 40 toneladas de rejeito da triagem do lixo seco, totalizando então, 440 toneladas de resíduos orgânicos por mês. A separação dos resíduos conduz a sua reutilização, ou à sua reciclagem. Por esse processo, o lixo volta a ser matéria-prima, poupando recursos naturais. A correta separação do lixo garante que seja enviando para os aterros sanitários apenas o lixo orgânico. E todo este processo começa em nossas casas.

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A coleta de lixo em Garibaldi atinge 95% da população, inclusive moradores de áreas com características rurais. É um contra-senso recolher lixo orgânico em regiões onde as famílias podem utilizar este resíduo em compostos, como adubo orgânico, não apenas nas comunidades rurais, mas também em bairros com espaço e tradição de cultivar hortas. Além de este serviço representar um gasto desnecessário para o município, representa uma quantidade a mais de resíduo que poderia ter um destino mais nobre do que aumentar o volume e a poluição gerada nos aterros.

DRENAGEM PLUVIAL: A impermeabilização das áreas urbanas, tanto pelas moradias quanto pelas vias de tráfego, provoca escoamento superficial das chuvas, que deveriam ser, em grande parte, absorvidas pelo solo. Esta tendência das cidades, tem aumentado os casos de alagamentos urbanos.


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DA MULA AO AVIÃO A JATO BORRACHUDOS: UM PROBLEMA A introdução da energia elétrica nas comunidades ruAMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICO rais alterou seu modo de vida, hábitos e os valores.

O da super população borrachudos Noproblema final da década de 70 a ferroviadePorto Alegre - ou simulídeos do gênero Simulium Caxias do Sul (insetos foi desativada, mas no mesmo ano)é decorre inaugu- do rada a Rodoviaecológico São Vendelino. Surgem novos pólos de de- das desequilíbrio causado pelo desmatamento senvolvimento local, e a agricultura se “moderniza”, fazendo margens de rios e riachos e pela poluição dos cursos de água, com que a economia regional cresça vertiginosamente. inclusive por agrotóxicos, causando a morte de peixes, preO colono torna-se relações capitalisdadores naturais destes dependente insetos. Estadas degradação foi ocasiotas e inicia um processo de aculturação silenciosa, onde a nada pelo próprio homem, que sempre utilizou o meio simplicidade e a solidariedade familiar e comunitária são ambiente como um recurso inesgotável, sem nenhuma forgradualmente esquecidas. ma de ou conservação. Osreposição salões comunitários são ampliados, surgem sistemasOs de telefonia, postos de saúde,dificuldades campos de futebol, reborrachudos provocam e desconforto destrabalho elétricas eagrícola, poços artesianos. A televisão passa a abrir as a no prejudicam o turismo rural e afetam portas para o mundo, e os eletrodomésticos passam a inauto-estima dos agricultores. De uma forma geral, as inicivadir os lares. ativas para amenizar ou resolver este problema não passam O rápido processo de “modernização”– e posteriormente de ações descontínuas e pontuais. A aplicação do larvicida a globalização - foi um duro golpe para a agricultura familiBacilluspara thurigiensis ) nos secursos hídricos, biológico BTI (migrou ar. Houve quem a cidade, quem integrou às como é praticado em muitos municípios, inclusive agroindústrias e aqueles que permaneceram na colônia. Nes- em ses, encontram-se subsistência, agricultores Garibaldi, de nadaagricultores adiantará sedenão estiver inserida em uma de tempo parcial, assalariados, arrendatários, sitiantes, em-busproposta maior, com ações integradas e amplas, que presários rurais, e os urbanos. ambiental. quem qualidade de aposentados vida com qualidade

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NOSSA HERANÇA: DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS Nos anos 90, o espaço rural caracterizado pela pluriatividade, passou a ser valorizado novamente, devido à violência das cidades, a falta de perspectivas, o desemprego, dentre outros fatores. A ausência de discussão sobre a sucessão familiar vem ameaçando a dinamicidade da experiência fascinante que é a agricultura familiar, e surge o grande desafio: quem vai tocar e perenizar a saga da imigração italiana? Desafio ainda maior é pensar o município no contexto de sua região, já que a industrialização crescente absorveu mão-deobra de outras regiões, ocasionando “inchaço” das cidades e conseqüentemente problemas ambientais e sociais amplos e complexos, necessitando, portanto, políticas públicas que transcendam os limites dos territórios municipais.


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AGRICULTURA E PECUÁRIA A AGRICULTURA DE CARÁTER FAMILIAR O meio rural de Garibaldi conta com pequenas propriedades que praticam a agricultura de base familiar, e que possuem condições de solo, topografia e clima favoráveis ao cultivo e criação de uma variedade de plantas e animais. A diversificação das propriedades rurais garante maior segurança alimentar das famílias, estímulo para os jovens permanecerem no meio rural, incremento de renda e maior equilíbrio ambiental (proporcionado pela agrobiodiversidade), dentre outros benefícios. O atual modelo de agricultura, porém, voltado para a especialização (ou monocultivo) tem como consequência a redução da biodiversidade dos ecossistemas, da agricultura e pecuária, e a redução da diversidade na dieta das famílias rurais.

ESPECIALIZAÇÃO NA AGRICULTURA FAMILIAR A agricultura familiar, de uma forma geral, vem perdendo suas características, abandonando gradualmente a diversificação e passando a orientar-se por monocultivos. Em Garibaldi, a especialização de determinados cultivos e em regiões específicas é percebido facilmente:

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- Cultivo da videira - presente em cerca de 600 propriedades, totalizando 2.800ha. Principalmente nas comunidades de Marcorama e na região que vai desde a comunidade de São Gabriel até Presidente Soares. - Cultivo do milho – presente em cerca de 600 ha. Principalmente nas comunidades de São Jorge, São Gabriel, Araripe, Marcorama e São Roque. Algumas destas propriedades (especialmente em São Roque) também mantêm a atividade leiteira, além do milho. - Cultivo protegido de hortaliças, em escala comercial presente em aproximadamente 23 propriedades, totalizando em torno de 13 ha, concentrados nas comunidades de São Miguel e Tamandaré. - Produção de leite - presente, principalmente, em propriedades das comunidades de São Roque e Borghetto. - Aviários - fortemente presente em áreas urbanas, em regiões próximas à cidade e nas comunidades de São Roque, Marcorama, Araújo e Souza e São Jorge.

Em menor escala, existe a presença de outros cultivos e a criação de bovinos e suínos.


O QUE SERÁ DA AGRICULTURA FAMILIAR SEM SUCESSÃO FAMILIAR ? O êxodo de jovens no meio rural é um fenômeno que está ocorrendo em várias regiões do país e do mundo. De uma forma geral, não há estímulo para o jovem rural, pois já na idade escolar, este recebe formação voltada para a vida urbana, especialmente após o fechamento e nucleação de escolas. Os jovens do interior de Garibaldi, em especial as mulheres, têm saído do meio rural devido à escassez de atividades de lazer, culturais e de formação, mas principalmente pela desvalorização da atividade agrícola pela sociedade em geral. Ou seja, os jovens não encontram espaço para atuarem neste modelo de agricultura e de sociedade em que vivemos. A diversificação da produção é importante para que os jovens rurais tenham mais interesse em permanecer no campo, já que a saída destes pode comprometer a viabilidade futura das propriedades. O município de Garibaldi possui um grande mercado consumidor de alimentos básicos, pois cerca de 70% da população reside na área urbana. Esta população é abastecida, em geral, com produtos que vem de outros municípios.

O desenvolvimento de novas cadeias produtivas, a diversificação das propriedades rurais e a implantação de pequenas agroindústrias são formas de promover a geração de renda e estimular os jovens a permanecerem no meio rural, fortalecendo a agricultura familiar e a economia do município, além de beneficiar consumidores através do abastecimento local de alimentos. A permanência ou não do jovem no campo deve ser tratada como um assunto de extrema importância tanto para o desenvolvimento agrícola, como para o desenvolvimento do capital social do município.

AGROTÓXICOS: ATÉ QUANDO VAMOS ENVENENAR E SER ENVENENADOS ? Segundo dados da ANVISA (Ministério da Saúde) e da FAO (ONU), o Brasil é o segundo maior consumidor de agrotóxicos do mundo, alcançando, em 2004, um nível de produção e comercialização nacional de aproximadamente 500 mil toneladas. O principal motivo apontado para o aumento destes números no país é a ampliação no cultivo de monoculturas.

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De acordo com o Sistema de Informações TóxicoFarmacológicas (SINITOX) da Fiocruz, entre 2000 e 2003 foi registrada uma média anual de cinco mil casos de intoxicação humana por uso de agrotóxicos. Estima-se que, a cada ano, morrem no Brasil, 220.000 pessoas por causa do uso desses produtos. Mas a maioria dos casos de intoxicação e morte não são registrados, portanto, estes dados são subestimados. O uso de agrotóxicos em nosso município é extremamente elevado, com impactos altamente danosos ao meio ambiente e com conseqüências de difícil corelação e mensuração na saúde humana. Mas estima-se que diversos distúrbios sejam decorrentes da utilização dos agrotóxicos, tais como alergias, tremores, problemas crônicos de estômago, rim, aparelho reprodutor, pele, além de diversos tipos de câncer. O grande número de produtos comerciais e princípios ativos à venda no comércio, e as variações de tratamentos utilizados pelos agricultores, dificultam um cálculo exato da quantidade de agrotóxicos utilizada em Garibaldi. Portanto, foi realizada uma estimativa destes dados, considerando os principais cultivos agrícolas do município:

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Total estimado de uso de agrotóxico (sem diluição em água) em toda área agrícola de Garibaldi, por ano: - Herbicida: 10.900 litros (Principais produtos comerciais usados na região: Glifosato, Roundup, Gramoxone, Primestra, Primóleo, Sanson, dentre outros...) - Fungicida: 56.950 Kg (Principais produtos comerciais usados na região: Cercobin, Delan, Dithane, Curzate, Ridomil, Captan, dentre outros) - Inseticida: 1.270 litros (Principais produtos comerciais usados na região: Decis, Lebaycid, Sumition, Actara, Confidor, dentre outros) - Formicida: 1.000 Kg - Sais de Cobre: 120.400 Kg 70.120 Kg agrotóxicos + 120.400 Kg sais de Cobre Total: = 190.520 Kg por ano .

Obs: O cálculo não considera todos os tipos de agrotóxicos e não considera cultivos de menor importância econômica e menor área cultivada; portanto, a quantidade total de agrotóxicos utilizada é provavelmente maior do que o apresentado


O patriarcado nunca era posto em dúvida, sendo que os filhos não ousavam contrariar o poder decisório do pai, o qual administrava o dinheiro da família. As mulheres, em geral submissas, rezavam e trabalhavam, não tendo direito à herança nem ao voto. O lazer da família se restringia ao filó, quando os vizinhos se reuniam para trocar idéias, jogar cartas, comer, beber e cantar canções italianas. Os homens jogavam bisca, quatrilho, escova e tri sete. A bocha e o bolão foram os esportes mais disputados nas colônias. O maior evento era a festa do santo padroeiro da comunidade, chamado de ‘Sagra´ - momento em que as melhores roupas eram usadas. O tríduo, que antecedia os festejos do padroeiro, criava um clima de êxtase e felicidade. Apesar do isolamento em que os colonos se encontravam, por causa da falta de estradas, o progresso das colônias era visível. Em 1879 é iniciada a construção da rodovia Buarque de Macedo. A via representou um importante fator no desenvolvimento regional, pois atravessava as colônias Conde D’Eu e Dona Isabel, ligando o Sul aos grandes centros comerciais como São Paulo.

Em 1890, o Governo Estadual criou o município de Bento Gonçalves (antiga Colônia Dona Isabel), que tinha como distrito, a Colônia de Conde D’Eu. A sede desta – território desmembrado de Bento Gonçalves- é elevada a condição de Município em 1900, com a denominação de Garibaldi. A escolha do nome foi uma homenagem a um dos heróis da Revolução Farroupilha, Giuseppe Garibaldi.

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RECOLHIMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS DE AGROTÓXICOS: ILUSÃO DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária (SMAP), em 2008 foram recolhidas 27.790 embalagens de agrotóxicos vazias, utilizadas por 292 famílias de agricultores, em 18 comunidades rurais de Garibaldi (cada embalagem corresponde a um produto e um volume diferente, havendo embalagens de 1, de 5, de 20 ou 25 litros ou kg). O principal objetivo do recolhimento destas embalagens é reduzir o risco para a saúde e a contaminação do meio ambiente, já que a as indústrias de agrotóxicos - em geral multinacionais - e o Governo Federal finalmente reconheceram o risco contido, mesmo em algumas gotas destes perigosos produtos. Resta a pergunta: Se algumas gotas são, reconhecidamente, tão perigosas, o que dizer do restante do produto, milhões de litros ou kg que ficaram na lavoura, contaminando o solo, os animais, as águas, e que chega até o nosso prato, através dos alimentos?

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No ano de 1875, chegaram à Colônia Conde D’Eu mais

AGRICULTURA ORGÂNICA OU ECOLÓGICA Com todos os tormentos de uma suíços-franceses, poloneses, austríacos e os primeiros italiO sistema orgânico de produção agropecuária é todo aqueledoem que se técanos que, em sua maioria, vieram Norte daadotam Itália (prinimigração miserável, o esperto nicas específicas, mediante o cipalmente uso sustentável dos recursos naturais e socioeconômicos da região do Vêneto, da Lombardia e do Tirol). Sanguanel “Sanguanel Sanguanel” habitava odisponíveis, imagináriocom respeito ao Entre meio 1875 ambiente e àointegridade comunidades a 1914, Rio Grandecultural do Sul das recebeu cerca de Neste sistema, não são80.000 utilizados insumos químicos industrializados (como adudos povoadores da novarurais. terra. famílias de imigrantes, sobretudo italianos. Estes bos químicos e agrotóxicos), não organismos modificados (transgênicos) ou tiveram geneticamente as mesmas vantagens da imigração alemã: para radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção. eles restou a região serrana, acidentada e coberta de mato O Sanguanel seria um homenzinho

cerrado. Cada família de imigrantes tinha o direito a recePRODUÇÃO ORGÂNICA EM GARIBALDI de vermelho que andava pelos ber um lote colonial ou uma “colônia”. A área dos lotes 1999, a Prefeitura Municipal de25Garibaldi firmouNo um convênio o Centro matos e trilhas, que possuíaEm poderes variava de a 50 hectares. primeiro anocom os imigrantes Ecológico de Ipê (RS), que passou então a acompanhar e auxiliar alguns agricultores do receberam da Diretoria da Colonização víveres, ferramentas extraordinários e usava-os para município no processo de conversão cultivos (principalmente parreirais) para o agrícolasdee seus sementes de cereais. Trabalhavam em mutirão, orgânico de produção. Este procedimento estimulou produtores, cooperativas ludibriar ou fazer mal àssistema pessoas. tanto na derrubada da mata virgem quanto na organização e empresários locais. das roças e lavouras. Aparecia no alto dos pinheiros, A Cooperativa Vinícola Garibaldi e a Cooperativa Produtores Ecologistas de A solidariedade, a fé e o de trabalho estavam presentes em onde ficava alegremente a assobiar Garibaldi- COOPEG produzem e processam orgânica, possuindo marcas própriassuas de todos os dias dauva vida dos imigrantes. Eles construíam sucos, vinhos e champagne orgânicos. Além destas cooperativas, há uma empresa familiar e a esperar o momento oportuno casas à beira da linha, nos dois lados da estrada. A sede da - a Econatura - que também processa uvaoorgânica, transformando-a em sucomas de uva de colônia era centro administrativo e comercial, foi na para intervir junto às pessoas. marca própria. Esta produção abastece diversos mercados da região, do estado e do país. própria linha que os imigrantes organizaram sua vida religiAlém disso, existe em Garibaldi uma loja de produtos orgânicos e uma Feira Ecológiosa e social. Nas noites indormidas ca, na realizada semanalmente, que oferecem à população. Em meiodiversos à mata,alimentos o colono ecológicos abatia árvores centenárias, volta do fogão, o Sanguanel foi A introdução de alimentos produzidos pela agricultura especial, através queimava a madeira para abrir asfamiliar clareiras(em e iniciar o cultivo – do sistema orgânico) na alimentação escolar, valoriza a produção local, estimulando mais e só voltava a realizar esta prática na mesma área após pousio pintado com todas as cores... agricultores a diversificar sua de produção e adotar ecológico. Além enfraquecia, disso, a aliseis a sete anos. oO sistema solo, antes muito fértil, mentação oferecida aos estudantes qualificada, contribuindo a reeducação alimenapesaréda policultura e da rotação para de cultivos. Em outra área tar de crianças e adolescentes.

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A VIDA DOS IMIGRANTES NA NOVA TERRA Em 1952, a imigração açoriana instalou-se às margens do rio São Gonçalo. Logo após, espalharam-se nas proximidades do Rio Pardo, Taquari, Piratini e Parecí. Vinte anos depois, outra leva com 25 casais açorianos fundaram Porto Alegre. Um ano após a Proclamação da Independência do Brasil, O Imperador D. Pedro I - a pedido de sua esposa Da. Leopoldina, de origem austríaca - concordou em trazer agricultores alemães para a Província do Rio Grande do Sul. Na chegada, cada família de imigrantes receberia (por Lei do Governo Imperial) um lote colonial de cerca de 80 hectares, além de vacas, cavalos, porcos e galinhas. Também seria paga uma quantia de 160 réis diários por pessoa, no primeiro ano, e de 80 réis no segundo. Os colonos alemães ficariam isentos de impostos durante a primeira década, e se tornariam súditos do Imperador do Brasil. A comissão colonizadora forneceria - no início - víveres, roupas e ferramentas agrícolas. Nesta época (1824), a Província era governada pelo desembargador José Feliciano Fernandes Pinheiro, mais tarde agraciado com o título de Visconde de São Leopoldo. Em 1827, esses alemães fundaram São Leopoldo e a partir daí, a colonização se espalhou em direção a Serra, chegando às nascentes do Rio Caí, Pinhal, Forromeco e Maratá. Subiram o primeiro degrau do altiplano, criando os povoados de Nova Petrópolis, Feliz, Santa Maria da Soledade e

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Maratá e esbarraram nos últimos paredões das altas terras, desviando então para o vale do Taquari e do Rio Pardo. A intenção do governo Provincial, agora, era povoar o planalto - uma região acidentada e coberta de mato cerrado. E recorreu, então, ao Governo Geral, junto ao qual conseguiu adquirir 32 léguas quadradas. Em 1870, o Presidente João Sertório criou as duas primeiras colônias: Colônia Dona Isabel, em homenagem à Princesa Imperial e Colônia Conde D’Eu, em homenagem ao esposo desta, genro de D. Pedro II. Conde D’Eu foi o primeiro núcleo de colonização na região serrana do Estado - já que a única estrada existente na época, que iniciava em Montenegro e passava por Maratá, terminava ali. No mesmo ano em que o Governo Provincial recebeu as colônias no alto da Serra, um pequeno grupo de imigrantes chegava a Conde D’Eu eram as últimas levas alemãs que vinham ao Estado. Após a Guerra Franco-Prussiana, o Governo Alemão não teve mais interesse na saída de imigrantes, e entre os anos de 1871 e 1874, o fluxo imigratório no RS foi enfraquecendo.


PATRIMÔNIO CULTURAL E PAISAGÍSTICO As Rotas Turísticas de Garibaldi buscam valorizar as paisagens de grande beleza cênica, a cultura e a história da imigração italiana, a gastronomia regional e o principal cultivo da região: a videira. ROTA TURÍSTICA “ESTRADA DO SABOR” A Rota Turística Estrada do Sabor está voltada para o conhecimento da cultura local, com suas particularidades, além das possibilidades de lazer e gastronomia. Envolve famílias que têm como atividade principal a produção agroindustrial. Cada uma das propriedades possui características diferenciadas, no que tange à localização, estrutura, usos e costumes da família. Porém, se não houver o comprometimento e a mobilização permanente da população urbana e rural - além de políticas públicas duradouras e consistentes em relação às questões ambientais - o futuro será incerto com a perda progressiva da identidade cultural e ambiental.

ROTA DAS CANTINAS A Rota das Cantinas resgata histórias de famílias que herdaram a arte em fazer da uva o centro de toda uma cultura. A paisagem emoldurada por vinhedos e colinas, une-se a uma arquitetura ímpar. A produção artesanal caminha lado a lado com a tecnologia, oferecendo produtos únicos, que enaltecem o melhor das videiras. Está na tradição e na cultura dos descendentes de imigrantes italianos a elaboração e fabrico do vinho colonial, que atravessa gerações. Não podemos perder esta história!

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ASPECTOS SOCIOCULTURAIS O município de Garibaldi possui 12 escolas municipais, 11 escolas estaduais, um colégio particular, uma faculdade, quatro escolas municipais de educação infantil (EMEIs), seis escolas particulares de educação infantil e uma escola de alunos com necessidades especiais (APAE), atendendo um total de 6.199 estudantes. As comunidades rurais de Garibaldi possuem estruturas públicas de atendimento à população, como: igreja, salão comunitário, cemitério, posto de saúde, etc. Muitas comunidades possuíam escolas em funcionamento, mesmo após o processo de nucleação. Hoje, a grande maioria das escolas rurais, que deveriam ser o centro de memória, estão fechadas e abandonadas. O fechamento das escolas rurais foi responsável pela destruição de elos entre as famílias e a escola, pois estas davam suporte para a vida social das comunidades. O esvaziamento destas comunidades se deve, em grande parte, a este processo.

N0 ALUNOS - ESCOLAS MUNICIPAIS (SEDE) EMEF Attílio Tosin Sede 1º. Grau 490 EMEF Pedro Cattani Sede 1º. Grau 347 EMEF Madre Felicidade Sede 1º. Grau 227 EMEF Madre Justina Inês Sede Até 5ª.s 198 EMEF N. Sra. da Glória Sede Até 5ª.s 231 EMEF Valentin Tramontina Sede Até 4ª.s 135 EMEF Visconde de Cairú Sede 1º. Grau 336 EMEF Jacob Sebben Sede Até 4ª.s 12 EMEF Anita Garibaldi Sede Até 4ª.s 12 Subtotal 1.988 N0 ALUNOS - ESCOLAS ESTADUAIS (SEDE) IEE Irmã Teofânia Sede 1º. e 2º. grau 1.096 EEEF Carlos Gomes Sede Até 4ª.s 253 EEEM Dante Grossi Sede 1º. e 2º. grau 365 EEEF Santo Antônio Sede 1º. grau 468 EEEF João Machado Rosa Sede Até 4ª.s 117 EEEF Santa Mônica Sede Até 6ª.s 162 EEEF Heitor Mazzini Sede Até 6ª.s 73 EEEF Dona Geny Vieira Da Cunha Sede Até 4ª.s 32 Subtotal 2.566 Fonte: SMEC- Secretaria Municipal de Educação e Cultura- Garibaldi (2009)

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N0 ALUNOS ESCOLAS MUNICIPAIS (INTERIOR) EMEF Barão do Rio Branco Presidente Soares Até 4ª.s 8 EMEF Osvaldo Aranha

São Jorge

EMEF Irmão José Sion

Sede

Até 4ª.s

4

Até 4ª.s 10 Subtotal 22

N0 ALUNOS ESCOLAS ESTADUAIS (INTERIOR) EEEF Armando Peterlongo S. Roque F.de Mello

1º.Grau

95

EEEF Ângelo Beal EEEF São Marcos

Até 4ª.s 1º.Grau

24 104

Borghetto Marcorama

Subtotal 223 N0 ALUNOS ESCOLAS PARTICULARES (SEDE) ColégioSanta Inês Sede 1º. Grau 276 FISUL EMEIs

Sede Sede

460 312

Escolas particulares de Ed. Infantil Sede

222

*APAE

Sede Subtotal

130 1.400

TOTAL GERAL DE ALUNOS = 6.199 * Cerca de 20 alunos estudam, também, em escolas regulares

COMUNIDADE N0 DE FAMÍLIAS

* Borghetto * Tamandaré * Garibaldina * São Miguel Linha Baú São Luis de Araripe Santo Antonio de Araripe Araújo e Souza São Jorge São Gabriel Marcílio Dias Santo Alexandre Anunciata São Roque Figueira de Mello Marcorama Linha Camargo São Pantaleão São Gotardo São José da Costa Real Presidente Soares Linha Brasília TOTAL

20 20 47 52 28 15 24 36 30 35 20 37 22 180 104 48 32 29 45 36 30 890

*Famílias e/ou comunidade em região considerada urbana, porém com características rurais.

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SÍNTESE DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS NO MEIO RURAL DA REGIÃO NORDESTE DO RIO GRANDE DO SUL

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47 07


                                   




- Pesquise sobre o que é e como funciona o sumidouro, a fossa e o filtro anaeróbico: - Desenhe o trajeto do esgoto cloacal em seu bairro. Procure saber se as casas possuem sumidouro, fossa, ou fossa mais filtro, se há estação de tratamento de esgoto no bairro, e qual o destino final deste esgoto: - Pesquise sobre o ambiente favorável para a proliferação do mosquito borrachudo: - Você sabe de onde vem e como é produzido o alimento que você consome? - Porque os jovens do meio rural, em geral, não querem permanecer na agricultura? Quais as conseqüências da saída dos jovens no meio rural? - Faça um levantamento junto a alguns agricultores da região, sobre a quantidade de agrotóxicos (herbicidas, inseticidas, fungicidas) utilizada em alguns cultivos da região. Peça para eles relatarem casos de pessoas ou animais, que se intoxicaram por causa do uso de agrotóxicos:

- Procure conhecer algum agricultor orgânico do município e faça uma entrevista com ele. Pergunte por que optou por produzir de forma orgânica, que técnicas ele utiliza, quais as vantagens e desvantagens do sistema orgânico, por que outros agricultores não adotam o sistema orgânico, além de outras perguntas que você julgar importantes: - Você conhece as rotas turísticas do seu município? - Resgate a história da Maria Fumaça: - Viage pelo futuro montando a linha do tempo. Como será sua rua, sua comunidade e seu município daqui a 10 anos? - Quais os reflexos - positivos e negativos - do fechamento e nucleação das escolas rurais? - A natureza sobrevive sem o homem. E o homem?...

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“C ONHECENDO      

GARIBALDI:

UM OLHAR SOBRE A CIDADE E O INTERIOR”

  História, meio ambiente e sociedade: para aprender,  

aprofundar e agir!

PROJETO DE QUALIFICAÇÃO DA    POLÍTICA AMBIENTAL DE GARIBALDI   Texto: Diogo Guerra, Juliana Mazurana,  Marisa Bortolini e Maria Elena Vidor  Colaboração: Carla Raquel Rossi, Rodrigo Moura dos Santos,   Elenita Josebel Girondi, Rafael Santacatterina

e AscarEmater/RS

  Ilustrações: Carlos Henrique Iotti  Arte/Diagramção: Jorge Aresi /Idealle  Tiragem: 1.000 exemplares   Impressão: Gráfica Garibaldense 

  “Educação não transforma o mundo. Educação 

Pessoas transformam o mundo”.

   Garibaldi, agosto de 2009.

REALIZAÇÃO / APOIO

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muda pessoas. Paulo Freire

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