Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares e em Segurança Alimentar

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3 APRESENTAÇÃO Este rico material que você leitor e leitora terão o privilégio de ler, é o resultado de uma longa caminhada que se iniciou com os Clubes de Mães do Município de Garibaldi, na intenção de resgatar os sabores que os antepassados nos legaram e que foram quase que esquecidos com o fim da memória oral. Eles viveram em um tempo onde não havia tanta necessidade de comprar coisas, onde quase tudo se produzia na propriedade rural e familiar. São informações, reflexões e dicas ambien­tal­mente sustentáveis e socialmente justas. As plantas medicinais, aromáticas e condimentares representam uma “farmácia viva” na história da imigração italiana, inserida no cotidiano da cozinha das mães e das nonas. Não havia propriedade rural sem horta, e as doenças eram tratadas preventivamente. As parteiras ajudavam na chegada das novas vidas e os chás, xaropes e cataplasmas eram repassados através de gerações. Não se conheciam venenos e controle de pragas e doenças que afetavam as plantações e os animais também vinha da rica biodiversidade que o meio proporcionava. As leis da natureza eram observadas e respeitadas. As fases da lua nunca eram desprezadas, mas sim considerava-se o seu significado. Todas as plantas na natureza têm a sua função, mas lamentavelmente, são vistas como invasoras e que precisam de herbicidas para serem mortas. Elas são preciosas por dar um gosto especial no preparo dos alimentos como o refogado de caruru, o pão de urtiga e a salada de menstruz. Mensalmente gastamos uma significativa parcela da nossa renda na aquisição de produtos de higiene e limpeza que tem como escoadouros as águas dos nossos córregos e rios. Este passivo ambiental tem um custo de difícil mensuração.

As receitas que você vai encontrar nesta publicação são baratas, eficientes, de fácil preparo e com alguns produtos que geralmente teriam como destino o esgoto e o descarte, como lixo, que é o caso do óleo de cozinha. É uma reflexão sobre o desperdício. Da velha Itália e suas dificuldades, se herdou a gastronomia, que na nova terra, cheia de farturas, gerou uma rica diversidade culinária. Então, os herdeiros da polenta, tinham na mesa carnes, queijos, salames, fortaia, pão, mel, leite e o vinho, alimento do corpo e da alma. Aqui no Brasil, os imigrantes encontraram uma biodiversidade fascinante. Da “escola da falta de tudo” na Itália, eles vêem a sua nova morada farta, onde a flora e a fauna nunca haviam sido exploradas. As crianças tinham frutas silvestres em todas as estações. Com as plantas nativas, elaboravam-se também os licores. Como por exemplo: a murta, amoras, jabuticaba, goiaba do mato, quaresma. O pinhão serviu muitas vezes de pão e massa. Eles trouxeram temperos em suas rústicas bagagens e com o passar das décadas, novos temperos, novos cheiros inebriavam as comidas, as mesas e as cozinhas. Além de temperar, esses condimentos também conservavam os alimentos. O projeto de “Qualificação da Política Ambiental de Garibaldi” teve origem em demandas apontadas pela própria população de Garibaldi, em Conferências Municipais de Meio Ambiente. O projeto visa desenvolver, em conjunto com a comunidade e o poder público, alternativas integradas capazes de superar alguns dos problemas ambientais e sociais vivenciados pela população urbana e rural de Garibaldi, enfatizando práticas de agricultura ecológica e consumo ético e solidário. Queremos reconquistar valores que foram sendo perdidos junto com o saber dos nossos antepassados. E foram as mulheres e as nonas, as guardiãs deste saber.


4 SOBRE AS OFICINAS REALIZADAS O cultivo, processamento e uso de plantas medicinais, aromáticas e condimentares representa o conhecimento acumulado de várias gerações, tendo grande importância na saúde, na alimentação, e na qualidade de vida das pessoas, além de ser uma possibilidade de renda para os agricultores. Apesar disto, o trabalho com estas plantas ainda é considerado de menor importância se comparado com outros cultivos agrícolas. Por outro lado, em diversos municípios, inclusive no município de Garibaldi, este trabalho tem ganhado cada vez mais importância, em muitos casos, especialmente pelo trabalho dos Clubes de Mães. As oficinas tiveram o objetivo de sensibilizar, tanto famílias agricultoras, como a população urbana, para a importância da preservação do meio ambiente, incluindo a preservação e valo-

rização de plantas bioativas e da biodiversidade alimentar, através do conhecimento, preparo e uso destas plantas; além de estabelecer uma relação entre o homem e o ambiente que gere maior qualidade de vida. Foram oferecidas dez (10) oficinas distintas, com carga horária de quatro (4) horas por oficina, sendo que cada uma foi oferecida mais de uma vez, totalizando mais de 40 oficinas no período de abril a junho de 2008. As oficinas oferecidas nas comunidades do interior atenderam a demandas levantadas pelos respectivos Clubes de Mães, os quais auxiliaram na organização do calendário destas atividades, e as oficinas realizadas na cidade deram oportunidade ao público urbano conhecer mais sobre o assunto.

Relação das diferentes oficinas realizadas:

· Estudo e identificação de plantas medicinais · Organização e implantação de hortos medicinais · Preparo de receitas com plantas medicinais para uso humano · Preparo de receitas com plantas medicinais no controle de pragas e doenças na agricultura · Preparo de receitas com plantas medicinais para uso animal · Preparo de receitas com plantas medicinais e aromáticas em prod. de higiene e limpeza · Preparo de salgadinhos e doces com plantas condimentares ”Inços” que podem ser utilizadas na alimentação


5 Estudo e identificação de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares As plantas medicinais acompanham a história da humanidade: o conhecimento e a utilização das mesmas é uma prática milenar, que se perpetua através das gerações. Em Garibaldi, assim como em todo o Estado, a utilização das plantas medicinais faz parte da cultura popular. Movimentos populares, órgãos governamentais, universidades e instituições de pesquisas estudam e discutem o assunto. O Governo Federal através da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e Governos Estaduais de diversos estados do nosso País reconhecem o uso de plantas medicinais como opção terapêutica legítima e com enorme potencialidade de contribuir no suprimento de medicamentos para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), e como forma de contribuir na valorização do conhecimento histórico e cientifico, bem como da cultura tradicional e popular. Obter as plantas corretas, devidamente identificadas, em boas condições de higiene, produzidas ou coletadas em locais não poluídos, armazenadas de forma adequada, são passos básicos para que se obtenha o efeito terapêutico desejado. É de suma importância, pois, reconhecê-las, preservá-las e cultivá-las. A seguir, algumas orientações para o uso das plantas medicinais, aromáticas e condimentares: Para colher as plantas e ervas: - Colher antes do sol esquentar, sem sereno ou que não estejam molhadas da chuva. - Não colher em local poluído, junto a esterqueiras, águas estagnadas ou suspeitas de contaminação, na beira de estradas, em lavouras ou solos contaminados por agrotóxicos. - Colher as que possuam boa aparência, inteiras, sem fungos ou doenças aparentes. - Conforme a planta você vai colher: raízes, casca, caule, madeira, folhas, flores e sementes. - É aconselhável colher raízes na dormência da planta, geralmente no outono; casca, lenho, e folhas, colher no início da floração, época em que possuem mais princípios ativos; flores quando abertas e as sementes quando maduras. - Raízes, principalmente, devem ser bem lavadas e as cascas raspadas para retirar parasitas ou fungos. - A secagem deve ser em lugar ventilado e à sombra. As partes mais duras da planta devem ser picadas, para facilitar a secagem. - Guardar cada tipo de chá ou partes diferentes da mesma em saquinho de papel grosso bem fechado ou potes de vidro, de lata ou plásticos bem tapados. Se aparecer umidade no plástico a secagem não foi completa. Deve-se continuar a secagem, pois se mofar não poderá ser usado. - Colocar etiqueta nos recipientes com o nome da planta e data da coleta, refazendo os estoques anualmente, pois com o tempo os chás sofrem alterações. Para preparar o chá: - Na preparação do chá, evite utensílios de alumínio ou cobre. Use de aço inoxidável, esmaltados, cerâmica ou vidro refratário. - As raízes, talos, cascas e sementes levam mais tempo para cozinhar. As flores, folhas, que são partes mais tenras, levam menos tempo e são preparadas em separado devido também às propriedades que podem ser diferentes. Processos para a utilização das plantas: 1 - INFUSÃO: verter água fervente sobre a erva picada numa vasilha, tapar e deixar esfriar por 10 minutos. Usa-se para partes mais delicadas da planta: folhas e flores. 2 - DECOCÇÃO: pôr as ervas numa vasilha com água e levar ao fogo. Ferver durante 2 a 15 minutos. Usa-se para raízes, rizomas, madeira, caule, casca ou sementes. São partes mais duras que devem ser picadas e aconselha-se deixar durante a noite na água antes da decocção (macerar). 3 - MACERAÇÃO: colocar as ervas em molho durante 8 a 24 horas em líquidos na temperatura ambiente: água (tisana ou garrafada), vinho, cachaça ou graspa ou mistura de água e álcool de cereais. As partes mais duras devem


6 ficar mais tempo no líquido. Neste processo os minerais e vitaminas são mais aproveitados. Não são expelidos pelo vapor como nos processo anteriores. 4 - TINTURA: usa-se de 25% a 80% de ervas e completa-se com álcool de cereais com maior ou menor graduação. Usa-se mais ou menos álcool conforme a planta. Algumas liberam os princípios ativos com mais facilidade do que outras. - Existem outras formas de utilização das ervas: em compressas, cataplasmas, sucos de ervas frescas, pomadas e ungüentos. Como preparar a dosagem: - Dosagem normal: em 1 litro coloca-se de 20 a 30 gramas de ervas frescas; em um copo (200ml) ou seja, a quinta parte de um litro, coloca-se de 5 a 6 gramas, o que corresponde a uma colher cheia de folhas picadas. Se forem folhas secas, pode-se reduzir o peso (não o volume) pela metade. - O adulto toma de 3 a 4 xícaras (200ml) por dia. Para 1 xícara (150ml) coloca-se 4 gramas de folhas (1 colher) - Tinturas: variam de 10 a 30 gotas, com água, 3 vezes ao dia. Se for de vinho pode-se tomar um pequeno cálice. - Xaropes: 4 a 5 colheres de sopa diárias. OBS: Para crianças, a mesma quantia de vezes diárias em doses diminuídas de acordo com o peso. Orientações para tomar chá: - Para se tomar o chá e surtir maior efeito, recomenda-se não por açúcar. É preferível colocar um pouco de mel. - De maneira geral, a melhor hora para se tomar o chá é: . Pela manhã: chás depurativos, purgantes, diuréticos, vermífugos. . Antes das refeições (30 a 40 minutos antes): chás para melhorar o apetite ou alguns problemas de estômago. . Após as refeições: para perturbações da bílis, do fígado ou da vesícula. . Entre as refeições: chás depurativos, calmantes, tônicos e semelhantes. . Antes de dormir: laxantes suaves e sedativos. - O organismo deve se acostumar ao chá. É bom iniciar com dose mais fraca e ir aumentando até o décimo dia após ir diminuindo até completar 20 dias. Não é bom tomar o mesmo chá por período maior. Pode-se parar por algum tempo e após repetir o procedimento ou trocar por outra erva com a mesma propriedade. - Não precisamos tomar o chá só quando nos sentirmos doentes. Os chás, sem os inconvenientes dos remédios alopáticos, podem ser tomados também como preventivos, fortalecendo o organismo. Recomenda-se, por exemplo, tomar algumas vezes por ano, na mudança das estações, alguns chás depurativos do sangue, como faziam nossos antepassados, pois o sangue puro e limpo significa saúde geral.

“Nenhuma espécie deve ser extinta, porque dela poderá depender, no futuro, a cura de doenças que hoje consideramos incuráveis, por falta de conhecimento”


7 Plantas medicinais mais usadas no município de Garibaldi: Nome comum: Babosa Nome científico: Aloe arborescens ou Aloe vera Uso: queimaduras, feridas, furúnculos, queda de cabelo e contusões. * Fazer pomadas, compressas. Nome comum: Calêndula Nome científico: Calendula officinalis L. Uso: antisséptica, cicatrizante, tonificante da pele e antialérgica. * Fazer chá, pomada e tintura. Nome comum: Camomila ou Maçanilha Nome científico: Matricaria chamomilla ou Chamomilla recutita Uso: cólicas, gases, indigestão, inflamações da pele e olhos. É antisséptica. * Fazer chá e compressas. Nome comum: Capim-cidró ou Caninha ou Capim limão Nome científico: Cymbopogon citratus Stapf Uso: combate a gripe, baixa a pressão e a febre. É analgésico e calmante. Pessoas com pressão baixa devem evitar este chá. * Fazer chá ou suco das folhas. * Sachês de folhas servem para aromatizar roupas e repelir insetos. Nome comum: Carqueja Nome científico: Baccharis trimera Less Uso: digestivo, nos problemas de estômago, fígado, debilidade orgânica e anemia. É antisséptica. * Fazer chá das folhas ou tintura. Nome comum: Chapéu-de-couro Nome científico: Echinodorus grandiflorus / Cham. Et Schlccht Uso: diurético, depurativo (elimina ácido úrico), anti-reumático, laxativo e digestivo. * Fazer chá de 1 pedaço de folha em 1 xícara de água. Nome comum: Confrei Nome científico: Symphytum officinalis L. Uso: cicatrização de feridas, cortes e queimaduras. * Elimina sardas, espinhas e irritação da pele. Aplicar compressa ou pomada. O Ministério da Saúde proíbe o uso interno do Confrei. Nome comum: Dente-de-leão Nome científico: Taraxacum officinalis Weber Uso: depurativo do sangue, fígado, rins, gases intestinais, prisão de ventre, diabete e hemorróides. * Fazer chá, tintura e usar como salada. Nome comum: Espinheira-santa Nome científico: Maytenus ilicifolia Marti Uso: gastrite, úlceras do estômago, afecções da pele, feridas. É cicatrizante e antisséptica. * Fazer chá, banhos e compressas. Nome comum: Funcho Nome científico: Foeniculum vulgare Mill Uso: cólicas intestinais, tosse e aumenta a lactação. * Fazer chá das folhas ou sementes.

Nome comum: Guaco Nome científico: Mikania laevigata ou M. glomerata Uso: expectorante, para tosses e bronquites. É digestivo. * Fazer chá ou xarope. Nome comum: Hortelã Nome científico: Mentha sp Uso: prisão de ventre, digestiva, tônica, combate vermes. * Fazer chá. Nome comum: Malva Nome científico: Malva parviflora L. Uso: inflamações na boca e garganta. Hidrata, protege e suavisa a pele.Tem ação cicatrizante e expectorante. * Fazer chá, xarope ou pomada. Nome comum: Mangerona Nome científico: Oreganum majorana L. Uso: colesterol, antisséptica, antiespasmódica (cólicas), antireumática, sedativa e analgésica. *Fazer chá, tintura ou óleo. Nome comum: Marcela ou Macela Nome científico: Achyrocline satureioides Lam Uso: digestivo, antiinflamatória, diminui a taxa de Colesterol, antimicrobiana e sedativa. * Fazer chá, tinturas e travesseiros (favorecem o sono). Nome comum: Melissa Nome científico: Melissa officinalis L. Uso: calmante, insônia, dor de cabeça, digestiva, resfriado e TPM. * Fazer chá ou tintura. Nome comum: Mil-folhas ou Mil-em-rama Nome científico: Achillea millefolium L. Uso: analgésica, antiinflamatória, antifebril, diurética, digestiva e afecções urinárias. * Fazer chá das folhas e flores. Nome comum: Poejo Nome científico: Mentha pulegium Uso: distúrbios digestivos com náuseas e cólicas, resfriados e tosse. * Fazer chá, tintura ou xarope. Nome comum: Quebra-pedra Nome científico: Phillanthus niruri L. Uso: diurético, eliminador de ácido úrico, cólicas e cálculos renais. Tem ação sobre o vírus da hepatite B, diabete, afecções urinárias e da próstata. * Fazer chá ou tintura. Nome comum: Sálvia (tempero) Nome científico: Salvia officinalis L. Uso: problema digestivo, gripes, dor de garganta, cólicas, gengivite, reposição hormonal e picadas de insetos. * Fazer chá. Nome comum: Tansagem Nome científico: Plantago major Uso: antiinflamatória, cicatrizante, expectorante e bactericida. Pode ser usada em úlceras gástricas, inflamações internas e alergias de pele. * Fazer chá, pomada, tintura e xarope das folhas.


8 Organização e implantação de Hortos Medicinais Planta medicinal é toda planta que exerce ação farmacológica em homens e animais. É aquela planta que contém princípios ativos responsáveis pelas reações terapêuticas no organismo. “O ambiente se gera e constrói ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço por uma sociedade, portanto, surge como síntese histórica das relações de intercâmbio entre sociedade e natureza.” (UNESCO). O Estado do Rio Grande do Sul, situado no extremo sul do país com as variadas condições de clima, possui inúmeras espécies medicinais nativas realmente eficientes. Garibaldi com um clima mais frio do que a média do Estado cultiva inúmeras plantas medicinais européias, trazidas pelos imigrantes, com um conhecimento muito grande de seus efeitos. A alternativa de cultivo de plantas medicinais pode contribuir muito para a saúde das pessoas e do ambiente. As plantas podem ser classificadas em: árvore, arbusto, subarbusto, erva. Podem ser: anual, bianual, perene. Podem ser: nativas ou exóticas.

Orientações para o cultivo: 1º.) Critérios par a escolha do local: - Receber luz do sol grande parte do dia. - Não ser muito encharcado e longe de agentes poluidores. - Ficar protegido de ventos frios. - Ter água nas proximidades, ou maneira de fazer uma cisterna. - Ser plano ou levemente inclinado. 2º.) Preparo do solo, adubação e plantio: - Depois de escolhido o local, construir uma pequena cerca para proteger dos animais. Limpar o terreno, virar a terra. Em terrenos mais úmidos fazer canteiros mais altos. - Cada espécie tem exigências diferentes quanto ao clima e ao solo, mas a maioria se adapta melhor em solo fértil e leve, onde as raízes têm facilidade para se desenvolver. - A textura do solo pode ser modificada com adubação orgânica que pode ser esterco bem curtido ou vermicompostagem. A adubação orgânica melhora o solo, fornecendo nutrientes e ajudando a reter a umidade. - No plantio procurar alternar plantas medicinais aromáticas com as não aromáticas, pois o perfume dessas plantas é repelente, e, portanto, afasta insetos e ácaros prejudiciais. - As plantas consideradas invasoras e que nascem espontaneamente como a beldroega, o caruru, o dente de leão e outras devem ser deixadas entre as plantas medicinais, pois elas também são alimentos para insetos e para o homem, assim como também têm função medicinal. - O cercado em volta do horto poderá ser usado como suporte de plantas que precisam de tutoramento como guaco, maracujá e outras.

3º.) Manejo das plantas - Alelopatia e plantas companheiras: interações bioquímicas entre todos os tipos de plantas, inclusive entre microorganismos, tanto inibitórios como estimulatórios. - Efeitos de uma planta sobre a outra: - Manjerona: melhora o perfume das plantas - Arruda: boa companheira do alecrim - Alho: bom companheiro da cebola, aumenta o poder medicinal das plantas - Bardana: bom companheiro do funcho - Alecrim: bom companheiro da sálvia, afasta insetos das plantas - Mil-em-rama: aumenta a produção de óleo essencial nas outras plantas. - Cravo de defunto: amiga de todas, protege contra nematóides. - Caatinga-de-mulata: repele os insetos - Urtiga : aumenta os princípios ativos das plantas - Arnica brasileira: inibe a germinação de sementes invasoras - Calêndula: afasta insetos - Dente-de-leão: inibe o crescimento de plantas vizinhas - Alfafa: repele moscas e mosquitos - Losna: mantém animais fora dos canteiros. Não se dá bem com outras plantas - Menstruz: mantém afastados pulgões e outros insetos. 4º.) Escolha das plantas para fazer parte do horto medicinal: - É importante valorizar as plantas utilizadas na comunidade, resgatando conhecimento das pessoas mais idosas. Assim vamos conhecer também quais as plantas que nasciam espontaneamente nesta comunidade. Este conhecimento é muito rico para as futuras gerações.


9 Preparo de Receitas com Plantas Medicinais para Uso Humano POMADAS As pomadas são preparadas com substâncias gordurosas e plantas medicinais ou tinturas. Pode-se acrescentar cera de abelha, que contribui na cura e deixa a pomada mais cremosa. As pomadas são usadas em feridas e cortes (como cicatrizantes e anti-inflamatório) contusões, hematomas, queimaduras, problemas de pele, reumatismo, dores musculares, etc. O local onde vai ser aplicada a pomada deve ser bem limpo. Os ferimentos devem ser lavados com água e sabão e desinfetados com uma tintura indicada, ou um chá para cicatrizar mais rápido e evitar infecção. Depois de seco, colocar uma camada fina de pomada sobre o ferimento e tapar com gaze ou pano limpo para proteger do pó. As aplicações devem ser feitas duas a três vezes ao dia, principalmente à noite antes de deitar.

POMADA CICATRIZANTE

Ingredientes: 2 colheres (sopa) de calêndula 2 colheres (sopa) de confrei 1 colher (sopa) de bálsamo brasileiro 1 colher (sopa) de mil-em-rama 1 colher (sopa) de tansagem 1 xícara de banha 3 colheres de cera ralada Modo de fazer: Cortar as plantas bem miúdas e medir Fritar as plantas levemente com a banha, sem deixar queimar; Coar, acrescentar a cera, embalar e rotular. Dura aproximadamente 6 meses em local fresco. Serve para aplicar em feridas, queimaduras e rachaduras da pele.

POMADA DE CALÊNDULA Ingredientes: 200 ml de óleo de girassol Meia xícara de camomila 5 colheres (sopa) de cera ralada Meia xícara de calêndula 20 gotas de tintura de própolis

Modo de fazer: Deixar em maceração por 10 dias a camomila e a calêndula no óleo. Filtrar, amornar, colocar a cera e a tintura de própolis, mexer bem, embalar e rotular. Dura aproximadamente 6 meses em local fresco. Esta pomada é especial para peles sensíveis e alérgicas, para queimaduras, acne, unhas inflamadas e fungos.

CHÁS

- Infusão: folhas macias e flores de plantas medicinais. Colocar 1 colher (sopa) ou 2 g de planta em 1 xícara e adicionar água fervente, tampar, aguardar 15 minutos e coar. - Decocto: folhas duras, cascas, sementes e raízes. Colocar 1 colher (sopa) ou 2 g de planta em uma caneca esmaltada com 1 xícara de água, ferver de 2 a 15 minutos, aguardar mais 15 min e coar.

XAROPES

Xaropes são preparados líquidos e densos (grossos) feitos com água, açúcar ou melado, e com plantas medicinais ou tinturas. Os xaropes são indicados nos casos de tosse ou outras doenças do aparelho respiratório. Podem também ser utilizados como fortificantes.

XAROPE CARAMELIZADO Ingredientes: 200 g de açúcar (1 xícara e meia) 3 folhas de guaco 5 ramos de poejo (20cm) 2 folhas grandes de sálvia da gripe 2 folhas grandes de pulmonária 7 folhas de manjericão 1 planta pequena de menstruz

Modo de fazer: Cortar as plantas bem miúdas; Dourar o açúcar numa panela até fazer caramelo, sem deixar queimar; Juntar as plantas e a água deixar ferver até o ponto de xarope; Deixar esfriar, coar e colocar em vidros esterilizados.


10 TINTURAS

São preparados concentrados extraídos das plantas medicinais. Normalmente usa-se o álcool de cereais ou de álcool de farmácia 96° G.L.para a extração dos princípios ativos das plantas. Para 1 litro de álcool usa-se 250 gramas de planta verde limpa, lavar, secar, e picar bem as plantas, depois socar. Misturar o álcool. Colocar a tampa e guardar em local escuro, agitando diariamente, durante 10 a 15 dias. Coar. Colocar em vidros escuros esterilizados e guardar em local escuro. Pode-se usar a tintura por até 3 anos. Uso de 10 a 15 gotas diluídas em meio copo de água, duas ou 3 vezes ao dia para adulto. As tinturas são usadas como base para a elaboração de pomadas e xaropes. Exemplos de tintura: Tintura de alho para a hipertensão (pressão alta) Tintura de beldroega, para renite e sinusite Tintura de tansagem como anti-inflamatório

TINTURA DE MANJERICÃO E MIL-EM-RAMA Ingredientes: 100 g de manjericão 100 g de mil-em-rama 1 litro de álcool de cereais

Modo de fazer: Colocar cada uma das plantas bem picadas e maceradas em frascos de vidro com metade do álcool. Deixar curtindo por 7 dias em local escuro. Filtrar, embalar e rotular. Dura até 3 anos em local escuro, fresco e seco. Serve para aliviar picada de insetos, desinfetar pequenos cortes e arranhões promovendo a cicatrização.

ÓLEO PARA A PELE COM CALÊNDULA, OU FLOR DE CIPÓ DE SÃO JOÃO

Ingredientes: 100 ml de óleo de amêndoas Meia xícara de flores de calêndula ou flores de cipó de São João Modo de fazer: Colocar a planta limpa e seca no óleo e fazer banho-maria por 30 min. Coar, embalar e rotular. Dura aproximadamente 6 meses em local fresco e seco. Este óleo fortalece a pele, deixando-a macia.

TÔNICO PARA A MEMÓRIA E SISTEMA NERVOSO Ingredientes: 1 litro de vinho tinto puro 3 galhos de alecrim (20 cm) 7 batatinhas de tiririca 2 xícaras de mel

Modo de fazer: Misturar os ingredientes, macerar e deixar curtindo por 10 dias no escuro em frasco de vidro com tampa. Filtrar e rotular. Dura aproximadamente 1 mês na geladeira. Adulto – tomar 3 colheres (sopa) ao dia, após as refeições.

CREME PARA AS MÃOS Ingredientes: 100 g de lanolina 200 ml de água Meia xícara de camomila Meia xícara de calêndula 100g de vaselina sólida 10ml óleo de amêndoas doce 1 colher (sopa) própolis

Modo de fazer: Preparar um chá forte com 100ml de água e meia xícara de camomila; Preparar um chá forte com 100ml de água e meia xícara de calêndula; Aquecer 50g de lanolina e acrescentar os dois chás coados, batendo sempre até amornar. Adicionar a vaselina e mais 30g de lanolina. Bater bem. Juntar o óleo de amêndoa doce e o própolis mexer bem, envasar e rotular.


11 Preparo de Salgadinhos e Doces com Plantas Condimentares Nos últimos 30 anos houve uma radical mudança nos hábitos alimentares dos jovens. Influenciados pela TV eles passaram a consumir “alimentos apetecíveis”, mas sem valor nutricional, provocando desequilíbrios no metabolismo do corpo humano. Precocemente está ocorrendo sobre-peso, colesterol, triglicerídeos, pressão alta e diabetes. Com o fechamento das escolas no meio rural, a nucleação e a redução de alunos, os jovens foram estudar nas escolas distritais e da cidade, em geral permanecendo lá para trabalhar, e conseqüentemente perderam a sadia, diversificada e natural alimentação feita pelas suas mães. Informações e características sobre algumas das ervas condimentares:

ERVAS

ORIGEM

PARTES USADAS

ONDE USAR

Aipo (aroma) Europa Folhas e talos Ensopados, molhos, sopa de arroz, saladas e Appium graveolens carnes; Saladas de batatas, bifes, ensopados Alcaparra (sabor) Ásia Botões florais não abertos Em conserva de vinagre, molhos, carnes, peixes, Cappasis spinosa molho branco com alcaparra esmagada Alecrim (sabor) Mediterrâneo Folhas secas ou frescas Carne, aves, caça, sopas, molhos, risotos Rosmarinus officinalis Alho (sabor) Europa Dentes, pastas, pó Molhos, sopas, risotos, conservas, carnes, Allium sativirum refogados. Alho-porró (sabor) Ásia Central Toda planta fresca. A parte Parte branca: sopas e batatas cozidas. Folhas: Allium porrum branca é mais saborosa. ensopados, sopas, refogados (retire depois de Cortar em rodelas bem finas. cozido) Alfacava (sabor) Fresca ou seca. Fresca deve ser Embutidos, molhos para massas, peixes Ocimum gratissimum adicionada ao final cozimento. Aniz (sabor) Sementes em pequenas Carnes brancas, molhos, cremes, patês Pimpinella anisum quantidades Baunilha (aroma) América Favas, essência, açúcar Bolos, biscoitos, cremes, mingaus, bebidas com Vanilla aromática leite, licores, patês Canela (sabor) Ceilão Cascas, pau, pó Picles, doces em calda, canjica, quentão, Cinnamomum zeylanicum chocolate quente, cobertura de sobremesas, peixes, molhos, bolos e biscoitos. Capim limão (sabor) Folhas Carnes de ovinos e caprinos Cyumbopogum citratus Cardomomo (aroma) Sementes Sopas, carne de porco, salame, picles Amomum cardamomum Capuchinha (sabor) Peru Botões em conserva Molhos quentes, molhos para saladas, Tropealum majus Flores, folhas e frutos carnes e peixes. Folhas frescas bem picadas com manteiga ficam ótimas em pães, saladas. O fruto no vinagre substitui o cren. Cebolinha verde (sabor) China Folhas e bulbinhos Molhos em geral, omeletes, queijos, patê Allium fistolosum Cebolinha francesa (sabor) Folhas e bulbinhos Bulbinhos: omeletes, queijo, patês, peixes. Allium shoenaprasum (cortados em rodelas bem finas) Cebola (sabor) Sibéria Bulbo Espete 2 cravos da Ìndia em uma cebola e ponha Alliun cepa na sopa de legumes ou caldo de carnes. A cebola é usada em molhos em geral.


12 ERVAS

ORIGEM

PARTES USADAS

Cominho (sabor) Cominum cyminum

Egito Inteiro, grão

ONDE USAR Molhos para carnes e peixes, embutidos, queijos, legumes.

Coentro (sabor) Europa Planta fresca. Uso moderado Embutidos, frangos, peixes, hortaliças. Coriandrum sativus pode causar intoxicações. Sementes Curcuma (cor) Rizomas secos. Grávidas não Sopas, arroz, massas. Curcuma zedoaria podem consumi-los Cravo (sabor) Oriente Botão floral Caldas para doces, quentão, biscoitos, Caryophyllys sp carne de pato. Erva doce (aroma) Anethum foeniculum

Ásia Folhas e sementes Carnes grelhadas, biscoito, pães, bolos, linguiças, salames.

Endro ou Aneto (sabor) Asia Folhas frescas, sementes Anethum graveolens

Folhas: cortar com tesoura sobre a travessa pronta de peixes, ensopados, molhos e maioneses, Semente moída: torta de maçã, biscoitos, folhados.Sementes inteiras: conservas.

Estragão (sabor) Rússia Fresco, em conserva Artemisia drucunculus Funcho (sabor) Europa Fresco, seco, sementes Foeninculum vulgare Gengibre (sabor) Índia Rizoma Zinziber officinalis Gergelim ou Sésamo Índia Sementes. pó (sabor)Sesanumi indicum

Para quem não pode ingerir sal, o estragão tira a insipidez do regime. As conservadas em vinagre são ótimas para temperar aves, peixes, carne de coelho e vinagres. Folhas e talos: sopas, molhos, costelas. Sementes: pães, torta de frutas, molhos para macarrão, feijão. As folhas de funcho picadas muito finas corrigem o gosto oleoso de certos peixes Raiz ralada: molhos para galinha, molho de tomate, picles. Raiz moída: doces, pães, bolos, bebidas quentes, sopas. Pães, biscoitos, bolos, patê, cremes, pudins, aves, porco, peixe com gersal

Hortelã (sabor) Fresca, seca. Deve ser usada Legumes e verduras e geral. Porco e cordeiro Menta sp. sozinha sem outro tempero assado. Bolinho de carne. Bolos. Losna (sabor) Europa Fresca, seca Omeletes e saladas. Junto com a cebolinha Artemisia absinthum verde e salsa, a losna em pequena quantidade é ótima sobre assados. Louro Laurus nobilis Manjerona (aroma) Origanum majorana

Oriente Médio Fresco, seca África Fresca, seca

Usar com moderação: sopas, feijão. Ensopados. Assados, molhos para carnes. Substitui o orégano em pizzas e molhos de tomate, feijão.

Manjericão (sabor) Ásia Folhas frescas: são mais suaves. Ocimum basilicum Folhas secas: são mais picantes Mostarda (sabor) Europa Grãos amolecidos no vinagre Sinapis alba . Noz Moscada (aroma) Semente (deve ser ralada na hora) Myristica fragrans

Sopas, recheio de capeletti, creme de galinha, peixe frito. Polvilhar nas panquecas e gemadas.

Orégano (aroma) Origamum vulgare

Pizzas, molhos, cordeiro, grelhados, picado sobre salada de tomate e pizzas.

Ásia Fresco, seco

Em pratos quentes colocar ao final. Massas, assados, sopas, carnes. Grãos inteiros: conservas, assados com carnes gordas, linguiças, salsichas, caças de pêlo, peixe, maionese. Grãos miúdos: é muito ardida. Misturar com água avinagrada na hora de utilizar


13 ERVAS

ORIGEM

PARTES USADAS

ONDE USAR

Páprica (sabor) América Pó Batatas, peixes, saladas. Misturar páprica ao Capsicum annuum queijo, creme, passar em torradas Pimenta (sabor) Diversas formas de uso : Calabresa (moída ou flocos): embutidos, molhos, churrascos. Branca (inteira ou moída): utilizado em pratos que não permitem alterar a cor. Pimenta de cheiro: ensopados em geral. Jamaica: Carnes inteiras ou moídas, frangos, peixes, patês, cozido de porco e violeta. Malagueta (a mais brasileira das pimentas): recheios, farofas. Pimenta do reino: molhos, carnes de panela, em grãos, em conservas, e moderadamente em peixes. Cren / Raiz forte (sabor) Raíz Nasturtium amoracea

Molhos, saladas cruas como pepino e rabanete ralado com vinagre de vinho. Acompanha cozidos de carnes e verduras. Torna -se mais fraca quando acompanhada de creme de leite.

Salsa (sabor) Folha Petroselinum sativum

Molhos, sopas, saladas, carnes, legumes cozidos no vapor, ou refogados na manteiga. Salsa picada sobre omeletes, ovos cozidos e mexidos.

Sálvia (sabor) Europa Folhas Salvia officinalis Segurelha (sabor) Folhas secas Satureja hortensis

Carneiro, cabrito, aves, porco, caças, molhos ensopados. Salpicar saladas, pratos com carnes, vegetais cozidos, sopas. É um condimento para alimentos pesados.

Tansagem (sabor) Plantago major

Europa Folhas

Folhas cruas misturadas nas saladas. Folhas cozidas em sopas.

Tomilho (aroma) Thymus vugaris

Europa Fresco e seco

Sopa de feijão, mariscos, ostras, carnes, peixes gordurosos, molhos escuros, legumes em geral

Urucum (cor) Bixa orellana

Brasil Sementes

Dá atraente coloração vermelho-alaranjado no arroz, frango, queijos, molhos cremosos em farofa.

Receitas BISCOITO DE ERVAS

Ingredientes: 2 copos de água fria 2 cebolas médias 1 dente de alho, ou mais se desejar Meio copo de azeite de oliva ou óleo de girassol, ou nata fresca 5 xícaras de farinha integral (mais ou menos 1 kg) Sal a gosto Funcho, salsa ou manjericão a gosto Semente se caruru e linhaça Modo de fazer Liquidificar a cebola com a água e o alho Colocar o líquido em uma bacia Adicionar sal, óleo, ervas picadas e as sementes, juntar a farinha aos poucos, mexendo sempre. Se precisar adicionar farinha branca até ficar uma massa homogênea Abrir com o rolo a massa bem fininha, cortar em quadrados e assar até dourar

BISCOITO DE GERGELIM

Ingredientes: 1 copo de nata 1 colherinha de sal 1 colher de fermento rápido 1 ovo Farinha de trigo, farelo de trigo, gergelim e orégano ou tomilho Semente de linhaça, flocos de aveia Modo de fazer Juntar os ingredientes, fazendo uma massa de boa consistência. Amassar bem, espichar a massa bem fina e cortar os palitos. Colocar na forma e assar até dourar.


14 PALITO DE PIMENTA

Ingredientes: 3 a 4 pimentas dedo de moça 3 colheres de manteiga ¾ xícara ( uma xícara quase cheia) de óleo 1 cebola grande Meia xícara de leite 2 colherinhas (chá) de sal Meio kg de farinha de trigo integral 3 colheres (sopa) de queijo ralado 1 colher (sopa) de fermento em pó 1 colherinha (chá) de açúcar Semente de linhaça Modo de fazer: Liquidificar a pimenta, o óleo, a manteiga, a cebola, o sal, o açúcar e o leite. Transferir a mistura para uma bacia, juntar os demais ingredientes e amassar até desgrudar das mãos. Se precisar, juntar mais farinha. Abrir a massa, cortar os palitos e assar.

SEMENTES DE ABÓBORA TORRADA Ingredientes Sementes de abóbora e sal

Modo de fazer Lavar as sementes, colocar um pouquinho de sal Torrar as sementes conservando a cor, até que fiquem crocantes. Excelente como salgadinho. Grande valor nutritivo.

BALAS DE GENGIBRE

Ingredientes: 2 xícaras de açúcar 1 colherinha (chá) de mel 2 colheres (sopa) de gengibre ralado 1 colher (sopa) de suco de limão 1 xícara de água Modo de fazer: Juntar todos os ingredientes e deixar ferver até o ponto de bala, sem mexer. Derramar em prato untado. Fazer as balas. No lugar do gengibre podemos colocar a planta medicinal que quisermos (guaco, funcho, hortelã).

PÃO COM TEMPERINHO VERDE Ingredientes: Massa de pão Temperinho verde e queijo ralado

Modo de fazer: Abrir a massa com o rolo para que fique fina (meio centímetro). Polvilhar a massa com tempero verde picadinho, e queijo ralado. Enrolar, deixar crescer e assar o rocambole. Cortar o rocambole em fatias finas para servir.

MOLHO AL PESTO

Ingredientes: 1 xícara de manjericão fresco 2 dentes de alho 3 nozes 4 colheres (sopa) de azeite de oliva Sal e pimenta a gosto Modo de fazer: Triturar o alho e as nozes, juntar o azeite e levar ao fogo para refogar bem rapidamente, de modo que permaneçam de cor clara. Misturar o manjericão bem picadinho e mexer bem. Este molho fica muito gostoso na massa, pizza, canapés e no pão fazendo sanduíche.

PATÊ DE GRÃO DE BICO (Bastante nutritivo) Ingredientes: 1 xícara de grão de bico Água Meio dente de alho Salsa e cebolinha Orégano 2 colheres de Óleo Sal Modo de fazer: Deixar o grão de bico de molho durante 12 horas. Cozinhar o grão de bico com água Quando cozido bater no liquidificador com os temperos e o óleo, até ficar uma pasta.


15 FARINHA DE MANDIOCA TEMPERADA

Ingredientes: 1 xícara de farinha de mandioca 2 colheres (sopa) de salsa 1 colher (sopa) de manjericão 1 colher (sopa) de cebola picadinha 1 colher (sopa) de manteiga Sal a gosto Modo de fazer: Refogar temperos na manteiga E juntar a farinha de mandioca, mexendo sempre até que fique levemente torrada.

VINAGRE E ÓLEO CONDIMENTADO Ingredientes: Condimentos variados Vinagre Óleo ou azeite de oliva

Modo de fazer: Lavar e secar os temperos; Colocar nos vidros os temperos; Completar em vidros, um com óleo e o outro com vinagre. Utilizar para temperar as saladas. Além de muito saborosos e bonitos eles contêm os princípios ativos das plantas que utilizamos para enfeitá-los. Obs: Os vidros devem ser limpos, esterilizados, e de preferência com tampas novas.

GERSAL

Ingredientes: Gergelim e sal Modo de fazer: Levar os dois ingredientes ao fogo numa panela mexendo sempre, até desprender o cheiro de amendoim torrado, ou as sementinhas começarem a saltar. Triturar as sementes, deixar esfriar e envasar. Coloca-se na mesa num vidro para as pessoas utilizarem nas saladas, sopas, arroz integral e no pão em sanduíches.

MOLHO VERDE PARA SALADAS Ingredientes: Salsa Cebolinha Hortelã Alho Iogurte natural Azeite de oliva

Modo de fazer: Picar bem as plantas, acrescentar o azeite e em seguida o iogurte. É usado para temperar saladas, especialmente de cangica de trigo picadinho

BOLO DE HORTELÃ

Ingredientes: 1 xícara e meia de farinha de trigo integral 1 colherinha de canela em pó 1 colher (sopa) fermento em pó 1 xícara de aveia em flocos (reservar 1 colher sopa) 4 ovos 10 gramas de hortelã 4 colheres (sopa) de nata 1 xícara de açúcar Modo de fazer: Bater os ovos, hortelã, a nata e o acúcar por 2 minutos no liquidificador, desligar e acrescentar: a farinha de trigo, a canela em pó, o fermento em pó, flocos de aveia e bater novamente por 1 minuto. Colocar numa forma redonda untada, salpicar os flocos que estavam reservados e levar ao forno com a temperatura a 200o.C para assar durante 40 minutos.

BOLO DE ABOBRINHA (suquete)

Ingredientes: 3 ovos 2 xícaras de abobrinha cortada em pedacinhos 2 xícaras e meia de açúcar mascavo 1 xícara de óleo 3 xícaras de farinha de trigo integral Meia colher (sopa) de bicarbonato 1 colher (sopa) rasa de fermento em pó Modo de fazer: Bater no liquidificador os ovos, o óleo e a abobrinha Em outra tigela, misturar os outros ingredientes e juntar à mistura anterior. Levar para assar em forno médio por 40 minutos.


16 Plantas espontâneas “inços” que podem ser utilizados na alimentação Todas as plantas têm uma função na natureza, e não nascem por acaso em um determinado local. Por isso, ao invés de chamar algumas plantas de “inços” ou “daninhas”, o correto seria chamá-las de plantas que são “indesejáves” naquele local e naquele momento, mas que podem ser muito úteis em outra situação. Os “inços” geralmente habitam o mesmo espaço na horta, junto com os temperos, chás e flores, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de plantas sadias. Quase sempre desprezados pela falta de conhecimento da população, algumas destas plantas são vegetais ricos em minerais, vitaminas e proteínas, considerados ótimos para a alimentação do ser humano, podendo ser preparado de diversas formas: refogados, sopas, saladas e sucos. No caso do cren, preparado com vinagre, agrega um sabor peculiar às carnes lessas. No quadro abaixo, algumas destas plantas e suas propriedades:

Nome comum Nome científico

Propriedades

Beldroega (Portulaca oleracea)

É rica em proteínas, vitaminas A, B e C, cálcio, fósforo e ferro. Ao longo dos séculos, foi empregada na cura do escorbuto. Sua mucilagem (substância viscosa) confere-lhe virtudes emolientes, tanto para uso interno quanto externo. É também depurativa, diurética e vermífuga.

Dente-de-leão (Taraxacum officinalis)

Suas folhas contêm propriedades tônicas para o fígado. Combatem a febre, são depurativas, antidiarréicas e anti-hemorrágicas. Ajuda no controle do colesterol e triglicerídeos, reumatismo e prisão de ventre. As raízes são usadas como diurético, pois contém inulina e taraxina.

Maria-gorda ou Benção de Deus (Talinum patens)

É ingrediente importante nos pratos regionais do norte e nordeste do Brasil. É muito nutritiva. Na medicina doméstica, as folhas são usadas como emplasto para acelera a cicatrização de feridas e cortes. Na culinária suas folhas são usadas em refogados, saladas e sopas.

Capuchinha (Trapaeolum majus)

As folhas e flores são ricas em vitaminas C. Abrem o apetite, facilitam a digestão e são calmantes, atuando contra a insônia e controle da psoríase. O seu suco, quando ingerido diariamente, diminui a formação de catarro e facilita a sua expectoração. Existem pesquisas que indicam a capuchinha para o tratamento de infecções urinárias sem destruir a flora intestinal. Toda a sua planta é co­mes­ tível. Os botões florais e os frutos são usados como picles. Tem sabor picante que lembra agrião. O fruto, quando moído com vinagre, substitui o cren para colocar em carne lessa ou assada.

Menstruz

Em chás ou xaropes é usado no combate às febres e problemas respiratórios. Seu uso externo é recomendado no tratamento de hemorróidas e, em forma de cataplasma no tratamento de luxações musculares. O suco das folhas é usado contra as doenças do estômago. É usado em saladas, misturado com o radiche ou outras folhas.

Caruru

São ricos em ferro, potássio e cálcio. Vão para a mesa desde o Brasil colonial, quando eram apreciados da casa grande a senzala. Os carurus são usados em refogados, molhos, tortas, lasanhas, pasteis e panquecas. As folhas e talos devem ser cozidos para eliminar o excesso de ácido nítrico que prejudica seu sabor. O processo é idêntico ao que se usa com espinafre.

Ora-pro-nóbis

Suas folhas são emolientes e laxativas. É rica em minerais, vitaminas e proteínas. Por isso chamada de “carne dos pobres”.

(Coronopus didymus)

(Amaranthus ssp.)

(Pereskia aculeata.)

Cren (Armoracia rusticana)

É rica em vitamina C. É antisséptica, laxativa e extremamente diurética. Ralada com vinagre acompanha cozidos de carne e legumes.

Flor de abóbora

Pode ser colocada na sopa ou refogados. São muito nutritivas. Fortalecem a pele.

Urtiga

Boa para circulação do sangue, depurativa, diurética e digestiva. É boa para gastrite, anemia, asma, aumentar o leite, prevenção do câncer, caspa, diabete, digestão, reumatismo... Usada em receitas de pães, bolos, refogados, guisados, rizotos ou ensopados. É excelente tônico para organismo.

(Cucurbita spp.)

(Urtica urens L.)

OBS: As folhas de beldroega, dente-de-leão, maria-gorda, capuchinha, menstruz, e ora-pro-nobis devem ser misturadas sempre que possível nas saladas do dia a dia. O caruru, assim como o espinafre, deve ser primeiro aferventado e depois acrescentados a nossa alimentação para enriquecê-la.


17 Algumas receitas com estas plantas: SALADA DE BELDROEGA, ALFACE E RADICCI

Ingredientes 1 pé de alface 1 maço pequeno de radicci 1 maço de folhas de beldroega 2 colheres (sopa) de puína. Sal, azeite de oliva, limão ou vinagre a gosto. Modo de fazer: Temperar as folhas com azeite, sal e vinagre. Servir.

REFOGADO DE BELDROEGA

Ingredientes 1 maço de beldroega. 2 cebolas picadas. 1 tomate picado. Tempero verde, alho, óleo e sal. Modo de fazer: Refogar a beldroega no óleo, alho, sal, cebola e tomate. Juntar o tempero verde picadinho. Deixar apenas amaciar e servir.

SALADA MISTA

Ingredientes: Espinafre. Alface. Radiche ou dente de leão. Folhas e flores de capuchinha Azeite de oliva, sal e limão ou vinagre. Modo de fazer: Lavar e escorrer todas as folhas. Temperar com azeite, sal e limão ou vinagre.

REFOGADO DE MARIAGORDA

Ingredientes: 1 colher de óleo 1 cebola pequena picada 2 dentes de alho Tomate (opcional) 1 xícara da planta rasgada ou cortada Modo de fazer: Colocar na panela o óleo com os demais ingredientes, e deixar refogar até que fiquem levemente macios.

SALADA DE DENTE DE LEÃO

Ingredientes: 1 maço de dente-de-leão. 100g de nozes picadas. 2 ovos cozidos e picados (opcional). Sal, azeite de oliva, pimenta, vinagre ou limão. Modo de fazer: Lavar e cortar as folhas em tamanho médio. Juntar os demais ingredientes, misturar e servir.

REFOGADO DE CARURU E ESPINAFRE: Ingredientes: 1 maço pequeno de caruru. 1 maço pequeno de espinafre 2 colheres (sopa) óleo ou 1 colher (sopa) manteiga. 1 cebola picadinha. 1 dente de alho. 1 pires de tempero verde. Sal a gosto.

Modo de fazer: Aferventar o caruru e o espinafre na água, escorrer e picar. Refogar a cebola, o alho e o óleo, acrescentar o caruru e o espinafre, o tempero verde e por último o sal. Refogar mais 10 minutos e servir.

TORTA DE AIPIM COM CARURU E ESPINAFRE:

Ingredientes: 1 Kg de aipim cozido e amassado. 1 receita básica de caruru e espinafre refogado. 2 ovos e queijo ralado. Modo de fazer: Colocar o aipim em uma forma refratária, arrumar por cima o caruru e o espinafre refogado e depois os ovos batidos, misturados com o queijo ralado. Levar ao forno para gratinar.

OMELETE DE MENSTRUZ:

Ingredientes: 1 maço pequeno de menstruz. 3 ovos. Sal e pimenta. 1 cebola picada. Óleo ou manteiga. Modo de fazer: Bater os ovos, adicionar o sal, a pimenta e o mestruz picado. Colocar o óleo ou a manteiga na frigideira, refogar com a cebola e em seguida adicionar a mistura. Servir quente com o arroz.


18 ORA-PRO-NÓBIS REFOGADA COM FRANGO:

Ingredientes: Meio frango cozido e cortado em pedaços, retirando a pele e ossos. Um maço de ora-pro-nóbis Cebola picada Limão Tomate Manteiga Tempero verde Alho, pimenta e sal Modo de fazer: Picar e refogar o ora-pro-nóbis com algumas gotas de limão e um pouco de manteiga até secar bem a “baba” e reservar. Numa outra panela refogar com manteiga a cebola, alho, tomate, carne e juntar o orapro-nóbis. Temperar com sal, pimenta e o tempero verde. Servir com arroz e saladas.

REFOGADO DE “MARIAGORDA” OU “BENÇÃO-DEDEUS”

Ingredientes: 1 colher de óleo 1 cebola pequena picada 2 dentes de alho Tomate (opcional) 1 xícara da planta rasgada ou cortada Modo de fazer: Colocar na panela o óleo com os demais ingredientes e deixar refogar até que fiquem levemente macios.

PASTA DE CAPUCHINHA Ingredientes: 24 flores de capuchinha 150 gramas de ricota fresca 30 ml de azeite de oliva Sal

Modo de fazer: Lavar as flores. Processar as flores com os demais ingrediantes até o ponto desejado, fazendo uma pasta para servir sobre pães e biscoitos.

PASTA DE ORA-PRO-NÓBIS Ingredientes: 50 gramas de folhas de ora-pro-nóbis 150 gramas de ricota fresca 30 ml de azeite de oliva Sal

Modo de fazer: Lavar folhas. Refogar as folhas rapidamente e processar com os demais ingredientes, até o ponto desejado, fazendo uma pasta para servir sobre pães e biscoitos.

PÃO DE URTIGA

Ingredientes: 1 kg de farinha de trigo 2 copos (500ml) de água Sal (20 gramas) 30 gramas de fermento 30 gramas de urtiga picada Modo de fazer: Coloque a farinha em um recipiente e abra um buraco no centro. Acrescente a água com o sal. Desmanche o fermento com as mãos e dissolva-o na água. Misture os ingredientes com as mãos até obter uma massa maleável. Quando a massa estiver bem homogênea, faça uma bola com ela e deixe descansar por 15 minutos. Assar em formas untadas, com forno a 200ºC.

PASTA OU PATÊ VERDE DE ORA-PRO-NÓBIS

Ingredientes: 2 cebolas médias picadas 1 colher de chá (ou 1 dente) de alho picado 4 colheres de sopa de óleo 1 colher de sopa rasa de sal 500 gramas de ricota 300 gramas de folhas de ora-pro-nóbis 1 copo quase cheio de água fervente (se for preciso!) Modo de fazer: Descasque e pique as cebolas e leve a panela para dourar juntamente com o sal, o alho, e somente em seguida as 4 colheres de óleo (ou menos se preferir). Pique grosseiramente as folhas do ora-pro-nobis e refogue com os demais ingredientes já dourando na panela. Corte as ricotas em pedaços pequenos. Transfira o refogado aos poucos para o liquidificador e vá adicionando a ricota partida. Se houver necessidade acrescente um pouco de água fervente para facilitar e homogeneizar bem a pasta. Armazene em recipiente de boca larga para facilitar a retirada e sirva sobre biscoitos, pães. Também pode ser utilizado em recheio de pastéis (frio e ou assado) e recheios de massas em geral (capelleti, rondelle...)


19 CERVEJA DE CARQUEJA

Ingredientes: 12 litros de água 1 quilo e 200 gramas de açúcar 1 maço de carqueja branca 2 copos de cachaça 1 colher de café de fermento para pão Modo de fazer Primeiro misture a água, a carqueja e 800 gramas de açúcar e leve ao fogo. Deixe ferver por 30 minutos. Depois tire do fogo. Enquanto a mistura esfria, faça uma calda. Coloque 400 gramas de açúcar em uma panela e mexa até ficar com uma cor amarelada. Depois misture a calda quente na panela, sem a carqueja. Quando a mistura estiver fria, adicione os 2 copos de cachaça e o fermento. Coar a bebida. Deixe a bebida por 24 horas na panela. Depois, engarrafe o líquido, feche bem, e deixe descansar por oito dias. A partir daí espere a temperatura certa e saboreie.

FRISANTE DE LÍRIO DO BREJO

Ingredientes: 250 gramas de raízes (rizomas) de lírio do brejo 1 copo e meio de suco de limão 500 gramas de açúcar 10 litros de água Modo de fazer: Lavar os rizomas e cortar em fatias finas ou ralar no ralador grosso. Colocar numa panela com 1 litro de água e levar ao fogo. Deixar ferver por 10 minutos. Tirar do fogo e acrescentar os demais ingredientes. Após esfriar bem, engarrafar em garrafas (tipo PET), cuidando para não encher muito e retirando todo o ar. Acondicionar as garrafas deitadas em local protegido do sol. O processo de fermentação tornará as paredes das garrafas firmes, momento em que o frisante estará pronto.

FRISANTE (“Fanta caseira”)

Ingredientes: 1 litro e meio de água 2 cenouras 1 laranja com casca e sem sementes Suco de 2 limões 2 colheres de flores de capuchinha Modo de fazer: Lavar bem os ingredientes. Cortar em pedaços as cenouras e a laranja. Liquidificar as cenouras, a laranja e a capuchinha com um pouco de água. Coar. Juntar o suco de 2 limões e o restante da água. Colocar açúcar e servir.

SUCO DE COUVE E LIMÃO Ingredientes: 1 litro de água 1 limão 1 folha de couve 2 folhas de ora-pro-nóbis

Modo de fazer: Lavar bem o limão, a couve e a ora-pro-nóbis. Cortar em pedaços. Tire as sementes do limão. Liquidificar estes ingredientes. Com água e coar. Diluir em água para ficar com gosto suave. Adoçar e servir. OBS: Pode-se substituir a couve por espinafre, dente-de-leão, folha de pitanga, de funcho, alface, e pode-se substituir o limão por maracujá.

SUCO DE BETERRABA E LIMÃO

Ingredientes: 1 beterraba pequena, crua e sem casca 1 limão com casca, sem sementes 1 ramo de beldroega 1 litro de água Modo de fazer: Bater no liquidificador primeiro a beterraba e coar. O resíduo pode ser utilizado como salada ou em sopa. Bater o restante dos ingredientes com o suco já extraído da beterraba, coar e servir.

SUCO NUTRITIVO

Ingredientes e Modo de fazer: 1 ramo de brócolis 1 ramo de benção-de-deus ou maria-gorda 2 laranjas sem casca Açúcar (opcional) Água Liquidificar e coar.


20 Valor Nutritivo e Vitalidade dos Alimentos O conhecimento dos alimentos e de seu valor nutritivo é importante para avaliar os nossos hábitos alimentares. Os ALIMENTOS GERADORES DE VIDA são aqueles que estão potentes e vivos, cheios de energia natural, por exemplo: germes, brotos de sementes, amêndoas, cereais, legumes, frutas, plantas medicinais e hortaliças. Estes alimentos, que proporcionam energia e vitalidade, precisam estar presentes em nossa alimentação diária, pois asseguram o equilíbrio energético em qualquer idade. Precisamos utilizar diariamente esses alimentos em nosso cardápio de forma diversificada. Os ALIMENTOS DESVITALIZADOS são aqueles que sofrem alterações vitais através das formas de conservação, preparação e industrialização. A desvitalização dos alimentos acontece quando os modificamos pelo cozimento, onde se perdem as vitaminas e os sais minerais. Quando conservados em geladeiras, ou por processos químicos, perdem também a energia natural, pois estes processos diminuem a energia da vida, e portanto, diminuem a vida, envelhecendo precocemente e desvitalizando as células. Nos ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS deve-se observar o conteúdo nutritivo. Por exemplo: o arroz branco é um alimento que, além de ter sido retirada a película, que é muito nutritiva, sofre o acréscimo de elementos químicos para sua conservação. Assim acontece com a maioria dos alimentos industrializados. Eles são desvitalizados porque, na maioria das vezes, estão cheios de conservantes, corantes, antioxidantes e outros aditivos químicos. São alimentos desenergizados, mortos e nocivos à saúde humana, portanto, destroem a vida. A saúde preventiva tem como base o conhecimento da anatomia humana, seu funcionamento, as relações naturais do homem com o meio, através de uma nutrição equilibrada, com alimentos e água de qualidade. É de suma importância conhecer a origem, os valores nutritivos e as formas de manuseio dos alimentos, conservando a vitalidade dos alimentos para que as pessoas sejam beneficiadas com uma alimentação saudável.

Fitoterapia Culinária: As Frutas Abacaxi: É ótimo após as refeições pesadas para ajudar a digestão das proteínas. É um auxiliar terapêutica da gota e da arteriosclerose. É importante para a formação óssea dos adolescentes. Fonte de Vitamina C, com quantidades úteis de vitamina B6, tiamina, ferro e magnésio. Ameixa: É um laxante natural. Rica em cálcio, fósforo, ferro e algumas vitaminas. Cereja: É um célebre e suculento diurético. Figo: Suas virtudes laxativas deveriam fazer aqueles que têm problemas de prisão de ventre a utilizá-lo. Goiaba: Indicada nos resfriados e nas infecções. Contém vitamina A, C, cálcio e fósforo. Kiwi: Pode ser utilizado como amaciante de carnes. É excelente fonte de vitamina C, assim como potássio e fibras. Laranja: As vitaminas A e C que contém conferem-lhe o poder de prevenir a gripe. Limão: É um poderoso bactericida extremamente útil no caso de males da garganta. Fonte de vitamina C. Combate infecções, pois aumenta a resistência do organismo. Contém ainda vitamina A, cálcio, fósforo, ferro. Maçã: Reguladora das disfunções intestinais, essa excelente fruta é boa para o estômago, sendo também depurativa e anti-séptica. Mamão: Indicado para úlceras pépticas, gota, obesidade e diabetes. Regula a função intestinal. Maracujá: Tem efeito calmante e relaxante. Contém potássio, ferro, fósforo e vitamina C. Marmelo: As diarréias, sobre tudo as de lactentes, e os vômitos são energicamente combatidos por essa fruta apresentada em forma de geléia ou de doce. Melão: Atua na coagulação do sangue e na diminuição da velocidade da descalcificação. Contém vitamina C, fósforo, potássio e sódio. Morango: Rico em ferro e pouco rico em calorias, diurético e depurativo. Indicado para todas as anemias. Tem ação anticancerígena. Contém vitamina C, fósforo, potássio e sódio. Pêssego:Vitamina A, C, D e sais minerais, principalmente potássio. É levemente diurético. Pitanga: Contém fibras, fósforo e cálcio. É digestivo e atua na formação óssea. Uva: Seu açúcar não oferece perigo aos diabéticos. Além disso, também é beneficia em caso de distúrbios cardíacos, de hipertensão e de reumatismos.


21 Fitoterapia Culinária: Os Condimentos e Legumes Agrião: É mais rico em ferro do que o espinafre, contendo caroteno, vitaminas A, B1, B2, C e E. Aipo: Indicado particularmente nos regimes para emagrecer. Alcachofra: O “coração” da alcachofra é purificante e diurético. As folhas e o cabo são muito ativos contra distúrbios hepáticos, renais e circulatórios. Alecrim: Esse condimento tem muitas qualidades terapêuticas: revigorante, anti-reumático, diurético, poderoso agente das digestões, da cicatrização, da sudação, do combate às infecções e os distúrbios nervosos. Alho: Estimulante cardíaco, regulador de tensão arterial, o alho ativa a circulação do sangue, beneficia a digestão, impede a proliferação dos micróbios, faz baixar a febre e ajuda a expulsar os parasitas intestinais. Porém, há um inconveniente: seu odor. Para evitá-lo, deve-se mastigar bem um grão de café ou galho de salsa. Alho-poró: Fortificante das cordas vocais, amigo dos reumáticos, inimigo da arteriosclerose e da obesidade, é um excelente diurético. Aspargo: É um diurético que pode ser usado em caso de cistite, de cálculos renais ou de prostatite. Canela: É afrodisíaco, cura a tosse e o resfriado. Num líquido quente, funciona como sudorífero. É usada para fazer doces e vinho quente. Cebola: Estimulante diurético, rico em vitamina A, B e C, em ferro, cálcio, fósforo, potássio, sódio, enxofre, iodo, sílica, açúcar (assimilado diretamente, mesmo pelos diabéticos), deve ser consumido de preferência cru. Cenoura: O bom senso popular sempre lhe atribuiu, com razão, uma série de virtudes. É amiga da vista, da tez e da bexiga. Cravo- da- índia: É um delicioso afrodisíaco. Dente-de-leão: Essa deliciosa hortaliça é aconselhável aos que têm excesso de colesterol e aos que de sofrem obesidade e celulite. Espinafre:Todos conhecem, a exemplo de “Popeye”, suas virtudes fortificantes. Estragão: Possui virtudes aperitivas e é de grande utilidade nos regimes sem sal, cuja ausência permite disfarçar. É servido também com verduras e legumes crus. Feijão: Alimento vegetal rico em proteínas, ajuda a combater a fadiga e melhorar o estado nervoso. Soja: É um alimento completo, rico em proteínas. Indicado aos anêmicos e aos estafados. Funcho: Regularizador do ciclo menstrual, é também diurético e combate eficazmente os vômitos. Hortelã: Muito utilizada pelos orientais e pelos ingleses para aromatizar petiscos, sopas, molhos e chás, a hortelã, além disso, é excelente anti-séptico, eficaz contra as digestões difíceis, a aerofagia, as insuficiências hepáticas e os vômitos. Louro: Facilita a digestão, ajuda no tratamento das bronquites crônicas. O louro é parte integrante de todos os molhos. Manjericão: Alivia enxaqueca, flatulências, aerofagia e insônia. É utilizado em sopas, saladas ou pratos de legumes e verduras cruas. Mostarda: Esse condimento para carnes e molhos estimula o funcionamento do pâncreas e dos rins; auxilia a digestão, salvo se for empregado em excesso, pois, nesse caso, age contra o estômago. Nabo: É um excelente fortificante. Noz-moscada: Tempera agradavelmente molhos e carne branca e presta um precioso auxílio à digestão desses pratos. Pimenta: Estimula a circulação sanguínea e regula a temperatura do corpo. Combate a enxaqueca e problemas do intestino e do estômago. Raiz-forte: Excelente fortificante, poderoso diurético, é também um amigo das vias respiratórias. Repolho: Contribui para a forma física geral. Salsa: Diurética, tônica, regulariza também as funções genitais femininas e combate os inchaços do abdômen. Sálvia: Convêm particularmente às mulheres, pois acalma as dores específicas, e também facilita a menopausa. Segurelha: Retarda o envelhecimento da pele, combate os distúrbios circulatórios. Serpão: É uma planta de origem européia, cuja ação antisséptica é muito conhecida e eficaz contra as anginas, os resfriados e a artrite. Tomilho: Normalmente empregado em uma cozinha “saborosa”. Auxilia nos distúrbios da circulação e nas alergias (asma, eczema).


22 Transtornos de saúde por falta de VITAMINAS, e onde encontrá-las: Sintomas causados pela falta de vitamina A: Onde encontrar a vitamina A: Acomodação visual decorada. Alimentos: cenoura, brócolis, mamão, salsa, manga, agrião, feijão Cegueira noturna. verde, batata-doce,laranja, damasco, amêndoa, caruru, couve, Diminuição de lágrimas espinafre, bertalha,tomate, aspargos, pêssego, ameixa e goiaba. Bronquite Caspa do couro cabeludo. Colites Diarréias com muco e sanguinolentas. Dificuldades de a vista suportar bem a luz. Dificuldades no crescimento. Espinhas, furúnculos. Baixa resistência a infecções. Resfriados freqüentes. Fragilidade e queda de cabelos. Olhos fatigados, visão deficiente. Pele áspera, seca e escamosa. Sintomas causados pela falta de vitaminas B1: Onde encontrar a vitamina B1: Anemia. Alimentos: cereais integrais, castanhas, farelo de arroz integral, Reumatismo. frutas, feijões, soja, amendoim, levedo, ervilhas, vagem, espinafre, Digestão difícil. Gases. Prisão de ventre. mostarda, couve, couve-flor e quiabo. Dormência. Fadiga. Sonolência. Formigamentos. Cãibras. Insônia. Diminuição de energias. Paralisia dos nervos, nervosismo. Nefrite. Perturbações cardíacas. Sintomas causados pela falta de vitaminas B2: Onde encontrar a vitamina B2: Ardor e comichão na vista. Alimentos: castanhas, levedo de cerveja, alfafa germinada, Atraso no crescimento dos jovens. cogumelos, vegetais verdes, frutas, feijões, amendoim cru, Cravos e palidez na pele. vagens, leite, creme de leite, queijo, ovos,ervilhas, pimenta Descamação nos cantos dos olhos e nos vermelha, cenoura crua, agrião e pólen das flores. lóbulos das orelhas. Dificuldade de a vista suportar bem a luz e secura dos olhos. Feridas nos lábios e na língua. Rachaduras nos lábios. Gastrite crônica. Inflamação na boca e na língua. Palidez nos lábios e na língua. Perturbações da visão. Sintomas causados pela falta de vitamina B3: Inflamação das gengivas. Inflamação na boca e na língua. Visão deficiente.

Onde encontrar a vitamina B3: Alimentos: castanhas, levedo de cerveja, farelo de arroz, cereais integrais, gema de ovo, grãos germinados, nozes, pimenta vermelha.

Sintomas causados pela falta de vitamina B5: Úlceras no estômago. Lesões na pele. Fadiga, depressão e insônia.

Onde encontrar a vitamina B5: Alimentos: levedo, germe de trigo, farelo de arroz, gema de ovo e pólen.

Sintomas causados pela falta de vitamina B6: Arteriosclerose. Dificuldade em andar. Diminuição de glóbulos vermelhos Dores abdominais.

Onde encontrar a vitamina B6: Alimentos: castanhas, amendoim, gergelim, feijão, banana,cereais integrais, repolho, leite, creme de leite, ervilha, levedo, farelo de arroz, laranja, grãos germinados.


23 Vômitos na gravidez. Eczemas. Irritação na pele. Enfermidades dos órgãos digestivos. Epilepsia. Fraqueza em geral. Sintomas causados pela falta de vitamina B7 Inositol: Colesterol. Nervosismo. Esquizofrenia. Distúrbio do sono.

Onde encontrar a vitamina B7: Alimentos: Pólen, germe de trigo, levedo, laranja, alfafa, germinada, nozes, melão, iogurte.

Sintomas causados pela falta de vitamina B8 ou H= Biotina: Diminuição da energia Enfermidades cerebrais. Malária. .

Onde encontrar a vitamina B8: Alimentos: soja germinada, levedo, grão germinados, gema de ovo e rapadura

Sintomas causados pela falta de vitamina B9 Onde encontrar a vitamina B9: Ácido Fólico Alimentos: levedo, alfafa germinada, germe de trigo, grão Alteração na cor natural dos cabelos. germinados, hortaliças verdes e cogumelos. Anemia. Desequilíbrio hormonal. Sintomas causados pela falta de vitamina B12: Onde encontrar a vitamina B12: Anemia. Sensação de calor. Alimentos: brotos germinados, levedo de Cólicas. cevada leite de soja, certas algas marinhas, ovos, leite, cereais Diarréias. integrais, frutos do mar. Deficiência de ácido clorídrico no estômago. Dormência nos pés. Fraqueza nas pernas. Enfermidade de pele. Falta de apetite. Inflamação na boca e na língua. Nevralgias. Palidez. Sintomas causados pela falta de vitamina B13 Onde encontrar a vitamina B13: Ácido orótico Alimentos: soro do leite e hortaliças cruas. Esclerose múltipla. Sintomas causados pela falta de vitamina B15 Ácido Pangâmico : Intoxicação do fígado. Envelhecimento celular.

Onde encontrar a vitamina B15: Alimentos: amêndoa do damasco, grãos germinados, levedo e arroz integral.

Sintomas pela falta de vitamina B17 Laetrile ou Amigdalin: Câncer.

Onde encontrar a vitamina B17: Alimentos: amêndoa do damasco e frutas.

Sintomas causado pala falta de vitamina C:

Onde encontrar a vitamina C:


24 Anemia. Bronquite, gripe, resfriados frequentes. Edema. Escorbuto. Hemorragias. Inflamação das gengivas. Úlcera no estômago. Visão deficiente.

Alimentos: frutas cítricas, morango, acerola, goiaba, uvaia, caju, tomate, pimentão, cenoura, alho, maçã, mamão, alfafa, brócolis, quiabo, manga, pimenta vermelha.

Sintomas causados pela falta de vitamina D: Onde encontrar a vitamina D: Artrite. Alimentos: levedo de cerveja, germes de grãos de cereais, Broncopneumonia. sol em contato com a pele, gema de ovo, leite, peixe e soja. Convulsões. Crescimento defeituoso. Depósito calcário nos dentes. Deficiência de cálcio e fósforo. Sintomas causados pela falta de vitamina E Onde encontrar a vitamina E: Aborto. Alimentos: óleo e sementes de girassol, germes de trigo, Atrofia muscular. castanhas, abacate, cereais integrais, alface, espinafre, Dificuldades femininas. agrião, óleo de algodão e ovos. Dores na menopausa. Perturbações cardíacas.

Transtornos de saúde por falta de MINERAIS, e onde encontrá-los: A falta de ferro causa: Poluções noturnas. Palidez. Leucorréia. Falta de resistência. Dores nas costas. Anemia. A falta de cloro causa: Urina sanguinolenta. Prostração nervosa. Membros pesados como chumbo. Fome constante. Dores nos ossos. Angústia e lamentos durante o sono.

Onde encontrar o ferro: Alimentos: hortaliças de cor verde-escura, frutas secas, sementes, lentilha, castanhas, feijão preto, guandu e azuki, gergelim e aveia, melado, açúcar mascavo, batata-doce, gema de ovo, nozes, aspargos.

Onde encontrar o cloro: Alimentos: todas as hortaliças e frutas.

A falta de fósforo causa: Onde encontrar o fósforo: Piorréia. Alimentos: carambola, castanhas, cereais, levedo de cerveja, abacate, Neurastenia. feijões, cebola, lecitina de soja, amendoim, banana. Impotência. Frieza sexual. Fadiga mental. Dores na próstata. Desenvolvimento podre dos ossos. Albuminúria. A falta de sódio causa: Vômitos. Vertigens. Pés frios. Pele seca. Língua seca. Endurecimento das artérias.

Onde encontrar sódio: Alimentos: sal marinho, mariscos, cenoura, beterraba, alcachofra, charque, miolo, rins e todas as hortaliças e frutas.


25 Falta de magnésio causa: Onde encontrar o magnésio: Palidez nos olhos. Alimentos: frutas secas, mel, castanhas, hortaliças. Nevralgias. Micção freqüente e queimante. Menstruação tardia e escassa. Memória fraca. Gases intestinais. Dores no pescoço e ombros. Desmaios. Debilidade dos músculos abdominais. Contrações no estômago. Constipação intestinal. Condições neuróticas e histéricas. Arteriosclerose. Aparência extenuada. A falta de iodo causa: Onde encontrar o iodo: Transtornos glandulares. Alimentos: agrião, cebola, alho, algas, sal marinho, algumas sementes, Tendência ao bócio. alcachofra, rabanete, peixes. Retenção de líquido no corpo. Respiração curta e apressada. Pulso lento e rápido alternadamente. Perturbações da menopausa. Pele seca e escamosa. Nervosidade. Mente tardia. Mau funcionamento do coração e das artérias. Falta de ânimo. Emagrecimento. Dores no coração. Diminuição da inteligência e atividade mental. Depressão mental, tristeza. Cretinismo. A falta de enxofre causa: Onde encontrar o enxofre: Sensação de grande cansaço e debilidade. Alimentos: carne magra, feijão, peixe, ovos, repolho e cebola. Sensação de ardor no abdome. Ruídos nos ouvidos. Retenção de impurezas. Garganta queimante e mau hálito. A falta de cálcio causa: Onde encontrar o cálcio: Tensão exagerada dos músculos. Alimentos: brócolis, amêndoas, feijão, repolho, grãos, castanha-do-pará, Sensação de grande cansaço castanha de caju, couve e salsa, leite com suco de limão, dolomita. Debilidade. Resfriados frequentes. Pulmões doentes. Raquitismo. Frieiras. Pessimismo. Insônia. Enxaqueca. Palpitações ao subir escadas. Ossos frágeis. Desnutrição. Cáries dentárias. A falta de zinco causa: Onde encontrar o zinco: Hemorragias. Deficiência no crescimento. Alimentos: hortaliças, grãos integrais, Dores nos órgãos genitais. Anemia. centeio, cevada, trigo, milho, aveia, Coração nervoso. Distúrbios no metabolismo. levedo de cerveja, sementes de abóbora, Coagulação deficiente do sangue. arroz integral e mostarda em pó. Células desvitalizadas.


26 A falta de enxofre causa: Sensação de grande cansaço e debilidade. Sensação de ardor no abdome. Ruídos nos ouvidos. Retenção de impurezas. Garganta queimante e mau hálito.

Onde encontrar o enxofre: Alimentos: carne magra, feijão, peixe, ovos, repolho e cebola.

A falta de silício causa: Onde encontrar o silício: Veias varicosas. Alimentos: levedo, sementes de girassol, aspargos, alface, morango e Transpiração excessiva. pepino Sensibilidade do couro cabeludo. Sede intensa à noite. Furunculose. Fadiga cerebral. Esgotamento sexual. Calvície. Alterações na pele. A falta de ácido fólico causa: Onde encontrar o ácido fólico: Derrame. Alimentos: hortaliças de cor verde-escura, frutas, cereais integrais, abóbora, Ataques cardíacos. abacate, feijão, trigo, farinha de centeio. Câncer. Defeitos no feto. A falta de flúor causa: Tumores ósseos. Tuberculose. Tendência a surdez. Mal da bexiga. Esterilidade. Doenças das unhas. Ossos e dentes frágeis. Debilidade da vista. Cãibra nas pernas. Erisipela. Apetite incontrolável.

Onde encontrar o flúor: Alimentos: todos os alimentos crus, frutas e verduras, brotos, enzimas e alimentos fermentados.

A falta de potássio causa: Olhos fundos, vermelhos e sem brilho. Neurastenia. Insônia. Hemorragias nasais. Fadiga. Dores e debilidade cardíacas. Dores de cabeça. Desordem hepática. Constipação intestinal. Cãibras. Atrofia muscular.

Onde encontrar o potássio: Alimentos: frutas cítricas e hortaliças, frutas secas, melão, tomate , agrião, hortelã, semente de girassol, banana e batata.

A falta de alumínio causa: Insônia. Desequilíbrio no pâncreas.

Onde encontrar alumínio: Alimentos: sucos de verduras e frutas .

A falta de COBALTO causa: Onde encontrar cobalto: Falta de glóbulos vermelhos. Alimentos: sucos e frutas, verduras, enzimas, brotos e alimentos Desequilíbrio nervoso e vegetativo fermentados. (enxaquecas) A falta de lítio causa: Onde encontrar lítio: Abalo do sistema nervoso e Alimentos; brotos de sementes, linhaça batida em forma de suco, enzimas, todos os distúrbios psíquicos. frutas e verduras. A falta de níquel causa: Onde encontrar níquel: Disfunção no pâncreas (diabetes). Alimentos: brotos de sementes, sucos de frutas, e verduras e enzimas.


27 Revitalização da Gastronomia Colonial Para quem saiu de um país como a Itália, onde o alimento básico era a polenta, aqui, nas novas terras do Rio Grande do Sul, no Brasil, o alimento era farto, pois a caça, a pesca, os frutos silvestres e o pinhão estavam disponíveis no lote colonial. Ao levantar-se, o colono e a família tomavam um café reforçado com polenta grelhada, salame e queijo, uma fritada de ovos com cebola ou salame (a fortaia) pão, café e vinho, esse último, presença indispensável. Ao meio dia: polenta, fortaia, queijo, fava, sopa de feijão reforçada com massa e radiche cozido e temperado com toucinho. A tarde, na roça: pão, salame, queijo, batata-doce e vinho. A janta constava de polenta, salame, queijo e carne de porco ao molho. Nos domingos, dias santificados, Natal e Ano Novo: sopa de capelleti, galinha com massa, risoto. Nesses dias, havia sobremesa de sagu e doces em compota. E a tarde, café com grostoli e biscoitos, pipoca, amendoim e pinhão. Nos últimos vinte anos, nas festas coloniais, introduziu-se o churrasco com maionese ou seja, perdemos a diversidade de pratos e estamos imitando os hábitos da alimentação das cidades. Hoje, apenas seis cereais “alimentam” a humanidade, e a perda da biodiversidade está levando a uma “Macdonalização”. O lanche rápido está provocando desequilíbrios nutricionais em todas as faixas etárias da população. Em média, cerca de 40% da população brasileira tem sobrepeso. Enfim, somos o que comemos! As festas sempre foram os momentos de descontração, felicidade e solidariedade, onde as alegrias e tristezas eram compartilhadas. Cantava-se e dançava-se, e quando as pessoas retornavam aos seus lares o fardo era leve. As festas eram aguardadas com meses de antecedência, bem como o uso da fatiota, para os homens, o melhor vestido para as mulheres, as moças e as meninas, e a calça com suspensório para os meninos. Os sapatos eram lustrados e o cabelo aparado. O trabalho na agricultura era de extrema penosidade, de sol a sol e a nutrição precisava ser consistente e forte como o combustível para os músculos. O açúcar era um produto escasso e caro. O melado, o mel e o açúcar mascavo adoçavam os alimentos para o domingo e as comemorações festivas. A farinha de milho, como polenta ou pão, e a batata-doce, substituíam a farinha de trigo. O tríduo antecedia o dia mágico. Às seis horas: alvorada festiva com o repicar dos sinos. Às nove horas: o café com biscoitos e a tripada com pão quentinho e com vinho. Em síntese, a festa envolvia todos sem distinção, pois todos se sentiam importantes atores e protagonistas do evento. Com o auxílio deste material o leitor terá o prazer de preparar receitas que criaram gerações, e que foram guardadas pelos Clubes de Mães de Garibaldi.

Receitas da culinária colonial: SOPA DE CAPELETTI

Ingredientes: Meio quilo de ponta de peito Meia galinha 1 cebola Tempero verde (cebolinha e salsa) Capeletti Sal Queijo ralado Modo de fazer: Colocar a carne e a cebola com água numa panela para cozinhar até ficarem macios. Juntar o tempero verde e deixar ferver. Acrescentar os capelettis e ferver até ficarem macios. Colocar o sal. Servir quente com queijo ralado.

CAPELETTI – Leda Venturela – Clube de Mães Tamandaré Ingredientes para o recheio do capeletti: 1 quilo de guisado de carne de gado 2 coxas e sobre-coxas de galinha 1 punhado de salsa e cebolinha verde 1 pitadinha de pimenta moída 1 pitadinha de noz moscada Sal 2 colheres (sopa) de manteiga 1 pão feito em casa 1 ovo 2 colheres (sopa) de queijo ralado Modo de fazer: Cozinhar a carne com a manteiga até ficar macia, colocando sempre um pouquinho de água. Colocar temperos picadinhos, sal, pi­menta e a noz moscada moídas. Retirar do fogo, juntar o pão em pedaços, o queijo ralado e o ovo. Passar tudo na máquina de moer carne.


28 MASSA DO CAPELETTI Ingredientes: 2 kg de farinha de trigo 10 ovos

Modo de fazer: Juntar a farinha com ovos e amassar bem. Abrir a massa, cortando em quadradinhos de mais ou menos 3 centímetros. Colocar um pouquinho de recheio em cada pedaço de massa e fechar os capelettis.

FORTAIA

MASSA COM FEIJÃO

Elda Rigatti e Helena Sopelsa- Clube de Mães Amigas da Natureza- São Roque Figueira de Mello Ingredientes: Meio quilo de feijão 1 quilo de massa feita em casa Meio quilo de linguiça nova 200 gramas de queijo ralado Temperos: salsa, alho. Cebola 2 colheres de massa de tomate 1 colher de manteiga ou nata

Clube de Mães Descobrindo o Bem Viver – Linha Araújo e Souza Ingredientes: 4 ovos 2 cebolas 1 colher de banha 1 pitada de sal

Modo de fazer: Escolher e lavar o feijão. Cozinhar o feijão com bastante água e temperar com sal. Quando o feijão estiver cozido, cozinhar a massa na água de feijão. Coar e temperar com molho de linguiça.

Modo de fazer: Descascar as cebolas e cortar em pedacinhos. Refogar as cebolas na banha e juntar os ovos batidos e o sal, mexendo levemente até os ovos ficarem cozidos. Pode-se colocar também queijo e salame.

Colocar numa panela a gordura com linguiça desfiada e deixar fritar bem. Juntar os temperos, a massa de tomate e a manteiga ou nata. Quando o molho estiver pronto colocar junto com o queijo ralado sobre a massa. Servir bem quente.

FRANGO RECHEADO

Clube de Mães Rosa Viva – Santo Alexandre Ingredientes: 1 frango inteiro Tempero verde: salsa, alho, cebola, sálvia, orégano, sal, pimenta 1 copo de vinho branco Suco de 2 limões 2 copos de água Modo de fazer: Fazer a limpeza do frango. Juntar todos os temperos picadinhos numa bacia. Colocar o frango no tempero durante 5 horas, mexendo de vez em quando. A quantia de sal é 3% do peso do frango. Recheio: 2 xícaras de pão torrado ralado 1 xícara de queijo ralado 4 ovos Guisado de carne cozido Sal Pimenta Noz moscada moída Modo de fazer: Juntar todos os ingredientes numa bacia, mexendo bem até o ponto que não grudar nas mãos. Rechear o frango. Depois de recheado prender a pele com palitos, para o recheio não sair enquanto é assado. Colocar o frango em assadeira untada e levar ao forno para assar.

MOLHO DE LINGUIÇA

MANESTRA (SOPA DE FEIJÃO)

Clube de Mães Amigas da Natureza – São Roque Figueira de Mello Ingredientes: Meio quilo de feijão Temperos: cebola, salsa, alho, um pedacinho de folha de louro Sal a gosto 2 colheres (sopa) de banha 2 colheres (sopa) de farinha de trigo Meio quilo de massa feita em casa Modo de fazer: Escolher e lavar o feijão. Cozinhar o feijão com água até ficar macio. Esmagar o feijão com uma caneca. Coar no coador de massa para retirar um pouco das cascas. Colocar o feijão novamente numa panela e temperar. Colocar numa outra panela a banha, a cebola, alho e salsa picadinhos e deixar fritar. Acrescentar a farinha de trigo e mexer bem, até formar um creme. Juntar uma xícara de feijão que está sendo cozido e deixar ferver 5 minutos. Misturar este tempero no feijão. Acrescentar 3 litros de água fervente e o sal. Colocar a massa e deixar cozinhar até que fique macia. Servir bem quente.


29 NHOQUE DE BATATA DOCE

Clube de Mães Descobrindo o Bem Viver – L. Araújo e Souza Ingredientes: Meio quilo de batata doce 1 ovo Meia xícara de água Meia xícara de leite Farinha de trigo o suficiente para dar o ponto Modo de fazer: Cozinhar a batata doce na água e amassar bem. Deixar esfriar e acrescentar o ovo batido, água e a farinha até o ponto de não grudar nas mãos. Fazer rolinhos na espessura de um dedo, cortar em cubinhos de 2 centímetros e amassar um pouquinho com o garfo. Cozinhar em água salgada fervente. Depois de cozido escorrer no coador de massa e colocar numa travessa. Colocar o molho de sua preferência e polvilhar com queijo ralado.

RADICCI COTI

Joana Casagrande – Clube de Mães Lar e Saúde – Marcorama Ingredientes: 1 molho grande de radicci comprido 2 colheres (sopa) de toucinho picado 2 dentes de alho Meia xícara de rodelas de salame ou linguiça 3 colheres (sopa) de queijo ralado 3 colheres (sopa) de farinha de rosca Sal a gosto Modo de fazer: Escolher o radicci e lavar bem. Cozinhar em água fervente. Escorrer a água e cortar o radicci bem fininho. Fritar o toucinho com alho e o salame. Juntar o radicci e fazer o refogado. Colocar o sal, a farinha de rosca e polvilhar com queijo ralado. Servir quente.

FREGOLÁ I

Pasquina Spadini – Clube de Mães Comunidade em Ação – São Gotardo Ingredientes: 1 ovo 1 xícara de açúcar 1 colher de banha 1 colher de sal amoníaco 3 xícaras de farinha de trigo 1 xícara de farinha de milho Modo de fazer: Misturar todos os ingredientes e colocar numa forma untada para assar.

ROCAMBOLE DE TORTEI

Lúcia Debiasi – Clube de Mães Amizade – Linha Araripe Massa: Farinha de trigo (mais ou menos meio quilo) 5 ovos Recheio: 1 moranga média cozida 2 ovos Sal a gosto Noz moscada moída Salsa picada 1 colher (sopa) de massa de tomate Mostarda cozida e picada 1 xícara de pão torrado e ralado Meio quilo de linguiça fresca ou guisado Modo de fazer: Juntar a farinha de trigo e os 5 ovos e fazer a massa. Espichar a massa na largura do cilindro (mais ou menos 20 cm de largura). Espalhar o recheio uniformemente. Enrolar, formando rolos do tamanho de uma espiga de milho mais ou menos. Passar um pano em volta de cada rolo e amarrar para cozinhar. Cozinhar na água fervente por 40 minutos. Depois de cozido, tirar o pano e cortar em rodelas. Colocar numa travessa uma camada de fatias, outra de molho e queijo, até terminar.

BISCOITO DE LA NONA

Clube de Mães Descobrindo o Bem Viver – Linha Araújo e Souza Ingredientes: 4 ovos 2 xícaras de açúcar 1 xícara de leite 1 xícara de banha ou manteiga 2 colheres (sopa) de sal amoníaco Casca ralada de 1 laranja ou meia xícara de suco de laranja Farinha de trigo o suficiente para ficar uma massa mole Modo de fazer: Bater os ovos com açúcar e a gordura. Acrescentar o leite, o sal amoníaco, raspas da laranja ou o seu suco. Colocar a farinha de trigo e amassar mole. Espichar a massa com o rolo, cortar os biscoitos, colocar numa assadeira untada e levar ao forno para assar.


30 CUCA DE UVA

Ingredientes: 2 ovos 1 xícara de açúcar 1 xícara de leite 2 xícaras de uvas (tirar as sementes) 3 xícaras de farinha de trigo 1 colher (sopa) de fermento rápido 3 colheres de nata Modo de fazer: Bater os ovos com açúcar e a nata. Acrescentar o leite e a farinha peneirada com fermento. Por último, acrescentar as uvas, polvilhadas com farinha de trigo. Colocar em forma untada e levar ao forno para assar.

FREGOLÁ II

Ingredientes: 4 xícaras de farinha de trigo 2 xícaras de açúcar 3 ovos 4 colheres (sopa) bem cheias de manteiga 1 colher (sopa) de fermento rápido Modo de fazer: Juntar os ingredientes, fazendo uma farofa. Colocar a metade da farofa numa assadeira untada e polvilhada com farinha. Rechear com uvada ou goiabada. Cobrir com restante de farofa. Assar em forno médio até ficar dourada. Cortar em pedaços enquanto estiver quente.

GROSTOLI

Vera Cagol - Clube de Mães Conquistamos a Paz Linha Cruzeiro Ingredientes: 3 ovos 2 xícaras de leite 3 colheres (sopa) de nata 5 colheres (sopa) de açúcar 2 colheres (sopa) de fermento rápido Casca ralada de 1 limão Farinha até dar o ponto Gordura para fritar Modo de fazer: Bater os ovos com açúcar. Misturar a nata, a casca do limão, o fermento e o leite, mexendo bem. Acrescentar a farinha até o ponto de não grudar nas mãos. Abrir a massa com o rolo, cortar os grostoli e fritar em gordura quente.

SAGÚ

Mafalda Piffer – Garibaldi Ingredientes: 3 copos de vinho tinto 2 copos de água 1 copo de sagu 1 copo de açúcar 3 cravos e 1 pedaço pequeno de canela Modo de fazer: Colocar numa panela o vinho, a água, o sagu, o cravo e a canela e levar ao fogo baixo para cozinhar. Quando o sagu estiver cozido, acrescentar o açúcar e deixar ferver mais um minuto, somente para desmanchá-lo.

FIGADA

Ingredientes: Figos Açúcar Modo de fazer: Descascar os figos. Levar ao fogo, numa panela, com um pouco de água para ferver. Esmagar os figos ou moer. Para cada quilo de figo juntar de 500 a 600 gramas de açúcar e 1 colher de suco de limão. Tirar um pouco das “sementes” durante a fervura. Ferver até descolar toda a massa do tacho. Colocar em vidros esterilizados, com tampa.

GELÉIA DE UVA

Maria Tereza Girelli – Garibaldi Ingredientes: Uvas Açúcar Modo de fazer: Tirar a uva dos cachos e lavar bem. Colocar numa panela e levar ao fogo para ferver. Passar na peneira. Para cada quilo de uva colocar 600 a 700 gramas de açúcar. Colocar no tacho. Quando começar a ferver bem contar 45 minutos e retirar do tacho. Colocar em vidros esterilizados, com tampa.


31 Preparados e Receitas com Plantas Medicinais para Controle de Pragas e Doenças na Agricultura A natureza busca o equilíbrio

No controle natural ou ecológico de pragas e doenças, não se combate o inseto ou microorganismo. Pelo contrário, procura-se fortalecer a planta para resistir a estes ataques, e procura-se reduzir o número dos insetos e microorganismos, e não eliminá-los completamente. Antes de controlar a praga ou doença, são observadas as condições onde a planta se encontra: tipo de solo, clima, vento, luminosidade, etc. O solo geralmente é responsável pela saúde da planta, por isso, em primeiro lugar, se trabalha no sentido de melhorar as condições do solo. Se o solo estiver desequilibrado, ou seja, com excesso de alguns nutrientes e falta de outros, a planta também ficará mal nutrida, e os insetos e microorganismos irão atacar com mais facilidade, deixando a planta doente. Um solo agrícola deve ser vivo, e para isto deve ser protegido do calor excessivo, da erosão, da perda de umidade, e ter bastante matéria-orgânica.

A natureza trabalha em ciclos

A natureza funciona em ciclos. A energia do sol, a água, os nutrientes, tudo é utilizado pelas plantas e animais e reciclado, voltando para a natureza. Os agrotóxicos são produtos inventados pelo ser humano (no início, para ser usado na guerra), e não existiam na natureza. Quando utilizamos agrotóxicos, estamos liberando estes produtos, e eles passam a fazer parte dos ciclos da natureza: estão na água (dos arroios, e da chuva), no ar, nas plantas, nos alimentos e nos animais. Todos os ciclos são contaminados, e não conhecemos os efeitos destas substâncias a médio e longo prazo.

Influência da lua na agricultura

Os nossos antepassados se guiavam pelas 4 fases da lua. Para construir a habitação, nunca cortavam as plantas na lua cheia. Para castrar os animais, plantar os cereais e nos cuidados com a horta, o calendário lunar era observado. Era a “bússola” que norteava a vida animal e vegetal. Melhor época e Lua para plantar: um X é BOM , dois XX é MUITO BOM: ESPÉCIE

Minguante

Nova

Crescente Cheia

ESPÉCIE

Minguante Nova Crescente Cheia

Alface

X XX Gergelim

Abóbora

X

X

Almeirão Alho

XX

Gengibre

XX

XX

XX Girassol

X

XX Mandioca XX X

Abobrinha

X XX Mostarda XX

Agrião

XX Milho XX

Arroz

XX Melancia

XX

Amendoim XX Melão X XX Beterraba

XX Maracujá XX

Berinjela XX Nabo

XX

Batata-doce XX X Pepino XX Batata-salsa XX X Tomate XX Cenoura

XX Pimentão XX

Coentro

XX

X

Yakon

XX

X


32 ESPÉCIE

Minguante

Nova

Crescente Cheia

ESPÉCIE

Minguante Nova Crescente Cheia

Cebolinha

XX Taioba

XX

X

Couve

XX Inhame

XX

X

Couve-flor

X

XX

Mucuna

XX

X

Brócolis

X

XX

Feijão Porco

XX

X

Chicória

X

XX

Trigo Mourisco

X

XX

Couve Chinesa

X

XX

Frutas

XX

X

Feijão vagem

XX

Cebola

XX

Chuchu

XX

Feijões

XX

Plantas daninhas, ou indicadoras e melhoradoras do solo? Quando se fala em “planta daninha” ou “inço” pensamos logo em plantas sem importância que devem ser eliminadas. Conhecendo melhor as plantas, perceberemos que elas podem ser indicadoras da condição do solo, e melhoradoras deste solo, além de muitas destas plantas serem medicinais. Com o tempo todas estas plantas melhoram as condições de acidez, fertilidade, e estrutura do solo, ou dão condições para outras plantas que têm este papel, surgirem (isto se chama “sucessão vegetal”). Todas as plantas têm uma função na natureza, e não nascem por acaso em um determinado local. Por isso, ao invés de chamar estas plantas de “inços” ou “daninhas”, o correto seria chamá-las de plantas que são “indesejáves” naquele local e naquele momento, mas que podem ser muito úteis em outra situação. Veja alguns exemplos destas plantas na tabela abaixo: NOME Azedinha

NOME CIENTÍFICO Oxalis oxyptera

Solo argiloso, pH baixo, falta de cálcio e/ou molibdênio.

Amendoim brabo

Euphorbia heterophylla

Desequilíbrio de nitrogênio c/ cobre, ausência de molibdênio.

Beldoegra Capim arroz

Portuluca oleracea Echinochloa crusgallii

Solo bem estruturado, com umidade e matéria orgânica. Solo anaeróbico, com nutrientes “reduzidos” a substâncias tóxicas.

Cabelo de porco

Carex ssp

Capim amoroso / Carrapicho

Cenchrns ciliatus

O QUE INDICAM

Solo muito exausto, com nível de cálcio extremamente.baixo. Solo depauperado e muito duro, pobre em cálcio.

Caraguatá Eryngium ciliatus Carqueja Baccharis ssp Caruru Amaranthus ssp

Solos que retêm água estagnada na estação chuvosa, pobres em molibdênio.

Cravo brabo

Tagetes minuta

Solo infestado de nematóides.

Dente de leão

Taraxum officinalis

Presença de boro.

Planta de pastagens degradadas e com húmus ácido.

Presença de nitrogênio livre (matéria orgânica).


33 NOME

NOME CIENTÍFICO

O QUE INDICAM

Fazendeiro ou picão Galinsoga parviflora Solos cultivados com nitrogênio suficiente, faltando cobre Branco ou outros micronutrientes. Guanxuma ou malva Sida ssp Solos muito compactados. Língua de vaca

Rumex ssp

Excesso de nitrogênio livre, terra fresca.

Maria mole ou berneira Senecio brasiliensis Camada estagnante em 40 a 50 cm de profundidade, falta potássio. Mamona Ricinus communis Nabisco ou nabo branco Raphanus raphanistrum Papuã Brachiaria plantaginea Picão preto Bidens pilosa Samambaia Pteridium aquilinum Tiririca Cyperus rotunudus Urtiga Urtiga urens

Solo arejado, deficiente em potássio. Solos carentes em boro e manganês. Solos com laje superficial e falta zinco. Solos de média fertilidade. Excesso de alumínio tóxico. Solos ácidos, adensados, mal drenados, possível deficiência de magnésio. Excesso de nitrogênio livre, carência em cobre.


34 A diversidade garante o equilíbrio da natureza

Quanto maior a diversidade, maior a interação e a colaboração entre plantas; e entre plantas e animais. Quanto maior a diversidade, maior o equilíbrio do ambiente; por isso é importante fazer rotação de culturas e plantar diferentes espécies juntas. As variedades de plantas e raças de animais “crioulos” são mais adaptadas ao local e ao clima; e por isso são mais resistentes (além de serem mais nutritivos). SUCESSÃO NATURAL (VEGETAL E ANIMAL) Durante bilhões de anos as rochas foram se “desgastando” porque ficaram expostas ao sol, à chuva, e ao vento. As primeiras formas de vida que surgiram foram os LÍQUENS, graças a certa umidade que existia. Os líquens fixam-se firmemente na rocha e retiram dela os nutrientes que precisam, ou seja, ajudam a “decompor” a rocha. Quando morrem, os líquens viram matéria orgânica, e servem de alimento para outros MICROORGANISMOS que passam a ter condições de sobreviver e se reproduzir. O que era apenas rocha passa a ter alguns minerais (nutrientes) soltos, matéria orgânica e microorganismos, então, começam a surgir formas de vida maiores como PLANTAS ESPINHENTAS e CAPINS DUROS, que conseguem sobreviver em solos rasos. As raízes dessas plantas entram nas rochas e ajudam a soltar seus nutrientes. Quando essas plantas morrem, aumentam a quantidade de solo (matéria orgânica) e de vida (microorganismos), permitindo que plantas maiores e mais exigentes cresçam ali, como CAPINS MACIOS. Estes capins criam condições para o crescimento de CAPOEIRAS, e as capoeiras criam condições para o crescimento de PEQUENAS ÁRVORES, e depois, de ÁRVORES MAIORES. Cada tipo de planta ou animal precisa de condições específicas (de solo, microclima, etc) para se desenvolver. Existem espécies mais rústicas, adaptadas a ambientes ruins, e espécies mais sensíveis...

Manejo Ecológico do Solo com Plantas de Cobertura (adubação verde) O manejo ecológico do solo consiste em cultivar o solo de acordo com sua aptidão agrícola; corrigir a fertilidade e adubar as culturas com resíduos vegetais e orgânicos; trabalhar o solo com mobilização mínima e em sistemas de rotação de culturas intercaladas com plantas de cobertura do solo e melhoradoras do solo; controlar as plantas indesejáveis, as pragas e as doenças sem agrotóxicos. As plantas de cobertura do solo e melhoradoras do solo (adubação verde) são plantas espontâneas ou cultivadas utilizadas para recuperar a fertilidade e a estrutura do solo.

Benefícios das plantas de cobertura do solo e melhoradoras do solo: -

Protegem o solo do impacto da gota da chuva, reduzindo a velocidade do escoamento das águas e a erosão; Evitam aquecimento excessivo da superfície do solo e as perdas de água no solo; Rompem a camada adensada e melhoram a estrutura aumentando a infiltração e o armazenamento de água no solo; Elevam o teor de matéria orgânica, pelo aporte contínuo de material vegetal no solo; Incorporam nitrogênio no solo, principalmente, através das leguminosas; Reduzem a lavagem dos nutrientes para o lençol freático; Melhoram a atividade biológica e reciclam nutrientes do solo, permitindo reduzir a adubação de manutenção e de cobertura para as culturas; - Auxiliam no controle de plantas espontâneas (invasoras);


35 Exemplos de plantas de cobertura do solo e melhoradoras do solo (adubos verdes):

VERÃO

INVERNO

Leguminosas (plantas com vagem): fixam o nitrogênio do ar. Decomposição rápida.

Feijão miúdo

Ervilhaca ou Vica

Feijão de porco

Trevo

Feijão guandu

Tremoço

Ervilha de verão

Cornichão

Mucuna Chícharo Crotalária Outras espécies e plantas espontâneas, tanto de verão como de inverno

Trigo mourisco

Aveia preta

Milheto, milho

Centeio

Não leguminosas: Decomposição lenta. Palha fica mais tempo sobre o solo

Sorgo

Nabo forrageiro

Girassol Azevém Teosinto (dente de burro) Aveia de verão Outras espécies, e plantas espontâneas tanto de verão como de inverno

Descrição de algumas plantas de cobertura do solo e melhoradoras do solo (adubos verdes): - Ervilhaca: de inverno. As espécies de ervilhaca mais aclimatadas são: a comum e peluda. A ervilhaca exige solo fértil, com pH entre 5,5 e 6,0. Incorpora no solo até 150 kg de nitrogênio/ha (=330kg de uréia). A época preferencial de semeadura é em maio. O plantio pode ser solteiro ou consorciado, a lanço ou em linhas (espaçamento de 15 até 30 cm nas entre linhas). No plantio solteiro recomenda-se utilizar 70 kg de sementes/ha e no consorciado de 30 kg de sementes de aveia/ha e 60 kg de sementes de ervilhaca/ha. - Ervilha forrageira: de inverno. A ervilhaca forrageira é uma planta recicladora de nitrogênio no solo e suas sementes são aproveitadas na alimentação dos animais. Exige solo fértil, principalmente em fósforo, e pH entre 5,5 a 6,5. Incorpora no solo até 150 kg de nitrogênio/ha/ano (=330 kg de uréia). A época preferencial de semeadura é em maio, para fins de cobertura do solo e, de junho a julho, para produção de grãos. O plantio pode ser solteiro ou consorciado, a lanço ou em linhas (15 a 40 cm nas entrelinhas). No plantio solteiro recomenda-se usar 180 kg de sementes de ervilha/ha e no consorciado 30kg de sementes de aveia/ha e 100kg de sementes de ervilha forrageira/ha. - Tremoço: de inverno. As espécies de tremoço mais encontradas são: o branco, o azul e o amarelo. O tremoço tem grande capacidade de reciclar nutrientes, principalmente o fósforo, e pode fixar no solo até 150 kg de nitrogênio/ha (=330 kg de uréia). A época preferencial de semeadura é de abril até a primeira quinzena de maio. O plantio pode ser a lanço ou em linhas (20 a 35 cm nas entrelinhas) com 80 a 90 kg de semente/ha. - Nabo Forrageiro: de inverno. O nabo forrageiro é uma planta com elevada capacidade de reciclagem dos nutrientes, principalmente, o nitrogênio e o fósforo. Desenvolve-se bem em solo ácidos. Após acamado (rolado), seus resíduos decompõem-se rapidamente, deixando o solo descoberto. Por este motivo, recomenda-se realizar o cultivo consorciado com aveia. A época preferencial de semeadura é em maio. O plantio pode ser solteiro ou consorciado, a lanço ou em linhas (15 a 20 cm nas entrelinhas) com 15 a 20 kg de sementes/ha. O acabamento (rolagem) deverá ser com 30% dos frutos formados, para não ocorrer o rebrote. - Aveia: de inverno. As principais espécies de aveia são a preta, a branca e a amarela. Produzem grande quantidade de massa de resíduos culturais e são eficazes na reciclagem de nutrientes, na recuperação da estrutura do solo e no controle de erosão. A época de semeadura poderá ser de março a junho, sendo preferencial em maio, em linhas (com espaçamento de 15 a 20 cm nas entrelinhas) ou a lanço, utilizando-se 90 a 100 kg de sementes/ha. O período de acabamento (rolagem) é quando as sementes estiverem em estágio leitoso. - Trevo: de inverno. Os principais tipos são vermelho, branco e o vesiculoso. Cultiva-se em consórcio com aveia, azevém e cornichão, para fins de pastejo. É utilizado para pastoreio dos animais, cobertura do solo e fonte de nitrogênio para as culturas. Pode fixar no solo até 250 kg de nitrogênio/ha (=130 a 550 kg de uréia). A época preferencial de semeadura é de março a junho, podendo ser a lanço ou em linhas com 8 a 10 kg de sementes/ha.


36 - Chícharo: de inverno. Deve ser semeado no espaçamento de 70 cm entre as linhas para semente e de 50 cm para adubação verde, com oito a dez sementes por metro linear. A maior parte das experiências indica essa leguminosa como própria para o Centro-Sul do país. As sementes são colhidas ao fim do ciclo, que é de 100 a 110 dias, na média de 1.200 kg por hectare. No caso da adubação verde, a ramagem deve ser cortada depois do florescimento, quando nascem as primeiras vagens; fornece de 3 a 5 toneladas por hectare, de matéria seca. - Feijão Guandu: de verão. O guandu é planta arbustiva de porte baixo ou alto, resistente à seca, adapta-se a solos arenosos e argilosos, com baixa fertilidade e pH. É utilizada para recuperar o solo ou para a alimentação dos animais. Tem capacidade de fixar no solo até 195 kg de nitrogênio/ha (= 430 kg de uréia). Época preferencial e sistema de semeadura: setembro a dezembro, solteiros, em linhas, com 50 kg de sementes/ha (50 cm nas entrelinhas) ou consorciado com milho (2m nas entrelinhas e 20 kg de sementes/ha) ou com outras culturas. É uma planta com grande capacidade de reciclar nutrientes no solo, principalmente o fósforo. - Mucuna: de verão. A mucuna é uma planta de crescimento rasteiro ou trepador, resistente à seca, desenvolve-se bem em solos ácidos e pobres em fertilidade. As variedades mais usadas são a preta e a cinza. Têm capacidade de fixar no solo até 160 kg de nitrogênio/ha (= 350 kg de uréia). Época preferencial e sistema de semeadura: setembro para produção de sementes, com 20 a 25 kg de sementes/ha (1m entrelinhas). E até dezembro para adubação verde, em linhas ou covas (50 cm nas entrelinhas), com 6 a 8 sementes/metro linear (80 a 100 kg de sementes/ha). Pode ser cultivada solteira ou em consórcio com milho ou frutíferas. No consórcio com milho, a mucuna deverá ser plantada no período da floração da cultura. - Soja perene: de verão. A soja perene é uma leguminosa que resiste a geadas fracas, podendo persistir durante todo ano. É exigente em fertilidade e não tolera solos ácidos. Planta que pode ser empregada também como forrageira para animais. Tem capacidade de fixar no solo até 250 kg de nitrogênio/ha, sendo normalmente utilizada como fonte de nitrogênio para as frutíferas. Época preferencial e sistema de semeadura: setembro, podendo estender-se até dezembro, em linhas com espaçamento de 50 cm nas entrelinhas, utilizando-se de 6 a 8 kg de sementes/ha.

MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO:

Insumos usados como fertilizantes, e para prevenir e controlar doenças e insetos-praga Os insumos devem ser utilizados como forma de recuperar o equilíbrio do sistema. Com o tempo deve-se buscar a sustentação do sistema, reduzindo o uso de insumos externos, mesmo sendo produtos naturais. Abaixo, tabela com principais insumos naturais usados na agricultura ecológica: Insumos usados como fertili- Insumos usados no controle Insumos usados no controle zantes de solo ou de plantas de doenças (fungos e bactérias) de insetos-praga Adubação verde

Cinza

Cinza

Cinza

Enxofre

Sal amargo

Pó de rocha

Leite e soro de leite

Calcário de concha

Extrato de plantas diversas (cinamomo, fumo em corda, pimenta, Calda bordalesa arruda, samambaia, urtiga, etc) Calda sulfocálcica

Fosfato natural

Urina de vaca fermentada

Oleo de neem

Esterco

Trichoderma

Óleo mineral

Biofertilizante simples

Outros...

Iscas com tayuyá, vinagre+açúcar, etc

Farinha de osso

Biofertilizante super-magro

Armadilha luminosa

Biofertilizante bokashi

Bacillus thurigiensis (Dipel)

Composto

Baculovirus

Vermicomposto (húmus)

Outros...

Urina de vaca fermentada Ecofós Outros... OBS: Os fertilizantes naturais nutrem adequadamente a planta, promovendo maior equilíbrio nutricional e consequentemente mais resistência ao ataque de fungos, bactérias e insetos. De nada adianta usar insumos naturais para controlar pragas e doenças, se o solo e a planta estão desequilibrados nutricionalmente, pois os problemas irão voltar!


37 Como preparar alguns destes insumos: Água de cinza e cal: tem poder fertilizante, auxilia no controle de pragas e doenças: 500 g de cinza de fogão peneirada, 500 g de cal hidratada, 10 litros de água. Misturar em um balde, agitando de 15 em 15 minutos durante 1h. Deixar a mistura levemente turva (leitosa) e coar para usar, pulverizando sobre as plantas. Água de cinza: controle de doenças fúngicas (antracnose, ou varola, em parreirais) 1 a 3 Kg de cinza de fogão para 100 l de água. Agitar rapidamente por 5 minutos e deixar repousar por 24h. Usar somente o líquido que ficar na superfície, que pode ser armazenado por 10 dias. Extrato de plantas (receita básica para diversas plantas) (Cinamomo, fumo em corda, pimenta, arruda, samambaia, urtiga, cavalinha, alho, etc): controle de insetos como pulgão, lagartas, etc; além de servir como fortificantes de plantas. 500 g de folhas da planta (no caso do cinamomo os frutos são mais eficientes) em 2 l de água. Se possível picar ou macerar (esmagar) e deixar descansar por no mínimo 24h. Pode-se adicionar um pouco de álcool (10 ml). Quanto mais tempo ficar “curtindo” antes de usar, maior eficiência. Guardar em local protegido da luz. Para usar deve-se diluir em 10 litros de água. Se necessário coar. Obs: Não usar preparados com fumo em tomateiro, pimentão e beringela. Preparado de pimenta: usado no controle de pulgões 100g de pimenta do reino (ou outra pimenta) moída. 1 litro de álcool. 125g (1/4 de barra) de sabão de coco diluído para cada 10 litros de água utilizada. - Modo de fazer: Misturar bem a pimenta e o álcool e deixar repousar 1 semana num recipiente com tampa. Depois deste tempo, diluir 1 copo (250ml) em 10 litros de água com o sabão diluído e pulverizar. Fazer 3 aplicações sucessivas de 2 em 2 dias. Preparado de cavalinha: fortificante de plantas e controle de fungos do solo, principalmente em canteiros 200 g de cavalinha 10 litros de água. - Modo de fazer: Moer a cavalinha e colocar na água para ferver durante 20 minutos. Aplicar este chá frio no solo até molhar bem, e por vários dias. OBS: Este chá é bastante forte e não deve ser aplicado sobre as plantas. Extrato de samambaia: controle de ácaros, cochonilhas e pulgões 500g de folhas verdes de samambaia. 2 litros de água. - Modo de fazer: Ferver por meia hora. Deixar em repouso até o outro dia. Utilizar 1 litro da solução pronta para 10 litros de água, pulverizando semanalmente. Preparado de urtiga: fortificante, e repele pulgões e lagartas (Urtiga miúda) Colocar 500 g de folhas frescas dentro de uma vasilha com 1 litro de água, esmagar bem e deixar descansar por 2 dias. Retirar a urtiga e colocar a solução em 10 litros de água para regar as plantas. Regar as plantas seguidamente (a cada 10 ou 15 dias)


38 Preparado de confrei: promove o crescimento da planta, e controla o amarelecimento e murcha em brotação de plantas de vaso. 2 kg de plantas verdes, sem raízes, ou 150 gramas de planta seca 2 litros de água - Modo de fazer: Picar bem a planta e sobre ela colocar água fervendo e tampar. Deixar até amornar. Usar 1 litro de extrato para cada 20 litros de água. Pulverizar toda a planta, de preferência antes da brotação, umidecendo bem o solo na região das raízes. Preparado de cebola e alho: controla pulgões. No tomateiro controla fungos 3 cebolas médias 5 dentes de alho 10 litros de água - Modo de fazer: Moer ou triturar a cebola e o alho, misturar bem com 05 litros de água, espremer bem para sair todo o suco, coar e misturar ao restante da água. Coar e pulverizar sobre as plantas 1 vez por semana.

Preparado com soro de leite: controle de doenças e pragas em folhas e frutos do tomateiro 1 litro de soro (sem sal) ou leite desnatado. 1 litro de água. Misturar bem o leite com água, pulverizar sobre as plantas uma vez por semana. Preparado de sabão e óleo mineral: controle de cochonilhas, pulgões e outros insetos 200g de sabão neutro. Meio litro de óleo mineral. Meio litro de água. - Modo de fazer: Derreter o sabão na água quente e depois misturar o óleo mineral. Depois de pronto, usar 200ml da mistura em 20 litros de água, e pulverizar nas plantas. Repetir a cada 15 dias.

Adesivo ou cola de figo da índia: para fixar as caldas e extratos nas plantas, diminuindo o es-

corrimento 1 kg de folhas picadas em pequenos pedaços em 10 litros de água; Deixar repousar por 2 dias, depois coar a calda retirando as folhas picadas. Usar 1 litro desta cola adesiva para 100 litros de água. A cola adesiva deve ser colocada por último no tanque do pulverizador, pois caso contrário, a calda pode coagular. (Pode-se usar também sabão neutro como adesivo).


39 Biofertilizante simples: é um adubo fermentado simples, barato, vivo e eficiente, que pode ser utilizado como adubo foliar, ou no solo. Se utilizado puro pode queimar as plantas 30 Kg de esterco bovino fresco. 1 a 3 Kg de cinza. 3 a 6 litros de leite ou soro de leite sem sal. 1 a 3 Kg de açúcar ou melaço. 100 litros de água. Pode-se também adicionar plantas espontâneas da região, frutas, farinha de osso, fosfato natural, dentre outros materiais. - Modo de fazer: Misturar tudo em um recipiente de plástico, ou de outro material que não seja metal. Tampar o recipiente de modo que impeça a entrada de animais e de água da chuva, mas que permita a entrada de ar. Deixar o recipiente no sol para fermentar melhor. O biofertilizante deve fermentar por 1 a 3 meses, conforme a época do ano (leva mais tempo para ficar pronto no inverno). Deve ser usado somente após a fermentação, quando estiver estabilizado, diluído em água sempre que a aplicação for nas folhas. A dose a ser usada varia conforme a cultura, estágio de desenvolvimento da planta, e a forma de aplicação. Em geral para aplicação foliar a dose varia de 0.1% a 5% e para o uso no solo de 10 a 30%. Uma planta saudável dificilmente será atacada por pragas ou doenças.

Composto Bocachi: é um adubo natural que fornece nutrientes de forma branda e eficiente às plantas, e

além disso, introduz microorganismos benéficos no solo, e estimula sua multiplicação. Ou seja, estimula o aumento da vida no solo. Ingredientes: 200 Kg de terra vermelha (de barranco) 200 Kg de esterco fresco 30 Kg de farelo de trigo ou arroz 50 kg de fosfato natural 20 kg de feijão velho, ou bula de feijão, ou casca de soja 10 kg de calcário 100 kg de pó de rocha 2 litros de fermento para bocachi 3 kg de melaço 1 kg de amido (milho ou canjica ou batata-doce ou mandioca cozidos, ou farinha de mandioca)

- Modo de fazer: Esparramar a terra com 50 % de umidade, em chão batido ou cimentado. Acrescentar os outros ingredientes e ir misturando bem com pá ou enxada. Manter a mistura úmida, mas não encharcada. Amontoá-la e cobri-la com sacos de aniagem ou esteiras. É necessário manejar a mistura, pois, após apenas 24 horas de conclusão, pode atingir até 65 ºC. Quando isso ocorre é necessário repicar a pilha. Entre 7 e 10 dias o bokashi estará estabilizado e pronto para o uso. O biofertilizante poderá ser armazenado em sacos de aniagem, quando seco a 12% de umidade. Obs: a terra deve ser argilosa, retirada de barranco, com baixo teor de matéria orgânica e microorganismo. Uma forma prática de verificar se a terra está a 50 % de umidade é pegar um pouco dela e apertar na mão. Não deve escorrer água, e quando se abre a mão a terra esboroa facilmente. Modo de usar: O bokashi pode ser utilizado imediatamente após o seu preparo, ou depois de armazenado. Quando aplicado no sulco, põe-se 150 gramas por metro linear. Pode ser aplicado também a lanço, à base de 600 gramas a 1 kg por metro quadrado.


40 Fermento Caseiro para Bocachi: Ingredientes: 40 kg de farelo de arroz ou trigo O mesmo volume de folhas e madeira em decomposição de mato virgem de sua propriedade 5 litros de melaço ou melado ou açúcar mascavo 5 litros de soro de queijo sem sal Modo de fazer: Juntar todos os ingredientes e misturar bem. Se tiver algum galho ou outro material um pouco grande, podem ser retirados. Depois de bem misturado, o material deve estar um pouco úmido, em torno de 40 a 50%. Se for usado açúcar mascavo, deve-se colocar um pouco de água, algo em torno de 3 litros ou mais. Colocar a mistura em um tonel e compactar um pouco para retirar o ar. Sobre o material compactado, colocar um plástico para separar o ar restante que está dentro do recipiente. A fermentação é anaeróbica (sem ar), portanto, o recipiente deve ser bem vedado. A receita pode ser reduzida de acordo com as necessidades de cada um ou de acordo com o tamanho do tonel vedado que se tem. Importante: Deixar a fermentação ocorrer por 30 dias sem abrir o tonel. Continuação da fermentação: Ingredientes para a fermentação líquida: 20 kg de fermento pronto (citada acima), ou 20 litros de fermento líquido (no caso de caso de já ter sido feito uma ou mais vezes o fermento de forma líquida) 20 kg de farelo de arroz ou trigo 5 litros de melaço ou açúcar mascavo 5 litros de soro de queijo sem sal Completar um tonel de 200 litros com água não clorada. A fermentação é anaeróbica (sem ar) e deve ser feita por no mínimo 15 dias. Importante: Esta fermentação pode ser repetida por no máximo 4 vezes, depois disso, é necessário iniciar novamente para não perder a qualidade. Mistura rápida para substituir o fermento usado no Bocachi Ingredientes: 20 kg de fermento pronto 10 litros de melaço 1 litro de soro de queijo Modo de fazer: Completar um tonel de 200 litros com água Fazer fermentação anaeróbica (sem ar) por 3 dias e usar no bokashi.


41 Preparados e Receitas com Plantas Medicinais para uso animal Até algumas décadas atrás, entre os agricultores familiares da região italiana, não havia remédio para a cura das doenças dos animais. Também não havia médicos veterinários para prescrever medicação. As soluções sempre foram muita criativas e as plantas medicinais estavam sempre presentes na prevenção e cura das doenças. Nos nossos dias exitem profissionais na área da saúde animal, e muitos produtos sintéticos de uso veterinários. Porém, em geral, os efeitos colaterais são danosos a quem consome o alimento, como é o caso dos antibióticos, que deixam resíduos no leite. O uso da fitoterapia animal vem crescendo em todo mundo, usada tanto para prevenção como para controle de doenças como a mamite. A fitoterapia (junto com a homeopatia) é a forma mais barata, não agressiva, e saudável de prevenir e curar as doenças dos animais domésticos.

POMADA CICATRIZANTE

Ingredientes: 200g de gordura (banha, óleo de girassol) Meia xícara de tansagem picada. Meia xícara de arruda picada. Meia xícara de mil-em-rama picada. Mucilagem de 1 folha de babosa. 1 xícara de confrei picado. 6 colheres de cera de abelha ralada. Modo de fazer: Colocar a gordura na panela com as plantas e aquecer com fogo brando até as plantas largarem a sua cor na gordura. Retirar do fogo, deixar esfriar um pouco, juntar a mucilagem da babosa, mexer bem e coar. Juntar a cera da abelha, esquentar um pouco se for necessário. Embalar e rotular. Dura aproximadamente 6 meses em local fresco. Opcional: Na hora em que misturamos a mucilagem da babosa pode-se misturar 1 colher (sopa) de borra de própolis.

ÓLEO DE ANGICO VERMELHO

(Utilizado para o controle da mamite) Ingredientes: Cascas de angico vermelho em pedacinhos pequenos e óleo de girassol. Modo de fazer: Colocar num vidro esterilizado as cascas, cobrir com óleo e ferver em banho-maria por 30 minutos. Coar, envasar e rotular. Passar o óleo no úbere da vaca para proteger da mamite. O efeito é ainda melhor quando antes de passar o óleo, lavamos com o chá desinfetante.

CHÁ DESINFETANTE

Ingredientes: Malva ou picão ou tansagem ou carqueja ou chá-de-bugre ou alecrim (100 g de plantas para 1 litro de água) Modo de fazer: Juntar a planta e a água, ferver por 3 minutos em panela com tampa. Deixar amornar e coar. Uso geral em animais e equipamentos.

PREPARADO DE CARQUEJA

(Para controle da verminose) 30 a 50 gramas de carqueja seca moída misturada na ração, por dia, durante 5 dias. Pode-se usar carqueja, hortelã, alho, losna, erva-de-santa-maria e outras.


42 PREPARADO DE CRAVO-DE-DEFUNTO OU ARRUDA OU CAATINGA-DE-MULATA (É utilizado para controlar pulgas e piolhos). Ingredientes: 100 g de folhas da planta escolhida (no caso do cravo-de-defunto, usar as flores) 1 litro de álcool . Modo e fazer Triturar as folhas ou flores, colocar no álcool e tampar bem. Deixar descansar por 4 dias no escuro. Coar a mistura e diluir em 20 litros de água. Pulverizar sobre os animais e também sobre os locais onde eles dormem.

PREPARADO DE FUMO DE ROLO E ÓLEO QUEIMADO (Utilizado para controlar e repelir bernes, bicheiras, piolhos e carrapatos). Ingredientes: 1 litro de óleo queimado. 200 g de fumo de rolo. Modo de fazer: Picar bem o fumo e misturar no óleo queimado . Passar esta mistura nos locais atacados até desaparecer, e preventivamente sobre o dorso do animal, uma vez por semana. Embalar o restante em garrafa de vidro em local escuro.

SAL MINERAL COM ALHO (Além de controlar os vermes, previne a ocorrência de doenças respiratórias e a presença de carrapatos, bernes e sarnas). Ingredientes: 20 kg sal mineral. 1 kg alho amassado (5%). Modo de fazer: Moer o alho e guardar separado dentro de um pote fechado, em forma de pasta. Toda vez que fornecer sal mineral, fornecer junto o alho na proporção de 5%, como indica a receita.

PÓ DE SÁLVIA PARA CONTROLE DE DIARRÉIA Ingredientes: Folhas secas de sálvia. Modo de fazer: Triturar as folhas secas. Misturar o pó da folha na alimentação do animal nas seguintes proporções: . BOVINOS: de 25 a 50 g por dia. . OVELHAS: de 5 a 10 g por dia. . CACHORRO: de 2 a 5 g por dia. . AVES: de 1 a 2 g por dia.

DIARRÉIA DE TERNEIRO: Ingredientes: Folhas de goiabeira Modo de fazer: Utilizar 100g de folhas de goiabeira para um litro de água fervente. Deixar esfriar, coar e fornecer 200ml de chá ao terneiro por dia, durante 3 dias.


43 USO DE BABOSA PARA CONTROLAR FERIMENTOS:

Modo de fazer: Extrair o suco amassando a babosa, manualmente ou batendo no liquidificador as folhas de babosa. Passar o suco sobre a ferida .

USO DE BABOSA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL PARA CONTROLE DE MAMITE Modo de fazer: Tirar os espinhos de uma folha grande de babosa, cortar e colocar sobre o alimento. Se ela estiver com mamite, colocar todos os dias, pela manhã e a noite. Para prevenção, colocar 1 vez por semana.

USO DE ARRUDA PARA ELIMINAR A PLACENTA

Modo de fazer: Colocar a quantidade de folhas de arruda em água fervente e abafar por 10 minutos. Servir como bebida morna. Quantidade de folhas por animais: . VACA: de 60 a 120 g em 1 litro de água . . OVELHA, CABRA OU PORCA: de 15 a 30 g em meio litro de água. . CADELA: 3 g em 1 copo de água.

USO DE FOLHAS DE SABUGUEIRO PARA ELIMINAR A PLACENTA

Modo de fazer: Fazer uma cama com galhos finos e folhas de sabugueiro no local onde a vaca vai parir, no dia em que ela vai dar cria. Quando a vaca se deita nesta cama, esquenta as folhas e os princípos ativos do sabugueiro são liberados e absorvidos pela pele do animal.

INFLAMAÇÃO DO ÚBERE

Ingredientes: Sabugueiro, arruda e menstruz. Modo de fazer: Preparar o chá com 100g de folhas em meio litro de água fervente, e acrescentar uma pitada de sal. Com o chá obtido das plantas, depois de gelado fazer compressas e massagens, uma vez por dia, durante 5 dias.

PREPARODO DE CINAMONO (Para controle de carrapato) Ingredientes: 1 kg de folhas de cinamomo 20 litros de água

Modo de fazer: Fazer um chá (infusão) com 1 quilo de folhas de cinamomo e 20 litros de água. Ou deixar as folhas de molho por 2h. Banhar os animais sempre ao final da tarde.

PREPARADO DE ARRUDA (Para controle de carrapato) Ingredientes: 50 gramas de folhas de arruda 1 colher (sopa) de sal 1 litro de álcool ou cachaça

Modo de fazer: Colocar a arruda num vidro com tampa, o sal e o álcool ou cachaça e deixar em infusão por 15 dias, no escuro. Coar e passar no animal sempre no final da tarde.


44 Preparados e Receitas com Plantas Medicinais e Aromáticas em Produtos de Higiene e Limpeza Higiene é o conjunto de hábitos sadios que cada um deve ter para com seu corpo, os utensílios e o ambiente, preservando não só sua saúde, mas também a dos outros e do meio ambiente. Há algumas décadas atrás só havia o sabão feito em casa, o esfregão de aço, a cinza do fogão e a esponja vegetal. Atualmente, porém, há uma infinidade de produtos sintéticos e tóxicos utilizados para estas finalidades, muitos deles extremamente agressivos à saúde e ao ambiente. Além disso, grande parte do orçamento mensal de muitas famílias é utilizado na aquisição de produtos de higiene e limpeza. As plantas aromáticas e medicinais são cada vez mais pesquisadas e utilizadas na elaboração de produtos de higiene e limpeza, com ótimos resultados, além de serem menos agressivas ao ambiente e à saúde, e de menor custo. Abaixo, tabela de ervas e suas propriedades cosméticas:

ERVA

PELE

Agrião Alecrim Alfazema Artemísia Alho porro Avenca Babosa Bardana (raíz) Boldo Camomila Capuchinha Cânfora Cavalinha Citronela Confrei Erva doce Espinafre Guanxuma

- Contra queda e caspa Estimula a circulação Contra queda e caspa Limpa / amacia / acalma Aromatizante Relaxante - Cicatrizante - - Brilho Hidratante / bactericida Fortalecedor e contra caspa Adstrigente Contra caspa Calmante Clareia o cabelo Adstringente / calmante Clareia o cabelo - Queda de cabelo Antireumatismo - Antiacne / espinhas Clareia o cabelo Repelente Anti-caspa Cicatrizante Cabelo oleoso Remove impurezas - - Tônico capilar, crescimento Adstringente Tônico capilar, crescimento, queda e oleosidade Enrijecedor / refrescante Clareia o cabelo Clareador - - Queda, clareia o cabelo Anti-rugas / refrescante Hidratante Hidratante Aromatizante Hidratante Revigorante Revigorante - Adstringente / secante Escurece o cabelo - Amaciante, escurece o cabelo - Cabelos ressecados - Brilho e queda de cabelo Anti-rugas, pele, acnéia, cicatrizante (rachadura nos pés) Tonificante Escurece o cabelo Tonificante Escurece o cabelo Contusões -

Hortelã Limão* Macela Malva Manjericão Manjerona Melissa Mil-em-Rama Nogueira Prímula (raíz) Sabugueiro Salsa Salsaparrilha Sálvia Tansagem

* Limão: Promove fotosensibilidade, podendo provocar queimadura na pele com exposição ao sol.

CABELO


45 SACHÊ DE ERVAS PARA ESPANTAR TRAÇAS E BARATAS

Ingredientes: 1 pedaço de tule ou tecido de algodão, fita, cordão ou tiras de tecido colorido. Plantas secas: manjericão, alecrim e louro. Modo de fazer: Picar as plantas e fazer o sachê.

DESINFETANTE

Ingredientes: Meio kg de sabão de glicerina ou de côco 2 litros de álcool 2 litros de água 1 maço de malva cheirosa ou citronela ou eucalipto Modo de fazer: Amassar bem as folhas e colocar dentro do álcool por 7 dias em local escuro. Ferver 1 litro de água com o sabão picado ou ralado até dissolver, mexendo sempre. Juntar esta mistura aos 3 litros de água restantes e acrescentar a maceração das folhas. Utilizado para fazer limpeza de pisos e banheiros.

SABONETE DE BARDANA

Ingredientes: 1 kg de sabão de glicerina ralado ou cortado em pedacinhos 200 g de folhas de bardana picada Meio litro de água

IMPORTANTE

Modo de fazer: Fazer um chá bem forte com a bardana e a água, depois de levantar fervura, deixar amornar e filtrar num pano limpo espremendo bem para retirar todo o suco das folhas. Derreter o sabão em banho-maria e juntar ao chá mexendo bem e colocar em forma para endurecer. Desenformar e cortar os sabonetes. A bardana é uma planta que tem grande poder curativo nas moléstias da pele, como dermatoses, acne, eczema, furunculoses, pruridos da pele e seborréia do couro cabeludo.

Limpeza de óleo usado na cozinha

ÁGUA SANITÁRIA DE CINZAS Ingredientes: 1 kg de cinzas de fogão à lenha 5 litros de água

Modo de fazer: Juntar a água e a cinza em um balde plástico com tampa e deixar descansar por 10 dias. Coar, envasar e rotular. Este produto é utilizado diluído em água para limpeza de pisos e banheiros, e também serve para branquear panos de prato, sempre diluído em água.

SABÃO DE LIMÃO

Ingredientes: 4 kg de gordura morna (sebo ou banha) 3 litros de água morna 2 litros e meio de suco de limão 1 kg de soda Modo de fazer: Colocar os ingredientes em um balde plástico grande, mexendo bem, na ordem como está na receita: primeiro a gordura, depois a água, em seguida o suco de limão, mexendo bem. A soda deve ser seca e misturada por último. Mexer por aproximadamente 30 minutos, até formar um creme parecido com massa de bolo. Colocar em caixa plástica e cortar quando ainda não estiver bem seco.

SABONETE LÍQUIDO CASEIRO Ingredientes: 100 g de sabão de glicerina ou côco 4 litros de água 1 xícara de semente de funcho 2 colheres (sopa) de glicerina líquida 1 colher (sopa) essência de erva-doce

Modo de fazer: Fazer um chá com a água e o funcho, fervendo por 10 minutos em panela com tampa. Cortar bem fino o sabão e juntar ao chá, mexendo bem. Coar, deixar esfriar e juntar a glicerina e a essência. Mexer bem, envasar e rotular.

· Se estiver líquido, coar em peneira fina. · Colocar o óleo numa panela com igual quantidade de água. · Levar ao fogo. · Depois de frio a gordura limpa na superfície. Retirar com uma concha. · Este processo é importante, especialmente, quando a gordura tem sal. Com aquecimento a água retira o sal e grande parte das impurezas da gordura.


46 SABÃO

Ingredientes: 6 Kg de gordura (sebo e/ou banha e/ou óleo). A quantidade de óleo não pode ser mais de 30% . Pode-se aproveitar banha e óleo utilizado em frituras. 1 Kg de soda 5 litros de álcool (destes, pode-se trocar 1 litro de álcool por 1 litro de suco de limão) 3 litros de água Modo de fazer: Derreter a soda na água mexendo com pá de madeira em balde plástico. Num outro vasilhame juntar a gordura derretida e morna, com o álcool. Juntar as duas misturas. Mexer com pá de madeira até formar espuma e uma nata. Colocar o sabão em caixas plásticas e cortar quando estiver firme, antes que esfrie.

XAMPU CASEIRO

Ingredientes: 100 g de sabão 4 litros de água 3 colheres (sopa) glicerina líquida 1 colher de essência de sua preferência (opcional) Um bom punhado de guanxuma ou espinafre ou bardana ou nogueira Modo de fazer: Cortar bem fino o sabão. Colocar na panela a água e as plantas para ferver, coar, juntar o sabão cortado fino. Mexer bem, deixar esfriar, juntar a glicerina e a essência. Mexer bem, envasar e rotular.

DETERGENTE LÍQUIDO PARA LIMPEZA EM GERAL

Ingredientes: 100 g de sabão 4 litros de água Um punhado de eucalipto ou alfazema ou alecrim Modo de fazer: Cortar bem fino o sabão. Colocar na panela o eucalipto ou alfazema ou alecrim com a água e fazer um chá, fervendo a planta, coar. Juntar o sabão, mexer bem. Deixar esfriar, envasar e rotular.

SABÃO MEDICINAL PARA CONTROLE DO PIOLHO

Ingredientes: Meio kg de sabão de glicerina ou côco Meia xícara de folhas de carqueja 2 colheres de babosa descascada e picada Meia xícara de água Modo de fazer: Liquidificar a carqueja e a babosa com água e coar. Cortar o sabão em pedacinhos e levar ao fogo para derreter, aos poucos colocar o líquido, mexendo até a mistura ficar homogênea. Derramar em caixa plástica e deixar descansar até endurecer. Desenformar e cortar. Para o controle do piolho, lavar a cabeça e deixar a espuma do sabão por meia hora e enxaguar.

PASTA PARA LAVAR LOUÇA

Ingredientes: Meio kg de sabão cortado em pedacinhos 10 colheres (sopa) de suco de limão 5 colheres (sopa) de açúcar Meio copo de água Modo de fazer: Deixar o sabão de molho na água e esquentar para fazer uma pasta Juntar o limão e o açúcar Colocar a pasta em potes para usar com a esponja para lavar a louça

SABÃO DE FARINHA DE MILHO Ingredientes: 10 litros de água 5 kg de gordura 1 kg de farinha de milho 1 kg de soda

Modo de fazer: Desmanchar a farinha em 2 litros de água. Desmanchar a soda na água. Amornar a gordura e misturar no balde da soda. Acrescentar a farinha desmanchada na água. Juntar o restante da água. Misturar bem até formar um creme.como de massa de bolo. Deixar endurecer e cortar os pedaços.


47 SABÃO DE ABACATE

Ingredientes: 4,5 kg de abacate maduro 2,5 kg de sebo derretido 500 gramas de soda pura em escamas OBS: podem ser utilizados os abacates que já estiverem passados, aproveitando o excesso de produção. Modo de fazer: Cortar o abacate, retirar a polpa, passar na peneira. Misturar os outros ingredientes na massa de abacate, e levar ao fogo, mexendo sem parar por 30 minutos. Tirar do fogo e deixar descansa até esfriar, e colocar em uma caixa plástica. No dia seguinte tirar a massa da caixa e cortar em pedaços. Colocar os pedaços em local arejado, mantendo uma distância mínima entre uma barra de sabão e outra, evitando que grudem. OBS: O tempo de descanso da massa, até cortar os pedaços varia de acordo com o grau de maturidade da fruta, com a consistência da massa, e a temperatura local.

SABÃO DE POLVILHO

Ingredientes: 1 copo de polvilho doce 9 litros de água 1 kg de soda 4 kg de gordura morna (sebo ou banha) 1 detergente líquido (opcional) 2 copos de sabão em pó Modo de fazer: Desmanchar a soda em 2 litros de água Desmanchar o polvilho e o sabão em pó em meio litro de água No balde da soda derretida misturar a gordura morna, o restante da água, o polvilho desmanchado e por último o detergente. Mexer por mais ou menos 30 minutos e colocar na caixa para cortar no dia seguinte.

PREPARADO PARA LIMPEZA DE VIDROS (JANELAS) Ingredientes: 1 copo de álcool Meio copo de água Meio copo de vinagre

Modo de fazer: Juntar os 3 ingredientes Passar com um pano nos vidros.

SABÃO LÍOUIDO PARA LIMPEZA GERAL Ingredientes: 400 gramas de sabão 2 limões 1 copo de amoníaco líquido 6 litros de água

Modo de fazer: Derreter o sabão ralado ou picado em 1 litro de água fervente. Deixar esfriar. Acrescentar 5 litros de água, suco dos limões e o amoníaco. Misturar. Engarrafar e etiquetar as garrafas.

DESINFETANTE PARA BANHEIRO Ingredientes: 30 folhas de eucalipto 1 litro de álcool 5,5 litros de água quente Sobras de sabonete

Modo de fazer: Amassar bem as folhas do eucalipto. Juntar as folhas o álcool e meio litro de água morna. Colocar em vasilhas fechadas e deixar em descanso por 24 horas. Picar as sobras de sabonete e derreter nos 5 litros de água quente. Após a água esfriar, acrescentar o líquido de eucalipto que ficou de molho. Misturar. Guardar em frasco bem fechado e rotular.

AMACIANTE DE ROUPAS: Ingredientes: 1 sabonete azul pequeno (90 g) 100 ml de água de rosas 1 colher de sopa de glicerina 1 litro de água fervente 4 litros de água

Modo de fazer: Raspar o sabonete, juntar a água fervente e mexer bem, até derretê-lo completamente. Despejar o restante da água de rosas e a glicerina. Guardar em frasco bem fechado e rotular: AMACIANTE DE ROUPAS. OBS: O amaciante de roupas pode ser substituído por vinagre de maçã. Neutraliza a força do sabão e a roupa fica macia.


48 Boas Práticas de Higiene no Preparo de Alimentos O preparo de alimentos é uma arte e tem grande importância econômica, social e cultural para as famílias rurais. Por não conterem aditivos químicos, os alimentos produzidos artesanalmente exigem cuidados redobrados na sua fabricação, para evitar contaminações nocivas à saúde do consumidor e assegurar maior durabilidade aos produtos. Todos as pessoas envolvidas no preparo de alimentos precisam conhecer e adotar as Boas Práticas de Higiene, como forma de garantir a produção de alimentos seguros, que atendam as normas higiênico-sanitárias e de qualidade.

QUANTO AS PESSOAS: O manipulador de alimentos é a principal fonte de contaminação dos alimentos, por isso é necessário que conheça e adote cuidados de higiene pessoal, para que possa produzir alimentos com qualidade. É importante lembrar que: - pessoas com diarréia, doença infecto-contagiosa, infeção, feridas ou inflamações na pele que possam causar contaminação do ambiente ou de outros manipuladores, não devem trabalhar na área de manipulação de alimentos; - todos os cortes, queimaduras ou ferimentos devem ser imediatamente desinfectados e cobertos com curativo impermeável, e a pessoa deve ser direcionada para outro tipo de trabalho, que não seja a manipulação de alimentos. - os manipuladores devem evitar contato com pessoas resfriadas, com broquite e enterites. As mãos merecem cuidados especiais porque representam uma grande fonte de contaminação dos alimentos. As unhas devem ser mantidas curtas, limpas e sem qualquer tipo de esmalte. O manipulador de alimentos deve lavar e desinfetar as mãos e os braços até a altura dos cotovelos cuidadosamente, antes do ínicio dos trabalhos, toda vez que mudar de atividade durante o trabalho, imediatamente após o uso do banheiro, após pentear os cabelos, depois de comer, fumar, assoar o nariz, depois de manipular lixo ou restos de alimentos e todas as vezes que for necessário.

Como higienizar as mãos: - Lavar bem as mãos com água e sabonete neutro, demorando pelo menos 15 segundos com as mãos ensaboadas, enxaguar em água corrente e secá-las com papel toalha. - Complementar a higienização, sanificando as mãos com produtos devidamente autorizados, com registro no Ministério da Saúde, ou com seguinte solução: 700ml de álcool a 96 ° 500ml de glicerina 300ml de água Misturar primeiramente o álcool e a glicerina e somente depois acrescentar a água.

Cabelo, barba, bigode: Os cabelos devem ser mantidos sempre limpos e penteados. Deve-se utilizar uma proteção adequada (touca, rede, gorro), de modo a cobrir inteiramente os cabelos e evitar sua queda sobre os alimentos. Não pentear os cabelos enquanto estiver usando o uniforme de trabalho, pois os pêlos soltos e a caspa podem cair sobre alimentos. Em caso de barba e bigodes também é preciso ter muito cuidado e usar uma proteção adequada, para evitar que sirvam de fonte de contaminação dos alimentos.


49 Orelhas, nariz e boca: As pessoas resfriadas ou gripadas não devem manipular os alimentos, pois a cada espirro desprende uma nuvem de microrganismos sobre o corpo, sobre as superfícies e sobre os alimentos. Os manipuladores também devem ter cuidado sempre que assoar o nariz, tossir ou espirrar, usar lenços descartáveis e lavar as mãos após o ato.

Hábito de fumar, comer e mastigar O hábito de fumar em ambiente de manipulação de alimentos é ilegal e perigoso. Ao fazer isso, toca-se a boca, e as bactérias ali presentes podem ser passadas para o alimento. Além disso, geralmente os fumantes sofrem de tosse e espirram com mais frequência, formando nuvens de microrganismos que recaem nas superfícies e no próprio alimento que está sendo processado. Pontas de cigarros e cinzas podem cair nos alimentos. Também não é permitindo comer e mastigar (chicletes, palitos, etc.) durante a manipulação de alimentos, pois aumenta o contato das mãos com a boca.

Uso de jóias, perfumes e loção pós-barba Deve-se evitar o uso de loção pós-barba, colônia e perfumes, porque os alimentos têm grande capacidade de absorver odores. O uso de jóias, brincos, relógios e anéis também é proibido por representar risco de queda no produto, além de provocar a contaminação devido à não-higienização desses objetos. São recomendações de higiene para os manipuladores: - Retirar todos os adornos antes de iniciar o trabalho. - Manter as unhas bem aparadas, escovadas e sem esmaltes. - Mãos rigorosamente limpas e sanitizadas. - Usar touca ou gorro para proteger todo o cabelo. Quando longos ou volumosos, os cabelos devem ser presos e protegidos com rede de tecido. - Usar máscaras, protegendo o nariz e a boca. - Usar avental de mangas compridas com elástico e sem botões, para evitar a contaminação por meio dos pêlos do braço. - Trocar periodicamente os uniformes mantendo-os sempre limpos e sem rasgos. - Usar calçados de couro ou de borracha, fechados. Evitar o uso de calçados de lona e proibir o uso de chinelos e sandálias. - Utilizar quando exigido, botas de cano longo, brancas, devendo ser higienizadas sempre que entrar na área de processamento. - As pessoas gripadas, resfriadas, com tosse ou alguma infecção (garganta, olhos, ouvidos, respiratória) ou alergias na pele não devem manipular alimentos. - O uso de luvas descartáveis dispensa a lavagem frequente das mãos e é indicado para manipular alimentos cozidos ou que não serão aquecidos posteriormente e ainda para o manuseio de alimentos prontos para o consumo. As luvas devem ser exclusivas de cada tarefa e descartadas quando estiverem contaminadas ou se rasgarem e sempre que a tarefa terminar. QUANTO AS INSTALAÇÕES: - A localização e a construção são também aspectos importantes a serem considerados nas Boas Práticas de Fabricação, com o objetivo de prevenir contaminação do produto durante o processo ou depois de fabricados. - As unidades de processamento de alimentos devem estar situadas em locais isentos de odores indesejáveis, fumaça, pó e poluentes. Devem ser construídas de tal modo que permitam a limpeza fácil e adequada e evitem a penetração e permanência de insetos, pássaros ou outros animais. - Devem ser planejadas de forma a permitir a separação das áreas. O local de recebimento da matéria- prima deve ser separado do local de processamento. Deve-se ter também um local separado para armazenar produtos não-comestíveis. - É necessário planejar o destino que vai ser dado aos efluentes da unidade de processamento, para evitar danos ao meio ambiente e manter a limpeza dos arredores.


50 Teto:

O teto deve ser construído e ou acabado de modo que impeça o acúmulo de sujeira, facilite a higienização, apresente resistência à umidade e vapores, e que possua vedação adequada.

Piso:

Nas áreas de manipulação de alimentos, os pisos devem ser de material resistente ao trânsito, impermeáveis, laváveis e antiderrapantes. Devem ser fáceis de limpar e não possuir frestas.

Paredes:

As paredes devem ser revestidas de materiais impermeáveis e laváveis e de cores claras, até uma altura mínima de 2 metros. Pode-se usar o azulejo, o laminado plástico ou pintura à base de epóxi (massa própria com aplicação em paredes em camadas monolítica de 2 a 3 mm de espessura). Devem ser lisas e sem frestas, fáceis de limpar e desinfetar.

Portas e janelas:

As janelas e outras aberturas devem ser construídas de maneira a se evitar o acúmulo de sujeira. Aquelas que se comunicam com o exterior devem ser providas de telas como proteção antipragas.

Vestiários e banheiros:

Vestiários e banheiros de uso dos funcionários devem estar completamente separados das áreas de processamento, de embalagem e de armazenamento.

Iluminação:

O local de processamento de alimentos deve ser bem iluminado para que o trabalho se desenvolva com rapidez e precisão.

Ventilação:

As áreas de produção devem ser bem ventiladas, especialmente aqueles locais com equipamentos que produzam excessivo calor ou vapor no ambiente, a fim de evitar a condensação de vapor d’água e a consequente profileração do mofo nas partes altas, o que poderá contaminar os produtos.

Instalações elétricas:

A rede elétrica deverá ser bem dimensionada e com todas as proteções necessárias. Para evitar acidentes, sempre usar os sistemas de aterramento de todos os equipamentos.

Suprimento de água:

As áreas de produção devem dispor de abundante suprimento de água potável. Para garantir a qualidade da água, armazená-la em reservatório limpo e vedado.

Controle de pragas:

A presença de insetos, roedores, pássaros, cães e gatos é altamente indesejável na indústria de alimentos. Esses animais constituem fonte de contaminação quando em contato com as áreas de processamento, de embalagem ou de armazenamento e representam riscos à saúde do homem, à segurança e à qualidade de alimentos. O controle desses animais é denominado controle de pragas, e deve ser executado com cuidado por profissionais e empresas especializadas, devidamente credenciadas e registradas nos órgãos de saúde. Também os produtos utilizados devem ser registrados.

QUANTO AOS EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS:

Os equipamentos e utensílios devem ser de uso exclusivo da unidade processamento e devem: - Ser de fácil limpeza, com superfícies lisas; - Estar em bom estado de conservação e de funcionamento; - Estar localizado de acordo para facilitar o fluxo de processamento e a sua completa higienização; - Manter distância mínima de 30 cm do piso e 60 cm das paredes e entre si; - Ser em número adequado à atividade que está sendo desenvolvida. Deve ser feita a correta higienização das instalações e de todos os materiais utilizados durante o processamento de alimentos, no ínicio e no fim do processo, a fim de que todos os resíduos de alimentos sejam completamente eliminados e que o alimento processado saia da unidade de processamento em perfeitas condições higiênico-sanitárias.


51 Procedimentos de Limpeza e Sanitização a) Ambiente / Instalações Local

Frequência Produto

Procedimentos

Bancadas, Diária Detergente neutro e hipoclorito de pisos e ralos sódio a 220 ppm de cloro ativo(*)

Retirada completa dos resíduos com água corrente, com auxílio de mangueira e detergente neutro. Banho com solução de hipoclorito de sódio.

Paredes Semanal Detergente neutro e hipoclorito de sódio a 220 ppm de cloro ativo(*) Tubulações Bimestral Detergente neutro e hipoclorito de externas sódio a 220 ppm de cloro ativo(*)

Lavagem com detergente neutro com auxílio de bucha. Enxágue com água corrente. Banho com solução de hipoclorito de sódio. Secagem natural.

Luminárias Bimestral Detergente neutro e hipoclorito de sódio a 220 ppm de cloro ativo(*)

Certificar-se da inexistência de fios expostos. Limpeza com pano umedecido em detergente neutro. Sanitização com pano umedecido em solução de hipoclorito de sódio.

Portas e Mensal janelas

Limpeza com pano umedecido em detergente neutro. Sanitização com pano umedecido em solução de hipoclorito de sódio.

Detergente neutro e hipoclorito de sódio a 220 ppm de cloro ativo(*)

Lavagem com detergente neutro, com auxílio de escova Enxague com água corrente com auxílio de mangueira. Banho com solução de hipoclorito de sódio. Secagem natural.

B) utensílios / equipamentos Local

Frequência

Produto

Procedimentos

F ogão

Diária, após o uso e semanal

Detergente neutro e desincrustante

Partes externas: raspagem das incrustações; aplicação de detergente neutro e desincrustante, se necessário; enxágue e secagem semanal

Queimadores e grelhas – desmonte as peças móveis e coloque de molho numa solução de água morna com produto desincrustante por 30min; retire as incrustações com esponja e espátula; enxágue e secar.

Tachos de cobre Diária, um pouco Detergente neutro, antes do uso limão e sal

Lavagem com água, detergente neutro e esponja; passar limão e sal para manter a superfície bem brilhante e sem depósito da camada verde de hidrocarboneto de cobre (azinhavre ou zinabre), que se forma nos tachos expostos ao ar e à umidade; enxágue em água corrente e secagem com calor.

Tachos e panelas Diária, antes e de alumínio, após o uso mesas, bancadas

Detergente neutro e hipoclorito de sódio a a 200 ppm de cloro ativo (*)

Lavagem com água e detergente neutro com o auxílio de bucha; enxágue com água corrente, de preferência quente; pulverização de solução de hipoclorito de sódio ou banho com solução hipoclorito de sódio; secagem natural.

Peneiras, ralos, Diária, antes e facas, colheres, pás, etc...

Detergente neutro e hipoclorito de sódio a 200 ppm de cloro ativo (*)

Lavagem com água e detergente neutro com o auxílio de bucha; enxágue com água corrente, de preferência quente; pulverização de solução de hipoclorito de sódio ou banho com solução hipoclorito de sódio; secagem natural.

Caixas de Diária, após polietileno o uso

Detergente neutro e Lavagem de caixas com detergente neutro com auxílio de bucha; hipoclorito de sódio enxágue em água corrente; pulverização de solução de a 200 ppm de cloro hipoclorito de sódio. ativo (*)


52 C) sanitário e recipientes de lixo Local

Frequência

Produto

Procedimento

Sanitário Diária, conforme Detergente neutro e a necessidade hipoclorito de sódio a 200ppm de cloro ativo (*)

Retirada do lixo, retirada dos resíduos; lavagem com detergente neutro, inclusive o vaso sanitário; enxágue com água corrente; banho de hipoclorito de sódio; ação por 10 minutos; remoção do excesso de solução natural; pulverização de solução de hipoclorito de sódio dentro dos vasos sanitários; abastecimento dos toalheiros com papel toalha; abastecimento das saboneteiras com sabonete líquido e produto antisséptico

Recipientes Diária, no ínicio Sacos de plástico; de lixo de cada turno detergente neutro e e semanal hipoclorito de sódio a 200ppm de cloro ativo (*)

Manutenção dos recipientes para lixo, com sacos plásticos resistentes no seu interior e devidamente tampados; não permitir que os sacos fiquem muito cheios, para possibilitar que sejam amarrados; a coleta de lixo deve ser diária. Higienização: remoção dos resíduos; lavagem com detergente neutro, com auxílio de escova; enxágue com água corrente; banho com solução de hipoclorito de sódio; ação por 10 minutos; secagem.

(*) Orientação para o preparo da solução de hipoclorito de sódio para a sanificação: preparar a solução de hipoclorito de sódio pouco antes do uso; é recomendado o uso de luvas para o seu manuseio; manter a embalagem do produto sempre fechada. Para o preparo da solução, usar 2 ml de hipoclorito de sódio a 10 % de cloro ativo para cada litro de água. Local

Frequência

Produto

Procedimentos

Depósito de água

Após o término da construção ou de qualquer reparo.

Solução de cloro: cada 05 litros de água, 01 litro de água sanitária, com 2,5% de cloro.

Semestralmente

02 litros de hipoclorito de sódio para cada 1000 litros de água.

Técnica n° 1: Esvazie o depósito; escove as paredes, o fundo do reservatório e a parte da tampa com uma escova limpa; enxágue bem; faça a desinfecção com solução de cloro. Deixe agir durante 30 minutos; enxágue bem; deixe a água escoar pela tubulação; encha novamente o reservatório. Técnica n° 2: Esvazie o depósito; escove as paredes, o fundo do reservatório e a parte da tampa com uma escova limpa; enxágue bem; faça a desinfecção com hipoclorito de sódio; espere 1 hora e em seguida abra as torneiras para esgotar o reservatório. Como esta água contém alta dosagem de cloro, não poderá ser bebida.·

Sempre que houver suspeita de contaminação

Estando o reservatório desinfetado, encha-o novamente.


53 MATÉRIA-PRIMA Dentre os requisitos das Boas Práticas de Fabricação, está a qualidade de matéria-prima utilizada, que tem uma grande influência na qualidade do produto final. A matéria-prima deve ser produzida seguindo as Boas Práticas de Produção. Deve ser transportada e armazenada também de forma adequada, até o momento de utilização. A matéria-prima deve apresentar condições higiênico-sanitárias próprias para o consumo.

PROCEDIMENTO DE PRODUÇÃO Os procedimentos de produção, ou seja, as tecnologias utilizadas devem ser adequadas à capacidade e às condições do equipamentos e instalações. É importante seguir o fluxo de processamento recomendado, para facilitar o trabalho, o acompanhamento e o controle de pontos importantes do processamento. Respeitar as particularidades de cada tecnologia trabalhada.

INFORMAÇÕES AO CONSUMIDOR O rótulo é a identificação do produto e deve conter todas informações que o consumidor precisa saber quanto à composição do produto, à forma de utilização, à manutenção do produto, dentre outras informações. O fabricante deve colocar no rótulo um telefone para contato, pois por meio desse mecanismo poderá conhecer melhor a situação do seu produto no mercado e atender a eventuais reclamações. O fabricante precisa conhecer a legislação específica à rotulagem de alimentos.

ARMANEZAMENTO E TRANSPORTE O local e a forma de armazenagem dos produtos fabricados têm também uma grande importância, pois pode acontecer de se ter todos os cuidados durante o processamento, porém a armazenagem inadequada pode colocar tudo a perder. Por isso é necessário seguir as recomendações para armazenagem de cada tipo de produto. Em caso de se usar estrados ou prateleiras, deixá-los afastados da parede para facilitar a limpeza e a circulação de ar. Os produtos devem ser organizados de modo que aqueles produzidos primeiro fiquem na frente, assim serão os primeiros a serem comercializados. O transporte deve ser em veículo adequado às condições do produto transportado.


54 GLOSSÁRIO Abscesso: Cavidade com pus. Aclimatação: Maneira pela qual um animal ou planta se adapta a mudança no seu meio ambiente. Adstringente: Que produz constrição, relativo a, ou aquilo que causa contração ou sensação de repuxamento na pele ou em outro tecido orgânico. Afecção: Alteração da saúde. Perturbação patológica localizada em determinado órgão. Doença, enfermidade. Afonia: Perda de voz parcial ou total. Afrodisíaco: Estimulante das funções sexuais. Alcoolatura: Tintura a partir de material fresco; produto obtido do processo em que consiste a maceração de uma planta no álcool. Alicina: Responsável pelo odor característico de alho. Analgésica: Que suprime a dor, que paralisa, anestésica. Anemia: Fraqueza (diminuição da hemoglobina). Anorexia: Redução ou perda de apetite para alimentos. Ansiolítica: Que combate a ansiedade; tranqüilizante. Anti-hemorrágico: Faz estancar a hemorragia. Anti-hemorroidal: Combate hemorróidas. Anti-hipertensiva: Que faz reduzir a pressão arterial. Antiácido: Combate a acidez gástrica. Antiarréico: Combate a diarréia, a eliminação de fezes líquidas. Antiemético: Substância que evita o vômito. Antiespasmódico: Substância que evita ou alivia espasmos e contração súbitas. Antifebril: Que combate a febre. Antimicrobiana: Que combate micróbios. Antinevrálgico: Combate a nevralgia (dor aguda provocada por lesões de um nervo) e suas manifestações. Antisséptico: Desinfetante. Antitérmico: Que reduz a temperatura corporal. Arteriosclerose: Doença degenerativa que causa o endurecimento das paredes das artérias. Artrite: Inflamação dolorosa das juntas. Antioxidante: Qualquer classe de composto que se adiciona a outras substâncias para retardar a oxidação, a determinação e rancificação. Bálsamo: Aromático e reconfortante. Béquico: Combate a tosse. Bulbo: Órgão vegetal formado por um caule subterrâneo, com numerosas folhas muito unidas e carnudas, cheias de reservas nutritivas e que permite às plantas renovar anualmente suas partes aéreas. Carcinogênico: Que produz câncer. Cardiotônico: Que fortalece o coração. Carminativa: Que faz eliminar gases. Cataplasma: Pasta medicamentosa aplicada, entre dois panos, a uma parte do corpo dorida ou inflamada; afetada. Cefaléia: Dor de cabeça. Cirrose: Alteração degenerativa com proliferação, promovendo endurecimento de um órgão como o fígado. Cistite: Inflamação da bexiga urinária. Colesterol: Elemento componente da gordura animal. Colite: Inflamação do intestino grosso. Compressa: Chumaço de gaze ou outro material usado para fazer compressão sobre qualquer parte do corpo. As vezes pode conter medicamento, ou proporcionar apenas calor.


55 Constipação: Prisão de ventre. Resfriado, gripe, gripe comum. Depurativo: Que limpa purifica. Dermatose: Doença de pele. Desmineralizar: Retirar ou perder sais minerais do organismo. Diabete: Aumento do açúcar no sangue. Diurético: Ajuda a eliminação da urina. Dismenorréia: Menstruação difícil e dolorosa (cólicas) Diurética: Aumenta a diurese (ou secreção urinária), quantidade de urina. Eczema: Crosta na pele. Emenagogo: Restabelece o fluxo menstrual; provoca a menstruação. Emética: Que provoca vômitos. Emoliente: Que abranda uma inflamação. Emplasto: Medicamento para uso externo, que contém substância que amolece ao calor do corpo, e a este adere. Encefalite: Inflamação no cérebro (dor de cabeça). Entouceirada: Com tronco múltiplo, possibilitando alta produtividade. Erisipela: Inflamação de pele com vermelhão e febre. Escara: Crosta proveniente de modificação de tecidos, produzidos por gangrena ou cautério. Escorbuto: Falha de vitamina C (que causa hemorragia, principalmente na gengiva). Espasmolítico: Que tem capacidade ou tendência para aliviar, acalmar espasmo e contração súbita. Espasmos: Distúrbio motor dependente de irritação sobre qualquer ponto caracterizado por concentração involuntária violenta de um músculo ou grupo de músculos. Estomáquica: Relativo ao estômago. Estomatite: Inflamação da mucosa da boca. Estrogênio: Nome genérico de certos hormônios femininos; que estimula a função ovariana. Expectorante: Que facilita a saída das secreções das vias respiratórias. Febrífuga: Que combate a febre. Flatulento: Que acumula gases. Flebite: Inflamação nas veias. Fotossensibilidade: Sensibilidade às radiações luminosas. Gastrite: Inflamação do estômago. Gengivite: Inflamação das gengivas. Gota: Circulação anormal do sangue provocada pelo ácido úrico causando fortes dores no corpo (reumatismo). Hematomas: Vazamento do sangue que forma mancha ou tumor. Hemorróidas: Varizes na veia do ânus. Hepático: Que se refere ao fígado. Hepatite: Inflamação do fígado. Hepato protetor: Estimula e protege as funções do fígado. Hipoglicemiante: Que diminui a quantidade de glicose no sangue. Hipotensor: Reduz a pressão arterial. Impingem: Doenças da pele que forma erupção Micose: Doença de pele causada por fungo. Nefrite: Inflamação do rim. Neurastenia: Popular mau humor; doença mental caracterizado por fraqueza física, grande irritabilidade, dor de cabeça, e alteração do sono. Oftalmia: Inflamação do globo ocular.


56 Panarícios: Tumor inflamatório, na ponta dos dedos ou na raiz das unhas. Pólipos: Pequeno crescimento de células internamente (tipo verrugas) Prurido: Coceira, comichão. Psoríase: Doenças de pele que se manifesta por escamações. Purgativo: Que purifica, que limpa. Raquitismo: Definhamento, fraqueza. Renite: Inflamação na mucosa nasal. Reumatismo: Inflamação dolorosa nos músculos e articulações. Rizoma: Caule subterrâneo que cresce horizontalmente, ramificando-se para dar origem a novas plantas; ocorre, por exemplo, no bambus, no gengibre, na cana. Sedativa: Que seda ou acalma; calmante. Sonífero: Que produz sono. Tônico: Revigora e estimula o organismo debilitado. Toxina: Substância produzida por bactérias, que perturba funções orgânicas. Umectante: Que umedece ou dilui.

BIBLIOGRAFIA - BRAGANÇA, Maria da Graça. Boas práticas de fabricação para o processamento artesanal de alimentos. Belo Horizonte. EMATER-MG, 2001. - BRANCO, Verônica B. Saúde e qualidade de vida. Editora Paulinas. São Paulo, 2004. - BURG, Inês C.; MAYER, Paulo H. Manual de Alternativas Ecológicas para Prevenção de Pragas e Doenças. Francisco Beltrão, PR. Editora Grafit, 1999. - CASTRO, Luiz Osório de; CHEMALE, Vera M. Manual de identificação e cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Porto Alegre, 1993. - CENTRO ECOLÓGICO. Agricultura Ecológica, princípios básicos. 2005. - CORREA Jr, Cirino; MING, L.C; SCHEFFER, M. C. Cultivo de Plantas Medicinais Condimentares e Aromáticas. Curitiba, EMATER-PR, 1991. - FRANCO, Ivanir J.; FONTANA, Vilson L. Ervas e Plantas. Editora Edelbra. RS, 2005. - FRÓES, Vera; ROCHA, Antônio. Alquimia Vegetal: Como fazer sua farmácia caseira. Editora Nova Era. RJ, 2000. - LOPES, Amélia M. V. Plantas usadas na medicina popular do RS. Editora da UFSM. Santa Maria,1997. - LORENZI, H. Plantas Medicinais do Brasil: nativas e exóticas e cultivadas. Editora Plantarum. Nova Odessa, SP, 2002. - PROJETO PLANTAS VIVAS. Fórum pela Vida. Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. 1999. - REVISTA NATUREZA. Edição especial “Ervas e temperos”. Editora Europa, 1997. - RUDDER, Maury C. de. Guia Compacto das Plantas Medicinais. Editora Rideel. São Paulo, 2002. - SIMÕES. C.M.D. Plantas dA Medicina Popular do Rio Grande do Sul. Editora da UFRGS. Porto Alegre, 1988. - VIDAL, Eunice L. Saúde com Sabor. Casa Publicadora Brasileira. Tatuí, SP, 2003. - ZATTA, Irmã Maria. A farmácia da natureza. Editora Paulinas. São Paulo, 2007. - ZURLO, Cida. As Ervas comestíveis: descrição, ilustração e receitas. Editora Globo. São Paulo, 1990.


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