Júlia, nos campos conflagrados do Senhor — B. Kucinski

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25 epílogo

Júlia consegue os telefones da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos e do grupo Tortura Nunca Mais. Indaga se Maria do Rosário consta de alguma lista de mortos e desaparecidos políticos. Dizem que não. Pergunta se estavam montando algum banco de DNA, para identificar despojos quando fossem localizados. Dizem que sim. — Eu quero registrar o desaparecimento de minha mãe, Maria do Rosário, doar meu DNA para esse banco de dados, como é que eu faço? Dois dias depois Júlia retorna ao apartamento da jornalista. No que a porta se abre, vai direto à cozinha, sem pedir licença. Prepara café, volta com a cafeteira fumegante, serve e já sentada ordena à jornalista, atônita: — Agora me conte, me conte tudo; tudo, tudo, tudo. Como foi que minha mãe foi presa? O que aconteceu depois? Como ela foi morta? Quero saber tudo. A jornalista prova do café em silêncio. Parece contrafeita. Depois de um longo minuto diz: — É difícil falar essas coisas, é difícil até de acreditar... Eles arrancavam tudo o que podiam dos presos,


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