Figueira estadualização

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NÓS ACREDITAMOS! DEMOCRATA ENFRENTA O SOCIAL NO DOMINGO, DE OLHO EM MONTES CLAROS X UBERLÂNDIA. Página 12

O tempo no feriadão da Semana Santa será com sol entre nuvens, e muita chuva na sexta-feira, segundo previsão do site Climatempo. Temperatura:

32o MÁXIMA

ANO 1 NÚMERO 4

22o

www.figueira.jor.br

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 17 A 20 ABRIL DE 2014

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

Facebook / Figueira Twitter: @jornalfigueira

EXEMPLAR: R$ 1,00 Leonardo Morais

Estadualização da Univale

Cursos gratuitos para estudantes, segurança salarial e de carreira para professores, indução do desenvolvimento regional: a estadualização é a saída para a Univale? Páginas 6 e 7

Ombudsman

O Figueira é um hebdomadário Calma. Não se trata de palavrão, nem de mais um ataque a este Figueira. O ombudsman do Figueira (ombudsman é o nome do profissional que critica o jornal) explica em sua coluna o significado da palavra hebdomadário, depois de voltar no tempo e ir até a redação de O Pasquim. Pág. 8

Prêmio ODM

Escola de Tempo Integral de GV ganha prêmio nacional A Escola de Tempo Integral de Valadares ganhou o Prêmio ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU). Este prêmio será entregue à prefeita Elisa Costa no dia 23 de maio, em Brasília, pela presidenta Dilma Roussef. A avaliação da ETI foi feita em 2013, por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e de Ministérios, que visitaram aleatoriamente algumas escolas da rede municipal. Pág. 5

Se um médico só pensa em dinheiro, o povo está perdido. Se um médico não quer tocar um paciente porque ele é pobre, ou é negro, ou está sujo, se prefere ficar de longe, como um ser superior, não será possível levar saúde para o povo. O pensamento acima é do Dr. Norland Salinas Nuñez, 34 anos, médico, cubano, formado na Faculdade de Ciências Médica Sancti Espirutus, em Cuba, um dos 14 profissionais médicos cubanos que estão em Governador Valadares, pelo Programa Mais Médicos. Extremamente simpático, atencioso e educado, ele conversou com este Figueira sobre o Programa Mais Médicos e o dever do médico no exercício de sua profissão. Página 9

Fábio Moura

DELÍCIA DE PÁSCOA! Comércio está otimista com as vendas

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OPINIÃO 2

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril 2014

Editorial

Tim Filho

O Novo Pioneirismo Na edição passada, declaramos como este Figueira fará o acompanhamento à Câmara de Vereadores, dando transparência a tudo o que nos parecer de interesse dos contribuintes, dos cidadãos. Os ingleses, que têm o Parlamento mais antigo do mundo, fazem valer juízo duro sobre os políticos, exigindo até da rainha o que cantam no hino nacional: “May she defend our laws/And ever give us cause/To sing with heart and voice/God save the Queen.” Parodiando os ingleses, queremos muito que os vereadores nos deem bons motivos para reconhecermos o trabalho deles. Nesta edição, declaramos o que será prioritário na fiscalização e no monitoramento das atividades do Executivo Municipal. A primeira vez em que o povo brasileiro entendeu que a vida do país também podia ser planejada, com grandes vantagens para a população, foi com o Plano de Metas do presidente Juscelino Kubitscheck: energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação. Sob esses cinco eixos, trinta e uma metas foram fixadas para os cinco anos de governo. As metas foram traduzidas para o povo, de modo que qualquer um podia conferir o que estava sendo feito pelo governo, do que decorreu a percepção popular de que Juscelino fez 50 anos em 5. Na audiência pública sobre os 50 anos do golpe, um servidor da Câmara alegou que os militares construíram Itaipu e isso bastava para reconhecer a eficiência deles. Ora, só a ignorância permite louvar Itaipu e desconhecer Furnas, criação do nosso período mais democrático até aquela época, sob a liderança de Juscelino. É do Sistema Furnas até hoje mais de 40% da energia consumida no Brasil e ela sozinha abastece a 81% do PIB do país. As obras construídas em períodos democráticos têm esse viés: ter funcionalidade para a população. Não há nada que pareça grandioso do período da ditadura que a nossa democracia não tenha feito mais e melhor. Uma vez eleita e reeleita, a prefeita Elisa Costa fez evoluir para um Plano de Metas o seu plano de governo, elaborado a centenas de mãos para o embate eleitoral. É comum que os membros dos escalões superiores do governo saibam o Plano de cor, dado o nível de exigência que a prefeita faz das responsabilidades de cada um. O Plano de Metas não resolve os buracos de rua, não retira os camelôs das calçadas, não nos livra dos entulhos de construção lançados em todos os cantos, não resolve iluminação de áreas degradadas da cidade - tudo o que incomoda demais aos cidadãos e deve orientar os serviços da Zeladoria da Cidade. Mas, o Plano de Metas pode fazer a refundação da cidade, criar condições para a cidade romper a estagnação econômica dos últimos 50 anos que resulta das escolhas erradas que a liderança política e empresarial de Valadares fez em 64. Este Figueira estará atento também ao buraco de rua e indicará onde a falta da poda de árvores está a impedir a visualização do Olho Vivo, a câmera de segurança. Porém, a prioridade da fiscalização ao Executivo se dará na agenda que denominamos Novo Pioneirismo: o Plano de Metas ousado, que se for cumprido na totalidade, tornará Valadares uma cidade melhor para seus residentes e muito atrativa para negócios, para empreendimentos. A conferir: I. Habitação e Desfavelização 1. Erradicar as situações de famílias em áreas de risco geológico - eram mais de 1.600 no início do governo; 2. Zerar o déficit habitacional, que em 2009 era de 7 mil moradias. Segundo dados da Caixa Econômica Federal, 2.008 moradias já foram entregues ou estão prontas para entrega, 2.173 estão em construção, 1.986 estão com projetos em análise, totalizando 6.167 moradias para famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos, tudo pelo Programa Minha Casa Minha Vida; 3. Atender a demanda por moradia da nova classe trabalhadora, com renda familiar entre 4 e 6 salários mínimos. Segundo a Caixa, em quatro anos já foram entregues 3.411 unidades residenciais novas do MCMV para a população nessa faixa de renda. II. Educação 4. A universalização da matrícula na educação infantil, agora obrigatória, pela Constituição Federal, para crianças de 4 e 5 anos de idade - ainda há mais de mil crianças nessa idade, fora da escola; 5. A consolidação da escola de tempo integral - há quase 22 mil crianças matriculadas em escolas municipais na cidade e no campo, mas o censo de 2010 indicou pelo menos 700 crianças na idade do ensino fundamental ainda fora da escola em Valadares. É tarefa do governo municipal integrar as suas ações, colocar as equipes das escolas para fazer busca ativa, localizar e incluir essas crianças; 6. A educação universitária pública para a juventude - o Campus da UFJF, o Campus do IFMG e o pólo da Universidade Aberta do Brasil já somam mais de 4 mil matrículas, mas são estruturas em construção, tanto o parque físico quanto a oferta de cursos atraentes e oportunidades de trabalho. A Universidade Federal constrói o seu campus em uma área de um milhão de metros quadrados, que tem as condições para atrair a expansão da cidade para aquela região; III. Saúde 7. A cobertura da Estratégia de Saúde da Família para 70% da população, como estabelece o Ministério da Saúde. Atualmente, a cobertura é de 54%,mas a chegada de 60 profissionais do programa Mais Médicos pode alterar a situação; 8. Reduzir para um dígito a mortalidade infantil - hoje ainda em 14 mortes para mil nascimentos; IV. Meio Ambiente e Saneamento 9. 100% de esgoto tratado - hoje 100% do esgoto é coletado e as estações de tratamento, uma está em construção e a outra por começar. Há empresas que nem aceitam conversar sobre investir em cidades que não tratam o esgoto; 10. O Parque Natural Municipal, maior e mais importante espaço público de lazer - mais de meio milhão de metros quadrados (a Ilha dos Araújos tem quase um milhão de metros quadrados, para comparação); 11. Construção do Aterro Sanitário; V. Infraestrutura 12. Plano de Mobilidade Urbana, para fazer o trânsito fluir e para privilegiar o transporte coletivo e 13. Drenagem do Centro da Cidade. Além do Plano de Metas, acompanharemos também os compromissos firmados pelo governo municipal com a União, para permitir logística de integração - duplicação da BR 381, duplicação da BR 116 nos 7 quilômetros de passagem urbana, instalação e pavimentação da alça da BR 259 na continuidade da Avenida Minas Gerais, o novo terminal do aeroporto municipal agora classificado como médio-grande. Por esta balança faremos o monitoramento e mediremos as ações da prefeita, a eficiência do governo, a aplicação dos recursos públicos. Será a nossa medida também dos impactos na vida social. Principalmente na evolução da taxa de desemprego, que persiste em Valadares sendo o dobro do índice verificado no país, e na mudança da cultura da violência banal, que já resulta em mais de 40 assassinatos nos primeiros 100 dias deste ano, fora as dezenas de agressões que evoluiram para óbito não contabilizado pelas polícias.

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira Ltda. Av. Minas Gerais, 700/601 - Centro - CEP 35.010151 Governador Valadares - MG - Telefone (33) 3277.9491 - E-mail redacao.figueira@gmail.com Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Áurea Nardely de M. Borges MG 02464 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor Jurídico Schinyder Exupéry Cardozo

Conselho Editorial Áurea Nardely de Magalhães Borges Edvaldo Soares dos Santos Jaider Batista da Silva Lúcia Alves Fraga Luiz Eduardo Souza Regina Cele Castro Alves Sander Neves Silvia Perim Sueli Siqueira Maria Terezinha Bretas Vilarino Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Depois de trair Jesus, Judas se enforcou em uma figueira

Parlatório

O Restaurante Popular é uma política de segurança alimentar ainda válida?

A importância do funcionamento do Restaurante Popular SIM

Cida Pereira

O modo de vida nas médias e grandes cidades tem gerado um progressivo crescimento do número de pessoas que realizam suas refeições fora de casa, muitas vezes substituindo o almoço por um lanche rápido em bares e restaurantes. Na maioria das vezes, esse lanche não é suficiente para suprir adequadamente as necessidades nutricionais do indivíduo. Em função das restrições orçamentárias, parcela significativa dessas pessoas não tem acesso ao mercado tradicional de refeições prontas. Mas, na maioria das vezes, esses trabalhadores residem em áreas distantes de seus locais de trabalho, e, desta forma, o custo e o tempo necessário ao deslocamento os impedem de fazer suas refeições em casa, tendo como solução o almoço próximo ao seu local de trabalho. Por isso defendemos o pleno funcionamento do Restaurante Popular em nosso Município.

Espera-se, com ele, criar uma rede de proteção alimentar em áreas de grande circulação de pessoas que realizam refeições fora de casa, atendendo dessa maneira, os segmentos mais vulneráveis nutricionalmente.

O Programa Restaurante Popular é um dos programas integrados à rede de ações e programas do ‘Fome Zero’, política de inclusão social estabelecida em 2003. Espera-se, com ele, criar uma rede de proteção alimentar em áreas de grande circulação de pessoas que realizam refeições fora de casa, atendendo dessa maneira, os segmentos mais vulneráveis nutricionalmente. A Prefeitura Municipal de Governador Valadares, cumprindo sua responsabilidade no combate à fome, assinou convênio nº. 022/2004 com a União

representada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS, em conformidade com o “Programa Rede Solidária de Restaurantes Populares” mediante processo nº. 71000.005249/2004-91, objetivando a instituição do Restaurante Popular em Governador Valadares, sob a gestão terceirizada, sendo seu funcionamento desde 09 de abril de 2008. 1. Valor cobrado do usuário até fevereiro de 2014: 650 bandejões diários, a R$ 2,00 cada um, 600 marmitex diários, a R$ 2,50 cada um. Considerando que o contrato 026/08 celebrado entre o Município e a empresa Sá Pomaroli LTDA. vencedora do certame PAC 080/13 foi prorrogado até dia 19/02/2014, através da formalização do quinto termo aditivo ao contrato, foi deflagrado o processo licitatório visando a Contratação de empresa, do ramo de alimentação industrial, por um período de 12(doze) meses. Nova proposta: 700 bandejões diários R$ 3,00 550 marmitex diários R$ 3,50 A nova licitação foi marcada para o dia 19/03/2014, sendo impugnada por uma empresa concorrente, por apresentar valor inexeqüível. Nova licitação, marcada para o dia 08/04/2014, porém, foi cancelada por erros administrativos. Sendo assim, nova licitação foi marcada para o dia 25/04/2014, às 13h, no 3º andar do prédio da Prefeitura Municipal de Governador Valadares, ficando assim um convite para que as empresas do ramo venham participar deste processo.

Maria Aparecida Pereira Soares (Cida Pereira) é licenciada em História, pós-graduada em Educação Ambiental, secretária de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento do Município.

O Restaurante Popular não é mais uma política pública contra a fome NÃO

Tavares Ferreira Dias

Tenho acompanhado as discussões em torno do fechamento do Restaurante Popular, bem como as manifestações pedindo a sua reabertura. E foi acompanhando esta discussão que formei a minha opinião. Eu penso que este restaurante deve ser fechado, ou seja, ele já está fechado e não deve reabrir. Sendo a Prefeitura de Governador Valadares uma prefeitura do PT, é mais um motivo para que o restaurante não seja reaberto. O governo petista, desde os tempos do Presidente Lula, tem implantado uma série de políticas públicas para diminuir a pobreza e combater a fome no Brasil. O programa Bolsa Família é uma destas ações que aumentam a renda de muitas famílias. Então, pra quê serve esse restaurante? É algo já superado dentre as ações desenvolvidas pelo atual governo. Não o vejo como política pública para acabar com a fome. Ele é apenas uma alternativa para quem está na área central e quer almoçar. No entanto, a área central de Governador Valadares está cheia de restaurantes que servem comida a quilo ou vende marmitex por preços acessíveis. Ao manter o restaurante popular aberto, o governo acaba criando uma concorrência com a iniciativa privada, e para mim este não é o papel do governo municipal, nem de outro governo, seja ele estadual ou federal. Além disso, é bom lembrar que a Prefeitura tem enfrentado dificuldades para manter o Restaurante

Popular aberto. Durante as eleições municipais de 2012, fornecedores do Restaurante Popular foram à Câmara Municipal denunciar a falta de pagamento por parte da Prefeitura. Se o governo municipal encontra dificuldades para a gestão do restaurante, melhor fechar de uma vez por todas.

Então, pra quê serve esse restaurante? É algo já superado dentre as ações desenvolvidas pelo atual governo. Não o vejo como política pública para acabar com a fome.

Ouvi nos últimos dias algumas outras críticas feitos por amigos meus e que merecem ser consideradas, caso sejam verdadeiras. Umas dessas críticas era que o Restaurante Popular não compra produtos dos agricultores familiares que atuam em Governador Valadares. Se isso for verdade, aí está mais uma distorção para o funcionamento deste restaurante. Espero que o governo municipal avalie bem estas questão levantadas aqui, afinal, está claro que não há razões para manter o Restaurante Popular funcionando.

Tavares Ferreira Dias é representante comercial


CIDADANIA & POLÍTICA 3

Da Redação

Memória

Sacudindo a

Tenente Coronel Mário Simões do 6º Batalhão da PM e a defesa da Legalidade Neste Figueira, já tivemos a oportunidade de homenagear o destemido jornalista Carlos Olavo, que teve o seu jornal O Combate destruído por milícias armadas pelos fazendeiros de Valadares, no golpe de 64. Lembramos a dignidade do gráfico Jair Avelar, que viu o trabalho de toda a sua vida ser destruído pelas mesmas milícias. Resgatamos a história, registrada no DOPS de Belo Horizonte, do médico Carlos José Pereira, arrastado de seu consultório no 1º de abril de 64 e entregue ao aparato de repressão, acusado do “crime” de atender aos mais pobres, de fazer trabalho médico voluntário, de manter uma clínica popular. Esta edição é dedicada ao Tenente Coronel Mário Simões S. de Souza, comandante do Sexto Batalhão de Infantaria, como na época era denominado, a mais importante autoridade militar de Governador Valadares em 64. Carlos Olavo faz questão de descrever o Coronel Mário Simões: “um homem de conduta moral ilibada, sincero e muito correto”. Por este motivo, Carlos Olavo entregou a ele as chaves do jornal O Combate. Sob a proteção dos homens do 6º Batalhão, Carlos Olavo, o sindicalista Chicão e suas famílias foram levados para Belo Horizonte, para longe da fúria dos fazendeiros. A Comissão Parlamentar de Inquérito que foi instalada na Assembleia Legislativa de Minas, e funcionou nos meses seguintes ao golpe, reconheceu o papel estratégico exercido pelo Tenente Coronel Mário Simões, na proteção a pessoas ameaçadas em Valadares, na redução das tensões, na contenção de muitos grupos exaltados dos fazendeiros armados.

Como as Polícias foram humilhadas, apequenadas e subjugadas pela Ditadura O governo autoritário, desenvolvido a partir do golpe de 64, decidiu fundir em cada Estado a Guarda Civil e a Força Pública, criando as Polícias Militares. Pelo Decreto 667/69, atribuiu ao Exército o controle e a supervisão dessas polícias militares estaduais, indicando generais de brigada da ativa para os cargos de inspetores dessas polícias. Sobre a centralização das polícias estaduais, o jurista Helio Bicudo aponta que “O governo militar, a partir do golpe de 1964, tratou de transformá-las em forças auxiliares do Exército, em obediência mesmo, repita-se, aos preceitos insertos na ideologia da segurança nacional.” Dessa forma, as polícias militares estaduais receberam treinamento para enfrentamento de atos considerados subversivos, inclusive atos de guerrilha. A polícia que deveria ter o foco na proteção dos cidadãos foi distorcida pela ditadura para suspeitar permanentemente e dirigir o seu aparato contra os cidadãos.

Cidadania GV Limpa. De cara limpa Com o slogan: EU FAÇO O MEU PAPEL, a Campanha GV Limpa foi retomada em março deste ano, com a aprovação da Lei nº 6.485, de 13 de fevereiro, que dispõe sobre a limpeza urbana, seus serviços e o manejo de resíduos sólidos urbanos no município e prevê multa para os infratores. E em audiência sobre a Lei, com empresários no auditório da Prefeitura, um deles reagiu com toda a honestidade ao ver mais de 300 fotos que mostravam o lixo nas calçadas do centro da cidade: “esse lixo é meu!”. E anunciou que reuniria os funcionários para corrigir o procedimento na sua loja. Ah, se cada um fizesse o seu papel...

Se cada um fizesse o seu papel I Móveis velhos e entulhos, na orla do Rio Doce, compõem um cenário cotidiano, assim como o lixo espalhado por moradores nas calçadas, no calçadão, ou diretamente jogado no rio. Todo tipo de descarte nos canais e córregos da cidade. E ninguém sabe onde anda a fiscalização...e a aplicação da multa. A Prefeitura “está fazendo o seu papel?”

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril de 2014

Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto

Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Fogo Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay Ditado popular espanhol, atribuído a Miguel de Cervantes, que escreveu Don Quijote, em 1605

Mais de meio milhão de metros quadrados de verde, de sossego, de construções leves e bonitas, integradas à mata na beira do Rio Doce e à Ibituruna. Três anos de paciente construção. Na primeira semana de novembro de 2013, a Câmara de Vereadores aprovou a criação do cargo de diretor para o Parque Natural Municipal. Foi selecionado o engenheiro florestal Mario Izumi Utino, egresso do IEF, que dirigiu o Parque Estadual do Rio Doce por 12 anos. Na semana que seguiu, foi aberto edital interno de oportunidades para servidores da Prefeitura que quisessem migrar

Irritadiços, os que produzem a matéria prima para a “indústria da multa” no trânsito são os que se revoltam contra ela. Muito contraditório, pois não? Para acabar com uma indústria basta acabar com a sua matéria prima, e, no caso da indústria da multa de trânsito, como dizem seus detratores, a matéria prima – a infração – anda em alta, em abundância em nossa cidade. Neste caso, sobram infratores, mas não falta fiscalização. Que assim seja, para o bem de todos e mais civilidade urbana!

Falta comunicação. Sobram vagas! Ainda tem quem duvida da existência de uma universidade federal em Valadares. E são muitos. Outros, não sabem sobre seus cursos, nem quando podem se candidatar a uma vaga neles. Acostumados ao movimento de estudantes durante o processo do vestibular, a cidade ainda não entendeu o ENEM/SISU processo usado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, entre tantas outras universidades federais do país para seleção de estudantes. A Universidade está a dever aos estudantes, pais, professores e donos de estabelecimentos de ensino da cidade mais e melhores explicações sobre o processo. Enquanto falta comunicação, sobram vagas nos cursos do campus Valadares. Uma pena!

Lula, em 8 de abril de 2014, falando a blogueiros sobre a possibilidade de uma candidatura sua ao Palácio do Planalto

Reprodução Editora Algar

para as 18 vagas abertas para compor a equipe do Parque. Tinha se tornado público, portanto, que o Parque estava saindo das mãos da VALE e sendo entregue à Prefeitura, para inauguração no aniversário da cidade. No 13 de novembro, caminhões da prefeitura carregaram mobiliário adquirido pela VALE, tudo novo, para compor os ambientes, do auditório à lanchonete, dos escritórios às estufas. Pronto: tinha diretor, equipe de guarda parques e demais servidores, mobiliário e equipamentos. No início da noite daquele 13 de novembro, fogo. Que destruiu toda a sede administrativa, construída ao preço de mais de 3 milhões de reais. Nada restou. A perícia da Polícia Civil, iniciada na manhã seguinte, tinha conclusão prevista em dez dias. De adiamento em adiamento, inclusive com férias do perito no meio, a perícia datada de 18 de dezembro de 2013 foi entregue em 20 de janeiro de 2014, mais de 2 meses depois do ocorrido. Mas, a conclusão da perícia é inconteste: o incêndio foi provocado.

Salários irregulares de médicos no Hospital Municipal

Multa, pra quem merece!

Eu já cumpri com minha tarefa, já me dou por realizado.

Apesar da Constituição Federal e do STF estabelecerem que nenhum servidor pode receber mais do que o vencimento da maior autoridade na esfera pública em que trabalha - no caso a Prefeitura e o vencimento de quase 13 mil reais da prefeita - em cada um dos últimos três meses chegaram a 60 os médicos que ultrapassaram esse teto, vários deles com vencimentos acima de 40 mil reais. O Hospital Municipal tem um pouco mais de 200 profissionais médicos em seu quadro funcional. Entre autoatribuição de plantões, compadrios e negociações que fariam corar qualquer cidadão, esses 60 médicos conseguem fazer que o piso salarial de 4.277 reais por 24 horas semanais seja multiplicado quase infinitamente. Faltariam horas no dia para cumprirem as horas que resultam nos tais vencimentos, além de trabalharem em outros hospitais e clínicas particulares. Nada explica tais vencimentos não estarem estampados no Portal da Transparência da Prefeitura, conforme exige a Lei de Acesso à Informação. A persistir o descumprimento da LAI, este Figueira publicará, de fontes seguras entre colegas médicos no Hospital, os vencimentos abusivos. Com a palavra, o diretor do hospital, a nova secretária de Saúde, o conselho municipal de Saúde e o Ministério Público. E o cidadão comum, o contribuinte, que paga pela farra.

Hipocrisia, não! Nunca antes na história desse país, as instituições se desnudaram tanto. Hoje não é diferente de ontem, apenas, dada a visibilidade compulsória dos novos tempos, fica impossível manter a farsa que as mantinham inatacáveis. É preferível assim. Mesmo que o mundo real seja doído, dói menos que a hipocrisia.

Município pode levar SEMOV e Serviços Urbanos para o Bairro São Pedro Em um processo iniciado no governo do prefeito Fassarela e encerrado com o registro definitivo em nome do Município de Governador Valadares, em fevereiro deste ano, o patrimônio da antiga Camig - Companhia Agrícola de Minas Gerais foi adquirido pela Prefeitura. O imóvel, conhecido como Camig, havia sido transferido para a Comig - Companhia Mineradora de Minas Gerais e desta para o Município. Situa-se na Rua Israel Pinheiro, com fundos para o Rio Doce, ao final do Bairro São Pedro e início do Bairro Universitário. Tem 25.312 metros quadrados de terreno e 7 mil metros quadrados de galpões construídos. Em anos de abandono, o imóvel sofreu ocupações irregulares por empresários. Todos os responsáveis pelas ocupações irregulares já foram notificados pela Fiscalização de Posturas da Prefeitura quanto à situação e tiveram os prazos esgotados para deixarem o local. A Prefeitura fará nova abordagem aos ocupantes, mas já recorreu à Justiça para assegurar a remoção por meio da reintegração de posse. A comunidade deixa de ter um imóvel em situação de abandono, a gerar insegurança, e a Prefeitura passa a ter um espaço para alocar órgãos públicos municipais que hoje estão em imóveis alugados.

E os tucanos roubam há tanto tempo que os crimes estão todos prescritos! José Simão, FSP, 9 de abril de 2014

Se cada um fizesse o seu papel II O centro da cidade é varrido todos os dias, em alguns pontos do comércio a Prefeitura varre duas vezes ao dia – papel da Prefeitura; e está frequentemente sujo – você está fazendo o seu papel? Andar pela Avenida Minas Gerais e adjacências chega a ser um ato de coragem. Além das calçadas tomadas pelo comércio informal (a prefeitura está fazendo o papel dela?) é grande a sujeira deixada por lojistas e camelôs – e você, está fazendo o seu papel? Sobram lixo, entulhos e falta de educação. Faltam fiscalização e punição aos infratores.

Uma indústria move a outra Segundo a FIEMG local, a indústria da confecção teve de se reorganizar e se consorciar para atender à demanda de uniformes para os trabalhadores da construção civil, o que mostra o impacto das obras públicas e de programas como o Minha Casa Minha Vida em Valadares.

Mais almoço para uns, mais escola para outros O cumprimento do horário de almoço dos professores e do pessoal administrativo na rede municipal pode assegurar tempo de permanência das crianças na escola até as 16 horas, uma hora a mais do que hoje, facilitando a vida de trabalho das mães e dos pais. Trata-se de organizar em favor das crianças, e ainda evita-se o passivo trabalhista com os professores e o pessoal administrativo.


METROPOLITANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril 2014

Em meio ao corre-corre diário, um encontro com Deus Enquanto muitas pessoas passam apressadas pela área central da cidade, outras professam sua fé na Capelinha da Minas Gerais, que segundo o padre Francisco Vidal, “é um oásis para as pessoas de fé”. Outro oásis próximo dali é a Igreja Internacional da Graça de Deus, aberta diariamente de 8h às 20h Quem passa pela avenida Minas Gerais, na área central de Governador Valadares, vê uma cena incomum, que contrasta com o corre-corre das pessoas nesta área financeira e comercial da cidade. Em meio às lojas e agências bancárias, está a Capela Sagrado Coração de Jesus, aberta diariamente e sempre bem frequentada por pessoas que param ali para rezar. A capela foi fundada em 2008, pelo Bispo da Diocese de Governador Valadares, Dom Werner Siebenbrock, que pediu ao paróco da Catedral de Santo Antônio que providenciasse uma capela no centro da cidade, próximo às lojas, para que as pessoas, mesmo em meio a correria do dia a dia, tivessem um local para renovar a sua fé. O pedido do bispo foi atendido e avenida Minas Gerais ganhou a capela, popularmente conhecida como “Capelinha da Minas Gerais”. O Padre Franscisco Vidal, pároco da Catedral de Santo Antônio, disse que a capela tem como intuito ser um oásis para as pessoas. “Ter uma capela em meio às lojas, bem no centro da cidade, onde as pessoas estão sempre com pressa, foi proposital. Esse espaço é um local sagrado, construído para que as pessoas possam entrar e fazer as suas orações, assistir missas, e voltar ao trabalho com a fé renovada”. A capelinha funciona das 7h da manhã às 20h30, de segunda a sexta-feira. Nas segundas e terçasfeiras acontecem, às 14h15, celebrações ministradas por lideranças da catedral. Nas quartas e quintas e sextas, também às 14h15, são celebradas missas. De acordo com o Pa-

Fábio Moura

Diariamente, cerca de 500 pessoas param na Capelinha da Minas Gerais para professar a sua fé, em meio à agitação do dia dre Vidal, a programação da Capela é de responsabilidade de lideranças da Catedral de Santo Antônio. “Nós temos lideranças que são responsáveis pela limpeza, pelas celebrações, tudo que envolve a capelinha é de nossa responsabilidade, pois ela pertence à nossa paróquia”. Padre Vidal diz que cerca de 500 pessoas passam pela Capelinha da Avenida Minas Gerais todos os dias. A aposentada Maria do Rosário é uma delas. “Todos os

dias eu venho aqui na capelinha fazer as minhas orações, agradecer a Deus pela minha vida e a vida dos meus familiares. Em meio a tanta correria, gente saindo do trabalho, gente entrando, a gente consegue encontrar um lugarzinho fresco para nos assentar, ouvir a palavra e ficar mais próximo de Deus”. Daniel Filho, vendedor, diz que todos os dias reserva alguns minutos do horário de almoço para ir à Capelinha fazer as suas orações.

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“Aqui é o paraíso. A gente se estressa muito no trabalho, a correria do dia a dia proporciona um desgaste físico e psicológico muito grande. Ter esta capela aqui, bem no centro da cidade, é maravilhoso”. Fechado e aberto A Catedral de Santo Antônio, ao contrário da Capelinha da Minas Gerais, não fica aberta durante o dia, mas os fiéis também podem

José Marcelo / De Brasília Divulgação

Quando anunciou a possibilidade de qualquer eleitor sugerir uma lei ao Senado, por meio do portal e-cidadania, a direção da Casa tinha certeza de que estava dando um duro golpe na queda de popularidade e melhorando a imagem do Senado e dos Senadores. Seria simples: um cidadão teria uma ideia de lei, entraria no portal, descreveria a sugestão e bastaria que ela recebesse 20 mil apoios no site para ser colocada em discussão. Aí vieram várias sugestões. E a primeira a receber o apoio de tanta gente foi a que permite a liberação da maconha para recreação e uso medicinal. Um senador das antigas, que adora uma piada, tá se divertindo e repete a todo instante que vê o presidente Renan Calheiros: “quem mandou?”

Justiça

Mas justiça seja feita, há boas ideias no e-cidadania. Só que a única que teve os 20 mil apoios, além da que trata da maconha, foi a que regulamenta o marketing de rede.

Sinal vermelho I

Pela primeira vez, desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu o mandato, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sente a ameaça real de perder o cargo. Mantega sabe que sempre sofreu resistência de aliados do Palácio do Planalto e de figurões do PT. Sabe que os medalhões do mercado financeiro nunca o viram com bons olhos, que os analistas sempre o criticaram, mas durante todo esse tempo ele estava ancorado pela preferência pessoal da presidente Dilma. O problema é que a manutenção do ministro passou a custar caro demais para a presidente.

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Notícias do Poder

E agora, fazer o quê?

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fazer suas orações na Capela do Santíssimo, que fica ao lado. Diferente da Capelinha da Minas Gerais, o templo da igreja Metodista Central passa a semana toda com as portas fechadas. Localizado na Rua Israel Pinheiro, em meio às muitas lojas e barracas de camelôs, o templo só abre no fim de semana, no sábado à noite e aos domingos. O pastor Lutero, responsável pela Metodista Central, disse que esta é uma tradição da igreja, porque muitos trabalhos pastorais acontecem nas casas dos fiéis. “Sempre foi assim. A igreja só abre nos fins de de semana. Mas, durante a semana acontecem as células, que são encontros proporcionados pela igreja na moradia dos fiéis”. A Igreja Internacional da Graça de Deus, também na Rua Israel Pinheiro, no centro de Governador Valadares, funciona das 8h às 20h todos os dias. A igreja promove cultos e atendimentos diários, inclusive aos finais de semana. A pastora Odileia Aparecida conta que os fiéis sentem-se mais à vontade com a igreja funcionando durante todo o dia. “Todo mundo gosta muito de poder vir a igreja a qualquer horário do dia, fazer suas orações, receber um atendimento ou assistir ao culto”. Para ela, manter a igreja aberta, é um incentivo a mais para as pessoas. “Nós estamos sempre prontos para atender a todos, são muitos os problemas relatados pelas pessoas, mas aqui a gente prega a palavra e tenta ajudar. Ter a igreja sempre de portas abertas é uma forma de fazer com que as pessoas se aproximem mais de Deus”.

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Sinal vermelho II

Quando uma fonte da Fazenda e outra do Palácio dão a mesma informação, é sinal de que a coisa tem procedência. Neste caso, os dois interlocutores asseguraram que a presidente Dilma Rousseff está ciente de que a manutenção de Guido Mantega no ministério da Fazenda pode acabar custando a reeleição dela. É que o tema inflação deve se tornar a principal bandeira da disputa eleitoral este ano. Inflação que Mantega não conseguiu conter. E como a situação só piora, e o ministro sempre diz que a coisa está sob controle, a sensação de insegurança que assola o mercado já teria se instalado em setores do próprio governo.

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Torneiras novas

A Câmara acaba de aprovar um projeto do deputado federal Lincoln Portela (PR-MG) que obriga prefeituras e governos dos estados a trocar todas as torneiras de banheiros públicos por aquelas com vedação automática. “Além do aspecto ambiental, há ainda carência de recursos para ampliar os sistemas de fornecimento, e é crescente o déficit de água potável na maioria das cidades, cuja solução exige somas elevadíssimas de investimentos”, argumenta. O projeto ainda terá de passar pelo Senado. Mas tomara que não seja mais uma daquelas leis “que não pegam”.

Luiz Ignácio falou

Parafraseando os Paralamas do Sucesso: Luiz Ignácio falou. Luiz Ignácio avisou. Mas Dilma Rousseff não ouviu. Ou melhor, fez ouvidos de mercador. O ex-presidente Lula sempre recomendou alguém com pulso mais firme na Fazenda e por várias vezes recomendou o ex-diretor do banco Central, Henrique Meirelles, para a pasta. Mas Dilma sempre preferiu Mantega, justamente por ele ser o oposto de Meirelles, que tem posições definidas, ideias próprias e a simpatia dos investidores. Mantega seria um ministro que segue a cartilha da presidente, sem questionar as ordens. Mas agora, ao que tudo indica, a coisa se complicou e dificilmente ele seria mantido. Ainda não se sabe quem ocuparia o cargo.

Cidadãos indefesos

Faça as contas. O Brasil tem 201 milhões de habitantes e apenas 556 defensores públicos federais. Eles são advogados pagos pela União para defender quem precisa entrar com uma ação na Justiça e não tem dinheiro para contratar um profissional. O levantamento foi divulgado pelo presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos da União, Dinarte Freitas, que entrevistei no meu programa, o Jogo do Poder, da Rede CNT. Uma PEC que tramita no Senado tenta elevar esse número para pelo menos dois mil defensores e garantir quer em oito anos haja ao menos um profissional em cada comarca brasileira. Dinarte Freitas disse que pelo menos 66 milhões de brasileiros precisam de um advogado, neste momento, e não tem a quem recorrer.

Lei das licitações

Enquanto deputados e senadores quase se estapeiam nos plenários das duas casas sobre a ampliação do Regime Diferenciado de Contratações ser estendida para todo tipo de contratação de serviços pelo governo federal, a discussão sobre a nova lei de licitações fica emperrada. O relator das propostas, que recebeu a incumbência de juntar tudo em um documento só, é o deputado Fábio Trad (PMDB-MS), que está inconformado com o “não” andar da carruagem.

Vereador federal?

Não se trata de mais um cargo, mas da forma lamentável que alguns deputados federais desempenham as funções deles, quando chegam a Brasília. Claro que não se trata de preconceito com a nobre função de vereador. É que dos deputados espera-se mais. Muito mais. No Congresso é clara a divisão entre os deputados do alto clero e os do baixo clero. Os segundos não têm representatividade nenhuma. Elas não brigam para assumir nenhuma liderança de comissão importante, não relatam projetos relevantes para a sociedade. Apenas tocam a vidinha deles, recebendo salários, vivendo das mordomias do poder e, no máximo, destinando dinheiro de emenda parlamentar para suas bases eleitorais. O problema é que não colocam o nome da cidade e da região que representam na pauta de discussões. Não dizem a que vieram e, assim sendo, prejudicam o andamento dos trabalhos na Esplanada. Quanto à região que representam, passa a viver, quando muito, de migalhas. É bom ficar de olho e ver o que seu deputado anda fazendo na Câmara.

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.


EDUCAÇÃO 5

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril de 2014

Escola de Tempo Integral ganha o prêmio ODM Brasil Prêmio é reconhecimento nacional para a Escola de Tempo Integral de Governador Valadares, implantada em 2009, e está relacionado com as metas do milênio, estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, com o apoio de 191 nações. ODM significa: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Secom PMGV

Segunda-feira, 15 horas. Depois de oito horas sem ver a filha, a diarista Márcia Santos, 42 anos, espera em frente ao portão da Escola Municipal Chico Mendes, com sorriso no rosto e muita disposição para uma boa conversa. Os dez minutos de espera não incomodam e, com a prosa, passam logo. Ana Carolina, sete anos, surge toda sorridente entre dezenas de alunos, que gritam, cantam e não se importam com o sol forte que os espera do lado de fora. “Gosto muito da minha professora e do feijão daqui”, diz logo Ana Carolina quando perguntada sobre o que gosta na escola. E sobre o que não gosta, a resposta também está na ponta da língua: “Sumiram coisas da gente. Mas, já parou. É que a porta não tinha chave. Ficava aberta. Mas agora foi consertada”. Para Márcia, a porta sem tranca não é grande problema. “Isso é só um probleminha. Mas, é só conversar, ter paciência que as coisas são resolvidas. O bom é que minha filha está dentro da escola, que ela não vai sair na hora do almoço para ficar na rua e comer qualquer coisa. Vou para o trabalho tranquila”, destaca a diarista, que completa: “E sabia que ela está lendo? Ela é muito inteligente. E a escola é boa”. Márcia e Ana Carolina param a conversa para ajeitar o cabelo. É que tem foto para o jornal. A Escola Chico Mendes é uma das 51 escolas que levaram Governador Valadares a ter destaque em todo o Brasil, neste mês. A Prefeitura de Valadares, depois de ter conquistado, no mês passado, o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) Minas - etapa estadual – conquistou, no último dia 9, o ODM Brasil, na categoria educação. Valadares levou o prêmio nacional por implantar em todas as escolas da rede municipal, da cidade e do campo, em uma única etapa, o projeto Escola em Tempo Integral, em que crianças e adolescentes ficam na escola 8 ou 10 horas por dia. Implantada em 2010, passando por greve de professores, falsas denúncias de falta de merenda, reclamações de pais por falta de infraestrutura adequada, a Escola de Tempo Integral de Valadares chega em 2014 com reconhecimento de todo o país como um exemplo de “Educação básica de qualidade para todos”. Este é um dos oito direitos básicos de cidadania estabelecidos pelas Organizações das Nações Unidas

seff. No mês passado o premio foi recebido pelo secretário municipal de Educação, prof. Haruf Espindola, das mãos do então governador Antonio Anastasia. Enquanto isso, em Valadares, será mais um dia de trabalho para Márcia, que com tranquilidade deixará Ana Carolina na escola o dia todo, uma escola sem estrutura ideal, mas em Tempo Integral, reconhecida como Objetivo de Desenvolvimento do Milênio estabelecido pela ONU. Avaliação O processo de avaliação do projeto Escola de Tempo Integral Valadares foi feito em 2013, por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e de Ministérios, que visitaram aleatoriamente algumas escolas da rede municipal. Objetivos do Milênio As metas do milênio foram estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, com o apoio de 191 nações, e ficaram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). São eles:

A diarista Márcia Santos e sua filha Ana Carolina, na Escola Municipal Chico Mendes. Elas aprovam a educação integral em GV (ONU), no ano 2.000, para ser alcançado neste milênio, chamado de objetivo do milênio. “Criança que fica mais tempo na escola vai mais longe na vida”. Com este pensamento, a prefeita Elisa Costa defendeu a implantação da Escola em Tempo Integral e vem sustentando a manutenção do projeto para todas as escolas da rede municipal. Esta idéia, que está presente em praticamente todos os discursos da prefeita quando o assunto é desenvolvimento e educação, teve o aval das coordenações técnicas do Prêmio ODM estadual e nacional. Neste caso, a responsabilidade pela avaliação foi do Ins-

tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). No total, 1.090 projetos de todo o país foram inscritos, sendo 804 de organizações e 286 de prefeituras. Apenas seis prefeituras foram premiadas e, entre elas, Valadares, a única do Estado de Minas. Para a diretora da Escola Municipal Padre Eulálio Lafuente, Nádia Semaan Quintão, o prêmio veio como reconhecimento e incentivo para todos os profissionais que estão no dia a dia do projeto Escola de Tempo Integral. “Toda mudança gera desconforto. Mas acho que já estamos superando esta fase. Os

desafios estão aí. Temos infraestrutura para melhorar. Temos alunos dos últimos anos – de 14 anos - que ainda reclamam por ter que ficar oito horas na escola. Mas tudo vai mudando. O importante é dar oportunidades diversas a todas as crianças, principalmente àquelas mais pobres, que encontram na Escola em Tempo Integral a chance de contato com o mundo da cultura, da dança, do esporte, de coisas boas”. A cerimônia de premiação do ODM Brasil será no dia 23 de maio, em Brasília. A prefeita Elisa Costa receberá o prêmio das mãos da presidenta da República Dilma Rous-

1 - Acabar com a fome e a miséria 2 - Oferecer educação básica de qualidade para todos 3 - Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres 4 - Reduzir a mortalidade infantil 5 - Melhorar a saúde das gestantes 6 - Combater a Aids, a malária e outras doenças 7 - Garantir qualidade de vida e respeito ao meio ambiente 8 - Estabelecer parcerias para o desenvolvimento Prêmio ODM Brasil O prêmio foi lançado em 2004 pelo Governo Federal para dar visibilidade e reconhecer projetos que ajudam o Brasil a cumprir as Metas do Milênio. O objetivo é incentivar, valorizar e reconhecer publicamente os esforços feitos pelas prefeituras e organizações da sociedade civil, além de subsidiar a construção de um banco de práticas que sirva de referência para a sociedade e gestores públicos. Nas quatro edições anteriores, foram apresentados 5.097 projetos, dos quais 80 foram premiados.

Direitos Humanos

Cadê o Amarildo? Paulo Vasconcelos José Porfírio de Sousa foi representante dos camponeses que buscaram ao norte do Goiás terras produtivas, capazes de suprir a necessidade primeira de qualquer família que é ter trabalho para viver com dignidade. Conhecido como “Profiro”, liderou a Associação dos Trabalhadores Agrícolas de Trombas e Formoso. Posteriormente se lançou candidato à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, sendo eleito em 1962 o primeiro deputado camponês do Brasil. Apesar de não ter completado o ensino primário, carregava o compromisso de deixar um legado de educação às crianças que viviam no campo. Entretanto, após o golpe de 1964, teve seu mandato cassado, os títulos de posse dos camponeses foram revogados e “Profiro” passou a viver se escondendo. Teve sua casa queimada e sua família torturada. Os militares, ao final de 1972, atingem o objetivo de capturá-lo após denúncias de fazendeiros maranhenses. José Porfírio de Sousa ficou preso no DOI-CODI em Brasília até o dia 07 de junho de 1973, quando foi libertado e levado à rodoviária. Ali ele foi visto pela última vez e pela primeira vez se ouviu a pergunta: “cadê Profiro?”. A sua morte foi reconhecida somente em 04 de dezembro de 1995, pela Lei 9.140/95. O caso de Amarildo Dias de Souza, que também carrega a expressão “cadê o Amarildo?”, vem frequentando todas as mídias desde o dia 14 de julho de 2013, quando confundido com traficante pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi detido na porta de sua casa e levado a uma Unidade de Polícia Pacificadora na Favela da Rocinha. Nunca mais foi visto. Em 04 de fevereiro de 2014, a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu declarar a morte presumida de Amarildo. Sua família, hoje faz parte do programa de proteção à testemunha. Tais fatos, de tão distintos por seus personagens, têm em comum o desrespeito aos Direitos Humanos. Veja que não citamos assassinos, ladrões ou estupradores, usamos dois exemplos de tortura, dentre cen-

tenas que poderíamos apresentar de pessoas comuns. Um sequer soube da existência do outro, de habitual os dois apenas tinham a pouca instrução, além do que, em dado momento tiveram suas vidas mudadas por agentes do Estado que cobertos de desrazão, entendiam estar devidamente instituídos de legitimidade, cumprindo o que a sociedade deles esperava. O artigo V da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 proclama: “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.” Portanto, a Justiça Criminal quando qualifica o tratamento com crueldade, motivo torpe como agravante em seus processos não leva em conta o artigo V da Declaração Universal de Direitos Humanos? É imperativo que o Estado e os seus agentes tenham de respeitar a Justiça sem desrespeitar os Direitos Humanos. Os 50 anos do golpe militar de 1964 nos reporta a um tempo de interdição e atraso na vida do país, em que reformas sociais que deveriam ter sido completadas naquela década ainda arrastam-se em frustração nos dias de hoje. O atraso de duas décadas e meia perdidas na ditadura ainda gera degradação e desumanidade. Isso ocorre quando dirige e condiciona o olhar do cidadão para a inverdade que os Direitos Humanos só protegem bandidos. Cabe ao Estado democrático garantir o Eixo Orientador da Educação e Cultura em Direitos Humanos para, em breve, toda a sociedade em parceria com o Estado perceba de seus direitos algo além das garantias frente à violência e trabalhe as diretrizes da Educação, Saúde, Segurança, Moradia Digna, Verdade, Igualdade e outras que, com nosso desenvolvimento em Direitos Humanos, o tempo nos apresentará. Paulo Vasconcelos é educador, presidente do Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos

O caso de Amarildo Dias de Souza, que também carrega a expressão “cadê o Amarildo?”, vem frequentando todas as mídias desde o dia 14 de julho de 2013, quando confundido com traficante pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi detido na porta de sua casa e levado a uma Unidade de Polícia Pacificadora na Favela da Rocinha. Nunca mais foi visto.


ESPECIAL 6

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril 2014

Estadualização da Univale: edu A UNIVALE EM 7 ATOS

ATO 1 “Oito dias após a ‘revolução”, em abril de 64, fomos eu, o Antonio Rodrigues Coelho, o Osvaldo Bernardo e o Brigadeiro George de Morais ao alto da Ibituruna. Ele estava em Valadares para adquirir uma siderúrgica presidida pelo Antonio Rodrigues Coelho. Lá em cima, vendo a cidade, então com 120 mil habitantes, ele ficou entusiasmado e propôs a criação de uma faculdade. Depois, o Brigadeiro foi ao ITA – Instituto de Tecnologia da Aeronáutica, em São José dos Campos, pedir ajuda ao reitor para elaborar o projeto de um complexo educacional, a começar pelo MIT – Minas Instituto de Tecnologia.” – Laércio Byrro, do grupo criador da Fundação Percival Farqhuar, em 21mai86, no Diário Valadarense.

ATO 0 O registro mais antigo da decisão de se instituir uma universidade em Valadares é a Lei Estadual, publicada no Diário do Executivo em 31 de janeiro de 1963, a instituir a Universidade do Vale do Rio Doce, com sede em Governador Valadares e campi em Guanhães, Mantena e Nova Era, entre outros. Sancionada pelo governador Magalhães Pinto, a Lei, a indicar preocupação com a integração e o desenvolvimento regional e a reconhecer Valadares como polo, nunca foi executada.

ATO 2 A criação da Fundação Percival Farqhuar, na assembleia de julho de 1967, com 173 pessoas físicas e jurídicas, caracterizou a origem comunitária. A FPF ofereceu educação universitária no Minas Instituto de Tecnologia - MIT, com os cursos de Engenharia, já em 1969.

ATO 3 A instituição da Funsec – Fundação Municipal Serviços de Educação e Cultura, por iniciativa do poder público municipal, para criar e abrigar, como mantenedora, unidades universitárias em Governador Valadares. Como resultado disso, a FAFI – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Governador Valadares, como faculdade municipal, pública, foi autorizada para a Funsec pela Portaria 211/70 de 25 de outubro de 1970, do Conselho Estadual de Educação - SEE, publicada no Minas Gerais de 7 de novembro de 1970. O ato de autorização da FAFI veio também pelo Decreto 68422, de 25 de março de 1971, publicado no DOU – Diário Oficial da União de 29 de março de 1971, confirmando a Funsec como mantenedora pública de uma faculdade.

ATO 4 A autorização da FOG - Faculdade de Odontologia (DOU 15 de agosto de 1975), como faculdade pública, municipal, para a Funsec, pelo Decreto 76128 de 14 de agosto de 1975.

ATO 5 A Lei 1764 de 5 de maio de 1971, aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores e sancionada pelo então prefeito Sebastião Mendes Barros, autorizou a doação para a Fundação Percival Farquhar – FPF dos bens móveis e imóveis pertencentes ao GOT – Ginásio Orientado ao Trabalho, à Eteit – Escola Técnica do Instituto de Tecnologia e à FAFI, desvinculando essas instituições educacionais da Funsec. Foi o início da desmunicipalização da educação universitária em Governador Valadares, da transferência do público para o privado, confirmada depois com a transferência da FOG para a FPF. Firmou-se a FPF e, de esvaziamento em esvaziamento, a Funsec pública deixou de existir.

ATO 6 A Constituinte de Minas Gerais, em 1989, abriu a possibilidade de fundações educacionais de direito privado serem incorporadas à Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. A FPF, na época às voltas com mais uma crise financeira e perda de alunado, não quis considerar a estadualização.

ATO 7 No início do atual governo municipal, em 2009, considerou-se, após audiências no MEC, a impossibilidade de se defender a federalização da Univale. Naquele momento, foi apresentada à FPF, assim como à Reitoria e ao Ministério Público, uma proposta para que a Univale alcançasse estabilidade, com o retorno às suas origens públicas, transformando-se em universidade municipal. Dessa forma, poderia ter recursos do Orçamento da União e poderia ser transferida posteriormente para o MEC, de esfera pública para esfera pública. A Fundação Percival Farqhuar recusou a proposta.

É preciso ter noção do legado e da relevância da Universidade Vale do Rio Doce - Univale para Governador Valadares, ao capacitar milhares de profissionais que contribuem, aqui e em muitas cidades, para a melhoria das condições de vida da população. Uma universidade pode e deve ser motor de desenvolvimento local e regional. A preocupação com o desenvolvimento constou de todas as discussões de que se tem registro na luta por se constituir a Univale. Mas, a vontade expressa na origem não se traduziu em ações de pesquisa e intervenção social para fomentar e definir o desenvolvimento econômico e social da região que empresta o nome à instituição. Neste ano de 2014, Valadares alcança 45 anos de existência do seu primeiro polo de educação superior. Em 1969 entraram em funcionamento os cursos de Engenharia do MIT Minas Instituto de Tecnologia, sob a mantenedora Fundação Percival Farqhuar – FPF, de origem comunitária. Seis anos antes, o Diário do Executivo trouxera uma Lei Estadual que instituía a Universidade do Vale do Rio Doce, como universidade pública estadual, com vários campi na região e a sede em Governador Valadares. Aquela lei nunca saiu do papel. Dois anos depois, foi criada a Fundação Municipal Serviços

de Educação e Cultura – Funsec, a fim de abrigar e ser mantenedora de unidades de educação superior públicas, como a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Governador Valadares – FAFI e a Faculdade de Odontologia – FOG. Diversos desdobramentos nos anos que se seguiram desaguaram em uma única instituição: a Univale e a sua mantenedora, a FPF. Universidade comunitária, construída majoritariamente a partir de faculdades municipais e patrimônio público, doados à Fundação Percival Farqhuar pelo Município de Governador Valadares em 1971, hoje arrasta-se em uma crise econômica e financeira que lhe retira a possibilidade de planejar-se e ter horizonte. A verificação dos balanços mais recentes da FPF, mantenedora da Univale, aponta receita líquida de R$ 37,5 milhões em 2012, com saldo negativo de R$ 5.995.702,00. O ano de 2011 resultou negativo em R$ 6.938.988,00 e em 2010 a FPF também operou no vermelho em R$ 4.822.515,00. Ao final de 2012, a dívida da FPF alcançou 200,8% do valor total de seu patrimônio. Nesta edição, este Figueira propõe-se a abrir o debate em favor da Univale, por saídas que lhe assegurem estabilidade e futuro. A estadualização é uma saída? (Da Redação)

Entenda o que é uma universidade comunitária A Univale consta nos registros do MEC como universidade comunitária. As universidades comunitárias, se excluídas as confessionais (católicas, metodistas, presbiteriana e luterana), não passam de 20 no país e estão restritas ao interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a regiões de colonização alemã ou italiana. Colônias que se formaram 150 anos atrás, muito homogêneas, com fortes vínculos, vieram a compor cidades médias, constituíram suas universidades e as tornaram reconhecidas. Os vínculos comunitários dessas colônias, incontestes, são representados por intensa atividade econômica cooperativa.

É forçoso reconhecer que a composição social de Governador Valadares baseia-se no tênue vínculo entre indivíduos, de origens diversas, que juntaram-se aqui pela atração da Rio-Bahia e da Vitória a Minas. É uma composição mais complexa, sem coesão em torno de projetos e sem alicerce de sustentação comunitária para iniciativas de maior abrangência. Não é uma composição melhor nem pior que aquela das colônias do Sul, mas tem de ser entendida na sua diferença por organizações que quiserem declarar-se de origem e sustentação comunitária.

Cursos gratuitos para estudantes, segurança salarial para professores, desenvolvimento regional: a expansão da Universidade do Estado de Minas Gerais. Veja a repercussão: Alunos da Fundação de Ensino Superior de Passos (FESP-MG) fizeram uma manifestação na noite desta quarta-feira (27) pedindo que a instituição seja estadualizada antes das eleições deste ano. Por mais de uma hora eles pararam o trânsito de uma avenida no Centro da cidade. Site G1, 28 de março de 2014

Anastasia vem confirmar estadualização da Funedi

Governador assinou decretos que transferem para a esfera estadual a Funedi O governador Antônio Anastasia (PSDB) assinou decretos que transferem para a esfera estadual instituições ligadas ao sistema Uemg. As próximas instituições a se beneficiarem com o acesso público e gratuito serão a Funedi (Divinópolis), a Fundação Educacional de Ituiutaba (Feit) e a Fundação de Ensino Superior de Passos (Fesp). A previsão é que no mês de março o governador e o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, compareça ao campus para formalizar a absorção destas fundações pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Para a estadualização, as fundações tiveram que regulamentar os requisitos e procedimentos exigidos pela Uemg, tais como laudos dos imóveis, situação do corpo discente, matrícula e número de vagas. Conforme determinação da Lei 20.807, o prazo para ampliação total da Uemg está estipulado em 18 meses, após a estadualização de todas as entidades educacionais. Selma Assis, Diário de Divinópolis, 13 de abril de 2014

A opinião dos deputados estaduais

Sou favorável sim à estadualização da Univale. A educação dos nossos jovens é fundamental para mim e com essa incorporação da Univale à UEMG, jovens carentes podem ter acesso à universidade. Mas, claro que não podemos deixar de pensar que esse sistema não pode prejudicar os interesses da cidade e da fundação que mantém a Univale, nem estudantes e professores. Hélio Gomes, Deputado Estadual pelo PSD. Este Figueira entrou em contato com os deputados estaduais José Bonifácio Mourão (PSDB) e Jayro Lessa (DEM), que assumiram o compromisso de se pronunciar na nossa próxima edição.


ESPECIAL 7

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril de 2014

ucação gratuita e estabilidade Leonardo Morais

Fábio Moura

Estadualizar por quê? Pra quê? Pra quem? A estadualização de fundações educacionais de direito privado foi prevista pela Constituinte Mineira, reunida de 7 de outubro de 1988 a 21 de setembro de 1989. Os artigos 81 e 82 das disposições transitórias da Constituição Mineira tratam do assunto e instituem duas universidades estaduais: a Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG e a Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, ambas a partir da transformação de fundações de direito privado mantenedoras de instituições de educação superior. O mesmo texto legal dava às fundações educacionais de ensino superior reconhecidas pelo sistema estadual a possibilidade de manifestar-se pela absorção na UEMG. O relator dessa parte da Constituição Mineira foi o Deputado José Bonifácio Mourão, mas, em Valadares, a medida não surtiu efeito. Na mesma época, a imprensa local destacava a crise da USD – Universidade Santos Dumont, como era conhecido o agrupamento de faculdades que veio a dar origem à atual Univale. Desde o ano passado, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Educação Superior vem conduzindo o processo de ampliação da UEMG – a Universidade do Estado de Minas Gerais. A UEMG salta, nesse processo, de 5.700 para 18 mil alunos e de 850 professores para 1.800. Ao final de 2013 foram incorporadas à UEMG a Fundação Cultural Campanha da Princesa, de Campanha, no Sul de Minas, a Fundação Fafile de Carangola, e a Fundação Universitária do Vale do Jequitinhonha, Fevale de Diamantina. Neste ano estão em andamento as incorporações da Funedi, de Divinópolis, da Fundação Educacional de Ituiutaba, a Feit, e da Fundação de Ensino Superior de Passos, Fesp. Um dos principais benefícios da estadualização é a oferta gratuita dos cursos. Mas, também ocorrem melhorias de infraestrutura e regularização dos salários dos servidores.

Sujo pelos pássaros que sobrevoam o Campus II, o busto do brigadeiro George de Moraes contempla a entrada do Centro Cultural e da reitoria da Univale

Fábio Moura

Do lado de dentro da Univale A reportagem do Figueira buscou estender o debate a diversas instâncias: à Fundação Percival Farqhuar, à reitoria da Univale, ao Sindicato dos Professores e, também, às representações estudantis. O diretor executivo da FPF, Sandro Fonseca, recusou-se a falar conosco alegando falta de idoneidade dos editores deste jornal. No entanto, disse que a pessoa ideal para este bate-papo seria a assessora de comunicação da Univale, Bethânia Jersey. Mas, por lá o tempo anda apertado e não foi possível destinar uns minutinhos a nós antes do fechamento desta edição. Nem ela, nem o reitor José Geraldo Prata tinham agenda ainda nesta semana. Mas, ressaltou que “não nos surpreenderemos com o tom da reportagem vindo de quem faz o Figueira”. A receptividade entre discentes e docentes foi diferente e é deles que vem o atual panorama da Univale. O diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, Clédio Matos, e a presidente do Centro Acadêmico do Curso de Direito, Cleuzany Lott, falam sobre a qualidade do ensino, as atividades de pesquisa e sobre a possibilidade de estadualização da instituição. Clédio Matos afirma que “quanto mais pública for a forma de organizar a universidade, mais forte e estável ela será. Isso contribui para a existência e permanência de qualquer entidade e de seus profissionais. Se nos caminhos que estão colocados hoje ela não se sustenta, não encontra possibilidades pra continuidade, então vamos abrir pro debate e você verá que iremos encontrar diversos defensores da estadualização”. Já Cleuzany Lott não vê grandes alterações. “Hoje não nos sentimos afetados por nenhuma questão administrativa. A crise, pra nós, passou. Acredito que um processo de estadualização mudaria pouco por aqui em relação à qualidade do ensino”.

Clédio Matos diz ainda que “a estabilidade dos professores é fundamental para pensarmos a longo prazo: Imagina só um corpo de professores bem preparados e focados no desenvolvimento regional; o que teremos em Valadares nos próximos 50 anos? Algo diferente dos últimos 45, com certeza. É necessário que se tenha um corpo docente estável pra que a Universidade crie sua história. Se não, ela será contada de forma fragmentada”. Para Cleuzany, “a grande mudança no corpo docente não afetou na qualidade do ensino. Creio que boa parte deles já estava cansado da situação com a qual estavam lidando. Os novos professores chegaram determinados e isso renovou o espírito da Universidade. Hoje vivemos uma fase em que alunos e professores estão crentes e confiantes no futuro da instituição”. Cleuzany Lott garante ainda que “não é o espírito da Univale se envolver em pesquisas e incentivar os alunos a isso. Creio que junto à larga mudança de professores, não tivemos linhas interrompidas”. Mas, para Clédio Matos, isso tem de mudar. “A Univale deve exercer seu papel de pesquisa e extensão. Se não, ela vai ser uma faculdade, um centro acadêmico. Outra demanda que devemos travar é sobre a democratização da Universidade. Temos de ter troca, diferentes linhas de pensamento e de ideologia. Hoje, as decisões são verticalizadas. Nossos professores tem uma autonomia próxima à zero, pra não dizer zero. A reitoria da Universidade e a direção da Fundação Percival Farqhuar fazem um trabalho bem próximo; são quase a mesma coisa e não sei se isso é bom. A reitoria deve ter autonomia plena e não pode ser subjugada.” (Texto - Fábio Moura)

Clédio Matos, do Sinpro, vê com bons olhos a estadualização


GERAL 8

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril 2014

Comércio espera boas vendas com a Páscoa Comerciantes apostam em novidades, como os ovos que vêm com uma bola de futebol, ovos em forma de coração e outros que imitam um panetone Prateleiras coloridas, repletas de ovos de chocolate, grandes, pequenos, médios, recheados ou trufados. Os comerciantes da cidade já estão com os estoques preparados para a Páscoa. As vendas estão aquecidas e os lojistas apostaram nas novidades para superar as vendas do ano de 2013 dessa mesma época. Juscelino Lopes, gerente de uma loja de doces e chocolates, diz que existem algumas novidades para esta Páscoa, como os ovos de chocolate que vêm com uma bola de futebol de brinde, isso por causa da Copa do Mundo que será no nosso país. “Novidades como esta vão fazer a cabeça da criançada e com isso aumentarão as vendas”, disse. Outra novidade são os ovos de coração e aqueles que vêm acompanhados por brindes e brinquedos. Lopes diz que a procura pelos chocolates está grande, mas grande parte dos consumidores deixa para comprar os ovos na véspera da Páscoa. A vendedora Janete Souza, passou pela loja de Juscelino para conferir os preços e levar para casa um ovo de coração. “Eu gosto de vir à loja e conferir as novidades, e se vejo algum ovo diferente eu levo. Se for bom, compro mais para mim e presenteio meu marido, afinal, chocolate é tudo de bom”, disse. A gerente Daniele Chaves coloca cuidadosamente os ovos na prateleira para não quebrar ou amassar. Na loja gerenciada por ela, as novidades são os ovos de colher, maçã do amor e os clássicos, com novos sabores, como o Pascottone, uma espécie de panetone trufado, que seduz os amantes do chocolate. “Sempre temos novidades nessa época de Páscoa, e além do Pascottone, temos os ovos infantis com suas embalagens bem coloridas e criativas, que agradam bastante as crianças”.

Fábio Moura

Os ovos de Páscoa ficam dependurados nas lojas, bem visíveis aos que passam. O poder de sedução do chocolate vai aumentar o faturamento das lojas em abril Um dos diferenciais da loja de chocolates onde Daniele trabalha é a opção do cliente comprar os ovos antes de Páscoa e agendar o dia de buscar. De acordo com ela, esta é uma forma do cliente ter mais opções e não correr o risco de estragar uma surpresa. “É muito difícil comprar um ovo bem antes da Páscoa e guardar em casa, então, nós damos esta op-

Ombudsman

Hebdo o quê? José Carlos Aragão Hebdomadário. É a denominação “técnica” de uma publicação que circula uma vez por semana. Pouca gente sabia disso até que o Pasquim, o mais famoso hebdomadário que esse país já teve, passou a autodenominar-se como tal. Até então, todos eram diários ou, simplesmente, semanários. A palavra vem do latim hebdomadariu: “‘aquele que num mosteiro cumpre um ofício litúrgico por semana”. O antepositivo hebdo-, por sua vez, vem do grego e está associado ao número sete, conjunto de sete, semana. (Mais no Aurélio e no Houaiss.) Dito isso, o Figueira é o quê? Um hebdomadário impresso e diário virtual? Sim o projeto é esse. Por ora, enquanto a versão diária parece tropeçar em armadilhas comuns do mundo tecnológico digital, a versão semanal impressa segue bombando nas ruas e sendo rasgada em tribunas pouco... hmm... deixa pra lá.

Muletas úteis A partir dos anos 1980, todos os principais veículos de comunicação do país desenvolveram e implantaram seus manuais de redação e estilo, para orientar seus repórteres, redatores e revisores na manutenção de um padrão de linguagem, estética e, em alguns casos, de sua linha editorial. Esses manuais logo extrapolaram as redações e se tornaram muletas indispensáveis para todos os que trabalham com algum tipo de produção de texto formal, de teses acadêmicas a cartas comerciais. Pequenos jornais e revistas, poupando tempo e recursos escassos na elaboração de seus próprios manuais, fizeram o óbvio e simples: adotaram para si os manuais da Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, Editora Abril, disponíveis na banca de jornais da esquina. Não custaria ao Figueira, agora, adotar um desses também. Rezam os manuais

Tudo isso pra dizer que a terceira edição hebdomadária do Figueira veio com mais cara de revista semanal que as anteriores. Percebe-se claramente a mudança pela confrontação das manchetes e pelo conteúdo que elas anunciam. Enquanto as primeiras edições traziam manchetes formais e factuais, a última induz o leitor a uma reflexão, mais que apenas informá-lo de algo que aconteceu ou está por acontecer. A força do paradoxo da imagem de uma pessoa “invisível” é inegável. Bem mais contundente que anunciar que um time vai entrar em campo para vencer seu adversário ou reproduzir a afirmação de um funcionário do governo prometendo as mesmas obras pela enésima vez. “Pessoas invisíveis” é um título sem verbo. Portanto, sem ação direta ou explícita. A ação que ela propõe é subjetiva. Reside na reflexão que o leitor mais insensível se verá obrigado a fazer diante daquele impactante conjunto texto+foto. Aquelas pessoas não são tão invisíveis assim. Os governantes é que são cegos. E a imprensa -tão marcada nos dias de hoje por revelar falcatruas, desvios, maracutaias e negociatas feitas nos corredores escuros dos palácios – mostra que também nos pode revelar outros escândalos, que estão escancarados nas praças e sob as marquises de nossas cidades.

Quando o nome de uma obra literária ou título de um filme são citados no corpo de um texto devem vir em itálico, CAIXA ALTA, VERSALETE ou “entre aspas”? Parece uma bobagem, isso. Mas o fato é que pode confundir o leitor, quando não há essa distinção visual gráfica tão simples e imediata para boa fluência da leitura e compreensão do texto. Qualquer manual de redação dos veículos citados acima, determina como essa questão é tratada em seus jornais ou revistas. Uma delas deve servir ao nosso Figueira. (E – claro – várias outras normas que podem ser incorporadas ou adaptadas, em benefício do leitor e sem prejuízo ao projeto gráfico ou editorial do jornal.) Tribunas e tribunas O livre debate das ideias é um dos aspectos mais sublimes da verdadeira democracia. A seção Parlatório, à página 2, é um exemplo do compromisso democrático do jornal, ao garantir uma tribuna livre para defesa de posições antagônicas sobre diversos temas. Tribuna, afinal, não é só para rasgar jornal.

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, escritor e jornalista

Faça contato com o Ombudsman. Elogie, critique, denuncie. Escreva para: redacao.figueira@gmail.com

ção para o cliente comprar e agendar um dia para buscar o produto. Assim ele evita as filas na véspera da Páscoa”. A dona de Casa, Edineia Gomes, visitou algumas lojas de chocolate para conferir os preços. E afirmou que gostou das novidades e dos preços. “Eu gostei dos ovos de colher, são diferentes, a embalagem também é muito de-

licada, e tenho certeza que quem ganhar um ovo desses vai ficar muito feliz”. Ela ainda não levou nenhum para a casa, mas disse que volta no sábado, alegando que já escolheu os ovos para presentear as três filhas. “Só não levo hoje porque senão elas vão comer tudo de uma vez e na Páscoa vão querer mais”.

Além do Arco-Íris

Valadares sai do armário Expressão usada por muitos, “Sair do Armário” significa um movimento de auto aceitação e/ou publicização da orientação sexual e da identidade de gênero, assumindo deste modo o ônus e o bônus de viver o desejo e o afeto de forma livre. Com a promulgação da Constituição de 1988, diversos grupos e minorias se posicionaram em busca de liberdade de expressão e direitos que até então não eram reconhecidos socialmente por leis, o que gerava sofrimento e repressão política e social. Em Governador Valadares, em meados da década de 90, aconteceram movimentos ligados às manifestações de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT), como, por exemplo, o evento Miss Gay. Com a pressão de uma parcela da sociedade valadarense, houve a desmobilização dos organizadores deste movimento, que “ficou no armário” por um período significativo, atendo-se aos guetos (bares, boates e outros) que possibilitavam uma vivência, ainda que marginalizada, entre o grupo. Em abril de 2010, foi realizada a primeira Parada Gay de Governador Valadares, que trouxe além da visibilidade dessa população da nossa cidade, uma ‘enxurrada’ de críticas, com reações homofóbicas, preconceituosas e discriminatórias, que também “saíram do armário”. Todo esse processo gerou inquietação, e um de seus frutos foi a realização da primeira Conferência Regional de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT apesar de todos os entraves, ampliando o número de pessoas com interesses semelhantes, ligadas ao posicionamento político e ideológico deste movimento. De um total de 88 participantes, seis representantes foram eleitos e participaram, em Belo Horizonte, da Conferência Estadual LGBT de Minas Gerais, representando a região Leste. Nesses momentos de participação na construção de políticas públicas para este segmento, foi possível perceber resistência e rejeição local à ideia, uma vez que houve dificuldades para adesão de patrocinadores e de espaços de divulgação, bem como pouca participação de representantes políticos que, publicamente, apoiassem a proposta. No entanto, em 2012, aconteceu a 3ª Parada Gay de Governador Valadares, com uma agenda marcada por atividades culturais. Já na quarta edição da Parada Gay de Governador Valadares, em 2013, a proposta se expandiu para além de ati-

vidades culturais, ocupando espaços de debates públicos sobre direitos humanos LGBT, com a exibição filmes temáticos comentados, e seminários discutindo, dentre outras coisas, a questão da violência em razão de orientação sexual, bem como rodas de conversa em espaço universitário com professores e alunos de várias áreas de conhecimento. Todas essas atividades realizadas na Semana da Diversidade Sexual foram marcadas pela discussão da necessidade de ações afirmativas locais. Ao mesmo tempo, as atividades fomentaram o fortalecimento da articulação da sociedade civil, o que foi possível a partir da criação do NUDI`s – Núcleo de Debates sobre Diversidade e Identidades. Daqui para frente, são necessárias ações que culminem na participação da população LGBT, para que se façam valer as discussões realizadas até hoje, de forma consciente e com envolvimento de toda a sociedade. Este espaço no Figueira é um exemplo de abertura para que novos direitos sejam reconhecidos e saiam do armário junto à população LGBT.

Em abril de 2010, foi realizada a primeira Parada Gay de Governador Valadares, que trouxe além da visibilidade dessa população da nossa cidade, uma ‘enxurrada’ de críticas, com reações homofóbicas, preconceituosas e discriminatórias, que também “saíram do armário”.

Portanto, sair do armário é retirar dele a velha roupa do preconceito que cheira a naftalina e a hipocrisia. É reconhecer o casamento civil igualitário, respeitar as diferenças, exigir políticas públicas, direitos e cidadania, independentemente de sua própria orientação sexual. Afinal, quem não tem um parente, um amigo ou um ídolo gay? Mas, se assim preferir, você pode continuar fingindo que não é com você. Mesmo que não queira, as identidades continuarão a sair flutuantes do armário, repletas de cores e possibilidades.

NUDI’s – Núcleo de Debates sobre Diversidade e Identidades terá a sua próxima reunião aberta no dia 6 de maio, às 18h, no Centro Cultural Nelson Mandela.


GERAL 9

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril de 2014

Entrevista Dr. Norland Salinas Nuñez Norland Salinas Nuñez, 34 anos, médico, cubano, formado na Faculdade de Ciências Médica Sancti Espirutus, em Cuba, é um dos 14 profissionais médicos cubanos que estão em Governador Valadares, pelo Programa Mais Médicos. Extremamente simpático, atencioso e educado, ao conversar com este Figueira o Dr. Norland estava disposto e preparado para responder a todas as perguntas, sem sonegar informações, demonstrando domínio da língua portuguesa e sendo muito rápido para traduzir alguma palavras que escapam para a sua língua, por exemplo: “La tarea” por “o trabalho”, “usted” por “você”. Nesse ritmo, falou da cultura cubana e as similaridades existentes com a cultura brasileira. Exaltou a missão e o dever do médico, e a proximidade que o médico deve ter com as pessoas e as comunidades. Sobre o Programa Mais Médicos, o Dr. Norland disse que partidarizar as críticas é um erro grave, e que nesta questão, o importante é pensar na saúde, na pessoa humana.

Saúde não tem nada a ver com infraestrutura, tem a ver com a condição humana do médico Tim Filho

As pessoas mais pobres são as que mais têm problemas de saúde, são as que mais precisam do médico. Se um médico não sente o desejo de trabalhar para estas pessoas, que são pobres, ele não sente a medicina. Se um médico só pensa em dinheiro, o povo está perdido. Se um médico não quer tocar um paciente porque ele é pobre, ou é negro, ou está sujo, se prefere ficar de longe, como um ser superior, não será possível levar saúde para o povo. O médico tem de se colocar na mesma estatura do paciente, tem de ser igual a ele, porque todos nós somos iguais. O médico tem de olhar nos olhos do paciente para fazer o seu trabalho, ir à casa do paciente, conhecer sua condição de vida. Figueira – Qual é a visão que o senhor tem sobre o Programa Mais Médicos?

Figueira – Dr. Norland, o senhor veio para o Brasil, deixou sua família em Cuba. O senhor é casado, tem filhos, já sente saudades de Cuba e de seus familiares?

Dr. Norland – A minha visão está baseada em dois pontos. O primeiro: vamos quebrar a ideia preconcebida de que o médico comunitário não trabalha em hospitais e por isso não entende de medicina, não é capaz de cuidar da saúde. O segundo ponto: vamos elaborar um diagnóstico da região em que atuamos, identificar as necessidades que cada região tem. Estou seguro que estas necessidades ainda são desconhecidas. Vamos apresentar este diagnóstico ao governo brasileiro e isso será de grande importância para implantar políticas públicas de saúde no futuro.

Dr. Norland – Bem, eu sou divorciado, não tenho filhos, mas muitos colegas que estão no Brasil e em Governador Valadares têm filhos e deixaram todos eles em Cuba. Nós temos saudades, claro, mas este é um problema complexo. Nós fomos educados para servir não apenas o povo cubano, mas os povos de outros países. Meu pai é médico e trabalhou em Angola. Meu avô também trabalhou em outros países. Está não é a primeira vez que um médico cubano trabalha fora de Cuba. Prestamos serviços de saúde para mais de 60 países. Estamos acostumados. É um orgulho para nós ter de deixar nossas famílias e vir para o Brasil e nossas famílias estão orgulhosas de nós. Figueira – Cuba é um país pequeno e com muitos problemas socioeconômicos. Como se explica esta exportação de médicos e a internacionalização os serviços de saúde? Dr. Norland – Sim, temos muitos problemas. Mas na saúde estamos muito bem. Nós formamos muitos médicos todos os anos e nossa formação é para a medicina geral. Estudamos durante 6 anos na faculdade de medicina. Lá, é obrigatório estudarmos a medicina geral integral antes de fazer qualquer outra especialidade. A medicina geral integral é a medicina comunitária, por isso estamos preparados para atender qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.

Figueira – O fato do Programa Mais Médicos ter sido implantado pelo governo da presidenta Dilma gera muitas críticas, feitas pela oposição ao governo. São críticas partidarizadas, o que é natural no campo político. O que o senhor pensa dessa questão?

O médico cubano, Norland Salinas, durante entrevista ao Figueira

Se um médico só pensa em dinheiro, o povo está perdido. Se um médico não quer tocar um paciente porque ele é pobre, ou é negro, ou está sujo, se prefere ficar de longe, como um ser superior, não será possível levar saúde para o povo.

Dr. Norland – Partidarizar a questão é dispensável. Temos de pensar na saúde das pessoas. Só isso. Não devemos misturar as coisas. O povo aprova o Programa Mais Médicos, mais de 70% querem o programa. Figueira – Dizem por aqui que os médicos cubanos ganham muito mal, e que grande parte do pagamento dos serviços prestados aqui no Brasil, fica com o governo de Cuba. Isso é justo? Vocês ganham tão mal assim?

profissional médico cubano é mais próximo do povo?

Figueira – Quais são as referências que o povo cubano tem do Brasil? Dr. Norland – Os cubanos são muito parecidos com os brasileiros. Somos um povo alegre e receptivo. Culturalmente, as referências que temos do Brasil são as mais diversas. Lá nós assistimos as novelas brasileiras, praticamos os esportes que os brasileiros praticam, ouvimos as músicas de Roberto Carlos, Chico Buarque, gostamos de samba, conhecemos a história do Brasil. Conhecemos o presidente Lula e outros presidentes brasileiros que foram à Cuba e falaram muito do Brasil para nós. Figueira – E o que o Senhor viu por aqui, confere? Esta é a primeira vez que o senhor vem ao Brasil? Dr. Norland – Sim, é a primeira vez. Eu vejo que existem diferenças interessantes, como o sotaque que existe de uma região para outra. Nenhuma região é igual. Minas é diferente de São Paulo, em condições socioeconômicas, por exemplo. Para o médico isso não importa, pois o paciente é o mesmo. Figueira – Quando o senhor exalta a formação dos médicos cubanos em medicina geral integral e diz que esta é uma medicina comunitária, significa que um

Dr. Norland – Eu diria que sim. O médico cubano pratica uma medicina como aquela que se praticava antigamente. Fazemos uma entrevista completa com o paciente e um bom exame físico. Se o médico conversar com o paciente, auscultar, tocar o paciente com as mãos, ele terá de 70% ou 80% do diagnóstico. Aí, não será necessário fazer tantos exames, tantas provas laboratoriais, que em muitos casos causam danos ao paciente, como a exposição ao Raio-X, por exemplo. Lá em Cuba nós temos um ditado, mais ou menos assim: “o médico que não mete suas mãos, mete os pés”. Figueira – No Brasil existem muitas críticas ao Programa Mais Médicos. Uma delas é relacionada à infraestrutura de hospitais e postos de saúde. Muitos médicos brasileiros dizem que este programa não resolve os problemas de saúde, porque eles precisam de condições de trabalho, infraestrutura e equipamentos para que eles exerçam suas atividades. Como senhor analisa esta crítica?

Dr. Norland – Nós não estamos preocupados com dinheiro. É claro que necessitamos de dinheiro, mas em primeiro lugar está o nosso dever, a nossa missão. Nenhum de nós veio obrigado para o Brasil. Estamos aqui para cumprir uma missão. Figueira – Aqui no Brasil, a foto de Che Guevara é vista em vários lugares, como por exemplo, nos estádios de futebol. As torcidas agitam bandeiras que têm a efígie de Che. Para um torcedor brasileiro, Che significa luta, resistência, garra, valentia. O que Che Guevera representa para o povo cubano? Dr. Norland – Conheça a história de Che. Se você conhecer a história dele, conhecerá a alma do povo cubano. Nós estudamos a história de Che desde o ensino primário. Ele era médico, saiu da Argentina e foi lutar pela liberdade do povo cubano. Che esteve na frente de batalha, cuidando da saúde de todos aqueles que lutavam, cuidando da saúde das pessoas. Figueira – Esta missão de vocês tem a alma de Che?

Dr. Norland – Saúde não tem nada a ver com infraestrutura, tem a ver com a condição humana do médico. Quando um médico conclui o seu curso de Medicina, ele assume um compromisso com seu povo, de fazer uma medicina humanitária.

BravaGente! Álbum de Kiko Tassis

Dr. Norland – Claro que sim. A única diferença é que Che estava numa batalha, arriscava sua vida, ele podia morrer no front. E nós não viemos aqui para morrer (risos).

Eles deixaram saudades. Mais que isso: deixaram seus nomes na história de Governador Valadares, graças a um trabalho sério e digno

Penha Fabri e Pina Morano, duas mulheres à frente do seu tempo Álbum de Vanusa Fabri

Penha Fabri e Pina Morano. Mulheres que estiveram à frente do seu tempo. Irreverentes, inteligentes, autênticas. Romperam padrões e não se submeteram. Pagaram um preço por isso, mas não blefaram com a vida. Pina rasgava o verbo: detesto gente burra! Por isso amava com Caetano Veloso.

Lealdade e inteligência eram as marcas do advogado Ivaldo Tassis

Ivaldo Tassis Um adversário inteligente e respeitoso, desses raros de se encontrar. Assim era Ivaldo Tassis. Riso aberto, abraço afetuoso. Emocional, como bom italiano, dele guardaremos carinho, honestidade no trato, boas gargalhadas. Com ele a prosa corria solta, verdadeira, sem meias palavras.

Arquivo Letícia Menta

Colunista social e publicitária, Penha deixou saudades

Pina Morano, com Caetano Veloso, em 1981


AGENDA & SERVIÇOS 10

Café com leite

São Caetano do Sul é conhecido como “príncipe dos municípios”, talvez por contar com um território de 15 km², o que equivale a três Ilhas dos Araújos. E por ser o último bastião da oposição ao Partido dos Trabalhadores, que já elegeu prefeitos nas outras seis cidades a região. No entanto, as coisas não parecem boas para o candidato tucano no Grande ABC.

Marcos Imbrizi / São Paulo

Festival Comida di Buteco Dizem as boas línguas que Belo Horizonte é a capital nacional do boteco. Por isso, só poderia ter surgido lá este que é um dos eventos mais autênticos no Brasil: o festival Comida di Buteco, que conheci no início dos anos 2000. Trata-se de um justo tributo a este espaço, verdadeira instituição nacional, onde se pode tomar uma cerveja e saborear um petisco qualquer enquanto se joga conversa fora. A edição deste ano, que prossegue até 11 de maio, conta com a participação de 400 botecos de BH e de outras 15 cidades brasileiras, inclusive São Paulo. Neste período, o público pode experimentar as receitas e participar do maior concurso de cozinha de raiz do Brasil, que escolherá o melhor tira-gosto de cada cidade participante. Além da receita, também são levados em consideração a higiene do local, o atendimento e a temperatura da bebida. Por incrível que pareça, Valadares, que conta com vários locais onde se pode experimentar tira-gostos deliciosos ainda não consta no evento. Quem sabe no próximo ano... Para quem quiser conferir, o site do evento, com informações sobre os locais e receitas, e que conta com uma web rádio com o melhor da Música Popular Brasileira, é: http://www.comidadibuteco.com.br/.

Diga-me com quem andas... Como escrevi na coluna passada, o senador Aécio Neves esteve em São Caetano do Sul, no Grande ABC, no último dia 7. A convite do diretório tucano local, o virtual candidato mineiro à presidência falou para um seleto grupo de mil pessoas em um restaurante da cidade. Segundo a imprensa local, entre as autoridades presentes estavam o secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Junior (PTB), e o deputado federal William Dib (PSDB).

Auricchio é ex-prefeito de São Caetano do Sul, único na história da cidade a não conseguir a reeleição, alçado a ao cargo de secretário estadual após a derrota em 2012. Já William Dib foi prefeito de São Bernardo do Campo até 2008. Seu sucessor, o ex-ministro Luiz Marinho se reelegeu em 2012 ao derrotar no primeiro turno o candidato apoiado por Dib. Das sete cidades, as três maiores são governadas pelo PT (Santo André, São Bernardo do Campo e Mauá). São Caetano do Sul e Ribeirão Pires têm prefeitos peemedebistas. Diadema, cidade que elegeu o primeiro prefeito petista em todo o Brasil, em 1982, mantendo o partido á frente da Prefeitura desde então, elegeu em 2012 um candidato do PV. O único município governado pelo partido de Aécio é Rio Grande da Serra, o menor entre os sete, com uma população de cerca de 40 mil habitantes. E para finalizar esta história, lembro que o restaurante no qual o encontro de Aécio Neves com os correligionários do Grande ABC aconteceu está em um endereço que tem um nome bastante simbólico: Estrada das Lágrimas...

Viva a liberdade de imprensa

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Dica de Livro A infância do passado em “Pedro não queria ir ao Gabão” Médico e escritor, Darlan Correa Dias lançou em fevereiro o livro “Pedro não queria ir ao Gabão”. O livro celebra a infância e suas brincadeiras mais simples (por isso mesmo, inesquecíveis!), que estão, atualmente perdendo para TV, Ipod, videogames... É uma ótima oportunidade para os pais relembrarem suas infâncias e resgatarem brincadeiras mais saudáveis. Também é um texto que reverencia a família, valor fundamental na criação dos filhos. Para as crianças é uma oportunidade de saber como seus pais brincavam. As ilustrações são da designer Fernanda La Noce. O livro está à venda na Livraria Leitura, no GV Shopping. É abrir e curtir!

É triste ver, em pleno século XXI, pessoas que não respeitam a liberdade de imprensa. Até algum tempo atrás algumas destas pessoas impunham a censura, numa tentativa de silenciar quem pensasse diferente. Felizmente esse período já chegou ao fim.

Álbum de Fernanda La Noce

Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social e ativista da luta por rádios livres.

Vitória a Minas

A anistia como esquecimento é ilegal, inconstitucional e imoral Vinicius Quintino / Vitória

Nesta última quarta-feira (9), as instituições de defesa de Direitos Humanos do Espírito Santo comemoraram a aprovação, por comissão do Senado Federal, de projeto que prevê a revisão da Lei da Anistia no Brasil. A proposta, ainda em tramitação, exclui eventual conexão entre os crimes comuns e os de natureza política praticados durante a ditadura (1964 – 1985), permitindo assim a punição de militares e civis responsáveis por graves violações de direitos humanos. Essa iniciativa, resposta às manifestações das últimas semanas, reabre feridas ainda não cicatrizadas, demonstrando que o perdão enfiado goela abaixo, como visto no Brasil, nada mais é do que um ato sutil e não menos agressivo de violência. Em 1979 o povo brasileiro acompanhou a votação conturbada da Lei da Anistia, que, com apenas quatro votos de diferença (205 votos a favor e 201 contra) viu o projeto do partido ARENA, defensor do regime militar, ser aprovado. Verdadeira auto anistia, o que se viu naquela votação foi a imposição de um processo de transição, resultado de um pacto entre as Forças Armadas e os grupos que exerciam a soberania antes do golpe de Estado de 1964, com afirma o pesquisador Fábio Konder Comparato. Como um passado que não passa, a retomada desse debate, após 35 anos, retrata a curiosa relação entre o tempo e o direito: de um lado a temperança, sabedoria do tempo, e de outro a justiça, sabedoria do direito. A teoria do tempo no direito é objeto da filosofia de Francoi Ost, sendo aplicada em casos de violação de direitos humanos como o do Brasil. Segundo ele existem dois polos fundamentais de regulação jurídica do tempo: o perdão e a promessa. O perdão seria a capacidade de saldar o passado, de liberálo, rompendo o ciclo sem fim da vingança e do ressentimento. Perdoar seria, portanto, a única alternativa de sucesso para um futuro ainda em construção. A promessa, por sua vez, seria a capacidade de creditarmos o futuro, e nessa relação de confiança, nos comprometer com ele. Contudo, o perdão – enquanto exercício sublime de vontade humana – não se sustenta no império da dúvida ou da mentira. Ele só é possível por intermédio da verdade, entendida condição de possibilidade (transcendental). Enquanto a memória liga o passado; o perdão desliga o passado; enquanto a promessa liga o futuro e a dúvida desliga o futuro.

Juridicamente, não são poucas as teses que fundamentam a possibilidade de punição dos crimes cometidos pela ditadura. Desde o julgamento dos nazistas pelo Tribunal Internacional de Nuremberg, em 1945, que crimes classificados como de lesa-humanidade, são considerados insuscetíveis de prescrição e anistia. Tal posição, já ratificada pelas cortes internacionais de direitos humanos em todo o mundo, foi reconhecida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que, por sua vez, em 2010, condenou o Brasil pela omissão nas investigações no desaparecimento forçado de 70 civis que atuaram na Guerrilha do Araguaia (1972-1974).

Contudo, o perdão – enquanto exercício sublime de vontade humana – não se sustenta no império da dúvida ou da mentira. Ele só é possível por intermédio da verdade, entendida condição de possibilidade (transcendental).

Mais recentemente, comissão da OAB-ES estuda possibilidade de representar ao Ministério Público para que proponha ações criminais, entendendo que crimes como o de sequestro e ocultação de cadáver possuem caráter permanente, ou seja, tem sua consumação diferida no tempo, cessando seus efeitos apenas após sentença judicial transitada em julgado ou aparecimento das vitimas. Seja sob o aspecto moral ou legal, não restam dúvidas de que o Direito à memória, à verdade e à justiça possui natureza de garantia fundamental. Significa dizer que desligar o passado não é ignorar a brutalidade dos crimes praticados pela repressão, mas ao contrário, é um ato de racional e consciente de vontade, no qual reafirma-se a superioridade da democracia e da capacidade de autodeterminação de nosso futuro. Anistia como esquecimento é ilegal, inconstitucional e imoral. Porque se é verdade que o tempo que nunca para, a paz só é possível se acompanhada pela justiça.

Vinicius Quintino de Oliveira é mestrando em Gestão Pública, especialista em Direito Público e Servidor Público Federal.

O autor, Darlan Correa Dias, e a ilustradora, Fernanda La Noce, durante lançamento do livro, na Livraria Leitura

Mensagem do Bispo O Bispo eleito da Diocese de Governador Valadares, Dom Antônio Carlos Félix, enviou, de Luz, onde reside, a sua mensagem de Páscoa. Amados Fiéis da Diocese de Valadares, Páscoa é passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, de uma vida de pecado para uma vida de conversão! O anúncio pascal traz a certeza de que o mal e a morte não terão a última palavra sobre nossa existência. Feliz Páscoa a todos! Que o Deus da vida nos abençoe! E que Jesus, que passou da morte para a vida, fortaleça nossa esperança e nos ajude a vencer nossas fraquezas! Luz, Páscoa de 2014.

Celebrando a Paixão Evangélicos promovem o Grande Sermão da Montanha A Igreja do Evangelho Quadrangular e a Rádio 104 FM Gospel, se uniram para promover o Grande Sermão da Montanha, evento tradicional que celebra a Paixão de Cristo. O evento religioso vai acontecer na sexta-feira, dia 18, a partir de 17h, na Avenida Minas Gerais. Além da celebração, o Grande Sermão da Montanha terá shows com a cantora gospel Lauriete, e com os cantores Jonas Vilar e Magno Malta, que também é senador da República.

No Figueira você pode rasgar o verbo! O Figueira respeita a sua opinião, suas críticas e sugestões. Escreva pra nós: redacao.figueira@gmail.com Rasgue o verbo! Mostre que você pensa, senão você vai rasgar o jornal e vai ficar feio na fita.


CULTURA & LAZER 11

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Hobbie

Resgate cultural

Copa do Mundo já começou com as figurinhas Crianças e adultos se reúnem aos sábados na Banca do Lenilto para trocar as figurinhas do Álbum da Copa 2014 Vésperas de Copa do Mundo não mexe apenas com a paixão dos torcedores. A ansiedade para saber como será o desempenho da Seleção Brasileira dentro das quatro linhas, divide com as expectativas de uma paixão antiga de muitos amantes do futebol: completar o cobiçado álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Em Valadares o costume de comprar e trocar as figurinhas repetidas existe há mais de 20 anos, e alcança todas as faixas etárias. Em menos de dois meses para a bola rolar, a prática já está a todo vapor na cidade. Sábado, 8h da manhã. O movimento ainda é tímido. Em poucos minutos os carros começam a estacionar. O que era calmaria começa a virar agitação. Juntos com os pais, crianças de todas as idades começam a chegar. O ponto de encontro é o mais antigo da cidade, a Banca de Jornal do Lenilto. Debaixo dos braços, todos carregam o álbum, como se fosse um tesouro precioso. Para eles, um exemplar completo, com todas as figurinhas coladas, não tem preço. Vira relíquia. No meio da agitação dos menores, um fato curioso começa a ser observado. Os mais empolgados com a troca das figurinhas são os pais. Estão ali na retaguarda, assegurando que os filhos façam boas trocas. O mesmo acontece com o pesquisador de História, Luiz Carlos, 50 anos. Nas mãos, uma pilha de figurinhas repetidas. A sua paixão pelos álbuns começou na Copa de 1990. De lá pra cá, já se passaram seis Copas do Mundo. “Comecei a colecionar e tomei gosto. Hoje deixo por conta dos meus filhos, mas na hora de trocar, acaba sobrando pra mim. As crianças animam em fazer as colagens e ficar na expectativa de qual jogador irão tirar. Mas quem corre atrás somos nós, os pais. Não importamos. É bom vim aqui, as crianças se divertem muito”. Com o olhar atento à movimentação das crianças e dos pais, o responsável pelo encontro é o dono da Banca de Jornal, Lenilton Dutra, 56. Há sete anos ele arrendou o

Gabriel Sobrinho

Trocar figurinhas é uma prática que já virou tradição na Banca do Lenilto em tempos de Copa do Mundo

local, mas o estabelecimento existe há mais de quinze. Ele conta que o antigo proprietário já realizava a troca com os colecionadores. Esse ano a expectativa é grande, afinal, a Copa do Mundo é no Brasil. Mas a movimentação nos primeiros dias depois do lançamento do álbum ainda é lenta. “Já se passaram 15 dias que editora liberou as vendas. Estou achando o movimento fraco, comparando com o mesmo período no ano passado. Até agora eu já vendi 100 álbuns e 6 mil pacotinhos de figurinhas. Meu cálculo era ter vendido nesse período pelo menos 10 mil”, disse. O estudante Gustavo Martins de Oliveira, 19 anos, colecionador de álbuns de figurinhas da Copa do Mundo desde 1998, ficou admirado com o livro ilustrado de 2014. Além dos estádios, mascotes, escudos dos

times e jogadores, a editora acrescentou cromos das marcas patrocinadoras. “Comecei a colecionar com meu pai em 1998. Tenho dois álbuns completos de cada Copa. Sempre venho aqui, antes eu vinha com meu pai, quando eu era criança. Agora venho sozinho. Aqui encontro com pessoas de todas as idades. Certa vez, a figurinha que eu precisava estava com um senhor de 80 anos de idade, depois de muita negociação, fizemos a troca”, disse. O valor do álbum e dos pacotinhos de figurinhas é definido pela editora. O exemplar deste ano custa R$ 5,90 e as embalagens com as figurinhas custam R$ 1,00. A banca vira ponto de encontro dos colecionadores nos sábados e domingos a partir das 8h da manhã, na Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Sete de Setembro. Gabriel Sobrinho

Gabriel Sobrinho

Resgatando as quitandas de Minas Glaucian Cardoso de Farias, economista doméstica formada pela Universidade Federal de Viçosa, elaborou um trabalho primoroso de resgate da cultura de Minas Gerais, e que virou livro. “Resgatando as quitandas de Minas” é o título deste livro, que resgate da cultura mineira, por meio da culinária, que entre seus inúmeros pratos típicos, de diferentes aromas e sabores, tem incluídas deliciosas quitandas feitas no meio rural, encantando pela simplicidade dos ingredientes e das quitandeiras. O livro traz uma coletânea de receitas antigas de quitandas mineiras através de pesquisa de campo em todas as regiões do estado de Minas Gerais, obtidas durante viagens da autora pelas diversas regiões de Minas. Nestas viagens ela trocou experiências com o povo do meio rural e percebeu que muitas pessoas estavam parando de fazer as receitas das vovós e têm comprado muitos produtos industrializados. Como consequência disso, muitas receitas estavam e estão sendo perdidas, até porque muitas delas só estão na cabeça das pessoas e não no papel. Então, Gláucian fez uma coletânea de receitas que deseja compartilhar com todos através do livro. Ela explicou que durante suas viagens, pode observar que as pessoas têm muita saudade das quitandas antigas. “Isso as faz lembrar de suas infâncias e de suas avós principalmente. Ao provar das quitandas preparadas coma receitas resgatadas, algumas pessoas se emocionam e choram com as lembranças que vêm à tona. Gláucian, além de economista doméstica, atua como instrutora do SENAR, treinando donas de casa, padeiros e jovens que estão ingressando no mercado de trabalho para fazer quitandas e doces de frutas. Possui sólida experiência na área de extensão, educação e formação profissional rural e urbana, com atuação em escolas, instituições privadas e Organizações não Governamentais. Experiência Profissional. O projeto para a impressão do livro foi aprovado pelo Ministério da Cultura como beneficiário da Lei Federal de Incentivo à Cultura e encontra-se em fase de captação. Pode ser patrocinado por pessoas físicas que descontam 6% do valor devido ao IR e repassam ao projeto. As empresas podem descontar 4% do IR e fazer o repasse. Formato do livro: 14cm x 21cm Páginas: 120 Capa dura, em 4 cores Tiragem: 3.000

Quem quiser saber mais informações sobre o patrocínio incentivado pode entrar em contato com este Figueira. Escreva: redacao.figueira@gmail.com Os adultos se misturam com as crianças na busca da figurinha que falta para completar... ....o àlbum. Na hora de fazer a troca sempre há uma boa negociação entre as partes

Memória da Figueira

Vigília Pascal Álbum de Luiz Alves Lopes

Edvaldo Soares, Gilberto Boechat, Luizinho, Márcio e Robertinho. Timaço de futsal do Figueira Tênis Clube, em 1967

Figueira Tênis Clube, timaço de Futsal nos tempos do Salão Nos primeiros tempos da Praça de Esportes, nos anos de 1960, o time de Futebol de Salão do Figueira Tênis Clube (à época, o Futsal era denominado Futebol de Salão) era formado por craques da “bola pesada”. O grande rival do FTC era o Ilusão Esporte Clube. O advogado Luiz Alves Lopes, o Luizinho, lembra que pelo FTC passaram “interessantes personalidades de Governador Valadares”. Luizinho nos enviou esta foto, de 1967, tirada durante a disputa do Campeonato Mineiro de Futebol de Salão do Interior, realizado em João Monlevade, MG. Confira a escalação do FTC: Edvaldo Soares dos Santos, Gilberto Boechat (o China), Luiz Alves Lopes (Luizinho), Márcio Luiz Veira (o professor Márcio) e Roberto Magno Hastenreiter (o Robertinho). Dá-lhe, Figueira!

Diversidade

Comunidade Anglicana faz vigília pascal no Sábado de Aleluia “No Domingo de Ramos, entramos em uma uma semana singular, a semana que nos ajuda a fazer a memória, especialmente, da fidelidade de Cristo ao Pai e da radicalidade do amor. Sim, a morte de Jesus Cristo é primariamente a consequência de sua vida expressada em palavras e gestos em favor da vida digna de toda pessoa. Nesta semana, de uma maneira particular, celebramos que a cruz não é a expressão da dor maior, pelo contrário, ela é a expressão do maior amor! Com estes sentimentos, vamos celebrar a Vigília Pascal, o grito da vida sobre toda expressão de morte, no sábado, dia 19, às 19h30.” Informações sobre o endereço podem ser obtidas mediante uma mensagem para o reverendo Ariel Montero: amontero@anglicana-es.org

CineNUDI’s O Núcleo de Debates sobre Diversidade e Identidades (NUDI’s), divulgou a sua agenda para abril e maio, com reuniões e programação cultural, como o “Cine-NUDI’s”, que será mensal, sempre na última sexta de cada mês, às 19h. Será cobrado um valor simbólico de R$ 5,00 pelo acesso ao espaço, que dará direito a pipoca, refrigerante, o filme e o debate. AGENDA 25/04 - Sexta-feira CineNUDI’s Filme: FLORES RARAS 06/05 - Terça-feira Reunião 21/05 - Quarta-feira Reunião 30/05 - Sexta-feira CineNUDI’s Especial Mês das Mães Filme: ORAÇÕES PARA BOBBY Sempre no Centro Cultural Nelson Mandela


ESPORTES 12

FIGUEIRA - Fim de semana de 17 a 20 de abril 2014 Fábio Monteiro / Arquivo Pessoal de Tim Filho

Cena do dia 28 de agosto de 2005, que ficou para sempre na memória da torcida democratense. Mamudão lotado. O zagueiro Giovani (número 4) subiu no meio da defesa do Rio Branco e marcou, de cabeça, o primeiro gol do Democrata, na vitória de 2 x 1 sobre o time de Andradas. Naquele dia, o Democrata sagrou-se Campeão Mineiro do Módulo II. No próximo domingo, mesmo sem o título, o Democrata quer subir. É um sonho possível

Campeonato Mineiro Módulo II

A missão é difícil, mas possível Mais uma vez, a missão do Democrata está relacionada a duas vitórias, no mesmo dia e no mesmo horário. Para subir ao Módulo I, a Pantera precisa vencer o Social neste domingo, no Mamudão, com casa cheia, e torcer para o Montes Claros vencer o Uberlândia, em Montes Claros. Difícil? Sim, mas nada impossível. Pra subir é simples. Basta vencer o Social por qualquer placar e torcer para que o Uberlândia perca para o Montes Claros, por qualquer placar. Simplicidade altamente complicada, mas possível no mundo do futebol, onde o impossível acontece, onde até os fantasmas entram pra decidir, como acreditava o dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues, criador dos impagáveis “Sobrenatural de Almeida e Gravatinha”. Torcedor fanático do Fluminense, Nelson Rodrigues atribuía as derrotas do tricolor ao “Sobrenatural de Almeida”, fantasma que trapaceava contra o time das Laranjeiras. As glórias tricolores eram mérito do Gravatinha, espírito que empurrava a bola pra dentro das redes adversárias. Histórias de fantasmas, milagres e crendices do mundo do futebol, nada disso está no pensamento de Edvaldo Soares dos Santos, presidente do Esporte Clube Democrata. “Nós vamos ganhar no campo, por mérito do nosso time. E o Montes Claros vai ganhar do Uberlândia. Vamos subir, sem milagre algum”, disse, confiante. Embora não acredite em fantasmas, Edvaldo vê coisas estranhas neste Módulo II do Campeonato Mineiro. “Todo jogo do Uberlândia tem um jogador adversário expulso. Estão fazendo de tudo pro Uberlândia subir, mas nós vamos superar isso, vamos vencer no campo.” A confiança do presidente é a mesma que motiva o time. O técnico Gilmar Estevam acredita na força do Democrata, e na vitória do Montes Claros sobre o Uberlândia. “Eu confio no meu grupo. Na minha carreira de técnico, este é o melhor grupo com o qual trabalhei. Vamos entrar em campo e vencer. E lá em Montes Claros, o Montes Claros vai vencer o Uberlândia, tenho muitos amigos lá e eles me disseram que vão jogar pra ganhar”. Confiança e otimismo à parte, a longa semana da Pantera será de

treinamento em ritmo forte. Esta é uma das raras semanas em que Gilmar Estevam terá tempo para fazer um treino coletivo. Na maior parte da competição, com jogos no meio da semana e viagens longas, não havia tempo pra nada. O time passou mais tempo dentro do ônibus, na estrada. Para o jogo contra o Social, um desfalque é certo: o lateral direito Douglas. Leandrinho, que vinha jogando na lateral durante o período em que Douglas se recuperava de uma distensão muscular, será o substituto. No elenco do grupo o clima é de confiança. A dupla de ataque formada pelos garotos Rodrigão e Felipe Augusto voltou a funcionar. Em Três Corações, os dois infernizaram a defesa do Tricordiano no finalzinho da partida e Rodrigão marcou um golaço. “Pra quem falava que eu não passava a bola para o Rodrigão, taí a resposta. Somos parceiros e estamos juntos”, disse a uma emissora de rádio valadarense depois do jogo em Três Corações. O goleiro Fábio Noronha também mantém a fé. Experiente, ele diz que o Democrata vai conseguir a classificação como prêmio à união do grupo de jogadores, que durante toda a competição manteve um clima de amizade e companheirismo. Esperança e fé Na página do Esporte Clube Democrata, no facebook, os torcedores e torcedoras mantêm a fé. A hashtag “#VamosSubirDemo” prevalece nas postagens de incentivo à equipe. A torcedora Ana Paula Barbosa, que apoia o Democrata em qualquer situação, não tem dúvida: “Mas é claro que eu acredito! Enquanto tiver 1% de chance, devemos ter 99% de fé. Eu acredito na vitória do Montes Claros e na classificação do Democrata”. Outro torcedor que está “fechado com o Democrata” é Wesley Gonçalves Nogueira, o Lelei, chefe

de torcida DemOrkut. “Eu confio até no fim”, disse, apesar de reconhecer que uma vitória do Montes Claros sobre o Uberlândia é pouco provável. “O problema é que Uberlândia jogo com 14, 11 em campo, o árbitro e os dois auxiliares”, disse. Lelei lembrou que Montes Claros dá sorte ao Democrata. Foi nesta cidade do norte de Minas que em 2011 o Democrata conseguiu um verdadeiro milagre para não cair para o Módulo II. “O Montes Claros vai nos dar essa alegria” O milagre de Montes Claros No mundo do futebol, milagres acontecem. E o Democrata já contou com um milagre para escapar do inferno do Módulo II. Foi no dia 17 de abril de 2011, na última rodada do Campeonato Mineiro. Para não ser rebaixado, o Democrata precisa golear o Funorte, em Montes Claros, por uma diferença de 3 gols. Mas só isso não bastava. O Ipatinga, que brigava com o Democrata pra não cair, tinha de perder para o Tupi, no Ipatingão. Só um milagre poderia livrar o Democrata do Módulo II em 2012. E o milagre aconteceu. O Democrata goleou o Funorte por 5 x 2. Dandão abriu o placar para o Funorte. Renê empatou para a Pantera e Juninho ampliou para 2 x 1. Mas, Dandão, de novo, deixou tudo igual: 2 x 2. Amilton desempatou: 3 x 2 para Democrata. A partir daí, brilhou a estrela de Fernandão, aquele que, anos depois, jogou no Palmeiras e no Bahia. Em tarde, inspirada, ele fez mais dois gols e fechou o placar: Funorte 2 x 5 Democrata. No Ipatingão lotado, com 16 mil pagantes, o Tupi venceu o Ipatinga por 1 x 0, gol de Michel Cury, de pênalti, aos 11 minutos do segundo tempo. O resultado, improvável para a maioria dos torcedores do Ipatinga, e até mesmo para torcedores do Democrata, rebaixou o time do Vale do Aço.

#NósAcreditamos

Mas é claro que eu acredito! Enquanto tiver 1% de chance, devemos ter 99% de fé. Eu acredito na vitória do Montes Claros e na classificação do Democrata

Álbum de Ana Paula Barbosa

Ana Paula Barbosa, fanática, gosta de ficar nas metálicas pra sentir o calor da torcida do Demô Álbum de Lelei Nogueira

“ “

Eu acredito até o fim. O problema é que Uberlândia joga com 14, 11 em campo, o árbitro e os dois auxiliares

Nós vamos ganhar no campo, por mérito do nosso time. E o Montes Claros vai ganhar do Uberlândia. Vamos subir, sem milagre algum

Lelei Nogueira, outro torcedor fanático, grita o jogo inteiro junto com a Torcida DemOrkut Tim Filho

O presidente Edvaldo Soares prefere acreditar na competência do time. O milagre fica pra depois


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