JORNAL DA BATALHA EDIÇÃO DE DEZEMBRO 2019

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXIV Nº 353 | DEZEMBRO DE 2019 | Pré-escolar 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Secundário

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Dez. 2019

50 as Alf

O Natal na vila é um espetáculo

Suplemento nesta edição

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Combate às descargas ilegais de resíduos da construção W pág. 28

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Agrupamento recebeu alunos e professores de cinco países

Basquetebol regressa passados 14 anos Publicidade

Livro: grafitos contam outras histórias do mosteiro

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Batalha Atualidade

dezembro 2019

Jornal da Batalha

Natal cheio de espetáculos e outras artes para todos

s Editorial

Carlos Ferreira Diretor

As palavras dos outros O tempo que passa leva-nos em busca de novas palavras para dizermos de novo o que já foi dito, ano após ano, alinhando ideias impossíveis de descrever, que a arte (pouca) não nos serve para tanto. Há sempre alguém que diz melhor. Um poeta. Obrigado aos Leitores, Anunciantes e Colaboradores que nos acompanharam este ano. A todos desejo um Santo Natal e um Ano Novo repleto de saúde.

p “O Natal na Batalha tem Brilho” com espetáculos e muito mais

m Programação alusiva à quadra

Quando um homem quiser Tu que dormes à noite na calçada do relento numa cama de chuva com lençóis feitos de vento tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento és meu irmão, amigo, és meu irmão E tu que dormes só o pesadelo do ciúme numa cama de raiva com lençóis feitos de lume e sofres o Natal da solidão sem um queixume és meu irmão, amigo, és meu irmão

natalícia percorre momentos de animação, culturais, desportivos e lúdicos para todas as gerações O Município da Batalha apresenta este ano uma programação alusiva à quadra natalícia que percorre momentos de animação, culturais, desportivos e lúdicos para todas as gerações, mas, naturalmente, mais orientada para as crianças.

29 DEZEMBRO, DOMINGO 15h00 | Espetáculo infantil “Musical Disney – As tuas personagens favoritas” – Tenda 16h30 | Sessão de Cinema Infantil “O Vale Encantado” – Auditório Municipal 14h00 - 18h00 Oficina temática Natalícia “O estojo pessoal do Pai Natal”

ANIMAÇÃO CASA DO PAI NATAL (PINTURAS FACIAIS, MODELAGEM DE BALÕES E INSUFLÁVEIS) 14h30 – 17h00 domingos – Praça Mouzinho de Albuquerque / Tenda

Programação 21 DEZEMBRO, SÁBADO 14h30 – 18h00 | Oficina Temática Natalícia – Tenda

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar tu que inventas bonecas e comboios de luar e mentes ao teu filho por não os poderes comprar és meu irmão, amigo, és meu irmão

22 DEZEMBRO, DOMINGO 15h00 | Espetáculo Infantil “Um Sonho de Circo” – Tenda 16h30 | Sessão de Cinema Infantil “Sherlock Gnomes” – Auditório Municipal

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei és meu irmão, amigo, és meu irmão

24 DEZEMBRO, TERÇA-FEIRA 14h30 – 16h00 | Animação com modelagem de balões, pinturas faciais e presença do Pai Natal – Tenda

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

Presépios no Mosteiro da Batalha, até 6 de janeiro, na Capela-Mor no Mosteiro da Batalha. Todos os domingos, na praça Mouzinho de Albuquerque, há passeios de cavalo gratuitos e animação na Casa do Pai Natal com pinturas faciais, modelagem de balões e insufláveis. No dia 22 de dezembro, o Grupo de Música Popular “O Penedo” e a Escola de Concertinas do Rancho Folclórico “Rosas do Lena” animam a vila da Batalha.

s registo

Natal é em dezembro mas em maio pode ser Natal é em setembro é quando um homem quiser Natal é quando nasce uma vida a amanhecer Natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher

Ary dos Santos em “As palavras das cantigas”

No dia 22 destacam-se o espetáculo infantil “Um Sonho de Circo” e a sessão de cinema infantil “Sherlock Gnomes”, no Auditório Municipal. Na véspera de Natal, a animação inclui a modelagem de balões, pinturas faciais e presença do Pai Natal. No dia 29 a tarde é reservada para o espetáculo infantil “Músical Disney - As tuas personagens favoritas” e à sessão de cinema infantil “O Vale Encantado”, no auditório municipal. Em paralelo, decorre a XII Exposição

28 DEZEMBRO, SÁBADO 14h30 – 18h00 | Oficina Temática Natalícia – Tenda

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

XII EXPOSIÇÃO PRESÉPIOS NO MOSTEIRO DA BATALHA Até 6 janeiro – Capela-Mor Mosteiro da Batalha PASSEIOS DE CAVALO GRATUITOS 14h30 – 17h00 domingos – Praça Mouzinho de Albuquerque

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

ANIMAÇÃO ITINERANTE (GRUPO DE MÚSICA POPULAR “O PENEDO” E ESCOLA DE CONCERTINAS DO RANCHO FOLCLÓRICO “ROSAS DO LENA”) 15h00 – 16h30 | 15 e 22 dezembro – Vila da Batalha

*Programa sujeito a alterações | Reservas para as sessões de cinema infantil através do email cultura@cm-batalha.pt ou pelo telefone 244 769 110.

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


www.erofio.pt O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos diariamente, assim como as coisas incríveis no mundo dos negócios nunca são feitas por uma única pessoa, mas sim por uma equipa. Assim, o Grupo Erofio deseja aos seus Colaboradores, Clientes, Fornecedores, respetivas famílias e a todos um Natal cheio de paz e harmonia. Que o novo ano 2020 entre nas nossas vidas e revigore a esperança, saúde, prosperidade, união, compreensão, humildade, sabedoria e que nos mantenha com o mesmo espírito de entreajuda. erofioInvestimentos Rua do Pinhal, n.º 200, Jardoeira, 2440-373 Batalha - Portugal T. +351 244 770 940 | F. +351 244 770 949 | E. geral@erofio.pt | E. erofioatlantico@erofio.pt


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Jornal da Batalha

Espaço Público Circuito pedonal destinado a todos

s Baú da Memória Por José Travaços Santos

Dr. Joaquim Calado (1930-2019) Com a morte do Dr. Joaquim Ribeiro Gomes Calado desaparece uma das figuras mais notáveis da nossa região. Personalidade vincada, espírito lúcido e sensível, cultura sólida e dedicação a todas as causas que promovem a defesa dos valores do humanismo cristão, foi também um empenhado defensor e divulgador da música tradicional, muito particularmente a da sua terra natal, o Reguengo do Fetal, terra a que dedicava um grande carinho. Autor de vários ensaios, de que sobressaem os cadernos “Buscas e Rebuscas… de Estudos Portugueses”, contendo o nº 1 es-

Votos de

tudos sobre o mito clássico em a “Sibila” de Agustina Bessa Luís, e sobre “Fernando Pessoa… teorizador da Modernidade”, e o nº 2, “Buscas e Rebuscas… de Estudos Clássicos” dedicado à obra de Sófocles. Tem duas obras dedicadas ao Reguengo, a primeira editada em 2001, “Reguengo do Fetal… Contributos para o estudo histórico-etnográfico duma freguesia plurissecular”. Foi como seu pai, Mestre Francisco Calado, um dos fundadores do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Reguengo do Fetal. Fundou o “Cancioneiro da Magueixa” e editou discos com recolhas

Feliz Natal

e composições da sua autoria. Enquanto durou o “Jornal do Reguengo”, fundado e dirigido por Manuel Poças das Neves, outra figura marcante da nossa região, foi seu assíduo e apreciado colaborador. O Dr. Joaquim Calado en-

viuvara há pouco tempo, sendo notório o desgosto que sentia pela perda inesperada da sua esposa. Os nossos sentidos pêsames a seu filho Engenheiro José Paulo Calado, a sua irmã Senhora D. Minervina e restante família.

A Câmara da Batalha apresentou no início deste mês um novo circuito turístico pedonal, que percorre a Igreja Matriz, a réplica do Pelourinho e a escultura de homenagem ao Mestre Alfredo Neto Ribeiro (Largo do Infante), as Capelas Imperfeitas e o posto de turismo da Batalha. Envolvendo os sentidos da visão, do tato, do olfato e do paladar, o trajeto compreende ainda a visualização do filme promocional do município, denominado “Cinco Sentidos”. Foi concebido para potenciar

a descoberta dos sentidos e ser realizado por qualquer pessoa independentemente do seu grau de incapacidade. O circuito foi apresentado no âmbito do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que tem como principal objetivo a motivação para uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência, e a mobilização para a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar, para que se crie um mundo mais inclusivo e equitativo para as pessoas com deficiência, seja ela física ou mental.

a todos os nossos utentes e colaboradores

Seg. a Sex.: 9h30 às 13h00 14h às 19h30 Sábado: 9h30 às 13h00 14h às 18h00

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Jornal da Batalha

Espaço Público Batalha

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s A Opinião de André Loureiro Presidente do PSD da Batalha

Confiança no futuro? Porque não? Hoje o pensamento dominante é o pessimismo. Surge em todo o lado. No discurso político, na Imprensa, no desporto, na opinião pública em geral, principalmente através das redes sociais. A confiança num futuro melhor, o otimismo nas pessoas e a dinâmica da vitória, foram substituídas pelo receio, desconfiança e aqui e acolá, vive-se mesmo um pessimismo militante. Quando o atual presidente da câmara me convidou para integrar a equipa candidata à Câmara da Batalha, aceitei por um motivo em especial: estou convencido de que a Batalha não viverá outro momento igual, ou seja, acredito profundamente que está ao alcance de cada um de nós, dos responsáveis políticos, dos dirigentes, enfim daqueles que não se resignam perante as dificuldades, transformar o

nosso tempo em momentos de confiança e prosperidade. Por isso sempre que se anunciam grandes cataclismos ou se inscrevem caminhos mais tortuosos, tenho o estranho hábito de pensar que amanhã é outro dia e estará ao nosso alcance melhorar, seja na vida pessoal, profissional e apenas na nossa relação com o mundo que nos rodeia. Aceitar com algum otimismo moderado a realidade como ela é, não pode ser confundido com um exercício de dissimulação ou de apelo ao facilitismo, mas antes uma opção de acreditar em projetos, nas pessoas e sobretudo na capacidade de reinventarmos um futuro que será o resultado das nossas ações, é certo, por exemplo, nas questões ambientais, de sabemos como podemos fazer melhor.

Estou convencido de que a Batalha não viverá outro momento igual, ou seja, acredito profundamente que está ao alcance de cada um de nós transformar o nosso tempo em momentos de prosperidade.

Vem esta reflexão a propósito da recente visita a Portugal da ativista ambiental Greta Thunberg, que juntou a sua voz a causas mundiais na proteção

do ambiente e da preservação da qualidade de vida da população mundial. A autenticidade da sua mensagem é inquestionável e as preocupações que defende são objetivos globais que partilho inteiramente, já tenho reservas pela forma como anuncia o mais completo desprezo pelas instituições e o derrotismo como se refere ao futuro do Planeta. A jovem Greta não apresenta alternativas, como outros protagonistas até da nossa terra, apenas identificam causticamente os problemas e menoriza os responsáveis públicos e a sociedade em geral. Ora, esta abordagem levada à letra, sintetiza uma opção política que apenas se centra na identificação dos problemas ou na abordagem crítica das questões, mas não preconiza as so-

luções ou sequer mobiliza a sociedade para uma atitude mais positiva em áreas-chave como o ambiente, o aquecimento global ou a defesa da floresta. Então a pergunta que se impõe é saber que mudanças se espera realizar com o discurso do medo, da catástrofe ou da mera proclamação dos problemas? Creio que não será esse o melhor caminho para quem, efetivamente pretende transformar comportamentos das sociedades modernas. Ou seja, estamos de acordo que denunciar os graves problemas ambientais, o aquecimento global, a estagnação económica ou as novas formas de exclusão, constitui um dever de cidadania, todavia, a mudança esperada apenas pode resultar da confiança que tenhamos uns nos outros, independente da função, ida-

de ou estatuto social. Confiança é a palavra que gostaria de partilhar com todos, neste final de ano e num tempo de enormes transformações, na sua maioria, como no combate à doença e à pobreza, estou certo, serão fundamentais para um futuro melhor para todos. Um Feliz Natal!


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Batalha Espaço Público

Bombeiros mantêm direção até 2022

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s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Bombeiros

p Jorge Novo A Lista A, que propunha a continuação de Jorge Novo como presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha, venceu as eleições para os órgãos sociais da instituição, no dia 6 deste mês. A Lista A conseguiu 191 votos, enquanto a outra concorrente, a Lista B, chegou aos 55 votos. No próximo triénio (2020/2022), a associação tem António Lucas como presidente da assembleia geral e Henrique Carvalho desempenhará as funções de presidente do conselho fiscal.

No passado dia seis de dezembro tiveram lugar as eleições para os órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha. Que me lembre foi a primeira vez que concorreram duas listas, o que seria muito salutar, no entanto os sócios são inteligentes e optaram pela escolha mais segura e garantida para o futuro da nossa associação de bombeiros. A equipa vencedora já deu provas das suas capacidades e irá continuar a trabalhar afincadamente para que os nossos bombeiros possam continuar a prestar serviços de elevada qualidade a todos quantos necessitem dos seus serviços. As responsabilidades são grandes, quer de bombeiros, quer de dirigentes e as exigências cada dia maiores, necessitando

de equipamentos atualizados e em perfeitas condições de funcionamento, o que obriga a investimentos constantes. Para o efeito, contamos que as entidades que tutelam a proteção civil cumpram com as suas responsabilidades, dotando as associações de bombeiros dos meios necessários e suficientes para estarem sempre a altura das necessidades das populações em matéria de proteção civil e socorro. Quer poder central, quer poder local, quer a população, sabem que podem contar com os bombeiros em qualquer situação de emergência, logo, respeitem-nos, não lhes compliquem a atuação e não criem mais dificuldades atrasando os pagamentos imprescindíveis para o normal funcionamento de qualquer instituição, as quais os bombei-

ros não fogem à regra. Felizmente os bombeiros da Batalha têm uma situação financeira estável, mercê da boa gestão implementada ao longo de muitos anos e ainda mercê de donativos obtidos há uns anos atrás. No entanto, essa reserva deverá ser preservada para suprimento de algum cataclismo futuro que nos possa assolar. Assim sendo, as entidades só têm que continuar a cumprir com as suas responsabilidades e competências, em tempo útil, para não complicarem a vida a quem tem que gerir estas associações. Por esta via quero agradecer a todas as pessoas eleitas no passado dia 6 de dezembro para o próximo mandato de três anos, por se terem disponibilizado a trabalhar afincadamente em prol da nossa associa-

ção de bombeiros, deixando uma palavra especial para o presidente da direção, o Eng. Jorge Novo, desejando um mandato calmo e sereno, mas muito eficaz na gestão e na articulação com o comando e com todos os colaboradores e voluntários. À semelhança do que aconteceu no mandato que agora termina, estou certo que outro tanto acontecerá no mandato que agora se inicia. Quero deixar também uma palavra de incentivo, agradecimento e solidariedade a todos os nossos voluntários que desempenham com competência, dedicação, esforço, empenho e disponibilidade, uma função fundamental para o bem estar dos nossos concidadãos, quer sejam pessoas individuais, quer sejam empresas. Apelo também a todos

os cidadãos que colaborem ativamente com os nossos bombeiros, ajudando-os neste nobre função, uma das mais nobres de todas. Por fim, aproveito esta oportunidade para desejar a todos os leitores votos de um feliz Natal e de um excelente ano novo, com muita saúde e tudo de bem.


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Espaço Público Batalha

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s A Opinião de Augusto Neves Jurista e presidente da Concelhia da Batalha do PS

O orçamento, o empréstimo bancário e o voto do Partido Socialista O PS votou contra o orçamento e apressou-se o sr. presidente da câmara a enviar para a Imprensa a notícia. Pois votou e também votou contra o empréstimo de 2,2 milhões de euros e também teria votado conta a suspensão do Plano Diretor Municipal (PDM ) não tivesse aquele ponto sido reformulado. E por que é que o PS votou contra? Porque entendemos que este é um mau orçamento, um orçamento cujas prioridades, no nosso entendimento, estão invertidas. A título de exemplo diremos que em anterior Assembleia Municipal obtivemos a informação de que a cobertura de saneamento básico no concelho é bastante deficitária e que essa deficiência se acentua especialmente na

freguesia de São Mamede. Não se entende como é que em vez de expandir essa rede, bem como a recuperação da rede viária, que são indicadores internacionais da qualidade de vida das populações, se opte por construir um pavilhão cujo elevado preço vai onerar a câmara nos próximos anos, não se vislumbrando utilidade prática capaz de justificar a capacidade a instalar, nem a sua sustentabilidade económico/ financeira. Considerando ainda que os orçamentos vêm sendo elaborados sem qualquer linha de rumo objetiva que permita perceber qual é o caminho que o município pretende seguir, de que é flagrante exemplo a extensão de saúde da Golpilheira, que num ano vê inscrita verba de 30 mil euros para

a sua recuperação e logo a seguir desaparece do mapa orçamental. E, para além disso, a falta de transparência do orçamento e das grandes opções do plano (GOP). Como o espaço não permite mais, damos dois exemplos: na rubrica da despesa aparece a sub-rubrica outras aquisições de bens e serviços 305 mil euros. O que é isto? E depois aparece outra despesa corrente com 707.304 euros em diversos… Pois é. E como o senhor presidente se esqueceu de falar do empréstimo bancário porque, naturalmente, não bate certo com a boa saúde financeira do município, que apregoa reiteradamente, por um lado, e por outro porque o seu destino marca, em definitivo, o que dissemos a propósito da in-

versão das prioridades no orçamento, fá-lo-emos nós porque não é de somenos importância. O PS de facto votou contra e fez declaração de voto quer em relação ao empréstimo quer em relação ao orçamento e às grandes opções do plano. E em relação ao empréstimo escrevemos o seguinte: consideramos que o empréstimo em causa mais não é do que confirmação por parte do executivo municipal de que não é possível cumprir o orçamento apresentado, constituindo, de facto uma retificação ao orçamento que ainda não existe, e considerando ainda que tal empréstimo se destina a financiar investimentos que no nosso entender não são prioritários, pelo que votamos contra, por unanimidade tal como

havia sucedido com o orçamento. Relativamente às GOP dos cerca de 13,5 milhões de euros em projetos sociais para 2020, aproximadamente 90% tem financiamento pela autarquia sendo que 5,6 milhões de euros não tem financiamento definido. Como é que vai ser feito? Novos empréstimos? 40% do investimento para 2020 não tem qualquer financiamento definido; Dos 33 milhões de euros do plano 2020-2023 e outros anos, 15,1 milhões são para 2021 e anos seguintes. Vale isto por dizer que as fantásticas grandes opções do plano capazes de revolucionar o concelho reportam-se a próximos mandatos em 45,75% do investimento, sem que se saiba como financia-los. Eis porque é que o Par-

tido Socialista, responsavelmente, votou contra o orçamento, as grandes opções do plano e o pedido de empréstimo bancário.


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Atualidade

Estudo de impacto ambiental da Barrosinha à beira do chumbo m O presidente do município “foi informado do indeferimento do estudo de impacto ambiental” durante uma reunião ocorrida no Ministério do Ambiente O pedido de licenciamento da pedreira da Barrosinha, na freguesia de Reguengo do Fetal, está em vias de ser chumbado pela Direção Geral de Energia e Geologia, na sequência da proposta de indeferimento da Avaliação

Impacto Ambiental. “A proposta de decisão [indeferimento] está em audiência prévia, pelo que o proponente [uma empresa do concelho de Alcobaça] tinha 10 dias úteis, que terminaram a 9 de dezembro, para apresentar alegações” e a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro “terá igualmente 10 dias úteis para responder, caso isso aconteça”, explicou esta entidade, que coordena o processo de licenciamento. A Câmara da Batalha anunciou a 26 de novembro que o presidente do município “foi informado do indefe-

rimento do estudo de impacto ambiental” durante uma reunião ocorrida no Ministério do Ambiente, com a presença do Secretário de Estado da Energia, João Galamba. “Na base desta decisão, e de acordo com o transmitido ao autarca, radica a ausência de enquadramento no Plano Diretor Municipal da Batalha, atendendo ao facto da pedreira estar localizada em área de Rede Natura”, refere o município em comunicado. “A decisão hoje [dia 26] comunicada inviabiliza, em definitivo, a pretensão de exploração da pedreira da Bar-

rosinha, o que, atendendo ao exposto pelo município, é uma decisão acertada e que protege a população da freguesia de Reguengo do Fetal e o património histórico e geológico do concelho e da região”, refere o presidente da câmara, Paulo Batista Santos. Entretanto, a associação ambientalista Quercus aplaudiu e a posição do Município da Batalha pela sua recusa na instalação da pedreira Barrosinha. A Quercus considera que a oposição ao projeto é “uma posição de defesa do ambiente, dos valores naturais, dos ecossistemas e da biodi-

p Quercus elogia oposição da câmara ao projeto versidade, e, consequentemente, a posição correta em defesa da população local”. Segundo a associação ambientalista, a pedreira Barrosinha está prevista para uma

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

zona “onde iria ter um enorme impacte visual, numa vertente da serra onde não seria possível a implementação de medidas de mitigação do impacte visual gerado”.

Feliz Natal!

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã

Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã

Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde

Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

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Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

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Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde

Ortodontia

Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde

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Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Sexta-feira - Tarde

Cirurgia Oral

Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde (Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

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Atualidade Batalha

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Alunos receberam colegas de cinco países europeus m Os 23 estudantes estrangeiros ficaram alojados em casa de encarregados de educação portugueses que se disponibilizaram para os acolher O Agrupamento de Escola da Batalha (AEB) foi responsável pela organização da primeira mobilidade internacional do projeto Erasmus KA 229, designado “Erasmus + A lab in my pocket: application of the scientific method and experimentation with smartphones sensors” (Um laboratório no meu bolso: aplicação do método científico e experimentação com sensores de telemóveis). O AEB, que possui uma longa experiência neste

tipo de projetos, recebeu de 1 a 7 de dezembro professores e alunos de Itália, Espanha, Hungria, Roménia e Turquia. Os 23 alunos estrangeiros ficaram alojados em casa de encarregados de educação dos seus colegas portugueses, que se disponibilizaram para os acolher, e desenvolveram também atividades, de forma autónoma, como pequenas visitas na região. Este projeto insere-se no projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular de quatro turmas do 8º ano de escolaridade, onde todas estiveram envolvidas na preparação, organização e dinamização dos workshops temáticos que visaram promover o conhecimento científico e permitiram que os alunos

p Foi a primeira mobilidade internacional do Erasmus KA 229 pudessem realizar diversas experiências práticas recorrendo ao telemóvel, nomeadamente à aplicação

Google Science Journal. Os conteúdos programáticos abordados foram reações químicas, fotossínte-

se, germinação, luz, intensidade do som e grandezas diretamente proporcionais, através da programação

dos Micro:bits, na plataforma Makecode. Pa ra a lém dos workshops, foi possível dar-lhes a conhecer duas cidades do nosso país, com uma deslocação a Lisboa e outra à Universidade de Coimbra, inserida numa visita de estudo do 8º ano. Um dos pontos altos consistiu numa tarde-noite de atividades e de jantar partilhado, em que as famílias que acolheram os alunos do Erasmus+ se deslocaram à escola para partilhar a refeição e para assistir a apresentações preparadas pelos alunos. “O balanço foi extremamente positivo, com os alunos e professores estrangeiros a destacarem a excelente organização e acolhimento de que beneficiaram”, segundo o AEB.

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E UM BOM ANO NOVO


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Opinião s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

Os melhores discos de 2019 A música portuguesa respira saúde e vitalidade. Nos anos mais recentes, entre os nomes consagrados, aparecem novos intérpretes e compositores que inovam e surpreendem, o que só nos dificulta a escolha dos melhores discos do ano. Assim, mais uma vez, cabe-nos a ingrata tarefa de designar alguns e excluir outros que, talvez, merecessem estar entre os onze que a seguir se indicam: 11º Montanhas Azuis, “Montanhas Azuis”. O super grupo de jazz, formado por Norberto Lobo, Marco Franco e Bruno Pernadas, apresenta um álbum na senda da eletrónica mais experimental, mas que se ouve com agrado. 10º Paus, “Yess”. Os Paus

voltam a baralhar e a dar cartas no pós-rock, um ano após “Madeira”. No entanto, mudam tudo para continuarem iguais a eles mesmos. O disco tem o toque mágico de Grassmass, produtor musical brasileiro. 9º Luís Severo, “O Sol Voltou”. Um álbum de autor, na medida em que é composto, tocado e produzido por Luís Severo, que aqui se assume como escritor maior de canções. Acácia, Domingo ou Joãozinho são alguns dos temas que se destacam. 8º Profjam, “#FFFFFF”. O que há a acrescentar sobre um dos mais inovadores e arrojados álbuns de hip hop português? O público foi o seu melhor crítico, já que o disco andou pelos lugares

cimeiros da tabela nacional de vendas. 7º Ricardo Ribeiro, “Respeitosamente”. Ricardo Ribeiro diz que não é fado, nós arriscamos dizer que é música do mundo: africana, alentejana e também fado, em grandes canções como Canto Franciscano ou Depois de Ti. 6º Frankie Chavez, Peixe, “Miramar”. Os dois músicos socorrem-se das guitarras para tecerem paisagens sonoras belíssimas. São onze instrumentais que constituem este Miramar, feitos à medida dos amantes da guitarra, seja ela acústica, portuguesa ou elétrica. 5º Capitão Fausto, “A Invenção do Dia Claro”. Três anos depois de “Têm os Dias Contados”, os Capitão

Fausto regressam com mais um trabalho de antologia. Boa Memória é o tema mais divulgado, mas o resto do disco deve igualmente ser escutado com atenção. 4º Renato Júnior, “Uma Mulher Não Chora”. Homenagem a todas as mulheres, com quinze cantoras convidadas, e entre elas contam-se Viviane, Katia Guerreiro, Joana Amendoeira, Rita Redshoes e Simone de Oliveira. Há uma doce melancolia que percorre este álbum, o qual merece aparecer em qualquer lista dos melhores do ano. 3º Bernardo Sassetti, “Solo”. Sete anos sobre o seu trágico desaparecimento, é publicado este trabalho a solo, ao que parece o primeiro de nove álbuns

a publicar postumamente. O piano de Bernardo Sassetti tem uma dinâmica tão profunda que ultrapassa o mero domínio do jazz. 2º Salvador Sobral, “Paris, Lisboa”. Numa referência ao universo do cineasta alemão Wim Wenders, Salvador Sobral reflete sobre a sua experiência pessoal, onde há sofrimento, amor e desamor e, no final, um convite para estragarem-lhe os planos. 1º Stereossauro, “Bairro da Ponte”. Disco que ultrapassa todos os géneros e classificações, parte de gravações de Amália Rodrigues e Carlos Paredes para, depois, uma série de convidados de luxo cantarem acompanhando as ditas gravações. Entre os convidados

incluem-se Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura, Gisela João, Rui Reininho, Capicua, Dino d’Santiago, entre outros, em dezanove faixas que constituem uma leitura atual do património discográfico de Amália Rodrigues e Carlos Paredes. Para nós, o disco do ano. Votos de Feliz Natal e próspero Ano Novo.

s Crónicas do passado Francisco Oliveira Simões

O oeste hipster Parece que dita a norma que quem nasce na região de Leiria será hipster, quase como uma profecia lendária. Esse epicentro, onde todos os caminhos da mais alta e emergente produção artística independente vêm dar. E a História encarregou-se de nos mostrar que é verdade. Eu não queria dar razão a este chavão, a uma regra dogmática que me inquietava, mas acabei por ter de a corroborar, com tamanho pesar. Deambulava pelas ruas de Lisboa, com aquele passo de Alvalade ao fim do dia, quando me deparo com a frenética sensação de extravasar emoções e conceitos profundos obtusos, enquanto fumo a minha cigarrilha pensativa e inconsciente. Pedi uma cerveja artesanal num bar do Cais do Sodré. - Queria uma cerveja raposa, daquelas que aparece

com aquele ar de indecente ouve tudo e não se esquece, quando volta está diferente, por favor! - O meu amigo está contaminado pelo vírus do hipsterismo. - Acha? - Ou então é de Leiria, mas isso seria algo insólito. - Pois, é que eu sou de Leiria… - Já podia ter dito, as bebidas são por conta da casa. Mas conte-me, tem algum projeto na calha? Já sabe, se precisar de um espaço para atuar, tem aqui um estaminé ao seu dispor. - Por acaso, tenho alguns livros na calha… - E um EP, suponho. No meio desta conversa, junta-se o músico residente do bar e passa-me a guitarra elétrica para as mãos, dizendo: - Mostra-nos a tua arte! Sentei-me num banco

Historiador

alto, em frente ao microfone, sem saber bem o que fazer com a guitarra. Comecei por dedilhar umas cordas ao calhas, enquanto vociferava uns poemas que escrevera em tempos mais trágicos e moribundos. A plateia, distribuída pelas mesas, encharcados em cervejas de vasto teor alcoólico, aplaudia entusiasticamente, num misto de emoção e intelecto refinado. Esta era a conversa que se ouvia por toda a sala: - Quem canta assim é de Leiria, estes artistas vêm todos de lá. - Deve ser da água ou de qualquer coisa que comem por aquelas paragens. - Quem me dera ser de lá, parece que nascem com o rabo virado para a lua. Não liguei a este incidente, mas o facto é que já tenho concertos marcados para a Galeria Zé dos Bois, desculpem a ZDB, agora nem pare-

cia um hipster a falar. Há coisa de uns meses, dei por mim a comprar uma máquina de escrever na Feira da Ladra. Agora transporto-a numa maleta de um lado para o outro. Dá imenso jeito para anotar ideias desconexas e presas por fios nas teias do meu ser. Os óculos de massa são parte da minha fisionomia e até deixei de reparar se tenho a barba aparada. A pouco e pouco, vou-me tornando numa espécie de artista underground, que renega toda a música comercial, mas isso sempre reneguei. O que me apercebo agora, é que sempre fui assim, é algo intrínseco aos autóctones das margens do rio Lis. Meu Deus, mas porque é que me fizeste nascer numa localidade tão próspera e rica a nível cultural e artístico? Que mal fiz eu, para merecer tamanha dádiva e responsabilidade?

Ando envolvido em serões noctívagos de poesia, vejam bem a devassidão deste literato sem pasta. No outro dia perguntaram-me se não queria publicar por aquelas editoras a retalho, com nome de bairro turístico lisboeta, onde quem paga é o autor. Imagino que seja muito chique e à moda estoirar dinheiro e ficar a ver navios, mas como sou da Batalha, e consequentemente de Leiria, tenho uma coisa a que chamamos inteligência e bom-senso. Essas duas armas impedem-me de fazer disparates. O único problema da ser hipster é estar a leste da sociedade e só saber falar através de letras de bandas indie, para além de não me deixarem fumar em sítios fechados, que desmancha-prazeres. Até as costumeiras peregrinações dos hipsters ao Porto, não são novas para

mim, pois, já comungava desse hábito há muitos anos. No momento em que escrevo estas linhas tenho convites para ir ao Paredes de coura e propostas de parcerias com artistas emergentes, ou não. Se falo de Kafka, já tenho o público garantido, se me debruço sobre Nietzsche, oferecem-me um prémio literário, mas se cito Herberto Hélder, tenho um convite muito simpático para ir gravar num estúdio no Alvito.


ÚNCIO

Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

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Bancadas do PS e CDS votam contra plano e orçamento m Desporto: prevê a ampliação do multiusos da Batalha, a construção de um pavilhão em São Mamede e a instalação de um relvado sintético no Reguengo do Fetal As bancadas do PS (ver pág 07) e do CDS na Assembleia Municipal votaram contra o plano de atividades e orçamento da Câmara da Batalha para 2020, e o plano de desenvolvimento desportivo e cultural para os próximos anos, aprovados com os votos da - maioria 245 x 165mm do PSD. O plano de desenvolvimento desportivo e cultural prevê um financiamento a rondar os três milhões de

euros, contemplando a ampliação do pavilhão multiusos da Batalha, a construção de um pavilhão gimnodesportivo em São Mamede e a instalação de relvado sintético no Reguengo do Fetal. As grandes opções do plano (GOP) “apresentam como grandes objetivos do investimento o ambiente (redes de infraestruturas de água e saneamento, eficiência energética), a reabilitação urbana (PARU da Vila da Batalha, Reguengo do Fetal e Golpilheira), a coesão social e educação (apoios à primeira infância, programas educativos de combate ao insucesso escolar, desportos e cultura para todos)”, refere a autarquia em comunicado. “As GOP consolidam as grandes linhas de atuação municipal, de acordo com

p Um dos projetos corresponde ao pavilhão de São Mamede a estratégia clara e consistente que aposta na reabilitação urbana, na coesão social e territorial das freguesias, na educação, no acolhimento empresarial, na cultura e na localização empresarial”, adianta. “A transição energética e a eficiência energética apresentam uma opção es-

tratégica do município para a sustentabilidade ambiental e para a sustentabilidade energética com a concretização de diversas empreitadas e projetos neste setor. A nível da mobilidade suave a câmara irá desenvolver dois projetos de referência: a Ecovia do Vale do Lena e a Ciclovia Urbana na Bata-

lha”, explica o documento. O orçamento municipal ultrapassa os 17,6 milhões de euros, justificado “essencialmente com o grande volume de investimento comparticipado por fundos comunitários, que corresponde a cerca de 12 milhões de euros, e pelas novas competências muni-

A QUAL I DAD E D IS TI NGUE O N OS SO SE RVI ÇO.

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BOAS FESTAS

cipais no âmbito da descentralização da educação”. No próximo ano, o município vai avançar com a Agenda da Inovação (Plano Estratégico – Batalha 2030), “preparando o concelho para os novos desafios e estratégias municipais para o novo quadro plurianual comunitário”.


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Batalha Atualidade

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Jornal da Batalha

Convívio junta 200 batalhenses em Paris m Comitiva que seguiu da Batalha visitou a maior empresa francesa de transformação de veículos de socorro e participou numa entrevista na Rádio Alfa A cidade de Champigny sur Marne, na região de Paris, recebeu a 16 de novembro o 28º Jantar Anual de Confraternização da Diáspora Batalhense, que envolveu mais de 200 participantes. A iniciativa, organizada pela Comissão do Convívio Batalhense, decorreu no restaurante Mar Azul, gerido por Alexandre Cunha e João Relva, e nos dias que a antecederam a comitiva que seguiu da Batalha visitou a maior empresa francesa de transformação de veículos de socorro, proprie-

dade do português Mapril Baptista, e participou numa entrevista pela Rádio Alfa. Na ocasião, foi inaugurada a Casa de Portugal em Champigny sur Marne, que contou com a presença da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e do Embaixador de Portugal em França. Para além do presidente do município, a comitiva batalhense contou com a presença da presidente da Junta de Freguesia da Batalha, de um representante da Assembleia Municipal, do presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha e do comandante da corporação. Quanto ao Jantar Anual de Confraternização da Diáspora Batalhense, ao qual a Câmara da Batalha “atribui a maior importância”, o presidente da autarquia considera que “prestigia o concelho e mesmo a

p O jantar reuniu 200 batalhenses e a comitiva do concelho região, revelando-se como uma excelente oportunidade para manter um contacto estreito com a comunidade emigrante radicada

em França”. Nas palavras que dirigiu aos participantes no encontro, onde se incluíam deputados e autarcas france-

ses, Paulo Batista Santos “agradeceu a generosidade dos batalhenses, sinalizando a importância dos contributos financeiros que

têm sido angariados através dos jantares convívios e que são canalizados para os Bombeiros Voluntários da Batalha”.

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Deseja a todos os seus clientes e amigos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

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s lfa A

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Pré-escolar 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo Secundário


Opinião

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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O futuro é uma incerteza, mas trará grandes oportunidades Um novo ano letivo traz novos desafios, sendo a nossa prioridade dar continuidade à implementação da Autonomia e Flexibilidade Curricular (AFC) e da Educação Inclusiva para que os nossos alunos possam realizar mais e melhores aprendizagens. Neste novo ano letivo, o agrupamento passou a integrar a Rede de Escolas Associadas da UNESCO, continuando a desenvolver um grande número de projetos nacionais e internacionais, com mobilidade de professores e de alunos em diferentes países europeus, sendo o primeiro ano em que alunos do ensino profissional irão desenvolver a sua Formação em Contexto de Trabalho no estrangeiro (Itália e Espanha). Pretendemos ainda implementar o sistema de garantia da qualidade do pro-

cesso formativo e dos resultados obtidos pelos alunos do ensino profissional, alinhado com os princípios do Quadro de Referência EQAVET. A escola de hoje, através do recurso a medidas de suporte às aprendizagens, deve garantir a todos os alunos equidade e uma igualdade de oportunidades de acesso ao currículo, de frequência e de sucesso educativo. O futuro é uma incerteza, mas trará certamente grandes oportunidades. Os nossos alunos não vão ter uma profissão para a vida, pelo que, mais importante do que o seu conhecimento, vai ser o que eles serão capazes de fazer com toda a informação de que dispõem. Lembro uma reflexão que retive, fruto de algumas leituras: “Para que a educação ofereça uma resposta poderosa aos desafios

de hoje e do futuro é necessário um foco na qualidade e na relevância da educação. O conhecimento, as aptidões e as competências devem ser pertinentes no século XXI e contribuir para criar atitudes e comportamentos propícios à paz, ao desenvolvimento sustentável e à promoção da cidadania responsável. Essas aptidões e competências englobam a resolução criativa de problemas, o pensamento crítico e a aprendizagem para vivermos juntos num mundo cada vez mais multicultural.” (Global Education First Initiative - GEFN, 2012). O AEB tem de continuar a sua reorganização, de forma a criar melhores condições para exploração dos currículos de forma diferente, através do desenvolvimento de projetos, realizando trabalho de natureza interdis-

ciplinar, aprofundando os conhecimentos adquiridos, trabalhando em equipas educativas e organizando de forma diferente os horários dos alunos e dos professores. Hoje, dentro da nossa autonomia, estamos a gerir até 25 % do currículo, mas, no futuro, temos de equacionar a implementação da Portaria n.º 118/2019, de 11 de junho, com uma gestão superior a

25% das matrizes curriculares-base das ofertas educativas e formativas dos ensinos básico e secundário, com vista ao desenvolvimento de planos de inovação. O nosso projeto continua a aglutinar Vontades, Inovação, Trabalho, Responsabilidade, Aprendizagens e Lideranças, os pedaços coloridos de um renovado VITRAL da Batalha.

Agradeço a todos os que têm contribuído para criar uma melhor escola e a todos os que têm ajudado a melhorar as aprendizagens de cada aluno. Obrigado por acreditarem que é possível um agrupamento para o futuro, construído por todos e para todos. Luís Novais diretor do AEB

“Para atravessar contigo o deserto do mundo” Sophia de Mello Breyner Tinha uma imaginação mágica Escrevia os livros com amor E a sua criatividade Também nascia numa flor

No dia 6 de novembro, há 100 anos, nasceu, no Porto, Sophia de Mello Breyner Andresen. Um pouco por todo o país houve comemorações do centenário do nascimento de tão extraordinária figura. Também a nossa escola, ao longo do mês de novembro, celebrou os 100 anos de Sophia com inúmeras atividades. A iniciativa partiu da biblioteca escolar, em estrei-

ta articulação com os professores de Português e com a colaboração de docentes de outros departamentos que quiseram aderir. Assim, principalmente na semana de 4 a 8 de novembro, durante as aulas de Português, Oficina de Leitura e Escrita e Oficinas de Aprendizagem, dezenas de turmas, desde o 2.º ciclo ao secundário, estiveram na biblioteca

escolar para partilhar textos e poemas da autora, dramatizar alguns contos, falar sobre a sua vida e obra, visitar a exposição, pintar uma tela, cantar, ouvir música, participar numa atividade orientada por QR code, entre muitas outras iniciativas. Também os alunos do 1.º ciclo celebraram Sophia com a animação de leitura de obras da autora.

«A Menina do Mar» É uma história de encantar Em que uma menina gosta de nadar E dos animais tratar

Muitos livros ela escreveu E também prémios recebeu A imaginação andava pelo ar E era ela que a conseguia apanhar

«A Fada Oriana» Uma história que eu li Uma fada que trabalhava toda a semana Porque uma promessa fez Mas durante a história se desfez Da história muito eu gostei

«O Rapaz de Bronze» eu quis ler Mas nunca tive a oportunidade No entanto acredito que terá muita criatividade

Sophia de Mello Breyner Foi uma escritora fantástica Muitos livros escreveu E muita inspiração recebeu Mariana Vieira, 6.º B

Para a aluna Mariana Macedo, “participar neste evento foi uma experiência única. Sempre gostei muito da escrita de Sophia e ter a oportunidade de cantar algo escrito por ela e tocar a música de Francisco Fanhais foi fantástico“.

O entusiasmo e o ambiente de festa foi uma constante. Apesar de não ter chegado em carne e osso a esta data, Sophia está viva, pois, através da sua obra, ganhou o poder de se libertar da “lei da morte” e permanecer na memória da humanidade.

O poema me levará no tempo Quando eu já não for eu E passarei sozinha Entre as mãos de quem lê

Biblioteca escolar

Diretor: Luís Novais. Edição e coordenação: professoras Fátima Gaspar, Fernanda Cardoso, Guida Roque e jornalista Carlos Ferreira. Fotografia: professor Sérgio Barroso Redação: alunos da Oficina de Jornalismo - 10.º C, 11.º C, 12.º B, 12º C e comunidade escolar. Paginação: Catarina Martins. Facebook Alfabeto – Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha


Atualidade

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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Jovens de mãos dadas pelo ambiente Os alunos da Oficina de Jornalismo e a turma do 11.º C elaboraram e expuseram, na escola, cartazes em material reciclado, apelando à preservação do ambiente e alertando para as graves mudanças climáticas. Participaram, deste modo, no “Movimento Mundial pelo Planeta” iniciado pela jovem sueca Greta Thunberg. A ação, que integrou a participação da CPCJ da Bata-

lha, decorreu de 20 a 27 de setembro e contou com o apoio dos professores de Geografia e de Português, os quais levaram os alunos a refletir sobre esta temática a partir do visionamento de vídeos e de atividades orais e escritas. Exploraram-se novas aprendizagens e incentivou-se a mudança de comportamentos no dia a dia, pois há que garantir a preservação do planeta.

Foram colocadas diversas questões sobre o tema a membros da comunidade escolar, os quais consideraram relevante esta iniciativa, dado que serviu de alerta para a emergência climática. Acrescentaram que, no quotidiano, procuram zelar pelo ambiente, reciclando e poupando água. Para que sejamos exemplares, em termos ambientais, sugeriram que se instalassem mais ecopontos na

escola e que os computadores e as luzes das salas sejam desligados quando desnecessários. Referiram, ainda, que os alunos devem ser alertados

insistentemente para a necessidade de preservar o ambiente escolar e que a realização de eventos relacionados com o tema seria uma importante

forma de sensibilização. Aaliyah Figueiredo, Carina Almeida, Iara Marques, Lara Santana e Miriam Ascenso, 10.º C

Docentes e alunos do AEB quebram rotinas com projetos inovadores Na penúltima semana de novembro, no âmbito do projeto Erasmus + Numeracy Literacy Through Coding and Robotics, dezasseis professores vindos de Itália, Malta e Eslovénia trabalharam com alguns docentes do AEB, desenvolvendo, junto de alunos do 1.º ciclo, boas práticas ambientais. A professora Fernanda Alvega, envolvida no projeto, considera que o objetivo principal é “partilhar experiências, bem como descobrir a forma como as escolas dos diferentes países estão a

explorar diversas áreas da robótica, codificação e programação”. E acrescenta: “É fundamental a troca de ideias e conhecimento, entre esta equipa, de forma a garantir o sucesso do intercâmbio e é extremamente importante que cada aluno dê asas à sua criatividade e imaginação. O primeiro passo é cativá-los, o segundo é interligar os conteúdos escolares com a tecnologia”. Salientou, ainda, que a ideia não é instalar uma aplicação que adivinha a nossa aparência quando velhos, mas sim criar plataformas

O valor dos afetos No passado dia 31 de outubro, os alunos dos 3.º e 4.º anos da Escola Básica e Secundária da Batalha partilharam afetos, canções e bolinho no âmbito do projeto da sua escola “eu.aprendo@escolher” com os utentes do Centro de Dia da Misericórdia da Batalha. A professora do 3.º A, Antónia Carreira, realçou a importância desta atividade, no sentido de “escolher” um pouco do nosso tempo para partilhar afetos junto de quem precisa. No seu entender, é fundamental consciencializar os alunos para valores éticos como a solidariedade e a inclusão. Salientou que todas as pessoas merecem ser respeitadas e valorizadas ao longo da sua vida, em particular os mais idosos, que já não se incluem na vida ati-

va da sociedade. Para esta professora, “hoje em dia, os afetos são raros e é importante parar um pouco para os distribuir, sendo fundamental para o nosso bem-estar emocional”. Os alunos Afonso Santo e Sara Pereira referiram que cantaram canções da sua escola aos idosos, aprenderam igualmente canções do tempo deles e receberam uma pequena lembrança, um peluche, elaborada pelos utentes. Acharam muito importante visitar os idosos, pois precisam de muita atenção, como as crianças. Referiram igualmente que gostaram de os visitar e da sua companhia, por ter sido divertido e por terem aprendido muito com eles.

Cristiana Carreira e Adriana Pereira, 11ºC

que promovam a preservação do ambiente, de modo a tomarmos as melhores decisões na hora da reciclagem e da escolha de produtos sus-

tentáveis. Com este projeto, “é necessário muito pouco para se conseguir fazer muito. Por vezes, não é por termos todos os equipamentos

Coruja-das-torres com nova casa

No dia 12 de outubro, os Guardiões do Ambiente da Escola da Golpilheira juntaram-se, mais uma vez, à Associação Aves da Batalha para colocarem uma caixa-ninho para a coruja-das-torres nas redondezas da escola. Os pais juntaram-se aos

guardiões e ouviram com atenção os amigos das Aves da Batalha a explicar a importância desta espécie para o equilíbrio do ecossistema. Não faltaram as informações sobre a sua alimentação, reprodução e hábitos sociais. Prof. Miguel Monteiro

“A nossa casa é um planeta” Os alunos do 2.º ciclo participaram no projeto de sensibilização ambiental, o planetário itinerante “A nossa casa é um planeta”, uma ação dinamizada pela Valorlis, em parceria com o Município da

Batalha e com o AEB. Foram abordadas as temáticas da Redução, da Reutilização, da Recuperação e da Reciclagem de materiais e energia, para a construção de um planeta melhor.

que fazemos melhor, o principal é mudar a nossa mentalidade e a nossa maneira de estar”, concluiu. Outros professores referi-

ram que trabalhar em equipa continua a ser o caminho mais ajustado a um mundo que se assume cada vez mais intelectual e sublinharam que, quando se movem por um objetivo, não há línguas que impeçam a troca de estratégias e a sua futura aplicação na sala de aula, seja na terra das elaboradas pizas e massas, na ilha do fresquinho peixe-espada ou no país do delicioso “kremšnita”. Joana Ferreira, 12.º B Inês Custódio e Mariana Santos, 12.º C

O direito à infância Celebrou-se, no dia 20 de novembro, o 30.º aniversário da Convenção sobre os Direitos das Crianças, um tratado internacional, aprovado pelas Nações Unidas, que tem por finalidade a proteção de crianças e adolescentes de todo o mundo. Ouvidos alguns elementos da comunidade escolar, verifica-se que, em geral, esses direitos são conhecidos, no entanto, desconhecem-se os seus objetivos e fundamentos. Alunos e professores consideram que os mais importantes são o acesso à

educação, à alimentação e a bons cuidados de saúde, sobretudo, o direito de serem crianças. Foi referido, também, que se nota a necessidade de ouvir os mais novos, proporcionando-lhes melhor desenvolvimento físico e mental imprescindível para serem felizes. Como sugestão final, ficou a ideia de organizar mais ações de sensibilização para a temática da infância. Adriana Pereira e Cristiana Carreira, 11.º C

Fátima: visita a lagar de azeite No dia 28 de outubro, os alunos do Centro de Apoio à Aprendizagem (CAA) visitaram o lagar e o Museu do Azeite, em Fátima. A atividade começou com a apanha da azeitona nas oliveiras da nossa escola e continuou no la-

gar, onde os alunos aprenderam o processo de produção do azeite. A seguir, viram um filme no museu e provaram uma tosta com azeite. Com o azeite oferecido confecionaram deliciosos bolinhos. Os alunos do CAA


Atualidade

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Alunos contactam com empresa inovadora Os alunos do curso profissional de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, dos 10.º e 11.º anos, participaram, no dia 30 de outubro, numa visita de estudo à Altice Labs, em Aveiro, empresa que desenvolve serviços e produtos inovadores para o mercado das telecomunicações e tecnologias da informação. O objetivo foi conhecer como se desenvolve o processo de inovação, transformando conhecimento em vantagens competitivas. Com Helena Margarida e Paulo Margaça a orientarem, a visita iniciou-se com uma breve apresentação da história da Altice Labs e da sua implicação na evolução das telecomunicações no país e no mundo. Foram ainda

abordadas temáticas como a caracterização e diferenciação da empresa e os produtos e serviços desenvolvidos, designadamente os que estão associados à inteligência artificial e machine learning. De seguida, efetuou-se uma visita guiada pelo campus, observando-se alguns dos produtos que constituíram marcos importantes no percurso da empresa e os produtos e soluções que resultam das mais recentes investigações e criações. Os alunos vivenciaram experiências entusiasmantes, como estar dentro de salas de testes de produtos a altas ou muito baixas temperaturas, compreendendo, assim, que para todos dispormos, por exemplo, de Internet, os componentes têm de estar

Alunos participam em projeto internacional Cinco alunos do AEB estiveram presentes numa mobilidade do projeto Erasmus KA202, intitulado Problem Based Learning - real life approach, na cidade de Perugia, em Itália, onde puderam trabalhar a metodologia de aprendizagem baseada em problemas. Formaram-se equipas internacionais e os alunos tentaram responder ao seguinte problema: “O diretor da escola recebeu uma notificação do governo informando que o uso do plástico é um grande problema para o ambiente. A água está poluída e os peixes estão envenena-

dos. Como diretor, é livre para tomar medidas sobre este problema e informar a comunidade sobre os riscos de uso excessivo de plástico.” Neste contexto, os alunos assumiram o papel de diretor e refletiram acerca de soluções que pudessem ajudar a diminuir o uso do plástico na escola. Mais uma vez, os nossos alunos tiveram a oportunidade de mostrar a qualidade da sua formação e representar a escola com muito bom nível.

Prof. Miguela Fernandes

preparados para suportar todo o tipo de pressões atmosféricas. No Museu das Telecomunicações da Altice houve uma viagem ao passado. Aí se pôde ver e experimentar como funcionavam os telefones e as comunicações de antigamente, o que não deixou de a todos surpreender. Também se visitou o Future Labs, uma sala onde todos os funcionários da Altice podem inovar e colocar em prática os seus sonhos, desenvolvendo e criando produtos até onde a imaginação de cada um puder alcançar: um Smart Mirror e uma Pound Ball foram alguns dos projetos observados. No final, os alunos mostraram-se muito satisfeitos, revelando ter conseguido

“ver a Altice Labs de uma perspetiva completamente nova”. Questões como “Podemos vir estagiar para aqui?” ou “O que podemos

AEB integra rede de escolas da UNESCO O AEB é, desde o dia 15 de novembro, membro da Rede de Escolas Associadas da UNESCO, a mais antiga rede desta organização internacional, com 11.500 estabelecimentos de ensino espalhados em 181 países. Desta forma, o nosso agrupamento compromete-se numa missão global que une as escolas associadas, sobretudo na aprendizagem intercultural que assenta no pilar “aprender a viver juntos”. Procuraremos contribuir para a dinamização de ati-

vidades que formem jovens cidadãos, conscientes das grandes problemáticas, proativos, críticos e decisores num mundo com mais paz, mais sustentável e mais democrático. Esta será uma missão alargada a toda a comunidade educativa, que esperamos honrar, assumindo a responsabilidade que nos foi creditada. Por melhores cidadãos, por um mundo melhor. Prof. Sérgio Barroso

fazer para trabalhar nesta empresa?” foram recorrentes, evidenciando bem o interesse que todo o trabalho desenvolvido na Altice sus-

dro Volta) e à Croácia (Ekonomsko-birotehnickaskola). Cada escola criou um modelo PBL que pretende aplicar.

Este projeto irá envolver a mobilidade de alunos e professores que irão aplicar, nas respetivas escolas, as PBL (aprendizagem baseada em

problemas), ajudando outros colegas e enriquecendo os métodos de ensino e de aprendizagem na nossa escola. Esta atividade permi-

Prof. Paulo Barreira

Centro Qualifica dinamizou a atividade “Juntos para ler” No dia 26 de setembro, o Centro Qualifica dinamizou a atividade “Juntos para ler”, na praça D. João I, para celebrar o Mês da Alfabetização e das Literacias. Neste dia, realizaram-se ações de rua que incluíram teatro, escrita, provérbios, rimas, criações artísticas de artesãos convidados, entre outras. A iniciativa contou com coreografias apresentadas pelos alunos do 8.° ano, do 11.° D e do 12.° E. Um dos momentos principais foi a dinamização de uma biblioteca ao ar livre, recheada de livros, revistas e jornais, onde qualquer pes-

Professores aprendem e partilham novas metodologias No âmbito do projeto Problem Based Learning (PBL) - real life approach, três docentes do AEB, Sérgio Barroso, Aline Fortes e Paulo Barreira, estiveram em Rüsselsheim, na Alemanha, onde partilharam experiências pedagógicas levadas a cabo na nossa escola e prepararam a ida de quinze alunos à Alemanha (Werner-Heisenberg-Schule), à Itália (Eur Istituto Tecnico Industriale Statale Alessan-

citou junto destes jovens que se preparam para ingressar na vida ativa.

soa poderia ler silenciosamente durante quinze minutos. O objetivo desta atividade foi sensibilizar a comunidade da Batalha e os turistas para o valor da leitura, da escrita e da busca do conhecimento, para além de incentivar, especialmente, os mais jovens a ler. As professoras Cristina Graça e Isabel Correia, que trabalharam na organização do evento, referiram que “o entusiasmo esteve sempre presente e a união gerou criatividade”. Alexandra Carola e Diogo Rocha, 11.° C

Cadeira de rodas

te abrir horizontes, proporcionando um grande crescimento pessoal e profissional. Mariana Macedo, 11.º C

A orga n i zação da Campanha Solidária de Recolha de Tampinhas de Plástico, afeta ao projeto “Penso logo Cuido”, do AEB, entregou uma cadeira de rodas à Santa Casa da Misericórdia da Batalha. Trata-se da 11ª cadeira de rodas entregue. Todos os participantes na iniciativa estão de parabéns! Prof. João Carvalho


Entrevista

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

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Alô, Alô, é da Faculdade...

“Trabalho árduo pode abrir a porta do sonho” Como foi o teu percurso no AEB? De que sentes mais saudades? Filipe O meu percurso foi

desafiante, especialmente no secundário, em que, normalmente, temos o objetivo de ingressar na faculdade e, para tal, temos que obter uma boa média. Estar longe das pessoas com quem crescemos e mudar de residência é um grande choque, mas tudo se ultrapassa. Israel O meu percurso foi trilhado com a noção de que, no secundário, seriam três anos de trabalho árduo que poderiam abrir a porta ao meu sonho de menino: ser médico. Apesar de ter o objetivo de terminar com uma média elevada para alcançar a meta a que me propus, nunca fui muito obsessivo com isso, porque mais do que uma média, o que verdadeiramente levamos do secundário é o conhecimento. E se tivermos gosto em aprender, torna-se tudo mais fácil. Este caminho também foi enriquecido por professores fantásticos, que se preocupavam com os alunos, no sentido de os preparar para o ensino superior, ensinando-os a pensar, que é a principal ferramenta para o futuro que nos podem dar. O ambiente de descontração que se vivia entre os meus colegas também ajudava a aliviar a pressão saudável que existia. Sinto saudades das tardes no polivalente a jogar às cartas, de jogar ténis de mesa para descomprimir e das experiências incríveis que vivi fora do contexto de sala de aula, enquanto jornalista, cronista, entrevistador ou ator numa peça de teatro. Penso que são estas as principais memórias que levamos do secundário. Mafalda O meu percurso foi de apenas um ano. Terminei o 12.º ano na área de Ciências e não poderia ter feito melhor escolha para “fechar” um capítulo académico de grande aprendizagem. Nesse ano fugaz desfrutei da oportunidade de participar em atividades exteriores ao plano curricular que me ajudaram a de-

senvolver mais competências e espírito crítico. Destaco aquela que me colocou mais à prova: a participação na peça de teatro “As criadas de Fernando Pessoa”. Além desta, lembro, também, a participação da minha turma no concurso de Carnaval que exigiu criatividade, trabalho em equipa e divertimento. Não esqueço, ainda, a Oficina de Jornalismo que me permitiu a prática de escrita e que nos tornou “pequenos” jornalistas. Portanto, do que sinto mais saudades da escola secundária resume-se a todas estas experiências, não só por nos fazer pensar “fora da caixa”, dar asas à nossa imaginação, mas também pelo tempo que nos proporcionou em convivência com os nossos amigos. Tudo isto, em conjunto, ajudou-me a ver a escola para lá dos manuais. Que curso e instituição frequentas? São aqueles para os quais te candidataste na primeira opção? Filipe Candidatei-me, em

Filipe Silva

primeiro lugar, para Engenharia Informática e de Computadores, no Instituto Superior Técnico (Alameda), onde entrei. Israel Frequento a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, que foi a minha primeira opção. Uma vez que é a faculdade de medicina com menor rácio tutor/aluno, corresponde a um ensino mais personalizado, dando-nos a possibilidade de começarmos a estagiar nos hospitais, a tempo inteiro, logo a partir do 3.º ano, valorizando-se também o ensino prático. Mafalda Estou na licenciatura em Estudos Portugueses, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Fiquei muito contente por entrar neste curso, a minha primeira opção, pela aprendizagem global que o curso e a faculdade proporcionam. Que expetativas tinhas em relação à entrada no ensino superior? Correspondem à realidade ou ficaste desapontado(a)?

Filipe Fui para o ensino superior sem grandes expetativas, no entanto, assemelha-se muito à noção que já tinha do que iria ser: com um grau superior de dificuldade e responsabilidade, mas também de liberdade. É um mundo completamente diferente. Israel A entrada para o ensino superior pressupõe que o estudante tenha uma mente muito aberta, pois tudo é diferente daquilo a que estamos habituados no secundário. No início, todos são desconhecidos e a maioria dos alunos está deslocada, o que promove a integração, mitigando a timidez de conhecer pessoas novas. Nesta medida, correspondeu às minhas expetativas iniciais. Em termos de estudo, o ritmo é muito exigente e é necessário encará-lo como um prazer. Também não esperava outra coisa. Parafraseando Confúcio, “escolhe um trabalho de que gostes e não trabalharás um único dia no resto da tua vida”. Mafalda Para ser honesta, não tinha quaisquer expetativas sobre o mundo académico. Normalmente, prefiro observar a realidade sob uma perspetiva relativista. A minha primeira impressão foi positiva, não só pelo ambiente diversificado que o ensino superior oferece, mas também pelo facto impactante de estar numa cidade nova e cosmopolita como Lisboa. Em jeito de balanço, o ensino superior surpreendeu-me positivamente e, decerto, nunca esquecerei os primeiros dias na faculdade. Para ti, quais são as maiores diferenças entre o ensino secundário e o ensino superior? Filipe O ritmo das au-

las. Em duas aulas teóricas, é-nos lecionado um capítulo inteiro de matéria. O ritmo é acelerado e é preciso estar sempre “em cima do acontecimento” para não ficarmos para trás. Também a não obrigatoriedade da maioria das aulas. Cabe-nos a nós decidir o que é melhor, nada nos é imposto.

Israel Paródia


6 Israel As principais diferenças que encontrei foram o ambiente académico que se vive, o elevado ritmo de estudo e o facto de não nos cingirmos a uma única referência bibliográfica para a mesma cadeira. O conhecimento de que necessitamos não se encontra apenas num livro. Isso obriga-nos a orientar o estudo de uma forma muito mais autónoma que no ensino secundário. Mafalda As maiores diferenças que senti foram, em grande parte, a impressionante diferença na organização e nos métodos de estudo. Na faculdade, não nos restringimos a um manual que contém toda a matéria para a disciplina, temos, sim, que estudar bibliografia diversa. Nesses ensaios críticos que devemos ler, selecionamos autonomamente a informação útil para o nosso objeto de estudo. Neste sentido, é muito importante a organização rentável do tempo. Têm contribuído para isso os professores e os colegas mais velhos, bastante acessíveis, que têm facilitado a minha adaptação à nova vida académica.

Entrevista

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha ta experiência académica, se torna mais difícil a integração ou a criação de amizades, mas isso não é uma verdade absoluta. É certo que facilita o contacto com novos colegas, porém, não significa que se erga uma barreira social entre os estudantes. Como foi a tua adaptação a esta nova realidade? Filipe No meu caso, foi

uma grande mudança, tive que aprender a viver sozinho. É uma sensação estra-

agitado e frenético de Lisboa. Um dos aspetos entusiasmantes é o facto de ser uma cidade com interessantes pontos culturais e de fácil acesso. Ainda assim, a adaptação é contínua. Daqui a uns tempos espero estar totalmente ambientada. Que conselhos darias a um aluno que frequenta o ensino secundário e que pretende ingressar no ensino superior? Filipe O melhor conselho

que poderia dar seria fazer

o qual te identifiques, mas não tenhas receio de entrar na tua 5.ª opção, pois, por vezes, a vida concede-nos surpresas, portanto, não feches nenhuma porta; por último, tenta envolver-te nas experiências sociais, culturais e de formação que o ensino superior te oferece porque é isso que te vai dar as ferramentas diferenciadoras no momento em que entrares no mercado de trabalho. Mafalda Pela minha experiência, diria que se devem aproveitar todos os bons ma-

“Experimentei a praxe mas não achei piada”

Frequentaste a praxe? Se sim, como foi a experiência? Filipe Frequentei e adorei!

No IST, a praxe é baseada no respeito mútuo: estamos à vontade com os “doutores”, não há tratamentos excessivos nem nada que seja abusivo. Recomendo a quem vier para aqui que experimente e forme a sua opinião, antes de tomar uma decisão. Israel Sim, frequento a praxe e acho que, apesar de todos os estigmas que existem, foi o que me ajudou a integrar junto dos meus colegas e na cidade de Lisboa. Conhecemos alunos do nosso ano e dos anos seguintes, que nos dão dicas sobre o curso e determinadas cadeiras, emprestando-nos, até, materiais de estudo. O espírito de partilha é evidente. Recomendo que participem na praxe, nem que seja para testar se se identifica com os princípios reguladores da praxe da faculdade que frequentam. Mafalda Não frequentei a praxe, por opção. Participar nesta prática estudantil deve ser uma escolha pessoal e depende muito do nosso conforto nesse ambiente. Normalmente, existe a ideia de que se não se participar nes-

Mafalda

nha estar longe da terra que nos viu crescer, mas julgo que foi uma adaptação relativamente rápida, apesar do nervosismo. Israel A minha adaptação, no início, foi um pouco difícil, pois não estava habituado a lidar com a confusão do centro da capital. Primeiro, estranhei a correria das pessoas nos transportes públicos; depois, entranhei estes hábitos e, passada uma semana, eu era só mais uma ovelha apressada do rebanho. A praxe ajudou-me muito na adaptação, pois conheci vários locais da cidade e várias pessoas que passaram de desconhecidas a grandes amigas. Mafalda Adaptei-me bem à cidade, apesar de não estar habituada ao ambiente

uma boa gestão do tempo a dedicar à matéria em estudo, avaliações, projetos, aulas, amigos… Ter um bom método de estudo também facilita imenso. Tem de haver um equilíbrio entre a vida académica e a vida social e não devemos descurar nenhuma delas, ambas são importantes. Israel Com base na minha curta, mas extremamente produtiva passagem pelo ensino superior, daria os seguintes conselhos: adquire uma rotina de trabalho diário no secundário para depois não notares uma diferença tão grande no início da faculdade (muitos estudantes desmotivam-se e sentem mais dificuldade por não estarem habituados à exigência); escolhe um curso com

teriais de estudo que os professores fornecem; rentabilizar o tempo de estudo da melhor maneira; participar com empenho nas atividades extracurriculares que a escola oferece; desfrutar ao máximo do convívio com os amigos e, não menos importante, aproveitar o tempo livre para fazer algo com gosto e prazer, por exemplo, desporto, leitura… Nestes pressupostos, certamente haverá grande proveito, aprendizagem e clareza para se tomarem decisões equilibradas para o futuro pessoal. O fundamental é escolher um curso que nos traga felicidade e que nos estimule para aprender. Joana Ferreira e Rui Moniz, 12.º B

Entrei para o Instituto Superior Técnico em 2017, para o curso de Engenharia Geológica e de Minas, a minha primeira opção. A engenharia, como responsável pela criação e desenvolvimento de todas as coisas, sempre foi a área que captou mais a minha atenção e onde me via mais a trabalhar. Em relação à indústria extrativa, compreendo o porquê da ‘invulgaridade’. Apesar de ser a base de tudo o que contactamos no nosso dia a dia, é algo pouco divulgado e acaba por não ser opção para muitos estudantes. Ao contrário de outras áreas, esta exige o contacto permanente com o terreno e, muitas vezes, em condições desagradáveis (profundidade, alto mar, gelo, deserto, etc.). Para mim, representa um desafio e penso que tem mais para me oferecer do que outras áreas ditas vulgares. Frequento, neste momento, o último ano de licenciatura e estou muito contente com a opção que tomei. Não tive problemas em adaptar-me porque sempre vivi mentalizado que esta mudança ia acontecer. Experimentei a praxe no primeiro dia, mas não achei piada e nunca mais me envolvi em nada relacionado com estas experiências. Acho que é uma questão de espírito: há quem o tenha e quem o não tenha, como é o meu caso. Inicialmente, o contacto com o meio universitário foi um choque; hoje, já não. Só

para dar um exemplo: a minha primeira aula no IST foi às 8 horas da manhã de uma segunda-feira. Cheguei às 7h 55 a um auditório completamente cheio. Durante uma hora, os quadros foram massacrados com giz e apagador e eu também, pois não tinha percebido rigorosamente nada do que lá estava escrito. Mais tarde percebi que era uma coisa normal e que toda a gente, naquele auditório, tinha percebido o mesmo que eu. A distância imposta pelos professores (muitas vezes nem o nosso nome chegam a saber) e a possibilidade de faltar às aulas ofereceram-me liberdade para me organizar e estudar da forma que eu queria, criando maior sentido de responsabilidade, valor fulcral para o meu crescimento enquanto estudante. Da escola da Batalha guardo na memória alguns dos melhores professores e pessoas que conheci até hoje. Fui muito feliz durante o tempo que passei por esta escola e, independentemente do lugar para onde a vida me possa levar, será sempre um dos sítios do planeta onde mais vivi, cresci e aprendi. Para o aluno que está no ensino secundário e deseja ingressar no ensino superior não há muito que possa aconselhar, senão a escolher uma coisa de que goste e que tente ser bom ao fazê-lo. Trata-se de um investimento que deve ser levado a sério. Edgar Ribeiro


Opinião

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“Mentalidade portuguesa era muito fechada à arte” Frequento o 3.º e último ano do curso de Escrita Criativa e Jornalismo, na Middlesex University, em Londres, a minha primeira e única opção de entrada no ensino superior. Desde nova queria estudar ou viver no estrangeiro. No décimo ano, vim a Londres com a escola e, nessa altura, percebi que haveria de cá voltar. No 12.º ano, um dos professores de Inglês deu-me um folheto da OKEstudante, empresa que ajuda os alunos a mudarem-se para Inglaterra. Escolhi este curso por dois motivos: não existia, em

Portugal, a componente de escrita criativa, em contexto universitário, e a mentalidade portuguesa ainda era muito fechada no tocante à arte. Acho que existem coisas boas e más no meu curso, mas, em geral, estou muito feliz com a escolha. Os primeiros meses foram muito difíceis. Entrei no mundo adulto quase sozinha e estive cinco meses fora de casa, afastada de tudo o que conhecia. Agora, após dois anos, já me habituei, mas há pequenas coisas que fazem sempre falta. Casa é casa. Na maioria das univer-

sidades inglesas não existe praxe nem traje como em Portugal. Existe a “induction”, primeira semana antes de as aulas começarem a sério, para conhecer a turma e os tutores, e o “freshers month” onde se fazem atividades e festas para conhecer pessoas de outros cursos e anos. A minha festa preferida foi a viagem de barco que percorreu o rio Tamisa. A minha turma é muito pequena, ao todo somos 13 alunos. A carga horária é de oito horas de aulas por semana. Todo o trabalho que faço é autónomo e a univer-

sidade dá-me as bases para trabalhar. A barreira entre aluno e professor é quase inexistente: podemos ir beber café com os nossos tutores e esclarecer dúvidas num “pub”, por exemplo. A minha universidade tem uma preocupação especial com a nossa saúde mental, com os direitos das minorias e com a vida pessoal de cada um. Preocupa-se com as causas que possam perturbar os nossos estudos, dispondo de meios para ajudar os estudantes que sofrem, muitas vezes, em silêncio. Não temos exames e somos avalia-

dos por trabalho de curso. No ensino secundário, em Portugal, sempre fui uma aluna razoável. Isso terá acontecido por causa do método de ensino. Prefiro fazer trabalhos escritos do que ter de estudar para um teste e esquecer-me depois. Apesar disso, sinto saudades de passar os dias inteiros com os meus amigos, de alguns professores e de viver na Batalha. Um conselho que deixo a quem frequenta o ensino secundário e pretende ingressar no ensino superior: tenta sempre ser melhor, mes-

mo que, por vezes, pareça o fim do mundo. Se tens o sonho de frequentar um curso universitário, tenta ultrapassar-te a ti próprio porque a única competição que vale a pena somos nós mesmos. Joana Bagagem

“Expetativas em relação à faculdade estão a ser correspondidas” O meu percurso no AEB foi bastante agradável, até porque muitas das amizades que criei neste espaço, com alunos e professores, se irão manter por muitos anos. Acabei com uma média superior ao previsto e, por isso, estou onde queria estar. Foi a minha primeira opção. Não podia estar mais feliz. No entanto, sinto que não foi fácil obter tais resultados, ao contrário de atuais colegas da faculdade que saíram de escolas privadas e, não tendo o mesmo tipo de conhecimento que eu adquiri na escola da Batalha, tiveram a vida de estudante mais facilitada. Por esta razão, queixo-me. Os professores poderiam facilitar mais nas notas atri-

buídas. Assim, os alunos da nossa escola podem não entrar nos melhores cursos do país, enquanto outros, com menos preparação, não têm qualquer problema. Dando o meu exemplo pessoal, posso dizer que só entrei no curso em que estou (Bioengenharia, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto - FEUP) pelas notas dos meus exames nacionais. Até agora, todas as minhas expetativas em relação à faculdade estão a ser correspondidas. É um mito dizer que um professor universitário mantém uma certa distância com os seus alunos. São todos bastante prestáveis, sempre disponíveis a ajudar e já começam a saber os nossos nomes numa

turma de oitenta pessoas. O ritmo das aulas é muito mais acelerado, tal como seria de esperar. Em três semanas de aulas dei matéria correspondente a um período no secundário (pelo menos a Matemática!), mas nada que não se consiga acompanhar. Frequentei a praxe logo na primeira semana, porque entendo que não podemos dizer que não sem saber realmente do que se trata. Porém, a minha primeira experiência não foi muito agradável. Estivemos três horas e meia de pé sem nos podermos mexer. O tom de voz dos “doutores” era, em geral, agressivo. Decidi experimentar mais uma vez e percebi que tudo aquilo tinha o propósito de nos

intimidar. Na verdade, são alunos como nós e não têm intenções de nos fazer sofrer. Adaptei-me bastante bem. Ao princípio, tinha a sensação de não pertencer a nenhum grupo, ao contrário do que acontecia no secundário, mas, aos poucos, fui conhecendo as pessoas com quem me relacionava. Agora, tenho um amigo que sei que é mesmo para a vida! Sinto-me bastante grata por estar rodeada de pessoas que têm o mesmo gosto que eu pelo estudo. Claro! Há sempre quem decida fazer umas maluquices e ser irresponsável, de vez em quando, mesmo que tenha acabado o secundário com média de 18,7... Aconselho-vos a não se

preocuparem muito com esta etapa das vossas vidas. Trabalhem, sim, o suficiente para terem uma boa média. Trata-se de uma transição, tal como aconteceu na passagem do terceiro ciclo para o secundário. Basta estarmos atentos nas aulas e estudarmos todos os dias para acompanhar o ritmo. O nosso horário é bastante flexível. Mas, atenção, não se descuidem! Na minha faculdade, há festas durante as noites de quinta-feira, mas também há aulas na manhã do dia seguinte. É preciso estabelecer prioridades! Àqueles que diziam que me iria perder quando fosse para a universidade, por sempre ter sido tão “certinha”, digo, agora,

que não é verdade. O facto de estar longe do controlo parental permitiu-me adquirir uma responsabilidade redobrada e, por isso, sei que as minhas decisões dependem inteiramente de mim. À liberdade acresce responsabilidade e, desde que a saibam aplicar, não há problema. Rita Sobreira

Ansiedade, a grande epidemia do século XXI A ansiedade está cada vez mais presente na nossa sociedade, quer em ambiente escolar quer profissional ou até no lazer. De acordo com um estudo da Health Behaviour in School, 22% dos jovens portugueses têm uma preocupação intensa que não os larga, sentindo-se infelizes. Este transtorno psicológico manifesta-se na vivência simultânea de várias emoções, preocupações e inquietações com tudo e com nada. É uma ferida que dói, apesar de não se ver ou de não se esvair em sangue. Por vezes,

as feridas mais dolorosas são aquelas que não se veem. Existem vários tipos de ansiedade, mas para uma melhor perceção irei classificá-la de duas formas: a ansiedade positiva e a ansiedade negativa. A positiva faz-nos estar mais alerta e permitiu-nos sobreviver durante milénios. É aquela ansiedade que sentimos antes dos testes ou antes de um momento mais importante… faz parte de nós. A negativa consome-nos, faz com que a nossa vida gire à volta de medos e de inseguranças, com que o

nosso cérebro não pare e que pensemos em mil assuntos ao mesmo tempo a uma velocidade cientificamente impossível de medir. Nestas situações, é como se viajássemos para um mundo paralelo e o nosso corpo fosse uma barreira entre o fogo e a água. O nosso ritmo cardíaco aumenta de forma colossal. Parece que sentimos cada uma das nossas células a multiplicarem-se. É como se dentro de nós a nona sinfonia tocasse num som atómico. Não conseguimos respirar, os nossos pensamentos

sufocam-nos… E, ao mesmo tempo que o fogo está dentro de nós, fora do nosso corpo está o mar sereno, está a acalmia depois da tempestade, tudo se mexe em câmara lenta. Como escreveu Camões no seu poema “Tanto de meu estado me acho incerto”, “é tudo quanto sinto, um desconcerto;/ da alma um fogo me sai, da vista um rio”. O pior é a frustração de não conseguirmos controlar o que sentimos e a forma como agimos. Porém, nem tudo é mau. Há dias melhores, outros piores. A ansie-

dade não desaparece, mas pode ser amenizada, podemos controlá-la melhor. O primeiro passo não é ir ao psicólogo ou tomar medicação. Os medicamentos para a ansiedade não curam, apenas inibem os seus sintomas, fazem-nos ficar tão fracos que só nos apetece dormir. O primeiro passo está em nós: na forma como pensamos e nas atitudes que tomamos. Temos de parar com a correria do dia a dia, dos trabalhos para ontem e focarmo-nos em nós próprios. Temos de perceber o que está mal e o

porquê de nos sentirmos assim. Pratiquemos exercício físico, durmamos bem e respiremos ar puro. Mariana Santos, 12.º C


Última

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Desporto Alunos participam na iniciativa #BeActive O AEB comemorou o Dia Europeu do Desporto Escolar, integrado na 5.ª edição da Semana Europeia do Desporto Escolar (#BeActive), com a realização de um conjunto de modalidades selecionadas pelos professores: atletismo, andebol, badmínton, boccia, frisbee, golfe e ténis de mesa. Também os alunos do curso profissional de Turismo colaboraram na celebração deste dia com música e dança. À semelhança de toda a Europa, o objetivo foi promover a atividade física e incentivar a aquisição de hábitos de vida saudáveis. Sobre este evento, Maria

Constança, do 11.º C, referiu: “A atividade estava muito bem organizada, embora devesse haver mais desportos coletivos, que envolvessem voleibol e basquetebol, de modo a permitir uma maior interação entre alunos de diversos anos”. E acrescentou: “Foi uma oportunidade para conhecer novas modalidades, de forma mais dinâmica e descontraída, e foi interessante a interação com os alunos do curso profissional de Turismo”.

Patrícia Rodrigues, Érica Guedes, Alexandra Carola e Adriana Pereira, 11.º C

Torneio de futsal No dia 6 de novembro, realizou-se, no pavilhão gimnodesportivo, o Torneio Interturmas de Futsal do 2.º ciclo. Destacamos a participação de duas equipas femininas do 5.º D e do 5.º F, tendo a primeira saído vencedora. No escalão masculino, sa-

graram-se vencedoras as turmas do 5.º B e do 6.º C. Os professores de Educação Física agradecem o espírito de equipa e o desportivismo demonstrados por todos os participantes. Prof. Isabelina Vasão

Cultura

Xadrezistas conquistam o 2.º lugar

Três centenas no corta-mato escolar do AEB No dia 21 de novembro, realizou-se o corta-mato escolar, estando inscritos 300 alunos. Este ano a prova contou também com a participação dos mais novos que frequentam os 3.º e 4.º anos. A competição faz parte do projeto Desporto Escolar do AEB, realiza-se todos os anos, tem por fim o apuramento dos representantes da nossa escola para a fase distrital e, posteriormente, para a fase nacional. Alcançaram o primeiro lu-

gar, nos diferentes escalões, os alunos Carolina Vieira, Martim Pinheiro, Daniela Cerejo e Gabriel Cunha (Infantis A e B); Margarida Santos e Simão Cerejo (Iniciados); Joana Bagagem e Tomás Pedro (Juvenis). “Foi uma prova de superação de um percurso complicado”, considera a aluna Érica Guedes, do 11.° C, sugerindo que a escola organize mais eventos desportivos como este. Patrícia Rodrigues e Érica Guedes, 11.º C

Criatividade explorada ao máximo

Ex-aluno premiado pelo Instituto Politécnico de Leiria Gonçalo Henriques, ex-aluno do AEB, recebeu, no dia 29 de outubro, o Prémio de Mérito do Instituto Politécnico de Leiria destinado aos estudantes que ingressaram naquela instituição com melhores médias em cada curso. O Gonçalo obteve a média mais alta de ingresso no curso de Engenharia Automóvel. Na cerimónia, realizada no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha, e destinada a marcar a

abertura do ano académico do Instituto Politécnico de Leiria, foram ainda distinguidos como Professor “Honoris Causa” a atual Ministra da Coesão Territorial e, a título póstumo, o antigo Secretário de Estado da Indústria. O AEB, que também foi agraciado com uma distinção, por ter um antigo aluno entre os premiados de mérito, esteve representado por Jorge Pereira, subdiretor do agrupamento.

No âmbito da disciplina de Educação Visual, a professora Patrícia Vala realizou um trabalho sobre Surrealismo com alunos do 3.º ciclo. O ponto de partida foram algumas obras, observadas, analisadas e interpretadas na aula. Segundo a professora, “surgiram trabalhos muito interessantes, bastante originais e de grande valor estético. Os alunos inspiraram-se em alguns cenários de videojogos e em filmes de fantasia, que tão bem conhecem e de que tanto gostam, como Avatar, Senhor dos Anéis e Harry Potter”. Acrescentou ainda que “as bases das criações do Sur-

realismo são os sonhos, a fantasia, a ausência de lógica, os devaneios, o que facilitou o trabalho, pois a criatividade podia ser explorada ao máximo.” Os alunos Afonso Bento e Anastácia Grushets Ka, do 8.º C, referiram ter gostado de realizar este trabalho, uma vez que tiveram a oportunidade de transpor para o desenho os cenários imaginados, utilizando diferentes cores. O grande desafio, segundo a professora, “foi conseguir que um aluno que diz não ter jeito para as artes se sinta orgulhoso do seu trabalho”. Patrícia Rodrigues, 11.º C

No âmbito do Desporto Escolar, dez alunos do AEB participaram no torneio de xadrez, que decorreu em Ansião, e envolveu nove escolas. Em termos de classificação final coletiva, no escalão Infantis, o AEB alcançou o 4.º lugar; em Iniciados e Juvenis, ficou em 5.º lugar. Destaca-se o desempenho dos alunos que obtiveram o 2.º lugar: Martim Pinheiro (Infantis) e Sofia Monteiro (Iniciados). Os

alunos Carlos Silva e Henrique Soares posicionaram-se em 5.º lugar nos escalões Iniciados e Juvenis, respetivamente. Martim Pinheiro é de opinião que “foi importante esta participação porque revelou que estou a melhorar e, a prova disso, foi a conquista do 2.º lugar. Também senti que estou a conseguir ganhar a adversários fortes, a ganhar novos amigos e, sobretudo, a ter mais conhecimentos”.

Primeiro lugar no encontro de boccia No dia 13 de novembro, no pavilhão gimnodesportivo, decorreu o primeiro encontro de boccia, no âmbito do projeto do Desporto Escolar. O aluno Hélder Pereira, do 10.º D, foi o primeiro classificado e o aluno Daniel Coelho, do 12.º E, conseguiu o sétimo lugar na competição individual. Nesta tarde desportiva, participaram alunos dos agrupamentos de escolas

de Porto de Mós, Batalha e Maceira. O espírito de “fair play “e a boa disposição estiveram presentes e todos os participantes estão de parabéns pelo empenho e desportivismo revelados. Os professores de Educação Física agradecem a participação de todos os alunos, salientando os que deram o seu contributo na organização e arbitragem. Prof. Isabelina Vasão

Alunos do 2.º ciclo recebidos no Mosteiro da Batalha No dia 19 de setembro, os alunos dos 5.º e 6.º anos assistiram, no auditório do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, a uma apresentação do livro “A Visita do Marquês”. O autor, Luís Mourão, e o ilustrador, Bruno Gaspar, fizeram uma breve apresentação da obra. O diretor do mosteiro, Joaquim Ruivo, o presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Batista dos Santos, e o diretor do AEB, Luís Novais, comen-

taram o livro dizendo que se trata de uma obra que valoriza o nosso património. No final, os alunos tiveram o privilégio de poderem receber um exemplar autografado pelos autores. Segundo a opinião de vários colegas, foi uma “maneira diferente de aprender e de conhecer a nossa terra”. Filipa Nazário, Filipe Cruz, Filipe Deniz e Rodrigo Brito, 6.º E


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Atualidade Batalha

dezembro 2019

Combate às descargas ilegais de resíduos de obras m Este programa inicia-se no próximo ano, com um investimento inicial de 20 mil euros O Município da Batalha anunciou a 10 de dezembro que vai implementar um programa de gestão de resíduos de construção e demolição (RCD), com “o objetivo de reduzir as descargas ilegais deste tipo de resíduos”. Por outro lado, pretende “promover a interação dos diversos agentes ao longo da cadeia associada aos RCD, de forma a incrementar uma organização da cadeia de valor mais sustentável, em linha com os princípios da economia circular”. Este programa inicia-se no próximo ano, com um

investimento inicial de 20 mil euros, a que “acrescem novos recursos municipais afetos a este objetivo de prevenção ambiental e diminuição da pegada de carbono, sendo uma medida enquadrada pelas áreas-chave da Estratégia Nacional de Educação Ambiental 2020 (ENEA2020)”, explica a autarquia. O sector da construção civil “é responsável por uma parte muito significativa dos resíduos gerados em Portugal, situação comum à generalidade dos demais estados membros da União Europeia, em que se estima uma produção anual global de 100 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD)”. “Para além das quantidades muito significativas que lhe estão associadas, sabe-se que o fluxo de resíduos

Pedida audiência e exigido médico

p O objetivo é a prevenção ambiental e diminuição da pegada de carbono apresenta outros riscos que dificultam a sua gestão e controlo, pelo que se exige das entidades uma ação mais próxima dos produtores de RCD”, adianta.

“Queremos contribuir para a minimização dos prejuízos ambientais decorrentes da gestão dos resíduos de obras de construção, sendo determinados na

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fiscalização e parceiros na recolha e recondução destes materiais a aterro legalizado”, sublinha o presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos.

O presidente da câmara municipal solicitou no dia 21 de novembro uma audiência com caráter de urgência ao secretário de Estado da Saúde, António Sales, para “avaliar as condições de imediata resolução da falta de médico que há longos meses afeta a população de São Mamede”. “Em causa está a necessidade de assegurar um ficheiro de 1.750 utentes da USF Condestável, para a extensão de saúde de São Mamede, situação que considera da maior gravidade, pela ausência de acompanhamento clínico destes utentes, situação que persiste desde o mês de junho, o que tem gerado uma forte apreensão junto das populações locais”, explica a autarquia. O autarca, Paulo Batista Santos, “denuncia a completa indiferença da ARS do Centro, perante as diligências encetadas pela câmara e pelos responsáveis locais da USF Condestável”, considerando que se regista “um comportamento gravoso e irresponsável”.

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Batalha Opinião

dezembro 2019

Jornal da Batalha

s Fiscalidade

Pensões aumentam e isenção de IRS deve subir Os reformados que recebem pensões mais baixas irão ter em 2020 um aumento inferior a 1%. Este valor resulta da aplicação da fórmula de cálculo para a atualização ao início do ano. Mas poderão acontecer aumentos extraordinários como tem acontecido nos últimos anos. Cerca de 80% dos pensionistas vão ter um pequeno aumento já a partir de janeiro. As pensões vão aumentar acima da taxa de inflação em 2020. A reformas sobem 0,7% em janeiro de 2020. Segundo cálculos com base na estimativa dos valores da inflação de novembro publicados, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O valor de 0,7% resulta da variação média do Índice de Preços ao Consumidor, sem a habitação (arredon-

dada à 1. ª casa decimal) e do crescimento da economia nos últimos dois anos. Uma vez que a inflação média dos últimos 12 meses, referente a novembro, publicada pelo INE, foi (exceto habitação) foi de 0,24% e o Produto Interno Bruto, cresceu acima de 2%, há um bónus de 0,5% para as pensões até dois Indexante de Apoios Sociais, permite definir a atualização automática das pensões para 2020. As regras deste indexante definem que existe uma atualização sempre que há um crescimento económico anual médio acima de 1% nos últimos dois anos. O INE prevê publicar no dia 11 de dezembro o valor final do índice de preços no consumidor, podendo confirmar ou rever a estimativa publicada. Os valores finais da atualização

das pensões só serão definitivos com a publicação da Portaria por parte do Governo. As pensões mais baixas, até dois indexantes, ou seja, até €878,50, (2 x €439,25), em janeiro de 2020 terão um aumentam 0,7%, (o valor da inflação média dos últimos 12 meses, excluindo a habitação, arredondado a uma casa decimal). As pensões entre duas e seis vezes o valor do IAS (€878,50 e €2.635,50), serão atualizadas em 0,2% (o valor da inflação média dos últimos 12 meses, excluindo a habitação, arredondado a uma casa decimal).As pensões superiores a seis vezes o IAS (6 x €439,25) €2.635,50) e até (12 x €439,25), €5.271,00, não terão aumentos, apesar da atualização ser calculada retirando 0,25% ao valor da

inflação, que foi de 0,2%. As pensões acima do valor de 12 IAS (5.271,00) não terão aumentos. Os trabalhadores que decidam antecipar a reforma para antes dos 66 anos e cinco meses (idade legal em 2019) vão ter um corte de 15,2%, a que se soma outra penalização de 0,5% por cada mês que falte para a idade de aposentação. O Governo aprovou, após auscultação dos parceiros sociais, o aumento do salário mínimo para €635,00, a partir de janeiro de 2020, medida já publicada em Decreto-lei e que o Governo estima que poderá abranger 720 mil trabalhadores. Existem contribuintes que estão isentos de pagar IRS dado que recebem o ordenado mínimo. Foi criado o “mínimo de existência”,

que visa garantir que todos os contribuintes possam auferir e ter à sua disposição, um determinado rendimento que está isento de IRS, podendo ser utilizado para pagar as suas despesas e garantir a subsistência do agregado familiar. Significa que só a partir de determinado valor de rendimento é que um contribuinte, trabalhador dependente e independente e pensionista, passam a pagar IRS. Devido à atualização do Indexante de Apoios Sociais, o “mínimo de existência” deverá aumentar para € 9.224,25, em 2020, de acordo com o previsto no artigo 70º do Código do IRS, e calcula-se da seguinte forma: 1,5 x 14 x €439,25 = €9.224,25, Este montante passa a estar isento de IRS em 2020. De salientar, que o valor da IAS é confirma-

s Pestanas que falam

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

do no início do ano, depois da publicação da portaria. Desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Joana Magalhães

“Podemos falar depois das 18 horas” “Olhe, neste momento não posso porque estou a trabalhar, mas podemos falar depois das 18 horas” - é uma frase que nós, jornalistas, ouvimos muito. “Durante a semana não posso porque estou a trabalhar e tenho de ir buscar os filhos, mas podemos combinar para o fim-de-semana”, é outra. E nós

esperamos pela hora de saída do trabalho, ligamos num instante ao fim-de-semana. “Envie um e-mail que eu depois vejo isso”, também é uma resposta comum para uma caixa de entrada que poucas vezes recebe de volta o prometido. Ou recebe, mas fora do tempo. Ligar outra vez, insistir para ver o e-mail,

para responder a tempo, é rotina diária. Lá pelo meio ouve-se um “eu respondo, mas veja lá o que escreve que da última vez colocaram coisas que eu não disse”. Parece lengalenga gravada que se repete no leitor. Mas o jornalista solta um sorriso, responde com simpatia, porque é preciso e porque

tem de ser. E no final, por vezes, consegue o trabalho que ambicionava e enche-se de realização. E o momento em que se enche de realização faz o leitor formatar-se e apagar as gravações do costume. É o momento que vale a pena, que comprova a “doença do jornalismo”.

E o jornalista também é isto: paciente, tolerante e relações públicas. Mas no momento da notícia conseguida, do peito cheio, é-se o verdadeiro jornalista. Está-se a acabar o ano e 2020 começa como este terminou, de olhos abertos, mãos nas teclas e telemóvel no ouvido. E ainda bem.

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Os caracóis são o maior predador Chegámos a dezembro, e com ele a chuva mais frequente, este ano mais abundante, os dias e noites frios - parece que o tempo nos puxa para momentos de introspeção. Gosto nesta época das comidas de forno, daquelas que aquecem a cozinha e enchem o ambiente de aromas bem incorpora-

dos, que aconchegam, mesmo antes de os degustarmos. Confesso que nesta época pouco trabalho faço na horta, as couves e as acelgas crescem sozinhas, plantamos sempre a mais para darem para os caracóis e para nós. Os caracóis são o maior

predador desta época. Vamos catando alguns e oferecendo-os às galinhas e patos, ou então colocamos as galinhas à solta na zona da horta e é uma limpeza, elas alimentam-se e mantêm os caracóis controlados. A natureza também precisa de equilíbrio entre predadores e outras espécies,

aliás tudo funciona de forma mais harmoniosa em equilíbrio e principalmente nós. Funcionamos muito melhor quando as nossas emoções estão equilibradas e para isso acontecer na minha vida descobri que devo aprimorar a arte de agradecer, partilhar, confiar, perdoar, respeitar e amar. Co-

migo vai resultando. Hortícolas para semear e/ ou plantar: alfaces, agrião, beterraba, cebolas, couves, coentros, favas, mostardas, desbastar as nabiças, nabos, tremocilha, rúcula, salsa (de preferência no meio de pedras). Árvores de fruto plantar: Alperces, ameixoei-

ras, amoreiras, cerejeiras, figueiras, framboeseiras, groselheiras, macieiras, mirtilos, nectarinas, pereiras, pessegueiros. Jardim, semear e/ou plantar: goivos, jacintos, tulipas. Na horta posso cultivar bons alimentos e bons sentimentos. Boas Festas!


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Opinião Batalha

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s Espaço do Museu

36 anos de classificação do Mosteiro pela UNESCO O dia 11 dezembro vai ficar marcado na história de Cabo Verde. A morna cabo-verdiana foi nesta data integrada na lista a classificação de Património Imaterial da Humanidade. A decisão foi tomada na cidade de Bogotá, na Colômbia, no âmbito da 14.ª reunião anual do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O estilo musical, que tem como uma das maiores figuras a cantora Cesária Évora, torna-se agora um ícone cultural no mundo inteiro. A candidatura a património mundial foi entregue em março de 2018, num processo que envolveu mais de 300 entrevistas e 1000 páginas sobre este património cultural.

Integrar um bem material ou imaterial na lista de Património da Humanidade significa, entre muitos outros critérios: ser a representação de uma obra-prima do génio criativo humano; mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma área cultural do mundo ou ainda mostrar um testemunho único, de uma tradição cultural ou de uma civilização que está viva ou que tenha desaparecido. O reconhecimento da morna como Património Imaterial da Humanidade num país africano de língua oficial portuguesa representa para Portugal um importante marco cultural. É também no mês de dezembro, no dia 9, que se celebram 36 anos sobre a classificação do Mosteiro de Santa Maria da Vitória como

Património da Humanidade pela UNESCO. A placa, aplicada na fachada do monumento, dá memória à classificação que teve, entre outros fundamentos, o facto de o Mosteiro ser “testemunho de uma troca considerável e influências durante um dado período ou numa determinada área cultural,

sobre o desenvolvimento da arquitetura, ou da tecnologia das artes monumentais (…)”. O Centro do Património Mundial, sedeado em Paris, é o órgão responsável por monitorizar o estado de conservação do património classificado com os Estados signatários da convenção. O

mesmo órgão também pode abrir o caminho para a perda de classificação, sempre que tal se justifique, por falta de cumprimento na proteção e na preservação do património mundial. Em Portugal continental e regiões autónomas existem 17 monumentos e paisagens classificados pela UNESCO. A estes junta-se o património imaterial que tem cada vez sido mais valorizado por aquela organização mundial. Desta lista faz parte o fado, a dieta mediterrânica, o cante alentejano, as figuras de barro de Estremoz e os Caretos de Podence, elevados a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO precisamente no dia em que escrevemos este artigo. Sobre estas estranhas e estridentes figuras mascaradas que integram o tradicional entrudo da região de

Trás-os-Montes, a UNESCO destacou a singularidade e ancestralidade dos rituais associados ao entrudo que tanto caracterizam os territórios compreendidos entre os distritos de Vila Real e Bragança. Um bem classificado pela UNESCO simboliza, pois, um privilégio e um fator de distinção dos territórios, contribuindo para o aumento do usufruto cultural e turístico, numa relação de compromisso e responsabilidade de gestão e defesa do património de todos os habitantes do mundo. Fontes: www.unesco.p | www.unesco.org | www.rtp. pt | www.mosteirodabatalha.gov.pt Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

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Batalha Opinião

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s Noticias dos combatentes

“Ontem” e hoje – cada qual faça o seu juízo O conteúdo deste artigo é extraído de um “escrito”, que consideramos muito interessante, de uma professora primária (desconhecemos a identidade), que iniciou o seu mister nos anos 60 do século passado; “escrito” que nos chegou ao conhecimento via redes sociais. Apesar de ser Natal… ou por isso mesmo, decidimos transcrevê-lo (em parte), nesta quadra. Leiam e meditem, porque vale a pena. Começa a senhora professora: “(…) Quando os meninos me pediam “papel macio pró c… e roupa boa prá gente”… Um dos textos que mais me custou a escrever e por isso tem mais lágrimas do que palavras. Estávamos ainda no século XX, no longínquo ano de 1968, quando a vida me deu oportunidade de cumprir um dos meus sonhos: ser professora. Dei comigo numa escola masculina, ali

muito pertinho do rio Douro, na primeira freguesia de …, no lugar de …. Era tão longe, da minha rua do …, não podia vir para casa no final do dia, não tinha a minha gente, e eu era uma menina da cidade com algum mimo, muitas rosas na alma, e tinha apenas 18 anos. Nada me fazia pensar que tanta esperança e tanta alegria me trariam tanta vida e tantas lágrimas. Os meninos afinal eram homens com calos nas mãos, pés descalços e um pedaço de broa no bolso das calças remendadas. As meninas eram mulheres de tranças feitas ao domingo de manhã antes da missa, de saias de cotim, braços cansados de dar colo aos irmãos mais novos, e de rodilha na cabeça para aguentar o peso dos alguidares de roupa para lavar no rio ou dos molhos de erva para alimentar o gado. As mães eram mulheres sobretudo boas parideiras,

gente que trabalhava de sol a sol e esperava a sorte de alguém levar uma das suas cachopas para a cidade, “servir” para casa de gente de posses. Seria menos uma malga de caldo para encher e uns tostões que chegavam pelo correio, no final de cada mês. Os homens eram mineiros no Pejão, traziam horas de sono por cumprir, serviam-se da mulher pela madrugada, enquanto os filhos dormiam (quatro em cada enxerga), cultivavam as leiras que tinham ao redor da casa, ou perto do rio e nos dias de invernia, entre um jogo de sueca e duas malgas de vinho que na venda fiavam até receberem a féria, conseguiam dar ao seu dia mais que as 24 horas que realmente ele tinha. Filhos, eram coisas de mães e quando corriam pró torto era o cinto das calças do pai que “inducava” … e a mãe também “provava da isca” para não dizer amém com eles…

E os filhos faziam-se gente. E era uma festa quando começavam a ler as letras gordas dum velho pedaço de jornal pendurado no prego da cagadeira da casa…o menino já lia.. ai que ele é tão fino… se deus quiser, vai ser um homem e ter uma profissão! Ai como a escola e a professora eram coisas tão importantes! A escola que ia até aos mais remotos lugares, ao encontro das crianças que afinal até nem tinham nascido crianças…eram apenas mais braços para trabalhar, mais futuro para os pais em fim de vida, mais gente para desbravar os socalcos do Douro, mais vozes para cantar em tempo de colheitas. (…) E é deste povo que tenho saudades. O povo que lutou sem armas, que voou sem asas, que escreveu páginas de Portugal sem saber as letras do seu próprio nome. Hoje, o povo navega na Internet, sabe a marca e os

preços dos carros topo de gama, sabe os nomes de quem nos saqueia a vida e suga o sangue, mas é neles que vai votando, enquanto continua à espera de um milagre de Fátima, duns trocos que os velhos guardaram, do dia das eleições para ir passear e comer fora, de saber se o jogador de futebol se zangou com a gaja que tinha comprado com os seus milhões, (…) As escolas fecharam-se, os professores foram quase todos trocados por gente que vende aulas aqui, ali e acolá, os papás são todos doutores da mula russa e sabem todas as técnicas de educação mas deseducam os seus génios, os pequenos /grandes ditadores que até são seus filhinhos e o país tornou-se um fabuloso manicómio onde os finórios são felizes e os burros comem palha e esperam pelo dia do abate. Sabem que mais?! Ainda vejo as letras enormes escritas no quadro pre-

to da escola masculina, ao final da tarde de sábado, por moços de doze e treze anos com estes dois pedidos que me faziam: “Professora vá devagar que a estrada é ruim, e não se esqueça de trazer, na segunda-feira, papel macio pró cu e roupa boa dos seus sobrinhos prá gente”. Esta gente foi a gente com quem me fiz gente. Hoje, não há gente… é tudo transgénico. O povo adormeceu à sombra do muro da eira que construiu, mas os senhores do mundo estão acordadinhos e atentos, escarrapachados nos seus solários “badalhocamente” ricos e extraordinariamente felizes, porque inventaram máquinas e reinventaram novos escravos. Dizem que já estamos no século XXI...” Votos de Boas Festas para todos os batalhenses!

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Comunidade Intermunicipal contra exploração de gás A Assembleia Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), que integra o Concelho da Batalha, deliberou, no dia 10 de dezembro, “expressar junto das entidades competentes no controlo dos contra-

tos de concessão das áreas denominadas “Batalha” e “Pombal”, a maior preocupação à realização de trabalhos de pesquisa relativos à possível exploração de hidrocarbonetos [gás natural] nas áreas concessionadas, e previstos rea-

lizar mais proximamente em Aljubarrota [Alcobaça] e Bajouca [Leiria]”. Decidiu também “apresentar junto das entidades governativas com tutela nas áreas da economia e ambiente, a posição firme da CIMRL de rejeição de

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realização de trabalhos de exploração de hidrocarbonetos nas áreas concessionadas, pelo risco de contaminação dos aquíferos (um dos maiores do país) por hidrocarbonetos e metais pesados”. Por outro lado, a Comu-

nidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), pretende “exigir junto da concessionária Australis Oil & Gas Portugal que todas as atividades a desenvolver deverão estar em total concordância com os instrumentos de ordena-

mento do território de âmbito nacional, regional e municipal em vigor, nunca perdendo de vista ser necessário assegurar a preservação do património histórico e ambiental, e assim garantir a qualidade de vida das populações”.

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Saúde O Natal e o colesterol – As questões mais comuns A quadra mais iluminada do ano está mesmo à porta e todos sabemos que se trata de um período em que há, invariavelmente, algum abuso no que respeita à alimentação. Por um lado, o tempo mais frio apela a comidas mais caseiras e quentes; por outro, o maior número de convívios nesta quadra faz com que passemos grande parte de dezembro reunidos à mesa com amigos e familiares. É bem possível que, se tiver análises para fazer nos próximos tempos, o médico tenha recomendado fazê-las antes do Natal. E a verdade é que isto tem uma razão, ora vejamos: O Natal está associado a um aumento do colesterol e

dos triglicerídeos? Sim, havendo inclusivamente um artigo dinamarquês publicado no ano passado que o demonstrou! Os níveis de colesterol total, colesterol LDL (o chamado “colesterol mau”), e de triglicerídeos tendem a aumentar no mês de Dezembro, baixando depois a partir de Janeiro – dever-se-á esta descida às chamadas “resoluções de ano novo”? Quais os alimentos que contribuem para um maior aumento do colesterol? Os principais responsáveis pelo aumento do colesterol são as gorduras saturadas. Entre estas encontramos, por exemplo, a carne de vaca mais gorda, a carne de cordeiro e de porco, a

pele das aves, o toucinho, a manteiga e o queijo. Os alimentos fritos também fazem parte deste grupo, pelo que não convém exagerar nas tradicionais filhós e rabanadas. Como alternativa, pode fazer estas últimas no forno. Deve-se optar por alimentos mais ricos em fibra, dando mais importância à fruta e aos vegetais e preferindo também o peixe – assim, o bacalhau e a couve cozida podem e devem manter o seu lugar na mesa de Natal! Então e os doces? Se não sou diabético, posso comê-los à vontade? Pois, infelizmente não é bem assim. Os doces, habitualmente com grandes quantidades de hidratos de carbono, contribuem maio-

ritariamente para um aumento nos triglicerídeos, pelo que devem ser consumidos em moderação. Para além disso, sabe-se que também reduzem o colesterol HDL (o chamado “colesterol bom”). Em suma, não há motivo para não aproveitarmos o convívio habitual da época natalícia e provar uma ou outra iguaria, desde que tenhamos noção dos alimentos que devem ser consumidos em moderação. Desejos de um Bom Natal por parte de toda a USF Condestável! Cristiana Miguel Médica Interna de MGF USF Condestável – Centro de Saúde da Batalha

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Desporto

Basquetebol regressa à Batalha passados 14 anos m A Associação Recreativa Amarense (ARA) criou uma secção. O primeiro convivo a nível distrital aconteceu no dia 10 de novembro, na Marinha Grande A Associação Recreativa Amarense (ARA) criou uma secção de basquetebol, fazendo a modalidade regressar ao Concelho da Batalha, 14 anos após a extinção da sua prática de forma organizada. “A secção foi criada devido à falta da modalidade no nosso concelho há 14 anos [épo-

ca 2005/2006, segundo a Associação de Basquetebol de Leiria] e o seu ressurgimento deve-se ao interesse demonstrado por parte de treinadores, câmara municipal, Associação de Basquetebol de Leiria e do próprio ARA”, explica Filipe Ferreira, um dos responsáveis pela Secção de Basquetebol do Amarense. A ARA tem “um grande historial no distrito Leiria e praticou a modalidade durante vários anos”. Agora, os treinadores, ex-atletas de basquetebol, reuniram com as entidades referidas e iniciaram o projeto, no passado mês de setembro. A secção do basquetebol

p O primeiro convivo a nível distrital com os novos atletas da ARA tem como responsáveis Filipe Ferreira e Miguel Cavalheiro, e integra dos escalões de baby basquete, minibasquete sub-8, sub-10, sub-12 masculinos e femininos, sub-14 masculinos e veteranos. Os horários dos treinos do baby basquete e do minibas-

quete, no pavilhão gimnodesportivo do Amarense, estão marcados para a segunda-feira e quinta-feira, das 18h15 até às 19h30. Os treinos dos sub-14 masculinos são à quarta-feira, das 19h30 até às 20h30, mas no pavilhão gimnodesportivo da Batalha.

Num futuro próximo, haverá treinos à terça-feira e sexta-feira, das 19h30 até às 21 horas. Os treinos dos veteranos são à quinta-feira, das 22h00 até às 23 horas. O primeiro convivo a nível distrital, que envolveu os novos atletas da ARA, acon-

teceu no dia 10 de novembro, na Marinha Grande, com a presença do Sporting Clube Marinhense, Clube Basquetebol de Leiria, União de Leiria, Basquete do Lis, Soutocico Basquete, Stella Maris, Biblioteca Instrução Recreativo Valado dos Frades, Núcleo Desportivo Amador de Pombal. Segundo a Associação de Basquetebol de Leiria, “a última época em atividade da Associação Recreativa Amarense foi 2005/2006. Outro Clube, do Concelho da Batalha, que teve atividade de basquetebol foi o Grupo Desportivo da Batalha, cuja última época foi 2000/2001”.

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Desporto Batalha

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Reguengo poderá ter campo de futebol de relva sintética m Tem estimativa orçamental de 145 mil euros e o projeto inclui ainda a requalificação do acesso ao complexo das piscinas municipais do Reguengo do Fetal

O Município da Batalha mostrou-se disponível para a construção de um campo de futebol em piso sintético, na freguesia de Reguengo do Fetal, na Batalha. Nesse sentido, anunciou no dia 26 de novembro que remeteu uma comunicação à Fábrica da Igreja Paroquial do Reguengo do Fetal, proprietária do atual campo de futebol. A autarquia adianta que o projeto “tem estimativa orçamental de 145 mil euros, visando ainda a requalifica-

ção do acesso ao complexo das piscinas municipais do Reguengo do Fetal e o reforço do abastecimento de água às infraestruturas aí instaladas, admitindo-se também a possibilidade de construção de um parque de merendas, numa iniciativa da junta de freguesia. “É um projeto para iniciar em 2020, caso se confirme a disponibilidade da Fábrica da Igreja Paroquial do Reguengo do Fetal, entidade proprietária do terreno em causa, e que visa qualificar a prática desportiva no concelho”, refere o presidente do município, Paulo Batista Santos. Segundo um comunicado da câmara municipal, “trata-se de uma aspiração e proposta de associações de todo o concelho que desenvolvem formação desportiva e necessitam de um novo campo

p Campo de relva sintética na vila da Batalha de futebol com piso sintético, considerando-se o Reguengo do Fetal como localização prioritária”. “Melhorar as condições de prática desportiva na Ba-

A Notária e as suas colaboradoras desejam a todos os clientes e amigos um feliz natal e um excelente ano de 2020

talha é um objetivo partilhada pelos clubes, escolas e município, pelo que iremos concretizar este objetivo na freguesia do Reguengo do Fetal, caso não seja possí-

vel, serão ponderadas outras alternativas que nos foram apresentadas pelos clubes”, acrescenta o presidente da câmara municipal. Após a conclusão do pro-

jeto e a realização do respetivo concurso público, estima-se um prazo de 150 dias para a sua execução, em tempo para a próxima época desportiva 2020/2021.


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Cultura

Livro revela grafitos medievais no mosteiro m Os numerosos grafitos são atribuíveis aos séculos XV e XVI e cobrem grande parte das paredes exteriores e interiores do monumento O livro “Grafitos Medievais do Mosteiro da Batalha”, edição póstuma de Jorge Estrela, com coordenação editorial de António Luís Ferreira e de Carlota Simões (viúva do autor e responsável pela edição), foi lançado no dia 30 de novembro no auditório do Mosteiro da Batalha. A obra de 128 páginas, foi

apresentada por António Luís Ferreira e tem coordenação científica do professor Vítor Serrão, que também foi o autor do prefácio sob o título “Os grafitos da Batalha e o escopro de um erudito desalinhado e rebelde”. Este livro póstumo de Jorge Estrela, produzido pela Hora de Ler, segundo palavras do próprio autor, “fala de um não assunto: os gestos ignotos e anónimos de quem esteve no mosteiro durante a sua construção. Escultores, pedreiros, carpinteiros, arquitetos, monges, fixaram nas paredes uma linguagem paralela, não a dos alicerces, das abóbadas e de um imaginário que iriam le-

gar à posteridade, mas as dúvidas, as conversas, as ironias, as crenças, de um quotidiano forjado numa das épocas mais criativas do viver dos portugueses”. Os numerosos grafitos são atribuíveis aos séculos XV e XVI e cobrem grande parte das paredes exteriores e interiores do Mosteiro da Batalha. A edição surge quase uma década depois da exposição que revelou a investigação feita pelo historiador de arte Jorge Estrela a um património único em Portugal, explica o diretor do Mosteiro da Batalha. “Não temos conhecimento da existência de outros grafitos em Portugal. O

p Momento da apresentação da obra no mosteiro mosteiro é mesmo um caso especial. Caso similar só talvez na Catalunha”, refere Joaquim Ruivo. O livro insere ainda um estudo sobre “As rochas do

Mosteiro da Batalha: suas características, comportamentos e alterações”, da autoria de Luís Aires-Barros, professor e presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Mais para descobrir no monumento Os resultados do trabalho que deu a conhecer as cores originais da Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha deverão ser publicados em 2021, e poderão ter continuidade, apesar de estarem concluídos os objetivos inicais do projeto, no túmulo do Infante D. Henrique. O projeto, concretizado por equipas das universidades Nova de Lisboa e de Évora e do Politécnico de Leiria, permitiu verificar que na abóbada por cima do túmulo do Infante D. Henrique existiam vestígios de pintura figurativa, que parecem ser figuras de anjos ou santos. Por isso, a investigação poderá continuar se for encontrado financiamento.


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Património Um passeio pela Vila A Estrela de há dois mil anos A estrela ainda está lá mas não a vemos, cegos das luzes das cidades. Nem cremos já que há estrelas impedidos que estamos de vê-las. A nossa única realidade são as luzes artificiais, cosmopolitas, temporais, a presumirem de infinitas. Antes de mais o meu agradecimento ao jornalista Armindo Silva Vieira, ao atingir-se o nº 200 desta segunda série de Apontamentos sobre a história da Batalha, por todos os meses ter a paciência de passar em computador os meus rascunhos, tantas vezes difíceis de ler entre rasuras e emendas. O mau agradecimento, também, ao director do Jornal, Carlos Ferreira, que conheço de menino, dos seus primeiros passos na Rádio e no Jornalismo, que se afirmou já um nome respeitado da nossa Imprensa e de que muito há a esperar. Um agradecimento final à administradora D. Teresa Santos. A ambos por me proporcionarem os dois espaços no Jornal de que venho desfrutando desde o início da publicação. Uma palavra de saudade, também, à memória do Comandante Aurélio Gonsalves, que foi largos anos director do “Jornal da Batalha”. Quebro aqui a continuidade das referências às petições populares do século XIX, e entre elas uma que contraria os desejos dos batalhenses pela conservação do seu município (e os municípios são sempre a mais sólida e fiável base da liberdade e da expressão dos povos) optando pela continuidade no município de Leiria, para convidar os meus conterrâneos a dar um passeio pela nossa vila para espreitar o que, para além do Mosteiro, há de interesse

histórico na povoação fundada por el-Rei D. João I e enobrecida, concedendo-lhe brasão de Vila, por D. Manuel I. Principio pela sua antiga e arrasada Igreja de Santa Maria-a-Velha, começada a par da obra do Mosteiro se a sua primeira pedra não foi lançada mesmo antes. D. João I mandou erguê-la para ser proporcionada assistência religiosa à gente, centenas de pessoas vindas da região, doutros pontos do nosso País e, inclusivamente, do estrangeiro, para trabalhar na construção do monumento e consequentemente povoar o local, dado como praticamente despovoado, apenas nele existindo a Quinta do Pinhal, adquirida pelo Rei a Egas Coelho e a sua mãe Maria Meira. O templo teve funções, inclusivamente algum tempo como Matriz (entre a criação da paróquia em 1512 e a sagração da Igreja Paroquial de Santa Cruz em 1534 possivelmente) e talvez como apoio à Confraria do hospital criado por D. João I em 1427 até à construção dum templo próprio, servindo também como igreja secundária e mais próxima da população do que o Mosteiro, até ao liberalismo (a partir de 1834), altura em foi abandonado ou transformado em arrecadação quando começaram as obras de restauro do Mosteiro a partir de 1840. A importância de Santa Maria-a-Velha, relevante no plano religioso é-o também no histórico como panteão que foi dos grandes mestres do Mosteiro, nomeadamente Huguet, Guilherme e Boytaca (Boitaca), sendo de pensar se o não teria sido também de Afonso Domingues dado que o seu sepultamento na Casa do Capítulo não passa de uma lenda. Com a destruição do templo tudo se perdeu, pedras sepulcrais e ossadas, apenas restando uma laje

com a inscrição alusiva a Boitaca e alguns pedaços calcários da construção em exposição no Museu da Comunidade Concelhia. É curioso referir que se criou uma lenda sobre este templo imaginando-o já existente antes da batalha real de Aljubarrota e querendo que foi ali que el-Rei D. João I fez o voto, à Virgem, de mandar construir um grandioso monumento de invocação de Santa Maria caso vencesse a decisiva batalha travada nos campos de S. Jorge. É apenas uma lenda sem qualquer fundamento. Quando era director do Mosteiro o notável museólogo Dr. Sérgio Guimarães de Andrade, o local da desaparecida igreja foi assinalado com uma lápide que ainda se encontra ali. Posteriormente foi marcado o espaço que ocupava e inaugurado um painel com uma fotografia, mas apenas da capela-mor já em ruinas, e uma nota informativa. Em Maio e Junho de 2006 foram feitas escavações arqueológicas, era director do Mosteiro o Dr. Júlio Ribeiro Órfão, pelo IPPAR de Coimbra, conduzidas pelos arqueólogos Drs. Paulo César Santos e Ricardo Oliveira. Encontraram-se diversas ossadas e o que restava dum rosário com contas de azeviche. Vem a propósito recordar que havia minas de azeviche na zona do Casal Novo e noutros pontos da paróquia da Batalha, muito explorado pelo menos do século XVI ao XVIII e servindo para fazer contas e objectos de adorno (colares, brincos, pulseiras, etc.). Vinha-se à Batalha para adquirir esses objectos. A fotografia que se publica a ilustrar o apontamento é apenas a da capela-mor já em ruinas. Tirei-a em 10 de Junho de 1948, tinha eu 17 anos. Ao fundo do vasto terreiro, onde bem próximo da

igreja de Santa Maria-a-Velha estava o terceiro claustro do Mosteiro, o denominado de D. João III por ter sido este soberano a mandá-lo construir, claustro destruído na terceira invasão napoleónica e cuja pedra cerca de cinquenta anos depois foi utilizada na construção da Ponte da Boitaca, ao fundo, digo, está uma belíssima grilhagem de calcário, obra dos artistas-canteiros da nossa vila e cujo destino de origem foi o jardim oitocentista que ocupou por alguns anos o terreiro. A grilhagem separa a parcela de terreno, que a D. Júlia Charters Crespo doou à vila, da quinta da Cerca que deixou ao Seminário de Leiria e hoje é uma zona desportiva, escolar e turística, muito bem concebida e felizmente aproveitada. Estes primeiros passos na nossa visita não seguem uma ordem cronológica mas de vizinhança. Assim

deste terreiro, hoje e muito bem denominado de Infante D. Henrique e ali está um precioso busto do Navegador, felicíssima escultura dos artistas António José Moreira e Alzira Antunes, vamos direito à Capela de Nossa Senhora do Caminho, cuja verdadeira invocação da imagem de Nossa Senhora é a da Senhora da Consolação. Incrustado o pequeno templo no muro da antiga cerca conventual, como estava antes deste ter sido demolido, tudo indica que pertencera ao Convento Dominicano. Expulsa a Ordem Dominicana do seu Mosteiro em 1834, a capelinha ficou ao abandono e começava a arruinar-se quando em 1906 o comendador Dr. Joaquim Vicente da Silva Freire chamou a si a tarefa de a restaurar e ampliar. O Dr. Joaquim Freire, natural da Jardoeira e casado segundo creio, com uma das

filhas do Arquitecto Lucas José dos Santos Pereira, restaurador do Mosteiro entre 1852 e 1884, foi um médico distinto tendo exercido clínica em Lisboa. Não tendo filhos, os seus bens foram herdados pelos sobrinhos, da família Sampaio, e com eles o encargo de zelarem o templo. Como já aqui disse há tempos, a capelinha é duma grande simplicidade, integrando-se no estilo barroco na sua vertente rural, tendo provavelmente sido mandado construir pelos dominicanos no século XVIII. Há grande devoção dos batalhenses pela Santíssima Virgem, nesta sua invocação do Caminho. Prosseguiremos a nossa visita no próximo número, se Deus quiser. Bom Natal, caros leitores! José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (200)


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Batalha Atualidade

Jornal da Batalha

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Aves da Batalha promove aula de sensibilização ambiental

“Figuras, Figurinhas e Figurões”na Casa do Conhecimento

p A exposição foi inaugurada no dia 7 deste mês O cartonista António inaugurou no dia 7 de dezembro na Casa do Conhecimento e Juventude da Batalha a exposição “Figuras, Figurinhas e Figurões - 40 anos de cari-

p Acção de educação e sensibilização ambiental

m 2ª edição do “Dia da coruja-das-torres” incluiu a instalação de uma caixa-ninho em Casais dos Ledos O grupo Aves da Batalha promoveu a 2ª edição do “Dia da coruja-das-torres”, com a instalação de uma caixa-ninho no dia 9 de novembro em Casais dos Ledos, acompanhada de uma acção de educação e sensibilização ambiental para a comunidade escolar da aldeia. Esta foi a terceira caixa-ninho instalada no concelho, depois Rebolaria e Picoto, e “faz parte de uma iniciativa do grupo que visa proporcionar a esta espécie ameaçada locais de nidifica-

ção extra”, explica João Tomás, que faz parte do Aves da Batalha. A aula de educação e sensibilização ambiental teve como objectivo principal dar a conhecer aos alunos da escola dos Casais dos Ledos e restantes participantes as diferentes espécies de aves de rapina nocturnas de Portugal, a sua biologia, importância para os ecossistemas e os factores que ameaçam a sua conservação. Os alunos tiveram a oportunidade de ficar a conhecer as diferentes espécies de corujas e mochos e suas principais características e vocalizações, quais as presas favoritas das corujas-das-torres, através da análise de egagrópilas ou regurgitações, e como se pode fazer a mo-

nitorização destas espécies. “Com este tipo de actividades pedagógicas informais, o Aves da Batalha pretende transmitir às gerações mais novas e à sociedade em geral a importância da biodiversidade do concelho para o equilíbrio dos ecossistemas dos quais fazemos parte. Afinal de contas só conhecendo é que se pode proteger”, destaca João Tomás. Este “Dia da coruja-das-torres” contou com a presença de 50 pessoas, entre alunos, pais e professores da escola e da Junta de Freguesia da Batalha. Os Aves da Batalha “agradece a todos os participantes e, principalmente, ao proprietário do terreno onde foi instalada a caixa-ninho”.

Feliz

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Atlético Clube ganha Feliz sede no edifício das piscinas A coletividade tem oito anos de existência e considera que este “é um passo enorme para a sustentabilidade e crescimento do clube”. “É um passo que muito nos satisfaz e estamos cons-

A exposição vai poder ser visitada de segunda a quinta-feira das 21 às 24 horas, às sextas-feiras das 21 às 24 horas e aos sábados das 15h às 24 horas, com entrada gratuita.

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A Câmara da Batalha procedeu no dia 12 de dezembro à entrega da nova sede ao Atlético Clube da Batalha (ACB). O espaço está localizado no edifício das piscinas municipais.

catura de António”. A exposição está patente até 31 de janeiro. António tem uma longa carreira e é um dos mais prestigiados cartunistas portugueses.

Natal

cientes da acrescida responsabilidade para continuar a trabalhar na concretização dos nossos projectos e ideias desportivas no concelho”, lê-se numa nota publicada pelo ACB no Facebook.

A FIG, DESEJA A TODOS OS SEUS CLIENTES E AMIGOS UM

Feliz Natal

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Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

dezembro 2019

HERCULANO REIS SOLICITADOR Rua Infante D. Fernando, Lote 3, 1ºA

2440 BATALHA - Tel. 244 767 971

O Jornal da Batalha deseja a todos os leitores

Feliz Natal e bom 2020!

António Poças Ferreira (82 anos) N. 11-11-1937 - F. 30-11-2019 Reguengo do Fetal

AGRADECIMENTO Sua esposa: Maria das Neves Castro Ferreira, filha: Isabel de Fátima Castro Ferreira Graça, genro, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Para sempre nos nossos corações e nas nossas lembranças. Descansa em paz

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Hélder José Rodrigues Calhas

(39 anos) N. 17-06-1980 - F. 27-11-2019 Natural de Leiria Residente em Batalha AGRADECIMENTO Seus Pais, Irmãos, Esposa, Filhos e restante família agradecem o carinho e a presença na cerimónia do seu ente querido, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado… Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

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CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas seis a folhas sete, do Livro Duzentos e Quarenta e Oito - B, deste Cartório. Maria do Rosário Frazão de Sousa Carvalho Moreira, NIF 172 645 000 e marido José Monteiro de Sousa Moreira, NIF 123 649 200, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, residentes na Rua Maria Julia Queirós, nº.25, Braga, declaram que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, ambos sitos na freguesia e concelho da Batalha: UM - prédio rústico, composto de terra de cultura, com a área de mil novecentos e vinte e sete metros quadrados, sito na Rua do Casal da Raposa, a confrontar de norte com Júlio Pinheiro da Silva Jordão, de sul com Casimiro Frazão de Sousa Carvalho, de nascente com Rua Casal da Mata Raposa e de poente com ribeiro, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 10373, com o valor patrimonial de IMT de €2.081,16. DOIS - prédio rústico, composto de terra de cultura, com a área de mil duzentos e oitenta e oito metros quadrados, sito em Raposa – Rua Casal da Raposa, a confrontar de norte com Carla Alexandra Carvalho Jordão, de sul e de nascente com Casimiro Frazão de Sousa Carvalho e de poente com Rua do Casal da Mata Raposa, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 10374, que com o valor patrimonial de €1. 391,04. Que, os justificantes adquiriram os identificados prédios no ano de mil novecentos e oitenta e nove, por doação verbal de Agostinho Vieira de Sousa Carvalho e mulher Julia da Silva Vieira Frazão, pais da mulher, residentes que foram em Casal do Alho, Batalha, não dispondo os justificantes de qualquer título formal para os registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição dos mesmos. Que em consequência daquela doação verbal, possuem os identificados prédios em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram os prédios por usucapião. Batalha, onze de dezembro de dois mil e dezanove. A funcionária com delegação de poderes Lucília Maria Ferreira dos Santos Fernandes - 46/5 Jornal da Batalha, edição nº 353, 16 dezembro de 2019

Óbitos Artur Cunha Pereira, 75 anos. Casado com Arminda de Jesus Silva Pereira, pai de Artur e Adélia Pereira. Residente em Torre – Reguengo do Fetal. Faleceu dia 10/11/2019 e foi sepultado no cemitério de Torre. Maria Isabel Pacheco Moreira, 56 anos. Mãe de Andreia e Viviana Moreira. Residia em Jardoeira – Batalha. Faleceu dia 20/11/2019 e foi sepultada no cemitério de Batalha. Joaquim Vieira Menezes, 95 anos. Viúvo de Maria Victória d´Oliveira, pai de Armando, Benilde ,Rui e Mª Fernanda d´Oliveira Menezes (já falecida). Residia em Torre – Reguengo do Fetal. Faleceu dia 24/11/2019 e foi sepultado no cemitério de Torre. Maria Júlia Sousa Carreira, 85 anos. Viúva de Joaquim Rino de Jesus, mãe de Albertina Maria Sousa Rino e Mário Manuel Sousa Rino. Residia em Palmeiros – Batalha. Faleceu dia 01/12/2019 e foi sepultada no cemitério de Batalha. Tratou: Funerária Santos & Matias Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)


A fechar

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Observar a natureza à noite O grupo Aves da Batalha promove a última saída de campo deste ano no dia 28 de dezembro, com destino à fauna nocturna de Casais dos Ledos. As salamandras, sapos, corujas e mochos são espécies observáveis. O ponto de encontro é o multiusos da Batalha, pelas 20h45.

DEZEMBRO 2019

Câmara paga retirada de telhas com amianto do quartel dos bombeiros mPrograma de empreitadas para substituição das coberturas das escolas municipais e armazém municipal no valor total de 250 mil euros A Câmara da Batalha aprovou, na sua reunião ordinária de 25 de novembro, a atribuição de um subsídio de 50 mil euros aos bombeiros voluntários para a remoção das telhas de fibrocimento, que contêm amianto, da cobertura do edifício sede e quartel. A autarquia explica que as

instalações do quartel da Batalha, objeto de intervenção, “têm tido uma utilização intensa ao longo dos últimos anos com atividades desportivas de clubes, escolas, grupos em diversas faixas etárias e atividades recreativas”. Por isso, “vai apoiar integralmente o projeto apresentado pelos bombeiros para substituição do telhado do quartel, que ainda possui chapas de fibrocimento (que têm na sua constituição amianto), por chapas metálicas do tipo ‘sandwich’, numa área de 900m2, cujo custo estimado ascende a 50 mil euros”. “É uma preocupação que

p Quartel tem 900m2 de telhas com amianto nos foi transmitida pelos bombeiros e que, no imediato, decidimos resolver”, adianta o presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos, adiantando que “a urgência de serem retiradas

as telhas de fibrocimento se agravou ainda mais depois de se verificar que algumas estão a desfazer-se, o que, comprovadamente, representa um risco para a saúde dos utilizadores do quartel

de bombeiros”. “As missões desenvolvidas pelos corpos de bombeiros das associações humanitárias de voluntários revestem-se de inequívoco interesse público, pelo que

se justifica o apoio municipal à melhoria das condições de atuação e salvaguarda da sua saúde”, adianta o autarca. O amianto, uma fibra natural mineral cujas propriedades de resistência e durabilidade impulsionaram a sua corrente utilização na construção em Portugal entre os anos 1950 a 1990, revelou-se uma substância de elevada perigosidade. O Município da Batalha implementou, desde 2014, o um programa de empreitadas para substituição das coberturas em fibrocimento das escolas municipais e armazém municipal, no valor total de 250 mil euros. Publicidade

estas F s a o B

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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