JORNAL DA BATALHA EDICÃO DE ABRIL DE 2022

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXXI Nº 381 | ABRIL DE 2022 |

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Câmara municipal vai gerir o serviço de água

Foto: Carlos Venceslau

Procissão dos Caracóis candidata a Património Cultural Imaterial

Polícia faz buscas no concelho para acabar com rede criminosa

Foto: piqsels.com

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Equipa de alunos do AEB vence concurso regional de inovação

Município quer juntar empresas numa comunidade de energia

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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de André Loureiro

A guerra da Ucrânia e a política das selfies Os sérios desafios que o mundo enfrenta hoje – de crises climáticas a pandemias, do agravamento da guerra da Ucrânia aos perigos do confronto nuclear, do aumento das violações dos direitos humanos ao crescimento exponencial de refugiados e fome – exigem mais do que nunca um mandato forte das instituições europeias, o reforço das ações de manutenção da paz e segurança coletiva e a defesa e promoção dos direitos humanos. A invasão da Ucrânia é uma situação que necessariamente aterroriza a população, provoca sofrimento humano, mortes entre civis e centenas de milhares de refugiados. Quem esperava por

um acontecimento desta gravidade? Creio que ninguém, exceto os invasores e líderes da Rússia contavam com esta guerra sem justificação e de consequências humanas dramáticas. Importa, por isso – e sem hesitações – acudir aos cidadãos ucranianos que são obrigados a fugir do seu país, em particular as crianças que mais sofrem com a guerra, mas também acudir aos milhões de refugiados que vivem uma situação humanitária desesperante, apoiando os países de fronteira como a Polónia, que estão a fazer um trabalho notável no acolhimento e apoio aos deslocados da guerra. Infelizmente, a reação a esta tragédia humana

não conheceu por parte de inúmeras instituições mundiais, europeias e também nacionais, a mesma dimensão, por exemplo, que conhecemos ao nível da concertação de esforços para combater a Covid-19. É certo que num cenário de guerra, a pandemia passou para segundo plano, mas é notório que nesta fase os ucranianos após tanta promessa, nos dias seguintes à invasão do seu país foram abandonados e condenados a lutar sozinhos pela sua terra. Todos assistimos aos pedidos das autoridades da Ucrânia, às declarações desesperadas do Presidente Zelensky e de tantos outros dirigentes e responsáveis de organizações

humanitárias que ainda resistem no terreno de guerra, mas para além de ações de pressão económica de duvidosa eficácia e declarações críticas ao líder da Rússia, no ponto de vista da dita comunidade internacional, fica a ideia de passividade face à situação desesperante do povo ucraniano. Neste particular, também no nosso país a reação primeira foi dos cidadãos, da comunidade ucraniana residente e progressivamente das autarquias, uma vez que o Governo e as instituições da administração central, uma vez mais, apenas reagem em função do espaço mediático e pela pressão das notícias de imprensa. Ao fim de duas sema-

nas de guerra na Ucrânia e já com dezenas de milhar de refugiados chegados a Portugal, ainda não conhecemos qual a estratégia nacional de apoio e integração destes cidadãos que também neste domínio foram relegados à sorte – e com justiça – aos cuidados de muitas iniciativas meritórias da sociedade e de algumas autarquias. Os nossos principais protagonistas políticos, ficam-se pelas selfies de ocasião e alguns discursos mais ou menos empolgados. Para desespero dos ucranianos, do ponto de vista militar a Europa não existe e, do ponto de vista político, os principais líderes europeus e também nacionais, apenas se mo-

Presidente do PSD da Batalha

bilizam em função da sua popularidade. Hoje são os ucranianos que sofrem, amanhã podemos ser nós ou qualquer outro estado europeu. Fica o apelo, temos de agir já!

s A Opinião de António Lucas Ex-presidente do Município da Batalha

Funcionamento dos serviços públicos Quem trabalha nos serviços públicos tem como função principal contribuir para a resolução dos problemas dos cidadãos utentes. Com base nesta premissa, deve estar disponível, demonstrar espírito de colaboração e de vontade de colaborar, facilitando o mais possível a vida a quem necessita dos serviços e, em última análise, lhes paga o salário, o seu sustento e da sua família. Quando passei pela administração pública repeti isto, até à exaustão, junto dos que trabalhavam comigo, para que todos tivéssemos sempre presente quais as linhas que norteavam a nossa função. Se assim não for e quando assim não é, infelizmente demasiadas vezes, polvilhadas aqui e acolá,

com exemplos excelentes de verdadeiro serviço público, então está tudo invertido e as pessoas que exercem essas funções não estão no sítio certo, nem merecem lá estar. A começar nos dirigentes máximos e a terminar no mais simples funcionário, que será sempre o menos culpado. Não raras vezes, ao frequentarmos certos serviços, ou melhor, ao sermos atendidos em certos serviços públicos, por certos funcionários, ficamos com a sensação de que nos estão a fazer um favor e que nós, os utentes, mais não somos do que uns chatos, que só ali aparecemos para lhes infernizar a vida. Mas estes maus exemplos, nem são os piores. Os piores são mesmo outros, mais importantes

(acharão eles), que não têm contacto direto com o público e quando o público tenta falar com eles, nunca estão, ou estão em reunião, ou estão muito ocupados, não atendendo as pessoas, nem respondendo posteriormente. Ou seja, o cliente, o utente, o que lhe paga o salário, nem uma simples resposta merece. Estes são os piores exemplos de uma administração pública do princípio do século XX, que já não devia existir e que existindo, terá que desaparecer rapidamente. Um dos aspetos fundamentais para que um serviço funcione, assenta na sua boa comunicação e só comunicará bem se prestar serviços de qualidade e em tempo útil. Haverá sempre alguns, que mesmo trabalhando mui-

to mal, comunicam de tal modo bem, que enganando o destinatário o mesmo fica com a perceção de que o dito serviço até funcionará bem. Mas esses são os “artistas” e não é a esses que me refiro. A boa comunicação faz-se no dia a dia, respondendo em tempo útil e com profissionalismo às solicitações que nos chegam e depois dando a conhecer ao público em geral o que andamos a fazer. Quem trabalha em qualquer empresa privada sabe que o elemento mais importante é o cliente, que tem que ser tratado com eficácia, simpatia e competência, porque se assim não for ele vai a outro lado e ficamos sem salário e sem emprego. Quem trabalha nos serviços públicos deve olhar

para os utentes do seu serviço, como o cliente que é, tratando-o como merece. Sei e reconheço que existem inúmeros funcionários públicos de elevada competência e profissionalismo, até porque trabalhei com muitos, para os quais só tenho uma palavra, obrigado, até porque, na maior parte destes, são mal pagos e não reconhecem a excelência do seu trabalho. Refiro-me obviamente aos outros e aos seus dirigentes, apelando a que mudem de estratégia, até porque, se não mudarem, a vida um dia destes poderá correr-lhes mal e todos conhecem exemplos desses. A administração pública presta serviços fundamentais à sociedade, é necessária e muitos merecem o nosso reconheci-

mento. Desejo que os restantes passem a olhar para os cidadãos como verdadeiros clientes, prestando-lhe serviços de qualidade, como merecem e os quais são bem pagos. Uma palavra final de grande solidariedade para todos os cidadãos ucranianos, que estão a sofrer enormemente com as ações de um louco à solta.


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Espaço Público Opinião

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s A Opinião de Dário Florindo Coordenador Financeiro do Núcleo Territorial de Leiria da Iniciativa Liberal

Uma decisão que pode meter …muita água! Muitos talvez ainda não sabem, mas o Município da Batalha debate-se, desde 2020, com o final do contrato de concessão do serviço de exploração de abastecimento público de água que o Município da Batalha detinha com a Águas do Lena, que vem sendo renovado mensalmente. Por imposição do regulador ERSAR que espera por uma solução urgente, este foi o tema da última sessão extraordinária da assembleia municipal onde foram colocadas à discussão dois modelos de exploração: a continuação de um modelo de externalização de serviços (concessão), rejeitado pela maioria dos Independentes, e a possibilidade de avançar com um modelo de internali-

zação de serviços, ou seja, a criação de uma empresa municipalizada - aprovado, com o voto contra da IL. Votamos contra a criação de mais uma empresa municipal, primeiro porque significa que a CMB terá de realizar investimentos avultados na sua operaciona li zação, ou seja, a construção de infraestruturas, na compra de equipamentos e obviamente no recrutamento de pessoal especializado, que não existe no mercado, e cujos salários são em média, para a mesma função, mais altos em empresas privadas. Depois importa relembrar que a CMB assume na totalidade o risco e custos de investimentos no reforço e manutenção e expansão da rede (ainda

que parte dos custos possam, eventualmente ser comparticipados). Em resumo: aumento da despesa estrutural da CMB que é, relembro, financiando pelos nossos impostos, num município que 2ª maior dívida por habitante - cerca de 164 euros/hab (INE, 2021). Em segundo lugar, o modelo atual de concessão à Águas do Lena, foi reconhecido por todas as bancadas e pelo executivo, de reconhecido mérito não havendo nada que indique que uma nova concessão não pudesse continuar o bom trabalho. Em terceiro lugar não ficou esclarecido em sede de audiência nem em assembleia municipal, como pondera o executivo municipal abordar o défice tarifário no sa-

neamento e resíduos urbanos. Um dos principais argumentos do executivo é que o preço da fatura da água poderia aumentar até 4x no longo prazo em caso de concessão – ainda que não tenha lançado nenhum concurso publico que o comprove. Mas aquilo que não diz é que a internalização deste serviço configura uma injeção de capital público, ie. dos nosso impostos, numa nova entidade municipal que irá, no médio-longo prazo realizar os investimentos necessários na rede de abastecimentos deste concelho sem que, como ficou claro, faça refletir na fatura final dos contribuintes esse mesmo investimento. Ou seja, o Município da Batalha vai assumir um dé-

fice tarifário a pagar por todos, indiretamente, sob os impostos, num modelo que continua a distorcer as opções em análise em favor sempre de mais estado ao invés de melhor estado, porque na realidade não é mais vantajoso: só o é no papel, já que uns são financiados pelos impostos dos contribuintes e outros não. O tema é de facto complexo (e apaixonante) e divide opiniões. A única certeza é que o preço da água na Batalha vai, indiscutivelmente aumentar nos próximos anos, ou na fatura ou nos impostos que pagamos. É tema para correr água, ops, tinta, nos próximos anos. Já agora… alguém sabe do deputado eleito pelo CDS na AM da Batalha?

São tantas as trocas… durante a sessão a deputada preferiu (como sempre) sentar-se na plateia ao lado do seu “grande líder” do que na sua bancada junto dos restantes deputados e na altura da votação a deputada do CDS… saiu. Caminha assim o CDS da Batalha.

s Baú da Memória José Travaços Santos

Há cem anos a primeira travessia aérea do Atlântico Sul Foi há cem anos, entre 30 de Março e 17 de Junho de 1922, que dois oficiais portugueses, Comandante Sacadura Cabral e Almirante Gago Coutinho, levaram avante a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Podemos dizer que foram na peugada dos descobridores portugueses dos Mares, dos séculos XV e XVI, em que sobressaem João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira, Gonçalo Velho, Diogo Cão, Bartolomeu Dias, Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral. Mas são centenas ou milhares, cujos nomes não caberiam nas páginas deste jornal.

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

A viagem teve vários precalços, inclusivamente obrigando à substituição dos aviões, recordo que se estava no início da aviação, um deles gravíssimo junto ao Penedo de São Pedro, já relativamente próximo do Brasil, perdendo-se a aeronave e quase se perdendo a vida dos dois heróicos oficiais. Valeu-lhes a pronta intervenção dos marinheiros do cruzador “República” que os aguardava. Substituída a aeronave, o que levou o seu tempo pelo que só em 17 de Junho terminavam a façanha com a chegada ao Rio de

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

Janeiro onde foram recebidos por uma multidão que os ovacionou em delírio. Ora pelo que se vê, não há nada previsto para uma comemoração nacional à altura do notabilíssimo feito que teve, então, repercussão mundial. Por onde anda o nosso orgulho e o nosso patriotismo? E por onde anda a educação cívica das novas gerações? A imagem é reproduzida, com a devida vénia do opúsculo “Chegada do Lusitânia ao Penedo de S. Pedro em 18 de Abril de 1922”, do Almirante Sarmento Rodrigues.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Jornal da Batalha

Atualidade

Foto: Ian Capper

Abastecimento de água ao domicílio vai passar para a câmara municipal

p As obras necessárias justificam, em parte, a mudança do sistema de gestão

m A assembleia municipal aprovou a internalização do serviço no município, com dois votos contra, da Iniciativa Liberal e do Chega, e oito abstenções do PSD. A deputada do CDS-PP estava ausente na hora de votar O abasteci mento de água ao domicílio no concelho vai ser municipalizado, deixando assim o serviço de ser prestado pela empresa Águas do Lena, na sequência de uma decisão aprovada, no dia 31 de março, por maioria, pela Assembleia Municipal da Batalha (AMB). Em sessão extraordinária, a AMB aprovou a internalização do serviço no

município, com dois votos contra, da Iniciativa Liberal (ver opinião nas pág. 2/3) e do Chega, e oito abstenções do PSD. A deputada do CDS-PP não estava na sala aquando da votação. Nos último dois anos, depois de terminar o prazo de concessão, iniciada e renovada desde 1997, a Águas do Lena tem fornecido a água com base em contratos de curta duração, mas agora a ERSAR (entidade reguladora) exigiu que o município tomasse uma decisão. O modelo da nova gestão ainda não está definido, podendo passar pela criação de uma empresa municipal, a solução defendida pela maioria do Movimento Independente Batalha é de Todos (MIBT), ou ser assumida diretamente pela autarquia.

Esta mudança, segundo o MIBT, resulta de necessidade de investir nos próximos anos no sistema 5,2 milhões de euros e de incorporar os prejuízos com os serviços de saneamento e resíduos (a água tem um saldo positivo de 19%). A manter-se a concessão atual, defende, isso significaria que os tarifários “triplicariam ou quadruplicariam” nos próximos anos. O município prevê que o processo de transição “possa ocorrer dentro de seis a oito meses”, estando sujeito a parecer da ERSAR e a visto prévio do Tribunal de Contas. Na sequência da decisão, o PSD da Batalha emitiu um comunicado em que destaca “o ponto final numa relação com a empresa Águas do Lena, cuja concessão foi iniciada há 25 anos”.

“O atual modelo de concessão, decidido em 1996, apresenta níveis elevados de qualidade de serviço, sem falhas no fornecimento e com 100% de garantia de água segura, conforme consta nos relatórios anuais da da ERSAR”, refere o PSD da Batalha, sublinhando que “garante a água mais barata da região e sem quaisquer custos para o município, motivo de alívio para os orçamentos das famílias, mas também para o equilíbrio das contas municipais”. Para o PSD, “esta decisão resulta em mais custos com remunerações e de exploração, não tem suficiente fundamento técnico ou financeiro, e vai gerar inevitáveis aumentos no preço da água que é paga pelas famílias e empresas do Concelho da Batalha”. Na perspetiva dos social-democratas, “uma

nova empresa municipal resulta num enorme aumento de custos, uma vez que determina a contratação de mais recursos e uma nova administração, sem limites de vencimentos ou concursos públicos que obriga as autarquias, num processo que suscita as maiores dúvidas de transparência e que se traduzirá na duplicação de custos para o sistema de águas, com consequências no curto e médio prazo de aumento das tarifas”. O comunicado destaca ainda um estudo comprativo, de meados de 2019, designado como “Gestão alternativa da atividade de abastecimento de água do Concelho da Batalha”, com projeção até ao ano de 2027, no qual se concluía que “da análise das opções apresentadas resulta, de forma indiscutível, que a opção pelo prolongamento da atual concessão corresponde à melhor alternativa para a Câmara da Batalha”. Em resposta ao comunicado do PSD da Batalha, datado de 1 de abril, o MIBT “repudiou acusações” e “a forma caluniosa, mentirosa e maledicente” do documento. “Estranhamente, os deputados do PSD preferiram demitir-se de uma decisão numa matéria que se considera fulcral para o futuro dos batalhenses e que já devia ter sido tomada”, refere o MIBT, considerando “surpreendente que o PSD da Batalha tenha necessidade de se justificar perante a opção” de abstenção dos seus deputados, “tentando mitigá-la com um comunicado acusatório, totalmente desprovido de sentido e de rigor”.

“O PSD da Batalha ter-se-á esquecido de que a poucos meses das eleições autárquicas de 2021, o anterior presidente da câmara preparou um modelo de serviços municipalizados, já com unidades orgânicas e serviços definidos, com o objetivo de internalizar no município estes serviços. Esta opção foi tomada no decurso do parecer negativo da ERSAR, relativo ao concurso público de concessão de águas do Concelho da Batalha que então foi preparado”, salienta a maioria que suporta o executivo. “O PSD da Batalha também omite que o modelo financeiro de exploração de águas sujeito ao parecer da ERSAR, em 16 de abril de 2020, foi construído no pressuposto da repartição de 50% dos investimentos a realizar entre concessionário e município. Se esses investimentos fossem totalmente repercutidos na concessionária, teria um impacto bastante significativo no aumento do tarifário junto dos consumidores”, adianta. Segundo o MIBT, “a manutenção do atual modelo, cuja concessão terminou em janeiro de 2020, face aos investimentos que a rede pública de águas a necessita, há vários anos, teria forçosamente de agravar fortemente as tarifas ao consumidor” e “o modelo proposto de internalização dos serviços de abastecimento de água do concelho apresentado na AMB enquadra a capacidade de financiamento comunitário para a execução destas intervenções, mitigando o eventual agravamento do tarifário a aplicar, e contempla uma gestão mais ágil e eficiente”.


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Atualidade Batalha

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m O processo de classificação desta manifestação religiosa envolve a Paróquia e a Junta de Freguesia de Reguengo do Fetal, a câmara municipal e o Museu da Comunidade Concelhia “Vamos ajudar a classificar a Procissão dos Caracóis como Património Cultural Imaterial” é o mote da campanha lançada no dia 14 de março e que marca o início do processo de classificação como Património Cultural Imaterial da secular celebração das Festas de Nossa Senhora do Fetal, no Reguengo do Fetal. A festa integra duas procissões; a primeira, realizada no último sábado de setembro, à noite, em que a imagem de Nossa Senhora parte da Ermida do Fetal para a igreja paroquial. No sábado seguinte, também à noite, a imagem faz o percurso inverso, devolvendo a imagem ao santuário. O processo de classificação desta manifestação religiosa envolve a paróquia e a Junta de Freguesia de Reguengo do Fetal, a câmara municipal e o Museu da Comunidade Concelhia. “Constitui condição fundamental para a classificação a Património Cultural Imaterial que a tradição/manifestação continue viva. E é exatamente o que acontece no Reguengo do Fetal. A Procissão dos Caracóis revela-se atualmente como o evento de maior expressão popular, envolvendo todas as gerações, incluindo os emigrantes desta localidade quem, anualmente, regressam dos mais variados locais propositadamente para participar na iniciativa”, explica o município. “O processo de instrução da candidatura apresenta-se complexo sendo necessário cumprir um conjunto de requisitos técnicos definidos. Numa primeira fase, o trabalho será efetuado em

Foto: Rui Miguel Pedrosa © Procession of the Snails

“Vamos ajudar a classificar a Procissão dos Caracóis como Património Cultural Imaterial”

p Os pavios são colocados nas cascas de caracóis cheias com azeite articulação com a Direção Geral de Cultura do Centro para, depois, ser submetido ao inventário nacional, através da Direção Geral de Património Cultural”, adianta. O caráter desta tradição tem vindo a ser registado em diversos documentos como fotografias, vídeos, artigos de jornal, livros, entre outros suportes que “agora importa recolher com a importante participação de todos”. A campanha “Vamos ajudar a classificar a Procissão dos Caracóis como património cultural imaterial” inclui a realização de uma exposição fotográfica alusiva às procissões, a exibir na galeria do posto de turismo da Batalha, em dezembro. Para colaborar nesta campanha, a organização criou o email procissaodoscaracois@gmail.com para onde devem ser enviados todos os contributos. A equipa “irá promover todos os esforços no sentido do reconhecimento desta manifestação como Património Cultural Imaterial”, atendendo à sua relevância religiosa, cultural e patrimonial, refere o presidente da câmara municipal, Raul Castro. “Ao encetarmos o proces-

so de classificação da Procissão dos Caracóis como património cultural imaterial, estamos a contribuir para perpetuar esta manifestação singular da nossa região”, adianta Raul Castro. Muito azeite, cascas e pavio Aquando das procissões noturnas, a aldeia é iluminada com milhares de cascas de caracóis em que encontram embebidas, em azeite, torcidas de cordel que servem de pavio, que a população dispõe nas ruas e nas escarpas recortadas. A energia elétrica é cortada e a imagem da Senhora do Fetal, padroeira da freguesia, é transportada em ombros, do Santuário de Nossa Senhora do Fetal (Mariano) à Igreja Matriz da aldeia, regressando sete dias depois, ao local de partida. A iluminação com as cascas de caracóis não se limita ao percurso de 800 metros entre os dois locais, pois os habitantes executam autênticas obras artísticas com a iluminação das suas casas, recriando moinhos, fachadas de igrejas, cruzes e outros motivos religiosos, estimando-se que sejam uti-

lizadas pelo menos 12 mil cascas de caracóis nas ornamentações. O recurso a esta iluminação obriga à utilização de seis mil metros de pavio e 500 litros de azeite para encher a totalidade das cascas. Nas últimas procissões realizadas terão participado 10 mil pessoas, de acordo com a organização, que congrega a Paróquia de Reguengo do Fetal e a junta de freguesia. A preparação das milhares de cascas de caracóis envolve 200 pessoas da aldeia de Reguengo do Fetal, desde as crianças do jardim de infância aos utentes do lar da terceira idade. Origem do culto “Era uma vez uma pastorinha, que apascentava o seu rebanho pelas encostas áridas e ermas do Reguengo. Em ano de grande e apertada estiagem, andava ela, um dia no cabeço, onde agora se encontra o santuário de Nossa Senhora e, vendo-se ela cheiinha de fome, as suas ovelhinhas tísicas de todo, só com pele e osso, sem febra de verdura para retouçar, encheu-se de tristeza e largou-se a chorar. Erguendo do regaço o rosto magoado e com os olhos

inundados de lágrimas, viu com surpresa, no meio dum tufo de fetos, uma estranha Senhora, que lhe falou assim: - Porque choras tu, minha menina? - Tenho fome…. - Vai pedir pão à tua mãe. - Já lho pedi, mas ela não o tem. - Vai a tua casa, - insistiu a senhora – e, torna a dizer-lhe que te dê pão. Dize-lhe que uma mulher te mandou dizer-lhe que está pão na arca. Efetivamente, verificou-se que a arca estava inexplicavelmente cheia de fresco e saboroso pão, que mais parecia ter sido amanhado por mãos de anjos do que por um hábil padeiro. Voltando de novo, já satisfeita e alegre ao sítio onde a senhora aparecera. Eis que a pastorinha mais uma vez a pôde ver e com ela dialogar, recebendo dos seus lábios a seguinte mensagem: - Dize à gente do teu lugar que Eu sou a Mãe de Deus e quero que, no sítio deste fetal, me edifiquem uma ermida, na qual eu seja louvada e venerada. A fama do caso espalhou-se com a rapidez de um relâmpago e logo ali acorreu, em justificado alvoroço, grande e esperançada mul-

tidão, achando naquele sítio uma pequenina e mistérios imagem de Nossa Senhora, e junto dela, uma fonte miraculosa, com cujas águas se começaram a alcançar graças do céu.” (…). Com o produto das promessas e outras esmolas, fácil e rapidamente se construiu uma pequenina ermida, onde se expôs à veneração dos fiéis a miraculosa imagem ali encontrada. Ignora-se em que época se deu a aparição, bem como a data de construção da primitiva ermida de Nossa Senhora do Fetal. Mais tarde em 1585, edificou-se um templo mais amplo e mais sumptuoso, onde acorriam, em tempos idos e durante todo o ano, grandes e numerosas levas de peregrinos, alguns vindos de muitas léguas de distância; e aonde ainda hoje afluem numerosos devotos. D. Maria I, por provisão de 1791, autorizou uma Feira Franca no 1º Domingo de Outubro. O Bispo de Leiria, D. Manuel de Aguiar, aplicou no hospital, que dele tomou o nome, boa parte das ofertas feitas pelos fiéis, ao Santuário de Nossa Senhora do Fetal e, por isso, mandou da Sé de Leiria para ali, a título de compensação, dois artísticos altares com retábulos de talha e colunas salónicas. No mês de maio de 1896, D. José III, Cardeal Patriarca de Lisboa, ordenou ali preces públicas de “Ad Petendam Pluviam”, a que se associaram as freguesias circunvizinhas, nomeadamente a de Fátima, alcançando do Céu chuva abundante para os campos. Em memória deste acontecimento, concedeu o venerando Antístite 200 dias de indulgências a quem rezasse uma Salvé Rainha diante de Nossa Senhor ado Fetal. A Senhora do Fetal tornou-se, assim, um dos santuários mais conhecidos e mais visitados de todas as redondezas. (…)”. Fonte: JF Reguengo do Fetal/Site


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Batalha Opinião

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Opinião s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

Memórias venezianas Escrevo estes contos e crónicas sem ver os leitores que contemplam as minhas palavras. Dentro da aura feérica que crio e a realidade que tento abordar, vai um passo monumental de distância. Se a escrita não alcançar o humor, a melancolia e todas as cambiantes do ser humano, então não vale a pena perder a tinta da minha caneta. A narrativa que hoje me proponho a relatar tem como pano de fundo Veneza, a cidade imaginária, que vive entre o sonho e a realidade. Um rapaz ia trabalhar quase todos os dias para

a Coleção Peggy Guggenheim, templo maior da arte moderna. Ele convivia com Wassily Kandinsky, Pablo Picasso, Robert Delaunay e Joan Miró, seus amigos de longa data. Também estabeleceu boas relações com Alexander Calder, Jackson Pollock e Marcel Duchamp, que lhe ensinaram muito. O que é certo é que na maior parte dos dias, a seguir ao fecho de portas do museu, partiam à descoberta do melhor spritz Campari que havia em Veneza. Os bares já conheciam este grupo eclético, abrindo as portas de par em par para os receber condignamente.

Depois de uma noite longa e intemporal, por entre conversas e confissões, o jovem historiador regressava a casa, não muito distante da Ponte do Rialto, famosa pelas suas lojas turísticas. Os monumentos convidavam a entrar num mundo infinitamente magistral, de contornos prodigiosos, moradas finais de Claudio Monteverdi ou Ticiano, como é o caso da Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari. O rapaz via passar pelas intrincadas ruas estreitas vultos de suma importância mundial. Lado a lado passeavam Francesco Geminiani e Joseph Brodsky,

Historiador

mestres que se apaixonaram pela paisagem daquela antiga poderosa republica da Península Itálica. Nada mudou na arquitetura, gestos e hábitos da civilização veneziana desde o Renascimento. O nevoeiro trazia uma sombra sobre o período histórico em que nos encontrávamos. Esse deslumbrado português desconhecido que habitava em Veneza era eu. A cartografia e beleza da ilha em forma de peixe chega a ser tão perfeita, que nos faz duvidar que seja vera a sua existência. Ao regressar ao nosso país, fico a pensar se era um lugar real, ou um

mero devaneio de poeta. Hoje, após uns meses da minha presença naquele idílio, percebo que preciso de regressar lá, só para ter a certeza que ainda flutua à vista do nosso olhar cinzento, turvado pela fraca luz do quotidiano. Esse é o papel dos meus contos, tornar o mundo um pouco mais veneziano. “Julgo que foi o Hazlitt quem disse que, superior a esta cidade de água (Veneza), só mesmo uma cidade construída no ar. Era uma ideia calviniana, e quem sabe se, na esteira das viagens espaciais, não virá ainda a ser posta em prática. Enquanto isso não

acontece, talvez o melhor testemunho deste século, a par do desembarque na Lua, seja o ter deixado intacta esta cidade, o tê-la deixado em paz.” Joseph Brodsky In Marca de Água Relógio D´Água Editores, 2018

s Tesouros da Música Portuguesa João Pedro Matos

FF, artista completo A edição de 2022 do Festival RTP da Canção já se realizou. Chegaram ao final do certame dez canções, entre as quais se contou uma em particular, intitulada “Como É Bom Esperar Alguém”, interpretada por FF. Essa canção obteve o terceiro lugar, logo atrás da segunda classificada “Amanhã” de Os Quatro e Meia e da canção vencedora “Saudade, Saudade”, interpretada por Maro. “Como É Bom Esperar Alguém” fala do prazer de esperar por alguém querido e, musicalmente, espelha as referências que inspiram o cantor, influências que vão desde a Amália Rodrigues a Dulce Pontes, de Elis Regina a Caetano Veloso, de Carlos do Carmo a Jacques Brel. Porém, só os mais distraídos ficaram a conhecer FF através da sua participação no Festival da Canção, já que o multifacetado artista anda nestas lides há duas

décadas e com alguma notoriedade. Conhecido por FF, o seu nome verdadeiro é Fernando João Duarte do Carmo Abrantes Fernandes e nasceu em Lisboa em 1987. Tinha sete anos de idade quando foi viver para o Alentejo e em Évora estudou violino e teve aulas de canto. A carreira de Fernando Fernandes inicia-se num programa de televisão, onde cantou o fado Gaivota, imortaliza-

do por Amália Rodrigues. Corria o ano de 1999. Três anos volvidos, regressa a Lisboa para ingressar na Escola Profissional de Teatro de Cascais, estabelecimento onde tirou o curso de representação. Mas foi o passo seguinte, em 2005, que trouxe visibilidade a FF e o tornou conhecido do grande público, quando na série de televisão Morangos Com Açúcar desempenha o papel de uma personagem

que também canta. Combina então a arte do canto com a arte da representação e a sua brilhante capacidade interpretativa passa a revestir-se de uma certa teatralidade. Lança o seu primeiro disco, o qual incluía os temas de sucesso “Tudo O Que Eu Quero” e “O Meu Verão Não Acabou”. Chamava-se este seu registo de estreia Eu Aqui. No ano de 2010 edita O Jogo Recomeça, outro álbum com assinalável êxito de vendas e onde podemos encontrar temas como “Voo de Astronauta”, “Há Qualquer Coisa de Mágico em Ti” ou “Ponteiro da Solidão”. Mas é em 2014 que FF atinge a maturidade com Saffra, trabalho que marca a sua carreira visto contar com convidados de luxo, não só para o acompanharem (Dulce Pontes presente no tema “Blues Transmontano”), mas também na própria composição dos temas: assim, Tiago Machado na canção “Viagem de

Mim”; Tiago Torres da Silva no tema “Safra Deste Ano”; ainda “Dança da Solidão” de Paulinho da Viola; “A Minha Luz” por Jorge Fernando ou “Fado da Sina” de Amadeu do Vale”, entre outros. O resultado é um álbum magnífico, o qual, arriscamos dizer, constitui até à data um dos melhores trabalhos discográficos da música portuguesa do século XXI. Não devemos omitir que a carreira de FF não se esgota no domínio da interpretação musical. Também se distingue como ator, quer de teatro, quer de televisão e, neste último contexto, tem deixado a sua marca em diversos programas que, por serem inúmeros, não vamos aqui especificar. No entanto, o seu fascínio por certos artistas de música, leva-o quase sempre a cantar nesses programas composições de outros, como Prince, Kate Bush ou Tina Turner. No

teatro, entrou em grandes produções e em musicais como Peter Pan, em 2017, ou O Fantasma da Ópera, em 2019. FF é dotado de uma voz elástica, que transita facilmente entre tons, timbres e duração de agudos e baixos, o que o torna numa voz única no panorama musical nacional. Por isso, aguardamos por um seu novo trabalho discográfico, já que decorreram oito anos depois de Saffra. E apesar de dar concertos um pouco por todo o país, os portugueses que gostam da sua música querem um novo disco que, têm a certeza, fará jus à dimensão do seu talento.


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abril 2022

Museu e agrupamento levam alunos a conhecer o rio Lena m Percursos ao longo do rio, onde vão identificar as espécies de fauna e flora, bem como o património construído, em particular as antigas estruturas dos frades dominicanos “O Património e a Biodiversidade na Batalha em torno do Rio Lena – Conhecer para proteger” dá nome ao projeto educativo desenvolvido entre a parceria do MCCB/Município da Batalha e o Agrupamento de Escolas da Batalha (AEB). O arranque foi dado no dia 22 de março, numa iniciativa assinalada com a plantação de três oliveiras, símbolo da paz, na sede do agrupamento. Nesta ação simbólica, assinalaram-se os dias mundiais da Árvore

p Plantadas três oliveiras na sede do agrupamento e da Floresta, e da Poesia, tendo os alunos do 5º ano do 2º ciclo do AEB, a quem se destina o projeto, participado com momentos de poesia e música. O projeto decorrerá ao longo do ano letivo, com diversas ações que envolvem a escola, o museu e a comunidade. As atividades são dirigidas aos alunos, com a colaboração do Curso Profissional de Turismo do AEB, tendo por missão o conhecimento e a preservação da biodiversidade e o patrimó-

nio histórico em torno do rio Lena. Assinalam-se, das iniciativas a desenvolver, os percursos ao longo do rio, onde os alunos vão identificar as espécies de fauna e flora ao longo deste, bem como o património construído, em particular as antigas estruturas dos frades dominicanos (moinho, adega, lagar), inseridas na antiga cerca conventual do Mosteiro. Identificarão também os açudes, com vista a reconhecer a importância da água para as popu-

lações. Nas saídas, os alunos levarão consigo um caderno de campo e recolherão amostras identificativas da flora para depois analisar em sala de aula. E é no espaço da escola que continua o projeto, relacionando as disciplinas de ciências da natureza, português e educação visual e tecnológicas. O programa culminará, no final do ano letivo, com uma exposição de trabalhos artísticos inspirados no tema do projeto, a ter lugar no posto de informação e turismo da Batalha e com um percurso pedestre aberto à comunidade. Este projeto de parceria entre a escola e o museu procura, assim, sensibilizar os mais jovens para a valorização do rio Lena e do património local, através de atividades que juntam práticas museológicas e educativas.

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Equipa do AEB vence fase regional do concurso “IoT Isto é Uma Ideia” A equipa IoT Builders, do Curso Prof issional de Informática (TGPSI) 11ºE, do Agrupamento de Escolas da Batalha (AEB), constituída pelos alunos Vasco Duarte, Thiago Santos e Pedro Jesus, venceu a fase regional de leiria do projeto “IoT Isto é Uma Ideia”, organizado pelo Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (Centimfe) no âmbito do Pense Indústria 4.0. O projeto dos alunos, apresentado no dia 30 de março, assenta no desenvolvimento de uma plataforma de centralização de gestão de dispositivos IoT [Internet das Coisas). A equipa participa agora na final nacional, no

dia 26 de Abril. O projeto Pense Indústria i4.0 tem como objetivo principal a atração de jovens para a indústria e atua ao nível da sensibilização, atração e capacitação dos jovens do 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário, para as áreas de saber e profissionais no âmbito de IoT, tecnologias, digitalização, inovação, empreendedorismo, design e criatividade, descarbonização e transição energética, economia circular e sustentabilidade. Além do Centimfe, estão envolvidos outros centros tecnológicos, das áreas da metalomecânica, têxtil e vestuário; cortiça, calçado, cerâmica e vidro, e do couro.

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Batalha Atualidade

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Equipa do agrupamento de escolas vence concurso de ideias inovadoras Foto: GesEntrepreneur – Empreendedorismo Sustentável, Lda

m O júri atribuiu o primeiro prémio “depois de uma apresentação brilhante, cheia de à-vontade, em que os alunos expuseram uma ideia inovadora e viável para o futuro da região”, refere o AEB Uma equipa do Agrupamento de Escolas da Batalha (AEB), constituída pela Francisca Costa, Inês Costa e Rafael Carreira (8º B), foi a vencedora do Concurso Municipal de Ideias – Empreendedorismo nas Escolas 2022 – Arrisca Connosco, no escalão do 3º Ciclo do Ensino Básico, na final realizada no dia 5 de abril em Castanheira de Pera. O júri atribuiu o primeiro prémio à equipa do AEB “depois de uma apresentação brilhante, cheia de à-vontade, em que os alunos expuseram uma ideia inovadora e viável para o futuro da região”, refere uma nota do agrupamento de escolas. “O produto é uma garrafa chamada RIF, com capacidade para aquecer, arrefecer e filtrar os líquidos, com a vantagem ambiental de ser produzida através reciclagem de plásticos usados e de ser mais económica do que outros produtos congéneres existentes no mercado”, adianta o AEB. O projeto foi o escolhido no meio de dez, representantes de todos os concelhos da CIM Região de Leiria, em que se inclui, naturalmente, o Município da Batalha. O AEB envia, na nota, “uma palavra de agradecimento à professora Sandra Ferreira, que orientou estes alunos, e ao professor Carlos Henriques, embaixador para o empreendedorismo do AEB, que tem coordenado os projetos de empreendedorismo”, e destaca “a CIM Região de Leiria e o apoio que vem

p A equipa vencedora em representação do AE Batalha

p Alunas da ETAP Pombal venceram com o projeto “Nomadland” dando às escolas e aos alunos do seu território”. O Município da Batalha também enviou “felicitações ao AE Batalha, à docente Sandra Ferreira e ao professor Carlos Henriques”. Entretanto, no dia 1 de abril decorreu no Auditório Municipal da Batalha a final intermunicipal do projeto de empreendedorismo “Arrisca Connosco!”, com a apresentação dos projetos finalistas dos alunos do Ensino Secundário/Profissional. Apesar de não terem conquistado o júri com o seu projeto, as alunas do 11ºF do AEB, Inês Duarte, Célia Monteiro e Leonor Damásio “estiveram à altura do desafio com uma excelente apresentação do seu projeto de negócio

“Move On””, segundo uma nota do município, em que dá “os parabéns às alunas da ETAP Pombal que, com o projeto “Nomadland”, venceram o concurso” Os apurados do Concelho da Batalha para participar em ambos os escalões do Concurso Municipal de Ideias – Empreendedorismo nas Escolas 2022 – Arrisca Connosco aconteceu no dia 25 de março. Participaram 45 alunos do 3º CEB e do Ensino Secundário que, “com grande afinco, apresentaram excelentes projetos, alguns deles com grande viabilidade”, segundo os organizadores. O Concurso Municipal de Ideias vai na 7ª edição, é uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria que conta com o apoio dos muni-

cípios da região de Leiria e apoiada pelo Centro2020. A participação global

dos alunos nesta edição “ultrapassou todas as expectativas”, com a submis-

são de 264 ideias, entre as quais foram defendidos 134 projetos, que envolveram 362 alunos nos concursos municipais. Nas finais intermunicipais estiveram em competição 19 projetos. A CIMRL destaca “a atitude interessada e proativa dos novos empreendedores finalistas, que demonstraram ter um forte espírito arrojado, uma grande capacidade de iniciativa, criatividade e inovação, bem como uma enorme vontade de adquirir novos conhecimentos e ferramentas”. “Este desafio foi lançado aos alunos e professores do 3º ciclo e do ensino secundário e profissional da Região de Leiria, com o objetivo de sensibilizar e motivar os jovens para as práticas empreendedoras e para o impacto que as suas ideias/projetos podem ter neste território, promovendo o espírito de iniciativa e o dinamismo”, explica a CIM Região de Leiria. O projeto de Empreendedorismo na Região de Leiria “Arrisca Connosco!” resulta de uma candidatura ao Programa Operacional Centro 2020, com um valor de investimento elegível global de 295 mil euros e é cofinanciado pelo Fundo Social Europeu.

Vencedores 3º Ciclo 1º - Projeto RIF - Just Drink, das alunas Ana Francisca Costa, Inês Martim Costa e do aluno Rafael de Oliveira Carreira, do Agrupamento de Escolas da Batalha 2º - Projeto Conquista(MÓS), das alunas Laura Silva, Iara Ferreira e Leonor Alves, do Instituto Educativo do Juncal, em Porto de Mós 3º - Projeto Leiteira do Sec. XXI, dos alunos Tomás Cravo, Diogo Pereira e Francisco Santana, do Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, em Pombal Ensino secundário/profissional 1º - Projeto Nomadland, das alunas Mafalda Lopes, Mariana Almeida e Lara Mendes, da ETAP Pombal 2º - Projeto The Fridge Door, da aluna Sofia Pedro, do Agrupamento de Escolas de Figueiró dos Vinhos 3º - Projeto MapMARKET, dos alunos Ivo Mendes Ribeiro e João Pedro Antunes Ribeiro, da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó - Avelar, Ansião


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Família Monteiro juntou-se para homenagear a “Parteira do povo” m O primeiro encontro após a homenagem prestada a Maria Bento de Jesus, realizada a 25 de julho de 2021, decorreu sob o mote “Vamos ajudar a Ucrânia” A família de Maria Bento de Jesus, conhecida por “Parteira do povo” ou “Maria do sinal”, prestou-lhe uma homenagem no dia 2 de abril, data em completaria 114 anos de idade. Este foi o 2° Encontro da Família Monteiro, o primeiro após a homenagem prestada a Maria Bento de Jesus, realizada a 25 de julho de 2021, e decorreu sob o mote “Vamos ajudar a Ucrânia”. O evento começou com colocação de um arranjo de flores junto à estrutura

de homenagem à “ A parteira do povo”, situada no largo Rancho Lavadeiras do Lena, na Golpilheira, seguido de um minuto de silêncio. Às 13h00 começou o convívio, com almoço partilhado e visualização de filmes alusivos a Maria Bento de Jesus e sua família. Estiveram presentes filhos, sobrinho, netos, bisnetos e trinetos de “Maria do sinal”. “A causa deste ano juntou uma apreciável quantidade de bens essenciais destinados à Ucrânia e aos refugiados, que foram entregues no ponto de recolha mais próximo”, explicou Joaquim Monteiro, adiantando que “este evento passará a ser anual, sempre com uma causa solidária associada”. “No futuro, se a pandemia deixar, será alargado a toda a família e ami-

p Encontro da Família Monteiro passará a ser anual gos com o objetivo de dar conhecimento de todos os seus feitos solidários”, adiantou. “Maria do sinal” nasceu em Casal do Carvalhal (Carvalhal do Picoto) a 2 de abril de 1908, onde viveu a infância, e faleceu

no Casal Mil Homens a 11 de novembro de 1972. Entre outras facetas, destacou-se como parteira. Uma percentagem elevada de crianças da Golpilheira e localidades vizinhas nasceu com a ajuda do seu saber e “mãos delicadas”.

Além do monumento com a imagem da “Parteira do Povo”, a homenagem realizada no ano passado incluiu o lançamento de um livro. O autor, Joaquim Monteiro, contou com a participação de familiares e revela, em forma de

poesia, a história de Maria Bento de Jesus. A homenageada ficou conhecida pela sua generosidade para com os outros, notabilizando-se como parteira e amiga do próximo, praticando a caridade junto da população da Golpilheira.


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s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Não lance à terra todas as sementes de uma só vez O mês de abril traz-nos o aumento das horas de sol, os dias ficam maiores, e parece que temos mais tempo para as atividades, pelo menos as de ar livre. É uma altura propicia para as sementeiras ao ar livre, no entanto podemos correr o risco das geadas. Por cá costumo não semear tudo de uma só vez. Se tem um pacote de sementes, não as lance à terra de uma só vez, assim pode evitar perder as pequenas plântulas e tem a vantagem posterior de ter legumes em crescimento em diferentes fazes. Porque gosto de poder estar sempre a colher e não ter de colher para conservar, faço isso com cenouras, couves fechadas, rabanetes, beterrabas e afins, pois estes legumes são sempre me-

lhores quando acabados de colher. Por isso de duas em duas semanas, ou mensalmente, lanço novas sementes à terra. Tem-me acontecido que algumas sementes que lanço à terra só despontam quando assim o entendem e depois aparecem-me legumes espontâneos que já nem me lembrava que ali estariam… Isto também acontece porque deixo a maior parte das minhas plantas ganharem sementes - por este andar qualquer dia deixo de ter de semear, para apenas coletar. Algumas plantas, como é o caso das pimenteiras e dos pimentos, se tiverem ficado abrigadas das geadas, podem apenas ser podadas que voltam a produzir frutos.

Sabe-se que a grande variedade de alimentos que ingerimos é a melhor garantia de manter uma boa saúde e por vezes nem é preciso cozinhá-las. As nossas saladas levam muitas folhas de legumes e incluem flores. Usamos na saladas folhas de beterraba (as mais jovens e tenras) folhas de rúcula, folhas de coentros, folhas de salsa, canónigos, folhas de alface, flores e folhas de cebolinho, folhas de urtiga, flores de borragem e de calêndulas. Também podíamos usar flores de capuchinha, mas não apreciamos o seu sabor. No final de as temperar, juntamos ainda fruta fresca e frutos secos e se quiser aprimorar junte ainda queijo. Em suma, criámos por cá

um jardim comestível, que para além de ser aprazível aos olhos e ao olfato, também o é para o palato. Experimentem aumentar a variedade das vossas saladas, ficarão surpreendidos com o resultado Por esta altura aparecem em alguns terrenos uma planta de seu nome comum borragem (Borago officinalis), antigamente conhecida pelo nome de planta da coragem. Parece ser uma ótima companheira para os pomares e para os campos de morangueiros, pois é uma boa consociação na horta e pomar. Diz-se que a borragem dá coragem. Devido aos seus componentes, a borragem produz no corpo uma sensação hilariante, levantando a moral e aju-

dando a combater depressões, mas devem ser consumidas com moderação, e como precisamos disso, particularmente na época que vivemos. Um destes dias experienciei os trabalhos de um apicultor. Fiquei encantada, até fico com vontade de ter uma colmeia, mas acho que ainda preciso de aprender mais. No entretanto vou semeando mais flores e assim garanto alimento às abelhas e à casa, pois há muitas flores comestíveis.. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: abóboras, aipo, alfaces, alho francês, batatas, beringelas, beterrabas, broculos, cebolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves- repolho, couve-rábano, espinafres, ervilhas,

malaguetas nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, tomates, rabanetes, rúcula, calêndulas. Jardim, semear: amores perfeitos (só os de flor pequena é que são os naturais e pode comer as suas flores), cravos, crisântemos, dálias, bocas de lobo, capuchinhas (estas são excelentes para circundar a nossa horta), agrião de jardim, calêndulas Arbustos e árvores de fruto para plantar: amoreiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, morangueiros, videiras. Mantenha-se a par das partilhas em: https://www. facebook.com/AMHO.A. Minha.HOrta/ Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.

s Espaço do Museu

Museu da comunidade – os objetos que nos cederam: Fósseis de dinossauro – achados por Rui Pinheiro

p Rui Pinheiro, ao lado da vitrine onde se expõem ossos de dinossauro que descobriu Os achados expostos da primeira vitrine do museu oferecem uma viagem pela evolução dos continentes e

dos oceanos. Através dos fósseis de invertebrados marinhos, de dinossauros e de mamíferos, percorrem-

-se milhões de anos e revela-se que já houve mar no Concelho da Batalha. A geologia e paleontolo-

gia são as áreas científicas rainhas desta área expositiva com dez metros de comprimento, quase tantos quantos os da espécie de dinossauro descoberta na Batalha e que mudaria o rumo da ciência. Stegossauro é o nome que andou nas bocas do mundo após a descoberta dos primeiros achados deste herbívoro no continente europeu. Se o saudoso José Hermano Saraiva ainda estivesse connosco, certamente que ergueria as mãos e diria: “foi precisamente aqui”. E foi mesmo aqui, mais propriamente em Casal Novo, Batalha, que, no meio de uma obra, se revelaram ossos do gigante herbívoro que atravessou dois continentes: o americano e o europeu – quando estes estavam unidos nos tempos do Jurássico. Os passeios de Rui Pinheiro e a descoberta de ossos de um gigante dinossauro

Quem conhece Rui Pinheiro sabe que é um apaixonado pela natureza. Não é por acaso que tem vindo a integrar diversos grupos e associações ligados à defesa ambiental e ao conhecimento da Biodiversidade. Que o testemunhem os seus companheiros do grupo Aves da Batalha. Conhece recantos do concelho como a palma da sua mão, fruto das descobertas realizadas nos seus passeios pedestres. Foi o que aconteceu, em 1999, quando trilhava o Casal Novo, Batalha, numa manhã de domingo. O seu olhar atento revelar-lhe-ia aquilo que lhe pareceu ser um tronco de árvore fossilizado. Mas, observando e manuseando o achado, percebeu que não era um ramo, mas sim um osso. Entusiasmado, ligou ao seu cunhado José Travaços Santos e depois ao geólogo Galopim de Carvalho, do Museu de História Natural

de Lisboa. O achado trouxe à Batalha o paleontólogo Pedro Dantas, que confirmou tratar-se efetivamente de um osso de um grande herbívoro. Os achados não ficaram por ali. Depois da grande tíbia, o nosso amigo de longa data encontraria outros fragmentos, incluindo vértebras e a tíbia que está em exposição no MCCB. Assim se constrói o Museu de Todos e se completa a vasta história da Batalha, sendo Rui um colaborador fundamental, desde o início do projeto. Recordamos que o museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)


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Polícia faz buscas na Batalha para travar rede de assaltantes de casas e de tráfico mento a um mandado Judicial para localização e detenção de uma arguida condenada por um crime

m Os indivíduos têm idades entre os 36 e os 47 anos e três deles, homens, foram apanhados em flagrante delito pelos crimes de posse de arma de fogo e munições proibidas Um conjunto de buscas efetuadas nos concelhos da Batalha e Leiria permitiu à Polícia de Segurança Pública (PSP) consumar uma investigação que resultou na detenção de quatro suspeitos de furtos em residências e na apreensão de armas, dinheiro e droga relacionados com a atividade dos indivíduos. Os indivíduos têm idades entre os 36 e os 47 anos e três deles, homens, foram apanhados em flagrante delito pelos crimes de posse de arma de fogo e munições proibidas, e por tráfico de estupefacientes. A Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Lei-

Material apreendido

p Apreendidos artigos furtados, armas e droga ria apreendeu no 16 de março, “bens furtados de elevado valor de residências na região de Leiria”, entre os quais ”peças em ouro e prata, 3.500 euros em dinheiro, 400 raspadinhas e uma bicicleta de elevado valor comercial”. Foram também apreendidas armas, incluindo de fogo, brancas, elétricas e matracas, “presumivelmente utilizadas na prática de crimes”, segundo referem as autoridades policiais em comunicado.

Aos suspeitos foram ainda apreendidas 305 doses de cocaína, 216 doses de haxixe e 40 gramas de liamba, bem como balanças, utensílios e outros instrumentos relacionados com o tráfico de droga. Esta operação policial foi o culminar de uma investigação que juntou 12 denúncias apresentadas por residentes na região de Leiria, vítimas de furtos nas suas residências e despojados de múltiplos

Autarquia e Santa Casa subscrevem protocolo contra a violência doméstica O Protocolo de Cooperação da Rede Integrada de Intervenção na Violência Doméstica (RIIVD) do Distrito de Leiria foi assinado no dia 7 de abril entre a Associação Mulher Século XXI, os 16 municípios do distrito, a secretaria de Estado da Igualdade e Migrações, GNR, PSP, Polícia Judiciária, Segurança Social, Pro-

de tráfico de droga, para cumprimento de pena efetiva de dois anos e seis meses de prisão.

curadoria da Comarca de Leiria, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Leiria, Associação de Pais e Educadores para a Infância, Cruz Vermelha e Santa Casa da Misericórdia da Batalha. A cerimónia realizou-se no Museu de Leiria e contou com as presenças da secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Sara Abrantes

p Os subscritores do protocolo no Museu de Leiria

Guerreiro, da presidente da Associação Mulher Século XXI, Susana Ramos Pereira, dos representantes das instituições que subscreveram o protocolo. O RIIVD foi criado com o intuito de facilitar a articulação entre as entidades parceiras e diminuir a revitimização sofrida pelas pessoas.

bens de valor elevado. Para o efeito, a PSP levou a cabo nove buscas, duas domiciliárias e sete não domiciliárias, nas quais se inclui uma oficina automóvel, nos concelhos de Leiria e Batalha. No âmbito desta ação, foi ainda possível dar cumpri-

*artigos em ouro, prata e outras ligas metálicas *Armas de fogo completas, partes de armas de fogo, réplicas e reproduções *Cartuchos e munições de calibres variados, incluindo 9mm *Duas armas elétricas (taser) *Um gás pimenta *Armas brancas de diversos formatos e tamanhos, incluindo espadas, punhais, facas “borboleta” e matracas *Aproximadamente 305 doses de cocaína, 216 doses de haxixe, e de 40 gramas de liamba *3.500 euros em dinheiro *400 raspadinhas *Balanças, utensílios e outros instrumentos relacionados com o tráfico de droga *Telemóveis e cartões SIM *Uma bicicleta com valor comercial de 3 mil euros



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Jovens do 9º Catecismo e Say Yes conhecem santos pelo coração m A questão lançada - O que enche o nosso coração? - foi ponto de partida para conhecer o testemunho de São Francisco de Assis, São João Paulo II ou dos Pastorinhos de Fátima Apesar da chuva que abençoou abundantemente a tarde de sábado, 12 de março, foi mais de uma centena os jovens dos grupos do 9º Catecismo e Say Yes da vigararia da Batalha que aceitaram o convite para se deixar questionar sobre o que vale a pena encher o coração. A atividade, organizada pela equipa vicarial da Catequese da Batalha, com o Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Leiria-Fátima (SAV), decorreu

p Encontro no Centro Paroquial da Batalha com 12 grupos de jovens no Centro Paroquial da Batalha. Foram 12 grupos de jovens, de 12 centros da catequese, acompanhados pelos seus catequistas, ajudados por um grupo de catequistas e da equipa do SAV. A atividade teve início pelas 16h00, com uma apre-

sentação e uma representação por um dos grupos da Batalha. A questão que era lançada - O que enche o nosso coração? - foi ponto de partida para conhecer um pouco mais o testemunho de São Francisco de Assis, Santa Teresa do Me-

Lobitos de Ourém “constroem” Mosteiro da Batalha

p Recolha de materiais para a obra A Alcateia do agrupamento 977- Ourém viveu no primeiro fim de semana de março o imaginário de “lobitos construtores” na vila da Batalha, onde foram ‘chamados’ pelo arquiteto Mateus Fernandes a ajudar na construção do mosteiro que se encontra

há mais de 100 anos por terminar. Os lobitos e patas-tenras, escuteiros com idades compreendidas entre os 7 e 10 anos, apresentaram-se da melhor vontade para esta missão e nada melhor que acabar a atividade contribuindo

para o plantio de novas árvores na Quinta do Escuteiro-Centro Escutista da região de Leiria-Fátima. Para tal, contaram com a ajuda valiosa dos irmãos mais velhos, de lenço rubro, os caminheiros do Clã Aristides de Sousa Mendes.

nino Jesus, São João Paulo II, Santa Teresa de Calcutá, São João Maria Vianey e dos Pastorinhos de Fátima. Em cada posto uma atividade e uma questão: o que encheu o seu coração e que vale a pena encher também o nosso?

Após as atividades, houve um breve plenário e a celebração da Eucaristia, às 19h30, na igreja do Mosteiro da Batalha, com a qual terminou a atividade que, no testemunho de quem esteve, valeu bem a pena! José Henrique, P.

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Ana Monteiro preside à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Batalha A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Batalha, elegeu no dia 22 de ma rç o p o r u n a n i m id a d e , em sessão de modalidade alargada, a sua nova presidente, Ana Monteiro, assistente social e representante do Instituto da Segurança Social (ISS) na comissão. Ca rla Verdasca , psicóloga e representante das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) concelhias mantém-se como secretá ria da CPCJ da Batalha. Nesta mesma sessão, foi ainda aprovado, por unanimidade, o “Plano Local de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens da Batalha”, documento considerado “estruturante da intervenção preventiva desta comissão para os anos de 2022 a 2025”.


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Batalha Opinião

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s À Mesa Ana Caseiro Cozinheira

Gulodices! Chocolate! Quem nunca, ao final do dia, ao relaxar no sofá lhe apeteceu um (ou três ou quatro) quadrados de chocolate e refletir sobre o dia? O chocolate, enquanto produto que hoje consumimos, passou por uma evolução extensa. Com as descobertas, os espanhóis trouxeram o cacau, e o chocolate, para a Europa onde se populariza a partir do século XVII. Era considerado um produto novo, e rapidamente se popularizou. Era um produto ausente em Portugal. De tal forma que a famosa doçaria conventual portuguesa não regista qualquer receita que inclua chocolate, contrariamente ao que acontece em Espanha onde encontramos vários conventos e mosteiros com especialidades chocolatadas. Rapidamente o chocolate entrou na moda nas cortes europeias. De bebida passa a uma grande variedade de produtos como as tabletes e bombons. Também os produtos que se juntam ao chocolate variam muito, desde elementos doces a outros amargos, como a pimenta ou gengibre. A panóplia de produtos oferecidos daria uma lista interminável. Te m o s o c h o c ol ate “amargo”, que resulta de

200 gramas de chocolate branco 200 gramas de coco ralado 50 gramas de manteiga Óleo para untar tabuleiro Formas de papel

grande concentração de cacau, sem leite e sem açúcar. Temos ainda o chocolate “de leite”, possivelmente o de maior consumo, com adição de açúcar e de leite. O chocolate “em pó” é outra variedade - é genericamente chocolate desengordurado, quase sempre sem açúcar e o indicado para confecionar bebidas. Temos ainda o chocolate “branco” que é constituído por manteiga de cacau, adocicado, com leite e baunilha. Existe ainda um chocolate “de cobertura” com alguma manteiga de cacau

e usado especialmente por profissionais para fazer coberturas ou acabamentos a chocolate. Hoje os grandes produtores das américas são o México, Bolívia, Brasil, Costa Rica, El Salvador e Granada. A África Ocidental é outra grande área produtora, designadamente Costa do Marfim, Gana, Madagáscar, Nigéria, São Tomé e Príncipe e Tanzânia. Na Ásia encontramos produção relevante nas Filipinas, Índia, Malásia e Vietname. A ciência recente também atribui ao chocolate

amargo algumas funções terapêuticas, benéficas como estimulante cerebral e do sistema circulatório, para além de ser considerado um alimento energético. Evidentemente que os excessos podem desenvolver obesidade. In “Virgilionogueiragomes.com” Podemos encontrar variadíssimas receitas utilizando o cacau e o chocolate, como bolos, bombons, mousses, gelados, biscoitos, tortas, tartes e espumas. Nem consigo escolher uma receita usando esta maravilha! Mousse de

chocolate com azeite e flor de sal, chiffon de chocolate e laranja, torta de chocolate de leite com framboesas, ou biscoitos de passa uvas e chocolate! Bombons com amêndoas e cacau! Sendo o produto de qualidade qualquer receita bem aplicada de certeza que sai bem. Depois de muitas sugestões, escolhi uma receita deliciosa “Brigadeiros de chocolate branco e coco”. Esta receita da para 55 unidades. Ingredientes: 1 lata de leite condensado

Preparação: Primeiro num sauté (frigideira) torre o coco ralado até ganhar uma cor dourada e reserve. De seguida num tacho ao lume misture o leite condensado e o chocolate partido em pedaços até derreter. Depois adicione a manteiga e 150 gramas de coco torrado sempre a mexer o aparelho até o preparado descolar do fundo. Verta o preparado para um tabuleiro untado com óleo (com um pincel ou papel espalhe o mínimo possível de óleo). Deixe arrefecer a temperatura ambiente para conseguir moldar em pequenas bolas, passe pelo restante coco ralado e coloque em formas de papel. E está pronto a partilhar e devorar!

no dia-a-dia em prol das ‘flores’ do seu Jardim, era igualmente um gosto vê-la por diversas vezes passar e passear com os seus netos, de sorriso largo, qual poço de energia. E porque não as conversas triviais e de ocasião quando nos cruzávamos, até o contentor do lixo ‘nos unia’. Era uma vizinha das como não se usam, empresária, mãe extremada, avó e cuidadora, ainda jovem resolveu pregar-nos uma par-

tida, melhor, pregaram-lhe uma partida, daquelas que deviam ser proibidas, mas a vida tem estas coisas. Neste Natal, em que a pandemia mais uma vez nos apagou as luzes da vida, partiste, mas serás sempre lembrada pelos vizinhos, aliás por todos, o teu jardim nunca será o mesmo, mas o teu Jardim irá perpetuar a tua dedicação nesta passagem demasiado efémera em que se tornaram as nossas vidas.

Até um dia destes Isabel. N.R.: Texto escrito em finais de dezembro de 2021

s A Opinião de Carlos Valverde

A vizinha da frente Em dezembro de 1975 no meu regresso a Portugal, foi das primeiras pessoas da vizinhança com quem privei, ainda jovens. Passados alguns anos voltei à casa de partida e voltámos a cruzar-nos nas mesmas moradas. Na mesma rua, agora canto. Foram 20 anos de uma proximidade diária, frente-a-frente. Neste meio tempo, fomos cruzando pela vivência quotidiana na vila da Batalha, ora em participa-

ções cívicas ora em grupos de amigos, como no teatro, tendo ela também participado nos Jogos Sem Fronteiras pela equipa representante da Batalha. Como jovem empreendedora, fundou o seu Jardim, com décadas de funcionamento, sobejamente reconhecido pelos pais a quem confiavam as suas crias, premiado por instituições públicas, foi durante largos anos berço de gerações, hoje adultos, cujos filhos

trilham os mesmos caminhos dos pais. Era uma pessoa fantástica, reconhecida no meio, pela sua capacidade e dedicação ao trabalho, e era uma vizinha que todos gostariam de ter. No seu jardim, agora de casa, era usual vermos a extensão do outro Jardim, onde invariavelmente a alegria era contagiante, dona de uma cortesia e de um saber receber, era um gosto tê-la como vizinha. Da mesma forma como corria


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Municípios da região unidos no objetivo de controlar o processo de descentralização m A Comissão Intermunicipal para a Descentralização, criada pela CIM Região de Leiria, já está em funções e “irá assegurar a coordenação de ações de partilha de experiências e recursos” A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria decidiu, no dia 12 de abril, criar uma comissão para monitorizar o processo de descentralização nos dez municípios que a integram, com “o objetivo de assegurar que este processo é realizado com eficácia e efetivos benefícios para as comunidades locais nas áreas estratégicas da educação, saúde e ação social”. Nas áreas da saúde e da

ação social, “a maioria dos municípios ainda não concretizou a efetivação das competências, porquanto substituem questões para esclarecer, sobremaneira ao nível das transferências financeiras e, particularmente, na área da saúde subsistem divergências significativas entre os mapas de equipamentos realizados pela Administração Regional de Saúde do Centro e a situação concreta das condições dos diversos equipamentos distribuídos pela região”, explica em comunicado a CIM Região de Leiria. “Nestas duas áreas de intervenção e de grande sensibilidade para os cidadãos, os autarcas defendem como essencial a realização de uma inventariação correta do património e encargos a transferir, condição necessária para fixar o finan-

ciamento necessário para manter e até reforçar os níveis destes serviços essenciais à população, seja no domínio da saúde ou a execução de novas atribuições na área social”, adianta. A Comissão Intermunicipal para a Descentralização, criada pela CIM Região de Leiria, já está em funções e “irá assegurar a coordenação de ações de partilha de experiências e recursos entre os municípios, potenciando sinergias ao nível dos processos e também economias de escala nas aquisições de bens e serviços para as novas áreas de competências, em domínios como a aquisição de energia, comunicações, refeições e transportes escolares, materiais administrativos e soluções informáticas partilhadas, entre outros”

p Esta reunião da CIM decorreu em Ansião Para os municípios da CIM Região de Leiria, “o desafio da descentralização será bem-sucedido se resultar em efetivas melhorias dos serviços e maior eficácia na gestão de re-

cursos públicos, para tanto existe uma forte disposição de exigência de rigor e equidade perante as entidades da administração regional e junto do novo Governo, para afirmar que

no processo de descentralização não pode ser um pretexto para subfinanciar as autarquias ou fazer poupanças em áreas fundamentais para as comunidades”.

Formação para ensinar autarcas a enfrentar novos desafios

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

p Formação continua de maio a outubro A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIM Região de Leiria), em parceria com a Leiria Business School e a Startup Leiria, está a promover uma ação de formação integrada na 1ª Sessão da Academia Autárquica “Academia Autárquica Smart Tomorrow”, com os temas da contratação pública e as cidades inteligentes. A primeira sessão, a 29 de março, decorreu apenas para eleitos das câmaras municipais e membros da assembleia intermunicipal, e foi orientada para uma formação mais específica

para o exercício de funções autárquicas. As próximas sessões, a decorrerem entre os meses de maio e outubro, serão alargadas aos autarcas das freguesias dos dez municípios da CIM Região de Leiria. A participação é gratuita estando sujeita a inscrição obrigatória e ao limite de 30 vagas disponíveis por sessão. Esta iniciativa tem por objetivo promover a aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento de competências e capacidades dos autarcas e quadros superiores das câmaras muni-

cipais, o desenvolvimento da criatividade e das suas múltiplas aplicações nos diversos domínios da atividade autárquica. No futuro próximo serão inseridos novos temas como as “Competências Digitais”, “Liderança e gestão de pessoas na era digital”, “Gestão de Projetos de fundos europeus” ou ainda a “Economia Circular e Sustentabilidade”. Os interessados em participar na formação devem registar-se na Academia Autárquica. Inscrições pelo e-mail para cimrl@ cimrl.pt.

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt


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s Fiscalidade

Regulamento do sistema de incentivos “Empresas 4.0” Foi criado o sistema de incentivos “Empresas 4.0”, que tem como objetivo promover e apoiar financeiramente projetos que visem a modernização do modelo de negócio das empresas bem como os seus processos de produção, incluindo a desmaterialização dos fluxos de trabalho, a mitigação dos défices de competências na utilização das tecnologias digitais, a incorporação de ferramentas e metodologias de teletrabalho, a criação de novos canais digitais de comercialização de produtos e serviços, a adoção de uma cultura de experimentação e inovação, o reforço do ecossistema de empreendedorismo nacional e a incorporação de tecnologias disruptivas nas propostas de valor das empresas. Os critérios de elegibilidade dos beneficiários são os seguintes: a) Estar le-

galmente constituído; b) Ter a situação tributária e contributiva regularizada, c) Poder legalmente desenvolver as atividades no território abrangido pela tipologia das operações e dos investimentos a que se candidata, incluindo o cumprimento da legislação ambiental; d) Possuir, ou assegurar até à aprovação da candidatura, os meios técnicos, físicos e financeiros e os recursos humanos; e) Demonstrar ter capacidade de financiamento do projeto; f) Ter a situação regularizada, no âmbito de financiamentos dos Fundos Europeus; g) Dispor de contabilidade organizada nos termos da legislação aplicável; h) Possuir um estabelecimento legalmente constituído; i) Não se enquadrar no conceito de empresa em dificuldade; j - Cumprir as regras aplicáveis aos auxílios de Es-

tado; L Não deter nem ter detido capital numa percentagem superior a 50 %, por si ou pelo seu cônjuge, não separado de pessoas e bens, ou pelos seus ascendentes e descendentes até ao 1.º grau, bem como por aquele que consigo viva em condições análogas às dos cônjuges, em empresa que não tenha cumprido notificação para devolução de apoios no âmbito de uma operação apoiada por fundos europeus; m) Não ter apresentado os mesmos investimentos em outras candidaturas; exceto nas situações em que tenha sido apresentada desistência. Os critérios de elegibilidade dos projetos são os seguintes: a) Enquadrar -se nos objetivos e prioridades definidos nos respetivos avisos de abertura de concurso (AAC); b) Ter data de início dos trabalhos

após a data do pedido de auxílio ou da candidatura, c) Demonstrar viabilidade económico -financeira; d) Cumprir o princípio do «Não prejudicar significativamente» ou «Do no significant harm» (DNSH), não incluindo atividades que causem danos significativos a qualquer objetivo ambiental; e) Integrar toda a informação exigida no âmbito da instrução do processo de candidatura; f) Obter uma avaliação final favorável dos critérios de seleção; g) Estar em conformidade com as disposições legais, nacionais e europeias, e regulamentares que lhes forem aplicáveis; h) Apresentar uma matriz de risco, com avaliação detalhada dos riscos de segurança e cibersegurança, bem como as respetivas medidas de mitigação. As despesas elegíveis e

o respetivo enquadramento de auxílios por medida de investimento constam do anexo ao presente Regulamento. Os custos elegíveis assentam numa base de custos reais, tendo de ser justificados através de faturas pagas ou outros documentos contabilísticos de valor probatório equivalente, exceto quando prevista em AAC a utilização de modalidades de custos simplificados. Os AAC podem definir procedimentos específicos de verificação ajustados a modalidades simplificadas de execução das operações, nomeadamente no âmbito de projetos onde a realização esteja suportada na escolha de serviços em catálogos de oferta de fornecedores selecionados previamente através de processo concorrencial, nas quais o reembolso da despesa executada pelo beneficiá-

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

rio é efetuado diretamente ao prestador de serviços nos termos a definir em AAC As candidaturas são apresentadas no âmbito de AAC aplicáveis a cada uma das medidas de investimento, sendo submetidas através de formulário eletrónico, disponível no Balcão 2020.

s Noticias dos Combatentes NCB

O urso de papel Na propaganda pró-Putin que invadiu os OCS, as mentes mais confusas que, pelos vistos, perderam o dom do intelecto, argumentam que, no final, a culpa é nossa, porque fomos provocar o urso adormecido: a NATO expandiu-se demasiado. No entanto, também se argumenta que temos a culpa de esquecer que a Rússia sempre foi um império e que continuará a sê-lo para todo o sempre, enquanto a continuamos a tratar como um país normal. Disparates? Vale a pena fazer algumas reflexões políticas e históricas. Mas primeiro interpretar o que muito se disse até agora. Digamos que Putin se incomodou com a adesão de países do antigo bloco soviético à NATO. Isso justifica a invasão de um país pelas armas, a destruição de cidades e a morte de civis? É uma questão de proporções, mesmo para aqueles

que defendem as teses da barbárie. Outra questão sobre o caso da Rússia, como grande potência imperial, levanta, de certo modo, a declinação oitocentista da ideia de império, ou seja, a de acumular terras e homens, implacavelmente, sob uma única autoridade - ideia completamente asinina de império, ordinária e ultrapassada, num mundo onde a terra de quem a trabalha já não é a fonte de riqueza mas, sim, as mentes criativas. Quer ser um império? Torne-se numa grande potência da economia, do conhecimento, da pesquisa científica, da arte, mas não o faça roubando os seus vizinhos, subtraindo-lhes os seus pertences, tirando-lhes as suas vidas! Mas tentemos abordar o problema de outro ponto de vista. A ex-URSS implodiu porque não conseguiu manter-se de pé, pela ferocidade da repressão a toda

liberdade; pela total irracionalidade na gestão de seu sistema económico e pelas suas ambições expansionistas. Ninguém atacou a União Soviética, ninguém bombardeou as suas cidades ou atentou contra a vida dos seus líderes políticos: conseguiram fazer tudo sozinhos; cometeram “suicídio” porque se comprometeram com um modelo que não funcionou. Se alguém humilhou a Rússia foram os seus líderes políticos. Após o colapso da URSS, várias nações tornaram-se independentes e, recuperaram a sua total autonomia. Sem filosofar excessivamente, vale a pena colocarmo-nos no lugar desses países. Depois do sofrimento de privações materiais, privação de toda a liberdade durante décadas, sentimentos nacionais e religiosos reprimidos; esses novos países, entre escolher ficar com Moscovo ou olhar para aquele Ocidente que brilha

com abundância económica, liberdade, criatividade e exuberância - a resposta é, de facto, óbvia, para os que conseguiram concretizar a entrada na União Europeia. Muitos desses países experimentaram o jugo da tirania Moscovita; os carros de combate pelas suas ruas, algo que continua ainda muito fresco na memória das gentes: Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia, para não mencionar as Repúblicas Bálticas. Claro, na primeira oportunidade, concretizaram o óbvio: colocar-se sob a proteção da NATO, uma forma de seguro para a continuação da liberdade, caso alguém na Rússia começasse a ter novamente alucinações imperiais. Note-se: não foi a NATO que os incorporou, mas foram eles que pediram para a integrar, para se sentirem mais protegidos. A escolha de não ficar com Moscovo, mas, sim, de

aderir à NATO e/ou à UE, foi uma escolha livre dos países europeus da antiga URSS, que optaram por um modelo mais atrativo e seguro do que o de Moscovo. Mais uma vez, a Rússia fez tudo sozinha contando, de novo, com um modelo fracassado em termos económicos: a dependência total do país da extração e venda de matérias-primas e produtos energéticos e, em termos políticos, um novo despotismo oriental, mesmo pior do que o dos soviéticos, já que agora tudo depende das visões fantásticas de um único homem no comando. Trata-se de uma comparação de modelos. Por um lado o modelo ocidental de democracias liberais, por outro o modelo autocrático oriental da Rússia e da China. A questão é que o primeiro é atraente; o outro é repulsivo e, por isso, em Moscovo têm que recorrer à ameaça, ou seja, intrigar e

guerrear para impedir que outros países se afastem, como demonstra o caso da Ucrânia, e a loucura de Putin, pois isso é pensar que podemos manter a amizade dos amigos obrigando-os pela força. Ora, os sistemas em que a força deve ser utilizada para impedir a fuga têm um único nome: são sistemas prisionais. Isso significa que o projeto político de Putin nada mais é do que a construção de um imenso campo de concentração no qual os países da ex-URSS e os próprios cidadãos russos possam ser presos à força, à imagem de outros já existentes derivados da mesma ideologia: não um arquipélago mas um continente gulag. No final, esperemos que os oligarcas queiram poder gastar o seu dinheiro num planeta de pé e sem radiação, e que o povo russo também ame as suas crianças, como canta Sting.


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Comunidade intermunicipal quer alta velocidade, aeroporto e conclusão de obras rodoviárias m As comunidades intermunicipais da Região de Coimbra e da Região de Leiria reuniram-se pela segunda vez para debater temas de interesse comum As comunidades intermunicipais da Região de Coimbra (CIM RC) e da Região de Leiria (CIMRL) reuniram-se, no dia 21 de março, em Condeixa-a-Nova, para debaterem temas da atualidade com destaque para a futura linha de alta velocidade, a situação da guerra na Ucrânia e as prioridades regionais ao nível das acessibilidades, transportes e mobilidade. As políticas de coesão, descentralização de competências e ainda “a necessidade de clarificação do futuro

aeroporto da região Centro” foram também temas em debate pelos 29 municípios que integram as duas CIM de Coimbra (19) e CIM de Leiria (10, incluindo o Município da Batalha). A nova linha de alta velocidade incluída, no Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030), foi um dos destaques da reunião e motivo de posição conjunta das CIM, que “defendem como investimento prioritário para o desenvolvimento do país e dos seus territórios” e sublinham que é “absolutamente indispensável que as cidades de Coimbra e Leiria estejam integradas na primeira fase da rede de Alta Velocidade, devidamente interligadas com os restantes serviços ferroviários e rodoviários no sentido de promover a intermodalidade”.

Ao nível das acessibilidades, a CIM Região de Coimbra e a CIM Região de Leiria defendem, “a conclusão dos investimentos previstos no Plano Rodoviário Nacional, com especial ênfase na conclusão das intervenções nas principais ligações rodoviárias dos seus territórios, como sejam, entre outros, o IP3, o IC6 e o IC8”. A CIM Região de Coimbra e a CIM Região de Leiria defendem também como “prioritário e estratégico para as duas regiões e para o país o fortalecimento e o reforço do investimento no porto da Figueira da Foz”. Sobre a guerra na Ucrânia, “assinalam, com grande preocupação e tristeza, a trágica situação de conflito que se vive, bem assim assumem a disponibilidade conjunta em colaborar no esforço nacional de solida-

Câmara alarga atendimento do BUPI às freguesias

p O BUPI reúne informação sobre as propriedades A Câmara da Batalha anunciou no dia 8 de abril o alargamento do serviço do Balcão Único do Prédio às freguesias, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Mantém-se o serviço no Município da Batalha. O Balcão Único do Prédio reúne informação sobre as propriedades e os seus proprietários, permitindo

efetuar a georreferenciação e o registo dos terrenos. É um serviço gratuito e “esta informação cadastral protege e valoriza as propriedades através de um melhor planeamento e gestão sustentável do território”. “Os proprietários, ao registarem os seus terrenos garantem a sua titularida-

de, beneficiando também da isenção de custos”, refere o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro. Atendimento: junta de Freguesia da Batalha – 2ªs e 6ªs feiras; junta de Freguesia da Golpilheira – 3ªs feiras; junta de Freguesia do Reguengo do Fetal – 4ªs feiras e junta de Freguesia de São Mamede – 5ªs feiras.

p Os autarcas representam 29 municípios do centro riedade de bens, serviços e meios de apoio, em especial no acolhimento e integração dos cidadãos ucranianos que venham para Portugal”. Na segunda cimeira entre as duas organizações, esteve também em cima da mesa o Plano de Recuperação e Resiliência e o financiamento da descentraliza-

ção de competências do Estado para os municípios. O futuro aeroporto na região Centro foi igualmente tema em debate. Neste particular, a CIM de Coimbra e a CIM de Leiria acordaram a criação de um grupo de trabalho para sustentar um aeroporto internacional na região Cen-

tro, “a única região-plano do país sem uma infraestrutura aeroportuária, procurando envolver neste trabalho as demais comunidades intermunicipais da região Centro, com vista a encontrar uma posição uniforme e estabilizada, quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista político”.


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Saúde A literacia em saúde salva vidas O Dia Mundial da Saúde, a 7 de abril, foi escolhido em 1948, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por, nessa data, se ter realizado a primeira assembleia desta organização. As celebrações iniciaram-se em 1950 e todos os anos é escolhido um mote, desenvolvendo atividades que levem à promoção da saúde das populações. O lema de 2022 é “our planet, our health”, com uma tradução livre para “o nosso planeta, a nossa saúde”, relacionando diretamente as questões ambientais à nossa saúde e bem-estar. A emergência climática tem sido lembrada, repetidamente, pelo Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, como

fez recentemente, no final de 2021, na Conferência do Clima sobre Alterações Climáticas – COP26. Para além das óbvias implicações que o clima tem na nossa saúde, nos últimos anos têm-se levantado diversas questões sobre o total impacto que as alterações ambientais têm sobre a saúde humana. Para o sucesso deste mote, e para dar resposta aos desafios que vão surgido, é imprescindível continuar a desenvolver um outro vetor fundamental, a literacia em saúde. Para além da informação, compreende competências cognitivas e sociais e a capacidade dos indivíduos para ganharem acesso a compreenderem e a usarem informação de formas que promovam

e mantenham boa saúde (OMS, 1998). Segundo dados da Direção Geral da Saúde, publicados no seu sítio eletrónico em novembro de 2021, Portugal está entre os países com melhor

nível de literacia em saúde, onde 65% da população terá um nível suficiente. No entanto, parece-nos, ainda assim, necessário manter um trabalho contínuo dos médicos na promoção da li-

mediar essa passagem de informação, evitando mitos, desinformação e aproveitamento de crenças para obtenção de proveitos económicos. A aposta da medicina moderna, tornando as pessoas mais instruídas, levará a pessoas mais exigentes e mais capacitadas para tomar as melhores decisões em relação a si, aos seus hábitos e ao ambiente, para além da participação ativa na tomada de decisões em questões concretas da saúde e doença (rastreios, exames auxiliares e opções terapêuticas, curativas e paliativas). Quase com a mesma idade da OMS, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), fundada em 1951, tem vindo a fazer uma

teracia, face à proliferação de acesso a plataformas de divulgação de informação e ao surgimento de tudólogos, tornando-se imperioso que sejam os profissionais mais habilitados a

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


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Pratiquemos atividade física!

abertura à sociedade civil. Os internistas já deixaram há muito o paradigma da obtenção da cura, para o entendimento da pessoa de forma holística, sabendo que deverão integrar todas as suas dimensões no processo de trabalho e nos objetivos a alcançar. Disso exemplo é um texto recentemente publicado por Luís Campos na revista científica da SPMI, o “Compromisso dos Internistas Portugueses” (Campos, L. RPMI 2022), em 35 pontos. Neste dia, que hoje comemoramos, realçaria os pontos 4, 5 e 7, onde se foca a prevenção da doença, a defesa do ambiente e a luta contra as alterações climáticas, como cruciais para evitar a deterioração da saúde e mortes, e a literacia em saúde. A SPMI começou a organizar a Festa da Saúde, com a primeira edição em 2017 em Lisboa, em 2018 no Porto e em 2019 em Viseu, estando a edição seguinte prevista para Aveiro, nos dias 2 e 3 de julho deste ano, depois de dois adiamentos por conta da Pandemia. É um formato em que existe uma interação com a população, dando a conhecer os vários programas de promoção da saúde, esclarecendo dúvidas e fazendo alguns rastreios, ao mesmo tempo que são promovidas atividades desportivas e culturais, ou a confeção de refeições saudáveis enquanto se conversa sobre temas que foquem a promoção de melhor ambiente e melhor saúde. É esta conjugação de melhoria da literacia da população com melhores atitudes perante si e a envolvente, que se espera que conduzam à celebração de um planeta melhor, pessoas mais saudáveis e mais felizes, que certamente cuidarão de si e da sua casa, o nosso planeta. Mafalda Santos, secretária-Adjunta da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

Diogo Cruz Médico Internista

Múltiplas têm sido as meta-analises a estudar os efeitos benéficos para a saúde, da prática de atividade física e, de uma forma geral, podemos dizer que a mesma está associada a uma redução do 20-30% do risco de desenvolver um enfarte agudo do miocárdio. Mas, os benefícios do Exercício físico, não são apenas na prevenção do risco cardiovascular, a título de exemplo de outros benefícios, Dinas et al conclui que os benefícios deste

na depressão, são comparáveis aos tratamentos farmacológicos. Atualmente, as sociedades internacionais recomendam, para todos os adultos, a prática de atividade física de intensidade moderada entre 150 a 300 minutos/semana ou de 75 a 150 minutos/semana se de intensidade elevada. Para aqueles que não o conseguem, por condicionantes do seu estado de saúde, recomenda, dentro das suas possibilidades, manterem-se ativos - podemos dizer que alguma atividade é melhor que nenhuma. O Eurobarómetro de 2018 da Comissão Europeia, coloca Portugal como um dos piores países, no que concerne à prática de atividade física. 68% dos portugueses responderam que nunca se exercitavam, situação de difícil compreensão, considerando as excelentes condi-

ções climatéricas do nosso país, bem como a sua beleza natural que, por si só, deveria incentivar à prática de atividade física ao ar livre. Talvez não seja por isso de estranhar, que a principal causa de mortalidade e de elevada morbilidade no nosso País, continuem a ser as doenças cérebro e cardiovasculares. Somos um dos países da OCDE com melhor esperança média de vida à nascença, mas também somos um dos piores em anos de vida saudável. Vivemos muito, mas não vivemos com a qualidade de vida que todos desejamos. É importante que Portugal passe a adotar políticas de saúde, mais focadas na promoção da saúde e na prevenção da doença. Assim, todos os contactos médico/doente, independentemente do motivo, para o qual ocorrem, deve

servir também para: promover a literacia para a saúde em todas as suas vertentes; avaliar e discutir com o utente o seu risco cardiovascular; e promover/incentivar às alterações dos estilos de vida, tendo a capacidade de ajustar o nível de atividade física, às particularidades/limitações de saúde de cada pessoa, bem como à sua condição física. Portugal, através da DGS, tem três programas prioritários de saúde, que visam a promoção e adoção de estilos de vida mais saudáveis, o programa nacional para a promoção da atividade física, o programa nacional para a promoção da alimentação saudável e o programa nacional para a prevenção e controlo do tabagismo. É necessário uma maior visibilidade e investimento nestes programas. Está na hora de mudarmos a nossa abordagem e passar-

mos a incorporar uma vida mais ativa e mais saudável, no nosso dia a dia. Pequenos gestos podem promover um envelhecimento mais ativo, mais saudável e, principalmente, livre de doença. Devemos aproveitar os nossos “tempos livres” para cuidarmos de nós próprios e dos nossos. Em conclusão, não devemos menosprezar os muitos benefícios de praticar exercício físico, que são comparáveis ou até melhores que algumas terapêuticas farmacológicas. Adotemos estilos de vida saudáveis para termos mais anos de vida com qualidade e livres de doença. Fale com o seu medico, para avaliar o seu risco cardiovascular e começar um programa de atividade física adaptado às suas condições e necessidades. Pratiquemos atividade física!

Dia Europeu dos Direitos dos Doentes

Olga Gonçalves Coordenadora Médica da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Centro Hospitalar Gaia/Espinho

A alteração de um bom estado geral de saúde, conduza ou não a uma situação de doença crónica, origina quase sempre uma experimentação da fragilidade e da dependência. Ignorar esta realidade é menosprezar receios, padecimento e até desesperança. Para que os futuros clínicos não descurassem estes aspetos, foi defendido por algumas escolas médicas que os alunos durante algum tempo fossem admitidos em internamento, a fim de entenderem vivencialmente o que sentiam e experienciavam os pacientes (salvaguardada a

devida distância da realidade…). Admitindo que tal não seja indispensável para que o médico se saiba “colocar no lugar do outro”, a necessidade de atendimento de um sempre maior número de doentes é, no entanto em muitos ambientes, francamente favorecedora do atropelo dos direitos do cidadão doente. Dar a conhecer esses direitos é proporcionar condições para que a interação entre paciente e profissional de saúde se revista de qualidade e eficiência, seja cordial e benévola, profícua e estável. Só a promoção da literacia em saúde viabilizará a real participação do doente em todo o processo de prevenção, abordagem e tratamento da doença, O ónus da decisão, sobre o conhecimento do diagnóstico, o melhor plano terapêutico e quem o realizará, pertence ao doente que, para tal, deve estar adequadamente informado. Não raramente, se ouve, ainda, dizer: “o(a) sr(a) dr(a) é que sabe!”

O indiscutível acesso universal a serviços de saúde, em tempo útil de tratamento, com livre escolha de “procedimentos e seus provedores” (in Carta Europeia dos Direitos dos Doentes”) tem de ser secundado pelo cumprimento integral dos direitos à “privacidade e confidencialidade, à segurança e personalização do tratamento” (idem). Mas a concretização global desses direitos requer a simultânea observância dos correspondentes deve-

res, que asseguram a equidade de oportunidades no recurso aos cuidados. Se para o profissional a evicção de causar prejuízo ao doente é a primeiríssima regra a cumprir, ao paciente é-lhe exigida a postura colaborativa de fornecer todas as informações necessárias e de respeitar as indicações “que lhe são recomendadas e, por si, livremente aceites.“ (Carta de direitos e deveres dos doentes, DGS e Lei no15/2014, de 21 de março e Portaria no87/2015, de 23 de março).

A resignação de aceitar que há comportamentos imutáveis, estruturas que não podem ser reformuladas ou procedimentos não reformatáveis constitui, sem dúvida, o maior obstáculo a que o desidério de prestar, em tempo útil, os cuidados técnicos e científicos que assegurem a melhoria da condição do doente e o seu restabelecimento aconteça para todos. Em Dia Europeu dos Direitos dos Doentes seria avisado dar o primeiro passo para a mudança!

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Jornal da Batalha

Património

A propósito dos trajos estremenhos e da forma de os usar Ucrânia (Ao heróico presidente Zelensky) Na outra estrema da Europa, onde a liberdade faz fronteira com a tirania, dobram os sinos pelo direito dos povos serem senhores dos seus destinos. Lá, na estrema do sonho dos homens livres em pátrias livres, é outra vez o espectro da guerra, monstro medonho que mata a esperança dos claros dias de um mundo novo liberto de tiranias. As recolhas etnográficas não são tarefa fácil, e cada vez mais difíceis senão já impossíveis de levar avante. Exigem muito trabalho, muita atenção e, sobretudo, a humildade de reconhecer e de emendar os erros cometidos. Pela minha parte dou a mão à palmatória, pelo menos em dois aspectos, um respeitante às chitas de Alcobaça. Como se sabe a chita é um tecido de algodão, que se fabricou em Alcobaça não para saias ou blusas mas apenas para cobertas (de camas, de baús, etc.). O tecido para saias era fabricado nas províncias do norte e com grande frequência importado de Inglaterra. Este de inferior qualidade ao que era feito em Portugal. Como surgiu o engano? Da informação que nos davam na altura da compra dos trajos: “esta saia é de chita de Alcobaça”. Mas não era. Outra informação errada tem a ver com os lenços tabaqueiros, afinal de raro uso pelos nossos camponeses. Frequentemente o assoar era função dos dedos despidos de qualquer trapo. Sobre estes e outros as-

pectos etnográficos respeitantes à Alta Estremadura é de consulta obrigatória o livro do Dr. Adélio Amaro, publicado em 2019, “ETNOGRAFIA – Alta Estremadura 1”, em que recolhe criteriosamente as informações, de autores de nomeada, do século XIX e princípios do século XX. Aliás, a partir dos anos 20 do século XX, tudo o que é distintivo do Povo, começa a diluir-se na invasão dos usos e costumes estrangeiros. Mas há uma fonte que é preciosa e que não pode mentir: a fotografia. Creio que as primeiras fotografias tiradas na Batalha datarão dos finais dos anos 50 do século XIX. Evidentemente que essas retratam apenas o Mosteiro, mas poucos anos depois já os fotógrafos reproduzem, em preciosas e elucidativas imagens, aspectos diversos do povo da paróquia da Batalha e de paróquias vizinhas, em actos religiosos, de que são de destacar as procissões, os arraiais, os mercados, as feiras, a saída da igreja do Mosteiro depois das missas, etc., etc.. Outras fotografias, extremamente elucidativas, per-

tenciam à família batalhense, família que recordo com consideração e estima, Mendes Costa. Três tiradas na vila por altura da Festa da Santíssima Trindade, uma a da procissão do Santíssimo, outra a da procissão das ofertas e a terceira do arraial da praça de Mouzinho de Albuquerque. A 4ª. Fotografia foi tirada no adro de Santo António na Rebolaria, na festa em honra do Santo. Datam as quatro de 1899. Mas há numerosas, talvez centenas, de fotografias tiradas naquele período que termina, sensivelmente, no terceiro decénio do século XX. Umas que merecem particular referência são as que foram publicadas na revista Brasil-Portugal em 1901, por altura da transladação dos restos mortais do Rei D. Afonso V e da Rainha D. Isabel de Avis, do Rei D. João II e do seu filho, o Príncipe D. Afonso (morto muito jovem numa queda do cavalo que montava). D. Afonso V, a esposa e o neto esti-

veram, até ao ano referido, em tumba de madeira, na Casa do Capítulo. D. João II, também numa tumba de madeira mas na igreja conventual, na capela da Senhora do Pranto. O corpo deste monarca manteve-se incorrupto pelo menos até às invasões napoleónicas. Ora os fotógrafos da citada revista não se limitaram a registar as imagens dos actos oficiais, presididos pelo Rei D. Carlos I, mas as do povo que assistia na vila às cerimónias ou que assistiu à passagem do Rei e da Rainha D. Amélia e da respectiva comitiva, entre a estação de caminho de ferro de Leiria e a Batalha. E nestas imagens há informações preciosas sobre a forma de trajar do Povo. Várias já reproduzi no “Jornal da Batalha” e a que publico a ilustrar este apontamento não tenho a certeza se pertencia a esse magnífico conjunto da citada revista. De qualquer forma mostra-nos como o Povo trajava e mos-

tra-nos de forma inequívoca. Vêem-se ainda chapéus de parto, com aba horizontal, e chapéus de aba vertical, ambos nas mulheres, saias de cobrir e outras peças do trajar feminino. Nos homens, os carapuços quase sempre com a borla cindo nas costas; alguns chapéus de aba larga, jalecos e outras peças de vestuário. Algumas crianças na imagem trajam como os adultos. Suponho que a informação mais fidedigna sobre o trajo característico da nossa província natal, a Estremadura, particularmente da Alta Estremadura, de que Leiria é a capital, podemos encontrá-la nesta fotografias da segunda metade do século XIX e dos primeiros decénios do século XX. Aliás, a partir da 1ª. Guerra Mundial, foram-se perdendo inúmeras distinções das culturas e dos hábitos regionais, hoje só salvaguardados pelos agrupamentos folclóricos. E esta salvaguarda, quando é cuidada e funda-

mentada, reveste-se de particular importância porque também na forma de trajar se reflecte a alma dum povo. A redução do número das andorinhas De ano para ano é cada vez menor o número das andorinhas que nidificam na nossa região. E é extremamente apreensivo que o noto. As andorinhas são essenciais como defensoras da saúde humana. Caçam inúmeros insectos que nos são prejudiciais. Destruir os seus ninhos é, podemos considerá-lo assim, um acto criminoso. Temos de mudar radicalmente este nosso procedimento. A defesa da Natureza é a nossa própria defesa, uma forma de garantir não só o nosso bem-estar com o das futuras gerações.

José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (228)


Jornal da Batalha

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Economia

Autarquia quer liderar comunidade de energia a instalar na Jardoeira m O aumento dos custos do gás natural e eletricidade constitui “um problema grave, porque muitas faturas das empresas cresceram quatro ou cinco vezes” em pouco tempo O Município da Batalha quer liderar a constituição de uma Comunidade de Energia Renovável (CER) a instalar no Parque Industrial da Jardoeira e já estão a decorrer encontros preparatórios com empresas interessadas em participar no projeto. A revelação foi feita pelo vice-presidente da autarquia, Carlos Agostinho, durante um debate sobre as CER, organizado pelo jornal REGIÃO DE LEIRIA, Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e Associação Empresarial da Região de Leiria, que no dia 25 de março reuniu especialis-

tas que analisaram o sector e apresentaram projetos em curso. “Estamos a dar os primeiros passos na constituição de uma CER, no Parque Industrial da Jardoeira, onde há empresas que trabalham intensivamente em função da energia, como as faianças e outras indústrias, inclusive de moldes”, explicou Carlos Agostinho. O autarca apontou o aumento dos custos da energia (gás natural e eletricidade) como “um problema grave, porque muitas faturas das empresas cresceram quatro ou cinco vezes, criando insustentabilidade e inviabilidade económica”. O município reuniu com empresários e outros interessados a 23 de março e “há um elevado nível de adesão”, sendo “intenção do município liderar o processo e constituir uma associação de direito privado”. “Vamos avaliar também a questão dos investimentos, mas temos a intenção de ir ao Plano de

p Parque Industrial da Jardoeira poderá receber a primeira CER Recuperação e Resiliência (PRR) buscar fundos para promover os primeiros investimentos”, referiu Carlos Agostinho. O investimento será “100% municipal, por via dos fundos comunitários, no âmbito do PRR, porque se não for assim a autarquia não tem capacidade” para financiar o projeto, adiantou o vice-presidente do município, que “necessita do apoio das entidades reguladoras no sentido de agilizar o processo, que não pode ser complexo ou criar constrangimentos

aos investimentos já feitos pelos empresários”. Numa nota sobre o encontro na Batalha, o município refere “este projeto reveste-se de fundamental importância para o tecido económico e demais instituições do concelho, face ao atual contexto de agravamento generalizado dos custos energéticos”, adiantando que a CER será constituída com “base numa adesão aberta e voluntária de pessoas singulares ou coletivas”. O autoconsumo de ele-

tricidade em Portugal triplicou em dois anos e a tendência de crescimento mantém-se, apesar das dificuldades técnicas e jurídicas resultantes de uma atividade recente, como foi explicado em Leiria durante a “Conferência Comunidades de Energia Renovável/Desafios para produção energética local através de CER”. O assessor do conselho de administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Paulo Oliveira, revelou que

o “número de autoconsumidores tem multiplicado a cada quase três trimestres: havia 20 mil instalações em 2020 e neste momento há 70 mil”. Segundo o responsável da ERSE, “o número de autoconsumidores - produzem, consomem e introduzem na rede a energia excedente – é um enorme sucesso. A preocupação com a energia atraiu as empresas, em particular a indústria e serviços, e hoje 10% dos clientes de média tensão são já autoconsumidores”.

Turismo na região Centro aproxima-se dos melhores anos A atividade turística no Centro de Portugal em fevereiro registou números que se aproximam dos n íveis pré-pa ndemia, o que deixa antever um ano de recuperação para o sector nesta região. Esta é uma conclusão a retirar da estimativa rápida divulgada pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, referente a fevereiro. No indicador do número de dormidas, o Centro de Portugal totalizou 335,6 mil, o que representa um crescimento de 399,6% em relação às 67,2 mil registadas no mesmo mês do ano passado.

Compa ra ndo com os números pré-pandemia, ainda assim, verifica-se que as 335,6 mil dormidas de fevereiro de 2022 são já superiores às 327,8 mil registadas em fevereiro de 2019. O mês de fevereiro de 2022 foi, aliás, o terceiro melhor fevereiro de sempre para o turismo no Centro de Portugal, só suplantado por fevereiro de 2020 (o mês que antecedeu a chegada da pandemia ao nosso país), que totalizou 417,8 mil dormidas, e fevereiro de 2018, com 340,8 mil. Merece destaque o peso dos visitantes na-

ciona is pa ra estes números positivos. Em fevereiro de 2022, há a registar 255 mil dormidas de visitantes portugueses no Centro de Portugal (76% do total), uma cifra só suplantada pelas 292,3 mil de fevereiro de 2020. Qua nto às dorm idas de visitantes estrangeiros, estas foram 80,5 mil em fevereiro de 2022. Um número ainda distante do melhor ano (125,4 mil em fevereiro de 2020), mas superior em 496% às 13,5 mil de fevereiro de 2021. O indicador do número de hóspedes foi igualmente positivo. O

mês de fevereiro de 2022, em comparação com o de fevereiro de 2021, obser-

vou um aumento percentual de 523,9%: tinham sido 32,3 mil em feverei-

ro de 2021 e foram 201,8 mil no mês passado na região.

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Batalha Atualidade

abril 2022

Jornal da Batalha

Bombeiros comemoram 44º aniversário com cerimónias em São Mamede A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Concelho da Batalha assinala no dia 24 de abril, em São Mamede, a passagem do 44º aniversário da sua fundação. A primeira tentativa para criar um corpo de bombeiros na vila da Batalha verificou-se em 1945, numa iniciativa que partiu de António do Rosário Matias e de António do Vale. A estes, juntaram-se para colaborar Ruy Moura Ramos, Américo Ramos de Oliveira, José Pereira Grosso e José de Oliveira Barros, mas a ideia não avançou. Mais tarde, em 1977, por iniciativa de António Silva

Entretanto, a comissão principiou a elaborar os estatutos com o apoio da Câmara da Batalha, dirigiu-se ainda ao Serviço Nacional de Ambulâncias, solicitando uma auto maca para o transporte de aci-

dentados ou doentes graves e encetando também diligências para a legalização do corpo de bombeiros junto da Inspeção de Incêndios da Zona Sul. Foi constituído a 16 de abril de 1978.

Programa

p Bombeiros da batalha fazem 44 anos Jordão, Joaquim Carrasqueiro de Sousa, Orlando Saraiva Mendes Antunes, Cláudio Pereira da Silva e

João Manuel da Silva Santos, o projeto foi retomado. Esta comissão contou com a colaboração do ex-

-comandante dos Bombeiros Voluntários de Cabinda, Aurélio António Agrela Gonsalves.

09:00 - Hastear das bandeiras no quartel da Batalha 09:15 - Romagem ao cemitério 10:00 - Hastear das bandeiras no quartel de São Mamede 10:30 - Missa de homenagem aos bombeiros falecidos na igreja paroquial de São Mamede 11:45 - Receção às entidades oficiais e convidados 12:00 - Sessão solene 13:15 - Almoço convívio no salão paroquial

António Evaristo à frente do núcleo da Liga dos Combatentes O núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes (LC) elegeu no dia 26 de fevereiro a direção do triénio 2022/2025, tendo tomado posse na assembleia geral que aconteceu de seguida. A lista única vencedora é composta pelos se-

guintes elementos associados do núcleo: António Alexandre Nobre Evaristo (presidente), Joaquim Ma nuel da Conceição Matias (vice-presidente), José Manuel Pereira (secretário) e José Eduardo Tomás Casimiro (tesoureiro).

E ainda Silvino Damásio Ferreira (1° vogal), Manuel Grosso Valério (2° vogal), Armando Guarda Moreira Pinheiro (3° vogal) e Amadeu Pereira Ceiça (4° vogal). António Carneiro Alves é o presidente de honra.

p A nova direção tem mandato até 2025

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas quarenta e três a folhas quarenta e quatro, do Livro Duzentos e Setenta e Nove - B, deste Cartório. Hermínio dos Reis Ribeiro, NIF 132 430 495 e mulher Maria Celeste Carreira Coelho, NIF 132 430 487, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, lá residentes na Rua Casal de Além, nº14, Lapa Furada, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto de casa de habitação de rés-do-chão, anexa de palheiro com superfície coberta de noventa e dois metros quadrados e logradouro com cento e nove metros quadrados, sito na Rua Casal de Além, nº14-A, Lapa Furada, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 342, pendente de avaliação ao qual atribuem o valor de €9.754,15. Que os justificantes adquiriram o identificado prédio, no ano de mil novecentos e oitenta e nove, por compra verbal a Prudente Francisco e mulher Abília de Jesus, residentes que foram em Lapa Furada, São Mamede, Batalha, não dispondo, assim, os justificantes, de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela compra verbal, possuem, o referido prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, com a conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, vinte e nove de março de dois mil e vinte e dois.

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas setenta e seis a folhas setenta e oito, do Livro Duzentos e Setenta e Oito - B, deste Cartório. António Pragosa da Silva Pedroso, NIF 164 565 582 e mulher Maria Elisa Rodrigues Inácio Silva, NIF 164 565 590, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho da Batalha, ela da freguesia de São João Baptista, concelho de Porto de Mós, residentes na Rua do Outeiro, n.º1 A, Brancas, Batalha, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores de um terço indiviso do prédio rústico, composto de terra de semeadura com oliveiras, sito em Soalheira, freguesia e concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número oito mil duzentos e setenta e dois/Batalha, sem inscrição de aquisição em vigor quanto ao referido direito, inscrito na matriz sob o artigo 4475, com o valor patrimonial correspondente para efeitos de IMT correspondente de €383,74. Que, o identificado direito no prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por compra verbal a José Vieira da Rosa, viúvo, residente que foi em Alqueidão da Serra, Porto de Mós, contudo, sendo esta transmissão meramente verbal não existe título formal que a comprove, para proceder ao registo; Que em consequência daquela compra verbal, possuem o identificado direito no prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o referido direitos no prédio por usucapião. Batalha, dezasseis de março de dois mil e vinte e dois.

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas trinta e três a folhas trinta e quatro, do Livro Duzentos e Setenta e Nove - B, deste Cartório. Maria Júlia de Oliveira Bastos Malta, NIF 170 707 172 e marido Fernando Bastos Malta, NIF 170 707 180, casados sob o regime de comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia e concelho da Batalha, lá residentes em Casal Novo, Batalha, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio rustico, composto semeadura e vinha com árvore e fruto, com a área de mil e noventa e cinco virgula quarenta e cinco metros quadrados, sito em Casal da Quinta, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com estrada, de sul com ribeiro, de nascente com António Monteiro da Silva e de poente com Joaquina de Jesus Pereira Viúva, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 3738 com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €484,90. Que, o identificado prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e oitenta e dois, por doação verbal de Francisco Franco Bastos e mulher Júlia de Oliveira Tomé, pais da justificante mulher, já falecidos, residentes que foram em Casal da Quinta, Batalha, contudo, sendo esta transmissão meramente verbal não existe título formal que a comprove, para proceder ao registo; Que em consequência daquela doação verbal, possuem o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o prédio por usucapião. Batalha, vinte e oito de março de dois mil e vinte e dois.

A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 381 de 18 de abril de 2022

A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 381 de 18 de abril de 2022

A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 381 de 18 de abril de 2022


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

abril 2022

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e quarenta e três a folhas cento e quarenta e quatro, do Livro Duzentos e Setenta e Oito - B, deste Cartório. Virgílio Gomes Menitra, NIF 111 586 607 e mulher Miquelina da Conceição Neto do Nascimento Menitra, NIF 111 586 593, casados sob o regime de comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, lá residentes na Rua da Carreira do Vale, nº 2, Reguengo do Fetal, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio rustico, composto de terra de cultura com laranjeiras, com a área de setenta metros quadrados, sito em Faiais, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, a confrontar de norte com caminho, de sul com ribeiro, de nascente com Maria Vitória - Herdeiros e outros e de poente com António Rodrigues Capela e outro, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 6900 com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €141,03. Que, o identificado prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e setenta e quatro, por doação verbal de António Anacleto da Conceição Gomes Menitra e mulher Ermelinda Gomes Ferro, pais do justificante marido, já falecidos, residentes que foram em Reguengo do Fetal, Batalha, contudo, sendo esta transmissão meramente verbal não existe título formal que a comprove, para proceder ao registo; Que em consequência daquela doação verbal, possuem o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriram o prédio por usucapião. Batalha, vinte e três de março de dois mil e vinte e dois. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/8 Jornal da Batalha, edição nº 381 de 18 de abril de 2022

Custódia Alves

(96 anos) N. 04-02-1926 - F. 02-04-2022 Cabeço da Freiria, Batalha

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Maria de Lourdes Silva Mendes

(82 anos) Natural de Covas, Vila Nova de Cerveira Residia em Pinheiros, Batalha AGRADECIMENTO Seus irmãos, sobrinhos e restante família agradecem o carinho e a presença nas cerimónias dos seus entes queridos, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado “Apesar de estares ausente, iremos amar-te para sempre.” Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

João da Conceição Moreira

(94 anos) Natural e residente em Forneiros,Batalha AGRADECIMENTO Seus filhos, noras, netos, bisnetos e restante família agradecem o carinho e a presença nas cerimónias dos seus entes queridos, apesar de não podermos agradecer individualmente a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu apoio neste momento difícil, nenhuma palavra e gesto de carinho foi esquecido e nós queremos expressar nestas sinceras palavras que foi muito reconfortante sentir que vocês estiveram connosco. A todos, o nosso muito obrigado “Apesar de estares ausente, iremos amar-te para sempre.” Tratou: Funerária Espirito Santo - Telf.: 916511369

Manuel da Piedade Frazão (95 anos) N. 04-04-1926 - F. 01-04-2022 Celeiro, Reguengo do Fetal

Júlia de Oliveira Neto (87 anos) N. 14-03-1935 - F. 29-03-2022 Casal do Quinta, Batalha

AGRADECIMENTO Seu filho, nora, genro, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado.

AGRADECIMENTO Sua filha, filho, genro, nora, netos e restante família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado.

AGRADECIMENTO Seu marido, filhos, noras, genro, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado.

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Passeio à descoberta do Lena Um passeio pedestre organizado pelo MCCB, denominado “Por este rio acima – À descoberta do património e da biodiversidade ao longo do Lena”, está marcado para o dia 24 de abril, no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Inscrições gratuitas e limitadas através do MCCB.

ABRIL 2022

m “Se queremos prevenir e construir a paz, temos de dar às nossas Forças Armadas ainda mais força”, sustentou o Chefe de Estado na Batalha As cerimónias comemorativas do 101º aniversário da fundação da Liga dos Combatentes, do 104º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, no dia 9 de abril, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, foram presididas pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas,

Marcelo Rebelo de Sousa. “As nossas fronteiras já não são o que eram e hoje passam por África, pelo Golfo da Guiné, pelo Atlântico, pela fronteira de vários países da União Europeia, da NATO com a Ucrânia, passam pela solidariedade para com o povo martirizado ucraniano: estas são as novas fronteiras de Portugal. Mas, se queremos prevenir e construir a paz, temos de dar às nossas Forças Armadas ainda mais força”, sustentou o Chefe de Estado no seu discurso. Na sua perspetiva, “todos devem trabalhar pela paz. Trabalhar pela paz é criar

mais justiça, mais crescimento económico, menos pobreza e menos desigualdades, mas é também prevenir a paz fortalecendo e prestigiando as Forças Armadas” e “se queremos ter combatentes pela paz hoje, então criamos condições para eles. Essa é uma escolha do país, não é a escolha de um governante”. Já a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, realçou que os “combatentes desempenham um papel crucial no apoio a todos aqueles que lutaram e lutam pela Pátria” e apontou duas “prioridades” que vão ajudar “certamente a preservar a

Foto: Rui Ochoa © Presidência da República

“As nossas fronteiras passam pelo povo martirizado ucraniano”

p A cerimónia na Batalha foi presidida pelo Presidente da República memória coletiva que tanto valorizamos e que hoje celebramos aqui” e que representam “eixos prioritários de ação para a defesa nacional”. A governante referiu, como primeira prioridade,

a necessidade de “adequar a defesa nacional à nova realidade da segurança europeia e internacional que decorre da invasão da Ucrânia pela Federação Russa”, que requer a aprovação “de um novo conceito estratégico de

defesa nacional”. Helena Carreiras acrescentou, como “segunda prioridade”, uma “maior abertura e diálogo com a sociedade”, para que esta conheça melhor as suas Forças Armadas. Publicidade

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