JORNAL DA BATALHA EDIÇÃO FEVEREIRO 2022

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| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXXI Nº 379 | FEVEREIRO DE 2022 |

Estudante da Batalha fica preso acusado de terrorismo

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Erofio investe 3,7 milhões em fabricação aditiva

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Centro de dia na Golpilheira divide executivo e oposição W pág. 15

Publicidade

Mulher lidera CR Alcanadas pela primeira vez em 50 anos

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Mosteiro com 124 mil visitantes em 2º lugar a nível nacional


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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de António Lucas Ex-presidente do Município da Batalha

Eleições legislativas As recentes eleições legislativas vieram criar condições para o país ter um Governo de quatro anos e para que não possa argumentar que a oposição não o deixa governar para implementar as reforma que o país precisa. Assim sendo, o Governo tem todas as condições para cumprir o seu programa e deixa de ter argumentos para deixar para trás propostas que os eleitores sufragaram nas urnas. Esperemos assim que o Governo faça bem o seu papel e cumpra com o programa e que as oposições façam também, igualmente, bem os seus papéis, fiscalizando bem o Governo e propondo melhorias aceitáveis às suas propostas. É imperioso e estão reuni-

das as condições para a implementação de reformas essenciais e fundamentais para o crescimento sustentável do país e para que os nossos netos possam encontrar um país tão bom ou de preferência melhor do que o que nós encontrámos. É claro para todos que a carga fiscal é enorme, quer para os particulares, quer para as empresas, mas especialmente para os particulares. Logo, e para que possa existir mais investimento e mais consumo reprodutivo, tem que descer. Só assim os jovens casais olharão para o futuro de forma mais otimista para que a pirâmide demográfica inverta o sentido do envelhecimento rápido, também para que os imigrantes sin-

tam motivação para vir trabalhar e viver para Portugal e os nossos concidadãos não sintam necessidade de emigrar para terem uma vida melhor. Só assim as empresas terão condições para reforçar o investimento de qualidade, gerando mais emprego, mais impostos, logo mais receita para o Estado. Mas para isso o Estado tem de emagrecer, tem que aliviar a burocracia improdutiva, e é muita, e tem que estar cada vez mais ao lado das empresas e dos cidadãos e menos contra estes. O mesmo se passa e aplica às autarquias, que não esqueçamos, também são Estado e vivem à conta dos nossos impostos. Também estas têm que emagrecer, racionalizar, otimizar, ser melhor geridas

e deixar de fazer investimentos improdutivos. Só assim, os seus munícipes sentirão que a sua vida neste ou naquele concelho, está a evoluir positivamente e que os seus filhos terão aqui um bom concelho para crescer e viver, se assim o desejarem. Uma das rubricas da despesa que tem peso nos orçamentos municipais é a dos ordenados, logo é uma das que merece maior atenção, por via da gestão racional e inteligente dos recursos humanos e também pela sua otimização, eliminando todos, mas todos os lugares improdutivos ou menos produtivos. Uma das contas muito fáceis de fazer, na avaliação da gestão municipal, é a compa-

ração dos gastos com o pessoal por ano, com competências iguais. Não é aceitável, direi mais, é inaceitável que se aumentem os gastos com o pessoal se as competências forem as mesmas. E se forem diferentes, só é aceitável o aumento naquilo que seja o mínimo indispensável para que essa nova competência seja bem implementada. Outro argumento importante, para que a gestão dos recursos humanos seja muito cuidadosa assenta no facto dos lideres deverem ter a capacidade, a arte, o engenho e a competência, para aproveitarem bem as capacidades e motivação dos funcionários que têm ao seu serviço, sem irem captar outros fora, que na maioria dos casos nada acrescentam e apenas geram

aumento de despesa e mal estar, que reduz significativamente a produtividade dos restantes. A ferramenta mais importante de qualquer organização assenta na elevada motivação dos seus funcionários e, para que isso aconteça, os seus dirigentes têm que ser bons exemplos e têm que estar ao lado deles e nunca contra eles.

s A Opinião de André Loureiro

Recomeçar de novo: oportunidades e desafios depois da crise O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), várias vezes apresentando como uma espécie de tábua de salvação para muitos sectores económicos e sociais, prevê que cada euro investido ao longo do período 2021-2026 se traduza num ganho acumulado mais de cinco vezes superior ao longo dos próximos 20 anos. Pelo que é decisivo o aproveitamento desta oportunidade de carácter extraordinário dos fundos a aplicar ao abrigo do PRR, bem assim impõe a efetividade de um robusto compromisso de transparência, planeamento e justiça na distribuição desta “bazuca” financeira de cerca de 17 bilhões de euros, valores que são muito tentadores para os habituais “oportunistas” dos fundos europeus.

Este desafio nacional, mas também ao nível local, exige de todos nós a humildade de compreender que esta ajuda deve ser orientada para as famílias e empresas que precisam de relançar as suas atividades e criar novas competências para resistir aos desafios depois de uma crise pandémica sem paralelo recente. Temos de ter consciência que o carácter extraordinário do PRR é justificado pela necessidade de recuperação e de reforçar a resiliência da União Europeia e dos seus estados-membros, em particular, face aos efeitos nefastos ao nível social e económico provocados pela pandemia resultante da Covid-19. O referido carácter extraordinário deve ser considerado para efeitos de in-

vestimentos e reformas que permitam aproveitar, desde logo, a oportunidade para investimentos para as empresas privadas que verdadeiramente são quem gera riqueza e emprego nos territórios. É, portanto, uma oportunidade, e que, também por isso, conta com um prazo de execução mais curto e que não deve ser desviado para suportar despesas do Estado e engordar os orçamentos das autarquias. Estes devem esperar pelo designado de “Portugal 2030” e assegurar com conseguem executar as verbas do “Portugal 2020”, ambos programas de fundos estruturais orientados também para a coesão e para os investimentos públicos. Aqui chegados, é necessário levar a sério que os fundos europeus a disponibilizar no

âmbito do previsto no PRR devam – dada a sua finalidade distinta dos apoios que resultam do “Portugal 2020” e do “Portugal 2030” – ser orientados a pensar na próxima geração, aproveitando-se a oportunidade oferecida para obter a maior rentabilidade destes fundos com investimento para transformar o modelo económico e social, tendo em conta os objetivos da inovação; sustentabilidade e respeito pelo ambiente; digitalização; economia circular; inteligência artificial, saúde, entre outros. Deve, portanto, evitar-se a mera atualização de projetos existentes, de onde não resulte um valor claro. Os projetos devem caracterizar-se por um claro interesse económico, pela sua viabilidade, pela promoção da qualidade

do ambiente e do emprego a longo prazo e por critérios de eficácia e transparência. A sua seleção deve ser claramente alinhada com a ideia de valor sobre o preço, abandonando-se, sempre que possível, modelos baseados em meros estudos e consultadorias pagas a peso de ouro para enriquecimento de alguns “fazedores” de projetos e vendedores da “banha da cobra”, ou, neste caso, agiotas do PRR. Concretizando, alerto para a necessidade urgente da reforma de mentalidades nas instituições públicas no uso de dinheiros europeus e o reforço da análise de risco em matéria de conflito de interesses e de combate à corrupção. O PRR é uma extraordinária oportunidade, não pode ser esbanjada

Presidente do PSD da Batalha

nas teias habituais de interesses ou em mais “elefantes brancos” promovidos pelos dirigentes políticos. Fica o alerta e o desejo de centrar este importante e decisivo apoio financeiro nas empresas e famílias que efetivamente precisam, saibam os nossos responsáveis estar à altura das suas responsabilidades e compreender a importância do superior interesse nacional.


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Espaço Público Opinião

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s A Opinião de Ricardo Vala Deputado municipal da Iniciativa Liberal

A casa da obra será sempre uma… obra! Como já vem sendo habitual, a Iniciativa Liberal pauta-se por criar propostas e comentar com rigor os temas que importam aos batalhenses. Neste sentido, realizamos um pedido de esclarecimento à CM Batalha em relação aos atrasos na Casa da Obra… e que obra! O projeto nasceu em 2019 (promessa eleitoral do anterior executivo), para ser uma residência de 30 estudantes do IPL, entidade que “alegadamente” teria assinado um protocolo com a CMB. Lançado o concurso público, sem interessados na empreitada, foi realizado um ajuste direto pelo valor de 700 mil euros. A 3 de novembro de 2021, a empresa responsável pela obra apresentou um manifesto de suspensão da empreitada acompanhada por uma lista de erros e omissões com um valor de 220 mil euros. Custo total previsto para a Casa da Obra:

920 mil euros, ou dito de outra forma 23.300 euros/ quarto ou ainda noutra perspectiva uma obra que custa 60 euros a cada batalhense e que continua parada! No requerimento da Iniciativa Liberal ao executivo solicitamos respostas às questões: 1) confirma-se que existe um protocolo assinado entre a CMB e o IPL?; 2) Qual é o plano de investimentos para o imóvel?; 3) Que opções estão a ser consideradas para resolver este impasse? Pelas respostas do Município da Batalha sabemos agora que não existe nenhum protocolo assinado entre a CMB e o IPL que justifique a execução desta obra. Sabemos também que não existe nenhum estudo de sustentabilidade do projeto e sabemos ainda que o projeto não foi enquadrado em nenhum financiamento

comunitário mas foi pedido um empréstimo de 500 mil euros pelo prazo de 15 anos ao banco Santander. Aqui está um exemplo do desgoverno do país nas últimas décadas: sem um plano de investimento e manutenção que o sustente, apenas ancorada na vontade com cheiro a eleições e o dinheiro dos contribuintes, a obra nasce. Torta e por pagar, mas nasce. Reconhecemos no entanto, que até ao momento, o único aspecto que merece nota positiva é o facto de o atual executivo parecer estar empenhado em encontrar uma solução para o diferendo com o empreiteiro de forma a dar continuidade à obra, em acertar o financiamento e num acordo com o IPL para definir finalidade desta infraestrutura que pode ser utilizada por projetos como o TESP Profissional, programa Erasmus, etc. Estamos atentos.

Em resumo, a existir um retorno social com a obra para a vila da Batalha (que acreditamos ser possível), através da eventual dinamização de alguns serviços e negócios no futuro, importa questionar porque é que o concurso público inicial ficou vazio e porque proceder à adjudicação direta. Era uma obra urgente? Em quem irá recair a responsabili-

dade e qual será o modelo de gestão deste projeto, e acima de tudo se não haveria outros investimentos no mesmo âmbito com resultados mais ambiciosos. A Iniciativa Liberal através do seu deputado municipal irá acompanhar de perto este e outros projetos, questionando o executivo e oferecendo soluções realistas para os problemas dos batalhenses para

que projetos como a Casa da Obra, não sejam para sempre obras...

Batalha, 6,49% e um projeto de esperança Reservo estas linhas para dizer: Obrigado Batalha! Obrigado pela confiança no projeto da Iniciativa Liberal que pretende pôr o país novamente a crescer e que ambiciona mais do que o poucochinho a que as elites políticas nos habituaram. No concelho da Batalha a IL obteve o 9º melhor resultado do país

(em %) nestas eleições legislativas com 6,49% (e um resultado espetacular de 7,91 % na freguesia da Batalha), num total que ultrapassa os 550 votos! Ainda não chegou para eleger um deputado liberal pelo círculo de Leiria mas estivemos muito perto. Os vossos votos deram-nos força no distrito e na IL estamos seriamente atentos aos

desafios do distrito e eu estou aqui para ser apenas um indicador de uma mudança a acontecer! Estamos aqui para a ouvir através das nossas redes sociais e email (batalhaliberal@gmail.com). O Liberalismo funciona e faz falta Obrigado Batalha Dário Florindo Batalhense, membro da IL

s Baú da Memória José Travaços Santos

Três livros de Joaquim Alves dos Santos Há nas jovens e nas menos jovens gerações do aro leiriense valores que devem ser conhecidos e divulgados. Entre eles o jornalista e investigador da História regional, Dr. Joaquim Alves dos Santos, director do “Notícias de Colmeias”, um dos jornais de referência da Imprensa Regional. Ora, o Dr. Joaquim Santos publicou recentemente três obras volumosas, que se vêm juntar a outras anteriores. Trata-se de “1854-

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

1933 – v”, cuja capa reproduzo, “Contributos Históricos – A Imagem em Leiria” e “1854-1954 – História dos Pousos nos Jornais de Leiria”. É qualquer delas um trabalho aturado e sério que nos proporciona fontes de informação, a que assim tivemos facilitado acesso, dando-nos a conhecer muito do que foi e do que é a nossa Alta Estremadura, de que Leiria é a capital inquestionável, esta Leiria onde se começou, no tem-

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

po longínquo do nosso primeiro Rei, a segunda metade de Portugal. Fazendo buscas e rebuscas, recolheu elementos preciosos que se perderiam nos arquivos sem a sua tempestiva intervenção. São obras que interessam não só aos naturais das terras visadas mas a toda a região, e simultaneamente pedaços que não podem deixar de integrar-se no todo da História Nacional.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Atualidade

Estudante acusado de preparar ataque contra colegas está em prisão preventiva m A comunicação de que estaria a ser preparado o crime foi enviada pelo FBI à secreta nacional - Serviço de Informações de Segurança -, que, por sua vez, a transmitiu à PJ O jovem de 18 anos natural do Concelho da Batalha suspeito de preparar um ataque contra colegas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), onde agora estudava no 1.º ano de Engenharia Informática, está em prisão preventiva a aguardar julgamento desde 11 de fevereiro. O arguido, natural de Lapa Furada, na freguesia de São Mamede, foi presente a um juiz de instrução criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa, indiciado pelos crimes de “posse de armas proibidas e terrorismo”. O juiz validou os indícios e no final da audiência aplicou a J.R. a medida de coação mais gravosa, por haver “perigo de continuação da atividade criminosa e alarme social”. Está preso no Estabelecimento Prisional de Lisboa, enquanto aguarda os desenvolvimentos do processo judicial. O jovem rumou para Lisboa, depois de concluir o ensino secundário no Agrupamento de Escolas da Batalha. Quem o conhece, descreve-o como “discreto e introvertido”, “extremamente inteligente”, mas “bastante reservado”. “Era um rapaz reservado, bom aluno, mas com dificuldades de relacionamento”. Partilhava o gosto pelos

p Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

p O jovem admirava desenhos animados japoneses

O que diz a Judiciária “A investigação foi desencadeada por suspeitas de atentado dirigido a estudantes universitários da Universidade de Lisboa. Face à gravidade das suspeitas, foi atribuída a máxima prioridade à investigação, a qual permitiria interromper a atividade criminosa em curso. Na sequência das buscas realizadas, seriam apreendidos vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais. Para além de várias armas proibidas, seriam igualmente apreendidos outros artigos suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos, vasta documentação, isto, para além um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear. O arguido detido em flagrante delito pela posse das referidas armas, encontra-se igualmente indiciado pela prática do crime de terrorismo. O arguido de 18 anos de idade, será presente a primeiro interrogatório judicial para sujeição à medida de coação tida por adequada”.

p As vítimas seriam alunos da sua turma na FCUL computadores e pelo universo Anime, expressão habitualmente conotada com a banda desenhada japonesa, e seria também consumidor de informação sobre massacres, por exemplo aqueles que aconteceram em estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos. O jovem, que sofre do Síndrome de Asperger (um espécie de autismo), seria vítima de bullying e as autoridades estarão a considerar a possibilidade de se tratar de uma “vingança” contra os colegas.

Até porque a Polícia Judiciária (PJ), que o deteve a 10 de fevereiro, um dia antes da data planeada para o eventual crime, não encontrou até agora razões político-ideológicas para o comportamento de J.R. e os alvos seriam indiscriminados. O arguido vivia num quarto de um apartamento arrendado na zona dos Olivais, onde a PJ o deteve, em flagrante delito, alegadamente na posse de facas, punhais, bestas e setas; maçaricos, latas com gás e gasolina, e isqueiros.

A PJ terá encontrado ainda um plano escrito e detalhado sobre o eventual ataque na FCUL. A comunicação de que estaria a ser preparado o ataque foi enviada no dia 4 de fevereiro pelo FBI ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) - que, por sua vez, a transmitiu à PJ. A informação que chegou do FBI consistia num endereço de IP (um número que permite, por exemplo, localizar um computador) e o nickname (pseudónimo) que o jovem usava na “deep e/ou da dark web”,

uma espécie de submundo da Internet, inacessível à generalidade das pessoas. No dia 10 de fevereiro, pela manhã, a Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ cumpriu os mandados de busca domiciliária, nos Olivais, e travou o que supõe ser um ataque em preparação para acontecer passadas 24 horas, no dia em que estavam agendados exames na FCUL, que a direção do estabelecimento de ensino manteve. No final da audiência em que o juiz determinou a

prisão preventiva de J.R., o advogado de defesa, Jorge Pracana, revelou que iria recorrer da medida de coação. O jovem remeteu-se ao silêncio durante a audiência. Entretanto, o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, disse que o município iria “disponibilizar o psicólogo de serviço da autarquia para ajudar a família” do jovem, adiantado que família está a viver um momento “difícil”. Adiantou que o suspeito é “inteligente e de uma família humilde”.



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Batalha Opinião

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Opinião s Crónicas do Passado Francisco Oliveira Simões

Nos confins do Jardim da Estrela Numa manhã soalheira, sob grasnar dos corvos inquietos, saía este vosso cronista para um passeio desafogado pelo Jardim da Estrela, em Lisboa. As árvores continuam verdes e frondosas, as flores coloridas e viçosas, mas no centro do Jardim, onde repousa o emblemático coreto, estavam a proceder a uma escavação arqueológica, o que muito me intrigou. Procurei saber logo quem era o arqueólogo encarregue desta promissora aventura. - Henri Defense, arqueólogo belga ao seu serviço, cavalheiro – respondeu-me um jovem senhor, tirando o seu chapéu de feltro. - Muito gosto, sou o Francisco. Se me for permitido perguntar, o que estão a procurar aqui neste jardim tão calmo e bucólico?

- Ah isso só posso contar a um colega de profissão. - Sou historiador – constatei eu com poucas esperanças de que me confiasse este valioso segredo. - Nesse caso, conto-lhe tudo. Aceita um café? Seguimos para o café junto ao lago e pedimos um expresso e um café americano para o nosso amigo. O empregado intrigou-me, porque me fazia lembrar alguém. - Caro amigo, a história é a seguinte. Fui chamado com a missão de descobrir a Esmeralda de Lisboa, um artefacto escondido à séculos, criado por um alquimista no século XIII, com o poder de mudar o rumo da História. Dizem que quem a possuiu foi capaz de grandes feitos, inventou o Fado, dobrou o Cabo do Bojador, venceu o

Prémio Nobel da Literatura. Existem forças mais negras que o querem para si. - Isso é prodigioso. O que deseja fazer com essa raridade? – perguntei eu curioso. - Pretendo pôr esta descoberta num museu, para que todos a possam admirar. - Se precisar de ajuda, pode sempre contar comigo. Depois desta conversa secreta fomos para o local da escavação e reparámos que o túnel estava a descoberto, apesar de Henri e a sua equipa ter tapado a entrada. Pegamos nas lanternas e descemos aos confins do Jardim da Estrela. A escuridão era incomensurável, mas a pouco e pouco avistámos uma luz. Compreendemos que se tratava de um alçapão, que nos levava diretamente à nave central da Basílica da Estre-

la. Quando alcançámos a superfície encontrámos duas figuras já minhas conhecidas. - Voltamos a encontrar-nos! – constatou Sir William H. Stuart. - Desta vez venci, mesmo sem perceber que significado tem esta esmeralda – explicava Jerome K. Jerome segurando a joia entre os dedos. – Depois de vendê-la vou poder reclamar parte dos meus honorários, pelos direitos de autor que me anda a usurpar há tempo demais. - São seus amigos? – perguntou o arqueólogo. - Pode dizer-se que sim – respondi eu. Entretanto aparece o empregado do café a correr. - Sempre conseguiram encontrar a joia, ótimo! O carro já está à porta – avisava Nicholas Craven.

Historiador

- Sr. Nicholas Craven como vai tudo na National Gallery? - Professor Henri Defense, está bem, mas já não trabalho lá. Estou num part-time. - Como salteador, bem vejo. - Hum… Não, eu sou motorista. Quer uma boleia? - Quero, vamos levar esta esmeralda para o Museu Nacional de História Natural. – pedia Henri tirando o artefacto do bolso do blazer. - Mas como foi a pedra aí parar? – perguntou Jerome. - Eu tenho os meus truques. Fugimos dali a correr e entrámos numa mota sidecar, em direção ao Museu. Os nossos inimigos perseguiram-nos de carro. Conseguimos colocar a Esmeralda de Lisboa naquele espaço museológico, mesmo

sabendo que vai ter sempre visitantes curiosos a rondar. - Boa tarde, gostaria de saber se há vagas para trabalhar no Museu? – inquiriu Craven. - Mande o currículo por email, pode ser que tenha sorte – respondeu secamente uma funcionária. Até hoje não teve novidades e não se espera que tenha, pela salvaguarda de tão emblemático artefacto.

s Tesouros da Música Portuguesa

“Estou de Passagem” há quarenta anos Passaram quarenta anos, mas é essencial recordar que o ano de 1982 foi um ano de excelência em termos de produção discográfica, quer internacional, como a nível nacional. Assim, fora de portas conheceram a sua edição discos como “Music for a New Society” de John Cale, “Sulk” dos Associates, “The Lexicon of Love”, dos ABC, “Eligible Bachelors” dos Monochrome Set, “Avalon”, dos Roxy Music, “Big Science”, de Laurie Anderson ou “Peter Gabriel 4”, de Peter Gabriel. De artistas portugueses, nesse mesmo ano, foram lançados “Também Eu”, da Banda do Casaco, “Cairo” (também conhecido por o disco da lata), dos Taxi, “Por Este Rio Acima”, de Fausto, “Triângulo do Mar”, de Carlos Mendes, “Perto de Ti”, de Lena d’Água, “Ctu

Telectu”, dos Telectu (Jorge Lima Barreto com Vítor Rua), o máxi-single “Estou Além”, de António Variações e o mini LP “Estou de Passagem”, dos UHF. E é precisamente este último que merece agora a nossa atenção, dando-lhe o merecido destaque. O ano da fundação dos UHF remonta a 1978, mais precisamente a 20 de Novembro, data daquele que é considerado o primeiro concerto. Gravaram um ano depois o EP O Jorge Morreu e, após mudarem de editora, o single Cavalos de Corrida, um êxito que iria assinalar a produção discográfica nacional em 1980. Nessa altura, gravavam sob a batuta do técnico de som Hugo Ribeiro, o mestre que costumava gravar as sessões da diva Amália Rodrigues.

Começaram a década de oitenta do século passado com a edição do álbum À Flor da Pele. Hoje considerado um clássico da música portuguesa, inclui faixas como Rua do Carmo, Rapaz Caleidoscópio ou Modelo Fotográfico. O disco trazia ainda um single como bónus, com os temas Quem Irá Beber Comigo? (Desfigurado) e Noite Dentro. Alcançou o primeiro lugar da lista de vendas, obtendo o galardão de disco de ouro; mas logo o projeto liderado por António Manuel Ribeiro preparava outro trabalho, este muito mais maduro e profundo, e a nível musical sem a marca do pós-punk que tinha o anterior. Assim surge Estou de Passagem, o seu segundo álbum de originais. Foi lançado em Fevereiro de 1982, perfazendo

quarenta anos a sua edição no presente mês de Fevereiro de 2022. Em Estou de Passagem, os UHF provam que não são apenas um grupo que escreve sucessos, como Cavalos de Corrida ou Rua do Carmo. Apresentam um reportório bastante rico que ultrapassa o âmbito do rock, não obstante esse registo ter apenas seis faixas. Trata-se de um álbum com conteúdo, e que se debruça sobre temas de cariz filosófico e alguns mesmo de reflexão histórica. O disco abre com Noites Lisboetas, um quadro sobre a vida noctívaga da capital portuguesa; Concerto é a segunda faixa do lado A do disco e constitui uma crítica sobre um certo histerismo que explode num concerto de rock; segue-se Notícias de El Salvador, canção que retrata o que se

passava à época naquele país da América Central, onde eclodira uma guerra civil que culminou com o assassinato do arcebispo católico Óscar Romero, ato terrorista que causou repúdio em todo o mundo; a quarta faixa, a primeira do lado B, é o tema que dá nome ao álbum e fala sobre a vida que se resume a uma passagem; Antes Que o Dia Nasça coincidiu no dia em que António Manuel Ribeiro teve um acidente de viação e Ser um Actor, sobre a arte de representar uma personagem e o esquecimento do que se passou em palco, encerra o alinhamento de um álbum que obteve vendas superiores a trinta mil exemplares, alcançando por isso a marca de disco de prata. O percurso dos UHF prosseguiu até à atualida-

João Pedro Matos

de, com álbuns importantes como o excelente Noites Negras de Azul. Em 2015, António Manuel Ribeiro na qualidade de líder dos UHF, recebeu da Sociedade Portuguesa de Autores uma medalha de Honra pelos seus 37 anos de carreira. Estou de Passagem, tal como À Flor da Pele, são então dois discos que não se podem perder de vista, se queremos compreender a evolução da música moderna portuguesa.


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Atualidade Batalha

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Covid-19: concelho abre quatro centros de testagem gratuitos m O horário de funcionamento dos centros é das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 16h00, aos sábados A Câmara da Batalha anunciou a 20 de janeiro a abertura de centros de testagem à Covid-19 na sede do concelho e nas três freguesias, “com o intuito de alargar esta resposta a toda a população residente no concelho”. “Atentos à evolução da pandemia e à taxa de incidência dos contágios entendemos, em estreita articulação com a Saúde Pública do ACES, Pinhal Litoral disponibilizar esta resposta à população”, explicou o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro. Na vila da Batalha, o centro de testagem foi insta-

lado no auditório do campo de futebol sintético, na zona desportiva, e está em funcionamento desde 29 de janeiro. Na freguesia da Golpilheira o centro de testagem foi instalado na antiga extensão de Saúde e no Reguengo do Fetal nas instalações da Casa do Povo. Já em São Mamede, a testagem ocorre no edifício da junta de freguesia. Com o intuito de aumentar a capacidade de resposta e o número de testes a realizar, o centro de testagem da Batalha funciona em regime de rotatividade com um dos restantes centros, na seguinte ordem: São Mamede, Reguengo do Fetal e Golpilheira. A realização dos testes, que são gratuitos e dirigidos exclusivamente aos residentes do concelho, carece de inscrição prévia

p Informação do CDOS de Leiria datada de 11 de fevereiro obrigatória através da plataforma eletrónica https:// www.batalhaonlife.pt/. O horário de funcionamento dos centros é das

9h00 às 12h30 e das 14h00 às 16h00, aos sábados. No dia 22 de janeiro, o processo de testagem iniciou-se no centro de testagem da

Batalha, mas numa ação exclusivamente dirigida à comunidade escolar e aos bombeiros da Batalha. Entretanto, mudaram as

regras de testagem a nível nacional e os resultados obtidos através dos testes rápidos de antigénio, realizados em farmácias ou laboratórios, passaram a ter uma validade de apenas 24 horas. O certificado digital de vacinação passou a atestar que o titular completou o esquema vacinal primário há mais de 14 dias e menos de 270 dias desde a última dose ou que já tomou a dose de reforço. Já não é preciso mostrar um teste negativo à deteção do SARS-CoV-2 — feito há menos de 72 horas no caso de um teste PCR ou há menos de 24 horas com um teste rápido — para entrar em território português. Mas isto só é válido para quem tenha um certificado digital que ateste a vacinação completa contra a Covid-19 ou a recuperação da doença.

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Foto: CEP

Foto: Paulo Adriano/Diocese Leiria-Fátima

Bispo de Setúbal substitui o cardeal António Marto na Diocese de Leiria-Fátima

m D. José Ornelas é recebido na Sé de Leiria no dia 13 de março e chega ao largo da Sé acompanhado de D. António Marto. A tomada de posse realiza-se no início da celebração da Eucaristia O bispo de Setúbal e atual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, foi nomeado no dia 28 de janeiro pelo Vaticano como novo bispo da diocese de Leiria-Fátima, substituindo o cardeal António Marto. D. José Ornelas, 68 anos, foi superior da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus e superior geral dos Dehonianos. É especialista em Ciências Bíblicas, doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa e faz formação missionária em Moçambique. Quanto ao cardeal António Marto, que completa 75 anos em maio, problemas de saúde terão contribuído para que tivesse pedido ao Vaticano a sua substituição. No dia 6 de março, na Sé de Leiria, o cardeal D. António Marto vai presidir a

uma celebração eucarística de ação de graças e da sua despedida da Diocese de Leiria-Fátima. No final da missa, haverá a apresentação de um livro que recolhe cartas pastorais e outros escritos e pronunciamentos de D. António Marto, ao longo do seu ministério em Leiria-Fátima, com o título “Cardeal D. António Marto: Teólogo e Pastor”. D. José Ornelas é recebido na Sé de Leiria, no dia 13 de março e chega ao largo da Sé acompanhado de D. António Marto. A tomada de posse realiza-se no início da celebração da Eucaristia. No dia 2 de fevereiro, no final da missa da Apresentação do Senhor, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, dirigindo-se aos consagrados e consagradas, o cardeal António Marto manifestou “um particular e profundo agradecimento pela sua colaboração na vida pastoral da diocese e pelas manifestações de afeto e carinho, para comigo que estou prestes a deixar o governo da diocese e não posso esquecer todo o carinho e afeto que fui recebendo ao longo destes 16 anos, e por isso agradeço de todo o coração”. D. António Marto considerou ainda “belo o horizonte” do caminho sinodal que se

p O cardeal António Marto deixa a diocese

Foto: Paulo Adriano/Diocese Leiria-Fátima

p D. José Ornelas, novo bispo de Leiria-Fátima

p Fátima, o altar do mundo abre, “exigente que implica conversão espiritual e pastoral”, mas que “vale a pena, por isso percorrei-o com entusiasmo e alegria, e sempre com coragem”. Alguns dias antes e sobre o seu sucessor, afirmou: “Desde já, em nome pessoal e de toda a diocese, quero saudar e felicitar de todo o coração o senhor D. José Ornelas por esta nomeação, exprimir-lhe o nosso regozijo e dar-lhe as boas-vindas mais fraternas e calorosas”. D. António Marto elogiou a “uma riqueza enorme e única” do seu sucessor, que vê como alguém capaz de “imprimir um novo impulso à renovação pastoral da diocese e do Santuário de Fátima”.

“Como bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal tem dado provas duma experiência pastoral aliada a um dinamismo missionário duma Igreja próxima e em saída, capaz de tomar decisões corajosas e inovadoras, na linha do propósito de renovação do Papa Francisco”, acrescentou o cardeal António Marto. Já D. José Ornelas referiu: “Nesta hora em que, pela voz do Papa Francisco, a Igreja me chama a deixar a Diocese de Setúbal, que sirvo, como bispo, há pouco mais de seis anos, para prestar idêntico serviço episcopal à Igreja de Deus em Leiria-Fátima, quero exprimir uma saudação amiga aos membros destas duas

Igrejas, esperando ter ocasião de fazer chegar a cada uma delas, de forma mais pessoal, a expressão da minha gratidão, estima e esperança”. “Nesta ocasião, sinto um misto de sentimentos contrastantes, que não é fácil de exprimir, mas que posso resumir em duas atitudes, de Jesus e de Maria, pelas quais tenho procurado orientar a minha vida ao serviço do Evangelho”, adiantou. “É com verdadeira emoção, alegria e esperança que saúdo toda a Igreja de Leiria-Fátima, a começar pelo Cardeal D. António Marto, ao qual me liga uma grata amizade fraterna, nascida à sombra do Evangelho e no serviço da Igreja. Assumo

com gratidão e como desafio a herança de pastor que ele me deixa, no seguimento de outros dedicados bispos, de quem D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva é testemunha, felizmente presente na Diocese”, refere o bispo nomeado de Leiria-Fátima e administrador diocesano de Setúbal. A Conferência Episcopal Portuguesa congratulou-se com a nomeação e saudou D. José Ornelas, “desejando-lhe um fecundo governo pastoral junto do povo de Deus que lhe é confiado na Diocese de Leiria-Fátima e, de modo mais alargado, junto de todos aqueles que demandam ao Santuário de Fátima como peregrinos”.


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Reciclagem aumenta 10% na área de intervenção da Valorlis m Recolhidas 5.256 toneladas de vidro, 5.878 toneladas de papel/cartão e 2.688 toneladas de embalagens de plástico e metal A Valorlis revelou que no ano passado foram enviadas 13.802 toneladas de resíduos para reciclagem, que, “mesmo em tempo de pandemia, continuou a aumentar com o envolvimento da população dos seis concelhos da sua área de intervenção [incluindo a Batalha], essencial para alcançar estes resultados”. “Parcelarmente, foram recolhidas 5.256 toneladas de vidro, 5.878 toneladas de papel/cartão e 2.688 toneladas de embalagens de plástico e metal”, explica a empresa, adiantando que “a separa-

ção nos ecopontos aumentou 10% face a 2019”. “Em todos os materiais: vidro; papel e cartão; plástico e metal, foi notório o aumento, sendo que a separação nos ecopontos de plástico e metal foi a que registou um crescimento superior (mais 12% que no ano anterior). Seguiu-se uma evolução muito positiva na separação de papel/ cartão para reciclagem (mais 11%). A reciclagem de vidro cresceu 9%”, descreve. O esforço de recolha seletiva nos municípios da área de influência da Valorlis (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós) resultou na poupança de 88 mil árvores, metal que permite fabricar mais de 30 milhões de latas de 0,33 litros, plástico suficiente para produzir mais de 9,8 milhões de t-shirts XL e a quantidade de vidro que permite produzir

p A empresa disponibiliza uma rede de 1.744 ecopontos cerca de 15 milhões de garrafas de 0,75 litros. “Cada cidadão da região, ao separar e depositar os resíduos no ecoponto, contribuiu para que no final de 2020 tenha sido possível enviar para reciclagem mate-

riais que permitem produzir ou poupar recursos muito significativos. Mesmo nos tempos difíceis que todos atravessamos, verificámos que a separação de resíduos é já uma prioridade para muitos munícipes”, destaca

a administradora delegada da Valorlis, Marta Guerreiro. “Para facilitar a tarefa de reciclagem a Valorlis disponibiliza uma rede 1.744 ecopontos distribuídos pelos seis municípios da sua área de intervenção, que é com-

plementada com o serviço de recolha porta-a-porta em comércios e serviços e programas de incentivo à separação e reciclagem junto das escolas e Instituições particulares de Solidariedade Social”, conclui a empresa.


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s Espaço do Museu

Museu da comunidade – os objectos que nos cederam Objetos de enfermagem – empréstimo de Cecília Gaspar

p Cecília Calé Gaspar junto a alguns objetos por si emprestados ao museu

É difícil ficar indiferente às seringas de vidro expostas no MCCB, na área expositiva sobre as Minas de Carvão da Batalha. Por evocação dos tempos em que nos encontramos, em que a palavra “vacina” se repete diariamente, ou pela dimensão destas seringas que se acompanham do seu parceiro esterilizador de agulhas, os visitantes, de várias idades, ficam muito atraídos por estes instrumentos. No mesmo expositor, existem outros objetos, como estilizadores de compressas, uma – normalmente assustadora - seringa de lavagem, um molde de bota (para gesso), um esfigmomanómetro e um estetoscópio. As peças fazem a ponte com os cuidados médicos prestados no contexto da exploração das minas de carvão do Couto Mineiro do Lena. Eram frequentes os acidentes nesta perigosa e pouco protegida atividade. No MCCB, evidenciam-se alguns acidentes e até mesmo perdas trágicas nesta profissão de risco, por conta de frequentes desabamentos, quedas,

e a exposição a gases sufocantes e inflamáveis. A partir da década de 1940, a empresa passou a disponibilizar serviços médicos e de enfermagem nas Barrojeiras (Alcanadas – Batalha) e na Corredoura (Porto de Mós). Os objetos referidos são representativos dos instrumentos médicos e de enfermagem utilizados na época. Os objetos de Cecília Calé Gaspar Boa parte destes objetos são propriedade da nossa amiga e colaboradora de longa data, Cecília Calé Gaspar. Dona de uma energia contagiante, dedica boa parte do seu tempo a cuidar dos outros, praticando diversas ações de voluntariado. Coordenou mais de 40 voluntários no Centro Hospitalar das Brancas, na sua terra. Contou-nos que fez o curso de Agente de Educação Familiar Rural, onde, entre outras aprendizagens, teve instrução em cuidados de enfermagem, tendo estagiado no Hospital Manuel de Aguiar, em

Leiria, na área de urgências e operações. Foi com as seringas em exposição na vitrine que vacinou muitas pessoas nas Brancas e não só. Amante de objetos antigos e do colecionismo, ficou com a guarda de um estetoscópio, que lhe foi cedido pelo médico Dr. Wilson e do esfigmomanómetro, herança do médico Dr. Moura Ramos. O MCCB expõe, para além destas peças, objetos escolares pertença da D. Cecília, que se podem apreciar na vitrine dedicada à Educação. Assim se constrói o Museu de Todos e se completa a vasta história da Batalha, sendo Cecília Calé Gaspar uma colaboradora fundamental. Recordamos que o museu abre de quarta-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Siga-nos também nas nossas redes sociais (Facebook: MCCB – O museu de todos) e acompanhe as nossas atividades. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Tratar da saúde das galinhas O mês de fevereiro marca o período em que o tempo começa a mudar. Por cá ainda se sentem as geadas, o que inibe algumas sementeiras definitivas, daí ser importante fazê-las em local protegido. É uma boa altura para melhorar o solo, a sua composição e estrutura, através de estrume curtido ou composto. Este pode ser introduzido no solo ou posto à superfície, assim as minhocas irão incorporá-lo naturalmente. Pode também espalhar pedaços de cartão nas zonas que mais tarde serão de semeadura e plantio. Esta é uma forma de ir

preparando o solo, aquecendo-o e mantendo-o livre de plantas indesejadas. Para os que já iniciaram as sementeiras em local coberto, dá para ver as plantas a nascer - e é sempre tão reconfortante este momento -, adiantando-se assim serviço à horta, pois podem plantar-se dentro de alguns dias/semanas mais robustas e terá passado a geada que por estes lados ainda nos recebe pelas manhãs. Hortícolas para semear em local coberto: acelgas, alfaces, alho francês, bróculos, couves-repolho, ervas aromáticas, nabos, rúcula, tomates, pimentos.

Hortícolas para semear ao ar livre em zonas menos propensas a geadas: alho francês, beterrabas, canónigos, cebolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves- repolho, espargos, espinafres, ervilhas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, coentros, calêndulas. Jardim, semear: amor-perfeitos, gipsófilas, manjericos, ciclames, cólios, sécias, bolbos, margaridas, cravinias. Nesta época, para quem tem galinhas em galinheiros, é normal elas apresentarem alguns transtornos de saúde - saiba que as aromáticas servem muito bem tam-

bém para elas, é comum por aqui oferecer-lhes na água infusões de plantas, nomeadamente infusão de hortelã. Assim limpam os intestinos, pois a hortelã ou as mentas servem como repelentes de vermes internos. No ninho das galinhas devem ainda ser incorporadas diversas aromáticas, tais como: funcho – estimulante de postura; alfazema – calmante, aumenta a circulação sanguínea, reduz o stress e aromático; erva-cidreira – calmante e repelente de roedores, hortelã – repelente de vermes e insectos, urtigas – calmantes (podem ser adicionais à pasta de sêmeas

que lhes sirva pela manhã), salsa – rica em vitaminas e evita a proliferação de salmonelas; tomilho – aumenta a saúde respiratória e é cal-

mante (este também sirvo como chá na água). Na Horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas Colheitas.


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m Na primeira linha de preocupações está a diminuição da disponibilidade hídrica decorrente da redução da diminuição total da precipitação nos últimos meses “A falta de água é um problema que preocupa” os dez municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, incluino o da Batalha, que “começam a sentir os efeitos do aumento da frequência e severidade das secas associado à diminuição da precipitação, pelo que á hora do fecho desta edição (15 de fevereiro) se preparavam para avaliar medidas conjuntas. “Na primeira linha de preocupações está a diminuição da disponibilidade

hídrica decorrente da redução da diminuição total da precipitação nos últimos meses e do número de dias com precipitação, com efeitos nefastos ao nível das reservas de água e escassez de recursos hídricos para a atividade agrícola”, afirma a CIM da Região de Leiria em comunicado. Neste domínio, a CIM da Região de Leiria “está a avaliar várias linhas de intervenção preventiva, que passam, entre outras, pelo reforço de infraestruturas municipais de retenção de água para uso agroflorestal; a ampliação de soluções de armazenamento; a disseminação e sensibilização de cidadãos e demais stakeholders; o controlo de perdas reais e aparentes ao longo do processo de captação, adução e distribuição de água; e ainda medidas de melhoria das condições dos

Foto: USFWS © Pixnio

Região vai tomar medidas para enfrentar a seca

p A seca está a afetar a maior parte do país sistemas de recolha, armazenamento, distribuição e reutilização de água”. Neste âmbito, a CIM Região de Leiria “encontra-se numa fase de avançada implementação” do Programa de Educação, Sensibilização e Informação Pública sobre Alterações Climáticas

da Região de Leiria (PESIPAC-RL), cofinanciado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e “tem por objetivo a promoção do conhecimento e literacia da comunidade relativamente às alterações climáticas, capacitando-a e

sensibilizando-a para a adoção de medidas de autoproteção e de adaptação para fazer face aos riscos a que a Região de Leiria se encontra particularmente exposta”. “No imediato, recomenda-se a adoção de medidas de poupança de água, na agricultura, designadamen-

te com a redução de consumos na rega das culturas e no cultivo de culturas menos consumidoras ou de ciclos curtos e, junto da população, serão incrementadas medidas de sensibilização para o uso racional de água em todas as habitações”, conclui o comunicado.


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Inovação e competitividade económica entre as prioridades dos autarcas ceiros o orçamento da CIM Região de Leiria para 2022 ascende a 6,4 milhões de euros, registando uma situação de equilíbrio orçamental com um saldo corrente positivo de 311.680 euros A assembleia da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), que integra o Concelho da Batalha, aprovou no dia 27 de janeiro, o orçamento para o ano de 2022 e as grandes opções do plano plurianuais para o horizonte dos próximos cinco anos. A Região de Leiria, para a prossecução da visão designada “Região de Leiria 2030”, identificou quatro eixos estratégicos que se materializam em projetos regionais estruturantes e respetivas medidas: reforço da coesão territorial; reforço da inovação e qualificações; reforço da competitividade territorial e

económica e reforço da resiliência e da neutralidade carbónica. Para cada um dos eixos são inscritos em plano e orçamento várias opções estruturantes, com enfoque para “os projetos relacionados com a educação, património, cultura, turismo, ambiente, saúde e formação dos agentes da administração local, promovendo o desenvolvimento do território e dinamizando parcerias com os diversos agentes regionais, respondendo assim às estratégias definidas para o desenvolvimento, inovação e coesão desta sub-região”, pode ler-se na proposta de orçamento aprovada por unanimidade dos membros da assembleia intermunicipal da CIM Região de Leiria. Em termos financeiros o orçamento da CIM Região de Leiria para 2022 ascende a 6,4 milhões de euros, registando uma situação de equilíbrio orçamental com um saldo corrente positivo de 311.680 euros. No presente ano, na execução orçamental regista-se um peso relevante no investimento

em projetos como o PICIE - Plano e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar da Região de Leiria, desenvolvimento do Plano Sub-Regional de Ação (Prevenção de Fogos Rurais) e a implementação de planos e comunicação e promoção turística da região, área considerada estratégica para a recuperação económica da Região de Leiria. No que respeita a novos projetos, destacam-se iniciativas intermunicípias como a construção do pri-

meiro CRO-Centros de Recolha Oficial de Animais de Companhia Intermunicipal, a localizar no Município de Castanheira de Pêra, a implementação de uma rede intermunicipal de Espaços de Coworking, com o objetivo dinamizar e fixar no território as designadas Comunidades Digitais, bem assim, em termos ambientais, o CIM prevê lançar projeto “Eco Região de Leiria”, uma inovadora resposta à obrigação legal de implementar o Sistema

de Depósito e Recolha Seletiva de Embalagens em Portugal. A CIM Região de Leiria regista ainda o acompanhamento e gestão, respetivamente, de 45,7 milhões de euros no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial, e 12,7 milhões de euros, em medidas de apoio a pequenos projetos empresariais, verbas executadas no quadro do Programa Operacional do Centro - Centro 2020, cuja prioridade inscrita no plano

agora aprovado é incrementar a celeridade de resposta aos projetos de iniciativa empresarial, como estímulo à dinamização da economia. Com a aprovação deste documento, concretiza-se igualmente uma reestruturação orgânica dos serviços intermunicipais, “antecipando os exigentes desafios de negociação do próximo quadro financeiro do Portugal 2030 e criando uma unidade específica apenas para dinamizar e apoiar as candidaturas a fundos europeus”. Foto: DGPC

m Em termos finan-

p A Batalha é uma das autarquias que integram a CIM Região de Leiria

Região regista uma redução de 9,36% no número de alunos com resultados insuficientes

p Os resultados foram apresentados em Leiria No âmbito do Plano Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PICIE) foram apresentados no dia 19 de janeiro os resultados das intervenções das equipas multidisciplinares no ano

letivo de 2020/2021. Uma equipa de Investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade de Coimbra, elaborou o relatório técnico de avalia-

ção dos resultados da atividade Leiria Team “Sim, (juntos) somos mais capazes! - Equipas multidisciplinares”, no qual se destaca uma redução de 9,36% do número de insuficientes no 1º CEB, embora na área curricular da matemática exista um aumento do número de menções de insuficiente, que se julga relacionado com o confinamento das crianças e o processo de aprendizagem online, motivados pela pandemia que estamos a viver, mas também pelas dificuldades das famílias no acompanhamento desta matéria. Relativamente à retenção efetiva, das 48 crianças em risco de retenção no 1º pe-

ríodo e das 38 crianças em risco de retenção no 3º período, apenas 27 ficaram efetivamente retidas, o que representa um decréscimo de 29%, resultado que ultrapassaram em 4% a meta estabelecida em sede de candidatura pela CIMRL (redução de 25% da taxa de retenção e desistência nos anos curriculares abrangidos). A CIM Região de Leiria apresenta-se, nos dados oficiais nacionais partilhados por José Verdasca, Coordenador da Estrutura de Missão da Promoção do Sucesso Escolar, com valores abaixo da média nacional e até regional, sobretudo na disciplina de português,

que em 2020/2021 (1º ano do 1º CEB), apresentou uma taxa de menções de Bom/ Muito Bom na ordem dos 75% (Nacional = 71% e Região Centro = 74%). O PICIE, implementado desde 2017 pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, em parceria com os 10 municípios associados, define-se como um programa integrado de intervenção comunitária, orientado para prevenir o insucesso escolar e promover a qualidade das aprendizagens das crianças a frequentarem o ensino pré-escolar e o 1º CEB e tem como objetivo a definição de um modelo de monitorização da intervenção, assente em

indicadores quantitativos e qualitativos, que evidenciem o alcance das metas de implementação e os resultados previstos permitindo, deste modo, a criação de um projeto científico assente em pressupostos sólidos de investigação e útil para toda a comunidade educativa envolvida. Este projeto mobiliza, um total de cerca de 13.131 crianças e alunos do PE e do 1º CEB e conta com um leque mais vasto de atividades, nas áreas da educação para a saúde e bem-estar, educação para o património e multiculturalidade, inclusão social, igualdade de género, ciências, ambiente, artes, entre outras.


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Aves da Batalha organiza observação da natureza na Pia do Valinho m A Pia do Valinho encontra-se no extremo sul da freguesia de São Mamede, num pequeno vale próximo das localidades de Lagoa Ruiva e Casal Vieira O Aves da Batalha volta às saídas de campo no sábado, dia 19 de fevereiro, e “convida todas as pessoas interessadas e curiosas pela natureza” a juntarem-se ao grupo que vai partir à descoberta de um recanto natural da freguesia de São Mamede: a Pia do Valinho. A Pia do Valinho encontra-se no extremo sul da freguesia de São Mamede, num pequeno vale próximo das localidades de La-

A ter em conta Hora de início: 8h00 Ponto de encontro: Parque de estacionamento ao lado da Derone (loja de roupa), Casal Vieira, São Mamede, coordenadas - 39.571306, -8.705513 Tipo de participação: Inscrição gratuita, mas obrigatória (limite de 15 pessoas) Material ou informação útil aos participantes: binóculos, guia de aves, câmara fotográfica, calçado apropriado para caminhar em terra batida, água e pequeno lanche Contactos da organização e inscrição: avesdabatalha@ gmail.com

p Observação num percurso de três quilómetros goa Ruiva e Casal Vieira. “É a primeira vez que visitaremos este local e fizemo-lo porque é um vale

que alberga uma grande heterogeneidade de habitats, como as manchas de carvalho-cerquinho (cer-

cais), os campos agrícolas, os pinhais e as zonas de matos típicas da serra”, explica o Aves da Batalha.

Durante o percurso será possível observar com facilidade espécies de aves invernantes, como o tordo-comum, o tordo-ruivo, o tentilhão-comum e a petinha-dos-prados, e ainda espécies de chapins, pica-paus, a trepadeira-azul e outras aves insectívoras,

como os piscos-de-peito-ruivo, as toutinegras. “Está previsto caminhar um percurso de três quilómetros para, em conjunto, conhecermos as aves e os outros seres vivos que vivem neste belo e natural recanto do concelho da Batalha”, destaca a organização.

Clã 4 do Agrupamento 194-Batalha reuniu na Quinta do Escuteiro

p Encontro na Quinta do escuteiro A reunião de serviço do Clã 4 do Agrupamento 194-Batalha, da região escutista de Leiria-Fátima, aconteceu na Quinta do Escuteiro. No dia 29 de janeiro, ajudámos a limpar o terreno de uma das arenas da quinta e a aperfeiçoar alguns pormenores do pórtico de entrada. Por sermos de perto, muito perto até, a Quinta do Escuteiro é-nos familiar. Entre Acaregs, um Acagrup especial come-

morativo dos 50 anos do nosso agrupamento, reuniões e outras atividades, estarmos rodeados pelas árvores da Quinta do Escuteiro já nos parece habitual. Apesar da temperatura ambiente ser habitualmente algo fria, fomos acolhidos com um bom sol, que ajudou muito nos trabalhos. Fomos recebidos pelo staff, que dividiu o serviço em dois: o pórtico e a arena.

Um grupo de caminheiros tratou de trocar e apertar alguns camarões do pórtico, para manter a sua boa aparência que cumprimenta todos os visitantes deste Centro Escutista. Outros caminheiros estiveram a limpar a zona da arena, livrando-a de algumas ervas daninhas e, com orientação do staff, delimitaram-na com cordas. Tínhamos vontade de servir e achamos que contribuir para a manutenção de um espaço tão importante e ao mesmo tempo tão perto de nós era a melhor maneira de o fazer. Por estar bom tempo, trabalhámos bem enquanto conversámos e fortalecemos o espírito de clã. Obrigado ao staff da Quinta do Escuteiro por ter sido tão prestável e por nos ter deixado ajudar a tornar um local tão especial um pouco melhor do que o encontrámos. Sara Guerra

Produção e comércio de Carnes

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Explosão em prédio faz dois feridos m Os feridos são os membros do casal que morava no apartamento, que ficou muito danificado Uma explosão num apartamento em São Mamede, na noite do dia 12 de fevereiro, provocou dois feridos e 19 desalojados. O rebentamento, verificado pelas 20 horas, no 2º andar do prédio, dever-se-á a uma fuga de gás. Os feridos são os membros do casal que morava no apartamento, que ficou muito danificado, e foram transportados para o Hospital de Santo André, em Leiria, um deles em estado considerado grave. A maioria dos desalojados passou a noite em casa de familiares. A coordena-

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ção do realojamento esteve a cargo da Proteção Civil da Batalha. Se os peritos assim o permitissem, após analisarem o local, os moradores poderiam regressar a casa. A decisão seria tomada já depois do fecho desta edição. A explosão provocou danos elevados no imóvel de dois andares, com espaços de habitação e comerciais, situado no centro de São Mamede. O alerta sobre a ocorrência foi dado às 20h08 e mobilizou 15 operacionais apoiados por seis viaturas dos Bombeiros da Batalha, INEM, Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e GNR, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria.

António Lucas preside ao Conselho Consultivo do movimento “Batalha é de Todos” O ex-presidente da câmara e da assembleia municipais António Lucas vai ser o presidente do Conselho Consultivo do “Movimento Independente Batalha é de Todos”, que fez o anúncio no dia 12 de fevereiro em comunicado. “Aceitei este honroso convite porque acredito convictamente que o conselho consultivo pode contribuir para aproximar a câmara municipal dos munícipes e servir como órgão de apoio e de consulta para uma governação mais próxima das pessoas”, refere António Lucas. “A função do conselho consultivo é apoiar o executivo municipal na concretização de políticas e estratégias de desenvolvimento orientadas para o interesse dos batalhenses, com projetos que verdadeiramente sejam alicerce de futuro”, adianta. O ex-autarca defende ainda que a criação do Conselho Consultivo do “Mo-

p António Lucas quer “aproximar a câmara dos munícipes” vimento Independente Batalha é de Todos” “traduz o cumprimento do que havia sido anunciado na campanha eleitoral”. “A decisão foi tomada na última semana, numa sessão que contou com a participação dos presidentes da câmara municipal, Raul Castro, e da assem-

bleia municipal, Joaquim Ruivo; do vice-presidente da autarquia, Carlos Monteiro, e de outros elementos da sociedade civil”, adianta o movimento. Na sessão “foram definidas as principais áreas sobre as quais o conselho consultivo se vai debruçar e que incluem a ação social,

economia, ambiente, educação, saúde, juventude e a cultura”. O Conselho Consultivo do “Movimento Independente Batalha é de Todos” vai reunir trimestralmente, “estando prevista a integração neste fórum de diversas personalidades da sociedade civil”.

s À Mesa Ana Caseiro

A nossa costa Haverá algo tão bonito e digno que ir à Praia da Vieira ou a Peniche ver os pescadores a chegar de barco com a suas pescarias? O peixe a brilhar com o sol, a alegre gritaria da venda da lota. Ao longo da nossa costa podemos encontrar diferentes formas de pescaria com redes, de linha ou armadilhas. Com redes existe o cerco (redes longas e cria-se uma bolsa), arrasto (redes rebocadas por barcos e depois por tratores para a praia como acontecer na Praia da Vieira e Pedrogão) e armações um sistema de redes fixas onde o peixe entra livre e fica impedido de sair. Com linha há a Palangre uma linha principal forte e comprida onde pedem linhas secundarias com anzóis com isco nas exterminadas. Para finalizar há a pesca com armadilhas, são estruturas (covos) as presas são atraídas por isco para o

eu interior ou simplesmente procuram abrigo. Na nossa costa podemos encontrar várias espécies de pescados que são consumidos em Portugal como: sarrajão, atum, sardinha, cavala, robalo, dourada, pata-roxa, raia, garoupa, cherne, atum, bonito, corvina, choco, safio, moreia, espadarte, carapau, pargo, goraz, sargo, cantarilho, congro, linguado, peixe-galo, peixe-porco, salmonete, lula e polvo. Espero não ter esquecido de nenhum. Massada de peixe com berbigão (para 4 gulosos) Ingredientes: Garoupa cerca de 800 gramas peixe limpo Berbigão fresco 500 gramas Cebolas 2 unidades Tomates 3 unidades Cenoura 1 unidade Alho 4 dentes Pimento vermelho ½ unidade

Cozinheira

Coentros 1 molho Água 3l Massa cotovelos 400 gramas Sal q.b. Pimenta q.b. Picante q.b. Preparação: Escolhi a garoupa, que tem alguma gordura e é muito muito saborosa, mas esta receita pode ser feita com outro peixe, o que deve ter em atenção é poder aproveitar o máximo do peixe desde a pele, espinhas e carne. Opte por pedir um peixe amanhado na peixaria e inteiro. Depois é muito fácil cortar o peixe em casa. Como todas as receitas começamos pela mise-en-place (preparação, cortes de ingredientes, caldos) o peixe com cerca de dois quilos, trabalhe do rabo do peixe para a cabeça e elimine todas as barbatanas com

a ajuda de uma tesoura de cozinha. Coloque o peixe em cima da tábua de corte com o rabo virado para si e a espinha dorsal virada para o lado direito. Ponha a mão esquerda em cima do peixe e estique bem a pele ao nível da espinha dorsal. Faça uma incisão em todo o comprimento, acima da espinha dorsal e separe delicadamente o filete ao longo da espinha. Vire o peixe. Faça uma incisão acima da espinha dorsal em todo o comprimento do filete e separe-o com cuidado para não deixar vestígios de carne na espinha. Ficou com dois filetes de peixe limpos, corte esse peixe em cubos com cerca de três centímetros e reserve no frio. Com as espinhas e a cabeça de peixe vamos fazer um fumet (caldo de peixe aromatizado). Num tacho ao lume coloque três litros de água

as espinhas e cabeça de peixe, cinco talos de coentros, meia cebola cortada em cubos e uma cenoura descascada cortada em três peças. Deixe cozer durante 30 minutos, passe este caldo por uma peneira e reserve. De volta a tábua, pique finamente o alho e a cebola. O tomate corte-o em cubos e reserve. No pimento vermelho comece por limpar as sementes interiores e corte em cubos muito pequenos. Por fim corte as folhas dos coentros, este ingrediente vai ser o último a entrar no preparado. Siga para o fogão! Coloque ao lume um tacho com fio de azeite e refogo o alho e cebola, deixe alourar muito bem, adicione o tomate e o pimento vermelho, coloque cerca de um litro de fumet. Deixe cozinhar durante 10 minutos, adiciona a massa cotovelos, estas devem cozinhar em 9/10 minutos.

Adicione mais um litro de caldo e o peixe limpo, precisa cerca de quatro minutos de cozedura. Tempere de sal, pimenta e picante a gosto. A finalizar coloque os berbigões no tacho durante dois minutos. Retire do fogão adicione coentros a gosto e está pronto a desgostar. Nesta receita pode ser usado bacalhau, que não é um peixe da nossa costa, mas adoramos imenso. Esqueci-me do peixe pregado e do rodovalho! Até a próxima edição e boas degustações.


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Atualidade Batalha

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Mulher lidera pela primeira vez o Centro Recreativo de Alcanadas Q u a n to a o s o bj e t i vos para o mandato de 2022/2024, a nova presidente revelou alguns “pontos fundamentais”, como terminar a construção da nova sede da associação, criar condições para o clube voltar a ter atividades desportivas e continuar a colaborar com

m Liliana Coelho quer terminar a construção da nova sede da associação e criar condições para o clube voltar a ter atividades desportivas O Centro Recreativo de Alcanadas, que comemora este ano o cinquentenário, tem pela primeira vez na sua história uma mulher na liderança da coletividade do Concelho da Batalha. A tomada de posse de Liliana Coelho, e dos restantes novos órgãos sociais, aconteceu no dia 7 de fevereiro. A sua equipa “é muito eclética a nível geracional, com diretores entre os 18 e os 65 anos e conta com vários antigos presidentes do clube”, lê-se numa nota da coletividade.

Assembleia geral Presidente: Luciano Gonçalves Vice-presidente: Fernando Ferreira Secretário: Lamartino Batista

p Liliana Coelho lidera associação As funções de presidente do conselho fiscal são desempenhadas por Raquel Frazão e na presidência da assembleia ge-

ral continua Luciano Gonçalves, dirigente nacional que desempenha o cargo de presidente da Associação Portuguesa de Ár-

bitros de Futebol (APAF). Vai continuar, desta forma, a colaborar com a coletividade da sua terra natal.

Conselho fiscal Presidente: Raquel Frazão Vice-presidente: Sandra Vieira Secretário: Carina Vieira

as entidades públicas e privadas. Liliana Coelho destacou também “a importância de iniciativas direcionadas para as várias gerações, querendo agregar os jovens para o meio associativo, mas sem esquecer o passado e valorizando o presente”. Direção Presidente: Liliana Coelho Vice-presidente: José Fernando Vice-presidente: Hélio Batista Tesoureiro: Dulce Vieira Secretário: Isilda Marques Vogal: Ruben Franco Vogal: Filipe Ferreira Vogal: Noelma Batista Vogal: Paulo Dinis Bernardo Vogal: Raul Santos Vogal: Artur Soares Batista

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt


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Batalha Opinião

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Jornal da Batalha

s Fiscalidade

Medidas de compensação ao aumento da remuneração mínima mensal garantida Este apoio é dirigido a todas as entidades empregadoras com sede em território continental, independentemente da sua forma jurídica, bem como as pessoas singulares, com um ou mais trabalhadores ao seu serviço, a tempo completo, a 31 de dezembro de 2021, com o valor da remuneração base (RB) declarada igual ou superior à retribuição mínima mensal garantida (RMMG) para 2021 €665,00 e inferior à retribuição mínima garantida para 2022 €705,00. Compete à Segurança Social (SS) o apuramento das entidades empregadoras, bem como o número de trabalhadores abrangidos, que reúnem as condições legais para beneficiarem da medida excecional de compensação ao aumento do valor da RMMG, com base nas declarações de remunerações en-

tregues pelas entidades empregadoras. Este apoio será pago de uma única vez e não é repetível, pelo IAPMEI ou pelo Instituto de Turismo de Portugal, às entidades empregadoras abrangidas pelo apoio consoante a respetiva atividade económica principal, conforme previsto na Lei. Os dados base para o apuramento do número de postos de trabalho objeto de apoio são obtidos através da declaração de remunerações que a entidade empregadora entrega à SS relativa ao mês de dezembro de 2021, entregue em janeiro de 2022, sendo tais dados extraídos no dia 25-01-2022. Não serão consideradas, para efeitos deste apoio, as alterações/retificações que as entidades empregadoras possam efetuar posteriormente àquela data.

Para apuramento do número de trabalhadores por entidade empregadora serão aplicados os seguintes critérios: Serão considerados todos os trabalhadores que apresentem uma RB com as seguintes naturezas remuneratórias: “P – Remuneração base” e “6 – acertos de vencimento”. Outras naturezas remuneratórias declaradas não serão consideradas. Serão apurados todos os trabalhadores por três níveis de remunerações: i) N.º trabalhadores com remuneração igual a €665,00, ii) N.º trabalhadores com remuneração superior a €665,00 e inferior a €705,00, e iii) N.º de trabalhadores com remuneração superior a €665,00 e inferior a €705,00 e com remuneração inferior a €665,00 dezembro de 2020. O valor do apoio é apurado

de acordo com a situação dos trabalhadores, ou seja, a entidade empregadora recebe o apoio no valor de: €112,00 por trabalhador que na declaração de dezembro de 2021 auferia o valor de RB declarada equivalente à RMMG para 2021; €56,00 por trabalhador, caso a RB declarada e auferida pelo trabalhador em dezembro de 2021 seja superior à RMMG para 2021 e inferior à RMMG para 2022, e €112,00 por trabalhador, caso a RB declarada e auferida pelo trabalhador em dezembro de 2021 seja superior à RMMG para 2021 e inferior à RMMG para 2022, e com remuneração inferior à RMMG para 2021 em dezembro de 2020, quando esse valor estivesse previsto em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho celebrado, revisto ou alterado em 2021. Para poder beneficiar do

apoio a entidade empregadora terá obrigatoriamente de proceder ao seu registo, manifestando o pedido de apoio, através da plataforma especificamente criada para o efeito: csmn2022.iapmei.pt Apenas poderão beneficiar de compensação ao aumento do valor da RMMG as entidades empregadoras que na declaração de remunerações relativa ao mês de dezembro de 2021, tenham um ou mais trabalhadores, a tempo completo, com valor da RB declarada igual ou superior à RMMG para 2021 €665,00. Para receber este apoio é obrigatório validar o endereço eletrónico devem aceder à plataforma para efetuar o seu registo, através dos sites do IAPMEI e do Turismo de Portugal. O apoio será processado após validação junto das en-

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

tidades competentes da relação NIF/IBAN e desde que à data do pagamento a entidade empregadora tenha a respetiva situação tributária e contributiva regularizada perante a AT – Autoridade Tributária e Aduaneira e a SS.

s Noticias dos Combatentes NCB

As prisões invisíveis A Convenção Europeia dos Direitos do Homem é a primeira convenção do Conselho da Europa e a pedra angular de todas as suas atividades. É seu objetivo promover a paz, os valores europeus, o bem-estar dos seus cidadãos e, assente nos valores invioláveis do ser humano, proteger o direito à vida, à segurança, à liberdade de pensamento e expressão, ao casamento e proibir a pena de morte, a discriminação e a escravidão. Foi adotada em 1950 e entrou em vigor em 1953. A sua ratificação é um pré-requisito que todos os países que pretendem fazer parte da União Europeia têm de cumprir, e fazer os outros cumprir. Ficámos recentemente a saber, através de uma reportagem da prestigiada revista New Yorker(1), de 28 de Novembro de 2021, que, Aliou Candé, um jovem de 28 anos, saiu da Guiné-Bissau a pedir

boleia pelas estradas poeirentas de África, para tentar emigrar para a Europa. Chegou em janeiro de 2020 a Marrocos e até queria vir para Portugal, onde tinha família. Pediram-lhe três mil euros para fazer a travessia por mar para o continente europeu. Ele que saíra da Guiné apenas com 600 euros no bolso. Quando soube que, na Líbia, se fazia a travessia mais barata, foi lá tentar a sorte, mas acabou por se meter num inferno que lhe custaria a vida. Foi capturado pela “Guarda Costeira da Líbia” e acabou numa cadeia local, onde seria abatido, na sequência de uma revolta de prisioneiros, na qual não estava envolvido. Uma prisão, entre 15 outras semelhantes, instaladas naquele país, gerida por milícias tribais (uma vez que não há um verdadeiro governo Líbio), que são pagas pela

EU, através de um Fundo Fiduciário de Emergência para África, que foi criado em novembro de 2015, com o “intuito de combater as causas profundas das deslocações forçadas e da migração irregular e de contribuir para uma melhor gestão da migração. O orçamento geral do Fundo Fiduciário de Emergência da UE para África ascende a mais de 4,5 mil milhões de euros”. Uma parte deste fundo irá certamente para projetos de mérito, mas muitas verbas dessa fonte estão a ser usadas de forma corrupta. A reportagem relata, por exemplo, que em 2018 esse dinheiro foi entregue para satisfazer uma “lista de compras”, com presentes para as autoridades do Níger, que incluíam automóveis, aviões e helicópteros, em troca da promoção de políticas anti-imigran-

tes. Outra parte do dinheiro serviu para criar um centro de espionagem para a polícia secreta do Sudão. Parte pagou estas prisões e estas milícias na Líbia. Ora, a conclusão a que chegamos é a de que os dirigentes europeus têm na boca a defesa dos direitos humanos mas, com estes atos, procuram apenas es-

conder (afastar) da Europa o problema das migrações. Naquelas prisões são praticadas as mais ignóbeis torturas, desde choques elétricos, estupro de menores pelos guardas, extorsão de 500 dólares em troca da liberdade, venda de homens e mulheres para redes de trabalhos forçados. É toda uma panóplia de horrores, cuja

ideia é criar um inferno na Líbia, da qual a UE lava as mãos, para dissuadir as pessoas de virem para a Europa. “Faz o que eu digo e não o que eu faço” ou, como diz o povo em bom português, “Pimenta no cu dos outros para mim é refresco”. Só que à mulher de César não basta sê-lo; também tem de parecê-lo.


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Economia

Grupo Erofio investiu 3,7 milhões em unidade de fabricação aditiva m A nova fábrica junta as três impressoras 3D do grupo, a primeira adquirida há dez anos, a segunda há quatro e a mais recente chegou no ano passado A unidade de fabricação aditiva (impressão 3D) de partes de moldes do grupo Erofio foi inaugurada no dia 9 de fevereiro pela Ministra da Coesão Territorial, que considerou o projeto “exemplar” em termos de inovação e competitividade. O edifício foi inspirado no Hotel Hilton, localizado junto ao aeroporto de Frankfurt. “Quando pensei no edifício quis que fosse diferente e incluísse o aproveitamento de uma bacia de retenção das águas pluviais”, explica Manuel Novo, presidente do grupo. A obra começou há um ano e meio e nasceu sobre o lago formado pelas águas da chuva, escorridas do edifício principal do grupo, situado a poucas dezenas de metros, na Jordoeira. “Dei uma utilidade à bacia de retenção, fiz

uma obra inspirada no Hotel Hilton Frankfurt, tudo integrado num conceito a lembrar a tecnologia que está no interior do edifício”, explica Manuel Novo. A unidade tem uma arquitetura muito diferente da generalidade dos pavilhões industriais. No interior, numa zona ampla separada da nave principal, onde estão instalados três centros de fabricação aditiva, há uma área do chão revestida a vidro, o que permite observar a água da bacia de retenção. A unidade de produção de partes de moldes por impressão 3D merece particular dedicação do presidente da Erofio, que explica com entusiasmo as características do edifício: “Vai poder-se ouvir o som das cascatas de água nos gabinetes, a iluminação led será de cores verde e azul, em cima e à volta do edifício, que também é circundado por uma linha de água ligada à bacia”. A nova fábrica junta as três impressoras 3D do grupo, a primeira adquirida há dez anos, a segunda há quatro e a mais recente chegou no ano passado.

p Ana Abrunhosa presidiu à inauguração da Fábrica Questionada sobre se esta seria a sua última inauguração enquanto ministra, Ana Abrunhosa respondeu que veio ao concelho da Batalha “com o maior gosto”, convidada por um empresário “de sucesso deste território”. “Se virei a outras inaugurações, isso é um problema que cabe ao senhor primeiro-ministro resolver”, salientou. “Nós inaugurámos uma fábrica com um processo produtivo inovador e é isso que quero destacar hoje. A

felicidade de inaugurar uma unidade de um grupo familiar que lhe permite ser mais competitivo, em mercados cada vez mais agressivos em termos concorrenciais, e é esse registo que levo daqui e mais nenhum”, adiantou a ministra da Coesão Territorial. Na perspetiva da governante, o grupo Erofio “é um exemplo porque, apesar de ter sucesso, nunca deixou de investir”. E isso, referiu, “é muito importante porque os fatores de competitividade

p O grupo é detido pela família Novo mudam e, em pleno período de pandemia, esta empresa não baixou os braços. Percebeu quais são as novas necessidades de mercado, investiu e inovou”. Para Manuel Novo trata-se de “um investimento indispensável no dias de hoje, no sector dos moldes”. “Hoje é um dia importante, porque entendemos que estamos a fazer o caminho certo, porque esta unidade tem outra abrangência e outra capacidade de mercado, sendo única a nível europeu

em termos de dimensão”, concluiu. A unidade de fabricação aditiva corresponde a um investimento de 700 mil euros de capitais próprios na construção do edifício e de três milhões de euros, com financiamento comunitário, na aquisição de equipamentos. Integra a empresa Erofio – Engenharia e Fabricação de Moldes, que é parte do grupo que emprega 220 trabalhadores e atingiu um volume de negócios de 21 milhões de euros no ano passado.

Grupo detentor da Águas do Lena quer liderar transição da água

p Reservatório da Calvaria

O grupo francês Saur, que em Portugal detém a Aquapor e a Águas do Lena, assumiu no início de fevereiro que “está a traçar um novo rumo para 2030 para se tornar o líder da transição da água”. “A Saur está agora a delinear o rumo para 2030, com um plano estratégico centrado na economia circular e a ambição de tornar-se o líder da transição da água, ou seja, ser o melhor parceiro para apoiar os seus clientes e comunidades na transição

para modelos mais sustentáveis e resilientes de utilização da água”, explica o grupo em comunicado. “Para assinalar este novo período, está a reafirmar os seus compromissos, ao definir para si um objetivo e ao revelar uma renovação completa da sua identidade de marca, partilhada pela Aquapor e pelas suas concessionárias em Portugal, como a Águas do Lena”, adianta. “A Aquapor e a Águas do Lena revêm-se nos objetivos

traçados pela Saur, e estão extremamente satisfeitas por fazer parte do projeto Missão Água”, refere o presidente executivo do grupo Aquapor, António Cunha. “Devolver à água o valor que ela merece, trabalhar em prol da diminuição de perdas de água e continuar a distribuir aos nossos clientes água de elevada qualidade é o que nos move todos os dias. Estamos seguros de que a Saur, a Aquapor e a Águas da Teja vão assumir a liderança neste processo

de transformação global, o da defesa do bem mais precioso que temos. A água”, salienta António Cunha. “Em dois anos, a Saur estabeleceu-se como um player relevante no mercado da água em todo o mundo. Estamos a entrar numa fase de aceleração que irá demonstrar a força do nosso modelo, que fará do grupo o líder da transição da água até 2030”, adiantou, por sua vez, o presidente executivo da Saur, Patrick Blethon.


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Saúde HPV – proteja o futuro de quem mais ama O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é considerado um carcinogéneo humano, de acordo com os critérios da International Agency for Research on Cancer (IARC). É responsável por quase todos os casos de cancro do colo do útero, das lesões pré-invasivas e invasivas anogenitais, da cabeça e pescoço, assim como de condilomas anogenitais e da papilomatose respiratória recorrente. Estão descritos mais de 200 tipos de HPV, dos quais cerca de 40 infetam preferencialmente o trato anogenital. A IARC classifica os HPV 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 66 como vírus do Papiloma Humano de alto risco (HPV-AR) e os HPV 6, 11, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 como vírus do Papiloma Humano

de baixo risco (HPV-BR). Os genótipos 16 e 18 são responsáveis, para além do cancro do colo do útero, por uma fração variável de cancro de vulva, vagina, pénis, ânus e orofaringe. Os genótipos 6 e 11 causam, principalmente, lesões cervicais, vulvares e vaginais de baixo grau, sendo responsáveis por 90% das verrugas anogenitais ou condilomas acuminados. Em Portugal, na população feminina, existe uma prevalência de infeção por HPV de 19,4%, sendo que em 76,5% dos casos estão envolvidos vírus de alto risco oncogénico (HPV-AR). Como a maioria das infeções sexualmente transmissíveis, o seu pico de incidência ocorre no adulto jovem, sendo mais rara depois dos 30 anos. A partir

dos 50-55 anos, observa-se um aumento na prevalência, que poderá ser explicado por novos contactos sexuais ou imunossenescência, o que permite a expressão de infeções latentes, até então indetetáveis. A nível mundial, estima-

-se que 80% da população tenha tido um episódio de infeção por HPV durante a sua vida. A resolução espontânea da infeção é comum. As infeções associadas aos genótipos de alto risco têm menor probabilidade de regressão.

A persistência da infeção por um HPV-AR é causa necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero (CCU).19 A carcinogénese do colo do útero é um processo multifatorial associado à infeção persistente pelo HPV-AR, com uma evolução relativamente lenta (15 a 25 anos, desde a infeção), proporcionando oportunidades de intervenção na prevenção. A vacinação tem demonstrado ser uma das armas mais eficazes e custo-efetivas em termos de Saúde Pública. Em todo o mundo, estima-se que os programas de imunização previnam cerca de 2,5 milhões de mortes por ano. Atualmente, apenas a vacina nonavalente (Garda-

Nos homens, os dados sobre a prevalência e a história natural da infeção por HPV indicam que a incidência média acumulada em heterossexuais entre os 18 e os 44 anos oscila entre os 56 e 65%, dos quais 26 a 50% são causados por HPV-AR.

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

Dra. Sâmella Silva

Terça/Quinta - Tarde Sábado - Manhã

Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

Próteses Dentárias

(Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortodontia

Neurocirurgia.............................................Dr. Armando Lopes......................... segunda - tarde Neurologia..................................................Dr. Alexandre Dionísio..........................sexta - tarde Nutricionista...............................................Dra. Ana Rita Henriques........................ terça - tarde

Rx-Orto Telerradiografia

Ortopedia....................................................Dr. António Andrade....................... segunda - tarde

Rua da Ribeira Calva . Urbanização dos Infantes, Lote 6, r/c frente . BATALHA . Tel.: 244 766 444 . 939 980 426 . clínica_jm@hotmail.com


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Saúde Batalha

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Precisamos acabar com o medo de viver

sil9) se encontra disponível em Portugal. A vacina é gerada por tecnologia recombinante e composta por partículas semelhantes aos vírus-VLP (virus like particles). O principal objetivo da vacinação consiste na prevenção do CCU, na redução significativa dos resultados citológicos cervicais anómalos e respetivos procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Os objetivos associados são a prevenção de outros cancros relacionados com o HPV. A vacina contra o HPV tem eficácia profilática, sendo que o potencial preventivo é maior quando aplicada a indivíduos não expostos. Em 2008 a vacina contra o HPV foi introduzida no PNV para as adolescentes de sexo feminino com 13 anos de idade, com uma campanha de repescagem até aos 17 anos (nascidas a partir de 1995). Em 2017 a vacinação foi antecipada para os 10 anos, conciliando com a administração da vacina Td e antecipando a idade de proteção. Desde 1 de outubro de 2020, o Programa Nacional de Vacinação (PNV) alargou a vacinação contra o HPV aos rapazes, nascidos a partir de 2009, sendo assim, todos os rapazes nascidos a partir de 2009 e raparigas nascidas a partir de 1995 que iniciem o esquema antes dos 18 anos, podem completar o esquema gratuitamente até completarem 27 anos. A importância da vacinação vai muito além da prevenção individual. Ao vacinar-se, está a ajudar toda a comunidade a diminuir os casos de determinada doença. A nossa saúde não é só o resultado dos nossos atos, mas também do nosso pensamento, por isso pense e atue. Oksana Halamay Médica Interna de Medicina Geral e Familiar, USF Condestável, Batalha

Manuela Vidigal Bertão Especialista em Medicina Interna

(…) quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar para poder vê-las assim. A arte de ser feliz, de Cecília Meireles

Não poucas vezes, talvez a mais delas, em muitas situações da nossa sociedade pós-moderna e pós-capitalista, vivemos uma permanente conspiração do silêncio em relação aos Cuidados Paliativos. Paliativo deriva do latim pallium que era o nome do manto usado pelos cavaleiros das Cruzadas para se protegerem das intempéries. Os Cuidados Paliativos têm este propósito fundamental, o de proteger, amparar, cuidar integralmente da pessoa e da sua família ao longo de todo o caminho novo que se abre quando há o diagnóstico de uma doença grave, incurável, progressiva e que, em anos a dias, pode levar à morte. Este acompanhamento abrange todas as dimensões da pessoa humana, desde o corpo que dói, às emoções que sentem, à

família que amam, e à alma que sofre. Algumas correntes defendem a mudança da designação de “Cuidados Paliativos” para outras alternativas mais redutoras e eufemísticas, que desenraízam estes cuidados do seu valor histórico e simbólico, na esperança que haja maior “aceitação” por parte da comunidade e dos próprios profissionais de saúde. Num tempo que se defende secular, vivemos de outros dogmas e atormentados por outros tabus que reconhecemos como normoses e, assim, nos impedem de sermos mais. Queremos fugir e ignorar a morte, o sofrimento, a intimidade, a espiritualidade; infantilizamo-nos em lugar de nos convocarmos para o crescimento; planificamo-nos em lugar de nos aprofundarmos. Porquê não acre-

ditar no poeta e mudar os homens usando borboletas? As pessoas que acompanhamos em Cuidados Paliativos são mestres e mostram-nos que o caminho para se ser inteiro não é fugir das questões fundamentais da vida, mas abraçá-las. Mostram-nos que querem ser cuidadas por uma medicina baseada na evidência e baseada na relação humana. Mostram-nos que a verdade e o afecto são essenciais para cuidarmos delas. Mostram-nos que é preciso encontrar o extraordinário no ordinário, porque o quotidiano é o grande tesouro. Mostram-nos que não é a morte que as atormenta, mas a vida mal vivida. Mostram-nos que apesar de, o valor superlativo da bondade, da gratidão e do amor são perenes. Mostram-nos que as regras podem ser

reinventadas. Mostram-nos que o tempo é presente. Mostram-nos que a doença não é um impasse, mas uma travessia para mergulhar em novas dimensões de si mesmas. Mostram-nos que a vida é uma dádiva e um dom. Embora os Cuidados Paliativos sejam associados à morte, a área principal do nosso cuidado é a Vida. Não tenhamos medo de olhar para nós e para os nossos e perceber como queremos realmente viver. Não tenhamos medo de ser mais verdadeiros, mais inteiros, mais humanos. O último apelo é o de conseguirmos fazer de Portugal um lugar onde as pessoas aprendam a ver as felicidades certas, isto é, um lugar onde não haja medo de viver.

Recuperar dos últimos dois anos com as menores sequelas possíveis

Catarina Canha Secretária-Geral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

Tradicionalmente esta época leva-nos a refletir sobre o ano que agora termina e a traçar objetivos para o ano que se inicia. Quando nós, Internistas, olhamos para trás não devemos ver apenas os últimos 12 meses, mas os últimos setenta anos, ao longo dos quais, em torno da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, nos juntamos para promover uma melhoria contínua dos cuidados de saúde. A capacidade de adaptação e resiliência da Medicina Interna precede os recentes acontecimentos mundiais. Foi sem surpresa que abraçámos os desafios que estes dois últimos anos

trouxeram a todo o Mundo, de forma competente e eficaz. Durante este período os Internistas adaptaram-se, aprenderam e ensinaram, em suma lideraram na linha da frente e contribuíram, na retaguarda, para a organização da resposta necessária. O próximo ano trará seguramente desafios, alguns antecipáveis, como a reorganização necessária para recuperar dos últimos dois anos, com as menores sequelas possíveis. Para além disto, estaremos a liderar na inovação, na procura de conhecimento e progresso científico, promovendo investigação de qualidade no seio da Medicina Interna e em colaboração com outras áreas do conhecimento médico. Pretendemos contribuir para os avanços tecnológicos que facilitam a interação médico-doente, como exemplo a telemedicina, garantindo que não é descurada a qualidade do atendimento médico. Continuaremos a liderar a formação no âmbito da Academia, na formação dos nossos internos, dos internos

das restantes especialidades médicas e na renovação do conhecimento entre especialistas. O nosso papel na formação é um dos mais importantes e um dos quais mais nos orgulhamos. Uma boa formação em Medicina Interna tem impacto nas diferentes especialidades médicas e contribui para Serviços de Saúde mais eficientes e produtivos. Desde sempre que a Medicina Interna, como especialidade agregadora tem um papel importante junto dos órgãos técnicos e deci-

sores das políticas de saúde nacionais, contribuindo para que estes tenham uma visão mais completa dos problemas e consigam estruturar respostas mais adequadas. Durante este próximo ano será expectável que este papel seja reforçado, pelo que estamos já a prepararmo-nos para tal. Esperamos promover sinergias com a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e trabalhar com o Ministério da Saúde, na implementação de políticas centradas no doente

e que visem uma melhoria da saúde em Portugal. Planeamos colaborar na implementação de circuitos de gestão integrada da doença crónica e da referenciação hospitalar. Mantém-se atuais as palavras do Professor Augusto Vaz Serra, que 1953 assegurava que a grande ambição da Medicina Interna de hoje está no progresso do conhecimento científico, isto é, a substituição da probabilidade pela certeza, a dúvida pela segurança, a sombra pela claridade.

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Jornal da Batalha

Património

Pequeno guia para uma visita ao Mosteiro (IV) No Claustro Real (ou de D. João I) vamos encontrar o que possivelmente é o primeiro ensaio do novo estilo, o Manuelino, que muita coisa leva a crer ter sido iniciado e criado pelo Mestre Mateus Fernandes, aquele Mateus Fernandes que dirige a obra a partir de 1490 a convite do Rei D. João II e que teria um antecessor, do mesmo nome e apelido, despedido em 1480 pelo Rei D. Afonso V, por o não considerar competente para levar avante a difícil tarefa. Poderei estar errado, mas é credível a possibilidade de existência de dois Mateus Fernandes. De qualquer forma é preciso averiguar se naquele tempo existiram dois ou apenas um Mateus Fernandes. O manuelino dá os primeiros passos nos ornatos dos arcos do Claustro Real pelo engenho de Mateus Fernandes e nos arcos da Fonte dos Frades já pela mão de Boitaca (Boytac) genro de Mateus, que, não tendo sido mestre das obras do nosso Convento, aqui prestou esporádicos mas valiosos serviços. É também da sua autoria o precioso pórtico da Igreja Matriz, pórtico que começa a precisar de cuidados em vista da degradação do calcário de que é feito. Boitaca exerceu o importante cargo de Mestre das Obras do Reino e pelos seus serviços valiosos ascendeu à elevada posição de cavaleiro da Casa Real. Boytac foi um dos mestres sepultados na Igreja de Santa Maria-a-Velha, cuja sepultura foi destruída quando arrasaram este primitivo templo da Batalha, dela restando a pedra com a identificação, que hoje está resguardada no Museu da Comunidade Concelhia. A caminho das Capelas Imperfeitas, vamos passar em brevíssima caminhada pelo dormitório dos frades,

espaço vasto que se enquadra bem no conjunto monumental e pela elegante fonte dos frades que se situa próximo da entrada do refeitório conventual, presentemente museu evocativo da Grande Guerra e dos soldados anónimos que nela perderam a vida. O pequeno átrio por onde passamos agora dá acesso à cozinha do Convento. Nela foi instalada a loja do então Instituto Português do Património que passará, muito em breve, para o espaço, que também servirá de saída dos visitantes, onde estiveram os nossos Bombeiros antes da construção da sua sede. Uma chamada de atenção aos visitantes: vale a pena conhecer esta loja que inclui uma livraria temática com obras que têm interesse para todos, várias dedicadas aos mais jovens. Passamos agora pela saída antiga onde está o busto do Rei Dom Fernando II, marido de D. Maria II. Foi este príncipe de origem alemã que se empenhou, no século XIX e depois duma visita ao monumento, na conservação do Mosteiro arruinado pelo abandono a que foi votado depois da expulsão dos frades dominicanos em 1834. Da sua notável acção resultou a nomeação, como restaurador do Mosteiro, de Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, que entre 1840 e 1843 realizou aqui uma obra merecedora de todos os elogios e da nossa maior admiração. Estamos agora no vasto terreiro a leste do monumento. Neste espaço foram construídos dois claustros no tempo de D. João III, um deles ou os dois arruinados pelos invasores franceses em 1810/1811. Era aqui também que foi construída a Igreja de Santa Maria-a-Velha, primitivo templo da povoação que é agora a Batalha e local

é o único mestre com sepultura conhecida no Mosteiro. O pórtico que dá acesso interior das Capelas é uma das maravilhas da aquitectura portuguesa e, podemos dizer, do mundo. A bordar o remate do pórtico está, três vezes repetida a primeira parte do mote (projecto de vida) de D. Duarte e repetida dezenas de vezes a segunda parte, evidentemente em francês como era uso então na Inglaterra e em Portugal. Traduzido será: “Serei leal enquanto viver”. Exposições na Vila a não perder

p A fotografia, publicada no precioso estudo e inimitável guia do Mosteiro, da autoria do saudoso Dr. Sérgio Guimarães de Andrade, edição da ELO (Lisboa-Mafra) de 1992, reproduz o canto noroeste do Claustro Real, vendo-se nos arcos da Fonte dos Frades os ornatos de Boutaca e nos arcos (à esquerda) os de Mateus Fernandes. de sepultura de importantes mestres como Huguet e Boitaca, a que já fiz várias referências noutros apontamentos. Pedra dos claustros destruídos foi utilizada na construção da belíssima e muito original Ponta da Boitaca, erguida para aproximar a estrada real de Lisboa ao Porto, da nossa vila e obra das últimas décadas do século XIX. Evidentemente que não foi construída pelo mestre que lhe dá o nome, falecido mais de trezentos anos antes. A razão do nome deve-se ao local ser conhecido pela Boitaca, com cer-

teza pelo célebre mestre aí ter tido no século XVI uma propriedade. Mais uma vez volto sugerir que no local da Igreja de Santa Maria-a-Velha, onde Boitaca foi sepultado, embora já assinalado, venha a erguer-se um monumento evocativo dos Mestres, que ali tiveram o seu panteão e inclusivamente dos outros de que se desconhece a sepultura, a quem devemos na Vila, o Mosteiro e a Igreja Matriz e por todo o País obras de referência. Memorial de exaltação e de gratidão aos artistas daquele tempo mas também

exemplo e incentivo para os artistas do nossos tempo. O guia leva-nos agora às Capelas Imperfeitas. Mandadas construir por D. Duarte I, filho de D. João I, a sua descrição preencheria várias páginas do jornal. Teriam sido iniciadas por Huguet, mestre que hoje se crê catalão, e continuadas por outros mestres, dos quais o mais notável e original foi Mateus Fernandes, um português muito provavelmente natural da Covilhã, este na altura em que o estilo gótico ia dando lugar ao manuelino. Recordo: Mateus Fernandes

No Mosteiro, na Capela do Fundador, continuará patente ao público a Exposição sobre Almada Negreiros e a sua sugestão, que para ele era crença, do destino de origem dos Painéis de São Vicente ser o Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Dos Painéis, que se encontram no Museu de Arte Antiga em Lisboa, há ali uma reprodução notável, uma réplica perfeitíssima que nos extasia e nos prende largo tempo em maravilhada observação. É uma exposição a não perder. Está patente ao público até Março. Exposições no Turismo Praticamente até ao fim do ano serão realizadas exposições das mais diversas temáticas. No momento está patente ao público uma sobre os fósseis, que durará todo o mês de Fevereiro. Qualquer destas exposições e das que virão a seguir têm especial interesse para os alunos dos vários graus de ensino.

José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (226)


Jornal da Batalha

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fevereiro 2022

Cultura

Mosteiro recebeu 124 mil visitantes Foto: leilavm © Pixabay

m É o segundo monumento nacional sob tutela da DireçãoGeral do Património Cultural mais visitado do país e o primeiro fora de Lisboa O Mosteiro da Batalha é o monumento nacional situado fora de Lisboa, sob tutela da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que registou o maior número de visitantes, 124.032 durante o ano passado. As estatísticas da DGPC, agora divulgadas, indicam que as visitas pagas ao Mosteiro de Santa Maria da representam um crescimento de 23,50% em relação a 2020; e uma perda de 70% em comparação com 2019. O resultado é ultrapassado apenas pelo Mosteiro dos Jerónimos (271.612 mil de visitantes no ano passado) Entre estes dois monumentos nacionais, o Mosteiro da Batalha é o que

p Mosteiro registou um número de vistantes muito abaixo da média devido à pandemia apresenta a melhor evolução percentual, já que o número de visitantes do Mosteiro dos Jerónimos cresceu apenas 16% em comparação com o ano passado e apresenta uma

descida de 75% relativamente ao ano de pré-pandemia. Já o conjunto de 25 equipamentos tutelados pela DGPC recebeu um total de 1.346.250 visitantes em

2021, mais 50.722 entradas face aos 1.295.528 registados em 2020. Os museus, monumentos e palácios nacionais registaram um aumento de 3,9% de visitantes em 2021,

face a 2020, e o Museu Nacional de Arqueologia lidera, pela primeira vez, os museus mais visitados. Nos palácios, o Palácio Nacional de Mafra apresenta número mais elevado

de visitantes, com 105.980. Nos museus, o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, superou a habitual liderança do Museu Nacional dos Coches, com 91.437 entradas, em 2021.

Entradas nos monumentos e museus nacionais 2021 2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2020/2021

2019/2021

Mjerónimos

807 845

943 833

1 080 902

1 167 114

1 079 459

1 096 283

234 007

271 612

16,07

-75

Média anual 835 132

MBatalha

300 565

330 047

396 423

492 045

407 950

416 793

100 427

124 032

23,50

-70

321 035

CCristo

209 294

254 313

295 808

354 763

348 510

365 379

113 783

116 451

2,34

-68

257 288

PNMafra

274 255

301 461

327 563

377 961

340 695

360 845

129 995

105 980

-18,47

-71

277 344

MNArqueologia

103 068

109 895

146 955

167 610

186 189

263 650

74 646

91 437

22,49

-65

142 931

MAlcobaça

187 499

198 406

226 516

260 429

221 685

219 945

67 026

85 844

28,08

-61

183 419

MNCoches

206 887

346 718

382 593

350 239

320 027

317 201

26 869

65 110

142,32

-79

251 956

MNAzulejo

115 515

132 716

160 557

193 444

219 420

233 595

49 635

59 994

20,87

-74

145 610

MNRLiberdade PNAjuda MNAAntiga

0

0

0

0

0

0

61 869

58 112

-6,07

0

14 998

53 534

67 645

69 913

126 240

106 919

114 164

31 301

55 704

77,96

-51

78 178 148 033

221 675

163 788

175 578

212 304

153 615

150 777

58 052

48 472

-16,50

-68

MMConímbriga

85 075

87 659

91 797

100 441

106 378

100 083

41 940

48 281

15,12

-52

82 707

PanteãoN

89 629

100 714

120 731

149 931

165 049

171 308

38 235

47 706

24,77

-72

110 413

MNGVasco MNACMChiado MNMCastro

80 241

86 371

114 568

84 275

57 862

66 026

28 132

35 112

24,81

-47

69 073

41 960

51 354

51 992

88 158

54 921

63 343

18 526

24 434

31,89

-61

49 336

62 301

77 059

110 568

108 483

119 082

149 626

39 333

22 005

-44,05

-85

86 057

MNSReis

50 348

54 407

98 694

68 450

65 914

60 163

6 287

21 124

235,99

-65

53 173

MNTraje

43 218

44 494

44 543

44 055

37 493

34 597

17 873

19 634

9,85

-43

35 738

TBelém

530 903

607 838

685 694

587 363

450 546

427 235

128 785

16 442

-87,23

-96

429 351

0

0

0

0

0

0

9 911

10 178

2,69

0

2 511

50 351

39 199

39 628

36 115

27 225

25 246

7 146

8 435

18,04

-67

29 168

MNFMCenáculo MNTDança MNEtnologia

12 802

15 397

19 587

31 402

19 923

10 971

4 303

3 776

-12,25

-66

14 770

MNMúsica

11 965

14 075

14 859

14 339

16 043

17 321

3 903

3 000

-23,14

-83

11 938

18 120 10 854 3 567 904

15 354 9 124 4 051 867

17 751 9 557 4 682 777

46 643 10 462 5 072 266

169 476 3 026 4 677 407

15 744 3 057 4 683 352

1 242 2 302 1 295 528

2 195 1 180 1 346 250

76,73 -48,74 3,92

-86 -61 -71

35 816 6 195 3 672 169

MAPopular CMAGonçalves TOTAL


22

Batalha Atualidade

Jornal da Batalha

fevereiro 2022

Batalha é Munícipio Amigo do Desporto e distribui 120 mil euros pelas coletividades investimento é a mais representativa, com 86 mil euros, seguindo-se as atividades regulares, com 23 mil euros de apoio A Câmara da Batalha atribuiu a associações do concelho 120.527 euros como medida de apoio à sua atividade regular, ao investimento e a iniciativas desportivas. Os apoios atribuídos referem-se às candidaturas submetidas ao município em 2021 no âmbito do Programa de Apoio ao Associativismo. Na sessão de assinatura dos protocolos, o presidente da Câmara da Batalha, Raul Castro, “enalteceu o papel das associações e o trabalho que realizam nas suas mais diversas áreas de atuação”, segundo um comunicado

de dia 31 de janeiro do município. O autarca adiantou que “o programa vigente de apoio ao associativismo será alterado brevemente, com o intuito de tipificar, com maior exatidão e critérios tangíveis, os apoios a conceder pelo município” Por esta razão, solicitou às associações “o envio de contributos e propostas por forma a enriquecer o novo documento”. No que se refere aos protocolos assinados, a componente do investimento é a mais representativa, com 86 mil euros, seguindo-se as atividades regulares, com 23 mil euros de apoio. Nesta sessão, foi também anunciada a adesão da Batalha à rede Municípios Amigos do Desporto, que conta 170 municípios e “possibilitará aos agentes associativos frequentarem módulos de formação na área da

p A bandeira que identifica o Município Amigo do Desporto gestão desportiva e das instalações”. O programa Município Amigo do Desporto é promovido pela plataforma Cidade Social e conta com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, da Associação Portuguesa de Gestão do Desporto, da Direção Geral da Saúde, entre

outras entidades. O responsável pela plataforma Cidade Social, Pedro Mortágua Soares, destacou “o trabalho fundamental que é efetuado pelas associações desportivas na construção de uma sociedade mais equilibrada e inclusiva”. Por sua vez, o presidente do município, Raul Cas-

tro, destacou que “este reconhecimento constitui um importante reforço nas responsabilidades que a autarquia atribui ao Desporto e às associações concelhias”. “A adesão a este programa permitirá reforçar, ainda no decorrer deste ano, várias iniciativas ligadas à formação dos agentes desportivos concelhios, mas

também à partilha de boas práticas quanto a atividades a desenvolver, tendo por base o desenvolvimento desportivo”, adiantou. Segundo o município, trata-se ainda do “reconhecimento do trabalho que a câmara municipal vem desenvolvendo quanto ao fomento e promoção do desporto, nomeadamente através de parcerias e dos apoios às associações, bem como na aposta da requalificação dos equipamentos desportivos municipais”. No processo de decisão de atribuição do título Município do Desporto são analisadas uma dezena de áreas que incluem aspetos como a organização desportiva e os eventos, as instalações, os programas disponíveis, o desporto solidário e a concretização de parcerias pelos municípios. O protocolo compreende o quadriénio 2022 a 2025.

Plano contra incêndios encontra-se em discussão Foto: USFWS © Pixnio

m A componente do

p Sugestões podem ser enviadas até 1 de março O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) 2021/2030 encontra-se em discussão pública até dia 1 de março. A sua apresentação aos presidentes de junta de freguesia e membros do executivo aconteceu no dia 11 de fevereiro, e destaca o planeamento integra-

do das intervenções das diferentes entidades ao nível da prevenção, sensibilização, vigilância, deteção e supressão no âmbito da defesa da floresta contra incêndios. Os interessados poderão participar na discussão pública através da consulta dos documentos que se encontram disponí-

veis através do link http:// cm-batalha.pt/.../gabinete-tecnico-florestal/pmdfci, utilizando para o efeito o requerimento disponível no endereço. A câ ma ra municipa l disponibiliza atendimento por marcação, no Gabinete Técnico Florestal, através do número 244769110.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

fevereiro 2022

23

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas quinze a folhas dezasseis, do Livro Duzentos e Setenta e Seis - B, deste Cartório. Abílio Conceição Tomás, NIF 178 573 515 e mulher Maria Adelaide Gomes Vieira, NIF 178 573 507, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, lá residentes na Rua dos Carvalhos, n.°3, Barreira D’Agua, São Mamede, declaram que com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto de casa de habitação de r/c, anexo de palheiro, currais alpendre e pátio, com a superfície coberta de cento e trinta e seis metros quadrados e pátio com a área de cem metros quadrados, sito na Rua dos Carvalhos, n.°1-A, Barreira de Água, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, a confrontar de norte e sul com Abílio Conceição Tomás, de nascente com herdeiros de Herminio Luiz dos Reis e de poente com caminho, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 198, com o valor patrimonial de €10.139,85. Que os justificantes adquiriram o identificado o prédio, no ano de mil novecentos e setenta e oito, por doação verbal de João Gomes Tomás e Rosa da Conceição, pais do marido, residentes que foram na Rua dos Carvalhos, n.°3, no dito lugar de Barreira de Água, não dispondo, assim, os justificantes, de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem, o referido prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, com a conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa-fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, sete de fevereiro de dois mil e vinte e dois. A funcionária com delegação de poderes Leandra Filipa Bernardes Lopes - 46/9 Jornal da Batalha, edição nº 379 de 14 de fevereiro de 2022

Joaquim Magalhães Custódio (82 anos) N. 23.08.1939 - F. 27.01.2022 Brancas, Batalha

AGRADECIMENTO Sua esposa Mª Filomena Custódio, filhos: Rui e Ana Paula Magalhães, nora, genro, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo vêm por este meio agradecer todo o apoio e carinho que lhes foi dedicado nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigada. Aqueles que amamos não morrem. Apenas partem antes de nós.

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)

Maria de Lourdes da Piedade Vieira (98 anos) N. 07.06.1923 - F. 12.01.2022 Brancas, Batalha

AGRADECIMENTO Sua filha: Maria da Purificação Vieira Soares, genro, netos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. Um exemplo para nós que ficará para sempre... Descansa em paz.

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)

Palmira da Conceição Monteiro

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(95 anos) N. 23.05.1926 - F. 05.02.2022 Quinta do Pinheiro, Batalha

AGRADECIMENTO Seu marido, António Monteiro de Matos, filhos: António, José Armindo, Alfredo, Isabel e Maria Cremilde Monteiro de Matos, netos e restante família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. Para sempre nos nossos corações... Descansa em paz.

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B

“Fósseis do Mesozóico” no turismo Até 22 de fevereiro, o posto de turismo da Batalha recebe a exposição “Fósseis do Mesozóico”, uma mostra de uma seleção de fósseis marinhos da era mesozóica (250 - 65 milhões de anos). Junta mais de 150 fósseis recolhidos por Rui Louro.

FEVEREIRO 2022

Misericórdia quer instalar centro de dia na Golpilheira m Os vereadores do PSD votaram contra. O executivo diz que esta posição “encontra-se totalmente desajustada” Os vereadores do PSD votaram contra o projeto de instalação pela Santa Casa da Misericórdia da Batalha de um centro de dia nas antigas instalações do Centro de Saúde da Golpilheira, sem utilização há mais de dez anos. Os social-democratas afirmam, em comunicado, que “foram surpreendidos na reunião do executivo (31 ja-

neiro) com uma proposta da maioria, sem explicações, que propõe cessar o contrato de comodato com o Centro Recreativo da Golpilheira, para dar lugar a nova cedência gratuita do edifício à Misericórdia da Batalha”. Os vereadores do PSD adiantam “desconhecer uma decisão formal dos órgãos sociais do Centro Recreativo da Golpilheira a renunciar aos seus direitos, desconhece o projeto a realizar em concreto, bem como os meios financeiros municipais a afetar e o plano de suporte técnico ao funcionamento da resposta social”. “O PSD defende que o edifício seja colocado à disposi-

ção da população, sobretudo os mais idosos, através de um projeto duradouro, bem estruturado e devidamente explicado à população, para não voltar a fechar passados meses”, lê-se no comunicado. Por sua vez, também em comunicado, o executivo autárquico explica que “dado que o imóvel não tem tido qualquer utilização”, o presidente da câmara “propôs à Santa Casa da Misericórdia da Batalha a instalação de um equipamento social, porque a Golpilheira não tem qualquer resposta desta natureza”. “A posição tomada pelos vereadores eleitos do PSD

p O antigo Centro de Saúde da Golpilheira encontra-se totalmente desajustada face à realidade,

tanto mais que querendo justificar o injustificável –

o da oposição vertida pelo voto contra quanto à implementação deste importante projeto dirigido à população sénior, distorcendo totalmente a verdade”, refere o executivo. Segundo o comunicado, “as linhas gerais do projeto foram apresentadas na reunião do executivo e devidamente explicadas na proposta do contrato de comodato. Estranhamente, os eleitos do PSD evocaram desconhecer a entidade que financiaria o projeto, quando a própria proposta refere de forma explícita que será a Misericórdia da Batalha a candidatar-se a fundos comunitários (PRR)”. Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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