JORNAL DA BATALHA EDIÇÃO DE MARÇO DE 2020

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PORTE PAGO

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXIX Nº 356 | MARÇO DE 2020 | Publicidade

W pág. 05

Autarca acusa responsáveis do ICNF de “incompetência” W pág. 04

Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário Março 2020

50 as Alf

Foto: Bicanski PIXNIO

Suplemento nesta edição

Batalha contra o vírus W pág. 19

Diogo Piçarra cabeça de cartaz das festas

W pág. 07

W pág. 07/24

Homem detido por agredir pai de 80 anos

Crianças ganham creche e novo transporte


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Jornal da Batalha

Espaço Público s A Opinião de André Loureiro Presidente do PSD da Batalha

Covid-19: um vírus que assusta, uma sociedade que reage O tema do Coronavírus (Covid-19) é incontornável e a sua evolução irá por certo dominar as preocupações de todos nos próximos tempos. Sabemos que o risco de epidemia é uma realidade no nosso país, pelo que a recuperação que todos desejamos irá depender da forma como reagimos enquanto sociedade, mais do que a capacidade de resposta do sistema público de saúde, por melhor desempenho que possa ter. À data que escrevo estas palavras parece evidente que uma parte considerável da nossa comunidade está tomada pelo medo, assustada com as notícias com que todos dias é bombar-

deada e cujos conteúdos tendem a ampliar uma realidade cada vez mais próxima dos cidadãos. As conversas espelham os inúmeros receios e em muitos casos sucedem-se reações emotivas e com forte tendência para o irracional. O quadro geral de alarme social, a que se junta as muitas dúvidas sobre o que fazer para contrariar este flagelo que comporta um risco real para a saúde das pessoas, são fatores que justificam todos os receios, mas não devem condicionar a capacidade de agirmos com inteligência e focados no objetivo principal que é enfrentar mais este desafio de saúde pública, tendo a plena

convicção que teremos de conviver com o Coronavírus nos próximos tempos, garantindo que o fazemos com serenidade e inteligência. Só assim, e até que exista uma terapêutica eficaz, poderemos avançar com o segurança. Neste particular, a primeira prioridade é confiar nas autoridades de saúde pública, pela simples razão que são elas que mais garantias poderão assegurar aos cidadãos que é possível inverter a epidemia. A segunda coisa a termos presente é que quaisquer decisões sobre limitar o acesso a serviços públicos ou encerrar espaços coletivos, apenas terá um efeito imediato de transmi-

tir uma aparente segurança, uma vez que na maioria das situações apenas estamos a transferir o problema para as grandes superfícies comerciais ou para outros espaços de acesso público. Também é claro que o Coronavírus não conhece partidos políticos ou cores futebolísticas, pelo que não existem os decisores imprudentes e os precipitados, apenas podemos confirmar a conhecida capacidade de improviso dos portugueses. Pelo que fazer crítica política a pretexto do tempo da decisão para encerrar o “país” ou queixumes sobre as debilidades dos sistemas de saúde, nesta fase, nada acrescentam apenas geram

s Baú da Memória Por José Travaços Santos

A violência em Portugal Este mês o “Baú da Memória” não trata dos habituais temas, porque há necessidade de ventilar alguns assuntos que são cada vez mais assuntos do dia e cada vez mais sujeitos a interpretações meramente político-partidárias que, conforme está na sua natureza, são redutoras. Está agora na moda acusar o Povo Português de racista, mas isso corresponderá à verdade? Eu não creio que corresponda. Que há um crescente da violência entre nós, há sem sombra de dúvida, mas essa violência tem por alvo gente de qualquer cor e é manifestada por gente também das mais variadas cores. Maridos que agridem barbaramente as mulheres, filhos que maltratam os pais,

professores que são alvo de agressões, velhos que são abandonados e rebaixados, pessoas normalmente diminuídas pela fraqueza física ou pela idade. Já senti na pele o desprezo que uma sociedade, cada vez com menos valores, tem pelos idosos. Agora, haverá racismo? Há anos pessoa muito chegada da minha família foi agredida em Lisboa por dois africanos que lhe roubaram todos os bens que levava. Teve inclusivamente de receber tratamento num hospital. Nem por isso se criou um ambiente racista na família. Pelo contrário, a família continuou a apoiar e a acompanhar, em Portugal, cidadãos africanos. O que se passou há tempos num campo de futebol deverá classificar-se de ra-

cismo ou de mera estupidez e de clubite aguda? Está a tratar-se com imensa leviandade e utilizando prismas partidários um assunto que se reveste de enorme gravidade e que exige imparcialidade e cabeça liberta de ideias preconcebidas e que têm meras finalidades políticas. Na realidade há, e cada vez se sente mais, discriminação contra o próprio Povo Português. Que o digam os agricultores, a gente do Mar, os operários, os pequenos empresários… Porque a classe política teme os referendos? Os referendos são a forma mais democrática de escutar e de pôr em prática a opinião popular. Veja-se o notável exemplo da Suiça.

ainda mais confusão. Todos, sem exceção, em Portugal e no resto do mundo, devemos estar conscientes do enorme desafio que temos pela frente, não podemos em circunstância alguma embarcar no discurso do medo, temos de agir e acreditar que a melhor defesa contra esta ameaça é uma resposta determinada por parte das autoridades da saúde, acompanhada por uma sociedade consciente que sabe que a alternativa que temos é entre gerir esta crise com responsabilidade, adotando comportamentos como o simples lavar das mãos ou medidas de algum recato social, ou evoluirmos para a situação de calamida-

de nacional como hoje se assiste na Itália. Superar mais esta dificuldade, depende de cada um nós, independentemente das decisões sejam do Governo, das entidades públicas de saúde ou mesmo das entidades locais. Por isso, a melhor solução para o Coronavírus, como sempre, sou eu, você, somos todos nós!

Nota da direção

Mas por cá, a classe política raramente o permite, porque, no fundo, está-se marimbando para o que o Povo pensa ou para o que o Povo quer. De que tem medo a classe política? Cooperativismo O Cooperativismo é o sistema que melhor poderá fomentar a elevação económica, social e política dos trabalhadores. Porque foi metido na gaveta? Porque não é divulgado e apoiado? Porque se tentam apagar as lições dos nossos mestres cooperativistas como António Sérgio? Porque não é dado a conhecer nas Escolas? Porque, no fundo, se tenta apagá-lo da memória os Portugueses?

Por lapso, a fotografia da primeira página da última edição do Jornal da Batalha, referente a fevereiro, saiu sem os correspondentes créditos. Trata-se de uma fotografia do domínio público, já publicada em centenas de meios em todo o mundo, distribuí-

da, entre outros, pelos sites pxfuel, pickpik e pixabay, sendo que este identifica o autor - Nathan Legakis. Integra um conjunto de imagens que pode ser consultado neste link: http://bit. ly/2W8tFf1. Ao autor e aos leitores, pedimos desculpa pelo sucedido.


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Espaço Público Opinião

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s A Opinião de Augusto Neves Jurista e presidente da Concelhia da Batalha do PS

Abrangência distrital e não apenas na faixa junto ao mar O Partido Socialista encontra-se este fim de semana em eleições distritais [adiadas sem data, no dia 12 de março, segundo comunicado do PS], nas quais será eleito o presidente da federação distrital e outros elementos, mas vamos centralizar a situação no presidente. Como é sabido o atual presidente não foi a votos em virtude de ter substituído o presidente anterior, nomeado para desempenhar funções governamentais. Até aqui tudo normal. Nos últimos anos o PS tem vindo a perder imensos militantes sendo que a responsabilidade tem de ser imputada a quem dirigiu a estrutura federativa. Este fenómeno parece ser desconhecido dos presidentes, uma vez que despre-

zam parte significativa da distrital. Acham eles que o que interessa não é o partido crescer, mas sim unicamente a sua eleição. Tanto assim é que o atual presidente e candidato nunca entrou em contacto comigo para abordar as questões concelhias. Porventura não terei sido o único a ser marginalizado. Eu bem sei que a minha inquietude incomoda várias pessoas, mas enfim. Temos que pôr o partido acima de tudo isto. Quem quer ser presidente tem de garantir alguns pressupostos se eleito for. O presidente da federação é a ligação com o Governo e com a estrutura nacional do partido. E tem de incluir nas suas listas militantes que estejam próximo de serem candidatos, sobretudo

às autárquicas. Um outro aspeto é a abrangência a nível distrital, pois não vale apenas a faixa junto ao mar. E outro espeto é a capacidade de cada um dos militantes que integram a candidatura e que depois vão gerir a federação. Fiquei verdadeiramente estupefacto quando me vieram convidar para apoiar o candidato Pereira dos Santos e abordaram a outra candidatura. E eu disse: mas há mais algum candidato? É que a concelhia não foi contactada? Não ele já falou com alguns elementos. Como? Falou com alguns elementos, mas não falou com o presidente da concelhia? Pois. E é infelizmente este com-

portamento que tem servido apenas para eleger uns e outros, afundando cada vez mais o partido. O meu apoio ao candidato Pereira dos Santos prende-se com o facto de já o conhecer há mais de 25 anos, como pessoa séria, credível, ética e sobretudo tem muita vontade de ser eleito, mas sem precisar de tal cargo, pois tem a sua vida mais do que orientada. Desconheço o autor da carta que foi distribuída acusando o outro candidato de um conjunto de comportamentos que a serem verdade configuram a prática de criminologia. Mas não farei mais comentários, a não ser que gostava que o visado se pronunciasse sobre os documentos divulgados, mas enfim ele lá saberá das suas razões.

Mas vamos em frente fazendo um apelo a quem for eleito que depois disso recaia no espírito dos estatutos do partido e na sua carta de princípios que talvez nunca tenham lido porque caso contrário interpretaram incorretamente o espírito de tais documentos. O Partido Socialista tem condições a nível governamental para a nível local crescer, mas crescer a sério. Porque ter um Governo destes que retirou o pais da sua lamentável situação e agora estabiliza a situação económica, social e empresarial, mais não pode que não seja tirar proveito dessa situação. Porque não é todos os dias que isso acontece. Mas vou dar outro exemplo grandessíssimo de como o espírito de todo o

partido viola os princípios estatutários: teve lugar no último congresso realizado como se sabe na Batalha . Nessa altura questionei a COC sobre se poderia usar da palavra enquanto presidente da concelhia e sem prejuízo do discurso do presidente da federação, foi-me dito que não é tradição e que também essa tradição não ia ser alterada neste congresso. Haja paciência.

s A Opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Baldios Recentemente, a população da freguesia do Reguengo do Fetal movimentou-se ativamente a pretexto da intenção de instalação de uma pedreira, em local inadequado. Ficou mais uma vez provado que uma decisão antes tomada, sem conhecimento da população, levou os seus intervenientes a darem o dito por não dito, em alta velocidade, sendo a favor antes, passaram a ser contra depois. Este movimento popular gerou um resultado positivo para a freguesia, uma vez que o local era completamente inadequado. Em simultâneo fiquei com a esperança que os líderes do movimento tivessem por intenção a con-

tinuação da defesa das populações e dos seus interesses, passando a efetuar uma efetiva gestão dos baldios da freguesia, mormente com a implementação de projetos que rentabilizassem e protegessem a floresta da freguesia. Só assim se entenderá a existência de uma comissão de compartes de baldios ativa, atuante e preocupada em proteger os terrenos e património de todos os compartes. Claro está que isto dá trabalho e necessita de competências que presumo quem se candidatou e aceitou os lugares nos órgãos sociais terá. Porque a não ser assim, então o melhor será não mexer, pois as contas da freguesia são auditadas e controladas

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 856 A) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira, João Vilhena, André Loureiro, António Caseiro, António Lucas,

pelo executivo, pela assembleia, pelo Tribunal de Contas e pela IGF - inspeção geral de finanças e as da comissão de compartes serão

Augusto Neves, Francisco Oliveira Simões, Joana Magalhães, João Pedro Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

auditadas por quem? Continuo a achar e a desejar que se pegue de frente no problema da floresta e dos incêndios florestais,

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

implementando as ZIF - zonas de intervenção florestal, única forma de rentabilizar e proteger a floresta, acabando com os incêndios e com o negócio que gravita à sua volta, só que isto dá trabalho e chatices e não obstante a Assembleia Municipal da Batalha ter aprovado por unanimidade emfevereiro de 2014 uma proposta que incumbia a câmara a avançar com o projeto das ZIF, que se saibam até hoje “nada se sabe”. Assim sendo, a constituição desta nova comissão de compartes deixou-me alguma esperança de que seria desta que teríamos na freguesia e no concelho o arranque de um projeto que valorizasse a floresta e a protegesse, bem

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares

como aos residentes da freguesia e acabasse com os famigerados fogos florestais. Eu acho que mais gente existe com a mesma esperança que manifesto. As mais de três centenas de compartes que participaram nas reuniões tem essa esperança. Certamente não os irão desiludir.

Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo.

O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Jornal da Batalha

Atualidade

Estado de alerta no concelho por causa da doença Covid-19 mCâmara municipal aprova plano de apoio às famílias com uma dotação até meio milhão euros

p A câmara tem em curso um plano de contingência

“Esta é uma batalha e uma luta de todos, pela nossa sobrevivência e proteção” – a frase é do primeiro-ministro, António Costa, que no dia 12 de março numa comunicação ao país, elevou as medidas de luta contra a propagação da doença Covid-19 a um nível inédito, que passa pelo encerramento de escolas, discotecas e similares e menor frequência de restaurantes. No concelho o estado de alerta é igual. A Câmara da Batalha decidiu condicionar as atividades culturais e desportivas, bem como restringir a utilização e funcionamento de equipamentos. O mosteiro está encerrado ao público.

As coletividades e outras entidades com sede no concelho também cancelaram a generalidade das atividades que implicavam a concentração de pessoas, sejam desportivas, culturais ou de outra índole. Dezenas de iniciativas foram canceladas ou anuladas. O plano de contingência do Município da Batalha prevê diferentes medidas, nomeadamente para fazer face à eventualidade de infeção de funcionários municipais e para o possível registo de surtos do novo Coronavírus no concelho [no dia de fecho desta edição, 14 de março, não havia comunicação pública oficial de qualquer caso]. Áreas de isolamento e circulação, existência de material e equipamento, informação e esclarecimento e, ainda, procedimentos perante casos suspeitos ou confirmados de infeção, vigilância e comunicação constituem

diferentes parâmetros do referido plano, que respeita as recomendações da Direção Geral de Saúde e da Organização Mundial de Saúde. Em comunicado, divulgado a 13 de março, o município informa que “vai continuar a acompanhar o processo do Coronavírus com a máxima atenção e diligência, cuidando também de acompanhar e apoiar na medida do necessário e do possível, a recuperação da atividade económica e apoio social às famílias, nomeadamente no que respeita à gestão dos impactos negativos provocados por esta crise”. Nesse sentido previa-se a aprovação na reunião extraordinária da câmara municipal de 16 de março de “um plano local de apoio às famílias, em particular às com crianças e idosos a seu cuidado, instituições sociais e empresas, com uma dotação inicial até ao valor de meio milhão euros”.

Medidas da autarquia * Reforço das medidas de contenção e de meios, para reduzir o risco de contágio nos edifícios municipais onde se prestam serviços aos cidadãos. * Cancelamento das atividades nas piscinas, Museu da Comunidade Concelhia Batalhense, academia sénior, do programa “Mova Sénior” e demais atividades que envolvam a população sénior. * Cancelamento de todos os eventos noutros equipamentos municipais, que promovam a concentração de pessoas, sejam da iniciativa da câmara sejam de outras entidades, incluindo visitas de grupos em espaços municipais. * Encerramento ao público da Biblioteca Municipal “José Travaços Santos”, inclusive, do polo de São Mamede. * Suspensão da realização de feiras cuja abrangência não seja estritamente de cariz local, designadamente a feira semanal de 2ª Feira e a feira de velharias. * Recomendar às associações e às juntas de freguesia a adoção de medidas de natureza análogas a estas, não realizando ações que promovam a concentração de pessoas e a sua desnecessária circulação. * Solicitar aos cidadãos que utilizem os serviços municipais pela via telefónica (244769110) ou eletrónica (geral@cm-batalha.pt ou www.cm-batalha.pt), evitando o mais possível a presença física. * Exortar os cidadãos a assumirem com calma e rigor comportamentos que garantam o imprescindível contributo individual, com a adoção das medidas de proteção divulgadas pela Direção Geral de Saúde.


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Atualidade Batalha

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São Mamede não é prioritária na prevenção de fogos florestais m “Decisão incompreensível, que prejudica a estratégia de prevenção e revela a mais completa incompetência dos responsáveis regionais do ICNF” A Câmara da Batalha “discorda” da decisão do Governo de “não considerar” São Mamede, como uma das freguesias prioritárias para efeitos de fiscalização da gestão de combustível no âmbito da prevenção de incêndios rurais. “Nos anos transatos, aquela freguesia do Concelho da Batalha foi sempre considerada como prioritária pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), não só pela dimensão das manchas florestais,

mas também pelo risco potencial que representa, uma vez que vários aglomerados urbano estão muito próximos das faixas florestais, pelo que o reforço da proteção do risco de incêndio significa também proteger as populações”, explicou o município no dia 2 de março em comunicado. “Esta decisão é incompreensível, prejudica a estratégia de prevenção e revela a mais completa incompetência dos responsáveis regionais do ICNF, uma vez que ainda há poucas semanas os mesmos técnicos a par das demais entidades de proteção civil, identificavam como prioritária a marcação da rede primária de gestão de combustíveis, nas freguesias do Reguengo do Fetal e São Mamede, até porque são zonas de fron-

p Proximidade de aglomerados urbanos aumenta riscos teira com o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros”, salienta o presidente do município. “Iremos sensibilizar os governantes com responsabilidades neste domínio, para que possam definir

Freguesias ganham rede de ecopontos florestais A autarquia da Batalha anunciou no dia 9 de março que vai disponibilizar uma rede de ecopontos florestais, com vista à recolha de resíduos de limpeza de matas ou jardins. O investimento, superior a cinco mil euros para uma rede inicial de dois ecopontos a instalar nas freguesias como maior mancha florestal de São Mamede e Reguengo do Fetal apresenta

um duplo objetivo: prevenir os incêndios e colaborar com os proprietários e produtores florestais na reciclagem dos resíduos florestais. A medida justifica-se pela “necessidade de apoiar os cidadãos a cumprir voluntariamente as operações de limpeza florestal, sobretudo a população mais idosa”. A freguesia de São Mamede já tem o ecoponto disponível na rua da Serra da Moita,

no lugar dos Crespos. No último ano, o município investiu “mais de 50 mil euros em operações de limpeza da floresta e caminhos nas quatro freguesias do concelho”.

O investimento é superior a cinco mil euros para uma rede inicial de dois ecopontos

ações prioritárias a cumprir pelo ICNF, entidade a quem compete a execução da rede primária nos terrenos baldios na freguesia de São Mamede, até porque estes procedimentos têm sido apoiados por fundos comu-

nitários”, acrescenta Paulo Batista Santos. Em termos municipais, a câmara municipal “irá dar continuidade às ações de prevenção e limpeza florestais já em curso, em estreita articulação com todas as en-

tidades que integram a Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, pugnando por medidas de planeamento supramunicipal ao nível da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria”.


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Opinião s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

Ana é Capicua Se procurarmos num dicionário o significado de capicua, o mais certo é encontrarmos uma definição mais ou menos semelhante a esta: conjunto de algarismos ou de letras que, podendo ler-se da esquerda para a direita ou da direita para esquerda, têm o mesmo valor ou representam a mesma palavra. Esta expressão resulta da junção dos termos cabeça e cauda. E foi este conceito que assumiu como pseudónimo a artista de hip-hop portuense, Ana Matos Fernandes. Doutorada em sociologia, mas principalmente observadora arguta do mundo que a rodeia, Ana Matos usa as palavras como poucos em Portugal para dizer o que lhe vai na alma. Mas, inversamente, deixa-se arrastar pela torrente de pala-

vras que inunda todo o seu ser para encontrar um novo sentido para a realidade. Dizer que se trata de hip-hop no feminino, é uma afirmação demasiado simplista. Porque a música de Capicua é profunda e está repleta de referências literárias. Também o como se diz contamina o que se diz: entre a palavra e o silêncio, intromete-se a musicalidade e o ritmo que se transforma em trabalho poético. E a poesia faz apelo a outros grandes criadores, sejam eles poetas ou prosadores, como sejam o checo Franz Kafka, o brasileiro Rubem Alves ou o português Reinaldo Ferreira, para apenas citar alguns. Onde tudo isto atinge maturidade e melhor expressão é no seu segundo álbum de originais, intitulado Sereia Louca, da-

tado de 2014. Precisamente, este disco tem por mote uma frase retirada das Parábolas de Franz Kafka (as sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que o seu canto: o seu silêncio). O álbum é duplo porque obedece à sua divisão em duas partes: cabeça e cauda. Tal como o termo capicua resulta da junção de cabeça e cauda, também a sereia tem uma cabeça (de mulher) e uma cauda (de peixe). Recordamos que a referência principal às sereias é da Odisseia de Homero, obra onde se relata que Ulisses tapou os ouvidos dos seus marinheiros com cera para estes não enlouquecerem com o canto das sereias. Mas Kafka vai mais longe: o seu silêncio é sempre mais terrível, porque põe fim ao jogo da

sedução. A sereia de Capicua quer deixar o seu corpo de peixe, tornar-se humana, nem que para isso tenha que sofrer. E deixar o mar, deixar de enfeitiçar, é cantar um sonho que acaba por atravessar a lírica de Sereia Louca e que tem a força emprestada pela personalidade de Ana Matos e dos seus convidados (Aline Frazão, Gisela João, D-One, Zé Nando Pimenta, entre outros). A arte enquanto dimensão que integra o sofrimento e a dor, é a questão fulcral do álbum mais recente de Capicua, intitulado Madrepérola. Partindo de um texto do escritor Rubem Alves, extraído do seu livro Ostra Feliz não Faz Pérola, Capicua regressa ao tema do mar, das ilhas e das sereias. Isto para dizer que

o ato criativo pode resultar de uma tragédia (pessoal ou coletiva), porque tal como afirma Nietzsche, a tragédia leva ao desejo de beleza, como uma espécie de sublimação da dor: na verdade, o conceito de sublimação foi introduzido por Freud, para definir uma forma de transformar determinados sentimentos em outros superiores. Capicua inspira-se nesse conceito para dizer-nos que para fazer pérola, a ostra precisa de um grão de areia, ainda que esse grão a faça sofrer. Musicalmente, Madrepérola é um grande disco, mas vale principalmente pelas palavras. Para ajudar a construir a sua poesia, Capicua conta com um leque de convidados ilustres como Stereossauro, Cama-

respetiva taxa autónoma; e por cada renovação com igual duração, é aplicada uma redução de dois pontos percentuais até ao limite de catorze pontos percentuais, ou seja, contratos com duração menor ou igual a 2 anos e inferior a 5 anos, taxa liberatória de 28% - 2% = 26%, até ao limite de 14%. Segundo escalão: Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente celebrados com duração igual ou superior a cinco anos e inferior a dez anos, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais da respetiva taxa autónoma; e por cada renovação com igual duração, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais até ao limite de catorze pontos percentuais,

ou seja, contratos superiores a 5 anos e menores ou iguais a 10 anos, taxa liberatória de 28% - 5% = 23%, até ao limite de 14%. Terceiro escalão: Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração igual ou superior a dez anos e inferior a vinte anos, é aplicada uma redução de catorze pontos percentuais da respetiva taxa autónoma, ou seja, contratos com duração superior a 10 anos e inferiores a 20 anos, taxa liberatória de 28% - 14% = 14%, e Quarto escalão: Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração igual ou superior a vinte anos, é aplicada uma redução de dezoito

né, Ricardo Ribeiro, Lena d’Água, Mallu Magalhães, Pedro Lamares, Catarina Salinas ou a diva de rap basileiro Karol Conka. Madrepérola é, por todas as razões, candidato a um dos melhores discos do corrente ano.

s Fiscalidade

IRS - Rendimentos prediais Consideram-se rendimentos prediais as rendas dos prédios rústicos, urbanos e mistos pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares, quando estes não optarem pela sua tributação no âmbito da categoria B. São havidas como rendas: As importâncias relativas à cedência do uso do prédio ou de parte dele e aos serviços relacionados com aquela cedência; As importâncias relativas ao aluguer de maquinismos e mobiliários instalados no imóvel locado; diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do subarrendatário e a paga ao senhorio; As importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de bens imóveis, para quaisquer fins especiais, desig-

nadamente publicidade; As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de prédios em regime de propriedade horizontal. As importâncias relativas à constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo temporários, ainda que vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou mistos e as indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria. São rendimentos prediais considerados de natureza de rendas a serem declarados em 2020, referentes aos rendimentos de 2019, no Anexo F- Rendimentos Prediais, da Modelo 3, com o código 01 – Contratos de Arrendamento; código 02 – Cedência de uso sem arrendamento; código 03 – Aluguer de equipamento instalado em imóveis ar-

rendado; 04 – Constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo temporário – exemplo direito de superfície e direito de servidão, e código 05 – Indemnizações que visam compensar perdas desta categoria. A artigo 72º, n.ºs 2 a 5, do CIRS, da Lei 116/2019, de 18/9, criou 4 escalões de redução de taxa aplicável aos contratos de arrendamento para habitação permanente, celebrados a partir de 01/01/2019 e respetivas renovações, bem como a renovações de contratos celebrados antes daquela data, em função, nos termos seguintes: Primeiro escalão: contratos com duração igual ou superior a dois anos e inferior a cinco anos. Nestes contratos é aplicada uma redução de dois pontos percentuais da

António Caseiro Membro da Assembleia Representativa da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

pontos percentuais da respetiva taxa autónoma, ou seja, taxa liberatória de 28% - 18% = 10%.


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Atualidade Batalha

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Jardoeira vai receber creche municipal

Preso por agredir o pai de 80 anos

m Com capacidade para receber 52 crianças, até aos três anos de idade A Câmara da Batalha pretende instalar na Jardoeira uma creche municipal, com capacidade para receber 52 crianças, até aos três anos de idade, “em resposta à falta de oferta” e ao aumento de “casais jovens que se têm instalado no concelho”. Este projeto insere-se no programa municipal “Crescer Mais” e constitui uma das medidas de apoio às famílias, que representa um investimento de cerca de 600 mil de euros. A nova creche irá integrar um berçário, uma sala parque equipada com brinquedos adequados para a

p Imagem do anteprojeto da creche estimulação sensoriomotora, copa de leites e fraldário, assim como duas salas divididas entre idades (1-2 anos, 2-3 anos) e uma sala de atividades diversas, revelou a autarquia no dia 24 de fevereiro. Para completar o projeto

“espera-se um espaço polivalente e áreas de recreio exteriores e jardim reservados para as brincadeiras dos mais novos”. “Um espaço totalmente equipado e preparado para receber crianças da Batalha, junto a uma importante zona habi-

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

ALOJAMENTO LOCAL

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt

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tacional, e próximo da área de localização empresarial da Jardoeira, cujos residentes, familiares e funcionários das empresas necessitem deste apoio durante o dia”, segundo o anteprojeto apreciado pela Câmara da Batalha.

Um homem de 49 anos foi detido na via pública, no concelho da Batalha, por crime de violência doméstica sobre o pai, de 80 anos, informou no dia 24 de fevereiro a GNR de Leiria. “Foi apurado que o suspeito havia agredido física, verbal e psicologicamente o seu pai, de 80 anos, proferindo-lhe ameaças de morte diariamente. As agressões já ocorriam de há cerca de um ano”, explica a GNR em comunicado. O suspeito, que “já havia sido detido e presente a primeiro interrogatório judicial no dia 1 de fevereiro, no âmbito do presente inquérito, e sujeito as medidas de coação de proibição de contactar e de se aproximar da vítima, persistiu em proferir ameaças de morte ao seu pai e a exercer coação sobre ele, levando a que a vítima vivesse um clima diário de pânico e terror constante”, acrescenta.

p Vitima de ameaças de morte O detido foi presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Judicial de Leiria, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.


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Batalha Opinião

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s Espaço do Museu

Boitaca - o mestre do século XVI que dá nome à ponte do século XIX Diogo de Boytac, também referido como Diogo Boytac, Diogo Boitaca ou Diogo de Boitaca foi mestre e arquiteto, de provável de origem francesa, que deixou uma significativa obra em Portugal, durante o período manuelino. Nascido, possivelmente no Languedoc, no sul de França, na segunda metade do século XV, o seu nome encontra-se referido pela primeira vez em 1498, num documento de D. Manuel I que lhe concedeu um subsídio anual pelo seu trabalho no Mosteiro de Jesus de Setúbal. O mesmo rei chamá-lo-ia, mais tarde, para trabalhar no Mosteiro dos Jerónimos. Em Belém, o mestre

deixou, através das primeiras traças do monumento, no início de 1500, alguns dos seus trabalhos mais conhecidos, dentro do estilo manuelino português. Com o título de “Mestre das Obras do Reino” foi encarregado de diversos outros projetos, entre os quais se destacam no mosteiro hieronimita de Nossa Senhora da Pena, em Sintra, e as obras do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Aponta-se ainda a sua intervenção nas melhorias da Ponte de Santa Clara sobre o rio Mondego. Boitaca terá realizado alguns trabalhos em África, ainda no início do século XVI, nomeadamente na fortificação de Mamora (Mar-

rocos) e na avaliação de obras nalgumas praças daquele continente. Na Batalha, supõe-se que terá contribuído na produção de parte do ciclo manuelino do Mosteiro, nas Capelas Imperfeitas. Trata-se, todavia, de uma informação incerta. Sabe-se, sim, que colaborou na edificação da Igreja Matriz da Batalha, cuja obra se iniciou em 1514, por iniciativa de D. Manuel I, em resposta ao pedido da população que desejava uma igreja paroquial. É ao Mestre Boitaca que se deve a autoria do portal manuelino do templo, evidenciada pela sua inicial “b” esculpida na pedra calcária. Inscreve-se também

no portal a data 1532 que assinala o termo da construção da Igreja. Mestre Boitaca estabeleceu-se na Batalha, tendo casado, em 1512, com Isabel Henriques, filha de Mateus Fernandes, importante arquiteto do mosteiro. Boitaca teria uma quinta no local onde está erigida a Ponte da Boitaca, construção neogó-

tica iniciada em 1862, no reinado de D. Luís, e que servia a ligação da antiga Estrada Real Portuguesa. O nome da ponte presta, assim, homenagem ao mestre que terá vivido naquela zona da Batalha. Boitaca faleceu 6 de dezembro de 1525, na Batalha. Parte da sua lápide sepulcral, feita de calcário, pode ser vis-

ta em exposição no MCCB, enquadrada na memória da antiga igreja de Santa Maria-a-Velha, de onde é proveniente o fragmento. Fontes web: http://fortalezas.org/; https://www.oxfordreference.com/

Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s Crónicas do passado Francisco Oliveira Simões

Uma caçada inglória Eram horas de regressar a casa, o céu escurecia e deixava os cães inquietos. Ladravam e uivavam para o infinito celeste, numa busca por redenção. Descarreguei a carabina que me emprestaram, não queríamos usar armas contra um animal mitológico. Convém explicar o que nos trouxe às altas montanhas da Escócia. Depois de recebermos uma missiva da Scotland Yard, a referir-se à nossa oferta ao Museu de História Natural como algo monstruoso e grotesco. Devo recordar, o caro leitor,

da oferenda que cedemos ao tal museu, nada mais nada menos, que o próprio Javali de Erimanto, capturado por Hércules. O que os chocou mais foi termos enviado o animal vivo. Que bárbaros, parece que não gostam de seres vivos. Todos têm direito à vida, mesmo este suculento e velho suíno selvagem. Lançaram-nos a missão de o capturar e matar. Foi-nos dito que se escondera nas profundezas das florestas da Escócia. Eu e o António (por esta altura os leitores devem pensar que só tenho ami-

gos com o nome António na minha vida) caminhámos cuidadosamente, com a esperança de que não fosse necessário alvejar a excelsa criatura. Os pinheiros altos serviam de repouso, para acender uma fogueira e alimentar os canídeos. Estes espécimes eram mais indicados para a caça à raposa e ao coelho, mas foi o que se arranjou. Comemos manjares ingleses, ou seja, deu para encher a cova de um dente. De repente, ouvimos umas ramagens roçagarem, entendemos tratar-se do vento. Mas não era.

Historiador

Vimos um caçador de traje antigo e chapéu de raposa. - Desculpem-me, caros senhores, posso juntar-me no vosso repasto? - Com toda a certeza. Como se chama? – perguntei surpreendido. - Sou o Ivan Turguéniev, escritor russo e caçador inveterado. - Chamo-me Francisco, mas não compartilho consigo a paixão pela caça. Estou obrigado a prestar este serviço. - Sou o António, mais habituado a estas lides campestres e à arte gráfica em geral. - Têm aqui uns cães muito interessantes. Gosto especialmente deste, – apontava Ivan para o Jack Russell Terrier– de que raça é? - Sou o Sir William H. Stuart, caçador e nobre inglês – respondia o cão usurpador, revelando a sua identidade real. - Como é possível enganar-nos a todos outra vez? Rua, seu falsário! – respondi. - Tecnicamente, estamos todos na rua, mas eu vou bater em retirada, pode ficar

descansado. Hei de capturar esse javali antes de vocês – prometia o nobre com um sorriso escarninho. Ivan achou toda aquela história rocambolesca. Não demorou muito a zarpar da nossa companhia. Dormimos e acordámos na manhã seguinte com uma coruja a piar à beira do meu leito. Trazia uma carta lacrada, convidando-nos para um almoço. Seguimos a morada muito pouco clara, devo confessar. Não foi difícil dar com o castelo, pois, tratava-se da Escola a que me candidatei no ano passado. Entrei nas enormes portas de madeira com um misto de satisfação e pavor, sabia lá que conversa me iam fazer. Descobri, por entre todos aqueles estudantes trajados, que o animal fora recebido no seio da instituição e guardaria uma câmara secreta qualquer, pelo menos foi o que me disse um rapaz. Trazia sempre o seu moleskine, como um bom hipster que era. Mas cometeu o erro fulcral de se esquecer do caderno. Eu ainda o avisei, mas não me deu ouvidos. Acabei por dar a uma

rapariga ruiva qualquer, pode ser que o devolva ao seu remetente. - Então, esse foi o resultado da vossa missão? - Foi… - Muito bem, ficamos mais descansados. Podem sair em liberdade, já não devem nada à Scotland Yard. Logo que saíram da sala de interrogatório, esta foi a conversa que se seguiu: - Eles não estão nada bem da cabeça. - Falou com um russo do século XIX e esteve numa escola medieval. - Ainda para mais, proclamam que o javali é mitológico e que se deve preservar. - Perderam o juízo. Regressámos a Portugal com a perspetiva de dever cumprido e de cabeça erguida.


s lfa A

Março 2020

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Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Secundário


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Opinião

Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha

Cultura da cidadania Todos sabemos que, presentemente, a política está longe de constituir uma prioridade para a maioria dos jovens. E pergunta-se: se é da prática política que depende, em larga medida, a felicidade e o bem-estar dos cidadãos, como explicar este distanciamento em relação aos partidos e a latente insensibilidade a tudo o que mete política? São muitas as dúvidas e outras tantas as explicações para este, aparente, divórcio, que vão desde as “novas formas de curtir a vida” por parte da juventude, à insatisfação com o atual sistema político que pouco os defende ou à avalanche de

notícias divulgando sucessivos casos de corrupção e escândalos que mancham a imagem dos governantes. Tudo isto tem o efeito de “reforçar a ideia negativa que os jovens têm dos partidos políticos e da política em geral”, como refere a politóloga Marina da Costa Lobo. Há que mudar este paradigma e motivá-los para o exercício da cidadania. Um jovem pode ser bom aluno a Matemática ou História, mas é importante que seja também bom cidadão e, para isso, tem de perceber alguma coisa do que se passa na política, de conhecer os seus direitos e deveres

que o habilitam a intervir. Motivados para causas e valores, o empenho dos jovens está garantido. Exemplo disso é o papel lúcido e fortemente interventivo que desempenham na Assembleia Municipal Jovem, iniciativa sempre a repetir, regulamentada ou não, onde a acuidade e a abrangência das propostas discutidas manifestam desejo de intervenção e preocupação com o bem-estar e com a qualidade de vida da comunidade onde estão inseridos. Como antigo professor e diretor do Mosteiro da Batalha estou convicto, como sempre, que é insubstituível o papel que a escola deve de-

sempenhar na formação integral dos jovens utilizando, preferencialmente, as novas tecnologias como ferramenta, para as quais estão bem despertos e preparados. Tenho consciência de que foram estas ferramentas, enquadradas numa maior sensibilização por parte dos professores, que proporcionaram, por exemplo, os enormes progressos na relação dos jovens com o património construído levando-os a descobrir que são aquelas vetustas e frias pedras calcárias que nos diferenciam e identificam como povo genial. Jovens hoje, adultos amanhã, serão sempre eles os

principais obreiros de um futuro exigente, competitivo, mas, seguramente, solidário e assente em valores e princípios éticos, o fermen-

to da cidadania e da democracia. Júlio Órfão presidente da Assembleia Municipal

O que é o “politicamente correto”? A sociedade carrega às costas, como o caracol a sua casa, o “politicamente correto” e a maioria de nós sente medo de dizer o que quer que seja com receio de ser inconveniente no uso da palavra. Por que é tão importante ter cuidado com as palavras, com as ações e com as atitudes? É importante sermos aquilo que os outros querem que sejamos? É importante

excluirmos parte do que somos porque, de outro modo, ninguém nos inclui? Cada vez damos mais passos para aceitar a diferença, mas não entendemos que, na realidade, andamos dois para trás quando temos de nos comportar todos de igual modo. Quem me dera ser livre e poder falar sem preocupação com o contexto situacional, sem falsas intenções,

sem não ser eu! Na verdade, considero ironicamente engraçado censurar a hipocrisia, sendo que, uma boa parte de nós assim procede. Por vezes, pergunto-me se algum dia compreenderemos que a vida real não tem de ser rotineira e cansativa. Ainda que haja a pretensão de sair da regra, de alguma forma, todos somos modelados, for-

Mariana Monteiro nova presidente da Associação de Estudantes

No mês de janeiro decorreu o processo eleitoral para a Associação de Estudantes apresentando-se duas listas, uma encabeçada por Mariana Monteiro e a outra por Gonçalo Franjas, ambos alunos do 12.º ano. Após a votação, apuraram-se e divulgaram-se os seguintes resultados: a lista L, a vencedora,

obteve 466 votos, com uma diferença de 366 votos em relação à lista B, representando 79% dos alunos do 3.º ciclo e secundário. Estas eleições registaram a taxa de abstenção mais baixa de sempre, facto que revela o grande interesse da comunidade estudantil em participar na vida académica.

A atual associação, presidida por Mariana Monteiro, tomou posse no dia 21 de fevereiro e promete estar sempre disponível para atender os colegas. Os novos dirigentes garantem que se vão esforçar ao máximo para cumprir todas as medidas apresentadas no seu programa, apesar da escassez de tempo. Após a campanha eleitoral, que incluiu um debate muito disputado, os membros de ambas as listas prometem reforçar o espírito de cooperação e de amizade que tornou possível a realização de um trabalho saudável, ainda que distinto, num espaço comum.

matados, sentimos as amarras sociais. Acho tanta coisa ironicamente engraçada! E observo, atentamente, aquilo em que nos tornamos, lentamente. Apesar deste meu olhar, também eu sou assim, sigo a maioria porque, como a sociedade é o ar que nos faz respirar, não posso atrever-me a morrer. Laura Bento, 11.º C

“Colaborar é renunciar à imposição das nossas ideias para acolhermos as dos outros” A CPCJ da Batalha foi distinguida pelo GOVINT (Fórum da Governação Integrada), um fórum da sociedade civil que promove o trabalho colaborativo e que avaliou, em 2019, Ano Nacional da Colaboração, iniciativas partilhadas por vários parceiros. A este propósito, a professora Graça Teixeira referiu: “Fez todo o sentido candidatar algumas atividades da CPCJ, pois envolveram várias entidades.” O resultado não poderia ter sido mais positivo: das cinco atividades propostas, quatro foram aceites. Duas delas ligam-se à nossa es-

cola: “Educar para o Direito”, que sensibilizou os adolescentes do 7.º ano para as consequências de comportamentos e atitudes menos adequadas, e “Assembleia Municipal Jovem”, que levou alunos do ensino secundário a exercerem uma cidadania ativa a favor do nosso concelho. Escolhida foi também a “Caminhada Intergeracional”, já conhecida da população, que, anualmente, alerta miúdos e graúdos para os direitos das crianças. A mesma professora lembrou o dia 30 de janeiro em que diversas entidades rumaram ao Palácio de Be-

lém para receberem as distinções. “Foi um motivo de orgulho para a CPCJ da Batalha partilhar de uma iniciativa reconhecida como de superior interesse nacional pelo Senhor Presidente da República. O caminho é a colaboração. Muitas vezes esquecemo-nos que colaborar é renunciar à imposição das nossas ideias para acolhermos as dos outros. É preciso saber ouvir, acolher, partilhar”, conclui. Aprendamos com estes profissionais dedicados. Joana Ferreira, 12.º B e Susana Ferreira, 12.º C

Susana Ferreira, 12.º C

Diretor: Luís Novais. Edição e coordenação: professoras Fátima Gaspar, Fernanda Cardoso, Guida Roque e jornalista Carlos Ferreira. Fotografia: professor Sérgio Barroso. Redação: alunos da Oficina de Jornalismo - 10.º C, 11.º C, 12.º B, 12.º C e comunidade escolar. Paginação: João Bento. Facebook Alfabeto – Jornal do Agrupamento de Escolas da Batalha


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Atualidade

Cuidemos do ambiente! Nos nossos dias, é urgente preservar e cuidar do ambiente. Como tal, considerámos importante ouvir alguns trabalhadores da SUMA (Serviços Urbanos e Meio Ambiente), de forma a alertar a comunidade para a valorização do seu trabalho. Consideram estes profissionais que a sua atividade é gratificante, pois “não há nada melhor do que ver a vila

da Batalha limpa”, no entanto, reconhecem que limpar as ruas traz muitas dificuldades. Apontam, como exemplo, a variação das estações do ano e os dejetos dos animais. Reconhecem que é um trabalho “bastante solitário”, contudo consideram-no “tão honesto como outro qualquer” e é a sua forma de sustento. Referiram, ainda, que a maioria dos batalhenses se reve-

la “bastante compreensiva e respeitadora”, mas também lamentam a existência de alguns que “continuam a deitar lixo para o chão, apesar de haver ecopontos à sua disposição”. Deixamos, assim, um alerta aos nossos leitores: façam a reciclagem e valorizem o trabalho de quem se esforça para manter a nossa vila limpa e cuidada.

Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular “Para onde vão os plásticos?” A Escola Básica da Golpilheira participa no PAFC com o tema «Para onde vão os plásticos?». Neste projeto, os alunos são “Guardiões do Ambiente” empenhados e preocupados com as questões ambientais, desde a poluição ao uso dos plásticos. Das atividades até agora realizadas destacam-se recolhas do lixo, colocação

de uma caixa-ninho para as Corujas das Torres e reutilização de cordas encontradas na praia. Esta última surgiu quando o professor Miguel encontrou, na praia de Paredes da Vitória, um novelo de cordas e, em conjunto com os alunos, lhes deu uma vida nova, transformando-as em cordas de saltar, utilizadas com frequência nas aulas de

Aprender a cuidar da saúde e do ambiente Durante os meses de janeiro e fevereiro foi desenvolvida, junto dos alunos do 1.° CEB, a atividade “O que sabes tu da tua saúde?”, promovida pela CPCJ. De acordo com a professora Fernanda Alvega, o propósito foi reforçar as noções de higiene, alimentação, cuidados com a saúde, com o ambiente, com o seu espaço e como se salvaguardar de situações de risco ou perigo. Esta atividade foi desenvolvida nas disciplinas de Educação para a Saúde e de Ci-

dadania e Desenvolvimento, culminando com a aplicação de um jogo didático que permitiu trabalhar os saberes adquiridos. O comportamento e o empenho dos alunos contribuíram para a eficácia deste projeto, que se revela de grande importância, pois, além de estreitar os laços entre a entidade CPCJ e a escola, permite despertar nas crianças o sentido cívico e de alerta para situações menos corretas. Susana Ferreira, 12.° C

Expressão Físico-Motora. O mesmo professor revela que o projeto tem por objetivo sensibilizar os alunos e toda a comunidade para a realidade que nos afeta: o excesso de uso de plástico no dia a dia. “Pretendemos levar as famílias a reduzirem este uso e, para isso, promovemos a reflexão sobre o tema, levando-as a fazerem

parte da solução do problema. Ao mesmo tempo, queremos abordar os conteúdos e as aprendizagens de uma forma diferente, recorrendo a estratégias e dinâmicas mais motivantes que proporcionem aos alunos uma participação ativa no seu processo educativo”, explica. Para concluir, deixa a seguinte sugestão: “Se tiverem curio-

À descoberta da identidade regional

sidade, pesquisem no Facebook o «Xicogaivota», um artista plástico que realiza trabalhos a partir de materiais recolhidos em praias pouco frequentadas”.

Alexandra Carola, Beatriz São Pedro, Cristiana Carreira, Diogo Rocha e Nádia Santos, 11.º C

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Transatlantic Educators Dialogue Representada pelo professor Marco Neves, a nossa é a única escola portuguesa do projeto Transatlantic Educators Dialogue, TED 2020 (https://europe.illinois. edu/ted/), que engloba escolas europeias e norte-americanas, com o objetivo de desenvolver trabalho colaborativo e de partilha entre os vários participantes, analisando e discutindo os diferentes sistemas educativos e trabalhando diversos tópicos educacionais. A participação neste projeto permitirá ao nosso agrupamento alargar a sua perspetiva e visão, conhecendo novas realidades e contextos educativos.

Projeto Ético “Penso, logo cuido” Recolha de tampinhas De 25 a 28 de maio será concluída a recolha de tampinhas para fins solidários. Já entregámos a instituições ou a pessoas carenciadas, 11 cadeiras de rodas e muitos conjuntos de canadianas. Louvamos a persistência de todos os

que cada vez mais participam e nos ajudam a ajudar. Continua a guardar as tampinhas de plástico e, depois, entrega-as. Estás a ajudar alguém que precisa. Muito obrigado! Prof. João Carvalho

Estendal dos Direitos e Deveres No âmbito do PFAC do 10.º E – Identidade Regional -, recebemos, no dia 5 de fevereiro, o Dr. Joaquim Ruivo, diretor do Mosteiro da Batalha, que veio partilhar connosco mais algumas curiosidades desta joia arquitetónica, um dos ex-libris da nossa região e uma das sete maravilhas nacionais. Considerado Património da Humanidade pela UNESCO, tem uma grande importância histórica e monumental, fazendo da vila da Batalha um ponto de referência para qualquer visitante. E, quando falamos de Identidade Regional, nada melhor do que começarmos

por conhecer melhor o nosso Mosteiro. Esta foi uma das várias iniciativas levadas a cabo para compreendermos melhor o passado que ajudou a construir o presente e será determinante para as gerações vindouras. Um agradecimento muito especial ao Dr. Joaquim Ruivo pela sua disponibilidade e pelo momento bastante enriquecedor, que nos deixou, professores e alunos, entusiasmados e a pensar na próxima visita ao Mosteiro, pois, por mais que se visite, há sempre algo a descobrir! Professores e alunos do 10.º E

Está patente ao público, na Biblioteca Municipal da Batalha, a exposição “Estendal dos Direitos e Deveres”, resultado dos trabalhos desenvolvidos por alunos dos 5.º e 6.º anos. A atividade, promovida pela CPCJ e pelo AEB, assinalou os 30 anos da

Convenção dos Direitos da Criança. Procura-se, assim, consciencializar a comunidade e facilitar a integração plena das crianças e jovens no processo de desenvolvimento dos seus direitos. Prof. Graça Teixeira


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Atualidade

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Alunos na Polónia com o papel de tutores formadores No âmbito dos projetos eTwinning e Erasmus International Schools Station, seis alunos do 11.º ano do curso de Ciências e Tecnologias, acompanhados pelas professoras Manuela Silva, Miguela Fernandes e Ana Barraca, realizaram, na semana de 9 a 16 de fevereiro, a primeira mobilidade, na Polónia, onde desempenharam o papel de tutores formadores. Integraram o

projeto outros parceiros de Itália e Roménia, tendo cada um apresentado as respetivas escolas e cidades. A escola anfitriã brindou os participantes com uma peça de teatro sobre Copérnico e com um trabalho sobre a história da cidade de Kruszwica. Estes alunos dinamizaram o seu primeiro workshop sobre o sistema solar, intitulado “Planeta solar à

escala”, onde trabalharam as dinâmicas de grupo, desenvolvendo competências de comunicação e colaboração. Também realizaram diversas visitas e envolveram-se em atividades integradas no currículo de várias disciplinas, nomeadamente Cidadania e Desenvolvimento. Em destaque, a visita a Varsóvia, local onde os direitos humanos foram completamente esquecidos

Alunos de Informática e Turismo a estagiar em Itália

No âmbito do programa ERASMUS + KA102, oito alunos do ensino profissional de Informática e Turismo encontram-se na cidade de Avezzano, em Itália, a realizar um estágio de cerca de dois meses. Acompanhados, na primeira semana, pelos professores Marco Neves e Paulo Barreira, que apoiaram a sua integração, também observaram a ação dos professores italianos em contexto de trabalho, reali-

zando uma experiência de job shadowing. Os docentes foram recebidos no Istituto di Istruzione Superiore Ettore Majorana, uma escola secundária de nível superior, onde, para além de conhecerem as instalações e equipamentos, assistiram a várias aulas de Informática dedicadas à programação, à conceção de sites em html e às redes informáticas (Cisco - Packet Tracer). Convidados a par-

ticipar, os professores lançaram aos alunos italianos o desafio de conceberem uma minipágina web que fizesse a ligação ao Mosteiro da Batalha, desafio que foi prontamente aceite pelos estudantes e pelos professores. Tratou-se de uma experiência muito enriquecedora. No final do encontro, firmou-se a possibilidade do estabelecimento de uma parceria entre a nossa e esta escola de Avezzano.

Código criado por alunos do AEB pode chegar à estação espacial No âmbito do projeto Mission Space Lab, da Agência Espacial Europeia, a equipa AEB Space, composta por alunos do 12.º A e B e coordenada pelos professores Paulo Portugal e Marco Neves, com o apoio do Clube de Robótica, procedeu à análise dos programas desenvolvidos pelos alunos, utilizando a linguagem de programação Python e os dispositivos Raspberry PI. Foi ultimada uma versão do programa e enviada para

a equipa de análise técnica da ESA Education, aguardando-se que passe nos rigorosos testes de controlo, de modo a que possa ser enviada para execução a bordo da Estação Espacial Internacional. A aluna Joana Bagagem, do 11.º A, a trabalhar no projeto, referiu que foi criado um código, com a ajuda de guiões e indicações, tendo sido enviados dois códigos diferentes. Segundo a mesma aluna, “se tudo correr bem e se pelo menos um deles for aceite,

o código vai correr durante três horas na estação espacial e vai fazer com que o sense hat, o sensor usado na nossa experiência, recolha todo o tipo de dados sobre a estação como, por exemplo, a pressão, a temperatura e a humidade do seu interior, coordenadas e rotações. Se tudo correr bem, esses dados vão ser armazenados e nós vamos poder analisá-los e fazer um relatório”. Mariana Macedo, 11.º C

durante uma fase da nossa história recente. Esta experiência proporcionou aos

alunos aprendizagens únicas, impossíveis de realizar em contexto de sala de aula.

Bruna Vala, 11.º C

Visita à FITUR em Madrid

Os alunos do 3.º ano do curso profissional de Técnico de Turismo visitaram a Feira Internacional de Turismo, em Madrid (FITUR), uma oportunidade de se inteirarem sobre as tendências do turismo no cenário ibero-americano. Para além da oferta turística presente no local, puderam assistir a um conjunto de dinâmicas de comunicação e apresentações feitas por profissionais do setor.

A visita à feira pretendeu motivar os alunos, despertando-lhes o interesse pela projeção do que será uma das possíveis áreas de atuação no futuro, em termos do seu percurso profissional. A presença neste certame também lhes abriu horizontes sobre as tendências da indústria, a diversidade de hotéis, destinos turísticos e operadores de viagens, o que pode vir a ser útil ao nível da sua empregabilidade, dada a

premência estratégica do setor do turismo para o nosso país. Os participantes aproveitaram, ainda, para otimizar as suas Provas de Aptidão Profissional e encontrar oportunidades de trabalho numa escala global. Por fim, o enriquecimento cultural aconteceu, ficando a conhecer monumentos, obras e técnicas artísticas presentes nos locais visitados. Prof. Maria João Oliveira

Visita de estudo à “Casa da Madalena” No âmbito do Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular do 10.º E, Identidade Regional, realizámos, no dia 19 de fevereiro, uma visita de estudo ao Museu Etnográfico da Alta Estremadura, conhecido por “Casa da Madalena”, propriedade do Rancho Folclórico Rosas do Lena, na Rebolaria, com o objetivo de conhecermos mais um pouco da região a que pertencemos.

Tivemos o privilégio de participar numa visita guiada por um ilustre batalhense, o senhor Travassos Santos, que, melhor do que ninguém, conhece a história, os usos e costumes da nossa região, principalmente da vila da Batalha. Foi com muito entusiasmo e curiosidade que ouvimos as suas explicações sobre a história dos espaços que visitámos e, sobretudo, sobre os procedimentos da Festa

da Santíssima Trindade, na qual queremos participar ativamente. Regressámos à escola a pensar já na próxima etapa: preparar com toda a pompa e circunstância a nossa participação na Festa da Vila. Mãos à obra e um agradecimento muito especial ao senhor Travassos! Professores e alunos do 10.º E


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Entrevista

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TEM A PALAVRA

uma formação de excelência. “Recebi Sinto-me muito grata”

curso foi curto, ainda assim, guardo algumas memórias, desde a relação calorosa, passando pelos projetos extracurriculares, que nos foram envolvendo enquanto turma, até aos intervalos na sala de aula a tirar as minhas “milhentas” dúvidas existenciais ou a pôr a conversa em dia. Também é interessante recordar o quanto cresci e aprendi, sendo que tal só foi possível por estar rodeada de excelentes professores e colegas. Rafaela Considero que recebi uma formação de excelência. Sinto-me muito grata por ter tido ao meu lado professores que nunca desistiram de mim e que sempre me incentivaram a lutar para que as minhas melhores qualidades, tanto ao nível pessoal como ao nível académico, pudessem sobressair. É graças a todos os projetos, à exigência dos meus professores e ao meu esforço que tenho tido oportunidades únicas que me enriquecem diariamente enquanto estudante e enquanto profissional. Pedro Ao longo do meu percurso escolar no AEB criei memórias que me irão marcar para a vida toda.

de resolução de problemas. Dentro das engenharias, a química porque me pareceu ser a que melhor conjugava duas áreas que desde sempre me fascinaram: a química e a matemática. Rafaela Sou aluna do 3.º ano do curso de Bioquímica, da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa. Para além de ser estudante universitária, pertenço à Rede de Estágios do Núcleo de Bioquímica. Tenho a possibilidade de, em conjunto com os meus colegas, contactar empresas no sentido de conseguirmos estágios para todos os estudantes do meu curso e organizar visitas a essas mesmas empresas. Para além disto, tento sempre arranjar tempo para trabalhar ao fim de semana. Por vezes, é complicado gerir o estudo, a entrega de trabalhos e relatórios, mas, se formos focados, metódicos e organizados, existe sempre tempo para tudo. Na minha opinião, é muito importante ter uma ocupação extra porque nos permite gerir melhor o nosso tempo abstraindo-nos um pouco das nossas preocupações académicas. Pedro O curso que frequento é Engenharia Naval e Oceânica, no Instituto Superior Técnico, e a minha escolha deveu-se ao facto de o curso oferecer bastantes oportunidades profissionais, tanto em Portugal como no estrangeiro, e ao meu interesse pela área da engenharia.

Falam das suas escolhas e do curso universitário que frequentam Margarida Frequento o

Falam das suas expetativas e experiência no ensino superior Margarida Entrei no Téc-

curso de Engenharia Química, no Instituto Superior Técnico, a minha primeira opção de candidatura. A verdade é que nunca soube bem o que queria e fiz o meu secundário sempre com um vasto leque de opções futuras em mente, muito por nunca ter tido noção da média com que iria acabar. Escolhi uma engenharia para aprender a pensar e para aumentar a minha capacidade

nico com poucas expetativas, pois decidi conscientemente não as criar. Sabia apenas que se aproximavam momentos de trabalho árduo e que a perseverança teria de ser líder. Passado um semestre, posso dizer que essas expetativas foram superadas, tendo-me adaptado muito bem, melhor do que alguma vez esperei, e que estava certa quanto aos meses trabalhosos que se avizinhavam.

Margarida Valente, Rafaela Nogueira e Pedro Santos são estudantes que frequentaram a nossa escola e que agora, no ensino superior, continuam a partilhar connosco a sua experiência. Falam do seu percurso escolar no AEB Margarida O meu per-

Rafaela Recentemente, tive a oportunidade de realizar um estágio extracurricular na Fundação Champalimaud. Tem sido uma experiência muito enriquecedora, gratificante e que certamente irá ser uma mais-valia para o meu futuro. Considero muito importante estar em contacto com novas realidades que nos permitem sair da nossa zona de conforto e este estágio proporcionou-me exatamente isso. O alvo da nossa pesquisa é tentar perceber os mecanismos responsáveis pela formação de circuitos neuronais, no contexto embrionário, usando técnicas de imuno-histoquímica, microscopia e análise de imagens. O sistema nervoso é composto por uma grande variedade de tipos de células neuronais adequadamente conectadas para controlar as funções básicas de sobrevivência e respostas comportamentais específicas a estímulos internos e externos. Falhas nos padrões de conectividade durante o desenvolvimento embrionário têm sido associadas a certas doenças como, por exemplo, autismo e esquizofrenia e, por isso, é importante estudar o processo de formação destes circuitos neuronais para entender como a doença é desencadeada. Pedro A experiência no ensino superior pode ser um bocadinho chocante, ao início, devido à mudança drástica de ambiente, mas, depois de algum tempo de adaptação, a experiência torna-se bastante agradável. Há a oportunidade de aprender imenso e de criar novas amizades.

bém é na universidade que se apela muito mais à aprendizagem autónoma. Já senti que, com base nos meios disponibilizados, tenho que compreender conteúdos de que nunca ouvi falar. Neste contexto, é importante que, ao longo do secundário, adquiramos métodos de estudo, que aprendamos a aprender porque, na faculdade, vão ser muito precisos. É importante ter em mente que, se não fizermos o trabalho por nós mesmos, ninguém o vai fazer. A somar a tudo isto vem a capacidade de gestão da nossa liberdade. A partir do momento em que entramos no ensino superior a liberdade que nos é dada em nada se compara à que tínhamos, sobretudo quando estamos deslocados da nossa casa. Embora essa experiência seja muito boa, também pode ser prejudicial, daí a importância de saber gerir a nossa liberdade. Rafaela Penso que uma das maiores dificuldades no ensino superior é a quantidade e complexidade das matérias abordadas. Não raras vezes, é necessário adotar uma postura autodidata. Por vezes, é difícil conciliar a nossa vida académica, pessoal e profissional, mas com esforço e perseverança tudo se consegue. Pedro As maiores diferenças encontram-se principalmente no ambiente escolar e nas matérias lecionadas. No ensino superior, as matérias são mais relacionadas com a área de interesse do aluno, por isso considero que o ensino superior é mais motivador que o secundário.

Falam das diferenças entre o ensino secundário e o ensino superior Margarida Entre o ensino

Deixam conselhos aos alunos do ensino secundário que pretendem ingressar no ensino superior Margarida Posso reco-

secundário e o ensino superior há bastantes diferenças. Para começar, o ritmo de trabalho. Nas aulas teóricas, a matéria é dada muito rapidamente, o que nos exige muita concentração; nas aulas práticas, aprofunda-se mais a matéria. Estas são muito úteis para não nos perdemos no meio de tanta teoria. Tam-

mendar que não temam o vosso futuro e que tenham a mente aberta. Caso não entrem na primeira opção, não pensem que é o fim do mundo, há sempre forma de dar a volta à situação. Quando entrarem, é normal estarem ansiosos, mas tenham presente que, tal como vocês, estão

muitos outros jovens. Gostaria ainda de realçar que é mesmo importante que, na vossa bagagem, venha a eficácia na organização do tempo de forma a torná-lo produtivo. Rafaela Tenho como lema não rejeitar projetos que me acrescentem saber. Considero ter vocação para a área da investigação e, futuramente, ambiciono trabalhar num local inovador, que me per-

mita aumentar o meu conhecimento e que me desafie diariamente, de modo a superar-me a mim mesma. Adotem o meu lema! Pedro O conselho principal é esforçar-se no ensino secundário para poder, depois, entrar num curso que agrade e que traga satisfação na vida adulta. Bruna Vala e Laura Bento, 11.º C


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Cultura

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“A arte é crucial para a mudança de paradigma numa sociedade” A professora Rosário Cunha leciona Português no AEB e tem desenvolvido projetos de teatro que proporcionam aos alunos o contacto com esta forma de arte. O Alfabeto quis conhecer e revelar o seu trabalho. O seu gosto pelo teatro tem proporcionado a realização de vários espetáculos com alunos. Quando começou esta experiência e como tem conseguido manter os projetos?

A experiência começou quando lecionei nesta escola (pois já o tinha feito em outras escolas) a disciplina de Teatro a alunos do terceiro ciclo. Quando essa oferta de escola terminou, surgiu a possibilidade de continuar

a fazer teatro, primeiro, integrado nas atividades das Jornadas Culturais, depois, no final de cada ano letivo, quando o departamento de Português se propôs fazer um Sarau Cultural. Em 2018/2019, a escola participou, pela primeira vez, no Festival de Teatro Juvenil Miguel Franco, dado que o mesmo foi alargado a outras escolas fora do concelho de Leiria. A experiência foi tão positiva que este ano voltamos a marcar presença com o mesmo entusiasmo. Qual a importância do teatro na escola e que benefícios pode trazer para os alunos?

Apetece-me parafrasear Pessoa: o teatro é “o nada

que é tudo.” Há poucos dias, ouvi alguém dizer que um jovem que vai ao teatro e outro que não vai são dois cidadãos completamente diferentes. Concordo em absoluto com a afirmação, pois o teatro, assim como as outras artes, é crucial para a mudança de paradigma numa sociedade, dado que trabalha a sensibilidade de cada um e desperta-o para o mundo que o cerca, para novas ideias, para a necessidade e vontade de mudança e inovação. Assim, aquilo que parece “nada”, apenas uma ou duas horas de puro entretenimento, quer da parte do ator quer da parte do espetador, transforma-se em “tudo”, porque torna o jovem mais consciente do seu papel no mundo.

Normalmente, os textos são da sua autoria. Como acontece o processo criativo?

Os textos começaram por ser da minha autoria, dado ser difícil encontrar peças já escritas para o número de alunos que quer participar e para as temáticas que se pretendem abordar. Por exemplo, este ano, serão vinte e três atores em palco, e estou a referir apenas os que têm falas e não a totalidade dos alunos que integrarão a peça. Tudo começa com uma ideia que pode surgir de diversas maneiras: ou de uma conversa, ou de uma frase que leio, ou ainda de algo que vi. Depois, quando começo a escrever, é quase de

supetão: as ideias aparecem umas atrás das outras, interligam-se rapidamente num crescendo a que tenho, algumas vezes, de pôr cobro, porque, de outra forma, seria uma história sem fim, tantas as possibilidades que me surgem. Não sei explicar como o faço, pois mais parece algo que se impõe e que não controlo do que o contrário. O que pensa da publicação dos seus textos e da oportunidade de outros os representarem?

Não nego essa possibilidade, embora nunca tenha pensado nisso. Quando escrevo estes textos, tenho como objetivo passar uma mensagem na qual acredito,

“Da Freiria ao Mosteiro” No início de fevereiro, as turmas D, E e F, do 6.º ano, voltaram ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Desta vez, para acompanharem os passos das personagens da obra “A Visita do Marquês” dentro do monumento. Com esta “Leitura Encenada” por atores do grupo de teatro “O Nariz”, os alunos descobriram pormenores que nunca tinham observado, como é o caso do desenho da cegonha numa das paredes ou os frades dominicanos que seguram livros abertos, esculpidos nos capitéis do Claustro Real. Durante o percurso, também os alunos fizeram de conta que eram atores e participaram animadamente nos diálogos. “Uma maravilha!”

ficou a ecoar por algum tempo na memória de todos. “Fazer teatro é uma maneira de entrarmos nas histórias e provoca a vontade de ler mais”, confessou Joana Almeida, do 6.º E. Nesta aula, aprende-

ram a importância dos gestos, do tom de voz, da postura, do olhar e da expressão facial na comunicação oral e apreciaram a expressividade dos atores. Aprenderam, também, palavras engraçadas

Ler em voz alta No dia 1 de fevereiro, para comemorar o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta, o Centro Qualifica realizou uma atividade com formandos em Processo de RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências), respondendo ao desafio lançado pelo Plano Nacional de Leitura e pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional. Esta atividade visou motivar os formandos para a leitura de textos literários

que não se usam atualmente, como por exemplo latrina, e até cantaram os parabéns ao Senhor Marquês pelo seu 350.º aniversário. Ficou agendada na vontade de todos uma nova visita para

divertir as pessoas e, sobretudo, mostrar que a cultura não é aquela coisa sisuda e aborrecida que muitos pensam que é. Materializar tudo isto com jovens alegres e entusiastas é o prémio maior, porque o mais importante é o momento que se vive e partilha e que fica para a vida na memória de todos. O resto não tem importância nenhuma.

Polígonos estrelados animam bloco D

conhecer os jogos de tabuleiro recentemente descobertos nas pedras do Mosteiro e aperfeiçoar o roteiro que já iniciaram na Oficina de Aprendizagem.

Os alunos do 7.º ano, das turmas E, F, G e H, realizaram a pintura de polígonos estrelados, bem como uma pesquisa sobre as características de diferentes estrelas do universo. No bloco D, a exposição “A Minha Estrela” resultou da articulação curricular entre as disciplinas de Educação Visual e Físico-Química.

Alunos do 6.º D, E e F

A alegria e a tristeza Mas nem tudo acabou. A alegria estava no ar, mas a tristeza conseguiu voltar. A tristeza, pelas ruas, andava a vaguear e a alegria não conseguiu reinar. A tristeza trouxe muitos amigos: depressão, solidão e infelicidade. A alegria tudo perdeu: honestidade, humildade e felicidade.

de autores de língua portuguesa, numa perspetiva de

aprendizagem ao longo da vida.

A tristeza estava a reinar, ninguém conseguia sorrir nem sequer brincar ou cantar. Todos queriam fugir.

Um dia, uma menina muito feliz, que é de outro país, a alegria veio ajudar e a ela se juntar e contra a tristeza foram lutar. Juntas conseguiram vencer e a tristeza fizeram perder. Afinal, a felicidade tem grande poder. Tudo voltou ao normal. Um país feliz é um país especial. Mariana Vieira, 6.º B


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Desporto

4.ª Concentração de Andebol Feminino

Ultimate Frisbee com 50 alunos em competição No dia 12 de fevereiro, realizou-se o segundo encontro das equipas de Ultimate Frisbee, do Desporto Escolar de Leiria, que teve lugar no pavilhão da escola D. Dinis e contou com a presença de cerca de 50 alunos. A aluna Susana Ferreira, do 12.º C, participante nesta competi-

A equipa de andebol feminino participou na 4.ª Concentração de Andebol, que se realizou no Colégio João de Barros, ganhando os dois jogos que disputou: 19 pon-

tos contra 15 da equipa da escola D. Dinis e 20 pontos contra 15 com a equipa anfitriã. É de salientar o empenho, garra e vontade de vencer

desta equipa, assim como o fair play e camaradagem demonstrados com as alunas das outras escolas. Prof. Raquel Sá

Equipa de natação na conquista dos regionais

No âmbito do Desporto Escolar, a equipa de natação participou nas concentrações realizadas nos dias 22 de janeiro, em Ansião, e 12 de fevereiro, na Batalha, com vinte e três alunos em competição e dois árbitros. Estes encontros visam o

apuramento dos alunos das quatro escolas do CLDE de Leiria de Natação (Escola Básica e Secundária da Batalha, Escola Secundária José Loureiro Botas - Vieira de Leiria, Escola Básica e Secundária Dr. Pascoal José de Mello - Ansião e Esco-

la Básica e Secundária Dr. Manuel Ribeiro Ferreira – Alvaiázere), para os Regionais de Natação que se realizarão no dia 18 de abril, em Coimbra. Patrícia Rodrigues e Erica Guedes, 11.º C

Alunos conquistam o pódio em ténis de mesa

No âmbito do Desporto Escolar, dez alunos do AEB participaram no torneio de ténis de mesa, que decorreu em Porto de Mós. Em termos de classificação final, no escalão Infantis B, os alunos Santiago Paródia, João Silva e Francisco Catarino al-

cançaram, respetivamente, os 1.º, 2.º e 3.º lugares; já no escalão Iniciados, apenas o aluno Guilherme Catarino subiu ao pódio (3.º lugar). No escalão Juvenis, Luís Carreira ficou em 2.º lugar. Na opinião destes alunos, a participação no torneio foi

importante, pois revelou que estão a progredir, prova disso são as classificações obtidas. Referiram, ainda, que “com esforço, tudo se consegue”. Patrícia Rodrigues e Erica Guedes, 11.º C

Martim Pinheiro, árbitro estreante

ção, referiu que “o objetivo é promover a competitividade saudável entre as várias escolas e promover, também, o próprio desporto, visto que é uma modalidade com pouca visibilidade”. Patrícia Rodrigues e Erica Guedes, 11.º C

Corta-mato com a participação de 45 alunos e lugares no pódio A fase EAE LEIRIA do corta-mato escolar decorreu na Marinha Grande, tendo a nossa escola participado com 45 alunos distribuídos por vários escalões. Apesar da chuva, foi um dia intenso de prática desportiva, competição e convívio. São grandes objetivos desta modalidade levar os alunos a perceber a importância que o exercício físico tem para a sua saúde e a compreender a necessidade de adotar um estilo de vida ativo. Em termos desportivos, o maior destaque vai para os alunos Gabriel Cunha, do 7.º G, que obteve o 1.º lugar no escalão

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de Infantis B, Margarida Santos, do 9.º H, que foi 4.ª classificada no escalão de Iniciados, e Joana Bagagem, do 12.º A, posicionada no 3.º lugar, no escalão de Juvenis. Estes alunos representarão o AEB e a EAE LEIRIA no corta-mato nacional que se realizará na Figueira da Foz. De salientar, ainda, o excelente 2.º lugar por equipas alcançado pelas Juvenis Femininas, Joana Bagagem, do 12.º A, Mariana Videira, do 11.º A, Érica Guedes e Beatriz Cerejo, do 11.º C, e Matilde Prior, do 11.º A.

Decorreu no dia 12 de fevereiro o 2.º Encontro de Andebol, no escalão de infantis masculinos, em Leiria, no âmbito do Desporto Escolar. A equipa do AEB defrontou as do Colégio Conciliar Maria Imaculada e da Escola Dr. Manuel de Oliveira Perpétua. Os jogos decorreram num ambiente de fair play e contaram com a participação especial do aluno Martim Pinheiro, do 6.º D, que se estreou como árbitro, depois de ter realizado a sua formação proporcionada pela Coordenação do Desporto Escolar de Leiria em parceria com a Associação de Andebol de Leiria, no dia 8 de janeiro. Prof. Marta Granger

Mariana Macedo, 11.º C


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Última

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Carnaval, a aposta na diversão formativa Na manhã do dia 21 de fevereiro, realizou-se o habitual Desfile de Carnaval, na vila da Batalha, em que participaram os grupos da educação pré-escolar e turmas dos restantes ciclos de ensino. Este corso contou com a presença de centenas de alunos das diversas escolas do concelho, mostrando criatividade, empenho e dinamismo na participação em projetos socioculturais. Estiveram ainda presentes familiares dos alunos, diversos membros da comunidade docente e também da Câmara Municipal. Crianças e jovens desfilaram pelas ruas centrais da Batalha, exibindo os seus disfarces originais e dando um colorido diferente ao ambiente. Houve prémios atribuídos em todos os níveis de ensino, distinguindo-se o mérito do trabalho desenvolvido. É de

realçar a preocupação que alunos, professores e educadores revelaram pelos direitos humanos, sustentabilidade e combate às alterações climáticas, pois a escolha dos temas para a elaboração dos fatos recaiu nesta problemática. Para a aluna Laura Bento, do 11.º C, o Carnaval foi “gratificante, pois o trabalho em equipa fez-me sentir realizada, uma vez que me senti alegre durante todo o processo, desde a elaboração dos fatos ao desfile em si, e considero que seja a felicidade o que melhor descreve esta experiência”. A mesma aluna considera essencial para a formação escolar e social dos alunos a participação neste tipo de atividades, pois “a maioria segue uma rotina e, por essa razão, muitos não se sentem interessados

pela escola. Com este desfile, todos pudemos desenvolver a nossa imaginação para criar novas ideias e projetos”. Por fim, também salientou a preocupação que foi dada às

questões ambientais e sociais presentes na elaboração dos disfarces, sendo este um assunto que está na ordem do dia: “A minha turma alertou para a reutilização de mate-

riais diversos que possibilitam a criação de peças novas. Esta ideia incentivou-nos a pôr mãos à obra num espírito colaborativo ”. Esta foi uma manhã dife-

rente, marcada pela alegria, convívio e boa disposição de todos os intervenientes, permitindo quebrar a rotina diária. Adriana Pereira, 11.º C

14.º Concurso Nacional de Leitura No dia 7 de fevereiro, realizou-se a fase concelhia do 14.º Concurso Nacional de Leitura, no qual participaram alunos dos 3.º ao 12.º anos de escolaridade. Esta iniciativa, que teve lugar no Auditório Municipal, foi promovida pela Câmara da Batalha, Rede de Bibliotecas Escolares e AEB a fim de estimular, junto dos mais novos, a prática da leitura. Após a realização de uma prova escrita e de outra oral, apuraram-se quatro alunos de cada ciclo que vão representar o agrupamento na fase intermunicipal, no dia

Erasmus muda a visão da vida O AEB recebeu, mais uma vez, alunos e professores de vários cantos da Europa, no âmbito do Projeto Erasmus + A lab in my pocket. Todos concordam que esta “é uma experiência maravilhosa”, uma vez que podem “contactar com várias culturas e apurar a capacidade linguística”. Ali, professor turco, considera que, após este encontro, os alunos vão ter uma visão diferente da vida. Assemelha a nossa escola a uma universidade, na Turquia, afirmando que, no seu país, a educação é limitada,

não dando tantas oportunidades de escolha aos alunos. Uma das maiores diferenças detetadas foi a carga horária do sistema educativo português. Portugal é o país europeu onde os alunos passam mais tempo dentro de uma sala de aula. Segundo Ali, ter mais horas letivas, à partida, não é apelativo, no entanto, acredita que se praticam outras atividades além de estudar e os alunos estão num ambiente seguro. David, professor espanhol, entende que os horários portugueses são, de certo modo,

positivos, pois os alunos têm oportunidade de estudar diversas disciplinas e de passarem mais tempo com os seus amigos, contudo, têm menos tempo para praticar outras atividades. Uma das maiores dificuldades encontradas por estes jovens foram as saudades de casa, da família e amigos, dos seus animais de estimação e da comida da sua terra, mas Portugal encheu-lhes o coração e vão, decerto, voltar. Inês Custódio e Mariana Santos, 12.º C

25 de março, em Leiria. Foram premiados os seguintes alunos: Matilde Garcia, Diana Bagagem, Gabriel Coelho e Margarida Calhau (1.º CEB); Clara Henriques, Filipe Deniz, Maria Monteiro e Ana Leonor Ribeiro (2.º CEB); Daniela Sobreira, Tiago Vala, Joana Freitas e Beatriz Ramos (3.º CEB); Íris Deniz, Alexandra Carola, Cristiana Carreira e Adriana Pereira (Secundário). Duas alunas vencedoras, Íris Deniz e Clara Cerejo, afirmam que o concurso permite “desenvolver a capacidade de compreensão de

obras literárias, tornar melhor a aptidão oratória e aumentar o gosto pela leitura”. Ao passarem à fase distrital referem o orgulho que sentem, tendo a “oportunidade de intervir” para deixar a nossa escola bem representada e provar que o AEB se pode “destacar em outras áreas para além das notas”. A fase nacional deste concurso vai decorrer em Oeiras.

Adriana Pereira e Alexandra Carola, 11.º C


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Património Um passeio pela Vila (IV) Fernão de Magalhães No princípio e no fim do Círculo começa e acaba o Mar. Da minha Pátria proscrito, decifrei o Enigma, e dei-lhe a primazia de um nome português circum-navegar o Infinito.

No grande restauro de 1937/1938, quase teve de ser reconstruida no todo a nossa Igreja Matriz tal era o estado de ruína em que se encontrava, embora já tivesse sido dotada com a actual torre sineira que substituíra o primitivo torreão e o campanário, conforme disse no apontamento anterior, feliz iniciativa nos princípios do século XX do então pároco da Batalha, Padre Dr. Joaquim Coelho Pereira, uma grande figura de sacerdote e de homem de Cultura. No restauro dos anos 30, entre outras obras foram demolidos alguns anexos no lado Norte, e guio-me pelo Boletim nº 13, de Setembro de 1938, da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, e a nossa Igreja já era Monumento Nacional desde 1910, do tempo ainda de D. Manuel II, foi feita nova cobertura da nave do templo dado que a anterior caíra com o grande tremor de terra de 1858 (não confundir com o terramoto de 1755 que na Batalha também fizera grandes estragos), foram consolidadas as paredes e o arco cruzeiro, restauradas todas as janelas da nave e da capela-mor, reduzida a altura da janela da fachada principal para desafrontamento do pórtico, construído o baptistério onde foi colocada uma pia baptismal proveniente do Mosteiro, reconstruído, mas reduzindo, o edifício da sacristia, construídos dois altares na nave junto do cruzeiro, construído um peque-

no coro, colocado na capela mor um precioso altar com embutidos de mármore, retirado da Capela (lateral) de São Miguel ou dos Sousas, do Mosteiro, assentes nas paredes tanto da capela mor como da nave faixas de azulejos do século XVIII provenientes do extinto convento, o de Ara-Coelis, de Alcácer do Sal, etc., etc.. Salvou-se o templo mas, continuando durante anos sem utilização, recomeçou a degradar-se pelo que nos finais do século XX foi sujeito a outro grande restauro. E desde aí, retomada no seu seio a actividade religiosa, como complemento da do Mosteiro, e inclusivamente aberto ao turismo durante os meses de Julho e de Agosto numa louvável iniciativa da nossa Junta de Freguesia, o belo e expressivo monumento batalhense da invocação da Santa Cruz tem-se mantido numa estado razoável. No topo da nave, junto ao arco-cruzeiro, do lado do Evangelho (lado norte nas igrejas orientadas no sentido leste-oeste) está o altar da Confraria da Santíssima Trindade que, neste templo, tinha a sua sede desde o século XVI, que, segundo creio, também teria sido o século em que se principiou na paróquia batalhense (criada pelo Prior-Mor de Santa Cruz de Coimbra em 1512) a Festa à Trindade divina, de tão grandes tradições entre nós. A Confraria já existia em 1536. Este altar tem um precioso retábulo de calcário, bem conservado, belo espécime da arte Renascença (vide o citado Boletim dos Monumentos Nacionais). A data, 1532, que está na parte superior do pórtico da Matriz, regista o ano do termo da obra de construção do templo ou do termo do pórtico, pois faltam os documentos que se refiram a um ou ao outro caso, aliás como não há a certeza de quem foi o arquitecto que fez a planta

geral do edifício e (ou) que dirigiu a obra. É natural que tivesse sido Mateus Fernandes que em 1514, ano do início da construção, ainda dirigia as obras do Mosteiro, vindo a falecer em 1515, portanto no ano seguinte. Recordo que é o Mestre que teve a honra póstuma de ser sepultado, por decisão de el-Rei D. Manuel I, em campa devidamente assinalada, á entrada da igreja conventual e bem próximo do panteão real. É possível, também, que pudesse ter sido Boitaca (Boytac), autor confirmado do referido pórtico, onde, repito, nas duas pilastras foi gravada, e está bem visível, a sua sigla: um b gótico. O pórtico é uma peça assinalável do estilo manuelino mas já dando mostras de algumas diferenças em relação aos passos dados por Mateus Fernandes, sogro, volto a lembrar, de Boitaca (Boytac). Muito elegante e muito expressivo, só por si é um monumento enquadrado noutro monumento. Infelizmente começa a dar provas de degradação estando já a notar-se a urgência duma intervenção. A imagem, que acompanha este apontamento, reproduz um dos quadros do notável Pintor José Manuel Soares, que ele gentilmente me ofereceu há bastantes anos. Desenho do pórtico da nossa Matriz é uma obra de arte portentosa, de extremo rigor e de inexcedível beleza, digna do original retratado. Lembro que José Manuel Soares, infelizmente já falecido, tem em Pinhel, linda cidade beirã, um museu que lhe é inteiramente dedicado. A nossa Igreja Matriz tinha no seu então vasto adro, de que a estrada que lhe passa em frente ocupa uma parte, o segundo cemitério da Vila. O primeiro fôra na Igreja de Santa Maria-a-Velha. Daquele adro o cemitério passou, em meados do século XIX, para o Casal do Azemel. No século XVIII, talvez

nos anos vinte desse século, foi construída no terreiro atrás da Igreja Paroquial, a sede da Santa Casa da Misericórdia que engloba uma capela barroca, simples mas de bom gosto. Tem esta capela um valioso altar com um belo retábulo tudo de madeira policromada e dourada, mandados executar no terceiro quartel de setecentos e atribuíveis ao mestre entalhador António Pereira da Silva, com oficina na nossa Vila. Sobre este altar e retábulo convém consultar a obra do Professor Doutor Francisco Lameira, da Universidade do Algarve, “Retábulos das Misericórdias Portuguesas”, que nas páginas 136 e 137, com bela fotografia, refere estes valores batalhenses. A nossa Capela tem, entre outros aspectos dignos de apreciação, um confessionário incrustado na porta da sacristia, maneira hábil de aproveitar o espaço diminuto do templo. No tecto, uma escultura reproduzindo o escudo real.

Entre a Casa da Misericórdia e a Matriz está um cruzeiro que, curiosa e espantosamente, chegou a ser classificado como o antigo pelourinho transformado em cruzeiro, o que não corresponde minimamente à verdade. O antigo e formoso pelourinho manuelino, que hoje tem um monumento evocativo erguido entre as ruas de D. Filipa de Lencastre e de Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, recordo: monumento da autoria do mestre Alfredo Neto Ribeiro, foi totalmente destruído à volta dos anos 60 do século XIX (ver jornal “Leiria Ilustrada” nº 127, de 4 de Julho de 1907, estudo de Sá de Villela sobre os pelourinhos do distrito de Leiria). Aquele erro já foi desfeito. A nossa Santa Casa situa-se no largo que tem o seu nome, Misericórdia, sendo curioso referir que pelos meados do século XX este mesmo espaço era designado por largo de D. Manuel I, homenagem à memória do rei que elevara, em 1500,

a Batalha a vila, e mandara, em 1514, construir a Igreja Matriz. Nele situa-se, no seu lado oriental, um dos quatro edifícios barrocos ainda existentes na vila, propriedade da Dr.ª Liliana Ribeiro que recentemente ali fez obras de restauro. Paredes meias com o largo da Misericórdia está a praça 14 de Agosto de 1385, que primitivamente era designada pela praça nova, construída, no que fôra uma antiga vinha dos Condes de Felgueiras, nos princípios dos anos 40 do século XX, altura em que para ali passou a feira do gado que se realizava no Rocio, agora largo de Goa, Damão e Diu. À beira da praça 14 de Agosto, no seu lado nascente, corre o nosso rio Lena, um dos cursos de água que está em risco de perder o seu caudal no Verão, tais são as transformações climáticas dos últimos tempos. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (203)


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Batalha Opinião

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s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Galinhas trabalham a terra Março é o mês ideal para começar uma horta, principalmente quando queremos que as plantas nasçam na nossa terra - é um mês em que parece ser bom para tudo brotar. Este é o mês de sementeiras e plantações por excelência. Uma parte do meu quintal fica em pousio no inverno, dado que tenho menos tempo para cuidar dele, e porque também gosto que se auto-regenere. Sempre que tiverem áreas generosas de quintal, optem por não “abusar” da terra, deixem-na reorganizar-se. O

engraçado é que continuei a apanhar muitas plantas que nasceram espontâneas e me surpreenderam com excelentes colheitas, desde acelgas, couves, funcho, borragem, capuchinhas, aipo, etc. E agora que pretendo cultivar, deixei lá as galinhas a trabalhar. Limpam as ervas com que se alimentam, esgravatam a terra e eliminam lesmas e afins, estrumam, e ainda oferecem uns ovos super amarelinhos bem saborosos. Isto é fruto de entender que na natureza tudo se auto regula, se entendermos isso, pode-

mos beneficiar com o seu ciclo de acontecimentos. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre: aveia, abóboras, aipo, alfaces, alho francês, agrião, batatas, beringelas, beterrabas, brócolos, cebolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, espinafres, ervilhas, luzerna, feijão, melão, malaguetas, nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, trigo, tomates, rabanetes, rúcula, coentros, calêndulas. Jardim, semear: amores perfeitos (flores comestíveis), cravos, crisântemos, dálias, gipsofilas, girassol,

goivos/bocas de lobo, capuchinhas (Flores comestíveis), perpetuas, proteas, sécias, zinias

Arbustos e árvores de fruto para plantar: amoreiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, mo-

rangueiros, videiras. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.

s Pestanas que falam

Joana Magalhães Jornalista

São 14 dias (ou mais) em que não há desculpas Por esta altura, é inevitável que o tema desta crónica seja o novo Coronavírus. Um fenómeno que obriga a mantermo-nos vigilantes, olhar por nós, pelos outros – próximos ou distantes – e lavar as mãos, lavar as mãos, lavar as mãos. Este é um daqueles períodos em que “não acontece só aos outros”, pode acontecer a todos, e todos, rigorosa-

mente todos, têm a responsabilidade de se proteger a si e aos grupos de risco. A Covid-19 tem, por estes dias, obrigado as empresas a desdobrarem-se em métodos de teletrabalho, os estudantes estão em casa e as ruas como que desabitadas. Estar em casa pode parecer um plano chato, mas é essencial. Poderia, em seguida, dei-

xar uma lista de livros, filmes e séries que considero serem uma boa forma de passar o tempo. Poderia lembrar-me de jogos de tabuleiros, dos cestos de roupa para lavar ou daquele caixote que está por arrumar. Mas a minha proposta é diferente. O que proponho é que se aproveite este tempo para pensar. Num mundo em que

sentimos não ter tempo para respirar, parar e pensar, este pode ser o momento. Aproveitar os dias para refletir no que se fez e no que se planeia fazer. Talvez este seja exatamente o tempo que precisávamos para colocar a vida em perspetiva e sentir, no coração, se o caminho é o correto. São 14 dias (ou mais) em

que não há desculpas, em que há tempo para pensar. E pensar é, hoje, já um luxo. Pensar, refletir e voltar com as ideias reforçadas, reformuladas e mais fortes. Afinal, o mundo foi obrigado a parar, as comunidades estão obrigadas a ser solidárias, as pessoas lembram-se de ter cuidado consigo e pensam naqueles que querem prote-

ger. E isto, ninguém fazia há muito tempo.

s Noticias dos combatentes

Parabéns aos combatentes do Concelho da Batalha! Há décadas que os combatentes da Batalha têm duas grandes aspirações: 1ª - Que, na sede do seu concelho, fosse erigido um memorial que perpetuasse os seus feitos nas guerras das ex-colónias africanas, com todos os sacrifícios inerentes exigidos e onde alguns foram imolados no “Altar da Pátria” e muitos outros ficaram incapacitados, em termos físicos e/ ou psíquicos, até ao fim dos seus dias; 2ª – Que lhes fosse proporcionado um local condigno e de fácil acesso, isto é, uma sede para o seu núcleo, onde pudessem reunir-se e confraternizar uns com os outros, recordando aqueles

tempos idos e as peripécias vividas e que só quem de facto as viveu as pode compreender, verdadeiramente. A concretização destes dois anseios nunca seria fácil, pois não dependiam apenas da vontade dos combatentes, nem do seu núcleo, sendo que a questão do memorial era ainda mais crítica, por, de algum modo, depender também de entidades externas aos poderes concelhios. Com efeito, se, no caso da sede do núcleo, foi possível, ao longo das décadas, ir remediando a situação, o mesmo não se passava com a questão do memorial, por muito mais complexa. Em particular nos últi-

mos 15 anos, as sucessivas direções do núcleo intensificaram os seus esforços, no sentido de tentarem concretizar aqueles objetivos, até porque a questão da sede passou a ser tão premente como a do memorial, uma vez que a atual, como todos sabem, se situa na periferia de vila, num local de difícil acesso, tanto pedestre, pela cada vez mais avançada idade dos combatentes, como também via auto, por falta de estacionamento. A atual direção do núcleo, em funções há pouco mais de um ano, herdou estes dois espinhosos dossiers e não perdeu um segundo na busca de soluções para os mesmos.

Em ambos os casos, intensificou os contactos com a nossa autarquia e foi ainda mais longe, no que diz respeito ao memorial: conseguiu que a DGPC (Direção Geral do Património Cultural) se constituísse parceira neste projeto. Ora bem, no pretérito dia 15 de fevereiro, dia da assembleia geral ordinária do núcleo, o seu novo presidente transmitiu aos presentes estas duas fantásticas notícias: 1ª: Uma das excelentes arquitetas da DGPC já elaborou o projeto do memorial, de seguida também já aprovado pela sua diretora geral, bem como o local onde irá ser erigido, por sinal um dos sítios mais nobres da vila

da Batalha: o espaço verde frente à estátua equestre do heróico patrono dos combatentes, D. Nuno Álvares Pereira; 2ª: Nos assíduos contactos mantidos como o sr. presidente da câmara, o último dos quais no dia 14 de Fevereiro, aquele decidira: a) Colocar dois imóveis públicos à disposição dos combatentes, para escolherem um para futura sede; sendo que um deles era, desde há muito, um dos nossos anseios; b) Ficava a aguardar que lhe fizéssemos chegar o projeto do memorial, para que a câmara também possa dar a sua colaboração, relativamente aos necessários pro-

jetos de especialidade. Decididamente, 2020 parece ir ser um excelente ano para os combatentes batalhenses! Contudo, caríssimos camaradas, restantes associadas e associados, temos de ter presente que, para nos instalarmos na nova casa e construirmos o memorial, precisamos de meios de vária ordem. Daí que, a partir de agora e sob diversas formas, iremos precisar da colaboração de todos, pedindo, para já, a vossa melhor atenção para as notícias que, sobre ambos os projetos, iremos transmitindo, em particular nas próximas circulares. NB-LC


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Rampa do Reguengo do Fetal regressa à estrada em abril

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Diogo Piçarra cabeça de cartaz das festas de agosto m No primeiro dia atuam os Resistência, um dos grupos musicais de referência do país

p Tem uma extensão de 4,2 quilómetros A prova de desporto automóvel Rampa do Reguengo do Fetal, no Concelho da Batalha, regressa a 26 de abril. Com um traçado maioritariamente técnico e com uma extensão de 4,2 quilómetros, realizar-se na EN 356, no troço compreendido entre o Reguengo do Fetal e São Mamede. Numa organização con-

junta do Planalto Motor Clube, de São Mamede, e do Núcleo de Desportos Motorizados de Leiria, a prova conta com diversas zonas ao longo do percurso para o público. O piloto batalhense Valter Gomes, convidado pela organização para padrinho da prova, enaltece a iniciativa, destacando “a qualida-

de técnica do percurso e a paisagem única que acompanha todo o circuito”. A Rampa do Reguengo do Fetal é disputada através da modalidade sport plus (sem limite médio de velocidade imposto aos pilotos), sendo as inscrições realizadas no Núcleo de Desportos Motorizados de Leiria.

Os concertos das Festas da Batalha, que se realizam de 13 a 16 de agosto, contam com a atuação, no primeiro dia, dos Resistência, um dos grupos musicais de referência do país. Gisela João abrirá o palco no dia 14 de agosto, feriado concelhio, seguindo-se o concerto de Fernando Daniel. No dia 15 de agosto, o recinto dos festejos receberá, ao início da noite, os sons eletrónicos da dupla da RFM Rich& Mendes, antecedendo o concerto de Richie

p O músico Diogo Piçarra Campbell. Caberá a Diogo Piçarra encerrar os festejos. As Festas da Batalha reúnem, a par da música, gastro-

nomia, desporto e animação diversa, atraem anualmente milhares de pessoas à vila da Batalha, contando com entradas gratuitas.

Seg. a Sex.: 9h30 às 13h00 14h às 19h30 Sábado: 9h30 às 13h00 14h às 18h00

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Jornal da Batalha

março 2020

Saúde Covid-19: medidas de higiene e etiqueta respiratória O novo Coronavírus, denominado Covid-19, foi identificado pela primeira vez na China, na cidade de Wuhan, em dezembro de 2019. A 2 de março de 2020 foram confirmados os primeiros casos de infeção em Portugal. A infeção pelo Coronavírus pode assemelhar-se a uma gripe comum, com febre, tosse e dificuldade respiratória, ou apresentar-se como uma doença mais grave, como pneumonia. A sua transmissão é feita através de gotículas das pessoas infetadas pelo vírus, ou pelo contacto com objetos e superfícies contaminados. De forma a prevenir a

exposição e transmissão da doença, a Organização Mundial da Saúde recomenda medidas de higiene e etiqueta respiratória, nomeadamente tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir usando o braço ou um lenço de papel que deve ser posteriormente colocado no lixo, lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica e evitar o contacto próximo com pessoas com infeção respiratória. A Direção Geral da Saúde define como caso suspeito de Covid-19 a pessoa que apresenta infeção respiratória aguda e tenha viajado para zonas onde existe

transmissão entre pessoas na comunidade nos 14 dias antes do inicio dos sintomas ou tenha estado em contacto com um doente infetado. Caso suspeite estar infetado com o novo Coronavírus deve, antes de se dirigir a uma serviço de saúde, entrar em contacto com o Sistema Nacional de Saúde através da linha telefónica do SNS 24 (808 24 24 24) e seguir as recomendações fornecidas. Para mais informações fidedignas deve consultar o site https://www.dgs.pt/corona-virus/home.aspx.

Se regressou de alguma área afetada, por favor fique alerta nos próximos 14 dias: Evite contacto com outras pessoas

Avalie a temperatura corporal 2 vezes por dia

38º C

Se desenvolver algum dos seguintes sintomas:

Tosse

Sónia Marques de Almeida

Dificuldade Respiratória

LIGUE SNS 24

Interna de MGF da USF

Febre

808 24 24 24

Condestável, Batalha

, SA ACORDOS PARA OFTALMOLOGIA:

ADSE, ADMG, Multicare, Advancecare, Médis, SAD-PSP, SAD-GNR, SAMS Centro, SAMS Quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sãvida

Cirurgia a Laser, Cataratas, Miopia, Diabetes, Glaucoma, Yag, Argon,

Retina, Córnea Exames complementares: OCT, Perimetria computorizada, Topografia Corneana, Microscopia Especular, Ecografia, Retinografia...sábado - manhã Oftalmologia...............................................Dr. Joaquim Mira............................. sábado - manhã

Dra. Matilde Pereira.. quinta - tarde/sábado - manhã

Dr. Evaristo Castro................................. terça - tarde

Dr. João Cardoso.............................. segunda - tarde

Otorrinolaringologia.................................Dr. José Bastos.................................... quarta - tarde Pneumologia/Alergologia.........................Dr. Monteiro Ferreira............................sexta - tarde Próteses Auditivas................................................................................................... quarta - tarde Psicologia Educacional/vocacional........ Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos..................................Dr. Fernando Ferreira...............quarta/sexta - tarde Terapia da Fala...........................................Dra. Débora Franco.............................quinta - tarde Urologia.......................................................Dr. Edson Retroz..................................quinta - tarde

Ortóptica.....................................................Dr. Pedro Melo................................ sábado - manhã

Medicina Dentária

Outras Especialidades:

Cardiologia..................................................Dr. David Durão.....................................sexta - tarde Cirurgia Geral/Vascular.............................Dr. Carlos Almeida.................................sexta - tarde Clínica Geral................................................Dr. Vítor Coimbra................................ quarta - tarde Dermatologia............................................ Dr. Henrique Oliveira...................... segunda - tarde

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Dra. Susana Frazão

Sexta-feira - Tarde

Electrocardiogramas...............................................................................segunda a sexta - tarde Endocrinologia............................................Dra. Cristina Ribeiro............segunda / terça - tarde Estética .......................................................Enf. Helena Odynets..............................sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..........................Dr. Paulo Cortesão........................... segunda - tarde

Cirurgia Oral Implantologia

Neuro Osteopatia /Acumpunctura.........Tec. Acácio Mariano............................ quarta - tarde

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Jornal da Batalha

SaĂşde Batalha

março 2020

Câmara aprova criação de conselho de saúde

p Em curso a elaboração da EstratÊgia Municipal de Saúde

m Um objetivo ĂŠ responder Ă s necessidades dos munĂ­cipes, com vista a combater as desigualdades em saĂşde A Câmara da Batalha aprovou a criação do Conselho Municipal da SaĂşde, cujo objetivo ĂŠ “desenvolver uma plataforma de participação entre as entidades da ĂĄrea da saĂşde, de forma a emitir contributos, propostas, pareceres e recomendaçþes que respondam Ă s necessidades dos munĂ­cipes, com vista a combater as desigualdades em saĂşdeâ€?. O conselho pretende ainda “promover uma governança, multinĂ­vel e intersetorial, juntamente com o envolvimento ativo da sociedade civil e de todos os agentes, pĂşblicos e privados, da ĂĄrea da saĂşde, de forma a alcançar todo o potencial que a implementação de polĂ­ticas pĂşblicas saudĂĄveis requerâ€?, se-

gundo o documento aprovado pelo executivo municipal. “Simultaneamente, a edilidade decidiu avançar com consultas e debate para a elaboração da EstratĂŠgia Municipal de SaĂşde, enquadrada e alinhada com o Plano Nacional de SaĂşde e os Planos Regionais e Municipais de SaĂşde, sendo um instrumento decorrente da concretização da transferĂŞncia de competĂŞncias para os ĂłrgĂŁos municipais e para as entidades intermunicipais no domĂ­nio da saĂşdeâ€?, adiantou a autarquia a 18 de fevereiro em comunicado. “A promoção da saĂşde deverĂĄ ser implementada com base numa plataforma de diĂĄlogo e planeamento intersectorial, em que impera o processo participativo num contexto aglutinador, por forma a garantir a sustentabilidade do sistema de saĂşde e a consequente EstratĂŠgia Local de Promoção da SaĂşdeâ€?, explica o presidente

da câmara municipal. “A palavra-chave terĂĄ de ser a parceria e o compromisso de todos os intervenientes, sejam agentes pĂşblicos ou privados na condução de polĂ­ticas promotoras da SaĂşde, privilegiando a adoção de comportamentos conducentes a um estilo de vida mais saudĂĄvel, e a um territĂłrio com mais qualidade de vidaâ€?, adianta Paulo Batista Santos. A elaboração da EstratĂŠgia Municipal de SaĂşde “visa criar as diretrizes necessĂĄrias para uma intervenção local colaborativa na construção de um documento estratĂŠgico que responda aos desafios futuros nesta ĂĄrea onde os cuidados de saĂşde primĂĄrios, fenĂłmenos com as dependĂŞncias ou a violĂŞncia domĂŠstica, a par de novas respostas diferenciadas para o bem-estar da população mais idosa, desempenham um papel central nas estratĂŠgias a desenvolverâ€?.

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Suplemento PoliclĂ­nica D. Nuno Fui informado pela Dra. Ana Rute Ribeiro do meu erro na criação do texto publicado no suplemento de agosto 2019 sobre a PoliclĂ­nica D. Nuno. Como tal e no sentido de retificar este lapso, venho solicitar-vos a colocação de uma errata Ă notĂ­cia anteriormente publicada, com o texto que passo a citar abaixo. “Em SĂŁo Jorge, a PoliclĂ­nica D. Nuno irĂĄ disponibilizar para os seus pacientes meios auxiliares de diagnĂłstico em Medicina DentĂĄria inovadores. A ortopantomografia ĂŠ um exame radiogrĂĄfico que abrange toda a cavidade oral e permite fazer um diagnĂłstico mais preciso e completo sobre problemas existentes na cavidade oral como cĂĄries, restauraçþes infiltradas, raĂ­zes que estejam retidas no osso, altura Ăłssea do maxilar superior e inferior (importante no planeamento de implantes), entre outras. Este mesmo aparelho permitirĂĄ fazer um exame muito solicitado em Ortodontia para diagnĂłstico ortodĂ´ntico e melhor planeamento dos casos – A Teleradiografia de Perfil. É tambĂŠm possĂ­vel realizar TAC da cavidade oral, maxilar e mandibular. Este exame ĂŠ extremamente importante

no diagnĂłstico e planeamento de reabilitaçþes com implantes dentĂĄrios e tambĂŠm no planeamento de cirurgias como a extração de dentes inclusos, sisos, caninos etc. Na zona da Batalha e Porto de MĂłs, a PoliclĂ­nica D. Nuno serĂĄ inovadora na utilização da TAC, que permite fazer diagnĂłsticos e planeamentos completos na hora, sem necessitar de recorrer a clĂ­nicas que realizem exames complementares de diagnĂłstico, o que diminui o tempo, mas tambĂŠm os custos. Toda a população poderĂĄ realizar este exame, pagando apenas 70â‚Ź.â€? Diogo Massena

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Batalha Atualidade

março 2020

Jornal da Batalha

Câmara volta a “exigir” redução das portagens m “Mosteiro da Batalha ”regista sinais preocupantes de degradação, em consequência do trânsito de veículos pesados” A Câmara da Batalha “exigiu” no dia 26 de fevereiro, junto da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, “igual tratamento [ao de outras regiões] na adoção de um regime de descontos no valor das portagem em vigor na autoestrada A19 (Variante da Batalha)”, nomeadamente para os veículos pesados de mercadorias, como medida complementar para a minimização da forte pressão ambiental a que está sujeito o Mosteiro da Batalha. A autarquia recorda que

estudos recentes revelam que o Mosteiro da Batalha ”regista sinais preocupantes de degradação, em consequência do trânsito de veículos pesados que passa pela EN1 (IC2), porque a alternativa criada – a A19 – não cumpre o objetivo”. Na missiva dirigida ao Governo, refere-se que o Município da Batalha desde o início da concessão da A19, em 2009, “sempre pugnou pela eliminação das portagens e tem reclamado medidas de minimização dos impactos ambientais resultantes do elevado tráfego de veículo no troço da EN1 na zona frontal do monumento”. “Por todas as razões invocadas ao longo dos últimos anos, sejam de natureza social, cultural, ambiental ou de defesa de um património mundial classificado pela

p Trânsito de pesados afeta saúde ambiental do monumento UNESCO, considero uma exigência a implementação de descontos na A19 (Variante da Batalha), fator essencial para a salvaguarda futura do Mosteiro da Bata-

lha”, refere o presidente da câmara municipal. “Acresce que foram gastos milhões de euros numa alternativa rodoviária em nome da defesa do patri-

mónio que, afinal, não assegura a preservação do monumento. Defendemos, por isso, a imediata redução do valor das portagens, como estímulo ao desvio do trân-

sito da zona frontal do Mosteiro, e com fundamento na coesão social e ambiental, fatores que o Governo não deve ignorar”, acrescenta Paulo Batista Santos.

Almofadas da Bodarte divulgam figuras das artes e da cultura O que têm em comum Fernando Pessoa, Amália e o Papa Francisco? A Bordarte, fundada em 1989 na Batalha, é a responsável pelo trabalho que junta estas três personalidades, traduzido na produção de almofadas. “Há três anos criámos um conceito para promover uma marca suplementar, a Criações Infinito, com peças feitas por nós, que consistem em almofadas bordadas em linho, como quadros, de três grandes mitos do nosso povo: Papa Francisco, Amália e Fernando Pessoa”, explica Celeste Cerejo. Estas almofadas “são muito apreciadas, tanto pelos portugueses como pelos estrangeiros, com especial relevo para a almofada de Fernando Pessoa, a mais comercializada. Os jovens são os mais apreciadores e compradores, assim como os brasileiros. As de Amália

p As almofadas mais procuradas na loja e do Papa Francisco são as preferidas dos emigrantes”, explica. “Os clientes da loja são nacionais, incluindo emigrantes espalhados pelo mundo, e estrangeiros, pois a nossa intenção é levar a marca o mais longe possível”, refere Celeste Cerejo A Bordarte apresenta aos clientes desde panos de co-

zinha a lençóis, passando por colchas e edredons, em seda, linho ou algodão. Também possui peças feitas com chitas de Alcobaça e rendas que vão desde a pega galo a toalhas de mesa, almofadas ou colchas. E executa trabalhos personalizados em qualquer tipo de peças à venda na Bordarte e Criações Infinito.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

março 2020

Anuncie no Jornal da Batalha

CONTACTE-NOS 918 953 440

info@jornaldabatalha.pt

Custódia Gomes Pinheiro (81 anos) N. 18-10-1938 - F. 10-03-2020 Pinheiros, Batalha

AGRADECIMENTO Seus filhos: Rui, Mª da Piedade e Rui Marques, netos e erestantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo vêm por este meio agradecer todo o apoio e carinho que lhes foi dedicado nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigada. A dor da perda será agora substituída pelas memórias que partilhámos… Descansa em paz.

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)

Maria de Lurdes Rosa Calé (93 anos) N. 22-05-1926 - F. 03-03-2020 Brancas, Batalha

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Guilherme Vieira de Oliveira (89 anos) N. 08-02-1931 - F. 29-02-2020 Santo Antão, Batalha

AGRADECIMENTO Sua esposa: Maria Luísa Costa, filhas: Isaura Henrqiues e Elisabete Santos, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm agradecer todo o apoio e carinho para com eles nesta altura de profunda dor e sentimento de perda. Agradecem ainda a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada. Que descanse em paz. “Aqueles que amamos não morrem, apenas partem antes de nós”

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)

Manuel Santos Gomes Cinta (70 anos) N. 27-09-1949 - F. 12-03-2020 Casal do Arqueiro, Batalha

AGRADECIMENTO Seus filhos: Joaquim, José e Fernando Monteiro Santos, netos e e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo vêm por este meio agradecer todo o apoio e carinho que lhes foi dedicado nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigada.

AGRADECIMENTO Sua esposa:Mª Lúcia Cinta, filhos: Alexandre,Rita e João Cinta, netos e restantes familiares na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado.

Mesmo depois da partida, aqueles que amamos estarão sempre presentes através das boas lembranças….

“Partiste cedo demais mas permanecerás para sempre nos nossos corações”

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Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja D.Fuas)

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas onze a folhas doze, do Livro duzentos e cinquenta e um - B, deste Cartório. Ofélia Cristina Santos, NIF 140 931 066, viúva, natural da freguesia e concelho da Batalha, onde reside na Rua do Pardieiro, 30, Calvaria de Baixo, declara que com exclusão de outrem é dona e legítima possuidora do prédio rustico, composto de terra de culturas com árvores, com a área de oitocentos metros quadrados, sito em Calvaria de Baixo, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com Francisco Casimiro - herdeiros, de nascente com Agostinho Ferreira Louro, de poente com António Pereira Roque e de sul com Ofélia Cristino Santos, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 7460, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de €211,77. Que, o identificado prédio veio à posse da justificante, no ano de mil novecentos e setenta e oito por doação verbal de Júlia de Jesus Brito que também usava e era conhecida por Júlia Brito, viúva de Manuel Ferreira Louro, sua tia, já falecida, residente que foi em Calvaria de Baixo, na referida freguesia e concelho da Batalha, contudo, sendo esta transmissão meramente verbal não existe título formal que a comprove, para proceder ao registo; Que em consequência daquela doação verbal, possui o identificado prédio em nome próprio há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriu o prédio por usucapião. Batalha, doze de março de dois mil e vinte. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição nº 356 de 13 de março de 2020


A fechar

B

Rota das Pedreiras Históricas O Centro Recreativo e Desportivo da Torre, na freguesia de Reguengo do Fetal, promove o passeio pedestre Rota das Pedreiras Históricas no dia 10 de maio, a partir das 08h30. Estão abertas as inscrições.

MARÇO 2020

Autarquia investe em transportes escolares para apoiar as famílias m A aquisição de um novo autocarro com 45 lugares corresponde a um investimento que ascende a 260 mil euros A Câmara da Batalha anunciou no dia 20 de fevereiro que destinou meio milhão de euros para apoiar as famílias dos alunos que frequentam as escolas do concelho. A “maior fatia” é para transportes escolares, a que se junta a aquisição de um novo autocarro com 45 lugares, um investimento que ascende a 260 mil euros. No âmbito do plano de transportes em vigor no na Batalha, os transportes esco-

p Frota municipal com novo autocarro em breve lares são gratuitos para todos os alunos, decisão que segundo a autarquia “promove a coesão social dos alunos e garante o acesso ao ensino

em condições mais favoráveis para as famílias”. A nova viatura permitirá também que o município possa reduzir as contrata-

ções de aluguer de viaturas afetas ao transporte coletivo e assegurar parcialmente os transportes escolares nos circuitos definidos ou

realizar outros transportes, em atividades culturais e desportivas, que envolvam crianças. Segundo as condições do

programa do concurso, o prazo limite para o fornecimento da viatura é até à 2ª quinzena de julho de forma que, em setembro de 2020, possa integrar a frota automóvel Municipal a nível de transporte de crianças. “O município elevou a educação a vetor prioritário da sua missão, apostando num sistema escolar inclusivo e focado na competência e excelência. Estamos empenhados em garantir as melhores condições de funcionamento e aprendizagem que, por sua vez, conduzam a um ensino de qualidade acessível a todos os intervenientes”, afirma o presidente da câmara, Paulo Batista Santos. Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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