JORNAL DA BATALHA MAIO 2018

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Burlão fica em prisão preventiva para evitar novos crimes

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| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXV Nº 334 | MAIO DE 2018 | PORTE PAGO

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Bombeiros homenageiam pioneiros e garantem futuro

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Bonvida reabre após sete anos de luta

Lloyd Cole dá concerto acústico no mosteiro

FIABA e Santíssima Trindade mantêm tradição e negócios Publicidade

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maio 2018

_ Editorial

Jornal da Batalha

Espaço Público s Baú da Memória Por José Travaços Santos

Carlos Ferreira Diretor

A gente que o dinheiro fez de bem

Memória das Mães que foram verdadeiras Heroínas

Somos tantos a não ter quase nada/porque há uns poucos que têm quase tudo/mas nada vale protestar/o melhor ainda é ser mudo/isto diz de um gabinete/quem acha que o cassetete/é a melhor das soluções/ para resolver situações delicadas - “A vida é feita de pequenos nadas”/Sérgio Godinho. As sucessivas notícias e abertura de processos judiciais sobre corrupção e fraudes em Portugal, envolvendo quase sempre gente que o dinheiro fez de bem, revela mais sobre o estado de pobreza, social e económica, a que chegámos do que qualquer estudo científico. É hoje claro, aos olhos de “tantos a não ter quase nada”, que “poucos que têm quase tudo” usaram de meios ilegítimos para conseguir e destruir fortunas enormes. O rol de suspeitos e de suspeitas é vasto em quase todos os quadrantes da vida pública portuguesa – mas quando parece que “nada vale protestar” ou que “o melhor ainda é ser mudo”, o “cassetete” tem de mudar de mãos. O “cassetete” da justiça, bem entendido – é, ainda assim, “a melhor das soluções para resolver situações delicadas”, apesar da vontade que possamos sentir de inverter o papel dos protagonistas da canção do cantautor Sérgio Godinho. Hoje, protagonistas como o ex-primeiro-ministro José Sócrates ou o banqueiro Ricardo Salgado, figuras sinuosas de um país em que faliu, pelo menos, a decência, são uma realidade que devemos questionar. Como e por que é que os deixámos chegar até aqui? - A eles e a todos os outros, indiciados ou em fuga como enguias no lodo? Se não tomarmos a iniciativa e não reforçarmos a vigilância democrática, surgirão rapidamente movimentos que nos prometerão o melhor dos dois mundos. E, como bem sabemos, isso é impossível.

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 1444) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira e João Vilhena;

Foi há perto de 25 anos, em 8 de Dezembro de 1993, dia da Padroeira de Portugal, que, numa, muito feliz e louvável iniciativa do Centro Recreativo da Rebolaria, então presidido por Rui Manuel de Sousa Pinheiro, foram homenageadas sete mães daquela aldeia tão intimamente ligada à Vila da Batalha. Ser mãe já é em si um acto heróico, mas ser mãe, ter ficado viúva muito nova, viver com extremas dificuldades econó-

micas e ter criado, educando-os primorosamente, um rancho de filhos, é duplamente heróico. Aquela homenagem, acto invulgar de gratidão da comunidade às mulheres que corajosa e sacrificadamente assumiram um papel de inigualável nobreza na vida local, ficou-me na memória, avivando-se agora por altura do falecimento de uma dessas mães, a D. Matilde Maria Henriques Moreira, falecida aos 95 anos, mãe de Abí-

lio, já falecido, da Céu (viúva de Vergílio Pereira), da Helena, da Fátima, do José e do Joaquim Moreira Ruivo, este figura de relevo nos meios da música e da etnografia da nossa região. D. Matilde, magrinha, com um ar muito frágil, mas duma firmeza de espírito e duma coragem inexcedíveis. O seu filho mais novo, o Joaquim, nasceu poucos dias antes da morte do pai. Viveu os últimos anos acamada, mas em sua casa e sempre rodeada e acarinhada

pelos filhos. A fotografia, que se publica, mostra da esquerda para a direita, as homenageadas naquele inesquecível 8 de Dezembro, delas apenas resta uma, a D. Lúcia Bagagem: D. Emília Vieira Alexandre, D. Matilde Bagagem, D. Emília Guerra, D. Lúcia Vieira Bagagem, D. Matilde Moreira, D. Júlia da Piedade Vieira Ruivo e D. Júlia Moreira Grosso. Mas quantas mães não haverá assim pelo mundo fora?

que sempre me manifestam. A Golpilheira é uma terra de gente que tem brio em tudo, nas suas festas, na sua igreja, no seu centro recreativo e em tudo o que faz. É um povo bairrista que me faz lembrar a gente da serra, donde sou originário. É um povo assim que dá mais brilho e mais visibilidade à sua terra. Este espírito bairrista está a desaparecer da nossa juventude e é necessário

reinventá-lo de novo. Parabéns a todos os golpilheirenses. Ao que me informaram a igreja ainda vai ficar mais linda e bonita com a chegada dos seus vitrais. Eu vou ficar à espera e prometo fazer uma visita, quando eles chegarem.

Y cartas

A igreja da Golpilheira Após várias tentativas consegui finalmente ver a Igreja de Nª Srª de Fátima da Golpilheira por dentro, pois que no seu exterior já a tinha apreciado e gostado das obras de beneficiação de que foi alvo. Fiquei deveras encantado com as obras efetuadas, tanto exterior como no interior. E digo-vos que valeu a pena o trabalho e esforço de todos, pois está muito linda. E não posso deixar de ex-

António Caseiro, António Lucas, Célia Ferreira, comendador José Batista de Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

pressar aqui um grande tributo ao povo da Golpiheira, pelo esforço que fez para conseguir levar avante as obras. Povo este que eu conheço muito bem e com quem lido há perto de 40 anos e que gosta sempre de me ver por aquelas bandas. Povo humilde, bairrista, trabalhador, amigo do seu amigo e que tem sempre um “olá doutor” para me dirigir. Um singelo obrigado pelas gentilezas

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA Rua Comissão de Iniciativa, 2-A, Torre Brasil, Escritório 312 - 3º Andar, Apartado 3131 - 2410-098 Leiria Telef.: 244 819 950

Eusébio José (Via Facebook)

Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo. O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Espaço Público Opinião

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s A opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Endividamento Portugal e um dos países mais endividados da União Europeia, classificando-se, pela negativa, no top 3, com cerca de 130% do PIB - Produto Interno Bruto. E se a dívida monstruosa fosse apenas pública, do mal o menos, mas o problema é tanto mais grave quanto a dimensão enorme da dívida das famílias e das empresas. Ou seja, temos vivido à conta do crédito, esquecendo a poupança e gastando muito mais do que ganhamos, ou no caso do Estado, do que arrecada em receita pública. Obviamente estamos a falar em indicadores médios, porque não fora os bons exemplos de algumas empresas e de muitas famílias, e aí a situação seria completamente incomportável. A gravidade da gestão da dívida só não é maior devido às baixas taxas de juro praticadas especialmente no mercado bancá-

rio europeu, muito à custa das maciças injeções de liquidez no mercado por parte do banco emissor, o BCE – Banco Central Europeu. Mas esta estratégia não pode durar para sempre e o BCE já avisou que a partir de setembro de 2018 alterará a estratégia e deixará de injetar liquidez no mercado - a consequência imediata é a subida das taxas de juro. Outras razões existem para o aumento das preocupações com a dívida, mas basta esta para nos deixar a pensar no que poderá por aí vir. Assim sendo e num período de aumento de consumo e de investimento das famílias, nomeadamente em casa própria, será bom que o peso das contas da amortização dos empréstimos à habitação tenha alguma dose de prudência e considerem o aumento das taxas de juro, ou, a não ser assim, a surpresa desa-

gradável surgirá a partir de 2019/2020 e todos devemos ter na memória o que aconteceu no início desta década, por razões análogas. Assim sendo, cautela e caldos de galinha, nunca fizeram mal a ninguém. Até porque a dívida do país não é minimamente sustentável e o défice, apesar de melhor, continua a surgir todos os anos - logo gastamos mais do que ganhamos, implicando o aumento da dívida, e com o modelo vigente não se vislumbra o ano em que a dívida começará finalmente a descer de forma sustentável. E para ser bem gerida e o país muito credível, terá que descer dos cerca de 130% atuais, para cerca de 60%. Estamos a falar de números enormes e inatingíveis em menos de 50 anos, com o estado a gerir muito bem os seus recursos. Não tenhamos ilusões, a existência do crédito é

fundamental para o Estado, para as empresas e para as famílias. Mas crédito a taxas aceitáveis e bem utilizado, especialmente para investimento. Para o Estado investir em obras estruturais, para as autarquias investirem em obras fundamentais, para as empresas aumentarem e inovarem na sua produção e para as famílias adquirirem casa própria. Agora utilizar o crédito para pagar outras dívidas, como o Estado, algumas autarquias, algumas empresas e muitas famílias fazem ou para consumo, mais tarde ou mais cedo vais dar mau resultado. Muito frequentemente ouvimos e lemos que a dívida pública central ou municipal desceu. Mas também não raras vezes se constata a comparação de alhos com bugalhos, comparando realidades diversas o que será no mínimo demagogia e desonestidade intelectual.

Estas situações devem ser bem explicadas aos cidadãos, porque não é o mesmo a redução de 5% de uma dívida de 1.000.000 ou de 10.000.000. E aqui chegados, será também importante explicar como evoluíram as receitas e porque evoluíram desta ou daquela forma. Será importante não esquecer que a generalidade das receitas fiscais cresceram muito, mercê do aumento do imposto sobre produtos petrolíferos e do IVA, no caso do estado central e mercê do aumento do IMI no caso das autarquias. Em suma, o que é mesmo importante é que a dívida seja sustentável e contratualizada para investimento reprodutivo e nunca para despesa corrente, ou para substituir despesa corrente, porque mais tarde ou mais cedo o resultado será péssimo e o pagador será sempre o mesmo: nós, os cidadãos.

s Diacrónicas Francisco André Santos

Piratas da academia “Sobre os ombros de gigantes”, é esta a frase que o Google Scholar, a solução de pesquisa para artigos académicos, apresenta na sua página inicial. Trata-se de uma referência à construção de conhecimento, universalista e acessível a todos, desenvolvido continuamente, que deixou de ser escrita em latim. No meu primeiro ano de faculdade, descobri uma forma alternativa de estudar: além das legalmente dúbiosas cópias que encontrávamos na reprografia, era nascente no YouTube todo um repositório de conhecimento em vídeo que mesclava positivas pela mutabilidade do conhecimento com as negativas, pela rigidez imutabilidade do professor e da sua aula. Por mais que os meus colegas estranhassem esta meu método, igualmente estranhavam os correspondentes resultados, que nos di-

ferenciam por décimas nalguma base de dados. No 2º ano de faculdade, além da coleção de livros do meu padrinho de faculdade, começamos a colecionar na ´”nuvem” pastas partilhadas com artigos, livros, trabalhos de grupo e apontamentos, denotando a raridade dos documentos criados pelos colegas mais competitivos. Finalmente, com a nova exigência de escrever ensaios acadêmicos, a frustração de ter que pagar 30 euros por um artigo, na esperança de se adicionar uma boa referência perde para um grupo de Facebook com milhares de pessoas disponíveis para partilhar uma cópia do mesmo artigo, aparentemente gratuito. Daí aparece um link no grupo para um website chamado ´”Sci-Hub”, portal com o slogan “removendo barreiras no caminho da ciência”. Defensor de acesso livre,

o material científico e académico, Aaron Swartz tinha 26 anos quando se suicidou. No documentário “O Menino da Internet”, além dos seus contributos para o desenvolvimento de fóruns online e a sua representação legal, de como fez uso do acesso pago pela sua universidade para descarregar todo este conhecimento para um disco externo. Sem nunca ter disponibilizado este acesso, perante um processo judicial, Aaron comete o suicídio, prevenido precedentes legais para casos semelhantes na justiça Americana. Do outro lado do mundo por volta da mesma data, uma cientista Cazaque, Alexandra Elbakyan cria o referido Sci-Hub. Sobre o contributo de credenciais de acesso aos referidos artigos, Alexandra desenvolve um portal que disponibiliza um repositório para a eficiente partilha desses

mesmos artigos, como eu e os meus colegas começámos a fazer. Além desta barreira da academia, um dos projetos para o qual tenho andado a contribuir chama-se Fractal Flows, uma plataforma que procura fomentar o debate académico de maneira a encontrar consenso científico, além dos imutáveis artigos de debate, mais comuns nas ciências sociais . A este projeto, juntam se outros 11 que cooperam e contribuem, e desta forma coordenam o ecossistema de ciência aberta, de maneira a quebrar estas mesmas barreiras. Trata-se de um esforço conjunto que permita transformar e elevar a ciência para benefício comum, honrando e continuando os esforços de Swartz. Ontem, voltei a partilhar o acesso do Sci-Hub. Desta, com um colega do restaurante onde trabalho. Tem

alguma ironia um lavador de pratos a partilhar acesso a artigos científicos com um colega da cozinha, mas também enceta um novo paradigma, talvez pirata, capaz de nivelar o acesso à educação. Os repositórios pagos pela sua universidade não incluem o que procurava e por isso, com alguma urgência requisitou o website. Para os mais críticos, relato o comentário de uma ex-colega investigadora depois de lhe referir o website: “consegues encontrar o meu livro? Os filhos da mãe não se dignaram a enviar uma cópia”. Foi com muito gosto que “roubei” o seu livro Paga por dinheiros públicos, década sobre década, o contributo de académicos, cientistas e visionários permite-nos ver mais longe, agora com novas formas de contribuir e cooperar pela ciência.


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Batalha Atualidade

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Jornal da Batalha

Atualidade

Bombeiros comemoram 40 anos e enfrentam críticas com energia m “Vão continuar a fazer a diferença pelo excelente trabalho que desenvolvem e que nos incêndios do ano passado foi bem evidenciado e reconhecido pelas populações afetadas”, frisou o comandante da corporação

As críticas ao sistema português de prevenção e combate, incluindo aos bombeiros, nomeadamente pelo especialista em incêndios Mark Beighley (EUA), foram refutadas no dia 22 de abril por intervenientes nas cerimónias do 40º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha (AHBVB). O presidente da assembleia geral da AHBVB, António Lucas, referiu que a associação “desenvolve serviços fundamentais para o bem-estar das populações”, ao contrário do que afirmam “algumas vozes que por vezes aparecem, como é agora o caso de um americano que em 2009 se lembrou que em 2017 haveria grandes incêndios em Portugal e que os bombeiros não sabem apagar incêndios”. “Mas os nossos bombeiros sabem, a nossa realidade é que é diferente” daquela que Mark Beighley retratou, além de que “podia ter ajudado a resolver os problemas nos EUA, que tiveram incêndios bem que chegue no ano transato”. António Lucas destacou a AHBVB como “uma

grande associação do concelho, com a maturidade de 40 anos misturada com a juventude, o que é fundamental”. “A nossa associação tem tido capacidade para atrair jovens, que em conjunto com os menos jovens fazem uma excelente equipa”. Por outro lado, frisou que “é importante que continue a haver formação, empenho, dedicação e esforço em prol da qualidade de vida dos cidadãos, na qual os bombeiros têm um papel fundamental. Estão a trabalhar bem e isso é importante”. “Desengane-se quem pensar que qualquer relatório dum qualquer perito coloca em causa a nossa competência, conhecimento e experiência adquiridas ano após ano”, referiu, por sua vez, o vice-presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Luís Lopes. “Nós continuamos presentes o ano inteiro, não é só em determinadas fases, e a única coisa que os bombeiros pedem é as devidas condições para exercerem a sua missão”. Luís Lopes integrou uma delegação portuguesa que recentemente esteve aos EUA, “numa partilha de conhecimento e experiências com os serviços florestais e bombeiros americanos”. “A descrição dos incêndios que tiveram em outubro, tal como nós, fez a delegação portuguesa reviver o que passámos. Isto significa que em Portugal ou nos EUA o comportamento dos incêndios é diferente do que era há alguns anos. É diferente também a nossa preparação, competência, treino, formação e os nossos recursos”, explicou. “Ao contrário do que muitos possam pensar, não

p Os veículos e o drone benzidos durante a cerimónia de aniversário nos colocamos em bicos dos pés a exigir medalhas, subsídios, veículos, equipamentos. Queremos é ter condições para desempenhar a nossa missão. Apenas e só isto”, frisou o vice-presidente do conselho executivo da LBP. Na perspetiva do comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria, Carlos Guerra, “é em 2017 que temos de arranjar lições aprendidas para não se voltarem a repetir anos com o ano passado”. Nesse sentido, a Autoridade Nacional de Proteção Civil “tem feito um enorme esforço para resolver ou tentar minimizar problemas” existentes. Segundo Carlos Guerra, “foi reforçado o dispositivo de combate” e, no caso do distrito de Leiria, alocado mais um helicóptero de ataque inicial, que fica baseado em Alcaria (Porto de Mós). O comandante do CDOS de Leiria incentivou os novos bombeiros de 3ª classe “a que se revejam nos fun-

dadores da corporação, alguns ainda no ativo. Se seguirem o seu bom exemplo, serão tão bons como eles”. E realçou que “o espírito de cumplicidade e compromisso” da comunidade batalhense, “simbolizado na entrega de equipamentos” à corporação, lhe ficou “gravado” na memória. O presidente da câmara da Batalha, Paulo Batista dos Santos, à semelhança de outros intervenientes nas cerimónias, homenageou e reconheceu o papel das famílias dos bombeiros, sem as quais “não seria possível a energia, como aquela que sentimos nos bombeiros no ano passado para defender o território, salvar vidas e ajudar todos os dias quem precisa”. O autarca elogiou os fundadores da associação e do corpo de bombeiros, agradeceu a todos os que serviram e servem a instituição, aos beneméritos e destacou o apoio dos autarcas da Batalha aos bombeiros, “como é sua obrigação”.

s registo Fundadores e sucessores Presidentes da AHBVB António Jordão, Joaquim Sousa, Armindo Jordão, Maria Cecília Justo, Maria de Fátima Lucas e Francisco Freitas. Comandantes Aurélio Gonçalves, Manuel Órfão e Fernando Oliveira. Bombeiros fundadores Francisco Pragosa, António Fialho, António Paulo, Germano Pragosa, António Pina e Moura, José Henriques, Sérgio Ferreira, Francisco Alves, Manuel Calé, Américo Ribeiro, Carlos Silva, António Sereno, José Madeira, José Pedroso, Luís Soares, Júlio Moreira (quadro de honra), Joaquim Sousa (quadro de honra), José Pragosa, José Madeira, José Pinheiro e Alberto Moreira (Estes quatro ainda no quadro ativo). Comandante, Aurélio Gonçalves. Medalha de Serviços Distintos da LBP Chefe Carlos Patrocínio, 30 anos de serviço, grau cobre; bombeiro de 1ª classe, Fernando Silva, 35 anos de serviço, grau prata; chefe Carlos Carreira, grau prata; adjunto de comando, Luís Vieira, grau prata; bombeiro de 3ª classe, Alberto Moreira, 40 anos de serviço, grau prata; subchefe José Pinheiro, 40 anos de serviço, grau prata; chefe José Madeira, 40 anos de serviço, grau prata; oficial bombeiro principal, José Pragosa, 40 anos, grau ouro. Medalhas de Assiduidade Grau Cobre Cátia Ferreira, Ana Repolho, Tiago Pereira, Joaquim Coelho, Tânia Henriques, Joaquim Menezes e Joni Vieira (bombeiros de 3ª classe, cinco anos de serviço) Promovidos a bombeiros de 3ª classe Francisca Alves, Andreia Alves, Ana Ferreira, Cristina Lucas, Tomás Santos, João Pereira, Miguel Silva, Dário Silva.


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“A população do concelho pode contar connosco” O comandante Fernando Bastos, que lidera mais de 100 voluntários, recordou a história da corporação, iniciada em 1978, e o caminho percorrido até hoje, “só possível porque grandes homens e grandes mulheres dedicaram a sua vida à nobre causa dos bombeiros”. “A população do concelho e do país podem contar com os bombeiros da Batalha”, que vão “continuar a fazer a diferença pelo excelente trabalho que desenvolvem e que nos recentes incêndios de 2017 foi bem evidenciado e reconhecido pelas populações afetadas”. Fernando Bastos agradeceu “a todos os bombeiros o esforço e dedicação, e às suas famílias a compreensão pelas suas ausências por vezes prolongadas, o apoio e a força que lhes dão para que continuem o seu trabalho de voluntariado”. Por fim, destacou os novos meios ao dispor da corporação e às entidades que os ofereceram: viatura de combate a incêndios florestais (câmara municipal), veículo de transporte (Caixa Agrícola Batalha), moto 4 (Planalto Motor Clube) e um drone (Grupo dos Nascidos em 1977 de São Mamede). Na cerimónia, além destes veículos, foi também benzida uma ambulância INEM. O presidente da AHBVB,

Jorge Novo, prestou “homenagem a todos os bombeiros, mas em especial aos que permanecem desde a fundação da associação”, bem como às suas famílias”, e lembrou o importante trabalho desenvolvido pela Loja Social. “A direção da associação continuará a estar atenta por forma a garantir as condições que nos permitam de uma forma rápida e eficaz responder às necessidades, solicitações e obrigações, que tem para com a população da Batalha e todos os que nos visitam”, garantiu. Nesse contexto, reforçou o agradecimento aos beneméritos, e a todos aqueles que de alguma forma colaboram com a associação, já manifestado por outros intervenientes. Na cerimónia esteve igualmente presente um representante da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria, Hélder Sousa, que deu “os parabéns ao presidente da câmara pelo apoio que tem prestado aos bombeiros”. A AHBVB foi criada no dia 16 de abril de 1978, com a realização da primeira assembleia geral para eleição de corpos gerentes. A atividade da instituição começou no dia seguinte, com as cerimónias do nascimento da nova corporação.

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Jornal da Batalha

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Opinião s Espaço do Museu

“Museus Hiperconectados: Novos Desafios e Perspectivas” Maio é o mês em que todo o Mundo celebra a existência dos museus. “Museus Hiperconectados: Novos Desafios e Perspectivas” é o tema definido pelo Conselho Internacional dos Museus (ICOM) para a celebração do Dia Internacional dos Museus 2018, que se comemora a 18 de Maio. Numa era em que a tecnologia e o digital tomam as rédeas do mundo, entende o órgão máximo dos museus – o ICOM -, apelar à reflexão sobre um tema extremamente atual. Um tema que desafia os museus a uma análise profunda sobre a pertinência das tecnologias nas relações que se estabelecem com as comunidades e com os públi-

cos. A comunicação entre museus e pessoas, nos dias de hoje, exige constantes adaptações, tendo em vista a aproximação das coleções aos públicos. Páginas

de Internet, redes sociais, aplicações para o telemóvel, partilha de vídeos e de imagens, utilização de tecnologia associada à realidade aumentada, visitas tri-

dimensionais são algumas das soluções a que os museus recorrem para comunicar com o mundo cada vez mais tecnológico. As próprias exposições têm no seu percurso equipamentos multimédia interativos que atraem os visitantes. Tais recursos deverão ser encarados como aliados dos museus para a interpretação das suas exposições ou para a facilitada conexão com os visitantes. Nos dias atuais, em que a vida é cada vez mais “em direto”, é praticamente impensável marcar-se uma visita ou uma outra atividade sem se recorrer ao correio eletrónico ou a uma rede social. Na verdade, o percurso tecnológico já vem a traçar-

s AMHO A Minha Horta

-se há alguns anos, sendo bem visível, por exemplo, na evolução dos smartphones, equipamentos indissociáveis das sociedades modernas e que também facilitam a comunicação entre museus e públicos. No MCCB, não se descuram as novas tecnologias. Livros virtuais, vídeos e outras plataformas interativas servem para uma mais fácil compreensão dos conteúdos expositivos e do enquadramento dos objetos que se revelam a quem o visita. A comunicação com os seus públicos tem o email geral@museubatalha.com como principal aliado, o site www.museubatalha.com como essencial para a apresentação do museu ou a pá-

Município da Batalha Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

s Pestanas que falam Joana Magalhães

Célia Ferreira

Flores comestíveis nas saladas

Em branco

Tenho deixado muitas plantas darem semente no meu quintal, e parece que a natureza sabe trabalhar sozinha, pois tenho colhido bastante alimento sem ter semeado ou plantado. Percebi com isto que às vezes se deixarmos a natureza agir ela organiza-se melhor do que tendo a nossa constante intervenção. Afinal que sabemos nós de facto? No fim de semana fiz cá em casa uma celebração para a família alargada estas tardes soalheiras são ótimas para conviver na rua. E, como nestes convívios há quase sempre lugar para uma boa salada, sugiro-vos colorirem-nas com as flores comestíveis que se podem adicionar aos nossos pratos: flores de couves, papoilas, malva rosa, meliloto, malva selvagem, erva-vaqueira,

Este mês deixo o meu espaço em branco. Este mês não tenho uma história para contar. Este mês não é o meu mês. Este é o vosso mês. É o mês de todos aqueles que, ao contrário de mim, não são eu. Num mundo em que cada um se foca na sua vida, no seu dia a dia, nas suas rotinas, nos seus problemas, nos seus dramas... Este mês o foco não serei eu nem as minhas peripécias. Este mês convido-vos a pensar no outro. No emprego que o outro não conseguiu, na noite de sono que o outro não teve, no dinheiro que o outro não pode gastar, no tempo que o outro não tem. Porque sem o outro, não há um nós. Porque nunca gostaríamos tanto de ter sucesso, de ser bons, se não houvesse um outro para nos apreciar. A história de que querermos ser melhores por

silvas, pervinca, rosas, alfazemas, borragem, salva, alecrim, sabugueiro, camomila, capuchinhas, salvias, cidreira, calêndula, jasmim, urtiga, milefólio, frésias, serralha, hortelã-

gina do facebook (MCCBO Museu de Todos) para uma maior interação com as pessoas. Mas não esqueçamos que é de pessoas, com pessoas e para pessoas que se fazem os Museus e que o MCCB não descura o contacto humano e personalizado. Por essa razão, e apoiados pelas tecnologias, convidamos os leitores a usufruir das visitas ao Museu e das suas iniciativas. Em breve, apresentaremos – nas plataformas digitais habituais (e não só) – o programa proposto pelo Município da Batalha, através do MCCB, para o Dia Internacional dos Museus.

-pimenta, tomilho, aboboras, goivos, hipericão, saramagos, cardos, violetas, mostarda silvestre, dente de leão, margaridas, cravos tunicos e perpétua. Hortícolas para semear

e/ou plantar ao ar livre: abóboras, aipo, alfaces, alho francês, batatas, beringelas, beterrabas, broculos, cebolas, cenouras, coentros, couve-flor, couves-repolho, couve-rábano, espinafres, ervilhas, malaguetas nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, tomates, rabanetes, rúcula e calêndulas. Jardim, semear: amores perfeitos (só os de flor pequena é que são os naturais e pode comer as suas flores), cravos, crisântemos, dálias, bocas de lobo, capuchinhas (estas são excelentes para circundar a nossa horta), agrião de jardim e calêndulas. Arbustos e árvores de fruto para plantar: Amoreiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, morangueiros e videiras. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.

nós próprios não é bem assim. Queremos ser melhores, sim, mas queremos mais ainda mostrar que somos melhores. Da mesma forma que os lugares nada são se não tiverem pessoas, nós também nada somos sem os outros. Sem as pessoas que lá estão, todos os dias, a reclamar connosco, a atazanar-nos o juízo, a fazer-nos rir e a preocupar-se. Nada somos. Por isso, este mês não vou partilhar nada da minha vida nestas linhas de jornal onde normalmente vos mostro quem sou. Não, este mês, estas linhas são dos outros, que cada um de vocês escolhe para ter por perto todos os dias.


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Atualidade Batalha

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Suspeito de burla está em prisão preventiva m A sua companheira encontra-se obrigada a apresentações trissemanais às autoridades policiais. Casal detido após notícias do JB

O homem residente na Batalha constituído arguido pelos crimes de burla qualificada e branqueamento, que praticaria através de falsos arrendamentos de casas e apartamentos em todo o país, está em prisão preventiva a aguardar julgamento, enquanto a sua companheira se encontra obrigada a apresentações trissemanais às autoridades policiais, informou a 16 de abril a Polícia Judiciária

(PJ) de Leiria. Segundo um comunicado da PJ, “as detenções por burla qualificada e branqueamento” foram consumadas na quinta-feira anterior, 12, em cumprimento de mandados de detenção judiciais. O casal Sérgio Silva e Tânia Tomé é suspeito da prática de pelo menos “46 situações enganosas, envolvendo um total de 10.900 euros, havendo ainda outros inquéritos em investigação”. Os arguidos, de 32 e 35 anos, sem ocupação profissional conhecida, estavam a ser investigados pela PJ desde o ano passado, pela “prática reiterada de burlas relacionadas com o arrendamento de imóveis através da Internet, nomeadamente nas zonas da Nazaré

p O casal foi detido pela PJ de Leiria e do Algarve, sem o conhecimento e/ou consentimento dos verdadeiros proprietários”. Os lesados, de todas as zonas do país, sinalizavam os arrendamentos através

de transferências bancárias para as contas indicadas pelos suspeitos e apercebiam-se da burla apenas quando deixavam de obter resposta aos seus contactos, conforme o Jornal da Batalha ex-

plicou em abril de 2016 e no passado mês de abril. Uma nota do Ministério Público de Leiria, divulgada também a 16 de abril, adianta que desde “dezembro de 2012, os dois arguidos,

em harmonia com o plano por si delineado, exigiam a transferência para uma das contas bancárias que titulavam de valores que oscilavam entre os 25 e 640 euros”, como sinal para o arrendamento dos imóveis que nunca foi concretizado. O Ministério Público considera “fortemente indiciada a prática dos crimes, em coautoria material e em concurso efetivo” pelo casal de arguidos, que “faziam desta atividade ilícita modo de vida”. “A existência de perigo de continuação de atividade criminosa” determinou a aplicação da medida de coação mais severa ao arguido, que a está a cumprir desde 14 de abril. A arguida tem de se apresentar periodicamente à GNR da Batalha.


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Batalha Atualidade

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Executivo assinala seis meses de mandato m Vereadores visitaram as obras a decorrer no edifício do Dr. Gens e no agrupamento de escolas

O executivo municipal assinalou no dia 23 de abril os seis meses de mandato com uma visita de trabalho às obras municipais em curso, seguindo-se a habitual reunião de câmara. Os vereadores, com exceção do eleito pelo CDS/ PP, visitaram os projetos cofinanciados pelo Centro 2020 de reabilitação do edifício do Dr. Gens, des-

p Momento da visita à escola sede do AEB tinado à Universidade Sénior e à Rede Europeia de Investigadores, no valor de 560 mil euros; e a re-

modelação escola sede do Agrupamento de Escolas da Batalha, obra cujo investimento global ascende

a 4,1 milhões de euros. “Os primeiros seis meses de mandato têm sido de trabalho intenso, em torno

Jornal da Batalha Apanhados a furtar bolos em café

dos projetos que estamos a realizar, seja na educação, apoio social ou no desenvolvimento da área de localização empresarial, mas também, foi um tempo de colaboração de toda a equipa de vereadores e colaboradores da câmara que muito agradeço”, disse o presidente do município no final da visita. “Para o ano de 2018 e seguintes, a Batalha irá conhecer mais iniciativas seja no contexto do Ano Europeu do Património Cultural, através de eventos internacionais e de promoção externa do concelho, seja em domínios chave como o ambiente, a saúde e a promoção de melhores condições de vida dos cidadãos”, acrescentou Paulo Batista Santos.

Uma dupla de assaltantes foi apanhada pelas câmaras de videovigilância o café Transmontano, no centro da Batalha, quando ao início da manhã de 19 de abril furtava bolos de um tabuleiro deixado pelo fornecedor, como era habitual, à entrada do estabelecimento. No vídeo é possível ver um dos suspeitos a chegar, destapar o tabuleiro que está sobre umas caixas de cerveja, na entrada traseira do estabelecimento, e espreitar para o interior, certificando-se que ainda não tinha chegado o proprietário ou qualquer funcionário. Ao primeiro individuo, que tira um saco de plástico do bolso, junta-se então outro suspeito e ambos retiram os bolos do tabuleiro. Pouco depois, passado menos de um minuto desde o início do assalto, põem-se em fuga, voltando a tapar o tabuleiro. O assalto foi cometido pelas 7h10, 20 minutos depois do fornecedor deixar os bolos.


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Atualidade Batalha

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Gastronomia e artesanato ganham mais um dia de feira m Deverá atrair 50 mil pessoas, “assume-se como um dos eventos de referência a nível regional” e decorre de 30 a 3 de junho, no Largo Cónego Simões Inácio

A 28ª FIABA – Feira de Artesanato e Gastronomia da Batalha começa no final deste mês de maio com a presença de 60 artesãos de todo o país e 17 tasquinhas, e dura cinco dias, mais um do que nas últimas edições, durante os quais há diversos espetáculos musicais. Para o presidente da câmara municipal, “a FIABA revela-se como mais um evento de grande importância para a Batalha, mas também para a região, que projeta o concelho, as suas gentes e os produtores locais”. No entender de Paulo Batista Santos, a autarquia “tem apostado na consolidação desta iniciativa, atendendo ao seu interesse, bem expresso quer no número de participantes que regista, mas também como fator de promoção das artes e dos saberes tradicionais da região”. A feira, que deverá atrair

p O folclore e as tradições presentes na feira 50 mil pessoas e se “assume como um dos eventos de referência a nível regional”, decorre de 30 de maio a 3 de junho, no Largo Cónego Simões Inácio, contando também com a participação de 10 produtores do concelho na Mostra do Mundo Rural, que apresenta produtos como o mel, azeite, vinho, licores ou doçaria. O serviço de gastronomia regional é assumido pelas associações do concelho, que servirão ao público iguarias tradicionais da região estremenha, enquanto no antigo campo de futebol será instalado um conjunto de equipamentos de diversão, como é o caso

dos carroceis. O espaço recebe as crianças da rede pública escolar no Dia Mundial da Criança (1 de junho), que terão entrada gratuita nos equipamentos. Quanto à animação, varia entre os sons tradicionais e a música rock, com destaque para as participações de Us Sai de Gatas, Chaparral, David Antunes e, no último dia do certame, Augusto Canário. Os visitantes podem ainda ver atuar os agrupamentos folclóricos do concelho o Grupo de Concertinas da Barrenta e o grupo de percussão Tocandar. Apresenta-se ainda na feira JLLou-

Produção e comércio de Carnes

Produção própria de Novilhos Enchidos Tradicionais Talho: Largo Goa Damão e Dio | Batalha Tel. 244 765 677 | talhosirmaosnuno@sapo.pt

p O passeio de BTT também já é habitual nesta altura ro, Banda NKZ e Fun2Rock. Finalmente, está instalada junto ao recinto da FIABA uma tenda eletrónica, com entrada gratuita e que

oferecerá, após o encerramento diário da feira, um registo musical mais vocacionado para os jovens. A 28ª FIABA é inaugu-

rada no dia 30 de maio às 18h30, estando prevista na cerimónia a assinatura dos protocolos de apoio ao associativismo do concelho.

s registo Passeio BTT em destaque no certame As inscrições para o passeio FIABA BTT 2017, organizado pela associação Batalha Bikers, estão abertas até dia 31 deste mês. A prova tem três percursos com as seguintes distâncias: um de 35 quilómetros de dificuldade média/alta, outro 27 quilómetros de dificuldade média e o último tem 18 quilómetros considerados fáceis de percorrer. As inscrições custam 8 euros por atle-

ta, estão limitadas a 300 participantes, e o passeio decorre a 4 de junho de 2017, no âmbito da Feira Internacional de Artesanato da Batalha (FIABA). A abertura do secretariado está marcada para as 8 horas, seguindo- se o passeio (9 horas), uma aula de zumba grátis pelo Instituto Gonça Rodrigues (11) e o final do passeio (13 horas). O ginásio Batalha Fit também se associa à iniciativa com oferta de surpresas e prémios. A inscrição dá direito a seguro, brinde, reforço alimentar e banhos.


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Batalha Opinião

maio 2018

Jornal da Batalha

s Crónicas do passado Por Francisco Oliveira Simões Historiador

O Embuçado Os nossos intrépidos heróis faziam um percurso incrível por terras muçulmanas da Andaluzia, comandados pelo Mestre D. Paio Peres Correia. Rumo a Sevilha, onde iriam montar o cerco, frente aos almóadas. O que aqui vos transcrevo são as memórias redigidas pelo escudeiro de D. Pero Martins de Macedo, o Raimundo. Nesta amena conversa discutia-se a existência do ser e a vida em busca da verdade absoluta. Como dizia Jean-Jacques Rousseau o homem nasce... Raimundo - Já te calavas, o relato é meu, não teu, queres ganhar mérito à minha conta? Desculpe, não foi minha intenção causar contratempos entre nós. Raimundo - Desta vez passa. Vá conta lá a aventura daqueles dois. Vou começar a narrar-vos a história mui célebre daqueles dois solenes cavaleiros.

D. Pero - Já se comia qualquer coisa. D. Mendo - Sim uma coisa leve, só para matar a fome. D. Pero - Que tal um leitão? D. Mendo - Concordo. É um prato frugal. D. Paio - Vocês acabaram de comer, não vamos andar sempre a parar e a acampar, senão nunca mais chegamos a Sevilha. D. Pero - Olhe não quero saber, eu vou caçar. Se o Senhor não tem fome o problema é seu. D. Mendo - Sim o Senhor D. Pero tem toda a razão. E assim partiram estes dois valentes cavaleiros em busca do jantar. Apesar dos apelos do comandante D. Paio Peres Correia, que prosseguiu a sua viagem sem olhar para trás. Raimundo - Senhor D. Pero vejo além uma fogueira com homens e cavalos ao seu redor. D. Pero - Não sejas ridículo, não vamos interromper aqueles nobres senhores.

Raimundo - Mas são mouros Meu Senhor. D. Pero - Não são nada. Só por usarem turbante? D. Mendo - Vou lá falar com eles. Raimundo – Senhor, tenhais cuidado! D. Pero - Está calado seu insolente. D. Mendo - Os senhores davam-nos a honra de nos juntarmos a vós e dividirem o vosso repasto com estes nobres cavaleiros cristãos. Ouvindo estas palavras mágicas, os muçulmanos prenderam os três cavaleiros, sob o som dos seus gritos de vitória. Raimundo - Eu avisei... D. Pero - D. Mendo quando regressarmos lembra-me de pôr este imbecil nos calabouços. Quando ninguém esperava apareceu um cavaleiro embuçado, que de espada em riste matou com destreza todos os infiéis. E desamarrou os nossos ilustres cavaleiros.

D. Mendo - Olha muito obrigado pela tua ajuda, mas claro que nós nos safávamos sozinhos. Não és nada mau para um principiante, sim senhor. D. Pero - Bem vamos comer estes petiscos que nos deixaram. Eu vou já despachar um javali. D. Mendo – Ah sacrilégio. Não há nada de porco nem leitão. Estes mouros não sabem o que é bom. Raimundo - Desculpem Senhores, mas ninguém se pergunta quem é o sujeito que nos ajudou? D. Pero - Pois é, que indelicadeza, quer uma perna de frango para dar ao dente? Neste momento o embuçado retira o capuz, ou o capelo, revelando o seu rosto. Era El Rei de Portugal. Isto até me lembra um fado qualquer. D. Mendo - Agora sim, está tudo às claras. Vá sente-se aqui no chão e petisque connosco. Raimundo - É El Rei D.

Sancho II. D. Pero - Claro que é e eu sou o Papa Inocêncio IV. Raimundo deixa de ser jogral e come. D. Sancho II - Como podem vós duvidar que sou El Rei de Portugal. Os dois nobres ajoelham-se e tecem-lhe elogios. D. Mendo - Vossa Alteza é vitoriosa e fiel ao Deus altíssimo, já agora estava de olho numas terras lá para os lados do Minho. D. Sancho II - De mim não terão nada seus gananciosos. D. Pero - É da maneiro que defendo o seu irmão D. Afonso, nunca gostei de Vossa Alteza. D. Sancho II - Vós sois a escória do Mui Nobre Reino de Portugal. Dizendo estas palavras montou o seu cavalo e partiu para Toledo, onde estava a sua corte durante a guerra civil com o irmão D. Afonso. Entretanto D. Paio Peres Correia conseguiu alcançar

os seus três cavaleiros. D. Paio - Finalmente vos encontro. D. Mendo - Aqui vos entregamos os corpos destes desleais sarracenos, que jazem na nossa terra cristã imaculada. Matámo-los com a espada dos justos, sob os seus gritos de misericórdia. Ao mesmo tempo que todos se debruçavam para prestar homenagem aos dois nobres heroicos e destemidos, D. Pero tapava a boca do seu sempre leal escudeiro, que esbracejava.

s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

O novo mundo de Rodrigo Leão Ao longo da história da cultura europeia, a música de câmara sempre esteve vocacionada para pequenos espaços e limitada a um auditório reduzido, senão mesmo dirigida a um pequeno número de pessoas. Contudo, há exceções. É o caso de Rodrigo Leão cujos trabalhos discográficos têm conhecido uma enorme divulgação, quer em Portugal, quer fora do nosso país. O que não surpreenderá na medida em que, para além de ser membro fundador da Sétima Legião e ter liderado o projeto Os Poetas, integrou os Madredeus, o grupo musical com mais sucesso internacional da história da música portuguesa. Mas em 1993 Rodrigo Leão decidiu encetar uma carreira a solo, com a pu-

blicação de Ave Mundi Luminar, álbum em que era acompanhado pelo vox ensemble, conjunto de músicos de excelência onde brilhavam Teresa Salgueiro, Francisco Ribeiro e Gabriel Gomes. Este disco conheceu bom êxito, alcançando os primeiros lugares das tabelas de vendas, fator que foi decisivo para que Rodrigo Leão abandonasse em definitivo os Madredeus em 1995 e passasse a dedicar-se exclusivamente à composição em nome próprio. Em 1996 edita Theatrum, o seu trabalho que tem maior afinidade com a nova música de câmara europeia, repleto de referências às sonoridades de Michael Nyman, Hector Zazou ou Arvo Part. Qua-

tro anos depois é lançado Alma Mater, seguindo-se o original Cinema, datado de 2004, disco onde participa o nipónico Ryuchi Sakamoto, sendo ele uma das principais fontes onde bebeu Rodrigo Leão. A Mãe e A Montanha Mágica, respetivamente de 2009 e 2011, terão como sucessor um dos álbuns mais ambiciosos do compositor: O Retiro, datado de 2015, com Orquestra e Coro Gulbenkian. O Retiro inclui a faixa Florestas Submersas, tema que conjuga na perfeição os instrumentos de música de câmara com a eletrónica mais experimental, a revelar que o seu autor é capaz de viajar por territórios tão díspares que vão do erudito, percorrendo o eletrónico, até à música de

cariz mais popular. E é esta apetência pela cultura popular que o levou a convidar para acompanhá-lo nomes tão importantes da pop mundial como são Stuart Staples, dos Tindersticks, Beth Gibbons, dos Portishead, ou Neil Hannon dos Divine Comedy. O seu mais recente disco de originais resulta precisamente de uma colaboração, com Scott Matthew, vocalista da banda de rock australiana Elva Snow. Este disco, batizado de Life is Long, veio a lume em 2016. Destaque também para as bandas sonoras que compôs, tanto para documentários, como para filmes, como seja a música para o filme The Butler (O Mordomo), realizado por Lee

Daniels em 2013. Se contarmos com o período de tempo em que fez parte, primeiro como baixista da Sétima Legião, e depois como teclista dos Madredeus, a sua carreira é bastante mais longa que os vinte e cinco anos de trajeto musical que presentemente completa. No entanto, o aniversário que está a celebrar conta-se a partir da edição em 1993 de Ave Mundi Luminar. Vinte e Cinco anos que tiveram direito a edição discográfica comemorativa e respetiva digressão com concertos ao vivo. O disco, esse chama-se simplesmente Aniversário, e engloba algumas das peças musicais mais emblemáticas retiradas de diferentes álbuns. Entre faixas cantadas e instrumentais,

o que sobressai é a qualidade orquestral, com uma envolvente belíssima, pontificada por uma voz ou coros angelicais. E entre colaborações e temas a solo, Rodrigo Leão tem desbravado um novo mundo que deu a conhecer ao mundo. Muitos parabéns!


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

maio 2018

Presidente da República elogia coragem histórica dos militares

p O Presidente da República defendeu o papel das Forças Armadas

m Nas cerimónias do Dia do Combatente, do centenário da Batalha de La Lys e 82ª romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido Os soldados mortos na Batalha de La Lys e nas ex-colónias foram recordados pelo Presidente da República, na Batalha, que salientou que “de coragem se fez há cem anos, como ao longo” do percurso nacional, a missão dos militares nacionais. “Humanos, claro, com êxitos e insucessos de toda a empresa humana, mas acertando muito mais do que errando, acreditando

muito mais do que descrendo, persistindo muito mais do que desistindo, vencendo muito mais do que perdendo”, adiantou Marcelo Rebelo de Sousa durante as cerimónias do Dia do Combatente, do centenário da Batalha de La Lys e 82ª romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido, a 14 de abril. “Já testemunhámos muitas glórias tidas por eternas a desvanecerem-se, vemos todos os dias aqueles que ainda não existiam com pátrias independentes já nós éramos uma pátria forte há muitos séculos, já dividimos mesmo o mundo ao meio, e percebemos o que era efémero nessa ilusão e o que seria duradouro nessa presença”, acrescentou, para sublinhar o papel das

Forças Armadas. Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal “sem essas Forças Armadas” nunca teria sido o que é. “Somos como somos enquanto Pátria, mas só o somos porque os temos a vós, porque temos Forças Armadas que são no seu espírito e na sua missão todo um povo em armas”, disse. Desde 09 de abril de 1921 a Sala do Capítulo, no Mosteiro da Batalha, guarda o Túmulo do Soldado Desconhecido onde estão os corpos de dois soldados, um morto na Flandres e outro em Moçambique. A Batalha de La Lys, em França, decorreu no dia 09 de abril de 1918 e resultou em sete mil baixas portuguesas, entre mortos (400) e feridos.

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Inventores apostam na fotografia para aprender O Centro Infantil Moinho de Vento - Associação de Propaganda e Defesa da Região da Batalha está a participar na 15ª Edição do Prémio da Fundação Ilídio Pinho - Ciência Escola com o projeto “O registo fotográfico como instrumento de aprendizagem”, desenvolvido pela Sala dos Inventores. “A Ciência na Escola ao Serviço do Desenvolvimento e da Humanização” é tema genérico da edição deste ano. Ao concurso de ideias, correspondente à primeira fase, foram apresentados 1.269 projetos, tendo sido selecionados para a fase desenvolvimento 589, um dos quais o da Sala dos Inventores. O Moinho de Vento concorreu com três projetos e está neste momento a implementar aquele que passou à segunda fase, integrado no

p Moinho de Vento concorre ao Prémio Ilídio Pinho 1º escalão dos cinco em que a iniciativa está dividida. O concurso pretende estimular o interesse dos alunos pelas ciências, através do apoio a projetos inovadores, que devem ter um caráter eminentemente prático e multidisciplinar, mobilizando as várias áreas curriculares para o seu desenvolvimento, e envolver os

estudantes em experiências e trabalhos de grupo. Os prémios para o concurso de ideias ascendem a 251.600 euros e o prémio final é de 160 mil euros. A fase de desenvolvimento termina a 18 de maio e a divulgação dos 100 projetos que integrarão a exposição pública/mostra nacional acontece a 11 de junho.

VOLUNTARIADO. A Associação Ser Mais Valia, uma organização de voluntariado para a cidadania e desenvolvimento, nascida no âmbito de um projeto piloto da Fundação Calouste Gulbenkian, promoveu a 14de abril, um encontro na Batalha para assinalar um ano de existência.

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Batalha Opinião

maio 2018

Jornal da Batalha

s Fiscalidade

Prevenção e composição amigável de litígios O Despacho n.º 4222/2018, do Ministro das Finanças, publicado no D.R. n.º 81/2018, Série II, de 2018.04.26, veio constituir o GT EBF, que tem por objetivo a realização de um estudo aprofundado sobre o sistema de benefícios fiscais que vigora em Portugal e que possibilite a avaliação dos referidos benefícios e do sistema de benefícios fiscais no seu todo. A lei estabelece adequadas formas de descentralização e desconcentração administrativas, podendo criar entidades administrativas independentes, para satisfação de necessidades especificas e o legislador deve estruturar o procedimento administrativo de modo a proporcionar uma participação efetiva do contribuinte na decisão tribu-

tária como modo de alcançar melhores decisões, mais eficientes, mais legitimadas, prevenindo e resolvendo litígios. A disponibilização de informação clara, objetiva e atempada ao contribuinte, que a este permita o cumprimento pontual das obrigações declarativas e de liquidação do imposto. Mais e melhor informação significa, maior grau potencial de cumprimento voluntário das obrigações tributárias, o que constitui o comportamento padrão dos contribuintes portugueses, a que importa dar todas as condições para que se possa manifestar. Importa, ter presente que o acesso à informação é, por natureza, assimétrico e que a complexidade das relações económicas e do próprio sistema fiscal nem

sempre favorecem um adequado enquadramento para a compreensão das obrigações tributárias a que estão sujeitos os contribuintes. A realidade mostra-nos a crescente substituição da intervenção humana pelos automatismos conferidos pelo progresso tecnológico, que conferindo uma reconhecida maior eficácia ao sistema fiscal, não deixam, em certas circunstâncias, de poder constituir potenciais bloqueios ao exercício efetivo das garantias dos contribuintes, ou até de ser a causa de novos litígios. A constituição de um GT EBF para a prevenção e composição amigável de litígios entre o contribuinte e a administração fiscal tem seguinte composição: João Taborda da Gama, docente universitário, que coor-

dena; Bárbara Alexandre, inspetora tributária e adjunta do Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais; Cristina Bicho, subdiretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira para a área da Justiça; Diana Ettner, advogada; Joaquim Freitas da Rocha, docente universitário; Jorge Lopes de Sousa, Juiz Conselheiro; Margarida Matias Louro, jurista; Pedro Vidal Matos, advogado; Telmo Tavares, diretor de finanças de Aveiro e Paulo Simões Ramos, técnico especialista do Gabinete do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que assegura o secretariado técnico. O apoio técnico e logístico ao GT EBF é assegurado pelo Gabinete do Secretário de Estado dos Assun-

tos Fiscais. O GT EBF pode solicitar os estudos, pareceres ou informações, que julgue necessários ao bom andamento dos trabalhos, a quaisquer serviços do Ministério das Finanças, bem como, mediante autorização do Secretário de Estrado dos Assuntos Fiscais, a outras entidades. Os membros do GT EBF renunciam a qualquer a tipo de remuneração pelos trabalhos realizados. O primeiro relatório de progresso do GT EBF deverá ser entregue ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais até ao dia 15 de julho de 2018, devendo o grupo apresentar sugestões finais de alterações a introduzir no ordenamento jurídico até 30 de setembro de 2018.

António Caseiro Membro da Assembleia Representantes da OCC Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

s Noticias dos combatentes

“25 de Abril”: quem culpar pelo muito que ainda falta cumprir? Se, logo após a “revolução dos cravos”, ocorrida há 44 anos, foi possível assistir à euforia de uma grande parte da população portuguesa por, acima de tudo, ter reconquistado a sua liberdade; também foi constatável que uma significativa franja da sociedade, receosa de poder vir a perder os privilégios que a ditadura lhe trouxera, não apoiou essa revolução e, após um curto período de espera, até nem tardou a combatê-la, fosse de forma aberta ou encapotada. Outras conquistas então obtidas foram o direito ao voto e à formação ou legalização de partidos políticos, independentemente das ideologias que defendessem, desde a extrema-esquerda à extrema-direita. Em teoria, o conjunto

destes factos demonstrava que, finalmente, a democracia também funcionava no nosso País, sendo que alguns excessos, que desde o início se cometeram (e continuaram a cometer, infelizmente, até aos nossos dias), faziam parte da nossa aprendizagem, por estarmos a viver um “admirável mundo novo”. Se, à época, já fossemos um povo alfabetizado e mesmo que só medianamente culto, mas com princípios morais atávicos, provavelmente a circunstância de não dispormos, salvo poucas exceções, de um quadro de políticos com experiência para começarem a dirigir os destinos do país com competência, justiça e retidão, talvez tal lacuna não tivesse provocado estragos de monta, na

causa maior que era o progresso do país e o bem-estar geral da população portuguesa, em especial fazendo reduzir as assimetrias socioeconómicas até um patamar aceitável. Mas nós somos descendentes dos Lusitanos (entre outra amalgama de povos) e o que, há 2.000 anos, um pretor romano terá dito desses nossos ancestrais – “um povo que não se governa nem se deixa governar” – continuou a ter plena aplicação até aos dias de hoje, talvez com uma nuance nada despicienda: é que, ao longo da nossa história e até agora, houve muita gente que se foi governando – e de que maneira! – sem minimamente cuidar de se preocupar com as vítimas que a sua gula e ambição causavam à sua volta.

Ora, o “25 de Abril”, não só não veio pôr cobro aos desmandos desta gente sem escrúpulos (com muitos “políticos” incluídos) como, segundo as estatísticas, as assimetrias sociais se têm acentuado. E agora podíamos analisar a segunda parte da frase acima transcrita – “… nem se deixam governar” – e acrescentar-lhe “nem querem ser bem governados” porque, apesar de terem ao seu dispor a “ferramenta” provavelmente mais poderosa que os povos que vivem em democracia têm para poderem ser bem governados – o voto – são cada vez menos aqueles que, em Portugal, o usam ou o sabem usar racionalmente. O principal argumento dos abstencionistas é dize-

rem que não vale a pena votar, designadamente porque os políticos, sejam de que partido for, são todos incompetentes e genericamente corruptos. Ora, costuma ser exatamente para se alterar este estado de coisas que votar se torna essencial. Mas não: é muito mais cómodo criticar e atirar as culpas para terceiros, dizer mal de tudo e de todos e ir debitando umas aleivosias nas redes sociais, do que nos deslocarmos a uma assembleia de voto para exercermos o nosso dever cívico, nem que seja apenas a uma média inferior a uma vez por ano. Quanto aos que ainda vão votando, uma boa parte continua a fazê-lo em partidos e pessoas pelos quais já quase nutre tanta admira-

ção e fanatismo como se do seu clube de futebol se tratasse e é exatamente desta simbiose de abstencionistas e de “fanáticos” que os políticos de menores escrúpulos gostam. Podemos afirmar que o projeto de “Abril” ainda tem muito para cumprir. Mas podemos igualmente sustentar que aqueles que mais podiam beneficiar com os resultados desse projeto têm feito muito pouco para a sua viabilização, embora tenham a “faca e o queijo na mão” para o alcance desse objetivo. “Com populismo e demagogia, muita mentira verdade parece, mas em liberdade e ‘democracia’, o Povo tem o Governo que merece”. NCB


Conferência

Organização

Reabilitação Urbana Reconstruir no presente, garantir o futuro e valorizar a história Participação gratuita Inscrição em marketing@regiaodeleiria.pt

25 maio 2018 . 14h00 Edifício Moagem Heritage Leiria

Oradores José Manuel Pedreirinho* // Presidente Ordem dos Arquitectos

Fernando Lopes e Betty dos Reis // Promotores do Edifício Moagem Heritage

Carlos Mineiro Aires // Bastonário da Ordem dos Engenheiros

Hugo Santos Ferreira // Vice-presidente da APPII - Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários

Jaqueline Pereira // Arqueóloga do Departamento de Arqueologia da Ediestreito, Construções, Lda.

Rita Coutinho // Vereadora do Planeamento e Ordenamento do Território e Operações Urbanísticas do Município de Leiria

Paulo Silva Santos // Presidente da Aricop Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria

Apoio

Apoio institucional

Alto patrocínio

Alexandra Gesta // Presidente do IHRU Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana

* a confirmar


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Batalha Atualidade

Jornal da Batalha

maio 2018

Cultura

Concelho perde uma das artistas mais reconhecidas m Carla Cerejo faleceu no dia 23 de abril em Montreal, no Canadá. Tinha acabado de expor uma obra no Écomusée du Fier Monde

A artista portuguesa natural da Batalha, Carla Cerejo, faleceu no dia 23 de abril em Montreal, no Canadá. As cerimónias fúnebres realizaram-se no dia 2

deste mês na igreja matriz da vila e no cemitério da Batalha. Carla Cerejo, natural da Jardoeira, casada, de 43 anos, acabara de expor na “Grande exposition en arts visuels”, patente no Écomusée du Fier Monde, de 28 de março a 15 de abril, em Montreal. A artista era licenciada em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, em 2000, mudou-se para Londres, em 2005, onde realizou um mestrado em gravura no Camberwell College of Arts/University

of the Arts. Nos anos seguintes desenvolveu investigação sobre desenho e a arte da gravura, na Biblioteca Nacional Britânica e nos museus Britânico e Tate Britain. Participou num projeto voluntário de poetas de Walthamstow, para ilustrar um poema épico sobre as vivências e história daquele bairro no nordeste de Londres. Entretanto, mudou-se para Montereal, no Canadá. Antes da sua opção total pela pintura, já tinha sido distinguida no concurso “A Mulher e o Mar”, durante a

Expo 98 , com o 1.º Prémio - Medalha de Bronze, com uma obra que está exposta na Caixa de Crédito Agrícola da Batalha. Foram-lhe ainda atribuídos outros prémios, como o da Cena d’Arte (Gravuras – 1.º Prémio, Portugal), em 1999, ou o Prémio Internacional da Junta General do Principado das Astúrias, em 2003. Além de pintura e gravura, Carla Cerejo fazia também ilustração. A artista revelou-se na sua exposição, no Porto, em 2004.

p A artista tinha 43 anos e vivia em Montereal

Biblioteca aderiu à rede nacional

António Caseiro

Mestre em Fiscalidade Pós-Graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

MEDIAÇÃO DE SEGUROS

Centro Comercial Batalha, 1º Piso, Esc 2, Edifício Jordão, Apartado 195, 2440-901 Batalha Telemóvel: 966 797 226 Telefone: 244 766 128 • Fax: 244 766 180 Site: www.imb.pt • e-mail: caseiro@imb.pt

A Biblioteca Pública Municipal da Batalha aderiu à Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (RNBP) no dia 16 de abril, data em que foi assinado o protocolo entre o município e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Com mais de 8.500 utilizadores registados, a biblioteca municipal, associada da rede da UNESCO, tem concretizado ao longo dos anos inúmeros projetos de fomento à leitura e das literacias, permitindo o acesso a múltiplos recursos (material livro e não livro), num total de mais de trinta mil registos. Na cerimónia, o diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre Lacerda, “enalteceu o trabalho que a biblioteca da Batalha vem desenvolvendo na região em torno das competências e do trabalho associado às literacias, com

p A biblioteca tem 8.500 utilizadores registados grande envolvimento do público infantojuvenil”, segundo um comunicado da autarquia. No próximo ano assinalará 30 anos de atividade, tendo sido criada formalmente, em 1989, com o apoio da Rede de Bibliotecas Fixas do SBAL (Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura) da Fundação Calouste Gulbenkian.

A adesão à RNBP permite ao município aceder e usufruir dos recursos e dos diversos serviços disponibilizados pela diretor-geral do livro às bibliotecas, participar em iniciativas de caráter local, regional, nacional e internacional, bem como beneficiar de programas e integrar a lista sistematizada e atualizada das bibliotecas públicas.


Jornal da Batalha

Cultura Batalha

maio 2018

Rosas do Lena lança CD e homenageia tradições

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Autarquia associa-se ao ano do património

m O disco compacto regista aspetos da cultura popular da Batalha e da Alta Estremadura. O dia ficou também marcado por homenagens O Rancho Folclórico Rosas do Lena promoveu, a 21 de abril, diversos atos ainda inseridos nas comemorações do seu 55º aniversário e 18º aniverário do Museu Etnográfico da Alta Estremadura. A inauguração de um painel de azulejos alusivo à Festa da Santíssima Trindade, na sede do agrupamento e de um monumento de homenagem à Escola de Harmónios e Concertinas do Rosas do Lena e ao seu mestre Joaquim Moreira Ruivo - obra executada e oferecida pelo canteiro Armando Pinheiro – e o descerramento de uma fotografia do falecido acordeonista Vergilio José Pereira, que integrou o rancho mais de 30 anos, foram alguns dos atos solenes.

p As cerimónias decorreram na sede do grupo, na Rebolaria O rancho aproveitou ainda para apresentar o seu último disco compacto (CD), gravado em novembro de 2017, que regista aspetos da cultura popular da Batalha e da Alta Estremadura e decorreu ainda o encontro de cantadores e de tocadores de instrumentos tradicionais, com a presença de quatro grupos. Na sua intervenção, o presidente do rancho, José António Bagagem, agradeceu o

apoio da câmara municipal, da junta de freguesia da Batalha e da Caixa de Credito Agrícola da Batalha, esta porque “tornou viável a gravação deste novo trabalho discográfico (O povo que canta e que reza) que, além das modas para bailar, tem dois cânticos da quaresma, as loas a Santo António, rezas da medicina popular e dois rimances”. O responsável agradeceu igualmente ao canteiro Armando

Pinheiro. “A nossa preocupação em preservar os aspetos distintivos da nossa cultura, que muito dizem ao povo, resultou ainda no registo em painel de azulejos da Festa da Santíssima Trindade, a maior festa da nossa paróquia”, referiu José António Bagagem, agradecendo a Joana Trovão e ao pintor Telmo Pereira, que facilitaram a feitura do painel.

A Câmara da Batalha decidiu associar-se ao Ano Europeu do Património Cultural, através da instalação de um painel alusivo à efeméride junto ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO. O município destaca, assim, “a relevância que o património, enquanto marca cultural distintiva do espaço europeu, representa e reconhece a cultura como signo transversal de toda a sociedade”. “Para a Batalha é um enorme orgulho integrar esta iniciativa no contexto da intervenção ambiental

de proteção do mosteiro em fase final, projeto financiado pela União Europeia, bem assim como através da realização de várias iniciativas, com destaque para um evento cultural à escala europeia a ter lugar no próximo mês de julho”, explica o presidente da câmara. Na perspetiva de Paulo Batista Santos, “assinalar o Ano Europeu do Património Cultural reveste-se como um verdadeiro desígnio que deve convocar as instituições e os europeus para os grandes objetivos da promoção e defesa do património enquanto legado dos povos que importa preservar”.

Escritor batalhense apresentou livro “As Portas do Mundo” O escritor batalhense Rui Ruivo apresentou o seu segundo livro, “As Portas do Mundo” a 29 de abril, no Auditório São Nuno Santa Maria - Centro Paroquial da Batalha. A obra, que sucede a “Perdão Sem Julgamento”, publicada em 2014 – ambas sob chancela da Chiado Editora, já está disponível em diversas lojas na Internet e físicas em todo o país. “Quando uma porta se encontra fechada, algo obscuro ela encerra. Deixamos de ver o que estará por detrás dela. Mas magistralmente uma outra se abre é aí que entra a nossa liberdade, a nossa inteligência e, aqui sim deve de entrar também

p Rui Ruivo e a sua segunda obra escrita em livro o nosso coração para desvendarmos da melhor maneira o que essa porta acaba de nos escancarar”, lê-se na sinopse do livro. Rui Ruivo envolveu-se indiretamente no grupo de

teatro amador da Rebolaria, onde nasceu, e foi aí o ponto de partida para o seu percurso cultural. Escrever letras para as suas canções, foi a sua paixão logo aos dezoito anos.

É elemento de dois grupos de música tradicional da Batalha, há mais de 25 anos, membro da Sociedade Portuguesa de Autores, desde 1991, e da direção de Santa Casa da Misericórdia da Batalha. “A escrita romantizada aparece anos mais tarde, como uma necessidade de libertar ideias formatadas, equiparando-as quer à realidade atual, quer à realidade memoriada. Mais do que um contador de histórias, o autor procura através delas, introduzir as suas opiniões”, refere o site da Chiado Editora. O livro em papel custa 14 euros e versão digital (ebook) três euros.

LIBERDADE. A câmara municipal e o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha organizaram nos dias 24 e 25 de Abril um conjunto de iniciativas que assinalaram o 25 de Abril de 1974, entre as quais a tertúlia “Antes e depois do 25 de Abril - O que mudou na Imprensa”, com os jornalistas Joaquim Vieira (Expresso, RTP e Grande Reportagem) e Carlos Ferreira (Jornal da Batalha).


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Jornal da Batalha

Economia

Bonvida volta a funcionar sete anos após o fecho m A empresa foi comprada pela Vasicol, da Moitalina (Porto de Mós) e retoma a sua plena laboração em breve A fábrica de porcelenas Bonvida, em Pinheiros, na Batalha, encerrada em 2011, foi comprada pela empresa Vasicol, da Moitalina (Porto de Mós) e retoma a sua plena laboração em breve. O fiel depositário da unidade fabril durante a insolvência, Horácio Moita Francisco, vereador do CDS-PP, prevê, em declarações ao

jornal REGIÃO DE LEIRIA, no dia 26 de abril, que a empresa possa empregar 120 pessoas até ao final do ano. Nestes sete anos, ex-funcionárias mantiveram as instalações sob vigilância na expetativa de que voltassem a ser utilizadas . A Bonvida, que chegou a empregar 170 funcionários, dedicava-se ao fabrico de loiça e comercialização de produtos de mesa utilitários e decorativos. A crise económica e problemas de gestão levaram à sua decadência e acabaria por entrar em processo de insolvência. Mas, até hoje, funcionárias guardaram as instala-

ções, 24 sobre 24 horas, com o objetivo de manter as instalações em condições de puderem reentrar em funcionamento. O tempo que investiram não foi em vão. A Vasicol, que fabrica vasos e artigos utilitários de mesa, sobretudo para exportação, adquiriu a empresa de Pinheiros. As negociações agora concluídas começaram há um ano e a intenção é que a fábrica entre em laboração o mais rapidamente possível. Horácio Moita Francisco, também vereador no município à data do encerramento da Bonvida, mos-

trou-se satisfeito com este desfecho, já que prometera então a reabertura da fábrica, uma promessa que agora se cumpre. As funcionárias, apesar dos protestos públicos em que participaram, mantêm a intenção de não prestar qualquer declaração sobre a história e as histórias dos sete anos que passaram a guardar as instalações. Só falarão depois de anunciada oficialmente a compra e entrada em funcionamento da Bonvida, o que ainda não tinha acontecido à hora do fecho da presente edição.

p Prevê-se que possa empregar 120 pessoas

A Assembleia Municipal da Batalha exige “uma decisão urgente” do Governo sobre o projeto de tratamento dos efluentes suinícolas da região e “expressa a maior preocupação” quanto às técnicas propostas para a prospeção de petróleo no concelho, em duas moções aprovadas a 26 de abril. A primeira moção, proposta pelos deputados municipais do PSD e aprovada por unanimidade, “exige uma decisão urgente do Governo para apresentação no menor curto espaço de tempo do estudo técnico e financeiro que suporte” a construção e exploração da estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) do Lis. Para os deputados municipais, o projeto deve ser executado em “parceria com os municípios envolvidos, independentemente da posição da RECILIS”.

Por outro lado, defendem que “até à entrada em exploração da ETES do Lis, seja implementado um plano Intermédio de salvaguarda ambiental, para monitorização dos espalhamentos autorizados e o controlo da recolha e transporte dos efluentes das suiniculturas e respetivo encaminhamento para as unidades em funcionamento”. A construção da ETES foi anunciada há mais de 15 anos e concessionada pelo Estado à Recilis, que “por esta ou aquela razão, continua sem avançar visivelmente na resolução do problema”, refere o documento. Entretanto, o presidente da Recilis anunciou que existe finalmente uma entidade bancária “disponível para apoiar” a construção da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas (ETES) do Lis “na componente que

Battenbrook/Creative Commons

Prospeção de petróleo e poluição dos porcos preocupam assembleia

p Pesquisas sobre jazidas de petróleo preocupam o concelho envolve os suinicultores”. David Neves, que interveio no início da última reunião da Assembleia Municipal de Leiria, não adiantou mais dados. Quanto às pesquisas de hidrocarbonetos, a moção – também apresentada pelo

PSD e aprovada com a abstenção do CDS/PP - “expressa a maior preocupação relativamente aos impactos ambientais desta atividade, que devem ser minimizados nesta fase de avaliação técnica”. Neste contexto, pretendem “apresentar junto das

entidades governativas com tutela nas áreas da economia e ambiente, a posição firme de rejeição de realização de trabalhos de exploração de hidrocarbonetos nas áreas concessionadas com recurso à técnica de fraturação hidráulica, pelo risco de con-

taminação dos aquíferos por hidrocarbonetos e metais pesados”. Os deputados adiantam que será exigido à concessionária Australis Oil & Gas Portugal que “todas as atividades a desenvolver deverão estar em total concordância com os instrumentos de ordenamento do território de âmbito nacional, regional e municipal em vigor no Concelho da Batalha, nunca perdendo de vista ser necessário assegurar a preservação do património histórico e ambiental, bem assim garantir da qualidade de vida das populações”. A concessão das áreas denominadas “Batalha” e “Pombal” pelo Estado à Australis data de 30 de setembro de 2015 e atualmente estão em curso estudos geológicos e de avaliação de impacte ambiental na área Município da Batalha.


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Economia Batalha

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Concelho integra associação de terras cerâmicas m Congrega 14 cidades e vilas com o objetivo de garantir “uma maior promoção à cerâmica portuguesa” A Batalha é um dos 14 concelhos que integram a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas (APCVC), constituída a 17 de abril, em Mafra, com o objetivo de garantir “uma maior promoção à cerâmica portuguesa”. A fundação da APCVC, com sede se localiza nas Caldas da Rainha e presidência rotativa, “constituiu a primeira iniciativa estratégica, proveniente do território português, para preservar e promover a tradição e a inovação cerâmica, num do país que é, neste momento, o principal produtor na Europa e um dos principais

exportadores para todo o mundo”. Em paralelo à cerimónia de constituição, foi inaugurada no Palácio de Mafra uma exposição itinerante de cerâmica que propõe um roteiro de visita, de norte a sul do país, pelo património cerâmico português. O concelho fez-se representar na exposição com duas peças da Matcerâmica, em Freguesia de São Mamede. Para o presidente da Câmara da Batalha, a APCVC “constitui uma mais valia no que se refere à defesa e promoção do sector da cerâmica”. “O facto de o nosso país ser o principal produtor europeu, com um volume de exportações de manifesta importância para o produto interno do país, destaca e salvaguarda a importância da ação desta nova entidade”, adianta Paulo Batista Santos.

p Batalha é um dos 14 concelhos que integram a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas Cerâmicas

Casa do Mimo ganha orçamento participativo O projeto “Uma carrinha para a Casa do Mimo” venceu o Orçamento Participativo da Batalha, no valor de 30 mil euros, com 291 votos, num total de 889 registados na plataforma eletrónica que geriu o processo das votações, anunciou no dia 17 de abril a câmara municipal. Através do projeto aprovado, a associação procederá à aquisição de uma viatura de nove lugares que, depois de devidamente adaptada, entrará ao serviço do transporte dos seus utentes. Em segundo lugar, com 132 votos, ficou o projeto de criação de um espaço de inovação pedagógica, no Agrupamento de Escolas da Batalha, aberto aos alunos do estabelecimento de ensino. A proposta dos bombeiros da Batalha, de aquisição

p Os utentes passam a ter melhor transporte de um carro de combate a incêndios reuniu 126 votos e ficou na terceira posição entre 12 propostas apresentadas ao orçamento participativo.

A Associação Casa do Mimo foi constituída em 2016 e dedica-se a dar respostas a crianças e a jovens com Necessidades Educativas Especiais (NEE), as-

segurando ainda acompanhamento no processo de reabilitação social de pessoas com deficiência e incapacidade.

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Saúde Osteoporose: sintomas, tratamento e prevenção A osteoporose é uma doença metabólica do esqueleto, que se caracteriza por diminuição da massa óssea, conduzindo, consequentemente, ao aumento do risco de fratura. É uma doença “silenciosa”, pois não apresenta quaisquer sintomas até ao momento de ocorrência de fratura óssea. Trata-se de uma doença com elevada prevalência e graves consequências, com grande impacto na qualidade de vida do doente e elevados custos económicos e sociais associados. As fraturas osteoporóticas ocorrem espontaneamente ou após um traumatismo menor, podendo resultar em dor intensa, in-

capacidade significativa, perda de autonomia e depressão. Os locais de fratura mais comuns são: as vértebras, a anca, o braço e o punho. Apesar desta patologia ser mais frequente nas mulheres pós-menopáusicas e idosos (com mais de 65 anos), existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de osteoporose. Entre eles destacam-se fatores modificáveis, relacionados com estilos de vida, tais como: dieta pobre em cálcio, consumo excessivo de álcool, tabagismo, vida sedentária, algumas doenças (p.ex. hipertiroidismo), determinados fármacos (p.ex. corticóides), imobilização prolongada e

menopausa precoce. Existem ainda fatores não modificáveis: sexo feminino, idade superior a 65 anos, raça caucasiana ou asiática, história familiar de fratura, pequena estatura, magreza

excessiva. O diagnóstico de osteoporose é feito através da avaliação da densidade mineral óssea, medida por densitometria óssea. Atualmente, estão dispo-

níveis vários fármacos para o tratamento da osteoporose. Cabe ao médico decidir qual a terapêutica mais adequada, tendo em conta a gravidade da doença, existência de fraturas prévias e de outras doenças e/ou medicação que possam interferir no tratamento. A prevenção da osteoporose tem como objetivo a tentativa de correção precoce dos fatores de risco modificáveis. É fundamental a adoção de uma dieta equilibrada com ingestão adequada de produtos ricos em cálcio (leite e seus derivados) e em vitamina D (peixes como salmão e sardinha, ovos). Deve ser incentivada a exposição solar diária (face,

braços e mãos), de modo a estimular a produção de vitamina D. É essencial a prática de exercício físico regular, assim como a cessação tabágica e o consumo de álcool com moderação. A avaliação e prevenção do risco de queda no idoso é tão ou mais importante que a terapêutica farmacológica. É necessária a otimização da acuidade visual e auditiva, evicção de medicação sedativa, uso de calçado ajustado e aderente, remoção de obstáculos (como tapetes), uso de auxiliares de marcha, entre outras medidas. Catarina Gonçalves Médica Interna na USF Condestável (Batalha)

ACORDOS:

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Dra. Matilde Pereira........ quinta - tarde/sábado - manhã

Dr. Evaristo Castro...................................................terça - tarde

Nutricionista................................................................ Dra. Ana Rita Henriques.......................................terça - tarde Cirurgia Geral/Vascular....................................... Dr. Carlos Almeida.................................................. sexta - tarde Otorrinolaringologia............................................. Dr. José Bastos.......................................................quarta - tarde Próteses Auditivas...........................................................................................................................................quarta - tarde Terapia da Fala........................................................... Dra. Débora Franco......quinta - tarde / sábado - manhã Neuro Osteopatia /Acumpunctura............... Tec. Acácio Mariano............................................quarta - tarde (Aplicações estéticas, Terapêutica de Relaxamento, Ansiedade, Stress)

Ortoptica........................................................................ Dr. Pedro Melo.................................................. sábado - manhã

Outras Especialidades:

Medicina Dentária

Clínica Geral................................................................. Dr. Vítor Coimbra..................................................quarta - tarde Medicina Interna....................................................... Dr. Amílcar Silva.......................................................terça - tarde Urologia.......................................................................... Dr. Edson Retroz....................................................quinta - tarde Dermatologia.................................................... Dr. Henrique Oliveira.................................... segunda - tarde

Dra. Ângela Carreira Terça - tarde

Estética ........................................................................... Enf. Helena Odynets.............................................. sexta - tarde

Dr. Evandro Gameiro Segunda/quarta/sexta- tarde sábado - manhã

Cardiologia................................................................... Dr. David Durão....................................................... sexta - tarde Electrocardiogramas............................................................................................................... segunda a sexta - tarde Neurocirurgia............................................................. Dr. Armando Lopes......................................... segunda - tarde

Implantologia

Neurologia.................................................................... Dr. Alexandre Dionísio......................................... sexta - tarde

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Psicologia Educacional/vocacional...........Dr. Fernando Ferreira........................... quarta/sexta - tarde Testes psicotécnicos.............................................. Dr. Fernando Ferreira........................... quarta/sexta - tarde Psiquiatria .................................................................... Dr. José Carvalhinho..................................... sábado - manhã Pneumologia/Alergologia.................................. Dr. Monteiro Ferreira............................................ sexta - tarde Ginecologia / Obstetrícia..................................... Dr. Paulo Cortesão.......................................... segunda - tarde Ortopedia...................................................................... Dr. António Andrade...................................... segunda - tarde Endocrinologia.......................................................... Dra. Cristina Ribeiro........................segunda / terça - tarde

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João Ramos

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Saúde Batalha

Tenossinovite de De Quervain

Superstições: como influenciam a nossa vida Joana Crispim

Fisioterapeuta

Mestre em Psicologia Clínica e formada em Hipnose

Na edição de maio dedica-se o presente artigo ao tema Tenossinovite de De Quervain. Uma tenosinovite é uma inflamação de um tendão (tendinite) associada à inflamação da bainha protetora que cobre esse mesmo tendão. A tenossinovite ou síndrome de De Quervain é uma inflamação que afeta os tendões do punho que se dirigem para o polegar, nomeadamente o longo abdutor e o curto extensor do polegar, na zona onde atravessam uma bainha fibrosa espessa. Foi descrita pela primeira vez pelo médico suíço Fritz De Quervain, no ano de 1895, daí a atribuição do seu nome à disfunção.

As causas da tenossinovite de De Quervain são desconhecidas, contudo na maioria dos casos está associada ao sobre-uso, quer nas atividades da vida diária quer na atividade laboral ou por patologia reumatismal. Qualquer atividade que envolva movimento repetitivo do punho e mão, tais como: jardinar, jogar ténis, tocar piano ou pegar num bebé, pode desencadear e/ou agravar a sintomatologia. A tenossinovite de De Quervain está associada a diversas atividades laborais que exijam posturas mantidas ou gestos repetitivos atingindo, sobretudo trabalhadores manuais (como empregados fabris,

pintores, músicos); o que constitui uma doença do trabalho ou doença profissional. Esta disfunção afeta essencialmente adultos entre os trinta e os cinquenta anos; as mulheres são dez vezes mais afetadas que os homens. Os sinais e sintomas da tenossinovite são: Dor ao longo do polegar que aparece gradualmente; Progressivamente a dor será sentida no punho e pode irradiar até ao antebraço. As queixas geralmente pioram com a atividade (principalmente na preensão e torção do punho). Em situações mais severas pode existir edema ao nível do punho e a dor estará pre-

Clínica Dentária e Osteopática Direção Clínica: Dr.ª Ana Freitas - Medicina Dentária Dr.ª Ana Freitas Dr.ª Silvia Eleutério

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sente mesmo em repouso. O diagnóstico da lesão terá que ser sempre realizado por um médico especialista que definirá o melhor método de tratamento. A Fisioterapia apresenta bastante eficácia no tratamento desta lesão. Paralelamente aos tratamentos de Fisioterapia, numa fase inicial da lesão é indicado repouso do utente/atleta e aplicação de gelo local. É de salientar a importância do exercício físico regular e dos alongamentos na prevenção deste tipo de lesões de sobre-uso. Qualquer indivíduo deverá alongar no seu dia-a-dia consoante as suas necessidades, quer exigidas pela atividade laboral quer pelas atividades desportivas ou de lazer.

As superstições são tão antigas quanto a história da humanidade. São histórias que vão sendo transmitidas de geração em geração e assim ganham mais peso e veracidade. O medo do gato preto; não deixar a carteira no chão que o dinheiro foge; a peça de roupa interior de cor azul na passagem de ano para ter um ano afortunado; não passar por baixo de escadas; bater três vezes na madeira… Todos nós por mais que até digamos que não prestamos qualquer importância para estas superstições, a verdade é que uma parte de nós fica com algumas dúvidas “será que pode mesmo acontecer caso eu faça, ou não faça?” Isto, porque são ideias que acabam por ganhar dimensão pela convicção com que são transmitidas ao longo das gerações. O termo “superstição” tem origem do latim “superstitio”, o que remete para as crenças formadas a partir do conhecimento popular. Desde a antiguidade que os povos acreditavam em várias crenças associando a aspetos mágicos e assim, muitas superstições nascem de hábitos antigos. No entanto, estas crenças não apresentam uma base de razão ou até mesmo científica.

E como é que estas ideias populares podem influenciar a forma como pensamos e consequentemente agimos? Entre outras formas, vou ressalvar a que do meu ponto de vista influencia maioritariamente nos padrões cognitivos de cada um de nós e que por sua vez pode enveredar determinadas consequências comportamentais. Estas superstições podem influenciar pelas certezas que trazem na nossa vida. Temos a legitimidade de pensar “ora se tanta gente diz, é porque realmente acontece, mais vale ser cauteloso”. E esta linha de pensamento vai inevitavelmente, de forma inconsciente construir ou recalcar a crença expectável. Mas e se por outro lado, eu constatar que até usei aquela peça de roupa interior de cor azul na passagem de ano, mas o meu ano foi lastimável? Ao nível psíquico e mencionando de uma forma geral, o que acontece é que inconscientemente acabo por generalizar esta situação para outras onde tenha que evocar qualquer expectativa. E o leitor? Já parou para pensar até que ponto alguma superstição o influenciou num determinado momento da sua vida?

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Batalha

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Património Foi Afonso Domingues o primeiro mestre da obra monumental de Santa Maria da Vitória? Era natural de Lisboa? Faleceu em 1401 ou 1402? Por sua vez, o seu sucessor Huguet seria catalão? Teria outra origem? Como já disse em apontamento anterior, de vários mestres da Batalha sabe-se do seu destino mas desconhecem-se as suas origens. De Afonso Domingues, pouco ou nada se sabe tanto das origens como do destino. Refere o notável investigador (que também foi médico, arqueólogo, poeta e jornalista) Sousa Viterbo, no seu “Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses”, 1º volume, que “Fr. Manuel dos Santos, autor da VIII parte da Monarchia Lusitana” tratando do cumprimento dos votos que fizeram D. João I e o condestável pelo vencimento da batalha de Aljubarrota, e dando conta sucintamente da construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, escreve… chamou-se o mestre da obra Afonso Domingues natural de Lisboa na Freguesia da Madalena, merecedor de eterna memória pela capacíssima ideia, com que delineou a fábrica… É pena que o cronista não nos indique a fonte onde bebeu esta notícia. A sua obra foi publicada em 1727”. É curioso referir que cem anos passados sobre a publicação daquela oitava parte da “Monarchia Lusitana” por Fr. Manuel dos Santos, que com certeza se baseou mais em duvidosas informações, que se iam passando de

geração em geração, do que na autenticidade dos factos, o Cardeal Saraiva, que na Batalha esteve de 1823 a 1825, por imposição miguelista, aproveitando o seu tempo para explorar o que restava do arquivo dominicano, editava na sua “Memória Histórica sobre as Obras do Real Mosteiro de Santa Maria da Vitória chamado vulgarmente da Batalha”, em que diz sobre Afonso Domingues, no capítulo dedicado aos Mestres das Obras da Batalha: “É este o primeiro mestre, de que achamos fazer-se menção em documento de 7 de Dezembro da era de 1440, que corresponde ao ano de Cristo de 1401 (cuidado com a contagem dos anos pelos dois calendários), descrevendo-se a medição de um terreno, que possuía Margarida Annes, ama que foi de Afonso Domingues, mestre da obra do mosteiro. E se reflectirmos que a obra tinha sido começada havia somente quinze ou dezasseis anos antes e que o Mestre Afonso Domingues era já falecido à data do referido documento (ler a opinião do Professor Saul Gomes mais adiante), não parecerá arremessada a conjectura, que fazemos, de que foi o primeiro arquitecto, que traçou o edifício e dirigiu a sua vasta, difícil e complicada execução”. Ora, o Professor Doutor Saul António Gomes em “O Mosteiro de Santa Maria da Vitória no Século XV”, obra que reproduz, em 1990, a sua dissertação de mestrado e que dedica ao seu antigo professor na Universidade Nova de Lisboa, o batalhense Dou-

Afonso Domingues e Huguet e alguns dos seus enigmas (I)

p Imagem da escultura que está no canto sudeste da Casa do Capítulo, retratando um obreiro ou um mestre da grandiosa obra. A fotografia vem publicada em “A Arquitectura portuguesa”, de Paulo Pereira, livro precioso inserido na colecção “Arte Portuguesa – da Pré-História ao Século XX”, coordenada por Dalila Rodrigues e sob direcção gráfica de Armando Alves, com coordenação de fotografia de José Pessoa. tor José Magno Santos Pereira Grosso, infelizmente falecido quando muito havia de esperar do seu trabalho de investigação, diz a este propósito: “São muito escassas as informações sobre Afonso Domingues, referido como mestre das obras do mosteiro em documento de 1401 (explicando em rodapé que tem sido datado de 1402, Dezembro, 27, Batalha. O ano novo tinha o início a 25 de Dezembro pelo que, na realidade, há que recuar numa

unidade a era, resultando 1401…), o que não autoriza a supô-lo falecido nesta data. Oriundo do meio e de família cujas posses autorizavam a entrega da criança a uma ama, Afonso Domingues permanece, no entanto um desconhecido”. A carta de emprazamento que refere o Cardeal Saraiva, copio-o agora do 1º volume das “Fontes Históricas e Artísticas do Mosteiro da Batalha”, do Professor Saul Gomes, apenas parcialmente, na parte que mais interessa:

s Casa da Madalena

Peça a peça, o Museu Etnográfico da Alta Estremadura Hoje é a cozinha da casa rural do Museu, a nossa visitada. Passa-se para lá directamente da casa de fóra ou entra-se pela porta que dá para o alpendre e para a escada de acesso ao pátio. Uma das suas particularidades, de especial interesse arquitectónico, é o painel

que mostra a parede interior de carrisca, ou seja: de argamassa e de casca de pinheiro. Aliás todo o sector mais antigo do edifício tem paredes interiores de carrisca. As restantes divisões têm paredes de tabique e, uma delas, de tijoleira. Tudo é mostrado em três painéis

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e resguardado com vidros apropriados. Lareira com os utensílios próprios e os bancos para as pessoas se sentarem nas noites de inverno, uma candeia de azeite, o saleiro, as louças de barro na prateleira por cima da lareira e na cantareira, a prateleira alta para o pão e a broa, o

dono da casa sentado para o almoço ou para a ceia. A grade da louça de esmalte. Na altura em que escrevo este breve apontamento, estão a decorrer obras de conservação do edifício, rebocando de novo e pintando as paredes exteriores e porJ.T.S. tadas.

“(…) O dito prior e cabido emprazaram a Gonçalo Anes genro da Baradala morador no dito Mosteiro (na Batalha) três talhos de vinhas que jazem (estão) um deles a par do dito Mosteiro além da água a qual foi do Faniqueiro (possivelmente donde adveio o topónimo da Faniqueira) e parte com João do Moinho e com Gonçalo Páscoa e com caminho público, e outro jaz no dito logo e parte com caminho público e com João da Besta (possivelmente um besteiro) a qual foi de Domingos Girães e outro talho que foi de Margarida Anes ama que foi de Afonso Domingues mestre da obra do dito Mosteiro e parte (confina) com Gonçalo páscoa e João Rolão (…)”. Entre as testemunhas deste aprazamento é nomeado o mestre Auguete, aportuguesamento de Huguet, sendo provável que na data ainda não fosse o mestre da obra, senão seria designado por mestre da obra e não simplesmente por mestre (neste caso de um dos ofícios: pedreiro, carpinteiro, vidraceiro, etc.) o que quer dizer que em Dezembro de 1401 Afonso Domingues ainda não tinha falecido e ainda dirigia a obra. A naturalidade de Afonso Domingues, cujo nome indica ser português, está por confirmar, embora podendo ser Lisboa a sua terra natal. É também provável que se tenho iniciado em obras na Sé lisboeta. A escolha feita por D. João I. deve ter sido alicerçada no conhecimento do saber na arte e nas capacidades para encabeçar uma obra da dimensão da de Santa Maria

da Vitória, evidenciados por Afonso Domingues. Possivelmente já não seria novo quando assumiu o encargo da Batalha, o que nos é sugerido tanto pela experiência evidenciada como por ter falecido pouco mais de uma dúzia de anos após o início do monumento. Onde foi sepultado? Pondo definitivamente de parte a lenda que, em magnífica prosa, nos é contada por Alexandre Herculano, uma lenda apenas, não se sabe onde foi enterrado. Teria sido em Santa Maria-a-Velha, desaparecidos os vestígios do túmulo pela barbárie que ali foi praticada no século XX? Nos anos 20 do século passado, Pedro Jorge Ribeiro, que dirigia obras na Casa do Capítulo, julgou ter encontrado no centro da vasta quadra a sepultura do Mestre. Não sei que investigação foi feita então, mas é bem possível que se tratasse da campa de um dos priores do convento dominicano. Continuam, assim, por esclarecer donde veio o Mestre Afonso Domingues e que destino teve o seu corpo. Julga saber-se, porém, através das nervuras das abóbadas, o trabalho que ele executou: as quatro capelas absidais da igreja, as duas naves laterais, a sacristia, os lanços leste e sul do claustro real e começo da casa do capítulo, que possivelmente Huguet acabou. As suas nervuras são redondas, as de Huguet esquinadas. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (182)


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Desporto Batalha

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Desporto

Sportinguistas da Batalha já têm um núcleo ao dispor m A inauguração oficial, que ainda não tem data marcada, será definida pelos órgãos sociais do Sporting

O Núcleo do Sporting Clube de Portugal da Batalha promoveu a inauguração simbólica da sede no dia 28 de abril, frente à Igreja Matriz da Batalha, na antiga Maria Petinga. A data foi marcada na sequência da reunião extraordinária da direção, de 17 de abril, que tinha como outros

p O núcleo fica no centro da vila, na antiga Maria Petinga pontos de discussão a seleção dos membros responsáveis pela festa de inauguração e designação do res-

ponsável pela elaboração da escala do bar (pormenor na imagem). O núcleo começou a ga-

Escuteiros promovem corrida e caminhada

p Alguns dos elementos do Agrupamento 194 Os Escuteiros da Batalha – Agrupamento 194 têm abertas as inscrições para uma “Mega Corrida” de 10 quilómetros e uma caminhada de seis quilómetros, que marcaram para domingo, 20 deste mês de maio. O início da atividades está agendado para as 10 horas (check-in às 9h15) no Centro Paroquial da Batalha e os participantes têm balneários ao dispor. A organiza-

ção garante ainda que haverá prémios e muita animação. As inscrições para as duas provas têm os seguintes valores: crianças até seis anos: 3 euros; caminhada sem almoço: 3 euros; caminhada com almoço: 5 euros, corrida sem almoço: 5 euros; corrida com almoço: 7 euros. O Agrupamento 194 está integrado no Corpo Nacional de Escutas (CNE), sendo

o único núcleo deste movimento católico no Concelho da Batalha. Foi fundado em meados da década de 60 do século XX pelo pároco de então, padre Inácio. O agrupamento manteve-se no ativo até finais da década de 70 do século XX. Em 1983 foram dados os primeiros passos para a reativação, o que aconteceu oficialmente em outubro de 1986.

nhar forma a 6 de julho de 2017 e a sua constituição oficial aconteceu a 20 de fevereiro último.

“Com o esforço e dedicação de um grupo de sportinguistas, reuniram-se os elementos necessários com vista à legalização do núcleo, à sua integração na família leonina; arrendou-se um espaço que agora se transforma, para dentro em breve receber orgulhosamente todos os sportinguistas da Batalha”, explica o presidente do núcleo, António Santos. Para que o Núcleo do Sporting da Batalha “seja um orgulho para todos é necessário dotar a associação de condições para seguir em frente”, destaca António Santos, que incentiva os sportinguistas: “Imortaliza

o teu nome no mural dos fundadores a inaugurar na nossa sede”. A inauguração oficial, que ainda não tem data marcada, será definida pelos órgãos sociais do Sporting. O núcleo conta já com 50 sócios fundadores e funcionará todos os dias, entre as 19 e as 24 horas, com serviço de bar e venda de merchandising do clube e do núcleo. A inscrição de sócio custa 25 euros (50 para sócios fundadores), valor correspondente à quota de um ano. Os interessados podem obter mais informações na sede, pelo número 917745302, ou através da página do Facebook.

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Batalha Atualidade

Laço humano gigante encerra campanha contra maus-tratos A câmara municipal e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Batalha encerraram a 26 de abril a Campanha Laço Azul, que decorreu durante abril, mês internacional da prevenção dos maus tratos na infância e juventude. A iniciativa consistiu na representação de um laço humano, na praça Mouzinho de Albuquerque, junto ao mosteiro, em que participaram 400 crianças, segundo o município. A ação envolveu a câmara municipal e a CPCJ da Batalha, com o apoio das instituições de ensino do concelho, que se associaram a uma causa que “promove o superior interesse das crianças e dos jovens, prevenindo os maus-tratos na infância”.

maio 2018

Fundação Pan Am visita painel publicitário único m Construído com mais de quatro mil azulejos pintados à mão, ocupa uma área de 92 metros quadrados

O diretor da conceituada da Fundação Histórica Pan Am, Peter Leslie, esteve no dia 8 deste mês na Batalha, no âmbito de uma sessão de trabalho relativa ao painel publicitário em azulejo da antiga companhia de aviação, existente na encosta nascente de Reguengo do Fetal, em processo de classificação pela Direção Geral do Património Cultural. Segundo um comunicado do município, Peter Leslie “mostrou-se extremamente agradado com o interesse da autarquia na preservação da magnífica estrutura”, construída com mais de quatro mil azulejos pintados à mão, ocupando uma área de 92

p A comitiva junto ao painel no Reguengo do Fetal metros quadrados. O interesse na preservação deste antigo painel publicitário, datado da década de 50 do século passado, já tinha suscitado, em 2015, a atenção da fundação, pela voz de Doug Miller, que considerou fazer “absolutamente todo o sentido que o painel seja preservado”. A manutenção do painel “é ainda mais importante, atendendo o facto de apenas

ser conhecido em Portugal um segundo painel publicitário, com características semelhantes, localizado na freguesia de Oliveirinha, no Concelho de Aveiro”, refere a autarquia. O interesse Fundação Histórica Pan Am “evidencia bem a componente da expressão de memória da antiga companhia aérea que marcou a aviação comercial do século passado e que es-

tamos apostados em preservar e promover naquele país”, refere o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos. A autarquia pretende, após o fim do processo de classificação da estrutura, proceder à sua recuperação, “tendo já encetado conversações com a empresa que adquiriu a antiga fábrica de azulejos”, sediada na localidade de Esgueira, em Aveiro.

Jornal da Batalha Mosteiro abre portas a quatro escritores O Mosteiro da Batalha promove o ciclo de conferências “Sensação de plenitude”, dando a conhecer os escritores Afonso Lopes Vieira, Miguel Torga, Almada Negreiros e José Saramago. No dia 5 deste mês, as conferências abordaram Afonso Lopes Vieira, por Cristina Nobre, e Miguel Torga, por Clara Crabbé Rocha - filha do escritor. No segundo dia de conferências, 19 de maio, Simão Palmeirim fala de Almada Negreiros e Sérgio Machado Letria dedica a sua intervenção a José Saramago. Segundo a coordenadora científica, Rita Mendes, as conferências pretendem proporcionar “uma abordagem da literatura fora dos meios exclusivamente académicos e acessível a todos, dada a sua gratuidade”.

Lloyd Cole dá concerto acústico no claustro real O músico Lloyd Cole – liderou uma banda de pop rock formada em Glasgow que na década de 80 alcançou o top dos álbuns mais vendidos no Reino Unido e conquistou um êxito assinalável também em Portugal com o álbum Rattlesnakes – dá um concerto acústico no Mosteiro da Batalha em julho. O concerto, inserido nas comemorações do Ano Europeu do Património Cultu-

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ral, está marcado para 6 de julho, sexta-feira, às 21h30, no claustro real, com entrada gratuita, e “assume-se como uma excelente oportunidade para a promoção da importância do património, envolvendo entidades públicas e privadas, num espaço de excelência patrimonial e histórico como é o Mosteiro da Batalha”, destaca a autarquia. O músico Lloyd Cole (ex-Lloyd Cole and the Com-

motions) apresenta-se no concerto com o seu mais recente registo, iminentemente acústico, numa clara associação à efeméride proposta pela Comissão Europeia e pelo Parlamento Europeu de estabelecer 2018 como o Ano Europeu do Património Cultural. “É um orgulho poder contar com este músico de renome internacional, atendendo à excelência da sua carreira artística e à consagração in-

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ternacional do seu trabalho enquanto escritor de músicas intemporais”, afirma o presidente da câmara municipal. Para Paulo Batista Santos, “afigura-se de manifesta importância para a Batalha celebrar o Ano Europeu do Património Cultural e os desígnios da efeméride, associados à promoção da diversidade cultural, do diálogo intercultural e da coesão social, chamando a atenção

para o papel do património no desenvolvimento social e económico do espaço europeu”. Esta iniciativa integra a programação do projeto “Lugares Património Mundial do Centro”, contando com financiamento do Programa Centro 2020. A reserva de ingressos, limitados a dois títulos por pessoa, deverá ser efetuada através do link: reservas.cm-batalha.pt, de 30 de maio a 3 de junho.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

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CARTÓRIO NOTARIAL DE FÁTIMA Notária: Maria José Andrade Coutinho Certifico, narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura de rectificação lavrada no dia quinze de Março de dois mil e dezoito, no Cartório Notarial de Fátima, a cargo da notária Maria José Andrade Coutinho, sito na Avenida D. José Alves Correia da Silva, Edifício Vela Sul, número 2, primeiro C, exarada de folhas quarenta, a folhas quarenta e um verso, do livro de notas para escrituras diversas “Trinta e Oito – A”, ACÁCIO RUI CARREIRA LUÍS, NIF 200.824.341 e LINA BELA ALVES DOS SANTOS, NIF 198.757.484, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de São Mamede, concelho de Batalha e da Alemanha, residentes na Travessa do Moinho, número 2, Vale Sobreiro, dita freguesia de São Mamede, titulares dos cartões do cidadão números 09500321 5 ZY7 válido até 26/04/2021 e 10205847 4 ZY8 válido até 22/09/2019, emitidos pela República Portuguesa. Que, são com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do seguinte: Prédio Urbano, sito em Rua Nossa Senhora de Fátima, número 33, composto por casa de habitação e logradouro, inscrito na matriz sob o artigo 4327, estando ainda pendente a sua avaliação, pelo que atribuem o valor de mil euros, da freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, com a área de trezentos e oitenta e quatro metros quadrados sendo duzentos e setenta e três vírgula vinte e seis metros quadrados de superfície coberta e cento e dez virgula setenta e quatro metros quadrados de logradouro, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha . Que, o referido prédio veio à posse do primeiro outorgante em mil novecentos e setenta e sete, por doação verbal ao primeiro outorgante ainda no estado de solteiro, menor, de seu avô António Carreira, viúvo, já falecido, residente que foi na Rua Nossa Senhora de Fátima, 33, freguesia de São Mamede, em dia que não consegue precisar. Que atribuem ao bem o valor de mil euros. Que, deste modo, após a referida doação verbal, passou de facto, a possuir o prédio em nome próprio, tendo pago desde sempre os respectivos impostos, habitando-o e fazendo nele as necessárias obras de conservação e melhoramentos, posse que sempre foi exercida por ele de forma a considerar tal prédio como seu, sem interrupção, intromissão ou oposição de quem quer que fosse, à vista de toda a gente do lugar e de outros circunvizinhos, sempre na convicção de exercer um direito próprio sobre coisa própria.-------Que, esta posse assim exercida ao longo de quarenta e um anos se deve reputar de pública, pacífica e contínua. ------ Assim, na falta de melhor título, ele primeiro outorgante adquiriu o mencionado prédio para seu o património, por usucapião, que aqui invoca, por não lhe ser possível provar pelos meios extrajudiciais normais. A primeira outorgante confirma as declarações sendo o prédio referido um bem próprio do primeiro outorgante seu marido. Fátima,Cartório Notarial, 10 de março de dois mil e dezoito. A funcionária com delegação de poderes Jornal da Batalha, edição 334, 11 de maio de 2018

Maria Adelaide Jordão Coelho (80 anos) N 27-07-1937 F 21-04-2018 Casal do Alho - Batalha

Vitor Manuel Ribeiro Ascenso Clérigo (81 anos) N 31-01-1937 F 24-04-2018 Maceirinha - Maceira

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO Seus Filhos, Genros, Noras, Netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado

Sua Esposa, Filhas, Genros, Netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado.

Tratou: Agência Funerária Espírito Santo Loja 1 Batalha - Loja 2 Maceira - Loja 3 Pataias Tel. 916 511 369

Tratou: Agência Funerária Espírito Santo Loja 1 Batalha - Loja 2 Maceira - Loja 3 Pataias Tel. 916 511 369

Carla Sofia Santos Cerejo (43 anos) N 01-07-1974 F 22-04-2018 Jardoeira - Batalha e Canadá

AGRADECIMENTO

Seu marido, pais, irmãos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que ao longo do tempo demonstraram carinho e preocupação e que agora, na hora do adeus a acompanharam até à sua última morada. Para sempre nos nossos corações e nas nossas lembranças. Descansa em paz Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós - Loja D. Fuas

Celeste Piedade Gomes Mira (84 anos) N 21-09-1933 F 09-04-2018 Moinho de Vento - Batalha e Frankfurt

AGRADECIMENTO

Seu marido: Manuel Piedade Frazão, filhos: Mª Teresa e José Manuel Mira Frazão, nora,genro, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo vêm por este meio agradecer todo o apoio e carinho que lhes foi dedicado nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigada. Quem tem a luz de Deus não teme nenhuma escuridão…Que descanse em paz… Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós - Loja D. Fuas

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e quatro a folhas cento e seis, do Livro Duzentos e trinta - B, deste Cartório. Maria Celeste Jesus Rebelo, NIF 104 907 061, viúva, natural da freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, onde reside no Centro Paroquial de Assistência de Reguengo do Fetal, que intervém neste ato na qualidade de cabeça de casal da Herança aberta por óbito de ANTÓNIO LOPES DA ROSA, NIF 709 798 873, no estado de casado com a outorgante sob o regime da comunhão geral, com ultima residência em Reguengo do Fetal, Batalha, declara que com exclusão de outrem, a herança que representa, é dona e legitima possuidora, de um terço indiviso do prédio urbano, composto de casa de habitação de rés-do-chão e primeiro andar e arrecadações, com a superfície coberta de cento e vinte e nove virgula vinte metros quadrados, e páteo e logradouro com a área de quarenta metros quadrados, sito em Reguengo do Fetal, freguesia de Reguengo do Fetal, concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, sob o número quatrocentos e oitenta e um/Reguengo do Fetal, inscrito na matriz sob o artigo 1.224, que provém do artigo 162, com o valor patrimonial correspondente e atribuído de €5.756,66; Que na dita Conservatória se encontra registada a aquisição do referido direito no prédio, a favor de António Emílio Gomes e mulher Ermelinda de Jesus Luis, pela apresentação dois, de trinta de abril de mil novecentos e oitenta. Que o identificado direito predial foi adquirido pela primeira outorgante no estado de casada sob o regime da comunhão geral com o referido António Lopes da Rosa, autor da herança, no ano de mil novecentos e setenta e quatro, por compra que fizeram a António Emílio Gomes e mulher Ermelinda de Jesus Luis, residentes que foram em Reguengo do Fetal, Batalha, contudo tendo a indicada transmissão sido meramente verbal, não é possível obter título formal que a comprove; Que por óbito do mencionado António Lopes da Rosa, o identificado direito no prédio passou a integrar o património da herança, ao qual foi atribuído o NIF 709 798 873 e da qual são únicos herdeiros a ora primeira outorgante e uma filha Isabel Maria Rebelo Rosa Lucas, NIF 174 882 688. Que, face ao acima descrito, e não obstante não ter qualquer titulo formal que o comprove, a referida herança e anteriormente o casal do autor da herança, António Lopes da Rosa e mulher Maria Celeste Jesus Rebelo, estão na posse e fruição do referido direito predial, há mais de vinte anos, sem qualquer oposição de quem quer que seja, com a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, com a conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido direito no prédio por usucapião. Batalha, onze de maio de dois mil e dezoito. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Jornal da Batalha, edição 334, 11 de maio de 2018

Júlia do Rosário Pinheiro (96 anos) N 19-01-1922 F 25-04-2018 Quinta do Sobrado - Batalha

AGRADECIMENTO

Simone de Jesus Frazão Pires (47 anos) N 28-10-1996 F 21-04-2018 Ribeira de Baixo - Batalha

AGRADECIMENTO

Seus filhos: António, Mª Noémia e Carlos Pinheiro Cerejo da Silva, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo vêm por este meio agradecer todo o apoio e carinho que lhes foi dedicado nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigada. “ Ficam as bonitas lembranças nos momentos em que a saudade aperta mais…”

As boas memórias são os nossos maiores tesouros e ajudam-nos a suportar a dor da perda…

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós - Loja D. Fuas

Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós - Loja D. Fuas

Ana Patrícia Ferreira Bento (28 anos) N 23-06-1989 F 20-04-2018 Forneiros - Batalha

AGRADECIMENTO Seus pais, irmãos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que ao longo do tempo demonstraram carinho e preocupação e que agora, na hora do adeus a acompanharam até à sua última morada. A tua morte deixou uma dor que nada pode curar. Mas o amor que espalhaste deixa lembranças que nada pode apagar… Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós - Loja D. Fuas

Seu marido, filhos, mãe, irmãs e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz.


A fechar

B

Torre: Passeio pedestre O passeio pedestre “Rota das pedreiras históricas” está marcado para 27 deste mês, numa iniciativa do Clube Recreativo e Desportivo da Torre, Reguengo do Fetal. São 10 quilómetros de dificuldade média. Inscrições gratuitas. Início marcado para as 8h30.

Festa da Santíssima Trindade renova tradição do concelho m Com origem na época do rei D. Manuel I tem como imperador este ano António Santos Ferreira

A Festa da Santíssima Trindade, uma tradição com origem na época do rei D. Manuel I, está marcada para o final deste mês de maio na Batalha, apresentando-se como seu imperador António Santos Ferreira. “Pagando jubiloso tribu-

to à tradição que de longe vem – da época brilhante de El-Rei D. Manuel I – a vila da Batalha mais uma vez se vestiu de galas, para levar a efeito, como conseguiu, com o maior esplendor, a festa da S.S. Trindade, que constitui a preocupação máxima do povo da freguesia que todo se funde, durante os dias dos preparativos, na mesma ardente aspiração de conservar o costume, que atinge as gerações longínquas – como os mortos mandam! – e é preciso conservar”, descreve Júlio Órfão, antigo professor de história e ex-diretor do Mosteiro da Batalha, num artigo publicado no Jornal da Batalha (edi-

ção de março), sobre a festa na década de 20 do século passado. Já o historiador José Travaços Santos, noutro artigo também publicado no nosso jornal (edição de fevereiro), conta, a propósito de lhe terem perguntado “por que motivo na nossa Santíssima Trindade há dois desfiles das “ofertas”, um no sábado após a bênção do pão e outro no domingo depois da Procissão do Santíssimo. Possivelmente se faria assim porque já, no Espírito Santo de Leiria, e recordamos que a nossa festa da Santíssima Trindade era feita à imitação da leiriense, di-lo “O Couseiro”, havia as procissões do sábado”.

MAIO 2018

s Programa 26 de maio, sábado 15:00 Abertura do arraial com exposição da Santíssima Trindade no auditório São Nuno de Santa Maria 17:00 Recolha das ofertas no Mosteiro Santa Maria da Vitoria 19:00 Benção do pão e das ofertas 19:30 Procissão das ofertas pela vila 20:00 Missa 22:00 Atuação do conjunto Banda Kroll

27 de maio, domingo 11:00 Missa da festa 12:00 Procissão do Santíssimo Sacramento 12:45 Tradicional procissão dos andores e ofertas 16:30 Atuação da Banda Filarmónica Portomosense no recinto da festa 17:30 Distribuição do pão 18:00 Atuação dos Ranchos do Penedo da Quinta do Sobrado e Camponeses Vale das Mós de Abrantes 21:30 Atuação do conjunto Funkoff

28 de maio, segunda-feira 19:30 Missa dos mordomos 20:30 Sardinhada 20:45 Atuação do organista Pedro Callado Serviço de restaurante e bar durante todos os dias da festa Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

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