JORNAL DA BATALHA EDIÇÃO FEVEREIRO 2017

Page 1

Perfeita !

PROMOÇÃO

2 PAR ESPECIAL PROG RESSIV

OS

O SEU

o

DE ÓCULO S COM LEN TES

www.alainafflelou.pt AlainAfflelouPortugal

Eu, sou Afflelou !

Sharon Stone

PROGRESS POR MAIS

IVAS

1€*

BATALHA . Edifício Jordão

Tel: 244 767 579

*Promoção Tchin-Tchin: Na compra de um par de óculos graduados (armação + 2 lentes), beneficie por apenas mais 1€, de um 2º par, equipado com lentes orgânicas (CR39),1.5, com a mesma graduação e geometria equivalente ao 1º par, sem tratamentos. Armação do 2º par a escolher entre os modelos de 84€ PVPR da coleção Afflelou. Promoção válida de 01/02/2017 a 31/01/2018 e não acumulável com outras promoções ou protocolos. Consulte condições em loja. Os óculos graduados são um dispositivo médico, aconselhe-se com o seu óptico.


2

Opinião Espaço Público

fevereiro 2017

Jornal da Batalha

Baú da Memória A Língua Portuguesa precisa urgentemente da nossa defesa A Língua Portuguesa tem sido e continua a ser mal amada e maltratada pelos governos, particularmente pelos seus ministérios da Cultura e da Educação, e por todos nós que, insensíveis à sua condição de nosso valor distintivo e de arrimo e veículo da nossa Cultura e elo de ligação entre perto de 250 milhões de cidadãos do oito países, a desrespeitamos diariamente e a degradamos quer impondo-lhe um acordo ortográfico que nada justificava, apressadamente amanhado e inexpli-

cavelmente aprovado oficialmente, quer permitindo a invasão de termos ingleses que a descaracterizam e empobrecem. Há agora uma tentativa, que só peca por ser tímida e tardia, por parte da Academia das Ciências, para travar o processo do acordo ortográfico. Só espero que a Academia não desista e consiga pressionar suficientemente as entidades oficiais de modo a arrumar-se definitivamente com o malfadado acordo (acordo entre quem?).

E o Museu da Língua Portuguesa? Não sei se sabem que em Bragança, uma das capitais da portugalidade, cabeça duma província onde corre o melhor sangue português, vão criar um destes Museus. Reproduz-se um quadro do Pintor (sécs. XIX e XX) Ernesto Ferreira Condeixa com o retrato de Camilo Castelo Branco, um dos grandes Mestres da Língua Portuguesa. José Travaços Santos

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

Cuidar das galinhas com ervas aromáticas Este ano as geadas não foram nada meigas em janeiro. Fizeram-se notar um pouco por todo o lado, até mesmo em plantas que têm aguentado nos outros anos. É a natureza a lembrar-nos que é ela que manda. Entre as plantas afetadas estou a proteger as que ainda manifestam alguma resistência e quando o tempo começar a ficar mais quente e moderado, farei uma boa poda, para que a planta tenha novo vigor. Segundo a profecia da quadra popular, vamos ter um ano formoso… [Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso]. O mês de fevereiro marca o período que o tempo começa a mudar, as horas de sol são maiores e começamos a ter mais tempo dis-

ponível para os trabalhos na horta. Aqui aplica-se esta quadra: Aproveite fevereiro quem folgou em janeiro. É uma boa altura para melhorar o solo, a sua composição e estrutura, através de estrume curtido ou composto. Este pode ser introduzido no solo, espalhado à superfície, assim as minhocas irão incorporá-lo naturalmente. Pode também espalhar pedaços de cartão. Esta é uma forma de ir preparando o solo, aquecendo-o e mantendo-o livre de plantas indesejadas. Como o cartão mantém o solo escuro as minhocas trabalham ainda mais até à superfície. Vai ficar espantado com o excelente trabalho que elas farão, depois é só lançar as sementes que

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 1444) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira e João Vilhena;

mais desejar. Se não tiver cartão, pode preparar os locais a plantar no futuro: deixe-o sem nada e dentro de algumas semanas quando for plantá-lo remova todas as ervas espontâneas que nasceram. Este processo chama-se falsa sementeira e pode ser feita sempre, assim permitimos que as ervas espontâneas se manifestem e depois removemo-las ainda pequenas antes das nossas sementeiras/plantações, livrando as nossas plantas da concorrência por nutrientes das ervas espontâneas. Pode parecer desperdício de tempo, mas vai ver que resulta muito bem e acaba por ganhar tempo nos cuidados posteriores. Costumo alimentar as

António Caseiro, António Lucas, Célia Ferreira, comendador José Batista de Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

plantas que coloco em viveiro com o chorume de urtigas, simples e fácil de preparar: 1 quilo de urtigas para 10 litro de água. Deixar macerar (5-6 dias) até não fazer bolhas à superfície (cheirará muito mal), depois coar [o resto da urtigas vai para o compostor] e o liquido serve diluído na proporção de duas partes para 10 para regar e alimentar as jovens plantas. É só vê-las crescer vigorosas. Não será de mais relembrar que as ervas aromáticas e medicinais, podem ser muito úteis também para os animais: No ninho das galinhas podem ser incorporadas diversas aromáticas, tais como: funcho – estimulante de postura, alfazema – calmante, aumenta

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

a circulação sanguínea, reduz o stress e é aromático, erva-cidreira – calmante e repelente de roedores, hortelá – repelente de vermes e insectos, urtigas – calmantes (podem ser adicionais à pasta de sêmeas que lhes sirva pela manhã), salsa – rica em vitaminas e evita a proliferação de salmonelas, tomilho – aumenta a saúde respiratória e é calmante (este também sirvo como chá na água), milefólio- apaziguador do esforço. Para além de incorporarmos no galinheiro ervas aromáticas, também temos plantações delas em redor do galinheiro. Hortícolas para semear em local coberto/protegido (estufa ou varanda) : acelgas, agriões, aipos, alfa-

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA Rua Comissão de Iniciativa, 2-A, Torre Brasil, Escritório 312 - 3º Andar, Apartado 3131 - 2410-098 Leiria Telef.: 244 819 950 - Fax 244 812 895

ces, alho francês, beterraba, bróculos, cenouras, couves, couves-repolho, ervas aromáticas, espinafres, nabos, pepinos, pimentos, tomates e rúcula. Hortícolas para semear ao ar livre em zonas menos propensas a geadas: alho francês, beterrabas, cebolas, cenouras, coentros, couves-flôr, couves-repolho, espargos, espinafres, ervilhas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, coentros e calêndulas. Jardim, semear: gipsófilas, manjericos, ciclames, cólios, sécias, bolbos, margaridas e cravinias. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.

Impressão: Diário do Minho, Lda. Tiragem 1.000 exemplares Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo. O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


Jornal da Batalha

Espaço Público Opinião

fevereiro 2017

3

_ Editorial

s A opinião de António Lucas Presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Transferência de competências para os municípios Dois anos volvidos após ter abordado este tema, neste espaço, volto novamente ao mesmo, atendendo à sua permanente atualidade, bem como ao facto de estar em cima da mesa das negociações, entre governo e ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses, um novo pacote de atribuições do poder central a transferir para os municípios. As áreas principais em debate são: i) educação, ii) florestas, iii) Saúde e iv) cultura e v) impostos locais. Continuo a pensar que existem condições para serem transferidas competências, na maioria das áreas atrás indicadas, para os municípios e CIM – Comunidades intermunicipais. No entanto, e em primeiro lugar, é fundamental que as matérias a transferir sejam aquelas em que os municípios estejam em melhores condições para a prestação de serviços de melhor qualidade e mais baratos ao cidadão. Logo é necessário uma grande ponderação e competência na negociação entre

governo e autarquia, sempre sob o primado do interesse publico e jamais para alimentar egos os capelinhas. i) Educação – Os municípios têm efetivas condições para receber e fazer melhor do que o estado a gestão e requalificação de edifícios, o fornecimento de refeições, a gestão da ação social escolar e a gestão do pessoal não docente. Tudo o que vá para além disto é errado, porque o estado central tem melhores condições para essa gestão, nomeadamente a gestão do pessoal docente, mas a legislação dos concursos devia ser alterada, para evitar que um professor da Batalha vá parar aos Açores ou um da Madeira vá parar a Trás os Montes. ii) Florestas - Existem condições para que a gestão dos territórios florestais seja melhor efetuada pelos municípios, nomeadamente o ordenamento da floresta, a prevenção de fogos florestais e o financiamento dos corpos de bombeiros. Teria que ser criado um instrumento de planeamento, que

aglutinasse a informação inscrita nos PDM – Planos Diretores Municipais (âmbito concelhio) e os PROF – Planos Regionais de Ordenamento Florestal (âmbito regional – CCDR), transpondo essa informação para o nível sub regional, ou seja no âmbito das CIM. Será fundamental que de uma vez por todas os municípios liderem os processos de implementação das ZIF – Zonas de Intervenção Florestal, sob pena de nunca mais se acabar com os fogos florestais. iii) Saúde – Estão criadas as condições para que a gestão dos edifícios dos centros de saúde passe a ser efetuada pelos municípios. iv) Cultura – É perfeitamente possível que os municípios façam uma melhor e mais eficiente gestão dos edifícios culturais do que o estado central. v) Impostos locais – Muitos autarcas defendem a transferência desta competência para os municípios. Continuo a manter a mesma

Carlos Ferreira Diretor

opinião de que será um erro enorme transferir esta competência para as autarquias, ou até (mas menos errado), para as CIM. Porquê? Porque é uma área onde a ATA – Autoridade Tributária e Aduaneira evoluiu muito e funciona bem. Para funcionar bem junto dos municípios teria que se gastar muito mais dinheiro do que aquele que o estado gasta, para fazer o mesmo serviço. Logo, não faz qualquer sentido. Em suma, é preciso competência na negociação, sempre com o fim ultimo da prestação de um melhor serviço à comunidade, gastando o mesmo ou de preferência menos do que o estado gasta antes da concretização da referência transferência de competências.

s Diacrónicas Por Francisco André Santos

O que é um bom-dia? Passado um mês da minha chegada a Lisboa, já era cumprimentado diariamente pelo Sr. Fonseca: “Bom dia jovem!”, gritava ele de dentro da Tasca do Fonseca, naquele bairro de roupa ao vento que era a Palma de Cima. E lá ia eu de sorriso aberto para a universidade. Durante o meu ano na nórdica Estónia, fiz questão de trazer comigo essa alegria desse bom-dia! Prontamente aprendo a agradecer em Estónio, para poder partilhar no supermercado do outro lado da rua. “Aitäh”, digo eu, apenas para receber um “bip” do último produto a passar na caixa como resposta. Voltei a Portugal nesse Natal para então ouvir um colega a queixar-se da falta de um sorriso num qualquer serviço de mesa. Que estranho já não me conseguir identificar com o dilema. De volta à Estónia, as horas do

sol voltaram a ser poucas, sem contar com os dias em que estava encoberto, e volto a tentar não fazer muitas expressões enquanto escuto o áudio livro do “Crime e Castigo” no autocarro para a universidade. Com o derreter da neve, volto a andar na bicicleta barata, que de tão barata, fico a repará-la junto à paragem do elétrico. Vou-lhe chamando nomes enquanto aparece um desconhecido para ajudar em Russo. Faltando uma peça, disponibiliza-se a carregar a bicicleta até minha casa. Fiquei estupefacto e dispensei mesmo esse apoio… Não conseguia mais entender o gesto. Ironia é que agora me vejo na dificuldade de transcrever uma conversa que tive no autocarro para casa. Num primeiro dia de receber um olá de reconhecimento, traduzido em expressão facial, pergunto-me “mas

donde é que eu conheço este gajo?”. Voltando noutro dia para casa, o tipo senta-se ao meu lado, não fala e, mesmo que aquela expressão de reconhecimento tenha ficado perdida à primeira, nesta segunda vez já o reconhecera. Aperto-lhe a mão antes que pergunte se me lembro dele. Polegar para cima que significa tudo bem, como quem diz, vai-se andando. Aponta para o chão e digo que não, que sou de Portugal. Abana as mãos negativamente e aponta para os ouvidos e mal percebo o que fala. Explica-me que é surdo. Que estranho é que quem me cumprimenta e quer conversar comigo é precisamente quem menos capacidade tem para o fazer. Muitas vezes partilhei esta história com amigos, e que bom sorriso guardei por haver um estranho a querer conhecer-me! Depressa aponto para o meu

casaco da seleção, como quem diz “Sou daqui”. Melhor seria ver como folhear páginas de um livro invisível, seria mais do que um “I study” ali, naquela universidade nesta direção. Passo as costas da mão na testa, mas logo explico melhor, que é fixe, que é na boa. Caro leitor, que não chegue a estranhar a ajuda de ninguém, em que país ou língua for, porque só o gesto vale mais. Valorize e apoie o estranho e o estrangeiro. Tenha um bom-dia no seu caminho! Francisco André Santos

A (des)propósito de revoluções “A espantosa realidade das coisas/É a minha descoberta de todos os dias./Cada coisa é o que é,/E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,/E quanto isso me basta.” Alberto Caeiro disse-o tão bem como Fernando Pessoa diria e não podia ser de forma outra. A citação caiu do teclado para o ecrã quando refletia sobre dois aspetos contraditórios dos tempos atuais. A espantosa evolução tecnológica e a igualmente espantosa degradação dos valores que [ainda] tutelam as democracias tradicionais. É uma descoberta inquietante. Que não me alegra, nem basta. [Por isso a citação, constato, é a páginas tantas apenas uma formula para levar o Caro Leitor a empurrar os olhos para a frase seguinte. Siga então]. A Indústria 4.0 – ainda há pouco apresentada em Leiria nos termos em que Portugal entende que deve investir – fará que máquinas produzam o impossível de imaginar hoje e talvez ainda mais além. Esta chamada 4ª revolução industrial tem muito do melhor que o Homem sabe fazer. E muitos riscos também, como é da natureza das revoluções. Por enquanto, seguimos fascinados. Em simultâneo, a sociedade ocidental parece já não ser o que foi nas décadas seguintes à II Guerra Mundial. As convulsões sociais e politicas adivinham-se, ou são já efetivas em muitos países, e a solidariedade entre as nações, e mesmo os vizinhos, esvai-se entre maledicências nas redes sociais e populismos bem mais graves, como nos EUA ou França. As palavras cruzadas e sem qualquer suporte humanista fazem-nos recear o pior. E o pior já foi anunciado. Esperemos que assim continue: apenas palavras. [A citação, provavelmente, veio mesmo a despropósito]


4

fevereiro 2017

Jornal da Batalha

Atualidade

Complexo de inovação na vila inspirado em projeto de Trujillo m Os jovens recém-licenciados desempregados do concelho poderão receber formação em áreas em que o mercado de trabalho é deficitário, recebendo bolsas até dois mil euros

Os presidentes das câmaras da Batalha e de Trujillo (Espanha) assinaram no dia 7 deste mês um protocolo de apoio ao fomento do empreendedorismo jovem, com o objetivo de potenciar a criação de emprego e de empresas. Na mesma altura, o presidente do município da Batalha anunciou que os jovens recém-licenciados desempregados do concelho poderão, no próximo ano, receber formação em áreas em que o mercado de trabalho é deficitário, no âmbito de um projeto que prevê a atribuição de bolsas até dois mil euros. A unidade de investigação com soluções “coworking” e “networking” em instalação na vila, que fomentará a criatividade nas áreas do património; o intercâmbio de experiências entre jovens empreendedores, a integração de recém-licenciados em iniciativas de “coworking” e de investigação, e a constituição de uma rede de investigação e de criação de projetos inovadores para o património edificado, são algumas razões para a assinatura do protocolo por Paulo Batista Santos e Alberto Ávila, presidente da câmara de Trujillo. A autarquia batalhense deseja que os jovens investi-

p A comitiva de Trujillo visitou as obras no edifício Dr. Gens gadores e empreendedores possam criar e desenvolver projetos em parceria com a incubadora I.Novo, em Trujillo, que acolhe iniciativas potenciadoras do empreendedorismo e de novas iniciativas empresariais, nos domínios do turismo, património e agroalimentar, e impulsionar a criação de valor e de emprego jovem em ambas as regiões. No caso das bolsas a atribuir aos jovens desempregados batalhenses, licenciados em áreas sem saída profissional, servirão para financiar a sua formação

em profissões de sectores como os moldes, plásticos e cerâmica, por exemplo a engenharia mecânica ou tecnologias de informação e comunicação. Segundo Paulo Batista Santos, esta iniciativa poderá abranger uma centena de jovens do concelho, que terão de devolver o valor da bolsa ao município, assim que conseguirem emprego estável. “No fundo é um empréstimo. Quando tiverem emprego estável, têm de devolver o dinheiro. Mas têm a oportunidade da reconver-

são profissional ou de criar uma iniciativa empresarial, através de um projeto de empreendedorismo”. Esta iniciativa será estruturada durante os próximos quatro meses e passará à prática após a conclusão das obras no Centro de Investigadores e da Casa da Juventude, porque a reconversão profissional dos jovens desenvolver-se-á no âmbito destes projetos. A reabilitação do edifício Dr. Gens (Centro de Investigadores) e do Hospital da Misericórdia (Casa da Juventude) deverá estar con-

cluída até ao final do ano e corresponde a um investimento de 1,3 milhões de euros (financiados a 80% pela União Europeia). É neste complexo que o município pretende criar condições para o nascimento e incubação de projetos empresariais inovadores, que possam transformar-se em empresas, ao dispor também de empreendedores residentes fora do concelho. Aliás, o protocolo assinado com Trujillo vai neste sentido, ao permitir que os espaços de inovação de ambos os municípios

podem ser partilhados por portugueses e espanhóis – um jovem batalhense parte em breve para Trujillo. O concelho da Batalha quer, com o projeto de investigação e inovação, e a parceria com o I.Novo, integrar a Rede Europeia de Centros de Inovação e Empreendedorismo. No mesmo sentido, vão os acordos com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, Instituto Politécnico de Leiria e empresários, que darão apoio aos jovens empreendedores em diferentes áreas de investigação e profissionais. O protocolo assinado entre os municípios da Batalha e Trujillo prevê a mobilidade de jovens empreendedores e de investigadores; intercâmbio de experiências de empreendedorismo e disseminação de resultados de natureza científica e pedagógica e de jovens em estágios profissionais; o fomento de candidaturas a fundos comunitários, em consórcio ou co-promoção, a concretização de projetos de investigação, e o estreitamento de projetos desenvolvidos por jovens do ensino profissional, dos estabelecimentos escolares de ambos os municípios. A incubadora I.Novo, projeto central deste protocolo, é “uma referência em Espanha”, premiada, no âmbito da qual nasceram muitos projetos e empresas inovadoras, como referiu Alberto Ávila, acrescentando que “é o cérebro da cidade” de Trujillo. Inaugurada em 2009, alberga hoje 12 projetos em incubação e apoia outros 63 fora do centro de inovação, em áreas como a tecnologia, turismo, educação, hotelaria ou saúde. O seu orçamento anual supera os 200 mil euros.


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

fevereiro 2017

Concelho sentiu sismo com intensidade máxima m O epicentro foi registado a noroeste de Porto de Mós (na zona da Cruz da Légua) a uma profundidade de 20 quilómetros e sentido por muitas pessoas que vivem na região de Leiria

Um sismo com a magnitude 3,7 na escala de Richter, com epicentro em Porto de Mós, foi sentido no dia um deste mês, às 23h22, no concelho da Batalha, sem provocar danos materiais ou pessoais conhecidos, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O tremor de terra foi sentido com intensidade máxima IV (escala de Mercalli modificada) na região da Batalha, mas os testemunhos recolhidos pelo Jornal da Batalha referem que também foi “muito sentido” na zona de Leiria, Fátima, São Pedro de Moel, Marinha Grande, Alcobaça, Cal-

p O sismo teve epicentro na Cruz da Légua, Porto de Mós das da Rainha e São Martinho do Porto. O epicentro foi registado a noroeste de Porto de Mós (na zona da Cruz da Légua) a uma profundidade de 20 quilómetros e sen-

tido por muitas pessoas que vivem na região, segundo as quais durou entre dois e cinco segundos com grande intensidade - o mobiliário das casas e outros objetos abanaram.

Enni Bogel, residente no Casal do Arneiro, na Batalha, contou que já estava deitada e “a cama abanou toda”. “Foi horrível, muito assustador, até soltei um grito”, adiantou Enni Bo-

5

s Registo As diferentes escalas de análise dos abalos A escala de Richter refere-se à magnitude de um sismo e está compreendida entre 1 e 9 graus. É uma forma precisa para medir a intensidade de um terramoto e indica o máximo de energia libertada. A escala de Mercalli modificada descreve os danos causados por um sismo, com graus entre 1 e 12. No caso do sismo com epicentro em Porto de Mós, foi classificado como de grau IV e a réplica de grau III. Ou seja, segundo o IPMA: IV – Moderado: Os objetos suspensos baloiçam. A vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada duma bola pesada nas paredes. Carros estacionados balançam. Janelas, portas e loiças tremem. Os vidros e loiças chocam ou tilintam. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem. III – Fraco: sentido dentro de casa. Os objetos pendentes baloiçam. A vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados. É possível estimar a duração, mas não pode ser reconhecido com um sismo.

gel, que já passou por outros dois sismos, quando vivia na Alemanha e em Lisboa. Os bombeiros de Porto de Mós receberam 70 chamadas telefónicas de pessoas assustadas, mas não foi feito qualquer pedido de auxilio. O comando distrital da PSP de Leiria não assinalou qualquer ocorrência e a Proteção Civil não registou danos pessoais ou materiais. Pela 1h36 do dia 2, as estações da Rede Sísmica do Continente registaram um novo sismo, de magnitude 2.6 (Richter), réplica do ocorrido às 23h22, e cujo epicentro também se loca-

p “Foi horrível”, contou Enni Bogel lizou próximo de Porto de Mós, a oito quilómetros de profundidade. Este sismo também não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima III (escala de Mercalli modificada) na região da Batalha.

Município integra associação que pretende promover a cerâmica Os responsáveis da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (AptCC), cujo objetivo é defender, valorizar e divulgar o património cultural, histórico cerâmico do país, reuniram no dia 12 de janeiro na Batalha. A AptCC, com sede nas Caldas da Rainha, pretende promover o intercâmbio de experiências entre os associados, nomeadamente ao nível da conservação do património, e garantir a realização de parcerias localidades com vínculos tradicionais à cerâmica. Quer também promover a criação artística e a difusão da cerâ-

mica tradicional e contemporânea, bem como incentivar as relações de cooperação e intercâmbios entre os associados a nível nacional ou no espaço europeu. “A integração do município da Batalha na recente constituição da AptCC revela a importância que a autarquia atribui ao sector da cerâmica, contando-se presentemente cinco unidades produtivas instaladas na Batalha”, referiu o presidente do município. “São empresas que contribuem, em larga escala, para a exportação da nossa economia, com enorme capacidade de empregabilida-

de e que apostam em tecnologia de ponta”, adiantou Paulo Batista Santos. Para além da Batalha, a associação tem como membros fundadores os municípios de Alcobaça, Aveiro, Barcelos, Caldas da Rainha, Ílhavo, Mafra, Montemor-o-Novo, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Tondela, Viana do Alentejo, Viana do Castelo e Vila Nova de Poiares. Esta iniciativa foi estimulada pela visita a Portugal do coordenador europeu e simultaneamente italiano das cidades cerâmicas, acompanhado pelo coordenador espanhol no

p A reunião decorreu na Batalha no dia 12 de janeiro âmbito de uma missão do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial das Cidades Cerâmicas - com vista ao estabelecimento, na maioria dos países europeus, das respetivas associações. Este agrupamento - uma estrutura com peso institucional no seio da União Europeia - agrega associações

de Itália, Espanha, França, Roménia e Alemanha, contando com mais de uma centena de cidades cerâmicas do continente europeu. A sessão realizada na Batalha foi presidida por Célia Fernandes, vereadora do município de Mafra, que assume a presidência rotativa desta entidade, tendo os parceiros confirmado

os documentos finais para instituição da associação e identificado um conjunto de projetos imediatos, nomeadamente nos domínios da valorização e a divulgação do património cultural e histórico cerâmico, bem como o intercâmbio de experiências entre os associados, como seja ao nível da conservação do património.



Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

fevereiro 2017

Experiência dos refugiados do concelho explicada na Assembleia da República

7

s registo Casal teve o primeiro filho desde que chegou Chama-se Adam, nasceu no dia 19 de janeiro no Centro Hospitalar de Leiria e encontra-se bem de saúde. O recém-nascido é o terceiro filho de um casal de refugiados iraquianos, acolhidos no concelho da Batalha em abril de 2016. Ainda com o processo de plena integração a decorrer, a família de refugiados - composta agora por nove elementos - diz ter agora mais um motivo para acreditar no futuro. Para o presidente da câmara municipal, “o nascimento desta criança vem assinalar o sucesso da integração desta família, que tem merecido o apoio não só da autarquia, mas também das empresas e das instituições locais”. Paulo Batista Santos agradeceu à Liga de Amigos do Centro Hospital de Leiria e à Loja Social da Batalha a oferta de diversos produtos de puericultura, bastante úteis para o recém-nascido e para a sua família.

p O presidente da câmara na sessão na Assembleia da República

m Em nove meses de integração, foi possível conseguir e renovar os contratos de trabalho dos homens, estando as duas crianças inseridas na escola

A câmara da Batalha apresentou no dia 31 de janeiro na Assembleia da República, o modelo de integração de refugiados implementado no concelho, numa conferência intitulada “Refugiados e Migrações: prevenção de conflitos e as soluções duradoiras”, organizada pela subcomissão para a igualdade e não discriminação da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. A iniciativa contou com a participação do antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, que alertou para o flagelo que constitui a reco-

locação dos refugiados no espaço europeu, defendendo a urgência da implementação de mecanismos de integração de alunos refugiados no ensino superior. O presidente da câmara da Batalha deu conta do processo de integração dos refugiados. “Ao longo de nove meses de integração, foi já possível conseguir e renovar os contratos de trabalho dos homens da família, estando as duas crianças com 9 e 7 anos perfeitamente inseridas na escola, com domínio da língua portuguesa”, disse Paulo Batista Santos. O autarca destacou ainda a disponibilização semanal de aulas de português a este agregado familiar, através do trabalho voluntário de professoras e de terapeutas da fala. “Este é um processo de que nos orgulhamos, e em que a sociedade civil (IPSS, escola, empresas) se mobilizou para que hoje esta família se sinta perfeitamente integrada”, disse. O presidente da câmara municipal defendeu ainda

que a comunidade internacional deve assumir um papel mais interventivo nesta matéria, “devendo pugnar

pela garantia e proteção dos refugiados, mas também pelos interesses legítimos das comunidades anfitriãs”.

AF_CA_OnlineParticulares_MP_205x135mm_26122016_cv.indd 1

p O casal tem agora três filhos menores

26-12-2016 10:58:22


8

Batalha Atualidade

fevereiro 2017

Jornal da Batalha

Novo gabinete acelera aprovação de projetos de atividades económicas m O objetivo é a redução dos prazos de apreciação e decisão em 50% do tempo, relativamente aos prazos legais fixados

A câmara da Batalha anunciou no dia 30 de janeiro a criação do Gabinete de Apoio ao Licenciamento (GAL), que “pretende facilitar o relacionamento entre os agentes económicos e o município, criando condições para a prestação de um serviço de encaminhamento e apreciação mais rápido e direto dos processos administrativos de licenciamento dos estabelecimentos de atividades económicas. A estrutura é coordenada diretamente pelo presidente da câmara, está inserida na divisão de ordenamento do território e obras públicas do município, e será uma espécie de “via verde” para apoiar as empresas e particulares nos processos de licenciamento de unida-

p Um dos objetivos é acelerar os licenciamentos industriais des comerciais e industriais. “Esta “via verde” promove a simplificação e celeridade na tramitação e apreciação dos processos, tendo como objetivo a redução dos prazos de apreciação e decisão dos projetos em 50% do tempo, relativamente aos prazos legais fixados, privilegiando, para o efeito, os contatos diretos por via de correio eletrónico, por for-

ma a agilizar o procedimento”, explica a câmara em comunicado. Ainda segundo o município, “serão promovidas reuniões conjuntas com os técnicos do município das várias áreas e os técnicos autores dos projetos, sempre que tal se justifique” e “haverá apoio personalizado tendo como objetivo prestar informações ou es-

clarecimentos e uma apreciação preliminar das operações urbanísticas, da parte instrutória e técnica, com comunicação ao promotor no prazo máximo de três dias úteis”. “Os empresários, quando decidem fazer um investimento querem aplicá-lo rapidamente. Se a câmara municipal não tiver capacidade de resposta e ao fim de pou-

co tempo, se não conseguir aprovar a licença, o investimento, muitas vezes, pode perder-se”, explica o presidente da câmara. O objetivo do novo gabinete municipal é, segundo Paulo Batista Santos, “agilizar os processos de licenciamento comercial e industrial”, incentivando “os agentes económicos a investirem no concelho, sem pre-

judicar o necessário rigor na análise dos processos”. “Com este gabinete pretendemos dar um maior estímulo aos agentes económicos que têm como objetivo investir no concelho, proporcionando-lhes a resolução das suas pretensões no mais curto espaço de tempo possível”, adianta. O GAL terá como principais funções analisar e acompanhar os pedidos de informação prévia e de licenciamento ou autorização dos processos urbanísticos essencialmente destinados às atividades industriais, empreendimentos de turismo, alojamento local, atividades artesanais e produtivas locais, estabelecimentos de restauração e bebidas, atividades de exploração agrícola e pecuária e atividades de exploração florestal. A nova estrutura é constituída por um arquiteto, um jurista, um técnico superior da divisão de ordenamento do território e obras públicas e um técnico de apoio administrativo, funcionando no edifício dos paços do concelho.

População queixa-se de cortes frequentes de eletricidade A população da zona de Casal do Quinta, Casal Franco e Casal das Carvalhas queixou-se de sucessivos cortes de energia elétrica no dia 4 deste mês, que dificultaram ou impediram que o dia decorresse com normalidade. Há moradores que afirmam que as falhas de energia elétrica aconteceram, sobretudo, entre as 18 horas e a meia noite, mas outros apontam que o problema já vinha de dias anteriores. “A luz falhou mais de dez vezes. Parece que estavam a arranjar maneira dos electrodomésticos se queimarem”, conta Luís Pedro Ferreira, adiantando que “o mais é revoltante é morar

p A população queixa-se de interrupções frequentes de luz a meia dúzia de metros da central eléctrica [subestação da REN], que está toda bem iluminada e estar até às 00h30 sem luz”. “Felizmente [o problema] já está resolvido, mas o dia

de ontem [dia 4] foi complicado. Durante o dia foram muitas as vezes que fiquei privado de energia. Eu, todo o Casal do Quinta, Casal Franco e outras localidades”, adianta Rogério Paulo

Caetano Mendes Teixeira, por seu lado, questiona: “Como é possível que durante três dias haja cortes na corrente elétrica várias vezes ao dia? Telefonei para a EDP e disseram-me que

era uma avaria geral aqui na zona”. “Estivemos sem luz das 18.00 às 24h00 . Eu telefonei pra EDP e a previsão era de às 20 já termos luz, mas isso não aconteceu! Eu fui à Batalha ver o jogo do Porto-Sporting e quando regressei não vi carro ou pessoal da EDP a tentar solucionar o problema naquela zona”, conta Filipe Gregório. Recorde-se que a câmara da Batalha anunciou, a 21 de novembro, ter pedido “a intervenção urgente” da EDP Distribuição devido a “falhas persistentes na gestão da iluminação pública no concelho, nomeadamente ao nível do sistema de arranque e, subsequentemen-

te, o enorme desfasamento no ligar e desligar da iluminação em função da luminosidade”. A posição do município surgiu quatro dias depois da deficiente iluminação pública nalgumas zonas do concelho da Batalha, que então se verificava, ter merecido criticas de moradores. Num ofício remetido à direção de rede e clientes Tejo, a autarquia “fez notar que a EDP Distribuição, enquanto concessionária da distribuição de energia elétrica em baixa tensão, de acordo com o disposto contrato de concessão, é responsável pela conservação e gestão das redes de iluminação pública dos municípios”.


Jornal da Batalha

Atualidade Batalha

fevereiro 2017

9

Fim da Iserbatalha depende de acordo com os sindicatos m O anúncio da dissolução da empresa aconteceu em julho de 2015, na condição de os serviços e funcionários passarem para a alçada da autarquia

A empresa municipal Iserbatalha - Gestão de equipamentos e serviços de interesse geral, deveria ter sido extinta no ano passado, mas tal não aconteceu por ainda estarem a decorrer as negociações com os sindicatos no sentido de haver uma acordo para a integração dos trabalhadores nos quadros do município da Batalha.

p A Iserbatalha é responsável pela manutenção dos jardins A Iserbatalha assumiu funções como a gestão das atividades de tempos livres das escolas e jardins de infância, manutenção de parques e jardins públicos, ges-

tão das piscinas municipais e do Museu da Comunidade Concelhia (MCCB) e conta com 101 trabalhadores, dos quais 21 estão a termo certo e destes sete a tempo par-

Jardim vertical vai proteger mosteiro do barulho do IC2 O ministro do Planeamento e das Infraestruturas revelou no início de janeiro, numa resposta a questões colocadas por deputados do PS e PSD, que a empresa Infraestruturas de Portugal aprovou o projeto de intervenção no IC2/EN com o objetivo de eliminar os impactos negativos do tráfego no Mosteiro da Batalha.

A câmara municipal também recebeu a aprovação da Direção Geral do Património Cultural e a intervenção, após algumas alterações ao projeto inicial, contempla agora a criação de um jardim vertical, que servirá de barreira acústica. O município está a finalizar o projeto, que recebeu alterações aos níveis técni-

co, acústico e arquitetónico”, devendo a obra, orçada em meio milhão de euros, ser lançada ainda durante este mês. O objetivo é reduzir a velocidade de quem circula junto ao mosteiro, criar uma barreira de vegetação e elementos construídos, e fazer uma ecovia na zona frontal do monumento.

Creche cria crescer para o antigo campo de futebol Os termos da doação do antigo campo de futebol impedem a câmara municipal de ceder qualquer parcela para fins diferentes dos desportivos, pelo que a solicitação da Junta de Ação Social da Batalha, que pretendia uma parte para alargar as instalações da creche, não pode ser satisfeita. A Junta de Ação Social da Batalha pediu ao município

que lhe fossem cedidos 760 metros quadrados de terreno, “por forma a dar resposta ao aumento da procura” na Creche/Jardim Mouzinho de Albuquerque. O pedido foi analisado pelo executivo municipal a 19 de dezembro. A conclusão é que o terreno foi entregue a câmara da Batalha, há 28 anos, sob a condição de ser utilizado para fins

desportivos e ter o nome do fundador da sociedade que doou o imóvel, António Gomes Vieira. O não cumprimento destes pressupostos poderá levar os doadores a retomarem a posse o imóvel, segundo um parecer jurídico analisado pelo executivo municipal.

cial no apoio à educação, segundo o plano de atividades e orçamento do município para 2017. O anúncio da dissolução da empresa foi feito pela câ-

mara municipal em julho de 2015, na condição de os serviços e funcionários passarem para a alçada da autarquia, num processo que então se previa durar entre

nove a 12 meses. Nesta altura ainda não se sabe quando ficará concluído. A questão está na existência de matérias jurídicas sobre a integração dos recursos humanos no município e na conclusão das negociações – em fase final - com os sindicatos de um acordo que promova um tratamento equiparado entre os trabalhadores da empresa municipal e os demais funcionários municipais. A Iserbatalha foi fundada em 1999. O presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos, entende que as suas funções podem ser realizadas pelo município, ganhando eficiência de recursos humanos e poupança na despesas de funcionamento.


10

fevereiro 2017

Jornal da Batalha

Opinião s Fiscalidade

Contas bancárias exclusivamente afetas à atividade empresarial Relembro que o orçamento de estado de 2005, lei nº 55 B/2004, procedeu a alterações na Lei Geral Tributária, nomeadamente o aditamento do artigo 63ºC - contas bancárias exclusivamente afetas à catividade empresarial. A Autoridade Tributária, através da Lei Geral Tributária, exige que todos os sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, bem como os sujeitos passivos de Imposto sobre Rendimentos das Pessoas Singulares que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, ficam obrigados a possuir, pelo menos, uma conta bancária através da qual devem

ser, exclusivamente, movimentados os pagamentos e recebimentos respeitantes à atividade empresarial desenvolvida. Devem, os Contabilistas Certificados apenas proceder aos registos contabilísticos tendo na sua posse os adequados documentos justificativos, datados e suscetíveis de serem apresentados á Autoridade Tributária, na conta ou contas bancárias de todos os movimentos relativos a suprimentos, outras formas de empréstimos e adiantamentos de sócios, bem como quaisquer outros movimentos de ou a favor dos sujeitos passivos. Os pagamentos respeitantes a faturas ou docu-

mentos equivalentes de valor igual ou superior a € 1.000,00, devem ser efetuados através de meio de pagamento que permita a identificação do respetivo destinatário, designadamente transferência bancária, cheque nominativo ou débito direto. A Autoridade Tributária pode aceder a todas as informações ou documentos bancários relativos à conta ou contas, sem dependência do consentimento dos respetivos titulares. Dispõe o Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado que os sujeitos passivos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas e de Imposto sobre o Rendimento das Pes-

soas Singulares com contabilidade só podem deduzir o imposto que tenha incidido sobre os bens ou serviços adquiridos para a realização das operações tributáveis se cumpridas as regras mencionadas para justificarem a origem e aplicação de fundos, dando maior credibilidade a sua contabilidade, existindo, assim, uma conexão direta entre os bens e serviços adquiridos. A violação da obrigação de possuir e movimentar contas bancárias é punível com coima de € 270,00 a € 27.000,00. A falta de realização das operações através de conta bancária de movimentos nos casos legalmente previstos é puní-

vel com coima de € 180,00 a € 4.500,00 e a realização de pagamento através de meios diferentes dos legalmente previstos é punível com coima de € 180,00 a € 4.500,00. Os contabilistas Certificados têm, relativamente a quem prestam serviços, os seguintes direitos: a) obter todos os documentos, informações e demais elementos de que necessitem para o exercício das suas funções; b) exigir a confirmação, por escrito, de qualquer instrução, quando o considerem necessário; c) assegurar que todas as operações ocorridas estão devidamente suportadas e que lhe foram integralmente transmitidas, etc.

António Caseiro Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

Para efeitos de IRC e de IRS apenas se consideram gastos ou perdas os que comprovadamente forem indispensáveis para a realização dos proveitos ou ganhos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora.

s Tesouros da Música Por João Pedro Matos

Música clássica portuguesa Joly Braga Santos figura como um dos maiores nomes da História da Música Clássica Portuguesa e a sua Sinfonia nº 4 destaca-se como uma das obras mais importantes deste compositor. Consideramo-la, por isso mesmo, como um dos tesouros da música portuguesa. Trabalho de cariz internacional, a versão coral do último andamento chegou a ser proposta como hino mundial da juventude. Composta em 1951, ela reúne algumas das influências em que bebeu Braga Santos: em César Frank, Anton Bruckner, em Sibelius, e até mesmo na música tradicional portuguesa. Recorde-se que esta peça é contemporânea de uma outra, Variações Sinfónicas Sobre um tema Alentejano, e, não obstante Braga

Santos não sentir particular interesse pela música tradicional, ali e acolá há afloramentos que evidenciam não ser totalmente indiferente a ela, principalmente ao folclore alentejano. Contudo, o principal manancial criativo deve-o ao seu mentor, ao grande Luís de Freitas Branco. Não é exagero dizer que há dois períodos distintos na música portuguesa: antes e depois de Luís de Freitas Branco. Foi ele o responsável por haver introduzido o impressionismo musical em Portugal, tendo musicado poemas de Baudelaire e Mallarmé. Se Freitas Branco é um cosmopolita nas suas sinfonias, também não despreza a tradição musical portuguesa, quando por exemplo assimila canções e contos populares, como o

faz na obra 20 Canções Populares Portuguesas para Voz e Orquestra. A peça que escolhemos da sua vasta obra é Tentações de S. Frei Gil, a qual se inspira na vida de Gil Rodrigues, médico da Idade Média Portuguesa que figura nos tratados agiológicos na qualidade de santo, e a quem se atribuem milagres e curas extraordinárias; mas ficou também conhecido como sábio feiticeiro e pactuário do demónio, nas palavras de Camilo Castelo Branco, em Noites de Insónia. Tem esta personagem todos os ingredientes do folclore para inspirar a oratória que Freitas Branco terminou em 1911, sob a temática Tentação da Morte e Tentação da Vida. Não é uma obra festiva. Na realidade, há um tom som-

brio que começa no Prelúdio e se mantém no andamento Tentação da Morte. Contudo, em Tentação da Vida cresce no final um tom triunfante, como se as tentações anteriores fossem apenas o prelúdio da vitória da vida espiritual sobre a morte terrena. Podíamos dizer que se trata da peregrinação da alma humana sobre a Terra e dos trabalhos que tem que enfrentar, para finalmente encontrar a libertação. A nossa terceira e última escolha recai sobre a Sinfonia para Orquestra, de Fernando Lopes-Graça. Este compositor português, à semelhança do compositor húngaro Béla Bartók, faz uma síntese entre a tradição clássica europeia com a música de raiz tradicional. Realizando uma reco-

lha do património popular, utiliza essa matéria folclórica para moldá-la em formato clássico que deve muito à música de Brahms. É o caso da Sinfonia para Orquestra, que tem diversas seções inspiradas na música folclórica, não sendo porém alheia aos andamentos da Quarta Sinfonia de Brahms, apresentando variações sobre temas neoclássicos. Mas o estilo de Lopes-Graça, não obstante todas estas influências, é um estilo próprio e inimitável. A Sinfonia para Orquestra, datada de 1944, só teve a primeira audição cinco anos depois, pela mão de Frederico de Freitas. E apesar de na época em que foi escrita não haver tido a atenção merecida, com o passar dos anos tem avultado com crescente importância, não só no con-

texto criativo da obra de Lopes-Graça, mas também da própria música portuguesa contemporânea.


Jornal da Batalha

Opinião Batalha

fevereiro 2017

11

s Crónicas do Passado

Mestres na Escuridão Em todas as áreas e fronteiras existem génios destemidos, que pautam pela sua inovação e diferença do mundo comum e mundano que os rodeia e entedia. Se repararmos bem, todos eles atravessaram adversidades, desde a saúde às condições económicas. Quis a natureza criar-lhes obstáculos inultrapassáveis, para que o esforço e ansia se manifestassem. A Hidra que maior parte enfrentou e combateu foi a cegueira, a real, não a metafórica. Da sexta arte, a Literatura, vislumbramos incontá-

veis exemplos de escuridão no olhar, mas de uma límpida e notável visão de pensamentos e talentos inestimáveis. Jorge Luís Borges ficaria cego quando chegou a uma determinada idade, mas não conseguiu deixar de ler, pedindo a um jovem livreiro que o assistisse, lendo-lhe em voz alta todos os livros que lhe suscitassem curiosidade. Esse rapaz seria um dos maiores escritores da nossa geração, e director da Biblioteca Nacional de Buenos Aires, Alberto Manguel. Jorge Luís Borges nasceu em 1899 em

Buenos Aires, e com apenas 9 anos de idade escreveria o seu primeiro conto, género que o tornaria famoso e reconhecido. Nos anos 20 editaria os primeiros livros, todos de poesia. Só nos anos 30 regressaria ao conto breve. Apesar da fraca visão foi convidado para dirigir a Biblioteca Nacional de Buenos Aires, sob o seu cepticismo, aceitou o convite. A grande mágoa que carregava era não poder ler todos aqueles livros. O escritor argentino travou conhecimento com James Joyce, este também padecia de problemas visuais,

mas nem por isso deixou de ser um dos maiores mestres da escrita irlandesa. Quando Joyce foi questionado pela mulher, quanto à razão porque não acompanhava Hemingway numa caçada ao leão, este responderia que nem conseguiria ver o animal à sua frente. Os dois poetas baluartes portugueses, Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa sofriam dos mesmos males. No desporto conhecemos o sueco Bjorn Borg, célebre tenista que venceu o Roland Garros e o Wimbledon cinco vezes cada, entre os anos 70 e 80. A primeira vez que

ganhou um Grand Slam foi aos 17 anos, tornando-se, assim, no mais jovem tenista a alcançar aquela etapa. Quando os jogos eram marcados para a noite, a vida de Bjorn Borg era dificultada. Nada nele previa que padecesse de qualquer dificuldade, no entanto os seus olhos traiam-no. Os casos que acima relatei não são isolados, nem ímpares, felizmente conhecemos provas suficientes para respeitar e incentivar todas as pessoas a aventurarem-se por caminhos desconhecidos, mesmo que lhes digam que o trajecto é

Francisco Oliveira Simões Historiador

intransponível e pedregoso. Como nos disse Jorge Luís Borges, “Para a tarefa do artista, a cegueira não é totalmente negativa, já que pode ser um instrumento”. Francisco Oliveira Simões Historiador

s Crónicas de Mariana Por Mariana Lopes

Os 20, desvairados e às turras Os 20 são confusos. Está-se velho demais para umas coisas, mas ainda se recebem ordens como se andássemos aqui, pouco sabendo o que fazer, desvairados e às turras. Se por um lado já se estuda há tanto ano que a coisa já nos soa azeda, por outro não sabemos bem como lidar com a responsabilidade de trabucar

como gente grande. Se por um lado nos sentimos preparados para novos tetos, por outro deixar as saias da mãe arrepia-nos as peles. E assim permanecemos, confusos, desvairados e às turras. Quero que os meus 20 sejam uma década de invenções, e quero que a pressão de ter tudo em ordem não

estrague o entusiasmo de crescer, desvairada e às turras. Sabem, é que para tristes já nos chegam os mais velhos. Sempre com protestos, sempre com um “olha, vai-se andando”, em resposta à questão “então, como é que isso vai?”. Eu não quero “ir andando”, eu quero ir dançando e cantado, tal e qual Don Lockwood fez

em Singing In The Rain. Eu não quero que o entusiasmo adormeça, não quero dias que se espelhem uns aos outros, iguais, vazios e maçadores. E é aqui que a gente anda às turras, porque isto não está nada fácil, meus amigos. Ser-se jovem tem muito que se lhe diga. A gente procura, a gente está entusiasmados, a gente

quer mais, mas não há quem nos ouça. Somos olhados com uma certa desconfiança. Sempre nos sussurraram que devíamos sonhar bem alto, e que devíamos fazer o que gostamos. E depois, anos mais tarde, julgam-nos pelas nossas escolhas académicas, condenam o nosso valor, e não nos dão que fazer. Resigno-me a

aceitar uma vida chata. Prefiro continuar assim, desvairada e às turras.

s Notícias dos Combatentes

Serviços públicos: Serviço Nacional de Saúde Do Serviço Nacional de Saúde (SNS) designadamente os hospitais públicos, os centros de saúde e/ou unidades de saúde familiar, todos os dias nos chegam ao conhecimento, em especial através de um ou dois jornais e de um ou outro canal televisivo (por sinal, sempre os mesmos), desgraças ocorridas com doentes, das longas horas de espera nas urgências hospitalares, das imensas filas de gente, desde as primeiras horas da madrugada, à porta dos centros de saúde para conseguirem uma consulta. E estas queixas são transversais à generalidade da

sociedade (excluem-se os mais abastados, que podem recorrer aos estabelecimentos e agentes privados da saúde, claro!), tal como a quase todas as faixas etárias. O nosso Serviço Nacional de Saúde foi apenas criado, no papel, em 1979, e não foi de um dia para o outro que se implantou. Como quer que seja, as gerações mais jovens dele puderam usufruir desde a sua implementação e as da meia-idade andam lá perto. Já quanto à 3ª idade, apetece-nos questionar: o que tínhamos nós antes da criação do SNS? A resposta é simples: pratica-

mente zero! Ou seja, quem tinha o azar de adoecer, mas tivesse dinheiro, ia-se safando; quem o não tivesse e era a maioria da população, ou se curava através de mezinhas caseiras e “remédios” afins (até com recurso a “bruxas”, é bom recordar) ou ia, prematuramente, “desta para melhor”. Ainda há 60 e até há 50 anos, a mortalidade infantil era uma terrível calamidade no nosso país. Quem é que, hoje na casa dos 70 ou 60 anos, não foi ao funeral de um bebé, de um colega de infância ou da escola? Ora, hoje a mortalidade infantil está praticamente bani-

da do território nacional e as exceções são quase sempre devidas a malformações com que os bebés já nascem e que, irreversivelmente, levam à sua morte, a curto ou médio prazo. Não raro, assistimos a reportagens em que vimos centenas de crianças e jovens internadas nos IPO, com doenças cancerígenas. Causa-nos dor, só de assistirmos, é certo. Todavia, dessas, hoje o SNS cura a maioria; de há 40 anos para atrás, raramente uma se salvaria. E praticamente a mesma estatística é aplicável aos adultos. Há 40 anos, a esperança

de vida da população era inferior à de hoje em mais de 10 anos. Quando agora se diz que antigamente as pessoas viviam mais do que agora, é pura falácia, pois o facto de uma ou outra atingir os 80, 90 ou até os 100 anos, eram meras exceções. Nos nossos dias, é rara a família que não tem um ou mais elementos acima dos 80 (o signatário, já com 75 anos, tem quatro irmãos vivos entre os 82 e 87). Por alguma razão se diz que somos um país de velhos. De facto, somos cada vez mais, em contraste com os nascimentos, que de há mais de 40 anos se têm vindo a re-

duzir drasticamente. A verdade, caríssimos, é que, no presente, graças ao nosso SNS, Portugal, no contexto europeu, onde, alegadamente, existem os melhores sistemas de saúde do mundo, está, pelo menos, na primeira metade da tabela desses melhores. O SNS está longe de ser perfeito, mas está ainda mais longe de ser a desgraça que alguns lhe apontam, às vezes até com segundas intenções pois, como todos sabemos, a saúde é, cada vez mais e por esse mundo fora, um negócio de biliões. NCB





Jornal da Batalha

Saúde Batalha

fevereiro 2017

Compreender e superar a depressão Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. Os números são impressionantes, e os fatores que contribuem para que estas pessoas sofram deste problema serão certamente inúmeros, desta forma importa muito mais entender o que pode ser feito para superar a depressão. Devido ao estigma que esta perturbação implica, muitas das pessoas não admitem que estão profundamente deprimidas, outras vezes a depressão está mal diagnosticada. Neste sentido, a primeira etapa do tratamento consiste em identificar os sintomas de depressão e procurar ajuda especializada no sentido de encontrar um modelo de tratamento que seja adequado e eficaz. A grande maioria dos tratamentos é do tipo psicossocial e farmacológico.

É muito importante que a família e os amigos da pessoa deprimida entendam que esta perturbação de humor afeta gravemente todas as áreas de vida da pessoa, e assim mostrarem a sua compreensão e compaixão. É importante compreender que este é um processo contínuo, em que a ajuda profissional se torna pertinente por forma a atingir os resultados desejados. De acordo com a Associação Americana de psicologia (APA), a psicoterapia pode beneficiar as pessoas deprimidas, ajudando-as a descobrir os problemas de vida que contribuem para a sua depressão, identificar o pensamento destrutivo que as faz sentir sem esperança, explorar os comportamentos que agravam a depressão e recuperar um sentido de prazer nas suas vidas. A depressão é alimentada pela voz interna autocritica, e todos nós temos essa voz

interior, presente na nossa consciência e mais presente ainda no nosso subconsciente. Para as pessoas que estão deprimidas, essa voz interior autocritica pode ter uma influencia poderosa e destrutiva sobre o seu estado de espírito. Um dos piores sintomas da depressão é o sentimento de desesperança. Alguns comentários que a pessoa faz acerca dela mesma, podem alimentar ideias distorcidas. Exemplos de ideias distorcidas que uma pessoa deprimida apresenta: “Estou gordo(a) de mais para sair de casa”, “Nunca ninguém me vai amar”, “Nunca irei ser capaz de ser feliz”, “Nunca irei ter sucesso na vida”, “Não sirvo para nada, sou um inútil”. Para superar a depressão importa saber acalmar este inimigo interno. E isso pode envolver olhar para alguns acontecimentos do passado para ajudar a determinar

Hérnia Discal Lombar onde esses pensamento críticos se iniciaram. “Como é que estes pensamentos afetam as ações na sua vida?”, “Como é que acha que pode desafiar esta voz interna, de forma a substitui-la por outras que possam favorecê-lo(a)?”. Se pretende dar um passo definitivo para superar a sua depressão e resgatar a sua felicidade (ou de um amigo/familiar), procure ajuda de um profissional. Seja exigente, a saúde vem em primeiro lugar!

Joana Crispim Mestre em Psicologia Clínica, formada em Hipnose

Mulheres do concelho convidadas a participar em rastreio do cancro

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro lançou, no dia 23 de janeiro, um apelo às mulheres do concelho da Batalha, com idades compreendidas entre 45 e 69 anos para participarem

no seu programa de rastreio de cancro da mama. Até meados de março, a unidade móvel de mamografia digital encontra-se estacionada junto do Centro de Saúde da Batalha, em funcionamento de segunda

a quinta-feira, das 09 às 18 horas, e à sexta-feira, das 09 às 12h30 e das 13h30 às 16h30. As mulheres com inscrição atualizada no centro de saúde recebem uma carta-convite com a indicação da data e hora de realização do exame. Segundo a Liga, “constata-se que muitas faltas ao rastreio decorrem da desatualização dos dados de morada nos registos dos centros de saúde, motivo pelo qual apela à sua atualização e à participação no rastreio”.

O exame mamográfico deve ser repetido de dois em dois anos de forma a garantir uma prevenção eficaz. Em Portugal, anualmente são detetados seis mil novos casos de cancro da mama e 1.200 a 1.500 mulheres morrem com esta doença. Para marcações ou informações adicionais, contactar o centro de coordenação do rastreio através do telefone 239 487 495/6 ou do e-mail rcmama.nrc@ligacontracancro.pt.

HERCULANO REIS SOLICITADOR

Comercialização e Reciclagem de Consumíveis informáticos

Rua Infante D. Fernando, Lote 3, 1ºA

Rua de Leiria · Cividade · Golpilheira 2440-231 BATALHA Telef.:/Fax: 244 767 839 · Telem.: 919 640 326

2440 BATALHA - Tel. 244 767 971

15

Com a garantia dos produtos O.C.P. gmbh

A Hérnia Discal Lombar, por ser uma lesão muito comum, é considerada um problema de saúde global. Estudos comprovam que 2-3% da população mundial poderá ser afectada por esta disfunção, havendo maior prevalência nos homens acima dos 35 anos. Este diagnóstico é o mais frequente nas alterações degenerativas da coluna lombar e o principal motivo de cirúrgia à coluna. Mas então o que é a Hérnia Discal Lombar? Para clarificar o assunto será pertinente abordar de um modo mais simples a anatomia da coluna lombar. É um segmento composto por 5 vértebras, separadas entre si por discos cartilagíneos. Estes discos intervertebrais são formados por um anel fibroso, mais periférico, e por um núcleo central pulposo de textura gelatinosa. Os discos são considerados “amortecedores” de cartilagem, que se adaptam consoante os movimentos da coluna vertebral, nas mais variadas atividades do dia-a-dia. Deste modo, a hérnia discal lombar propriamente dita, consiste no deslocamento do conteúdo do disco para fora da sua posição normal. Quando este fragmento pressiona uma raíz nervosa surge dor lombar que irradia, mais tarde, à perna e pé. Muitos casos apresentam também sensação de dormência e diminuição da força muscular no membro inferior. Em casos mais severos pode até provocar incontinência urinária e perda de controlo do intestino. A severidade dos sintomas

depende do grau de compressão provocado pela herniação do disco. Os referidos sintomas podem surgir insidiosamente ou serem desencadeados por movimentos bruscos sobre a coluna lombar. Aquando da existência de sintomas relacionados com a coluna lombar é indispensável uma avaliação médica para estabelecimento do diagnóstico clínico. Segundo o investigador Vialle e a sua equipa, o tratamento conservador é eficaz em 80% dos pacientes, dentro de 4-6 semanas. O tratamento conservador inclui Fisioterapia, principalmente através da terapia manual, plano de exercícios e alongamentos musculares. Os estudos publicados referem que a utilização de estimulação elétrica não apresenta nenhuma evidência que justifique sua utilização. Deverá realizar-se o tratamento cirúrgico quando o utente não apresenta uma evolução favorável com o tratamento conservador, ou na progressão dos sintomas neurológicos.

João Ramos Fisioterapeuta

PROCURO Pequeno sótão ou pequeno anexo para alugar Sem wc,sem cozinha. Contacto: 913887161



Jornal da Batalha

Economia Batalha

fevereiro 2017

17

Programas comunitários aprovam projetos de 14,4 milhões de euros m No âmbito do Centro 2020 e Portugal 2020 foram despachados 29 projetos de empresas e da autarquia, que refletem 9,4 milhões de euros de incentivos da Europa

O número de empresas do concelho e o volume de investimento no âmbito das candidaturas aos fundos comunitários do Portugal 2020 aumentaram significativamente no último ano. No mesmo sentido, cresceu a lista de “PME Lider”. No âmbito dos programas Centro 2020 e Portugal 2020, foram aprovados até final do ano passado 29 pro-

jetos de empresas do concelho e da autarquia, que refletem uma intenção de investimento de 14, 4 milhões de euros (9,4 milhões de incentivos). O primeiro programa reúne a maior parte dos projetos (25) e as verbas mais elevadas (10,7 milhões de euros de investimento e sete milhões de incentivos). A Damásio II tem o projeto que requer o maior investimento (três milhões de euros, no âmbito do Compete 2020), seguindo-se a Speedturtle (1,2 milhões de euros, Centro 2020) e a Moldes D4 (1,1 milhões de euros, Centro 2020), embora estas somem diferentes candidaturas. No final de 2015, o Centro 2020 tinha aprovado nove projetos do concelho, que correspondiam a um investimento global de três

milhões de euros e 1,635 milhões de euros de fundos comunitários. O Compete 2020 tinha financiado apenas duas empresas da Batalha, em projetos com um valor de investimento de 35 mil euros (26 mil euros de incentivos). Em termos globais, o sector dos moldes e plásticos, com 69,4% do valor das aprovações, domina a listagem de projetos submetidos ao Portugal 2020 por empresas da região de Leiria, que até ao final do ano passado atingiram uma intenção de investimento de 349 milhões de euros, segundo os dados divulgados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC). Entre as oito regiões que compõem a CCDRC, Leiria viu aprovados 537 pro-

jetos, a que correspondem 185 milhões de incentivos e 17% do total de beneficiários, apenas atrás de Aveiro, que conseguiu 30% das aprovações. O sector dos moldes e plásticos viu aprovados, no conjunto, 161 projetos, no valor de 242 milhões de euros (135 milhões de incentivos). A fatia maior coube aos 119 projetos apresentados pelas empresas de moldes, que valem 174 milhões de euros. A esmagadora maioria das indústrias tem sede nos concelhos da Marinha Grande e Leiria. MAIS CINCO “PME LIDER”

No que respeita às “PME Lider 2016”, o concelho está representado com 30 empresas, contra 25 no ano anterior, embora continuando na 7ª posição no distrito,

PME líder no concelho

Projetos aprovados no Concelho

Abílio Guerra Rodrigues - Construções, Lda. Auto Coelhinhos - Comércio Automóvel, S.A. Brincafestas - Comércio de Brinquedos e Fogo de Artificio, Lda. Celeiro do Móvel, Lda. Conmarfel - Construção Civil e Obras Públicas, Lda. Construções Vieira Mendes, Lda. Erofio - Engenharia e Fabricação de Moldes, S.A. Erofio Atlântico, S.A. Exposalão - Centro de Exposições, S.A. Fapor, S.A. Freire & Figueiredo, Lda. H. B. C. II - Peças Auto, Lda. Inautom- Automação, Lda. Induzir - Industria e Comércio de Equipamentos, Lda Leiricimentos, Lda. Leirilivro, Comércio e Distribuição de Livros, Lda.

CENTRO 2020 Empresa

Marcelino & Filhos, Lda. Matceramica - Fabrico de Louça, S.A. Matos & Neves, Lda. Moverel - Indústria de Mobiliário, S.A. Oliveiras, S.A. Organizações Biscana - Comércio e Representações, Sociedade Unipessoal Lda. Patrovitrans - Transportes, Lda. Propecuária - Veterinária e Farmacêutica, Lda. Puraração - Ração e Animais, Lda. Simplastic - Sociedade Industrial de Matérias Plásticas, Lda. Sodibatalha - Supermercados, Lda. Topbanho - Materiais de Construção, Lda. Valente & Carreira - Construção Civil, Lda. Velvet Design e Publicidade, Lda.

PME líder no distrito de Leiria Concelho

Leiria Pombal Marinha Grande Alcobaça Batalha Porto Caldas da Rainha Óbidos Peniche Ansião Bombarral Nazaré Alvaiázere Figueiró dos Vinhos Castanheira de Pera Pedrógão Grande Distrito

Empresas 207 82 78 63 30 29 27 14 14 13 9 8 5 3 2 2 586

que manteve praticamente o mesmo número (586) e a posição entre os distritos do país, segundo os dados publicados pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI). Este estatuto é atribuído pelo IAPMEI e pelo Turismo de Portugal, no caso das empresas de turismo, em parceria com 11 bancos a operar em Portugal. Por concelhos, Leiria lidera (207), seguindo-se Pombal (82) e Marinha Grande (78); enquanto na posição oposta da tabela estão Figueiró dos Vinhos (3), Castanheira de Pêra e Pedrogão Grande (com duas cada). Em Portugal 7.119 empresas mereceram a distinção, encontrando-se o distrito do Porto (1.413) na liderança da tabela, à frente de Lisboa

Projeto

Sá & Vieira – Fabricação de moldes para plástico, Lda. Inovação na oferta de moldes de precisão Moldes D4 – Indústria de moldes, Lda. Criação de nova unidade produtiva,etc Aquisição de equipamentos para melhoria e inovação da Speedturtle, Lda. capacidade produtiva Município da Batalha Centro Escolar Reguengo do Fétal Mundifer Engenharia, Lda. Implementação de uma nova unidade industrial, etc Erofio Atlântico, S.A. Ea-inovação Conmarfel II - Soluções habitacionais, Lda. Conmarfel II - internacionalização Focusdetails, Lda. Mould tech solutions provider Reabilitação do edifício do dr. gens para universidade sénior Município da Batalha e rede europeia de investigadores Conceção e desenvolvimento de moldes metálicos para JV Moldes - Fabrico de moldes, unipessoal, Lda. componentes médicos biocompatíveis Outeirhotel, Lda. Requalificação e ampliação do Hotel Casa do Outeiro 3 ** Organizações Biscana - Comércio e representações, TH Clothes - Internacional sociedade unipessoal, Lda. Município da Batalha Loja do cidadão da Batalha Speedturtle, Lda. Expansão da atividade internacional da Speedturtle Gárgula Gótica – Artesanato tradicional em pedra, Lda. Gárgula Gótica - cantaria artística fora de portas Loucicentro - Cerâmica de louça decorativa, Lda. Consolidação da internacionalização Focusdetails, Lda. Mould tech solutions provider - internacionalização José Silva Vieira Ruivo, Lda. Projeto de internacionalização da JSVR Moldes D4 - Indústria de moldes, Lda. Implementação novas ferramentas de marketing, etc Atwoo Car Cosmetics, Lda. Atwoo - inovação organizacional; economia digital e TIC Ligação entre sistema gps da frota e sistema central e Patrovitrans – Transportes, Lda. ligação entre site e ERP Servireboques - Serviços de reboques, Lda. Inovação organizacional do SGQ e adaptação ao referencial de 2015 Induzir - Indústria e comércio de equipamentos, Lda. Reestruturação da norma ISO 9001 Valente & carreira - Construção civil, Lda. Vale inovação - qualidade na valente e carreira Focusdetails, Lda. Mould tech solutions provider - internacionalização Total

(1.278), Aveiro (815) e Braga (780). A região de Leiria surge na quinta posição, à frente de Faro (308), Santarém (283) e Coimbra (277). O objetivo deste estatuto “é distinguir as empresas com perfis de desempenho superiores, conferindo-lhes notoriedade - é um selo de reputação na sua relação com o mercado -, e criando-lhes condições otimizadas de financiamento para desenvolverem as suas estratégias de crescimento e de reforço da sua base competitiva”, explica o IAPMEI. Estas PME têm de “prosseguir estratégias de crescimento e de reforço da sua base competitiva” e de “demonstrar elevados níveis de desempenho e de solidez financeira”. O estatuto de “PME Líder” é válido até 15 de setembro deste ano.

Investimento

Incentivo

1.112.750,00 1.052.278,37

778.925,00 631.367,02

1.018.000,00

610.800,00

1.000.849,74 970.100,00 938.215,00 684.650,19 681.430,55

850.722,28 727.575,00 562.929,00 308.092,59 408.858,33

658.471,25

559.700,56

546.050,00

327.630,00

523.252,35

366.276,65

408.552,50

183.848,63

350.000,00 209.810,79 138.745,61 127.669,88 98.000,00 87.513,52 65.551,50 20.000,00

297.500,00 94.414,86 62.435,52 57.451,45 44.100,00 39.381,08 29.498,18 15.000,00

20.000,00

15.000,00

19.500,00

14.625,00

13.000,00

9.750,00

12.500,00 9.473,24 10.766.364,49

9.375,00 6.631,27 7.011.887,42

3.035.700,00 613.179,38

2.113.440,00 275.930,72

20.000,00

15.000,00

15.000,00

11.250,00

3.683.879,38 14.450.243,87

2.415.620,72 9.427.508,14

COMPETE 2020 Damásio II, Lda. Marfilpe - Mármores e granitos S.A. Faianças Ideal de Vale de Ourém, Lda. Matcerâmica - Fabrico de louça, S.A. Total Total dos dois programas

Maquinação subtrativa e eletroerosão, etc Projecto Internacionalização Desenvolvimento e implementação de ferramentas para conceção e modelação de produtos cerâmicos Desenvolvimento de louça cerâmica utilitária de elevada resistência ao choque mecânico



Jornal da Batalha

Economia Batalha

fevereiro 2017

19

Circunstância reabriu com 500 referências de vinhos e boa gastronomia O restaurante “Vinho em Qualquer Circunstância” reabriu no dia 26 de janeiro sob responsabilidade do Hotel Villa Batalha e com uma carta dedicada aos paladares portugueses com a assinatura do chefe Telmo Coelho. O serviço de vinhos tem um cardápio com mais de 500 referências e o espaço promete experiências gustativas de qualidade superior. O Hotel Villa Batalha, responsável por esta reabertura, quer “devolver à região um restaurante emblemático dedicado ao vinho e à gastronomia portuguesas para proporcionar experiências sensoriais memoráveis”.

p O espaço tem origem na década de 90 do século passado

uma oportunidade ímpar para os profissionais da área conhecerem as propostas dos expositores, se atualizarem sobre novidades e tendências e também adquirirem vantagens competitivas para promoverem e aumentarem a exportação da sua produção”, considera a Exposalão. A Expojardim também se assume “como o local de contato privilegiado entre

expositores e um vasto público profissional que visita a feira. Num mercado onde surgem novidades e tendências ano após ano como os jardins sustentáveis ou a utilização de flores comestíveis na culinária, esta feira trará expositores com produtos e serviços de todas as áreas de interesse para o sector”. A feira Iberopragas está focada nos meios de com-

bate e prevenção das pragas, doenças e infestantes, incluindo as urbanas, que perturbam o bem-estar humano, podendo inclusive ser responsáveis por doenças infecto-contagiosas. Para além dos stands de exposição, a programação do evento abrange atividades paralelas como workshops, conferências e seminários sobre temas atuais das três feiras.

Animais da Villa abriu como complemento de clínica A loja Animais da Villa, inaugurada no passado dia 30 de janeiro na rua António Cândido da Encarnação, por detrás do Edifício Jordão, na Batalha, é um complemento à Clínica Veterinária Porto de Mós. Esta solução resulta, segundo os responsáveis pela loja, da “crescente procura de produtos e serviços prestados aos cuidados dos animais”, e na loja podem-se encontrar produtos de higiene, alimentação, suplementos, medicamentos e acessórios para animais.

p A loja fica situada por detrás do Edifício Jordão Os clientes podem dispor ainda de serviço de entrega de produtos ao domicilio,

banhos e tosquias e apoio ou aconselhamento veterinário permanente.

descontração no renovado serviço de “Circunstância Bar”, disponível todos os dias e com serão prolongado até às 20H00, às sextas, sábados e dias temáticos, encerrando ao domingo para descanso semanal. O espaço abriu na década de 90 do século passado e durante anos foi um local de convívio de eleição na região, primeiro como “Circunstância Bar” e depois como “Restaurante Vinho em Qualquer Circunstância” e encerrou em 2014, voltando agora a abrir as portas ao público.

PUBLICIDADE

Três feiras na Exposalão sobre horto-fruticultura e jardinagem O Centro de Exposições Exposalão rcebe de 10 a 12 de março três certames em simultâneo: Expojardim, Frutitec/Hortitec e Iberopragas, o que, segundo a organização, “eleva o potencial das feiras por se tratar de três áreas interrelacionadas pelas suas atividades e com zonas de interesse comum para visitantes e expositores”. A Frutitec/Hortitec “é

O espaço dá prioridade às principais regiões vitivinícolas portuguesas, num “ambiente distinto em que predominam os tons fogo numa decoração moderna, intimista e acolhedora”. O “Vinho em Qualquer Circunstância” promete ainda a “momentos de descontração com o seu renovado serviço de “Circunstância Bar”. Está aberto todos os dias para almoço, das 12h00 às 15h00, com um menu “Circunstância executivo” e ao jantar, de segunda a sábado, entre as 19h00 e a 00h00, há degustações para todos os gostos. O restaurante convida ainda a momentos de

A Animais da Villa “promete ainda ter campanhas de marketing que visem a satisfação e beneficio dos clientes de forma a que os cuidados com os animais de estimação não sofram com os problemas financeiros que o país atravessa, começando desde já por uma campanha promocional de 10% de desconto em toda a loja e oferta de brindes durante o mês de fevereiro”, refere em comunicado. A loja encontra-se aberta de segunda a sábado, das 10 às 19 horas.


20

fevereiro 2017

Jornal da Batalha

Património Sacristia do Mosteiro, um Monumento dentro do Monumento (I)

Não pretendem estes apontamentos ser outra coisa senão uma forma de divulgar, em termos simples embora quanto possível precisos e abrangentes, entre os leitores, memórias, que estão em perigo de apagar-se, de pessoas e de factos, e informações sobre a nossa valiosa herança patrimonial cuja conservação depende do interesse e do carinho que lhe devotarem as novas gerações. Sou, pois, um guardador de memórias e um contador de histórias e não um historiador. Simultaneamente sou um defensor intransigente dos nossos valores patrimoniais, insubstituíveis e distintivos da nossa Cultura e da nossa Arte, o que quer dizer da Alma Portuguesa que, tragicamente, estamos a deixar definhar. Dito isto passo ao assunto do apontamento deste mês e que, se Deus quiser, ainda continuará no do próximo mês: a Sacristia do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no momento a beneficiar de obras de restauro que foram entregues aos especialistas da empresa “In Situ”. Sobre o que digo recebi informações preciosas do Director do Monumento,

Dr. Joaquim Pereira Ruivo, que está de parabéns por esta obra, do Técnico Superior Dr. Pedro Redol, que amavelmente me forneceu diversos elementos, e da artista canteira Rita Ribeiro, neta do inesquecível Mestre Alfredo Neto Ribeiro, que me guiou numa visita ao local. A Sacristia do Mosteiro é um espaço de características arquitectónicas e ornamentais dignas de tanto relevo que o podemos considerar um monumento dentro do monumento. Primeiros passos do gótico na Batalha, tudo o leva a crer desde a época da sua construção às nervuras da sua bela abóbada, ter sido projecto de Afonso Domingues, com certeza ainda executado em sua vida. Ao longo dos séculos manteve-se intocada a sua arquitectura mas foram-lhe acrescentados ornamentos e móveis essenciais às suas funções, desde os grandes arcazes (onde se guardavam os paramentos e objectos essenciais ao Culto) até a um altar e aos espaldares de madeira a forrar as paredes. São estes ornamentos do barroco tardio, considerado o rococó, do século

XVIII, resultantes da encomenda feita ao mestre-entalhador batalhense António Pereira da Silva, conforme o contrato estabelecido em 1778 entre este artista e os nossos Dominicanos. (Ver “Vésperas Batalhinas”). Encimados os espaldares por vieiras (conchas), mas aqui já com alterações da sua habitual forma muito ao gosto do rococó, e por bem característicos vasos flamejantes, foram os ornatos enriquecidos com prata em que se passou goma-laca para obter reflexos dourados que, obscurecidos pelos anos e pela humidade, se haviam sumido, voltando agora a poder ser admirados. Na parede oeste está o altar de Nossa Senhora do Rosário, ostentando a preciosa pintura a óleo sobre tela, de autor desconhecido, muito provavelmente do segundo quartel do século XVI, da imagem de Nossa Senhora sob a invocação do Rosário, com o Menino Jesus de pé e encostado à perna esquerda da Mãe, rodeados por dois santos dominicanos que por lhe faltarem os atributos não são identificáveis, isto segundo os elementos obtidos no Ar-

quivo do Mosteiro. Contudo, o Historiador Professor Doutor Saúl António Gomes, na sua notável obra “Vésperas Batalhinas” na pág. 304 diz: “Continuamos a desconhecer, no entanto o autor da surpreendente tela da Virgem do Rosário, entronizada entre S. Domingos e S. Francisco…”. E vou deixar para o próximo número a alusão às pinturas do tecto da Sacristia, redescobertas e estudadas pelo Professor Saúl Gomes, e aquela estranha escultura na ombreira da porta que dá acesso à antiga Casa da Prata, hoje pequena arrecadação da dependência, onde se guardavam o tesouro do Convento e as relíquias que ao longo do século foram oferecidas ao Mosteiro, escultura de um braço com um ramo de acanto, de que o dedicado funcionário do Monumento, Luís Matias Ceiça, nos deu conta há poucos anos. Quanto às relíquias há preciosa informação do Cardeal Saraiva. A que irei referir-me também. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (167)

s Casa da Madalena

Peça a Peça, o Museu Etnográfico da Alta Estremadura

A vitrina do Museu Etnográfico da Alta Estremadura/Casa da Madalena, instalado num edifício característico da nossa arquitectura rural, edifício muito belo e elegante e que por si é a principal peça da instituição, que hoje se mostra, contém alguns instrumentos musicais, no seu tamanho natural, que o nosso Povo apreciava e de que faz grande uso nos finais do século XIX e princípios do século XX, caso dos harmónios, e outros bem mais antigos, caso do cavaquinho e da viola toeira. Os harmónios e a gaita- de-beiços não os fabricava o Povo, sendo então importados. Na prateleira de cima um cavaquinho de cravelhas de madeira e uma gaita-de-beiços. O cavaquinho é um instrumento que nasceu no nosso Minho e se espalhou por grande parte do nosso País, de cá passando para

o Brasil, Cabo Verde, Estados Unidos da América e Ilhas Havai. Este exemplar foi fabricado no Norte, não conseguindo identificar o fabricante. A gaita-de-beiços é da marca Hohner, alemã. Na prateleira seguinte estão dois harmónios, ambos de fabrico alemão: um “Regal Melodeom” e o outro “Sovereign Accordeon”. Na prateleira de baixo, uma viola toeira, viola de doze cordas, tendo duas triplas e três duplas, e enfranque pronunciado. Adquirida na firma Olímpio Medina, de Coimbra, e curiosamente feita por um modelo fornecido pelo Etnomusicólogo, nosso conterrâneo, Professor Mário Ferreira Neto. Característica de Coimbra, acabou por espalhar-se pela Alta Estremadura e nas regiões vizinhas daquela cidade. J.T.S.


Jornal da Batalha

21

fevereiro 2017

Cultura Mosteiro recebe congresso Alunos já podem escrever para sobre panteões medievais “O Fio da Memória – O Conto” m Organização tem confirmada a presença de um grande número de especialistas (nacionais e estrangeiros) de renome internacional

O congresso internacional “Loci Sepulcralis”, sobre panteões e outros lugares de memória e de sepultura na Idade Média, que decorre no Mosteiro da Batalha de 21 a 23 de setembro, tem um duplo objectivo, segundo a organização: “promover um amplo e inovador debate sobre a ideia de “panteão” ao longo da Idade Média e abrir um espaço de diálogo para o estudo e discussão de temáticas e áreas de estudo mais específicas mas igualmente próximas à problemática dos lugares de sepultura e memória, como, por exemplo, as questões da sua construção, ornamentação ou dos usos sociais desses espaços pelas comunidades que os acolhem”. O congresso, organizado pelo Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciênciais Sociais e Humanas da Universidade Nova

p Os contos devem refletir os diferentes ambientes do concelho p O Mosteiro tem o estatuto de Panteão Nacional de Lisboa, mosteiro e município da Batalha, “tem já confirmada a presença de um grande número de especialistas (nacionais e estrangeiros) de renome internacional” e conta com a “participação de um considerável conjunto de investigadores em diferentes estádios das suas carreiras, cujas comunicações e sessões possam estimular um debate e convívio profícuo, transdisciplinar e inovador sobre uma temática fascinante”. Ao longo dos três dias de trabalhos serão apresentados os resultados dos seus estudos, reflexões mais ino-

vadoras e abrangentes, estudos de caso e questionamentos teóricos, que possam permitir repensar a problemática ligada às diversas facetas dos panteões. O congresso destina-se a investigadores da área, estudantes dos diversos graus de ensino superior, a profissionais da área do turismo e ao público em geral. As propostas ao congresso deverão ser enviadas até 15 de abril para locisepulcralis@fcsh.unl.pt. O texto completo do apelo à apresentação de propostas está disponível na internet, através do seguinte endereço: https://goo.gl/5nSgnQ.

A câmara da Batalha, através da Biblioteca Municipal José Travaços Santos, com o apoio do Jornal da Batalha, está a promover até 14 de abril a 9ª edição do Concurso Literário “O Fio da Memória – O Conto”, com o objetivo de fomentar do género literário do conto. O concurso, tal como nos anos transatos, destina-se aos alunos do Agrupamento de Escolas da Batalha e do Colégio de São Mamede, contemplando, também, a vertente de ilustração de modo a permitir uma maior participação de alunos. A iniciativa, que os organizadores “reputam de grande interesse literário

e de estímulo para com a promoção da leitura, tradição e recolha de histórias sobre a nossa região, tem registado um considerável número de participações”. “O Fio da Memória – O Conto” pretende contribuir para a valorização do conto, dando especial ênfase às “histórias” relacionadas com a realidade concelhia/geográfica/histórica da Batalha. A vertente escrita do concurso destina-se aos alunos do concelho da Batalha, que se encontrem matriculados no 2º, 3º ciclos e Ensino Secundário no ano letivo 2016-2017, no Agrupamento de Escolas da Batalha ou no Colégio de São Mamede. A vertente

de ilustração, abrangendo os mesmos estabelecimentos de ensino, não contempla os alunos do ensino secundário. Os prémios, na vertente escrita, nas três categorias de participação, são os seguintes: 1º, 50 euros e um cheque-livro de 40 euros; 2º, 40 euros e um cheque-livro de 30 euros; 3º, 30 euros e um cheque-livro de 20 euros. Na vertente da ilustração dos trabalhos, nas duas categorias de participação (2º, 3º ciclos) os prémios são os seguintes: 1º, 50 euros e um cheque-livro de 40 euros; 2º, 40 euros e um cheque-livro de 30 euros; 3º, 30 euros e um cheque-livro de 20 euros.

Dr. Luís Alvelos Dias Gomes Médico Oftalmologista

Médico nos Hospitais da Universidade de Coimbra OLHOS - CONSULTAS

Acordos: ADSE- SNS- SSCGD Rua Vale lobos - Ed. Panorâmico - Leiria Telf.: 244 892 278


22

Batalha Notícias

fevereiro 2017

Freira natural da Golpilheira faleceu no Convento da Faniqueira m Integrava a Ordem da Visitação de Santa Maria e um dia contou que foi aos 20 anos de idade que decidiu ser freira, porque “foi assim que encontrou o seu caminho de felicidade” A irmã Maria Pia Cruz, natural da Golpilheira, que últimas décadas viveu no Convento da Faniqueira, faleceu no dia 26 de janeiro, aos 83 anos, noticiou o jornal Presente Leiria-Fátima, órgão oficial da diocese. Os problemas de saúde de que padecia deixaram-na, há cerca de dois anos, em cadeira de rodas, “mas mantinha-se ativa e com a mesma alegria e lucidez, como se verificou num dos últimos contactos com os seus conterrâneos, no dia 21 de dezembro, quando entregou um presente à Comis-

p A irmã Maria Pia Cruz, natural da Golpilheira são da Igreja da Golpilheira: um conjunto de panos para o serviço do altar e uma estola, tudo decorado manualmente pelas irmãs”, conta o jornal. A religiosa quis, com aquele gesto, associar-se ao movimento de requalificação da igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Golpilheira, manifestando na ocasião o desejo de ver “ao vivo” o resultado final das obras. Não chegou a concre-

tizar a visita. O agravamento de problemas respiratórios, que a obrigou a alguns dias de internamento hospitalar, ditou o seu falecimento, no Convento da Faniqueira. Numa reportagem efetuada pelo jornal O Mensageiro, em Junho de 2010, a propósito dos 400 anos da Ordem da Visitação de Santa Maria, contou que foi aos 20 anos de idade que decidiu ser freira, porque “foi assim que

encontrou o seu caminho de felicidade”. “Era na altura uma das mais ativas da comunidade. Durante a reportagem, esteve a varrer o claustro, depois a cuidar das flores do jardim, mais tarde a preparar as mesas no refeitório e, no final da manhã, ainda deu um pulinho ao quintal, para ajeitar as canas dos feijões, confessando que cultivar a horta era uma das suas tarefas favoritas”, conta a O Mensageiro.

Joaquim Pereira cumpriu centenário com a família

Valorlis mantém certificações do Sistema de Gestão Integrado

Um habitante da Jardoeira, Joaquim Pereira, completou 100 anos de vida no dia 17 de janeiro. Infelizmente viria a falecer no dia seguinte, cumprindo esta notícia um dos seus desejos: que o centenário fosse noticiado no Jornal da Batalha. A celebração do centenário era muito desejada pelo aniversariante e por toda a sua família. A pedido de Joaquim Pereira, os familiares esforçaram-se por cumprir os seus desejos, abrindo as portas de casa a todos os que se quiseram associar-se à festa, não faltando nada na mesa, como é costume dizer-se, e de acordo com o pedido do idoso. Na altura, foram lançados foguetes para que o momento ficasse registado na memória da população, principalmente da Jardoeira. A festa foi em casa da sua filha, Maria do Rosário, onde residia, e estiveram

A Valorlis, empresa que trata da valorização e tratamento de resíduos sólidos na região de Leiria, incluindo o concelho da Batalha, anunciou no dia 7 deste mês a manutenção da sua certificação em qualidade, ambiente e em higiene e segurança no trabalho. “A confirmação da manutenção das certificações deixa-nos muito satisfeitos. Desde 2005 que temos conseguido manter esta prova da qualidade do nosso trabalho, mas também desde então as exigências têm sido cada vez maiores, ou seja, há 11 anos que mantemos esta certificação”, referiu Nuno Heitor, diretor geral da Valorlis. A certificação abrange a recolha seletiva, triagem e tratamento de resíduos sólidos urbanos.

p Joaquim Pereira antes de partir o bolo de anos presentes três dezenas de pessoas. O centenário foi pai de seis filhas (Maria, Celeste, Irene, Lurdes, Conceição e Maria do Rosario) e já contava 10 netos, 14 bisnetos

e um trineto. Joaquim Pereira era conhecido por “Catum”, natural da Azoia, e foi operário fabril empresa Cimpor.

Jornal da Batalha

CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e vinte e cinco a folhas cento e vinte e seis verso, do Livro Duzentos e Dezanove - B, deste Cartório. Maria Teresa Pereira Monteiro, NIF 190 345 560, solteira, maior, natural da freguesia e concelho da Batalha, residente no Largo do Chafariz, nº.7, Golpilheira, Batalha, declara que com exclusão de outrem é dona e legítima possuidora do prédio rustico, composto de vinha e terra de semeadura, com a área de vinte mil e seiscentos metros quadrados, sito em Cascalheira, freguesia de Golpilheira, concelho da Batalha, descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha sob o número cinquenta/Golpilheira, inscrito na matriz sob o artigo 250, que provem do artigo 1387 da freguesia da Batalha, com o valor patrimonial de IMT de €141,03. Que na dita Conservatória se encontra registada a aquisição do identificado prédio, em comum e sem determinação de parte ou direito a favor de Alzira de Jesus Filipe Monteiro, Alzira Maria Filipe Monteiro, António José Filipe Monteiro, Fernando Henrique Filipe Monteiro, Isabel Maria Filipe Monteiro, José Manuel Filipe Monteiro, Luis Manuel Filipe Monteiro, Manuel Henrique Filipe Monteiro, Maria de Fátima Filipe Monteiro, Maria Lucília Filipe Monteiro da Silva Romão, Maria Odete Filipe Monteiro Godinho e Mário Henrique Filipe Monteiro, pela apresentação quatro, de doze de Setembro de mil novecentos e oitenta e nove. Que ela justificante, adquiriu o identificado o prédio no ano de mil novecentos e setenta e oito, por compra verbal aos então proprietários Manuel de Oliveira Monteiro e mulher Alzira de Jesus Filipe Monteiro, residentes na Avenida Heróis de Angola, Leiria, contudo, tendo sido a referida compra meramente verbal, não tem a justificante título formal para o registar na Conservatória; Que por óbito daquele Manuel de Oliveira Monteiro, os seus herdeiros, promoveram o registo do prédio, em comum e sem determinação de parte ou direito, na dita conservatória, a seu favor, contudo, tal deveu-se a mero lapso, pois encontrando-se o mesmo à data do óbito ainda inscrito na matriz em nome do anterior proprietário, levou a que fosse incluído na relação de bens apresentada, passando a integrar a referida herança; Que, desde aquela data de 1978 que ela justificante, está na posse e fruição do identificado prédio em nome próprio, portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos atos habituais de um proprietário pleno, com o amanho da terra, recolha de frutos, conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé durante aquele período de tempo, adquiriu o referido prédio por usucapião. Batalha, três de fevereiro de dois mil e dezassete. A funcionária com delegação de poderes Liliana Santana dos Santos - 46/6 Delegação de poderes autorizada pela Notária Sónia Marisa Pires Vala, publicada na Ordem dos Notários, em 03 de Fevereiro de 2015 (artº 8º do Dec. Lei 26/2004 de 4 de Fevereiro e artº6º da Portaria 55/2011 de 28 de Janeiro).

Jornal da Batalha, edição 319 de 10 de fevereiro de 2016

CARTÓRIO NOTARIAL DE MANUEL FONTOURA CARNEIRO Certifico para fins de publicação, que por escritura de justificação celebrada neste Cartório Notarial, no dia vinte e três de janeiro de dois mil e dezassete, exarada a folhas cento e dezassete a folhas cento e dezanove do Livro de Notas para Escrituras Diversas Trezentos e Quarenta e Seis — A, JOÃO DA CONCEIÇÃO PEDRO e cônjuge MARIA NOÉMIA DA COSTA VIEIRA PEDRO, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais ele da freguesia de Alqueidão da Serra, concelho de Porto de Mós, ela da freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, residentes na Rua de São Pedro, 2, Lagoa Ruiva, São Mamede, Batalha, Nifs: 154 441 350 e 154 441 341. Declararam: que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes bens: DOIS: Prédio rústico sito em Tapada, freguesia de São Mamede, concelho de Batalha, composto de eucaliptal, pinhal com mato, com a área de novecentos e cinquenta metros quadrados, a confrontar do norte com António Joaquim Vieira, do sul e do nascente com João Pedro e do poente com António Joaquim Vieira, não descrito na Conservatória do Registo predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 9.669, com o valor patrimonial IMT de € 247,13. TRÊS: Prédio rústico sito em Banjancão, freguesia de São Mamede, concelho da Batalha, composto de terra de cultura com duas oliveiras, pinhal com mato, com a área de setecentos e quarenta metros quadrados, a confrontar do norte com António da Silva, do sul com Manuel Gomes Mendes, do nascente com caminho e do poente com Nicolau Vieira, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 10.055, com o valor patrimonial IMT de € 88,42. Que o bem acima relacionado sob a verba DUAS, vieram à sua posse por compra verbal de José Luís e esposa Marta do Nascimento, residentes que foram São Mamede, Batalha, compra essa que teve lugar no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, já no seu estado de casados. Que o bem acima relacionado sob a verba TRÊS, vieram à sua posse por compra verbal de Joaquim Ribeiro e esposa Eufrásia de Jesus, residentes que foram São Mamede, Batalha, compra essa que teve lugar no ano de mil novecentos e setenta, já no seu estado de casados. Que, não obstante não terem título formal de aquisição dos referidos prédios, por força daquelas compras verbais, foram eles que sempre os possuíram, desde aquelas datas até hoje, logo há mais de vinte anos, em nome próprio, defenderam a sua posse, pagaram os respetivos impostos, gozaram todas as utilidades por eles proporcionadas, cultivaram-nos, colheram os seus frutos sempre com o ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o ostensivamente e sem oposição de quem quer que seja, posse essa de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, pacífica, porque sem violência, contínua e pública, por ser exercida sem interrupção e de modo a ser conhecida pelos interessados. Tais factos integram a figura jurídica da usucapião, que os justificantes invocam corno causa de aquisição dos referidos prédios, por não poderem comprovar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais. A colaboradora, (Sandra Marisa Guerra da Silva Oliveira)

Jornal da Batalha, edição 319 de 10 de fevereiro de 2016


Todo o concelho. Toda a informação

Assinaturas 10 euros (Portugal) | 20 euros (Europa) | 30 euros (resto do mundo)

Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B, Apartado 81, 2440-901 Batalha

info@jornaldabatalha.pt

. Tel.

244 767 583



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.