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Jornal da Batalha
Espaço Público s Baú da Memória Por José Travaços Santos
Só com a independência integral os povos protagonizam o seu destino O que está a passar-se na Espanha veio pôr em relevo a extraordinária importância das datas portuguesas de 14 de Agosto de 1385 e de 1 de Dezembro de 1640, esta a completar no próximo mês 377 anos, ocasiões em que os nossos antepassados conseguiram garantir, com coragem inexcedível, vontade firme e propósitos claros, a independência do nosso País e evitar-nos, nos dias que correm, os problemas, evidentemente muito graves, que afectam o País vizinho. Infelizmente, os acontecimentos, que tornaram
essas datas marcos gloriosos da História de Portugal, continuam a não ser valorizados e aproveitados pelos governos e pelas Escolas nacionais, perdendo-se, para as novas gerações de portugueses, lições, que nada substitui, sobre a necessidade da independência integral para que cada Povo possa ser o protagonista do seu futuro, da sua elevação cultural, da construção da sua liberdade política e do modo de vida que mais lhe convier e agradar. Particularmente o 14 de Agosto de 1385, que tanto diz à Vila da Batalha, guar-
diã do monumento que evoca o que então se passou e as consequências da vitória portuguesa, entre elas a idealização e a realização da empresa dos Descobrimentos pelos nossos antepassados, antes de qualquer outra nação europeia, a mais relevante das epopeias modernas, e a nossa ascensão literária, artística e científica naqueles séculos XV e XVI em que sobressaem figuras, entre muitas outras, como Camões, Gil Vicente, Pedro Nunes, Nuno Gonçalves, e em que se erguem padrões máximos da arquitectura como Santa Maria da Vi-
tória, Jerónimos e Torre de Belém. Mas se a independência da Pátria Portuguesa já não voltará a ser posta em causa pela Espanha, que agora corre o perigo de se desfazer nas suas componentes, tem hoje outros predadores, mais subtis, a ameaçá-la não pela força das armas mas pela irresistível atracção das benesses materiais
dum novo paraíso na Terra. Como há mais de dois mil anos Filipe II da Macedónia dizia, e provou na fácil conquista duma Grécia vendida e rendida no ano de 338 aC, “não há cidade que resista a um macho carregado de prata”. Chegou-me, entretanto, a notícia de que em Beja foram arrasados uma ponte, um aqueduto e uma vila
romana e outros vestígios arqueológicos de várias épocas, para uma empresa espanhola aí plantar um amendoal. A inacção das entidades oficiais, como referi na secção de Outubro, a propósito de Juromenha e doutros valores patrimoniais, já é escandalosa. Para que serve o Ministério da Cultura?
s Pestanas que falam Joana Magalhães
A minha amiga e o nosso quarto Nunca dividi quarto. Essas quatro paredes onde passamos metade do dia sempre foram “só minhas”. Até agora. Agora, esse espaço é meu e de outra pessoa. Uma amiga. As circunstâncias que nos levaram a tomar a decisão de partilharmos esse espaço privado foram, nada mais, nada menos, do que questões monetárias. Arrendar quarto em Lisboa a preços praticáveis é quase impossível e, numa fase da nossa vida em que começamos a olhar para o dinheiro como algo com a impor-
tância que tem, a solução foi esta. Partilhar quarto significa partilhar tudo. Não se partilha só o mesmo espaço mas partilha-se toda a vida. Partilham-se as insónias, os “bichos-carpinteiros”, os sonhos, as doenças, as tristezas e, claro, as alegrias. Também se partilha o cansaço, as frustrações e tudo o que nos invade a cabeça na hora de dormir. Mas partilhar o quarto é muito mais do que isso. É entendermos que a pessoa que dorme na cama ao lado nunca vai ser igual a nós.
Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 1444) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira e João Vilhena;
Por isso, nunca vai ter os nossos hábitos, os nossos horários. E, na realidade, porque haveríamos de querer isso? Dividir quarto é uma aprendizagem constante, diária, que nos faz pensar que há muito mais na vida do que aquilo que nós achamos que está certo ou errado, porque o outro pode sempre ter uma perspetiva diferente. E essa é a riqueza de partilhar esse espaço privado com alguém. Quando se partilha o quarto sabemos o estado de espírito de quem está ao
António Caseiro, António Lucas, Célia Ferreira, comendador José Batista de Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)
nosso lado, porque, espíritos à parte, quase que se sente no ar. E partilhando-o com uma amiga, aliás, com A amiga, a tal amiga “de todas as horas” que agora o é, de facto, em todos os momentos do dia, ainda intensifica mais isso. Desenganem-se se pensam que poderiam dividir o quarto com qualquer pessoa. Se não é para dividir o quarto com o nosso parceiro então que o seja com uma grande amiga, com alguém a quem se possa confiar os nossos medos, aqueles que só chegam na hora
Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:
de dormir. Toda a gente deveria dividir quarto com uma amiga(o) pelo menos uma vez na vida. Fomentar a amizade e, acima de tudo, perceber se aquela amizade tem algo de realmente diferente, porque, se não, como teriam paciência uma para a outra? Desenganem-se também se pensam que a vossa maneira de fazer as coisas vai permanecer sempre igual. Não vai. E partilhar quarto também é isso, é adaptarmo-nos a quem está ao nosso lado e vice-versa. A minha colega de quar-
Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA Rua Comissão de Iniciativa, 2-A, Torre Brasil, Escritório 312 - 3º Andar, Apartado 3131 - 2410-098 Leiria Telef.: 244 819 950 - Fax 244 812 895
to é a minha melhor amiga, e quando as quatro paredes voltarem a ser minhas, vou ter saudades que ela me tire o sono.
Impressão: Diário do Minho, Lda. Tiragem 1.000 exemplares Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo. O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt
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Atualidade
Este é o terceiro pior ano em área ardida no concelho m Destruídos mais de 225 hectares, sobretudo em resultado dos incêndios registados em outubro. Desde 1980 houve apenas cinco anos com resultados acima dos 10 hectares queimados
p Apenas em cinco anos arderam mais de 10 hectares Os incêndios rurais que deflagraram no concelho, até 31 de outubro, fazem deste ano o terceiro pior desde 1980 em área ardida, que ultrapassa os 225 hectares. O ano em que se verificou a maior destruição foi o de 1995, quando arderam 4.250 hectares de floresta, mato e área agrícola. O ano de 2003, o segundo mais trágico de sempre a nível nacional – apenas atrás do atual – também causou danos graves na Batalha: arderam 2.730 hectares. Os 152 hectares destruídos em 1991 e os 147 hectares consumidos em 2007 colocam estes anos entre os cinco piores no concelho. No entanto, a regra é registarem-se poucos incêndios e pequenas áreas ardidas. De facto, com exceção daqueles, todos os outros anos terminaram com menos de 10 hectares de zonas rurais ardidas e há mesmo oito anos em que ficaram abaixo do hectare. No corrente ano, a estatística foi claramente influenciada pelos fogos de 15 e 16 de outubro. As duas maiores ocorrências situaram-se
nas freguesias de São Mamede (afetando igualmente a freguesia de Fátima, do vizinho concelho de Ourém) e Reguengo do Fetal (que igualmente se estendeu para a freguesia de Alqueidão da Serra, concelho de Porto de Mós). Perante estas circunstâncias excecionais, a Câmara da Batalha apresentou ao governo, logo a 20 de outubro, propostas para a gestão preventiva da floresta e defendeu a concretização urgente do programa nacional de fogo controlado. “A tragédia dos incêndios florestais este ano foi transversal à generalidade do território nacional, flagelo a que não escapou o Concelho da Batalha, com o registo de dois fogos florestais ocorridos nos dias 15 e 16 de outubro, embora sem a dimensão ou graves consequência que afetaram outros territórios, em larga medida em resultado da medidas preventivas de gestão dos combustíveis realizadas no âmbito do projeto-piloto “Prevenir Já”, desenvolvido em parceria com o Grupo de Inter-
Incêndios rurais no concelho Fogos 1982 1985 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011* 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TOTAL Área do município:
6 1 4 7 3 3 3 8 27 25 13 10 9 4 8 4 3 17 7 11 15 22 12 12 10 19 21 10 4 18 2 16 334
Povoamentos 1,600 0,000 7,200 1,400 0,500 132,000 1,500 3,250 1,880 2.572,851 2,480 0,420 0,760 0,010 0,000 0,000 0,060 2.184,436 0,890 2,866 5,320 1,610 0,483 0,483 0,520 1,685 3,795 0,226 0,101 0,366 0,120 n.d. 4.928,811
Matos 0,000 0,300 0,000 1,400 0,800 20,300 0,250 3,130 5,420 1.677,910 0,430 0,869 0,020 0,030 1,541 0,072 0,800 546,137 0,210 7,010 0,655 145,686 1,510 1,510 0,110 0,182 0,810 0,427 0,101 0,687 1,640 n.d. 2.419,947
Nota: Na década de 80 há anos sem registo de ocorrências * Os povoamentos passam a incluir os matos e surge a área agrícola (coluna matos) Fonte: ICNF
Área ardida total (há) 1,600 0,300 7,200 2,800 1,300 152,300 1,750 6,380 7,300 4.250,761 2,910 1,289 0,780 0,040 1,541 0,072 0,860 2.730,573 1,100 9,876 5,975 147,296 1,993 1,993 0,630 1,867 4,605 0,653 0,203 1,053 1,760 225,234 7.573,993 10.342,000
venção Proteção e Socorro da GNR (GIPS/GNR)”, refere o presidente da câmara numa carta dirigida ao primeiro-ministro e aos ministros com a tutela da agricultura e ambiente. Para Paulo Batista Santos, “as circunstâncias de exceção registadas este ano ao nível dos incêndios, interpelam a todos na procura de medidas e ações que possam minimizar riscos futuros, em linha com as medidas já apresentadas no âmbito da reforma da florestas e contributos para a atualização do plano nacional de defesa da floresta contra incêndios”. Nesse âmbito, o autarca sugere ao governo propostas sobre o programa nacional de fogo controlado, com o “objetivo de mitigação dos incêndios, no âmbito da proteção dos recursos florestais e em resultado das dificuldades que identificamos na gestão preventiva da floresta”. O presidente da câmara considera urgente cumprir “as metas e atingir os objetivos preconizados no programa nacional de fogo controlado, garantindo a execução da área intervencionada definida para cada distrito”, e um objetivo prioritário, “a realização das redes de gestão de combustíveis e a sua manutenção, com recurso ao empenhamento do GIPS/ GNR e da FEB (Força Especial de Bombeiros), entidades que integram o sistema de defesa da floresta contra incêndios, o que reduz significativamente o custo da sua execução, favorecendo o uso eficaz dos recursos e potenciando o aumento da área executada por cada dia de operação, melhorando assim a utilização dos recursos públicos existentes”.
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Atualidade Batalha
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414 mil euros para proteção civil e floresta A câmara vai investir 414 mil euros na proteção civil e na floresta, de acordo com o orçamento aprovado para 2018, com destaque para a gestão dos espaços florestais através de ações de silvicultura preventiva em vias municipais (faixas de contenção), com uma verba disponível de 120 mil euros, seguindo-se a beneficiação e a manutenção da rede viária florestal. “A exemplo dos anos anteriores, a proteção civil e a floresta continuam a ser uma preocupação da câmara municipal, contando dar continuidade a ações de prevenção como o projeto “Prevenir Já”, uma ação inovadora em desenvolvimento no concelho”, explica o presidente do município. O projeto “Prevenir já” assenta na fiscalização de todas as áreas inseridas nas faixas secundárias de gestão de combustível, numa estratégia de patrulhamento de proximidade e na sen-
s registo
p A azinheira é característica do concelho
Campanha de reflorestação das áreas ardidas
p A autarquia defende o recurso ao fogo controlado sibilização das populações em colaboração com autarquias e comunidades locais, com o objetivo de prevenir a ocorrência de incêndios florestais. “Nesse âmbito está também previsto o apoio à formação em operações de fogo controlado, bem como a aquisição de kits/pontos
de água de apoio ao combate de primeira linha, para reforço de meios das juntas freguesia e a instalar junto das populações”, adianta a autarquia em comunicado, destacando, igualmente, “as operações de reflorestação e campanhas sensibilização e vigilância móvel, rubricas que conhecem um forte in-
vestimento para os próximos anos”. Os bombeiros da Batalha “contarão com o reforço de apoio ao funcionamento e investimento, para além do financiamento da equipa de intervenção permanente, no valor global de 145 mil euros”, refere o comunicado.
A câmara municipal, em conjunto com entidades do sector da hotelaria e restauração, está a promover até 31 de dezembro a campanha “Reflorescer Batalha”, que visa proceder à reflorestação das áreas ardidas nos incêndios de outubro nas freguesias de São Mamede e de Reguengo do Fetal. A ideia é adquirir árvores cujas espécies integram a flora característica da região, designadamente o carvalho, o sobreiro e a azinheira. A adesão à campanha é gratuita. No concelho há áreas protegidas como a Rede Natura 2000, um dos fatores que justifica “esta campanha, que pretende salvaguardar a preservação do ambiente e dos ecossistemas, bem como o desenvolvimento económico”, segundo a autarquia. “A implementação desta campanha, que conta com a colaboração de entidades privadas e da sociedade civil, assume-se como uma iniciativa de manifesto interesse, atendendo aos impactos negativos dos incêndios”, adianta em comunicado.
“Temos de ganhar o desafio da prevenção” A presidente da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira, reivindicou no dia 7 deste mês ao Governo um orçamento de um milhão de euros para o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, durante uma reunião com os elementos da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação da Assembleia da República. No encontro estiveram também os presidentes das câmaras de Alcobaça, Paulo Inácio; Batalha, Paulo Batista Santos; Pombal, Diogo Mateus, e o vereador da Câmara de Leiria, Ricardo Santos, que “deram a conhecer a dimensão das consequências dos incêndios
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de 15 de outubro nos respetivos municípios e alertaram para as situações que mais os preocupam nos seus territórios”. Para o autarca da Batalha, “o desafio principal que temos de ganhar para o futuro é o desafio da prevenção, do planeamento e da gestão da floresta, aspetos que não podem continuar subordinados a regras desajustadas, com a manifesta falta de empenho do estado e o generalizado esquecimento dos privados”. “Nada poderá ser como antes. Ao longo das últimas décadas, os investimentos na prevenção dos incêndios florestais foram descurados. Ficou agora claro para todos, com a enorme destruição provocada
pelos incêndios neste último Verão, todos somos necessários na prevenção e combate desta calamidade nacional que são os fogos florestais”, adianta Paulo Batista santos. O encontro contou com representantes da Associação Nacional de Municípios Portugueses, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e chefe da Divisão de Gestão Operacional e Fiscalização do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Centro do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
p Imagem de satélite mostra o pior ano de sempre em Portugal
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Distribuídos pelouros apenas pelos vereadores da maioria s Pelouros e vereadores
m Carlos Monteiro é o novo vice-presidente da autarquia batalhense. Três autarcas a tempo inteiro e um a meio tempo
O reeleito presidente da câmara municipal, Paulo Batista Santos, designou o mesmo número de vereadores com funções atribuídas do mandato anterior, três vereadores a tempo inteiro, mais um a meio tempo: Carlos Monteiro, Liliana Moniz e André Loureiro, todos a tempo inteiro, e Germano Pragosa a meio tempo, cabendo ao primeiro a vice-presidência da câmara. Aos vereadores da oposição, Horácio Francisco (CDS/PP) e Carlos Repolho (PS), não foram atribuídos quaisquer pelouros.
A delegação e subdelegação de competências, nas áreas de atuação municipal foram atribuídas da seguinte forma:
Presidente da câmara municipal – Paulo Batista Santos
p Paulo Batista Santos na sessão de tomada de posse “A exigência de novas competências associadas à governação local determina um maior envolvimento em funções de vereadores”, explica o executivo eleito para o mandato 2017/2021, que tomou posse no dia 16 de outubro. “No dia 01 de outubro foi eleito o novo executivo municipal, tendo a maioria sido
eleita com uma expressiva confiança dos eleitores, o que registamos como um novo estímulo para consolidar as apostas que assumimos na educação, na economia, na cultura, na inclusão social, na coesão territorial e, especialmente, nas pessoas”, afirma Paulo Batista Santos. “Tal como sempre disse-
mos, com afeto às pessoas, sobretudo àquelas que mais precisam, os eleitos têm o dever de cumprir o programa que apresentaram aos batalhenses, naturalmente conscientes que liderar o concelho da Batalha não é uma tarefa de um homem só, tem de ser um projeto coletivo e participado”, acrescenta o autarca.
Gira Batalha transportou mais de 8 mil passageiros Os dados do primeiro ano de funcionamento revelam que o Gira Batalha transportou 8.387 passageiros, sendo que 73%, ou seja, 6.143 utilizadores, recorreram à ligação Leiria-Batalha, por autoestrada (A19), revela o jornal Região de Leiria. “Neste primeiro ano, o serviço de transporte de e para Leiria conta com mais de meio milhar de passageiros, em média, por mês, revelando-se o mais popular. Em maio, registou um pico de 852 utentes”, adianta. No conjunto dos três serviços disponibilizados – ligação a Leiria, circuito urbano e transporte a pedido – diariamente são transportados, em média, 33 passageiros.
Administração geral e planeamento estratégico Recursos humanos (coadjuvado pelo vereador Carlos Monteiro) Desenvolvimento económico e emprego Ação social e saúde Obras municipais Obras particulares (coadjuvado pela vereadora Liliana Moniz) Seniores e habitação social Reforma organizacional Segurança e proteção civil Freguesias (coadjuvado pelo vereador Germano Pragosa)
Vice-presidente - Carlos Monteiro Educação e ação social escolar Setor empresarial local Contabilidade e finanças Auditoria e controlo de gestão Património e aprovisionamento Expediente geral e arquivo Loja do cidadão Modernização administrativa Candidaturas fundos estruturais
Vereadora Liliana Moniz Cultura Ambiente e qualidade de vida Turismo e museu Bibliotecas e arquivo histórico municipal Defesa do consumidor Mobilidade e transportes urbanos Reabilitação e valorização urbana Projeto Academia Sénior
Vereador André Loureiro Desporto e tempos livres Juventude e empreendedorismo Associativismo Casa da juventude Equipamentos desportivos, infraestruturas e edifícios municipais Informática e sistemas de informação Portal municipal
Vereador Germano Pragosa p O serviço começou em outubro de 2016 O serviço foi recentemente alargado ao transporte de utentes da piscina municipal e da Academia Sénior, uma que assegurou novas linhas de mobilidade
e transporte no concelho, designadamente na ligação de Reguengo do Fetal e São Mamede à vila. O Gira Batalha é um sistema de transporte público
que entrou em funcionamento em outubro do ano passado, resultado de uma parceria efetuada entre a Câmara da Batalha e a Rodoviária do Lis.
Obras correntes Armazém e oficinas Mercados e venda ambulante Parque de viaturas, transportes e logística Parques, jardins e cemitérios Toponímia, sinalética e trânsito Canil e gatil Iluminação pública e eficiência energética
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Opinião s A opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha
Até já Volvidos 28 anos, após o início da minha ligação direta à autarquia batalhense, é tempo de uma palavra de despedida. Foram quatro anos como vereador, mais quatro como vice-presidente, somando mais 16 como presidente e finalmente, adicionados mais quatro como presidente da assembleia municipal. Durante todos estes anos, em lugares de alguma sensibilidade, posso convictamente dizer que valeu a pena, o balanço é muito positivo e se retrocedesse 28 anos, para optar novamente, faria exatamente o mesmo. Lidei com muita gente de diversos extratos sociais e de outros tantos quadrantes políticos e atrevo-me a dizer que fiz muitos amigos, alguns dos quais, fica-
ram para a vida e um ou outro inimigo, como será normal nesta e em muitas atividades, particularmente quando alguns pensavam que estavam acima da lei e o resultado não foi o que ambicionavam. Ao longo dos 24 anos em que tive a meu cargo funções executivas, o concelho evoluiu muito e os indicadores económicos e sociais são claros nesta matéria, basta consultá-los. Não pretendo com isto reclamar louros, que não me são devidos, mas sim agradecer a um conjunto alargado de pessoas, porque sem elas os resultados seriam muito diferentes, para pior. Começo por aqueles que mais contribuíram para o sucesso obtido, concretamente os colaboradores da
câmara da Batalha e da Iserbatalha. É usual ouvirmos dizer mal dos funcionários públicos, mas neste caso concreto quem o fizer está a cometer uma tremenda injustiça. Em paralelo, coloco os meus vereadores. Todos eles, sempre corretos, empenhados e de uma lealdade e competência a toda a prova. Lealdade, que era reciproca, fator chave para qualquer equipa funcionar bem. Os indicadores atrás referidos, devem-se muito mais a eles do que a mim. Mas devido a esse excelente ambiente de trabalho que conseguimos implementar, à confiança e ao respeito mutuo, os projetos de elevado valor foram aparecendo, tais como a Pia do Urso, o museu, os projetos
da biblioteca, o centro de BTT, os apoios sociais inovadores, o baixo custo dos serviços prestados, o baixo nível de impostos locais, a musicoterapia, a zona desportiva, a unidade de cuidados continuados, etc. Aqui, quero realçar o importante papel da vereadora Cintia Silva e de Carlos Henriques, que trabalharam comigo e fizeram parte do ultimo executivo do atual presidente e que agora deixaram estas funções. Deixar para eles um voto de sucesso no regresso às suas funções profissionais, ela na área social e ele na educação. Continuo, agradecendo aos deputados municipais, aos presidentes e executivos de freguesia, aos presidentes e executivos dos
bombeiros, IPSS e coletividades, aos diretores e equipas do agrupamento de escolas, aos quais junto muitos elementos de departamentos do poder central e um realce especial à equipa da ADAE e da AMAE/ AMLEI. Por fim um agradecimento especial a todos os cidadãos do concelho, pela sua capacidade empreendedora, que muito contribuíram para que a minha gestão municipal tivesse sido muito facilitada. A gestão autárquica, pela responsabilidade inerente e pelos meios financeiros geridos, deve ser totalmente transparente, do conhecimento dos cidadãos e permanentemente auditada, por estes últimos, pela assembleia municipal e pe-
las entidades da tutela que têm essa responsabilidade, como é o caso da IGF – Inspeção Geral de Finanças. Neste caso também me congratulo pelo facto de a gestão de minha responsabilidade ter sido objeto de uma auditoria da IGF que decorreu entre abril e julho de 2013, abrangendo assim os meus mandatos até ao fim. Termino, como comecei. Até já.
s Noticias dos combatentes
Os “amigos” dos combatentes Em plena euforia do “25 de Abril” os militares eram os maiores! Tinham derrubado a ditadura; tinham acabado com uma guerra injusta em África, de mais de 13 anos, que provocara milhares de mortos e ainda mais feridos e estropiados e um número com stress pós traumático tão mais elevado, que, não só, até hoje, ainda não foi devidamente escrutinado, como também ainda continua a fazer vítimas. Mas não foram precisos nem dois anos para a euforia se esvair, quando os novos poderes, que rapidamente substituíram a ditadura, e que mais visavam defender os seus próprios interesses do que os de Portugal e da sua população, concluíram que, salvo raras exceções, afinal, os milita-
res, apesar de não terem a “sabedoria” dos políticos, não se deixavam manobrar nem instrumentalizar com a facilidade com que estes pretendiam. Começou então uma sub-reptícia e insidiosa campanha, devidamente orquestrada em muitos órgãos de comunicação social que, em pouco tempo e, no limite, conseguiu transformar os “heróis” em quase criminosos de guerra… Passaram-se quase duas décadas para os combatentes começarem a sair da sua letargia, e a compreender que apenas interesses obscuros os haviam feito vítimas duma tremenda injustiça. Daí que, com o passar do tempo, foram deixando de ter vergonha do seu passado de combatentes; incrementaram os encontros en-
tre si, estreitando cada vez mais os seus laços de camaradagem e mútua solidariedade, algo que, infelizmente, só quem viveu a guerra, parece saber o verdadeiro significado. Diga-se ainda, por ser verdade, que para essa abertura de espírito também bastante contribuiu alguma mudança de mentalidades na sociedade civil, em geral, incluindo em parte daqueles que os haviam ostracizado e daí hoje sentirem-se mais integrados nessa sociedade, embora muitos dos poderes sucessivamente instituídos nunca lhes tenham feito a justiça que mereciam e merecem. Do conjunto destes fatores, acrescido do indispensável apoio do poder local, resultou que, nos últimos 20 anos, o número de núcleos
de combatentes quase triplicou, geralmente sedeados em instalações cedidas pelas autarquias ou em que estas contribuíram para a sua aquisição; do mesmo modo que, no presente, se contarão pelos dedos de uma só mão, os municípios que, quer na sua sede concelhia, quer mesmo ao nível da maioria das suas freguesias e, em certos casos, até em aldeias, não tenham um monumento de homenagem aos seus “filhos”, que combateram, tanto na 1ª guerra mundial, como nas guerras do “ultramar”. Por acaso, a nossa Batalha, como sede do concelho, é uma dessas exceções, não só no que se refere às instalações do núcleo, mas também à não existência de qualquer monumento de homenagem aos seus mu-
nícipes, que combateram nas referidas guerras, mas estas são as tais exceções que confirmam as regras e como a esperança é a última coisa a morrer, pode ser que ainda um dia… E, por falarmos nas instalações do Núcleo da Batalha, virá a talhe de foice referir que alguns dos tais “amigos” dos combatentes de vez em quando ainda nos dão uma prova dessa velha “amizade”, como recentemente aconteceu connosco e essa prova foi tão “bonita” que não resistimos em divulgá-la. Perante a impossibilidade de, pelo menos a curto prazo, mudarmos das nossas mais que inadequadas instalações, vimo-nos na necessidade de, há escassos meses, nas mesmas, levar a cabo algumas obras, espe-
cialmente tendo em vista a sua segurança e, na oportunidade, aproveitámos para, ao menos, também lhes “lavarmos a cara”, identificando melhor o espaço, através da colagem, no exterior dos janelões e da porta, de 4 emblemas bem vistosos, em tamanho significativo e a cores, da Liga dos Combatentes. Pois não passou muito tempo para que um desses nossos “amigos”, pela calada da noite e fazendo o melhor aproveitamento do sítio ermo onde estamos, tivesse decidido “contemplar-nos” com a inutilização de um daqueles emblemas. Naturalmente que participámos a ocorrência às autoridades competentes, mas sabemos que estas não fazem milagres.
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Opinião Batalha
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s Fiscalidade
Principais medidas fiscais do OE 2018 em IRS O projeto de lei (nº100/ XIII) compreende um conjunto amplo de alterações dos vários códigos fiscais. Estamos perante um bom orçamento. Verifica-se uma descida do IRS para todos, ou seja, um alívio fiscal significativo para mais de 2.800.000 de Portugueses. Teremos uma maior justiça fiscal e uma recuperação de rendimentos de um número vastíssimo de Portugueses, beneficiando aqueles que têm rendimentos mais baixos. O orçamento propõe no Art.º 2.º - Subsídio de refeição. O valor do subsídio de refeição não sujeito a IRS é elevado para € 4,77 quando pago em numerário e € 7,63, quando atribuído em vale de refeição. Ainda, no Art.º 2.º - Delimitação negativa dos rendimentos da categoria A – Vales Educação,
deixam de beneficiar da exclusão de tributação em IRS os “Vales Educação” atribuídos pela entidade patronal aos seus colaboradores. No art.º 10.º - Mais-valias, prevê-se que, no caso de restituição ao património particular do sujeito passivo de imóvel habitacional afeto à obtenção de rendimentos prediais, o ganho decorrente da prévia afetação do imóvel à atividade empresarial só seja tributado quando o imóvel deixe de ter aquela afetação. No Art.º 18.º - Rendimentos obtidos em território português. Passam a considerar como rendimentos obtidos em território português as mais-valias resultantes da transmissão onerosa de partes de capital ou de direitos similares em sociedades ou outras entidades sem sede ou direção
efetiva em Portugal, quando, em qualquer momento durante os 365 dias anteriores à transmissão, o valor dessas partes de capital ou direitos resulte, direta ou indiretamente, em mais de 50%, de bens imóveis (ou direitos reais sobre bens imóveis) situados em território português, excetuando-se os imóveis afetos a uma atividade agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens imóveis. No Art.º 28. º no novo n.º 14, prevê-se alterações às regras de tributação do alojamento local. Os titulares de rendimentos de exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento podem, a cada ano, optar pela tributação de acordo com as regras estabelecidas para a categoria
F. Permite que a tributação destes rendimentos possa ser feita a 28%, ou seja, o sujeito passivo pode optar por tributar os rendimentos provenientes da exploração do alojamento local “autonomamente”, permitindo assim que estes rendimentos não provoquem uma eventual subida de escalão de tributação. No Art.º 31.º - Regime simplificado, deseja o governo que, da aplicação dos coeficientes previstos para a determinação do rendimento tributável no âmbito do regime simplificado da categoria B, não pode resultar um rendimento tributável menor do que o rendimento que seria obtido pela dedução ao rendimento bruto. Prevê-se a manutenção das taxas de solidariedade de 2,5% e 5%, para rendi-
mentos entre € 80.000,00 e € 250.000,00 e para rendimentos superiores a € 250.000,00, respetivamente. Confirma-se a eliminação da sobretaxa de IRS. Quanto ao mínimo de existência propõe-se o orçamento o alargamento do âmbito de aplicação do mínimo de existência aos rendimentos empresariais e profissionais decorrentes das atividades previstas na Tabela de Atividades mencionada no artigo 151.º do IRS, com exceção das previstas no Código 15 referente a “outros prestadores de serviços”, o mínimo de existência é fixado em 1,5 vezes o valor anual do Indexante de Apoios Sociais (IAS), não podendo da sua aplicação resultar um rendimento anual líquido de IRS do sujeito passivo inferior àquele valor € 8.847,70.
António Caseiro Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração
s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos
Vamos aos fados com Ana Moura Desconhece-se qual a origem do fado: há quem diga que teve origem no lundum, uma dança brasileira, outrem aponta-lhe uma raiz mais remota que vai aos tempos da mourama e aos bairros típicos de Lisboa, onde ficou preservado em becos e vielas. Seja como for, o fado há muito que deixou de ser olhado como um género musical menor. Nem é já a canção nacional, fatalmente pobre. Não obstante em 2011 ter sido elevado à categoria de Património Imaterial da Humanidade, ainda assim não pode ser considerado como a canção nacional. Isto porque não existe uma única canção portuguesa, mas diversos filões em que enraízam várias tradições, tão ricas quanto os cantos populares que vivem na alma portuguesa. Hoje assiste-se a uma mudança de rumo do fado, seja
a nível da poesia, seja em termos musicais. E estão a ser editados álbuns que constituem uma viragem, na medida em que depois deles mais nada ficará igual. Um desses discos é Desfado de Ana Moura. Longe vai a comparação, mas ainda assim dizemos que Ana Moura, tal como Amália, veio acrescentar novidade à tradição: Porque Amália, a cantadeira, teve a coragem de interpretar os maiores poetas portugueses, o que na altura raiou o escândalo; Ana Moura porque não se contentou com a tradição purista do fado. Ambas arriscaram as suas carreiras, mas ganharam. Alguns não gostam de Desfado. E não é para admirar. A própria capa do disco apresenta a fadista em vestido de alças, com cabelo curto e um sorriso aberto e luminoso. O fundo é azul e não negro, sem
qualquer gravura ou desenho. Depois, Ana Moura faz-se acompanhar por instrumentos pouco ortodoxos ou pelo menos estranhos ao fado. Desde logo a começar por uma bateria; e também por um baixo e teclados. Mas a suprema heresia foi ousar cantar dois temas em inglês, interpretando A Case of You, de Joni Mitchell e Dream of Fire, este ultimo com a participação de Herbie Hancock, o lendário pianista de jazz que fez parte do quinteto de Miles Davis. A isto não é alheio o fato de o disco ter sido gravado nos Estados Unidos, mais concretamente em Hollywood, e ter sido produzido por Larry Klein, o qual já trabalhou com Joni Mitchell e Herbie Hancock. Falámos em acrescentar novidade à tradição, o que não pode ser entendido como rutura, até porque o álbum anterior a Desfado,
intitulado Leva-me aos Fados, anunciava já uma mudança no trajeto da fadista, mudança reforçada pela colaboração com os Rolling Stones e resultante do convívio com o multifacetado e genial artista conhecido por Prince. Leva-me aos Fados dava pistas para o futuro em Não é um Fado Normal, escrito por Amélia Muge e tendo como convidados Yuri Daniel e os Gaiteiros de Lisboa. Apontava um novo caminho em que se entrecruzavam outras músicas, saindo do fado puro para abraçar as linguagens do jazz e da música tradicional portuguesa. Seguiu-se naturalmente Desfado que foi um estrondoso êxito de vendas e permaneceu no primeiro lugar de vendas durante muitas semanas. Também no estrangeiro, designadamente nos Estados Unidos, o público rendeu-se a Des-
fado, graças aos concertos que Ana Moura deu naquele país. E recebeu grandes elogios por parte da imprensa inglesa, tendo sido considerado em 2013 como disco do ano na categoria de música do mundo (World Music) pelo jornal inglês Sunday Times. Talvez para alguns Desfado não passe de um conjunto de canções cantadas por uma fadista e escritas por gente estranha ao fado, como Luísa Sobral ou Pedro Abrunhosa; talvez para outros se trate mesmo de um disco de fados. A discussão parece irrelevante face ao contributo que Desfado trouxe para a própria tradição fadista, pois atualmente não faltam exemplos de intérpretes que seguem rumo semelhante. Ainda que não seja um fado normal.
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Batalha Opinião
novembro 2017
Jornal da Batalha
s Crónicas do passado
Carta de Maputo Este mês recebi uma carta de Maputo, vinda de um correspondente do Jornal Noctívago. Pelo que me foi dado a saber, este jornalista atravessou dificuldades e presenciou um período catastrófico do recente conflito armado em Moçambique. Ao deixar-nos o seu testemunho espera alertar Portugal para o problema da introdução das crianças na vida militar. A carta está incompleta, mas caso os leitores tenham interesse publicarei o resto da mesma. “Ouço o vento rarefeito soprar entre as verdes folhagens húmidas e altas, num suspiro precoce da salvação que tarda em chegar a estes confins da Terra. O sono re-
siste a tudo nesta selva densa e profunda onde me encontro. As condições não são as mais favoráveis para descansar ou descontrair, o estado tenso e inquieto impera sobre as minhas reações mecânicas e instintivas. Sentado contra uma umbila, encosto a cabeça pesada no tronco da árvore, mas assaltam-me lembranças mórbidas e terrivelmente deprimentes aos olhos da Humanidade livre de onde venho. O clima escaldante e tropical atravessa a minha pele e adensa o ódio que carrego nos ombros, um sentimento desinteressante e mesquinho que nunca esperei alcançar. Ao menos posso pegar no meu caderno ama-
chucado e velho e na caneta preta e prateada, oferecida por quem em tempos joviais amei, e escrever estas linhas. Sinceramente, não sei quem terá interesse em ler tais desgraças, para quem já leu Tolstói ou Gogol, isto é mais do mesmo, mas sem a comédia à mistura, claro está. Como poderia sobreviver o meu sorriso num lugar onde já há muito fora roubado da face da esperança? Já se passaram cinco luas, desde que estou amarrado a esta umbila, tão preciosa para o povo moçambicano, só os meus braços estão soltos. Sei o que se estão a questionar, no entanto estes homens e crianças julgam que é completamente impossível eu desatar as cordas bem presas, justas aos meus rins sedentos por água. Sabem
que ganho a vida como jornalista, e almejam que da minha caneta gasta saia um artigo glorificador dos seus feitos de malvadez. Mal sabem eles que este diário ficará relegado ao esquecimento de uma gaveta poeirenta e deslocada de uma secretária qualquer, se for de pau-santo melhor, mas julgo que é o máximo que posso alcançar. Se alguém ler este caderno sujo e intrépido, é uma vitória portentosa. Se o afirmo é porque a minha letra não é das melhores, mas se os nossos historiadores descodificaram ao longo de séculos as primeiras escritas do Homem, entre a cuneiforme e a hieroglífica, algum iluminado irá compreender a minha caligráfica deplorável. As minhas ideias estão confusas e desordenadas,
num caos absoluto. O que vi e presenciei é mais do que sobra para entrar em choque, chorar, vilipendiar e, sobretudo, escrever um excelente artigo. Quem quero enganar? Nunca me libertarei deste inferno, sou refém das imagens que vislumbrei, sou uma morte que ainda raciocina e admira a degradação dos princípios e da consciência. Que Mundo é este? Não foram estas as promessas juradas no curso de Jornalismo. Durante uma cadeira, lecionada por um desses baluartes da comunicação, foram-me pronunciadas estas palavras estoicas “Só nós, o papel e a caneta, frente à imensidão de mentiras, combatemos a corrupção com a dura luz da verdade”. Nesse momento éramos equiparados ao herói moderno, o pu-
Francisco Oliveira Simões Historiador
pilo do conhecimento universal. Mas o que sabia essa sumidade acerca da realidade das crianças em Africa ou das guerras fratricidas entre povos irmãos? A resposta é clara.” Lourenço Marques Correspondente do Jornal Noctívago
s Espaço do Museu
“Ó Tia, dá Bolinho?” - Do Pão por Deus ao Halloween Neste espaço que nos é cedido gentilmente pelo Jornal da Batalha, entramos nos caminhos do património imaterial, pedindo o “Pão por Deus”. O apelo que se faz no dia de Todos os Santos, 1 de novembro, apresenta diversas variações pelo país, mais ou menos modernizadas. A tradição tem o seu mais antigo registo no século XV, com origem no ritual pagão de do culto dos mortos, de raízes milenares. Consta-se, todavia, que foi em 1756, um ano após o terramoto que destruiu
Lisboa a 1 de novembro de 1755, e que coincidiu com uma data religiosa, que a população aproveitou para desencadear um peditório, com a intenção de manter uma tradição que lembrava os seus mortos. As pessoas percorriam as ruas da capital, batendo às portas e pedindo uma qualquer esmola, mesmo que fosse pão, para matar a fome na cidade que tinha ficado ainda mais pobre devido à catástrofe do ano anterior. Pediam o “Pão por Deus”. Segundo José Travaços Santos, nos tempos da
fome, o Dia do Bolinho (ou do “Pão Por Deus” ou do “Santorinho”), era o dia das “crianças tirarem a barriga da miséria” e “em que se tratavam os vizinhos por tu e ninguém negava o bolinho”. Já nas décadas de 60 e 70 do séc. XX, a data passou a ter uma abordagem mais lúdica. O “peditório” resiste em algumas regiões do país e passou a ser feito pelas crianças que, hoje em dia, em vez de pão, dão preferência a guloseimas. As mesmas doçuras se cruzam com as “travessuras”
do Halloween, ou Dia das Bruxas (comemorado na véspera do Dia de Todos os Santos). Aponta-se que a origem das comemorações do Halloween tenha surgido entre o povo celta, através das festividades pagãs do fim do período de verão e início do inverno, aquando das festas de “Samhain”, celebradas pelos celtas durante a Idade Média, na Bretanha e na Irlanda. Cria-se que, nesta data, os espíritos dos mortos regressavam à Terra para visitar as suas casas e também poderiam surgir assombra-
ções para amaldiçoar animais e colheitas. Todos os símbolos utilizados pelos celtas eram utilizados para afastar os maus espíritos. Acontecia a 31 de outubro, uma vigília de preparação denominada “All Hallow’s Eve” (Véspera do católico Dia de Todos os Santos). A expressão evoluiu até à sua forma atual. São característicos desta tradição o uso de fantasias inspiradas em criaturas malignas e as abóboras decoradas com velas no interior (para afastar os espíritos maus). As crenças as-
sociadas a estes costumes – a imortalidade da alma, o purgatório e as orações pelos mortos – não se baseiam na bíblia. Tradições como estas fazem parte do nosso rico património imaterial que, no Museu, são investigadas e divulgadas. O MCCB está sempre recetivo aos contributos dos munícipes que possam enriquecer o conhecimento sobre os usos e costumes do concelho. MCCB (Museu da Comunidade
s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira
Dar espaço à natureza para se regular Chegou o outono e o frio, em breve as geadas. É tempo de frio e das culturas que o toleram. É tempo das plantações/sementeiras de inverno. Uma horta biológica também precisa de ser alimentada, mas sempre com o cuidado de ser com produtos naturais. Por cá, deixamos as ervas que arrancamos em baldes com água ou barricas e é com essa água, que tem os nutrientes das plantas, que regamos a horta.
Simples não acham? Uma horta biológica também deve ser pulverizada, mas sempre com produtos naturais. Sempre que tenho algum transtorno na horta, primeiro deixo a natureza reagir e só depois avanço. Há pouco tempo, tive uma infestação de uns pulgões nas couves, que as penicavam muito. Como quando semeio conto sempre com aquilo que gasto e com o que os animais selvagens precisam deixei-as andar.
Passados uns dias, não tinha nenhum bicharoco por lá. Com certeza apareceu o seu predador e deu conta da infestação de uma forma muito menos agressiva que eu o faria. Nem sempre precisamos de agir logo, devemos ficar atentos e dar espaço à natureza para se regular. No meu quintal tenho encontrado muitas moscas da fruta, que não é normal por esta altura. Têm umas asas mais triangulares e
são mais pequenas que as moscas normais. Pois bem, deduzo que esta alteração das temperaturas tenha influenciado a sua presença, nesta altura do ano, e é um lembrete para cuidarmos dos nossos citrinos. Uso colocar as armadilhas nas árvores, que podem ser feitas com garrafas de água às quais se fizeram pequenos furos e colocar lá dentro uma solução comercial, ou então, alguma fruta amadurecida. Há também quem
use água com restos de bacalhau demolhado. O importante é que atraía a mosca para o interior onde fica aprisionada. Se é das pessoas que no inverno não tem tempo para cuidar da horta, pode deixar terreno em pousio ou semear plantas que fazem adubação verde, como tremocilha, alfafa ou luzerna, entre outras. Hortícolas para semear e/ ou plantar ao ar livre: Acelgas, alfaces, alho francês,
agrião, brócolos, cebolas, cenouras, coentros, Couves várias, couve-rábano, espinafres, espargos, favas, mostardas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, salsa. Jardim, semear e/ou plantar: amores-perfeitos, margaridas, açucenas, cíclames, narcisos, crisântemos, jacintos e tulipas. Na horta posso cultivar bons alimentos e bons sentimentos! Boas colheitas.
Jornal da Batalha
Atualidade Batalha
novembro 2017
Quiosque da Batalha vendeu raspadinha com 20 mil euros
p José Guerra junto ao seu quiosque na vila
m Intitulada “Presentes de Natal”, contemplou um apostador da vila, que gastou apenas dois euros
O Quiosque da Batalha, situado no centro da vila, vendeu no dia 7 deste mês uma raspadinha, intitulada “Presentes de Natal”, premiada com 20 mil euros e que contemplou um apostador da Batalha. A raspadinha era a primeira de uma nova série dedicada ao Natal, custa dois euros e o apostador, que reside na vila, não deseja ser
HERCULANO REIS SOLICITADOR
identificado. Foi o maior prémio vendido no quiosque de José Guerra. “É nova e foi no primeiro bloco que abri que saiu este prémio. Logo o prémio máximo. Foi muito bom”, declarou o proprietário do Quiosque da Batalha. O premiado “ficou todo satisfeito. Há aquelas pessoas que se manifestam assim mais ativas, mas ele não”, acrescentou. O apostador quando raspou não se apercebeu do prémio. O dono do quiosque pediu-lhe a raspadinha, raspou o código de segurança e passou-o na máquina. Nessa altura apareceu a mensagem de que a raspadinha tinha prémio e que o premiado devia contactar a Santa Casa da Misericórdia, o primeiro sinal de que o prémio seria elevado. Quando proprietário do quiosque percebeu que era o prémio máximo, devolveu de imediato a raspadinha ao cliente. O Quiosque da Batalha tem 31 anos e vende jogos da Santa Casa da Misericórdia há nove anos. “Foi muito bom. Há muito tempo que não dávamos um prémio grande. Já temos dado mil, cinco mil euros, agora um máximo como este não”, conta José Guerra. Ainda no dia sete deste mês vendeu outro bom prémio, de 500 euros, de outro tipo de raspadinha, que custa cinco euros.
Rancho Rosas do Lena lança disco inédito
p O Rosas do Lena tem participado em dezenas de festivais internacionais O próximo disco do Rancho Rosas do Lena, que deverá estar pronto em fevereiro de 2018, a tempo de assinalar os 55 anos do grupo da Rebolaria, Batalha, regista, ao que sabe pela primeira vez, os cânticos religiosos da Quaresma e rimances (curtos poemas épicos cantados). O grupo encontra-se a ensaiar, preparando a ses-
são de gravação, que acontecerá no final deste mês, na Casa da Cultural, na Rebolaria. Além de duas modas que não constavam nos trabalhos anteriores, o rancho vai também gravar os rimances “Donde vens tu, ó Carminda?” e “Quando eu era serrador” e os cânticos religiosos “Bom Jesus do Calvário”,
“Exppositório das Almas” e “A Encamisada - Loas a Santo António”. Este cântico faz parte da tradição que inclui um desfile noturno (de 12 para 13 de junho), no decurso do qual dois rapazes pré-adolescentes, envergando trajos de anjo e montando burros brancos, lançam louvores ao padroeiro da Rebolaria.
1º Black Friday na área da ACILIS A Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós (ACILIS) pretende promover, a 24 deste mês, o 1º Black Friday nas três sedes de concelho. “Esta data tem ganho mais expressão em Portugal no últimos anos, pelo que iniciativa tem como objetivo dinamizar o comércio das três localidades”, refere a ACILIS. Para aquela sexta-feira “estão previstos grandes descontos feitos pelos comerciantes durante todo o dia e até às 23h00”.
Todo o concelho. Toda a informação
Assinaturas
Rua Infante D. Fernando, Lote 3, 1ºA
10 euros (Portugal) | 20 euros (Europa) | 30 euros (resto do mundo)
2440 BATALHA - Tel. 244 767 971
Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B, Apartado 81, 2440-901 Batalha
info@jornaldabatalha.pt
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. Tel.
244 767 583
p A iniciativa está prevista para dia 24
Comercialização e Reciclagem de Consumíveis informáticos Com a garantia dos produtos O.C.P. gmbh Rua de Leiria · Cividade · Golpilheira 2440-231 BATALHA Telef.:/Fax: 244 767 839 · Telem.: 919 640 326
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Jornal da Batalha
Património D. Duarte I, Príncipe da Ínclita Geração (II) Antes de falar sobre D. Duarte I, vem a propósito dos acontecimentos da Catalunha lembrar o seu sobrinho, filho do Infante D. Pedro (o Regente) e de D. Isabel de Urgel, que durante três anos reinou naquela hoje região espanhola. Trata-se do Condestável D. Pedro, sobre cuja figura gostaria de me debruçar oportunamente, homem de notável saber e consagrado poeta e escritor ou não fosse ele membro da família de Avis. Nascido em 1429 veio a falecer prematuramente em Junho de 1466 no exercício do seu alto cargo. Creio que é um facto desconhecido da maioria dos portugueses. Foi, então, sepultado na Igreja de Santa Maria Maior de Barcelona. Como os leitores sabem, o Regente D. Pedro e a mulher, D. Isabel de Urgel, estão sepultados na Capela do Fundador no nosso Mosteiro. Como disse no apontamento do mês de Outubro, D. Duarte nasceu na cidade de Viseu em 31 de Outubro de 1391. Julgo que o nascimento dos príncipes em diversos municípios do País obedeceria a uma inteligente política de lhes espalhar as raízes por todo o reino, dotando-os com uma visão mais clara, que o afecto à terra natal reforçaria, do povo e do território que
iriam servir. É no reinado de D. Duarte, curto reinado de apenas 5 anos (1433 a 1438), que se dá forma à “Lei Mental” e que se continua a coligir as leis que hão-de constituir as “Ordenações Afonsinas”, tudo no sentido de dotar o País com uma legislação adequada à evolução dos tempos e à governação. Na primeira colectânea sobressaem as providências de ordem económica, sobretudo as que tendem a limitar os gastos da casa real e os das casas nobres. Para exemplo que sirva à nobreza, restringem-se as despesas com o próprio vestuário a determinada quantia anual bastante inferior à que até ali era usual entre os poderosos. Com D. Duarte prosseguiu o esforço dos Descobrimentos, cujas causas e consequências ainda não estão devidamente escalpelizadas, estudadas e divulgadas. Os Descobrimentos, não o podemos esquecer sem trair a História e a memória dos nossos antepassados, foram essenciais para a realização do Povo Português, fortalecimento da sua independência, construção duma consciência colectiva e de um espírito de missão, ingredientes indispensáveis à inovação e ao progresso, que o levaram a alterar a or-
dem mundial e a promover o conhecimento dos dois hemisférios, até ali praticamente pouco ou nada sabendo um do outro, a alterar a geografia e a aumentar consideravelmente a ciência da navegação e dos astros. Príncipe extremamente culto, como o eram todos os membros da Ínclita Geração, conhecendo em profundidade as obras de Santo Agostinho, de S. Tomás de Aquino, de S. Isidoro de Sevilha, de Platão, de Aristóteles, de Cícero, de Séneca, de diversos autores árabes e de muitos autores medievais, ele próprio cultivou com brilhantismo e originalidade as Letras, escrevendo duas obras imorredoiras: “Leal Conselheiro” e “Livro da Ensinança de Bem Cavalgar toda Sela”. Como escreveu o Professor Doutor Joaquim de Carvalho (“História de Portugal” (“Barcelos, IV”): “Jamais em Língua Portuguesa, alguém, como D. Duarte, levou tão longe a análise do conhecimento emocional e surpreendeu com tanta subtileza a essência dos sentimentos, distinguindo-se da massa confusa da vida afectiva (…) as suas observações sobre a sanha ou a ira, ódio, malquerença, enfadamento, tristeza, nojo, pesar, desprazer, aborrecimento e saudade, conser-
vam o valor quase modelar da actualidade, porque trocou a autoridade livresca pela observação e vivência pessoal, isto é, fê-las considerando os seus sentidos e os dos outros (…)”. D. Duarte organizou a primeira livraria da corte, que enriqueceu com inúmeras obras estrangeiras, e encarregou Fernão Lopes de escrever as “histórias dos reis que antigamente foram”. É, ainda, D. Duarte, homem de sensibilidade e de cultura, que reconhece todo o valor do nosso primeiro historiador, atribuindo-lhe uma tença anual e nobilitando-o. Cerca de 1434, Fernão Lopes é feito “vassalo de el-Rei”. D. Duarte, bem como sua mulher D. Leonor de Aragão, estiveram largos séculos sepultados na Capela Mor do Mosteiro de Santa Maria da Vitória em túmulo de pedra calcária, o mesmo que ora está nas Capelas Imperfeitas, em que, é o termo, se encaixou o altar de madeira e respectivo retábulo, talvez do século XVII, rodeando-o lateralmente de escadas também de calcário para acesso ao altar. Por altura da trasladação da Igreja conventual para as Capelas Imperfeitas o túmulo foi aberto em 10 de Julho de 1940, na presença do arquitecto Baltazar de Castro, que era director dos Monu-
s Casa da Madalena
Peça a peça, o Museu Etnográfico da Alta Estremadura Com passagem pela divisão onde se encontram as miniaturas etnográficas, espólio que está a aumentar constantemente, chega-se àquela onde se instalou uma sala de aulas da escola das primeiras letras (a escola primária). Todo o material pertencia às escolas da Vila e da Rebolaria e reporta-se à primeira metade do século XX. Algum já esteve exposto, em exposição temporária, no Museu da Comunidade Concelhia
da Batalha. Carteiras, a secretária do professor, o globo, o quadro, as pedras (ardósias onde se escrevia com ponteiros), os tinteiros, o ábaco, a caixa métrica, cadernos e livros daquela época já recuada, os mapas de Portugal, do Mundo e das antigas Possessões Ultramarinas e as bandeiras da Mocidade Portuguesa e das Escolas da Batalha, entre outros objectos próprios dos anos 30, 40 e 50. À esquerda, prote-
gida por um painel de vidro, vê-se uma das paredes sem reboco, neste caso parede de tijoleira, o que constitui uma das originalidades do Museu Etnográfico. Para além da parede de pedra e cal do corpo do edifício, vêem-se nas divisórias interiores paredes de tabique e de carrisca (casca de pinheiro), protegidas igualmente por painéis de vidro. A parede de carrisca era construída com fasquias de madeira entre as
quais se colocava uma argamassa feita de saibro, cal e azeite, que envolvia pedaços de casca de pinheiro. As fasquias destas paredes estão mais espaçadas do que as de tabique. A um canto, que a fotografia não pôde abranger, desta sala de aulas, evoca-se a cantina escolar da Batalha, financiada pelo Comendador Pereira de Queirós, expondo-se a louça, as toalhas e os guardanapos que eram então J.T.S. utilizados
mentos Nacionais, de meu pai, João Travassos Mendonça Santos, que era presidente da Câmara Municipal da Batalha e conservador do Registo Civil, e do Dr. José Pereira Gens, delegado de Saúde e presidente da Comissão Concelhia da União Nacional. Garoto de 9 anos, consegui esgueirar-me até ao local e espreitar as ossadas meias-desfeitas das duas figuras reais. Do auto de abertura do túmulo já fiz referência nos meus apontamentos. A fotografia, um postal editado pela casa Alfredo Barros, o mais antigo estabelecimento comercial da nossa Vila, mostra a sepultura real na capela mor. É
a ilustração do apontamento deste mês. Os Condes de Urgel, de que descendia a D. Isabel, mulher do Infante D. Pedro (o Regente ou o das Sete Partidas) e mãe do Condestável D. Pedro que reinou durante três anos na Catalunha, eram opositores dos Reis de Aragão, de que descendia D. Leonor, mulher de el-Rei D. Duarte, e isso viria a reflectir-se no que se passou em Portugal após a morte de D. Duarte. É outra história a contar oportunamente. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (176)
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Desporto
São Silvestre enche ruas da vila com corredores e caminhantes m As inscrições estão abertas, até 12 de dezembro, em www. lap2go.com e são limitadas a 1000 atletas e 300 participantes na caminhada O Atlético Clube da Batalha (ACB), com o apoio da câmara municipal, leva a efeito no dia 16 de dezembro a 5ª edição da Prova São Silvestre da Batalha, que tem como padrinhos Paulo Guerra e Susana Feitor e na qual devem participar mais de 650 desportistas. A corrida tem uma distância de 10 quilómetros, numa volta única, com partida na rua Dona Filipa de Lencastre e chegada na rua
Nossa Senhora do Caminho, junto ao mosteiro. A caminhada, por seu lado, tem a extensão aproximada de seis quilómetros com partida e chegada na rua Nossa Senhora do Caminho, com início ás 17h10, em percurso comum à corrida, pouco depois do início da competição sénior. As inscrições estão abertas, até 12 de dezembro, em WWW.lap2go.com e são limitadas a mil atletas e 300 participantes na caminhada, e o preço vai aumentando com o aproximar da iniciativa: prova de 10 quilómetros, até 30 novembro nove euros (os atletas federados da associação de Leiria pagam 7,50 euros), e depois até 12 de dezembro 10 euros. O secretariado das provas estará localizado da Rua
p As inscrições estão limitadas a mil atletas Nossa Senhora do Caminho, das 12h00 às 16h00, e encerará uma hora antes do início da competição. Quanto à São Silvestre Jovem – cujas provas começam às 15 horas - as inscrições são gratuitas e devem ser efetuadas em WWW.lap2go.com até 12 de dezembro. As ins-
5º Passeio de BTT, “O Natal na Batalha tem mais brilho” A Associação Batalha Bikeres promove no dia 17 de dezembro, em parceria com a câmara municipal, o 5º Passeio de BTT, “O Natal na Batalha tem mais brilho”, com o objetivo de levar um gesto de solidariedade às famílias mais necessitadas do concelho. “Em conjunto com várias entidades e pessoas queremos recolher muita roupa, bens alimentares e brinquedos para serem entregues na Loja social da Batalha e assim conseguimos em conjunto fazer sorrir aquelas famílias e as crianças que mais precisam”, explica a organização do passeio. A inscrição, limitada a 250 participantes, é solidária: bens alimentares, roupas criança e adultos e brin-
crições para a caminhada, de seis quilómetros, fazem-se no mesmo site e até igual
data e custam cinco euros. A organização não entrega prémios monetários,
Combustíveis Aberto das 7 às 21 horas, exceto domingos e feriados das 8 h às 20 horas
mas atribui um troféu aos três primeiros classificados da geral e aos três primeiros de cada escalão. As classificações serão obtidas através de cronometragem eletrónica. Para esse fim, os participantes terão de colocar o chip numa das sapatilhas, e não contemplarão participantes com tempo oficial superior a 1h30, tempo limite para conclusão do evento. A organização, em colaboração com a câmara e a GNR, limitarão o trânsito rodoviário durante a prova, em todo o seu percurso.
Armazém • 2ª Feira das 8:30 horas às 19:00 horas (sem interrupção para o almoço)
• 3ª Feira a 6ª Feira das 8:30 horas às 13:00 horas – 14:30 horas às 19:00 horas • Sábado das 8:30 horas às 13:00 horas
p A prova começa junto ao pavilhão multiusos quedos. E o passeio de BTT está desenhado para todas as idades e níveis de andamento. O secretariado, no pavilhão multiusos da vila, abre às 8 horas, estando o início do passeio marcado para uma hora depois. Um circuito é de 18 quilómetros de dificuldade fácil e o ou-
tro é de 30 quilómetros de dificuldade média. Às 11 horas há uma aula grátis de zumba pelo Instituto Gonça Rodrigues. Há almoço com porco no espeto e sopa a preços low cost. As Inscrições fazem-se no Facebook da associação ou em https://goo.gl/forms/ afpDIoulN3etyfJH2
Rua do Moinho da Vila nº 2, 2440-105 BATALHA Telefone: 244 765 112 - Fax: 244 767 370