JORNAL DA BATALHA JANEIRO 2018

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PS nega ‘Ana’ derruba compromisso palmeira símbolo sobre posto médico do Reguengo

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Combate à poluição dos porcos em suspenso

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXV Nº 330 | JANEIRO DE 2018 | PORTE PAGO

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Proteção causa polémica

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Jornal da Batalha

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s Pestanas que falam

Espaço Público

Joana Magalhães

s Baú da Memória Por José Travaços Santos

O Chafariz da Vila Durante algum tempo ainda tive esperança que o nosso chafariz fosse reinstalado na proximidade do local onde esteve de finais do século XIX aos anos 60 do século XX. Era um pequeno mas expressivo monumento que se enquadrava perfeitamente na nobreza daquele espaço, frente ao Mosteiro, e como este era feito da mesma pedra, o calcário, espelhava o mesmo estilo por obra da classe profissional distintiva da Batalha, a dos canteiros, que se esmerara a esculpi-lo. E era, também, uma significativa memória da Vila. Colocado primeiro com uma forma angular foi, já nos finais dos anos 30 ou princípios dois anos 40, espalmado, ficando com o aspecto que tinha quando esta fotografia foi tirada por fotógrafos france-

ses, fotografia que foi posta à minha disposição pela amabilidade do conterrâneo e amigo Alfredo José Saldanha Barros, possuidor duma das maiores colecções de fotografias, publicações e de diversos objectos alusivos ao Mosteiro e à Batalha. Sendo o chafariz durante décadas o único fornecedor de água potável à povoação era diário o corrupio das esforçadas (e sacrificadas) transportadoras de cântaros para uso próprio ou serviço, importante e indispensável, de abastecimento às casas da Vila. Não na pia que vê com as duas belas carrancas mas noutra maior que havia em frente e mais abaixo, destinada a dessedentar o gado, era curioso ver, mesmo nas manhãs de Inverno, quem ali vinha lavar-se, muitas

vezes tendo de quebrar a película gelada que cobria a água. Que me dizem os leitores sobre a possibilidade de, por ali, se reconstruir o chafariz? Pelo menos canteiros,

artistas de comprovada qualidade, ainda existem e vários foram alunos da inesquecível Escola de Canteiros batalhense.

365 novas páginas em branco “Ano novo, vida nova”. Afinal, qual é o real significado deste velho provérbio quando o ano no calendário passa de 2017 para 2018? São os amigos que mudam, é a família, o trabalho, a rotina ou alteram-se simplesmente os nossos objetivos? Não, não é nada disso. “Ano novo, vida nova” é apenas motivação. É olhar para os dias em frente e pensar que são 365 novas páginas em branco que podemos escrever da maneira que quisermos, julgando que todas as 365 páginas que ficaram escritas para trás não influenciam em nada. Um novo ano é apenas uma nova motivação. Como que uma lufada de ar fresco que nos faz inscrever no ginásio, comer comida saudável, empenharmo-nos mais no trabalho, dizer à família e ao namorado o quanto gostamos deles e ir mais vezes beber uns copos com os amigos. Isto, pelo menos até ao final de janeiro.

Em fevereiro tudo muda. A motivação já lá vai, a rotina já voltou, os objetivos foram esquecidos e tudo regressou à “normalidade”. Neste novo ano posso realmente dizer que muita coisa mudou. No dia 1 de janeiro regressei a casa dos meus pais. As malas ocupavam a entrada de casa no primeiro dia de 2018. Suponho que isso também simbolize o “ano novo, vida nova”, talvez até seja a representação mais próxima do seu verdadeiro significado. 2017 foi um ano de muitas conquistas: uma licenciatura e o meu primeiro emprego. 2018 deverá ser um ano de muitas mais concretizações. Pelo menos por enquanto, que ainda estamos em janeiro e a motivação está ao rubro. Depois disso, passa a valer a resposta tão portuguesa: logo se vê.

s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

As invasões dos gaiteiros Os Gaiteiros de Lisboa constituem excelente exemplo do que deve ser um grupo de música popular portuguesa, porque, na nossa opinião, encontramos nele três aspetos distintos que o definem: autenticidade e variedade na recolha, criatividade ou originalidade, virtuosismo na interpretação. Ao nível da recolha, porque os Gaiteiros percorrem o país de lés a lés, de Trás-os-Montes ao Alentejo, do Ribatejo à Beira Baixa, permanecendo fiéis à tradição e captando o imaginário popular, repleto de lengalengas, devotos, Judas, diabos, falsos cegos, moinhos enfeitiçados, trângulos mângulos, sem esquecer cantos de trabalho, preces ao meni-

no Jesus, Romarias a Ermidas. Os Gaiteiros dizem que são de Lisboa, mas podiam ser simplesmente os Gaiteiros, pois na realidade têm as suas raízes em Portugal. Ao nível da criatividade ou originalidade, porque as gaitas de foles não passam de um pretexto para divulgar o imenso património musical do país e, em simultâneo, reinventar essa música, com instrumentos alguns deles criados pelos próprios músicos. Há, portanto, uma interpretação nova do material recolhido, onde pontificam os instrumentos de sopro, as vozes e os coros, sem omitir obviamente as percussões. Por último, o virtuosismo da interpretação com mo-

mentos primorosos, quando todo o conjunto, instrumentos, vozes e coros dão um novo brilho à tradição, por vezes com sarcasmo e até sentido de humor. Estas três vertentes fundamentais estão presentes no trabalho de estreia do grupo, intitulado Invasões Bárbaras, datado de 1995, o qual reflete o trajeto dos seus músicos antes de integrarem os Gaiteiros de Lisboa, com especial destaque para a influência que a Sétima Legião teve na génese do projeto. E de bárbaras estas invasões talvez só tenham o nome, dado que antes deveriam chamar-se invasões de civilização: pois haverá algo de mais civilizado do que o património cultural

de um povo, as manifestações da sua vida espiritual ou o manancial que reside nos seus hábitos e vida quotidiana, como são os seus cantares de festa e de trabalho? Mas mesmo o bárbaro, segundo Lévi-Strauss, será movido por um desejo de compreender a natureza e a sociedade em que vive. Pelo que o que demarcará o homem culto do mero selvagem é que o primeiro prima de algum modo pela originalidade e cria um património próprio, enquanto que o segundo se dedica apenas à rapina ou ao mero consumo, devastando o que a natureza lhe oferece. O património está aí para o defendermos e protegermos. Mas será um patrimó-

nio morto se não o conhecermos. É preciso beber na fonte da sua origem, e o melhor é que nunca se fique saciado. Assim poderá acrescentar-se alguma coisa que a maturidade do tempo lhe empresta, num tempo onde os tempos se voltam a encontrar, reunindo tradições aparentemente distintas, e no entanto tão próximas, como seja um Fandango e um canto da Beira Baixa, como os Gaiteiros o fazem em Fandango/Ai por Cima, ou nos temas O Menino está na Neve e Se Eu Soubesse Que Voando, onde há uma reinterpretação destes temas tradicionais. Agora que edita-se um álbum que reúne o que de mais significativo os Gai-

teiros fizeram ao longo dos seus vinte e dois anos de existência, numa compilação que recebe precisamente o nome de A História, propicia-se a altura de conhecer a obra deste coletivo, mas também o património musical que eles próprios ajudaram a divulgar, na linha do trabalho que foi desenvolvido por Michel Giacometti e Lopes-Graça. Boa música e melhor ano de 2018.


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s Crónicas do passado

Batalha Símbolo de Portugal - Faça-se erguer aqui nesta terra um mosteiro dedicado a Nossa Senhora da Vitória, padroeira da Ordem de Avis – com estas palavras o Rei Dom João I selava o destino da tão antiga e nobre Vila da Batalha. Após a portentosa vitória portuguesa na Batalha Real, ou de Aljubarrota, a Batalha ficaria para sempre nas bocas do Mundo. Hoje o Mosteiro é Panteão Nacional, mas até chegarmos a este marco histórico a Vila passou por muito, gozando sempre da atenção e respeito da família real. Tantas lendas encimam as armas que arvoram o

nosso escudo. A mais famosa foi escrita por Alexandre Herculano, A Lenda da Abóbada. Dom Manuel I daria o Foral à Vila da Batalha no dia 18 de Março de 1500, o mesmo ano da descoberta do Brasil. A viagem à Batalha feita pelos príncipes e futuros reis Dom José I e Dom Pedro III, mostraria que a Vila sempre foi um local de passagem e reverência entre as figuras mais proeminentes da nossa História secular. - Já vejo as torres do Mosteiro – dizia Dom José do alto da sua montada, apontando para o horizonte.

- Passaram-se quase quatro séculos e o legado do nosso ilustre avô mantem-se tão vivo como outrora – respondia Dom Pedro ao mirar a obra de tantos geniais arquitectos, de Afonso Domingues a Fernão de Évora. Ao visitarem o monumento, sob a égide da Ordem Dominicana, sentiram a grandeza e imponência dos estilos gótico, manuelino e renascentista. O dia estava a escurecer naquela primavera de 6 de maio de 1744. Teriam que pernoitar pela Vila, mas isso não seria um problema para Suas Altezas. Aquando do seu

encontro com o Alcaide de Leiria foi-lhes dito que seriam recebidos com pompa e circunstância na Quinta do Fidalgo, casa da sua família, os Barba Alardo. Manuel Correia de Mesquita Barba, cavaleiro da Ordem de Cristo e Provedor da Comarca de Lamego, receberia os infantes com uma ceia faustosa e dar-lhes-ia hospedagem. Como nos dá conta a inscrição na porta do solar. A Batalha sempre soube acolher bem e condignamente todos os que a visitam, sejam eles reis ou poetas. A alma hospitaleira é assinalável com a chegada

de todos os turistas, que vislumbram pela primeira vez a Vila que sempre nos enche de orgulho. O Governo do Presidente Bernardino Machado escolheria o Mosteiro da Batalha para sepultar o soldado desconhecido, representante de todas as perdas portuguesas nos campos de batalha da Flandres, durante o decurso da I Guerra Mundial. A Batalha é mais do que um simples local onde repousa um imponente e único mosteiro, é um símbolo do país e dos que deram, e continuam a dar, a vida por ele. Muitos perguntam

Francisco Oliveira Simões Historiador

como é possível esta terra dar tantos poetas, pintores e escultores ao Mundo, quando somos tão poucos. Não se consegue explicar este feito, mas talvez seja porque há séculos que aprendemos a estar em desvantagem.

s A opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

Lei do financiamento dos partidos políticos A alteração à lei do financiamento dos partidos políticos, recentemente vetada pelo Presidente da Republica, foi o tema político mais debatido, fora do parlamento, pela piores razões, no final do passado ano de 2017. Porquê? Essencialmente por ter sido tratada, negociada e aprovada na penumbra de uma noite de nevoeiro, nas catacumbas da Assembleia da Republica, ou seja, sem qualquer debate público e completamente à revelia dos cidadãos. Tenho dito e mantenho, porque continua atual, que os partidos políticos vão dando tiros nos pés, com alguma frequência, e por essa razão vão afastando os cidadãos do seu seio e das urnas. Tanto assim é que o debate sobre o voto obrigatório está outra vez em cima da mesa. Repito que os partidos não devem ser vistos como

associações de malfeitores, mas que muitas vezes tomam atitudes que levam o cidadão a considerá-los quase como tal. E isto é péssimo para a democracia. De todos os modelos que conhecemos, este é o menos mau, mas precisa de muitos ajustamentos, correções e acima de tudo, de muito bom senso e aproximação à sociedade, por parte dos seus dirigentes e filiados. Os cidadãos começam a olhar para os partidos e para as suas estruturas locais, não como os garante da democracia, mas muito mais como um grupo de amigos, ou inimigos, que se juntam apenas para a salvaguarda de interesses comuns e muito menos para a defesa e a potenciação dos interesses da comunidade. Estas e outras razões, levaram a que eu próprio nunca me tenha filiado em qualquer partido.

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 1444) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira e João Vilhena;

Se a sociedade considera que os partidos são importantes para a democracia, logicamente considerará também que os ditos, necessitam de financiamento para levarem a sua função a bom porto. Então, porque razão a questão do financiamento não é discutida à luz do dia, envolvendo a sociedade num debate publico alargado? O que é que te teme? De que se tem medo? Será que se tem medo do que a sociedade pense da dedução do IVA de uma garrafa de uma qualquer bebida branca que o partido adquira para um qualquer evento? Haverá certamente aqui razões para ter medo do que os cidadãos pensam disto. Então tenta-se esconder. Mas nos tempos que correm, não é boa solução. Ou queremos ou não queremos partidos. Acho que devemos continuar a querer. Com atitudes bem dife-

António Caseiro, António Lucas, Célia Ferreira, comendador José Batista de Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

rentes e mais transparentes e com um muito maior envolvimento dos cidadãos. Assim sendo, deverão ter condições financeiras para desenvolver as suas atividades. Condições claras, objetivas, transparentes e facilmente auditáveis por quem de direito. Tão simples como isto. Será que é assim tão difícil fazer uma lei que responda a estes pressupostos? Será que não é mais fácil fazer essa lei ás claras, à luz do dia? Mais uma vez, tal como dizia antes, os partidos puseram-se a jeito, para que os cidadãos desconfiem das suas atividades e das pessoas que os governam. Isto, é o pior serviço que podem prestar à democracia. Aprendam rapidamente com os erros, que são muitos, e invertam o caminho, até porque a democracia e os cidadãos poderão começar a pensar que não preci-

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

sam destes partidos. E aí??? Uma segunda nota para abordar muito sumariamente um tema muito atual na política concelhia, concretamente o muro frontal ao mosteiro. Lancei a ideia de uma intervenção para minimização dos impactos da circulação no IC2 para o monumento, algures em 2010/2011, depois de muitas diligências junto do governo e da IP – antiga Estradas de Portugal e da constatação que não iriam mexer nas portagens da A19. A minha solução e da minha equipa, passaria pela eliminação de uma das três vias existentes, utilizando-a para a instalação de uma cortina arbórea, que minimizasse o impacto dos gases no monumento. No respeitante às vibrações, existia a expectativa de que os camiões pesados devido à maior dificuldade de circulação passassem a circular

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA Rua Comissão de Iniciativa, 2-A, Torre Brasil, Escritório 312 - 3º Andar, Apartado 3131 - 2410-098 Leiria Telef.: 244 819 950 - Fax 244 812 895

na A19 e com esse aumento de tráfego, talvez fosse possível levar o governo e a IP a reduzirem o valor das portagens para os pesados. Obviamente estas ideias teriam que ser sustentadas em projetos técnicos credíveis. O investimento teria que ser suportado pela autarquia, pela IP e pelo Ministério da Cultura, e nunca exclusivamente pela autarquia e pela sua cota de fundos comunitários. Agora que a obra está em curso, será mais avisado aguardar pelo resultado final. Bom ano de 2018 para todos.

Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo. O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


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Barreira acústica para proteger mosteiro lança discussão pública A Câmara da Batalha “entende as preocupações suscitadas” pela população em relação à construção em curso da barreira acústica de proteção do mosteiro, mas reafirma, num comunicado divulgado no dia 5 deste mês, que “constitui um passo fundamental para a proteção, salvaguarda e preservação do monumento património da humanidade. Os protestos públicos, sobretudo nas redes sociais, “face ao aspeto dos trabalhos presentemente” obrigaram o município a esclarecer que integram uma “intervenção ambiental alargada” na frente do mosteiro, que “representa um passo fundamental para a sua proteção”. “A intervenção visa reduzir significativamente os evidentes sinais de desgaste e de deterioração de elementos do monumento, de

p As obras que incluem a barreira acústica custam mais de 510 mil euros acordo com diversos estudos científicos, que, atendendo ao arrastar do problema durante décadas, urge resolver”, adianta o município. No sentido de reduzir o impacto do trânsito do IC2/

EN1 no monumento, a Câmara da Batalha e grupos parlamentares mantiveram nos últimos anos conversações com o governo, no sentido de serem abolidas as portagens da A19. A resposta foi que “não estava

planeada a eliminação ou a redução de portagens na variante da Batalha da A19, fruto do modelo de contrato de concessão”. “A autarquia sempre reiterou que a via foi construída com o intuito de tirar o

tráfego automóvel da frente do monumento” e explicou de “forma evidente e cientificamente provada ao governo os impactos negativos associados à conservação do mosteiro, nomeadamente através da emissão

de gases e a elevada trepidação causada pelo trânsito no IC2/EN1”, refere o comunicado. Nestas circunstâncias, a Assembleia da República (AR) aprovou em 2015 uma resolução que reconhecia a urgência na redução do ruído junto ao monumento e câmara municipal decidiu elaborar o projeto de “salvaguarda ambiental e de requalificação da zona frontal do monumento”, que obteve a concordância da Direção Geral do Património Cultural e da empresa Infraestruturas de Portugal. A resolução da AR afirma que “a empresa Infraestruturas de Portugal deve tomar medidas para reduzir o impacto ambiental do “ruído, trepidação e gases poluentes gerados pelo excesso de tráfego no troço do IC2/EN1” sobre o Mosteiro da Batalha, classificado há 30 anos pela UNESCO

Obras salvaguardam estatuto de património da humanidade A diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, questionada pelo Diário de Notícias sobre se a solução é a mais adequada, respondeu: “Não, a solução adequada passa por uma situação muito mais complexa do desvio da estrada”. “Mas enquanto isso não é feito, não há problema nenhum em que se façam estas barreiras”, adiantou a responsável, afirmando que esta solução “não põe em causa a classificação da UNESCO e é completamente reversível.” Paulo Batista Santos considera que, “pela sensibilidade da intervenção, compreendem-se muitas das reações nesta fase da obra, que devem merecer explicação por

p Muro será coberto com um jardim vertical parte dos responsáveis”. “As placas de cimento hoje visíveis serão cobertas por plantas num jardim verti-

cal, cumprindo uma função de redução acústica e de dióxido de carbono e a intervenção ambiental prevê a

plantação de mais de 10 mil plantas, prolongando-se em toda a zona frontal do monumento até ao arruamento de

acesso às piscinas”, explica o autarca. Este projeto envolve quatro entidades: município da

Batalha, ministérios da Cultura e do Planeamento e das Infraestruturas e União Europeia.


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s registo

“Impacto nefasto deste denominado muro de Berlim” m Todos concordam que a melhor solução é acabar com o pagamento de portagens na variante da Batalha da A19. As divergências surgem é quanto à solução de colocação da barreira acústica a separar o monumento do IC2. A obra foi aprovada por quatro entidades e a Direção-geral do Património Cultural afirma que não põe em causa o estatuto de património da humanidade como Património Mundial da Humanidade. A obra em curso, destaca a autarquia, “é bastante mais ampla, com um resultado final que ainda não se consegue percecionar” e inclui “elementos que protegerão o monumento das fortes vibrações acústicas resultantes do tráfego rodoviário, com a aplicação de vegetação que reduzirá, significativamente, o impacto visual das estruturas”, bem como a construção de uma ecopista e melhoria das instalações sanitárias e do estacionamento. O presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, concorda que a solução ideal – como referem muitos dos que contestam a obra em curso, comparando-a a um muro de Berlim ou a uma ideia digna de Donald Trump - seria a abolição ou a redução de portagens na A19, mas como

essa medida parece inviável, foi preciso avançar com os trabalhos que “nesta fase geram um impacto visual para o mosteiro que não é agradável, mas não vai ficar assim”. Ainda assim, destaca o autarca, que referiu compreender “perfeitamente as reações e até alguma incompreensão” da população, esta solução “não invalida que a câmara continue a reclamar a abolição ou redução de portagens para os veículos pesados”. Para esclarecer os interessados sobre a obra, iniciada em novembro de 2017 e que estará concluída em final de fevereiro, o município pretende promover sessões públicas, devendo a primeira realizar-se no dia 22 deste mês. As obras para preservar o monumento do barulho, das vibrações e do dióxido de carbono libertado pe-

los 14 mil automóveis que, em média, circulam diariamente no IC2/EN1 custam 510.388,83 euros (mais IVA), segundo o contrato rubricado a 25 de setembro de 2017, suportados em 85% por fundos comunitários do Portugal 2020 e em 15% por verbas do município da Batalha. A chamada “Operação urbanística de salvaguarda aos impactos de ruído e poluição sobre o Mosteiro Santa Maria da Vitória, zona poente” decorre numa faixa de 120 metros ao longo da fachada principal do monumento, onde estão a ser colocados os painéis acústicos, a maior parte dos quais ficarão envolvidos por vegetação. O projeto prevê a plantação de 50 árvores, 673 arbustos e 9.390 plantas, parte das quais a colocar em muros verticais. Em 2014, a pedido da Câmara da Batalha, foi elabo-

rado um estudo, através do Laboratório do Ruído e Vibrações do Instituto da Soldadura e Qualidade, sobre os níveis sonoros no mosteiro, que “revelam valores muito acima dos permitidos por lei para o local [ultrapassaram em cerca de dez decibéis o limite legal imposto pela Lei do Ruído] que se devem integralmente à influência do trânsito na estrada nacional que passa em frente” do monumento. O mosteiro, que está classificado pelo IPPAR como Monumento Nacional desde 1910, mereceu a inclusão na Lista do Património Mundial elaborada pela UNESCO a 9 de dezembro de 1983 e, em 2016, foi elevado ao estatuto de Panteão Nacional.

p Para diminuir o impacto visual serão plantadas 10 mil plantas O vereador do CDS/PP na câmara municipal, Horácio Francisco, lamenta, num comentário publicado no Facebook, que “os munícipes do concelho só agora se tenham apercebido do impacto nefasto deste denominado, por alguns, muro de Berlim; por outros, muro da vergonha, ou ainda por outros adjetivos. Ao que, por vezes, sou tentado a pensar que “têm o que merecem””. “Quando em tempo referi ser necessário tomar atitudes, com determinação, levando mesmo se necessário a situações e ações mais duras, para defendermos o Mosteiro Santa Maria da Vitória dos atentados que há anos andam a fazer, a maioria chamou-me louco e alguns adjetivaram que era bruto”, adianta Horácio Francisco. “Permitam-me ainda este desabafo, pois não sou engenheiro, nem “génio” iluminado como o presidente e alguns dos vereadores da maioria: já viram maior condutor de vibrações ou de ruídos que o betão armado e o ferro? Numa casa que tenha corrimão ou grades em ferro, experimentem tocar-lhes com uma vassoura ou um ferro e vejam o efeito. Depois os “génios” vieram agora apressadamente dizer que vão colocar uma bateria de árvores. Volto a perguntar: vão evitar a poluição ambiental do CO2?”, pergunta o vereador.

Socialistas com duvidas sobre projeto que aprovaram Os deputados do PS eleitos por Leiria questionaram este mês o Governo sobre a eventualidade das barreiras colocarem em causa a classificação de património da humanidade. “Está o Governo seguro de que o projeto em execução não põe em causa os critérios e a legislação nacionais, nem os critérios internacionais para o reconhecimento formal daquele património e a sua inclusão na lista do Património Mundial da UNESCO?”, perguntam Margarida Marques, António Sales e José Miguel Medeiros. Na pergunta, dirigida aos ministros do Planeamento e Infraestruturas e da Cultura, os deputados querem saber também se “todas as moda-

lidades de proteção foram equacionadas, com base em estudos científicos apropriados, no sentido de encontrar a melhor forma de proteger o monumento, minimizando os impactos ambientais”. Os parlamentares perguntam ainda se está a ser estudada “a possibilidade de alterar o sistema de portagens na A19, com o objetivo de sensibilizar os automobilistas a utilizarem preferencialmente esta alternativa, proporcionando a redução do tráfego” no IC2. O presidente da Câmara da Batalha “regista com bastante surpresa a intervenção dos parlamentares do PS eleitos por Leiria, que em outubro passado reclamavam do governo PS o arran-

que das obras”. Ainda assim, Paulo Batista Santos sublinha “o contributo decisivo dos deputados do PS, e de outros que aprovaram a resolução de 2015 da Assembleia da República, porque só com a ajuda deles foi possível avançar com esta solução”. O autarca considera que os deputados socialistas ignoraram agora até que “as decisões do projeto foram analisadas detalhadamente pelo governo que suportam no Parlamento, ou mesmo, que deve-se ao governo de José Sócrates (PS) o facto de a A19 (variante da Batalha) ter sido concessionada com portagens, no âmbito da subconcessão do litoral oeste”, adjudicada em 26 de fevereiro de 2009.

p A dimensão do muro nesta fase da obra suscitou a polémica


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Farmácia Padrão ajuda Casa do Mimo e bombeiros m Resultado de um sorteio que envolveu os clientes do estabelecimento comercial A farmácia Moreira Padrão entregou dois donativos, de 500 euros cada um, aos Bombeiros Voluntários da Batalha e à Casa do Mimo, no dia 28 de dezembro, em resultado de um sorteio que envolveu os clientes do estabelecimento comercial. A farmácia fez mil rifas e sorteou dois cabazes de Natal, numa iniciativa em que contou com “a ajuda excecional de todos os utentes e equipa de colaboradores, para concretizar o desígnio de poder honrar o extraordinário trabalho de-

p A iniciativa mobilizou clientes e colaboradores senvolvido pelas duas instituições”, explica Margarida Freitas, da direção técnica. A iniciativa, segundo Margarida Freitas, surgiu porque “a equipa da farmácia sentiu necessidade, face ao flagelo que o país viveu,

de poder contribuir para ajudar aqueles que mais precisam”. “Optámos por começar este percurso pelo nosso concelho, apoiando os bombeiros e a Casa do Mimo, que acolhe meninos espe-

ciais e que também precisam de cuidados singulares”, adiantou. A farmácia Moreira Padrão foi fundada em 1974 por Maria Isabel Cabral Moreira Padrão, atual diretora técnica e proprietária.

O estabelecimento comercial “colocou sempre em primeiro lugar as necessidades dos seus utentes, criando uma equipa de profissionais com este propósito”. “Já concretizámos 43

anos de história e, no nosso dia a dia, continuamos a dar o nosso melhor para ter o privilégio de manter a amizade e carinho por parte de todos os nossos clientes/utentes”, conclui Margarida Freitas.


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Reguengo do Fetal: a palmeira que morreu de pé m “Era o ponto de encontro, monumento, pelourinho, recordação, sentimento, símbolo e o farol”

Histórica. Iconográfica. Árvore de “antes quebrar do que dobrar”. A palmeira derrubada pela tempestade “Ana” no domingo, 10 de dezembro, encheu de lágrimas muitos dos habitantes de Reguengo do Fetal. Os cem anos que levava a crescer no Largo da Praça da Fonte transformaram-na num símbolo da freguesia do concelho da Batalha. As reações de quem se habituou a partilhar o dia-a-dia com a “Palmeira do Reguengo” foram imediatas. A construção de um monumento que recorde o ícone e a plantação de uma palmeira, carvalho ou oliveira, estão entre as sugestões dos populares. Há quem sugira uma recolha de fundos para a aquisição de nova palmeira e, neste meio tempo, o Largo da Praça da Fonte foi

decorado com uma árvore de Natal. Joaquim Calado fala da palmeira “com os olhos gotejando lágrimas de pesar e emoção”. “Só os que, como eu, nasceram ou viveram neste abençoado e privilegiado rincão, poderão sentir plenamente o que esta já saudosa árvore significava” “Era o ponto de encontro, monumento, pelourinho, recordação, sentimento, símbolo e o farol. Era sob ela que se festejava o Natal e a Páscoa, celebravam os Santos Populares, esperavam as procissões, mas também os funerais, e se realizavam importantes e inesquecíveis eventos religiosos, culturais, recreativos e desportivos”, lembra Joaquim Calado. “Por favor, não retirem donde está o tronco que sobrou dela e transformem-no no futuro “pelourinho” do Reguengo do Fetal. Era a melhor homenagem que prestaríamos à memória dos que a plantaram. Quebrou, mas não torceu. Foi na verdade até ao seu fim uma palmeira de antes quebrar que torcer”, considera. A Câmara da Batalha in-

p A árvore dominava o largo do Reguengo

formou na quinta-feira, 13 de dezembro, que se encontra, “com o apoio da junta o Reguengo do Fetal, a avaliar a forma mais consistente para que a memória da palmeira, que se transformou ao longo dos anos num símbolo da freguesia, não seja esquecida pelas gerações vindouras”. RECORDAÇÕES. O largo foi, na quinta-feira, decorado com iluminação natalícia: “No local da secular palmeira, que sucumbiu à violenta tempestade, brilhou uma estrela natalícia, por forma a minorar o sentimento generalizado de perda da população, face ao desaparecimento da árvore centenária e emblemática para os reguengueiros e também para os batalhenses”, explica a autarquia. António Meneses é outro dos porta-vozes da tristeza da população: “Foi debaixo dela que brinquei muitas vezes, depois da escola e da catequese, aos domingos e nas famosas festas que se faziam no verão”. Valdemar António Varino, por seu lado, sugere a aquisição de “quatro pal-

p A palmeira foi derrubada pela tempestade “Ana” meiras gémeas à Crivila, que seriam as justas sucessoras da palmeira monumental símbolo do Reguengo do Fetal” e a realização de “uma campanha” para o efeito, prontificando-se a comparticipar com 100 euros. Jean Menitra, tem uma proposta semelhante à de Joaquim Calado: “Recuperar a madeira do tronco, que devia ser revalorizado, porque afinal era um monu-

mento”. A palmeira, ex-libris da povoação, com duas dezenas de metros de altura, resistiu aos efeitos do escaravelho que tem matado inúmeros exemplares da espécie. Foi tratada onze vezes contra os efeitos da praga, mas pelas 23 horas de domingo, 10 de dezembro, sucumbiu ao vendaval “Ana”. Era do tempo da chamada “Guerra da Charneca”, que culminou com a

p Uma imagem antiga do largo com a palmeira ainda pequena

criação, em 1916, da freguesia de São Mamede, composta por lugares desanexados do Reguengo do Fetal. No largo da Palmeira há anos que havia quem receasse a queda da árvore em cima das casas e pedisse a sua substituição. Parte de uma habitação foi mesmo danificada em resultado do derrube da árvore. O presidente da junta de freguesia, Horácio Sousa, em declarações ao jornal Região de Leiria, reconheceu que “existiam receios de alguns moradores” e admite que o incidente seja aproveitado para requalificar o largo: “É conhecido como largo da palmeira, logo deverá voltar a receber uma palmeira, de menores dimensões”. Esta parece ser também a opinião da maioria dos moradores, embora haja quem sugira a plantação de um carvalho ou oliveira. “Plantemos outra, diabos! Esta foi plantada pelos nossos avós. Porque não plantamos outra para os nossos netos?”, pergunta António Soares, adiantando: “Aquela foi plantada na geração do meu avô. Eu andei pendurado em suas braças tão baixa ela era. Plantemos outra é a vida recomeça”.


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Batalha Atualidade

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Socialistas desmentem compromisso para abrir posto médico na Golpilheira m A Câmara diz que vai continuar o “diálogo com o Governo na defesa dos interesses do município”

A alegada promessa eleitoral de reabertura do posto médico da Golpilheira, na Batalha, está envolta em polémica. A câmara municipal questionou o Governo sobre a concretização do projeto e o presidente da Federação do PS de Leiria veio a público negar o compromisso. A autarquia solicitou, ao ministro da Saúde e aos deputados socialistas do circulo de Leiria, “esclarecimentos sobre a data prevista para a reabertura” do posto médico, “um compromisso assumido publicamente pelo Governo em setembro”, afirmou o município no dia 2 deste mês, em comunicado. Em resposta, o deputado eleito pelo circulo de Leiria pelo PS, António Sales, explicou no dia 4 seguinte que “não é verdade que tenha havido qualquer compromisso dos deputados pelo círculo de Leiria relativamente à reabertura do centro de saúde”. A câmara municipal considera que “o anúncio desta

importante decisão foi comunicada à população, em nome do Governo, pelos deputados socialistas António Sales e Margarida Marques, em sessão pública na Golpilheira, dia 23 de setembro”. Mas António Sales, também presidente da Federação do PS de Leiria, faz notar, em comunicado, que “o presidente da autarquia [Paulo Batista Santos], que já foi deputado, devia saber que os deputados não podem exercer compromissos, nem substituírem-se às decisões governamentais”. Após a alegada promessa dos socialistas, a autarquia “decidiu cessar quaisquer outros usos para o edifício que acolheu a extensão de saúde da Golpilheira, encerrada em 2011” e “inscreveu no orçamento municipal 31 mil euros para suportar eventuais obras de adaptação”. A nota do município adianta que “no final do ano [2017] será suspenso o programa municipal “Saúde para todos”, uma parceria com o Centro Hospitalar Nª Srª da Conceição, que garantia a prestação de cuidados de saúde na freguesia, para dar lugar à instalação do novo posto médico sob gestão da Administração Regional de Saúde”. Neste aspeto, António Sales mostrou-se surpreendido com o anúncio da suspensão do programa mu-

p Eventual reabertura do posto envolta em polémica nicipal “‘Saúde para todos”, quando “o presidente da câmara estabeleceu um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia o ano passado, em ano de eleições, que levava o médico duas vezes por semana ao centro de saúde. “Parece-nos estranho que venha agora no mesmo ano pôr fim a esse protocolo, ainda para mais cabimentando 31 mil euros no orçamento de 2018 para requalificação do centro de saúde”, conclui o deputado socialista.

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s registo “Os autarcas da freguesia são portadores do compromisso” O presidente da câmara municipal reafirma que a autarquia “está determinada em melhorar os cuidados de saúde primários no concelho e o Ministério de Saúde conta com o total apoio da autarquia para a imediata reabertura do posto médico”. “Estou convicto que o Governo não irá falhar este compromisso relevante para a população e terá todas as condições de o realizar a breve prazo”, acrescenta o autarca. Perante as declarações de António Sales, o autarca considerou, no dia 5 deste mês, na sua página no Facebook, que “os

autarcas da freguesia são portadores do compromisso, a câmara municipal afetou recursos e apoia o projeto, e agora o ilustre parlamentar inviabiliza a reabertura da extensão de Saúde”, frisando: “Vamos continuar o diálogo com o Governo, na defesa dos interesses do município e exigir responsabilidades a quem enganou o povo da Golpilheira”. Para António Sales pode-se estar perante “o branqueamento” de outro tipo de situações no que toca ao que foi a governação da Junta de Freguesia da Golpilheira, que mudou de mãos, passando do PSD para o PS.


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Atualidade Batalha

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Papelaria Condestável dá mais dez mil euros m O exemplar premiado da raspadinha “Euros para Ganhar” custou dois euros

A Papelaria Condestável vendeu mais uma raspadinha premiada com 10 mil euros. É a segunda vez em mês e meio que a proprietária do estabelecimento, situado no centro da Batalha, entrega em mão a sorte a um cliente. O exemplar premiado da raspadinha “Euros para Ganhar”, que custa dois euros, foi vendido a uma mulher da zona da Ba-

p Lisete Pereira distribui a sorte pelos clientes talha no dia 3 deste mês, que “se apercebeu logo que tinha ganho”.

A contemplada, com idade a rondar os 40/50 anos, “mostrou-se eufórica, ner-

vosa, dizendo que até tinha as pernas a tremer. E ligou imediatamente ao marido

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Pista rende 2.500 euros para os bombeiros

a dar a notícia”, contou o proprietário da Papelaria Condestável, Rui Pereira. O proprietário adiantou que foi a sua mãe, Lisete Pereira, quem atendeu a cliente, à semelhança do que aconteceu a 17 de novembro de 2017, quando vendeu outra raspadinha premiada com 10 mil euros. Esta raspadinha, intitulada “Dia das Bruxas”, custava dois euros e a contemplada é uma cliente habitual da papelaria, residente no concelho. No dia 7 de novembro de 2017, foi a vez do Quiosque da Batalha, situado também no centro da vila, vender uma raspadinha, intitulada “Presentes de Natal”, premiada com 20 mil euros, igualmente a um apostador da Batalha.

A pista de gelo natural instalada na Batalha durante o mês de dezembro registou oito mil entradas, o que se traduziu na angariação de 2.500 euros para os bombeiros voluntários do concelho, anunciou no dia 3 deste mês o município. A verba resulta de uma campanha solidária e representa 50 cêntimos por cada bilhete vendido ao preço de dois euros. Nas duas últimas semanas de dezembro, os alunos da rede pública concelhia (jardins de infância e 1º CEB) usufruíram gratuitamente da pista de gelo, enquadrados nas Atividades de Tempos Livres. A visita incluiu a participação nas atividades da Casa do Pai Natal, onde decorreram iniciativas destinadas os mais pequenos, com destaque para as oficinas temáticas e a construção de brindes associados à quadra natalícia.


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Opinião s Fiscalidade

Retribuição mínima mensal garantida O Orçamento de Estado para 2018, no ponto “aumentar o rendimento disponível das famílias para relançar economia”, de definir uma política de rendimentos numa perspetiva de trabalho digno e, em particular, garantir a revalorização da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG), garantindo aos trabalhadores uma valorização progressiva do seu trabalho, conciliando o objetivo de reforço da coesão social com o da sustentabilidade da política salarial. A valorização da RMMG é um instrumento com potencial na melhoria das condições de vida e coesão e na promoção da sustentabilidade do crescimento económico, constituindo um importante referencial do mercado de emprego, quer na perspetiva do trabalho digno e da coesão social, quer da competitividade e sustenta-

bilidade das empresas. O montante da RMMG e a subsistência de importantes bolsas de trabalhadores em situação de pobreza justificam o desígnio nacional de realizar um esforço extraordinário e concertado para a elevação da RMMG, para patamares que promovam uma maior modernização económica e social e uma efetiva redução das desigualdades. O D. L n.º 144/2014, de 30/9, fixou em € 505,00 o valor da RMMG, com efeitos entre 1/10/2014 e 31/12/2015. Na prosseguimento de uma política de reforço e maior centralidade da concertação social, na definição de uma política de rendimentos numa perspetiva de trabalho digno e, em particular, na garantia da revalorização da RMMG, o Governo aprovou, em dezembro de 2015, a subida do RMMG de € 505,00 para € 530,00, com

efeitos a 1/1/2016. Em dezembro de 2016, o Governo aprovou a subida da RMMG de € 530,00 para € 557,00, com efeitos a 1/1/2017. Ao longo de 2016 e 2017, o Governo discutiu em CPCS relatórios trimestrais de acompanhamento da atualização da RMMG, cujos resultados indicam de forma consistente não ter havido impactos negativos da atualização da RMMG no emprego nem nas perspetivas de crescimento da economia portuguesa. Ponderadas as condições para prosseguir a trajetória de valorização da RMMG, no cumprimento do disposto no Programa do Governo e consultados os Parceiros Sociais com assento na Comissão Permanente de Concertação Social do Conselho Económico e Social, o Governo determina o aumento do valor da RMMG

para € 580,00, com efeitos a partir de 1/1/2018. Tendo em conta as tabelas remuneratórias dos trabalhadores que exercem funções ao abrigo de vínculo de emprego público e os montantes pecuniários dos níveis remuneratórios da Tabela Remuneratória Única que fixam a sua remuneração base, assegura -se, ainda, que nenhum trabalhador da Administração Pública aufere remuneração base inferior ao valor atualizado da RMMG. Sobre a nova estrutura do ficheiro SAF-T, desde o dia 1/7/2017 o ficheiro SAF-T tem uma nova estrutura que deve observar o formato constante do anexo à Portaria n.º302/2016, de 02/12. Esta estrutura que tem servido para efetuar, desde 1/7/2017, a comunicação dos dados de faturação à AT, deverá obrigatoriamente ser utilizada para a preparação

do ficheiro SAF-T que inclui também a informação da contabilidade. A informação contida no ficheiro SAF-T servirá para simplificar o preenchimento dos Anexos A e I da Informação Empresarial Simplificada, com utilização prevista já para a IES de 2017, a entregar até 15 de julho de 2018. Para a revisão de conformidade do ficheiro SAF-T poderá ser utilizado o validador disponibilizado pela AT no seu site (Aplicação de Validação Local, da estrutura de dados da Portaria n.º 302/2016, de 2/12, que embora indique se o SAF-T apresenta erros, não identifica a sua origem e não fornece informação para a sua correção).

António Caseiro Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

s Noticias dos combatentes

Perceção e probabilidade do risco Portugal, pelo “Global Peace Index” 2017, é o 3º país mais seguro do mundo. É um excelente registo, tendo em conta que são considerados todos os tipos de segurança, desde a militar, passando pelas forças da ordem e segurança privada e terminando na segurança e higiene no trabalho, ou seja, a segurança de pessoas e bens, na sua generalidade. Pode assim constatar-se que, por sermos um país seguro, os portugueses têm uma ideia de risco totalmente diferente de outros europeus, que mudou certamente após os ataques terroristas. Esta percentagem não é superior porque a perceção de risco não corresponde à real probabilidade

de o mesmo acontecer. A hipótese de um avião cair é de um em 11 milhões, mas, no entanto, a perceção é inversa. A um português é tão improvável sair-lhe o Euromilhões como ter um acidente aéreo, com a ressalva de a queda ou acidente não significar a perda da vida, ou que ele teria de estar a viajar sozinho no avião. Para se ter uma ideia mais fiel destas probabilidades em particular, viajam por ano, em média, 2,84 biliões de passageiros em aviões comerciais, tendo havido 560 mortes em acidentes aéreos em 2015, das quais 374 foram devidas a atos premeditados. A perceção pessoal é en-

tão baseada na publicidade e nos títulos noticiosos acerca dos responsáveis terroristas e ataques por eles efetuados por esse mundo fora, enquanto que a realidade é bem diferente. Assim, as probabilidades de se morrer num destes ataques a bordo de um avião é de 1 em 25 milhões e a média global de se morrer em qualquer tipo de ato terrorista em todo o mundo é de 1 em 9,3 milhões, novamente um número muito chegado ao da população nacional, o que reitera a hipótese de ser tão provável sair o Euro milhões a um Português como perecer num ataque terrorista. Para compreendermos a perceção de risco é impres-

cindível perceber o que é o risco que, por noção, é a “probabilidade de ocorrência de um acidente ou evento adverso, relacionado com a intensidade dos danos ou perdas resultantes dos mesmos”, ou seja, é a eventualidade de acontecer algo, seja de bom ou de mau. Todo o ser humano, após o estímulo para o risco, por exemplo, uma notícia, elabora a sua própria perceção, consoante o grau de capacidade que tem para lidar com aquela situação em particular. A perceção desse mesmo risco será sempre inversamente proporcional à sensação de impotência, para resolver ou minimizar o impacto do possível acontecimento. Deve-se

enfatizar que os fatores sociais, culturais e políticos também têm uma influência considerável na aceitação do risco, tal como na ameaça de o enfrentar. Portanto, uma especial atenção a esses fatores deveria fazer parte de uma estratégia de informação generalizada, mesmo que apenas através de pequenos spots institucionais em horário nobre, de modo a desinquietar a população, identificando, alertando e explicando quais as influências sociais a que estamos sujeitos e que nos levam a conjeturar erradamente formas de comportamento para determinado risco e assim criar formas incorretas de reforço! As pessoas devem estar

cientes dos sinais de risco reais, para desfrutarem dos prazeres da vida, sem pensarem que algo pode acontecer a qualquer momento. Poder, pode. Mas se imaginarmos que existem milhões de maneiras de podermos correr riscos, desde o simples engasgar com um copo de água, então vivamos conscientes das infinitesimais probabilidades e informados das reais perceções, para podermos desfrutar de todas as coisas boas da vida, que são muito mais prováveis de nos acontecer. NCB


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Atualidade Batalha

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Capemel distribui açúcar para alimentar abelhas m Apicultores preferiam um composto que já tivesse proteínas O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, esteve na Cooperativa

de Apicultores Produtores e Embaladores de Mel (Capemel), na Batalha, no dia 27 de dezembro, para acompanhar a distribuição de nove toneladas de açúcar a apicultores afetados pelos incêndios. “Já tínhamos distribuído 120 toneladas de açúcar a

p O açúcar destina-se a apicultores afetados pelos fogos nível nacional e, até ao dia 29 de dezembro, mais 95. Ou seja, 215 toneladas” entregues às quatro plataformas de distribuição de alimentação para as abelhas,

PROTOCOLO. A Câmara da Batalha e Organização Não Governamental para o Desenvolvimento de Santa Maria da Vitória, com sede na Batalha, assinaram no dia 12 de dezembro um protocolo de colaboração no âmbito de uma missão da ONGD, que consiste no envio de materiais para a construção de uma sala de aulas na Guiné-Bissau.

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uma das quais sediada na Batalha, disse o governante. Esta medida de apoio abrange “um universo de 400 mil colmeias” e tem como objetivo garantir a alimentação das abelhas. O presidente da Federação Nacional de Cooperativas Apícolas e dos Produtores de Mel (Fenapícola), Albino Gaspar, realçou

a importância da medida, mas pediu a substituição do açúcar por um composto “que já tenha proteínas”. Um quilo desse mesmo composto “alimenta um enxame durante 15 dias”, enquanto o açúcar apenas dura três dias, explicou Albino Gaspar, referindo que, para quem tem colmeias dispersas por vários con-

celhos, torna-se difícil e dispendioso assegurar a alimentação das abelhas. Segundo o secretário de Estado, foram também distribuídas 2.700 toneladas de palha e ração para destinadas meio milhão de pequenos e grandes ruminantes, que ficaram sem pastagens face aos fogos de 15 de outubro.


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Batalha Atualidade

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Auditório paroquial recebe 50 mil euros da autarquia

António Caseiro eleito para assembleia dos Contabilistas

m Obras permitiram a renovação completa do equipamento técnico e do mobiliário

A Câmara da Batalha anunciou no dia 7 deste mês que comparticipa com 50 mil euros as obras de requalificação realizadas no auditório do Centro Paroquial da Batalha - São Nuno de Santa Maria. Os trabalhos permitiram a renovação completa do equipamento técnico e do mobiliário do auditório, localizado junto ao Largo Cónego Simões Inácio, na vila, incluindo os equipamentos cénicos e de sonorização, apetrechados para

p O espaço também servirá as escolas do concelho fins como conferências ou concertos. O espaço garante agora mais conforto ao público e tem capacidade para 450 pessoas sentadas, pelo que complementa as funções

do Auditório Municipal da Batalha, que dispõe apenas de 172 lugares. A câmara municipal, a fábrica da igreja paroquial e o agrupamento de escolas, rubricaram um proto-

colo cooperação, sujeito à ratificação do bispo da Diocese de Leiria - Fátima, que “prevê a utilização futura do auditório para a realização de atividades de âmbito cultural e recrea-

Jornal da Batalha

tivo, mas também ficará ao serviço da comunidade educativa, motivando novas opções para projetos culturais promovidos pela escola”, segundo a autarquia.

O contabilista certificado da Batalha e colaborador do Jornal da Batalha, António Caseiro, foi eleito para a Assembleia Representativa da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) por Leiria para o mandato de 2018/2022. A candidata a bastonária pela lista A, pela qual concorreu o batalhense, Paula Franco, “enviou os seus parabéns” a António Caseiro, acrescentando estar certa que “desempenhará um papel fundamental na construção de um futuro melhor para todos os contabilistas certificados e para a ordem profissional”. A lista A elegeu 50 representantes para a assembleia representativa, num total de 87. A segunda volta das eleições para eleger os órgãos sociais da ordem realiza-se a 8 de fevereiro, com a participação dos candidatos a bastonário Paula Franco e José Araújo (Lista D).

MOLDES E PLÁSTICOS 2018

REVISTA GRÁTIS COM A EDIÇÃO DO REGIÃO DE LEIRIA DE 25 DE JANEIRO


Jornal da Batalha Presidente da câmara no conselho diretivo da ANMP O presidente da Câmara da Batalha integra o conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), composto por 17 autarcas escolhidos de acordo com os resultados das últimas eleições autárquicas. Para Paulo Batista Santos, a nomeação “constitui uma enorme responsabilidade face às matérias importantes que estão em discussão em torno das competências das câmaras municipais”. Os próximos anos “trarão às autarquias locais alterações significativas quanto ao âmbito das competências atribuídas, mas também no que se refere à Lei das Finanças locais e à discussão do próximo quadro comunitário de apoio”, adianta. O mandato prolonga-se até 2021, coincidindo com o ciclo autárquico.

Atualidade Batalha

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Expropriações poderão custar 800 mil euros ao município m Autarquia tem a intenção de pedir ao estado que partilhe a responsabilidade O processo judicial relativo aos terrenos na Batalha expropriados na década de oitenta a pedido do município, deverá terminar nos primeiros meses deste ano, com o pagamento de uma indemnização pelo município que poderá rondar os 800 mil euros. “A expropriação avançou na condição de os terrenos em causa serem utilizados para a instalação de equipamentos públicos. Parte dos lotes foram, no entanto, vendidos pelo município para habitação e comércio. Na década de no-

p O executivo da época poderá ter de assumir responsabilidades venta alguns proprietários avançaram para tribunal para exigir a reversão dos terrenos que foram usados para um fim diferente do estipulado na expropriação”, revelou o Região de

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Leiria. O processo está na fase de fixação do valor da indemnização pelo Supremo Tribunal Administrativo. Mas, segundo o presidente da câmara, o caso pode-

rá não ficar por aqui. Ou seja, Paulo Batista Santos “entende que será depois altura de reclamar junto da secretaria de Estado que formalizou a expropriação a pedido do município, que

partilhe a responsabilidade, e “apurar se a câmara não terá de pedir uma indemnização a quem decidiu a expropriação [o executivo municipal à época]”, escreve o jornal.

António Caseiro

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Batalha Atualidade

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Batalhenses podem votar projeto até 30 mil euros m No ano passado houve 14 projetos finalistas e foram apurados 825 votos

Os batalhenses que pretendam participar no Orçamento Participativo têm até dia 11 de fevereiro para apresentar os seus projetos à câmara municipal. A autarquia afetou 30 mil euros ao Orçamento Municipal para a execução do projeto

mais votado pelos munícipes. No ano passado houve 14 projetos finalistas e foram apurados 825 votos. As propostas são submetidas através de uma plataforma informática intuitiva que gere todo o processo, sendo apenas necessário aos utilizadores procederem ao registo inicial. Através das edições anteriores foram executadas diversas ações e projetos, com destaque a requalificação da antiga Escola António Cândido da Encarnação, a pavimentação da Estrada

Real D. Maria e, na última edição, a aquisição de vitrais para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na freguesia de Golpilheira. O Orçamento Participativo engloba seis fases, até abril, que compreendem a submissão de propostas, análise técnica e orçamental, e o período de reclamações. As respostas às reclamações antecedem o período de votação das propostas finalistas, de 16 de março e 16 de abril, terminando o processo com a divulgação dos projetos vencedores.

Tecnologia LED avança na iluminação pública

p O protocolo foi assinado em dezembro A Câmara da Batalha e EDP Distribuição assinaram no dia 21 de dezembro um protocolo que visa a substituição durante este ano de sete mil luminárias (candeeiros) tradicionais da rede pública por outras de trecnologia LED.

No concelho da Batalha já há 400 as luminárias que recorrem ao novo sistema, que, segundo a autarquia, “apresenta baixo consumo energético e mantém os critérios de normalização internacionais definidos”. Esta mudança vai contri-

buir para a redução da fatura energética do município e não acarreta custos para o município. A substituição inclui a zona envolvente do Mosteiro da Batalha e contempla sistemas inteligentes de otimização da iluminação.

p O OP aprovou os vitrais da igreja da Golpilheira no ano passado

Batalha Saudável envolve 800 crianças O programa Batalha Saudável, que pretende combater a obesidade infantil e envolve 800 crianças do ensino pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico, vai manter-se no corrente ano letivo. Esta iniciativa, iniciada em 2016, decorre em articulação com o agrupamento de escolas, com o objetivo de proceder à “classificação do estado nutricional das crianças, bem como dotá-las de conhecimentos sobre a importância de uma alimentação saudável”, segundo uma nota da autarquia. Uma das ações é a avaliação da composição corporal das crianças, através

p A iniciativa começou há dois anos da medição do peso, altura e cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), face aos padrões estabelecidos através das curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde. O projeto Batalha Saudável inclui ainda ações sobre

o tipo de lanches consumidos nas escolas, a importância do pequeno-almoço e o consumo de fruta, atividades na sala de aula que envolvem jogos e a distribuição de diverso material informativo.

Cinco mil euros em lenha para famílias carenciadas A campanha municipal iniciada a 5 de dezembro pelo município no âmbito da prevenção para as vagas de frio, através da distribuição de lenha e fornecimento de gás para promover as melhores condições de aquecimento das habitações, deverá abranger meia centena de famílias carenciadas. Até meados do mês pas-

sado já tinha sido apoiadas 42 famílias, que receberam 21 toneladas de lenha. No entanto, a iniciativa deverá chegar a meia centena de famílias, correspondendo à entrega de 25 a 30 toneladas de lenha, que custará cinco mil euros à câmara municipal. A iniciativa começou com a entrega de oito toneladas

de lenha a 16 famílias carenciadas da freguesia de São Mamede. Nalguns casos também foram fornecidas garrafas de gás. Em colaboração com a Loja Social, foram distribuídos cabazes de Natal a 50 famílias do concelho, que também receberam roupas e agasalhos.


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s Diacrónicas

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s Espaço do Museu Francisco André Santos

Avó, talvez até gostasse que lesses isto… Tenho dito que há duas coisas que respeito: a idade e a hierarquia. Ensinaram-me que o respeitinho aos mais velhos era uma coisa muito bonita, e adapto a linguagem e conteúdo. A hierarquia por mais anacrónica que seja, reserva uma certa sabedoria para aqueles que mesmo não sabendo fazer, assumem essas mesmas posições com o tempo. Mas quando cresci, descobri um segredo: a idade da parvoíce não tem tempo, e a hierarquia, essa é alternante. Como já tenho vindo a reparar, a boa educação de abandonar o telemóvel (no mínimo, quando um a um) volta-me a lembrar tanto a idade como a hierarquia pois já é um comportamento que transcende ambos. Repete-se o medo do comportamento das novas gerações, mas apenas até que a literacia e dominação da tecnologia em questão é adotada pelos mais velhos. Que se riam de nós por usar os auscultadores bem grandes. Que se riam quando deitamos a língua de fora para o telemóvel. Que se riam quando deslizamos o ecrã para a direita quando achamos alguém giro na “app”. Os nossos comportamentos parecem vir a ser generalizados. Agora, também os chefes querem ser fixes. Mas até o serem, têm de acabar com alguns comportamentos que são menos aceites por nós. A homofobia, o racismo, ou o sexismo são tópicos que levam menos pontos de interrogação pelos mais novos. Em parte, são derivados dos media americanos, noutra, de movimentos sociais em crescimento no nosso país a par com a sua aceitação e discussão. Quando era mais novo, era comum jogarmos à apanhada. A par do “agora tens sida” que dizíamos ao apanhar alguém (quiçá inserido

Sobre as menções honrosas que o MCCB recebeu no Brasil no recreio Português com motivos altamente pedagógicos e educacionais), também atacávamos os outros com a homossexualidade: “agora és gay” (quiçá inserido no recreio português por motivos católicos ou conservadores).Mesmo tendo sido apanhado, não sou gay. Mas não pude deixar de assustar a minha Avó durante o Natal, que interpretou a palavra “colega”, erradamente. Tento explicar: “Bem Avó, se calhar até me divertia mais”. Lá tive que voltar a negar, mas que bons convívios muito me tinham ensinado. Que além de ter os “amigos gay”, que as preferências sexuais não devem ser motivo de discriminação. A homofobia não me espanta, mas entristece-me. “Sim, Avó… Não te preocupes”. Tenho muito carinho e respeito pela minha Avó, e percebo a origem das suas sinceras preocupações. Não fico chateado, mas gostava que as minhas palavras tivessem mais eco. Por certo que, mais novos, teremos que encarar outras diferenças entre idades. Mas que nos saibamos encarar. Os mais velhos são tão crianças como nós, mas obrigam-se entre si a tomar responsabilidade. Aí, podemos aprender e talvez possamos ensinar alguma coisa. Sobre a hierarquia, acumulam-se situações no dia-a-dia em que somos obrigados a aceitar toda uma série de comentários e condições. Com a sua renovação, vem a obrigação do seu debate e escrutínio contínuo. Quando esse tempo chegar, que não voltemos a usar a idade como desculpa, e que sejamos mais capazes de entender a razão para distinguir posições se estas se manterem. Até podem dizer: “epa! Que mariquice que para aqui vai!” Mas também vocês, foram apanhados… Que o possamos discutir abertamente, neste e nos anos que advêm.

O MCCB foi agraciado, no final do ano passado, com duas menções honrosas atribuídas no VIII Prémio Ibero-Americano de Educação e Museus 2017, em Brasília. O Prémio Ibero-Americano de Educação e Museus é considerado um dos mais importantes da museologia de toda a América Latina, sendo organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus, criado pela Presidência da República do Brasil e gerido pelo Ministério da Cultura do mesmo país. Premeia iniciativas (municipais, regionais ou nacionais) que promovam o desenvolvimento pessoal e a coesão social, por meio de duas categorias: projetos realizados ou em andamento e fomento a projetos em fase de elaboração e/ou planeamento. São atribuídos 8 prémios,

com o valor total de 75 mil dólares. Concedem-se ainda menções honrosas aos 20 primeiros classificados. Para concorrer, as instituições devem ter carácter cultural, educativo ou afim, além de estarem ligadas à administração pública ou de serem empresas privadas sem fins lucrativos nos países ibero-americanos Na sua oitava edição, o Prémio Ibero-Americano de Educação e Museus recebeu a inscrição de 148 projetos de 18 países. O MCCB foi um dos 33 finalistas do Prémio, concorrendo à categoria I (promoção de boas práticas de ação em contexto educativo) com os projetos “À Descoberta dos Sentidos Atividades de sensibilização para a inclusão e cidadania” e “Heróis do Museu - Observatório Museu/Es-

cola”. Ambos foram distinguidos com menções honrosas, sendo as únicas atribuições feitas em Portugal no âmbito deste prémio. Para a implementação dos dois projetos distinguidos e integrantes do Serviço Educativo do MCCB, o Município conta com parcerias essenciais. No que toca ao projeto “À Descoberta dos Sentidos - Atividades de sensibilização para a inclusão e cidadania”, a colaboração é feita com instituições que trabalhem com as deficiências, entre as quais a ACAPO (Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal) e a ASAE (Associação de Surdos da Alta Estremadura). Já o projeto “Heróis do Museu – Observatório Museu/Escola” tem a parceria do Agrupamento de Escolas da Batalha. Refira-

-se que este projeto nasce com o MINOM (Núcleo para a Nova Museologia) e se implementa também na Casa Museu João Soares, em Cortes, Leiria, e no Museu do Traje, em São Brás de Alportel, no Algarve. Em cada um destes museus, o projeto adapta-se às respectivas comunidades. As menções honrosas recebidas reforçam a importância da área da Educação nos Museus, tendo em vista a sensibilização e formação dos diversos públicos para a defesa e promoção do nosso património material e imaterial. Mais informações sobre o Prémio Ibero-americano em museus poderão ser consultadas em www. ibermuseus.org. Município da Batalha MCCB (Museu da Comunidade Concelhia da Batalha)

s AMHO A Minha Horta Célia Ferreira

A lua que puxa pelas plantas “Em Janeiro, sobe ao outeiro, se vires verdejar põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar. Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado.” O mês de janeiro é um ótimo momento para planear as plantações do ano inteiro, é o momento em que procuro as sementes biológicas que não consegui guardar. Procuro sementes biológicas e/ou antigas, pois são as que me garantem plantas mais rústicas, capazes de viverem mais e melhor sem maleitas. Hoje em dia, já existem diversos locais onde se podem adquirir, mas onde encontro mais variedades é na Internet. Já existem também alguns viveiros que fornecem pés de plantas biológicas. Por vezes pago mais na aquisição destas variedades em relação às restantes, mas se

pensar que evito custos de “manutenção” e corro menos riscos, no final a produção fica-me mais barata. Caso tenha uma estufa, ou uma varanda abrigada, pode começar a colocar em pequenos vasos ou alvéolos (os copos de iogurtes, os rolos do papel higiénico, são bons para esse efeito) as sementeiras para a primavera. A minha mãe ensina-me que os alhos devem ser plantados no crescente deste mês. Tenho ouvido outras teorias, pois também conheço muitas pessoas que os plantam em novembro, e acredito que as geadas terão a sua influência em preferir um momento ou outro. O ideal é lançar à terra em diferentes momentos e tirar as próprias ilações. No meu quintal a geada é muito forte, pelo que tenho tido mais sucesso em atra-

sar a sua sementeira. Costumo orientar as sementeiras pelo ciclo da lua. Quanto está a crescer também se está a afastar da terra, por isso puxa pelas plantas para crescerem (propicio para a sementeira dos legumes que crescem para cima), quando está em fase minguante puxa pelas plantas para o interior da terra (propicio às sementeiras dos legumes de raiz). Mas isto só funciona melhor com a sementeira, com o plantio ou transplante o que se pretende é que os pés das plantas se infiltrem na terra, pelo que a época da lua a aproveitar será a do minguante. Hortícolas para semear em local coberto: alfaces de inverno, alho francês, alhos, agriões, brócolos, cenouras, cebolas, coentros, couves;, ervilhas, espinafres, favas, nabos, na-

biças, rabanetes e salsa Hortícolas para Semear ao ar livre em zonas menos propensas a geadas: alho francês, beterrabas, cebolas, cenouras, coentros, couve-flor, couves- repolho, espargos, espinafres, ervilhas, nabiças, nabos, rabanetes, rúcula, coentros e calêndulas. Jardim, Semear: begónias, gipsófilas; goivos, lírios, miosótis, flor de lis, sécias, petúnias, roseiras, zinias e bolbos em geral. É também uma excelente altura para plantar arbustos e árvores de fruto. O meu jardim já está a ficar ladeado de arbustos que dão fruto, por cá privilegia-se que tudo para além de decorativo também seja produtivo. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas Colheitas.


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Disfunções temporoman

Saúde Vacinação extra PNV – que opções? Para a maioria dos pais, a lista de preocupações no que concerne à saúde dos filhos parece infindável. Quando o tema toca à vacinação, alia-se à preocupação de base, a insegurança, a falta de informação e, infelizmente, o “terror psicológico” a que se veem sujeitos seja através dos meios de comunicação social, das escolas, de elementos do círculo familiar e de amigos... No que respeita a proteção adicional – não comparticipada pelo SNS – as opções disponíveis atualmente são relativas a doenças como a meningite bacteriana causada por N. meningitidis, gastroenterite causada por rotavirus e varicela. A Neisseria meningiti-

dis, bactéria causadora de meningite tem vários serogrupos (A, B, C, Y e W), sendo o serogrupo B e C os mais frequentes no nosso País. O PNV inclui a vacina contra a o serogrupo C desde 2006. Desde então, o serogrupo B é o mais frequente em Portugal. Atinge principalmente os bebés até aos 12 meses e tem uma incidência de 0,58/100 mil habitantes. Pode cursar com gravidade, deixando sequelas neurológicas, nomeadamente perdas sensoriais e cognitivas e, em 5% dos casos pode ser fatal. Atualmente, existe apenas uma vacina disponível no mercado português – Bexsero - cujo esquema posológico varia entre 2 a 3 tomas, depen-

dendo da idade da criança. Um dos principais agentes causais da diarreia nos lactentes é o rotavírus. Nos países desenvolvidos, a maioria das gastroenterites por rotavirus não implica hospitalização e raramente origina complicações sérias. Ainda assim, existem duas vacinas disponíveis – Rotarix e Rotateq - cuja administração deverá ser iniciada após as 6 semanas e concluída até aos 6 meses. A varicela, uma das doenças mais comuns durante a infância, é causada pelo vírus varicela-zoster. É uma doença altamente contagiosa que habitualmente evolui de forma benigna e auto-limitada. As complicações, embo-

ra muito raras, podem ser graves e incluem: celulite, pneumonia, e/ ou pneumonite, fasceíte e encefalite, entre outras. Atendendo a que parte significativa da população contrai varicela durante a infância, importa salientar quem serão os potenciais candidatos a esta vacina: pessoas que nunca tenham tido a doença e que tenham ocupações de alto risco (trabalhadores de saúde, professores, trabalhadores de creches e infantários), mulheres não imunes antes da gravidez, e adultos ou crianças que contactem habitualmente com doentes imunodeprimidos. Estão disponíveis duas vacinas no mercado português – Varilrix e Varilvax - devendo, em qual-

quer das opções, ser administradas duas tomas. Apesar das opções disponíveis, importa acima de tudo que se saiba que todas as vacinas essenciais à proteção das crianças estão já incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV), em consonância com o panorama epidemiológico português. Assim, não se precipite, não se deixe tomar pelo medo, por informações ou por conselhos duvidosos e de proveniência obscura. Prefira a opinião de um profissional de saúde. Em caso de dúvida, não hesite em contactar o seu Médico de Família. Vanda Reis Figueiredo Médica Interna MGF na USF Condestável - Batalha

João Ramos Fisioterapeuta

As dores orofaciais, entre elas as disfunções temporomandibulares, constituem um problema de grande importância de saúde pública. Estima-se que um terço da população mundial apresente sintomas relacionados com esta condição, caracterizada principalmente por: dor muscular e articular, limitação da mobilidade mandibular e ruídos articu-

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Saúde Batalha

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Luto - Como aceitar a ausência de quem já partiu?

ndibulares lares. Muito frequentemente estão também associadas a outros sintomas que afetam a região orofacial e cervical, como cefaleias, sintomas relacionados com o ouvido e disfunções cervicais. As disfunções temporomandibulares são a causa mais frequente de dor não dentária na região oro-facial e para tratá-la é necessário compreender a sua etiologia e estabelecer um processo sistemático para o diagnóstico diferencial. O tratamento de dores orofaciais crónicas não pode nem deve ser realizado de maneira isolada. em situação normal prevê-se que o médico dentista atue em consonância com o cirurgião maxilo-facial, o fisioterapeuta, o terapeuta da fala, o psicólogo, entre outras áreas que se considerem específicas para o

caso clínico. Apenas dentro deste raciocínio poderemos contemplar aquilo que é o maior desafio: o alívio da sintomatologia e melhoria da qualidade de vida do paciente. No que respeita ao trabalho do fisioterapeuta, enquadra-se na componente de tratamento conservador e não invasivo do processo de recuperação do paciente com disfunção temporomandibular. A intervenção da fisioterapia tem como objectivos: diminuir a dor músculo-esquelética; promover o relaxamento muscular; melhorar o controlo e função muscular; e maximizar a mobilidade articular. Esta reabilitação da articulação temporomandibular terá que ser feita por um fisioterapeuta com formação específica nesta área.

O programa de tratamento em pacientes com difunção temporomandibular engloba (para além da abordagem direta na articulação temporomandibular) também o tratamento dirigido à coluna cervical e torácica e ainda, a correção postural. Devido aos condicionalismos dos sistemas de saúde, a algum desconhecimento ou imprecisões de diagnóstico, grande percentagem dos pacientes não é adequadamente encaminhada. Muitas vezes o fator tempo é determinante e uma atuação precoce influencia positivamente os resultados obtidos. É fundamental informar os pacientes para melhorar todo o processo. Se apresentar algum dos sintomas referidos, procure ajuda médica.

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O luto é um processo de despedida, despedida esta do amor e de todas as expectativas que envolviam a pessoa que já partiu. O luto é necessário, é um processo que nos permite perceber o espaço que irá ficar vazio. Atualmente a nossa sociedade está mais preocupada em vencer a si mesma do que viver em si mesma, e é importante que cada indivíduo enlu-

CLÍNICA DE MEDICINA DENTÁRIA DA BATALHA DESDE 1995

com choro, tristeza e por vezes depressão. Por fim, numa terceira fase o indivíduo já é capaz de se reorganizar e assim restabelecer a sua vida. Para resolver um luto é fundamental permitir-se experimentar todas estas fases, para que posteriormente exista espaço para novas emoções como o amor e a alegria. O luto não é algo a ser tratado, não é uma doença ou um síndrome, é na verdade um processo que é comum e necessário de todo o ser humano. E enquanto a pessoa não prejudica a sua vida ou a dos outros por este peso extra que é o luto, em nada devemos interferir, cabe-nos apenas estar ao lado e acolher os momentos menos prazerosos. “Nada se perde, tudo se transforma...”

Clínica Dentária e Osteopática Direção Clínica: Dr.ª Ana Freitas - Medicina Dentária Dr.ª Ana Freitas Dr.ª Silvia Eleutério

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tado compreenda a importância de sentir, de viver a perda naquele momento. Essa sensação da inadequação corresponde a padrões que a sociedade tem esperado dos comportamentos. E é certo que a morte, sem aviso prévio, simplesmente não se encaixa em nenhum padrão. O luto é um sentimento muito particular, é a imensa dor e angústia que somente cada um sabe como é a sua, por vezes é chorada, outras vezes é calada. Consideram-se três as fases do luto. A primeira refere-se à sensação de choque e negação, caracterizando-se pela fase da descrença. A segunda fase do luto ocorre quando o indivíduo sente-se desesperado e assim se desorganiza, é nesta fase que ocorre a tomada de consciência da perda, reagindo

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Cultura

Faleceu um dos melhores acordeonistas portugueses m Vergílio Pereira colaborou com o Rancho Folclórico Rosas do Lena, cuja tocata regeu

O acordeonista Vergílio Pereira, considerado um dos melhores executantes nacionais, que colaborou com os ranchos folclóricos Rosas do Lena, Batalha, e da Maceira, Leiria, faleceu no

p Deixou gravados cerca de 20 discos

dia 16 de dezembro, aos 65 anos no Hospital de Santo André, em Leiria. Vergílio José Pereira era um “excelente músico, mas sobretudo um grande intérprete e defensor da música popular portuguesa, e um compositor apaixonado pelas linhas melódicas tradicionais”, como refere a Discotoni, editora de alguns dos seus trabalhos. O acordeonista deu um contributo considerado muito importante para a projeção do Rosas do Lena, cuja tocata regeu, e foi um um dos fundadores da Rádio Batalha, onde manteve

Monumentos do centro recebem 22 milhões de euros A Direção Regional da Cultura do Centro, em articulação com os municípios, fez um levantamento dos monumentos que precisam de intervenções de requalificação e decidiu dar prioridade a 50 edifícios classificados como monumentos nacionais, entre os quais o Mosteiro da Batalha. As intervenções serão suportadas em 85% por fundos comunitários do programa Portugal 2020 e nós próximos três anos está previsto um investimento global de 22 milhões de euros. No caso de Coimbra, Batalha, Alcobaça e Tomar, que integram a lista de Património Mundial da UNESCO, será feito ao longo dos próximos dois anos um investimento superior a 2,2 milhões de euros. Os quatro locais estarão ligados em rede nos próximos dois anos através de elementos comuns como a

p O Mosteiro da Batalha integra o projeto programação cultural, educação, comunidade, comércio e comunicação. “A reparação de imóveis classificados como monumentos nacionais vai avançar para permitir que as pessoas possam usufruir de locais que estavam esquecidos”, segundo a diretora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro.

O primeiro objetivo do projeto é requalificar a oferta turística proposta nestes lugares, tornando a visita ainda mais atrativa através da oferta de programas educativos e culturais. “Toda a atividade turística é em si um ato cultural”, considera Pedro Machado, presidente da Turismo Centro, acrescentando que

o projeto “vai muito para além da sua dimensão geográfica”. A lista do Património Mundial da Humanidade na região Centro integra o conjunto Universidade de Coimbra - Alta e Sofia, o Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Alcobaça e o Convento de Cristo, em Tomar.

um programa com música popular portuguesa”. E foi a França tocar diversas vezes com um grupo musical que interpretava apenas música portuguesa. Natural e residente em Arnal, na freguesia da Maceira, iniciou a sua atividade musical aos nove anos na centenária filarmónica maceirense e colaborou em ranchos folclóricos da região de Leiria, sendo de destacar o Rosas do Lena e o da Maceira. No período em que cumpriu o serviço militar integrou o grupo de variedades “Alerta Está”, da Região Mi-

litar de Lisboa, que reuniu na década de 70 nomes famosos da música e da canção. O acordeonista deixa perto de duas centenas temas musicais da sua autoria registados na Sociedade Portuguesa de Autores e gravados em cerca de 20 discos. O funeral de Vergílio Pereira, que deixa mulher e duas filhas, realizou-se no dia 17 de dezembro, no cemitério da Batalha, após a celebração exequial na igreja paroquial da vila. O corpo esteve em câmara ardente na Casa Mortuária da Batalha.

Museu concelhio recebe menções honrosas no Brasil O júri da oitava edição do Prémio Ibero-Americano de Educação e Museus 2017 anunciou a 14 de dezembro em Brasília (Brasil), a atribuição de duas menções honrosas ao Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB). As distinções foram atribuídas aos projetos “À Descoberta dos Sentidos - Atividades de sensibilização para a inclusão e cidadania” e “Heróis do Museu - Observatório Museu/Escola”. O MCCB ficou classificado entre os 20 primeiros projetos internacionais, num concurso que recebeu 148 candidaturas, de 18 países, segundo um comunicado da autarquia. O Prémio Ibero-Americano de Educação e Museus é considerado um dos mais importantes da museologia da América Latina e é organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus, criado pela Presidência da República do Brasil

e gerido pelo Ministério da Cultura. As duas menções honrosas “reforçam e atestam, uma vez mais, a qualidade museológica do MCCB, bem como, e no caso em apreço, dos projetos de grande qualidade pedagógica e cívica que são realizados neste espaço”, refere o presidente da câmara municipal. Os projetos distinguidos “foram criados com o intuito de reforçar junto dos mais novos a ligação aos espaços museológicos, mas também à importância do matrimónio material e imaterial”, explica Paulo Batista Santos. O projeto “El ecomuseo: estrategias educativas para hacer del patrimonio cultural una herramienta inclusiva de desarrollo sostenible”, do Patronato Valle de las Pirámides de Lambayque – Museo de Sitio Túcume (Peru), foi o vencedor da Categoria I e recebeu o maior prémio monetário.


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Cultura Batalha

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Jantar no mosteiro pode custar agora três mil euros m Novo regulamento vai permitir a realização de jantares e cocktails no monumento Panteão Nacional

O novo regulamento de utilização de espaços nos serviços dependentes e nos imóveis afetos à Direção-geral do Património Cultural, que ainda aguardava publicação a meio deste mês, vai permitir a realização de jantares e cocktails no Mosteiro da Batalha, embora contra o pagamento de preços mais elevados. Segundo o jornal Expresso, “pode continuar-se a jantar, desde que seja no Claustro D. Afonso V, com lotação máxima para 500 pessoas, e se pague três mil euros, ficando assim proi-

bidas quaisquer refeições no Claustro Real (onde se jantava por mil euros, recorde-se)”. “De acordo com as novas alterações poderá também continuar a realizar-se cocktails, quer no Claustro D. Afonso V por 1500 euros, quer nas Capelas Imperfeitas, onde se janta por 400 autos e se toma um cocktail por 250 ouros”. No dia 30 de dezembro, perante esta notícia, o presidente da Câmara da Batalha mostrou-se satisfeito “pelo facto de o Governo ter decidido manter a possibilidade da realização de alguns eventos nos monumentos que são Panteão Nacional, como os mosteiros da Batalha e do Jerónimos, em Lisboa”. “É uma decisão de bom-senso, de concertação com os municípios e que valoriza o património, uma vez que respeita os espaços me-

p Jantar no Claustro D. Afonso V custa três mil euros morais que na Batalha têm a sua maior expressão na capela do Fundador (Panteão Real de D. João I e da Dinastia de Avis) e a Sala do Capítulo (túmulo do Soldado Desconhecido)”, adianta Paulo Batista Santos. O autarca afirma que “o

município da Batalha está fortemente empenhado na valorização do monumento classificado pela UNESCO, tem em curso o maior investimento público na sua proteção (intervenção ambiental na frente do Mosteiro), e está empenhado

em que seja um espaço de cultura, de memória e apreciado pelas pessoas”. “Pelo trabalho competente que uma vez mais realizaram na identificação dos espaços do monumento”, Paulo Batista Santos agradece “ao diretor do mos-

teiro [Joaquim Ruivo] e à diretora-geral da DGPC” e expressa “reconhecimento aos governantes, parlamentares, investigadores e autarcas que se mobilizaram na defesa do Mosteiro da Batalha”.

Batalhense Irene Gomes expõe 30 anos de carreira A pintora batalhense Irene Gomes tem patente no Moinho do Papel, em Leiria, uma exposição evocativa das suas três décadas de artista, intitulada “Sobre o branco outras águas: 30 Anos de pintura”. A pintora, natural da Batalha, onde nasceu em 1960, começou a sua formação no estrangeiro, no Centro de Restauro ENAIP-CEP (Centro Estero Piemonte), em Itália, onde voltou em 1987 com uma bolsa de estudo. Nesse ano surgiram as

suas primeiras aguarelas e, dois anos mais tarde, apresentou a primeira exposição individual, na sala da comissão de Turismo de Leiria. Pouco tempo depois iniciou-se em exposições e concursos por todo o país, em cidades como Porto, Seia, Oliveira do Hospital, Lisboa e Sintra. Uma exposição no Palácio Juan Pizarro de Aragón, em Espanha, em 1995, marcou a internacionalização da sua arte, que se repetiu noutras cidades espanho-

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las, e expôs ainda em Marrocos, França, Alemanha e Holanda, onde também recebeu formação. Está representada em coleções particulares e museus, no país e estrangeiro. A exposição no Moinho do Papel, em Leiria, está patente até 28 de fevereiro de 2018, e pode ser visitada, de segunda a sexta-feira, das 09H30 às 12h00 e das 14h30 às 17h00, e ao sábado das 14h00 às 17h30.

p A exposição está patente no Moinho do Papel, em Leiria

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Novena a Santa Clara Oh Santa Clara que seguiste a Cristo com a sua vida de pobreza e oração, faz que entregando-nos confiantes à Providência do Pai Celeste no inteiro abandono, aceitemos serenamente Sua Divina Vontade. Ámen. Rezar esta oração e 9 Avé-Marias durante 9 dias com uma vela acesa e no 9º dia deixar a vela queimar até ao fim. Fazer 3 pedidos. 1 de negócios e 2 impossíveis. Publicar no 9º dia. Será atendida. C.C.


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Património Notas soltas sobre a Imaginária do Mosteiro No “Apontamento” de Dezembro faltou o título “Notas Soltas sobre S. Jorge e a Batalha”, o que, com certeza, tornou incompreensível a ligação dos versos com o assunto do texto, versos que eram alusivos à maternidade da Santíssima Virgem celebrada na espantosa escultura da Senhora do Ó ou da Expectação que está à entrada da Casa do Capítulo do nosso Mosteiro, e se enquadravam na época natalícia. Nem sempre os versos, como aconteceu naquele “Apontamento”, têm ligação ao texto, que ora podem ser de ilustração ou complemento, ora doutra natureza como os do presente número do Jornal. A propósito da Senhora do Ó, lembro que é sempre representada assentando a mão esquerda na barriga de grávida e levantando a direita, ambas numa postura de protecção do feto sagrado, nunca tendo o Menino ao colo que, evidentemente, ainda estava para nascer. E digo isto porque já vi imagens desta invocação em que se incluiu, erradamente, o divino recém-nascido. O Padre Dr. Jacinto dos Reis, natural do Reguengo do Fetal e figura proeminente da nossa região, investigador de temas religiosos e publicista, no seu

estudo de mais de seiscentas páginas “Invocações de Nossa Senhora em Portugal de Aquém e Além-Mar e seu Padroado”, publicado em 1967, (edição da União Gráfica – Lisboa), diz sobre a Senhora do Ó: “A origem desta singular invocação está na recitação das 7 Antífonas que começam por Ó – Ó Sapientia, Ó Adonai, etc. – nas Vésperas do Ofício Divino, desde 17 até 23 de Dezembro. Esta festa já vem do Concílio de Toledo, realizado no século VII. Começou com o nome de Anunciação, depois com o nome de Expectação do Parto de Nossa Senhora e, desde há muito, é conhecida por festa de Nossa Senhora do Ó. Esta invocação está bastante generalizada, sendo orago de mais de uma dezena de igrejas paroquiais e de várias capelas ou ermidas. (…) Consta que o culto de Nossa Senhora do Ó começou em Portugal, na vila de Torres Novas, tendo a sua imagem sido colocada no altar-mor da igreja de Santa Maria do Castelo. Esta Senhora “também se chamou Nossa Senhora da Almonda”. Os Portugueses levaram esta devoção para o Brasil, e ainda hoje por lá está bastante arreigada, prin-

cipalmente na cidade de Olinda, Pernambuco. (…)”. A escultura do exterior da Casa do Capítulo batalhina, de que publiquei no nº 6 dos Cadernos da Vila Heróica (“Magno”, Leiria, 2001) um breve estudo, para além dos atributos identificativos da sua invocação, reveste-se de outros verdadeiramente singulares como o colar de seis mão espalmadas caindo sobre o peito um tanto desnudado. A figura enverga vestido quatrocentista. Ora as mãos espalmadas, nas mais antigas tradições mediterrânicas, simbolizam o gesto da contenção e afastamento do mal, símbolo retomado pelos muçulmanos nas suas “mãos de Fátima” (Fátima, aqui, é a princesa filha do Profeta Maomé) e pelos cristãos nas imagens da Senhora do Ó. É curioso referir que os antigos batentes das portas de entrada nas casas de habitação, neste caso uma mão fechada, não são mais do que vestígios desse símbolo mediterrânico. A imagem da Batalha, embora passe normalmente despercebida, dadas as suas dimensões, perto de 35 cm de altura, e o local onde se encontra, é uma escultura de grande perfeição, de extremo originalidade e de profundo significado, sendo talvez a mais

Menino Jesus de Globo na mão Nas Tuas mãos está o Mundo. Uma bola para jogar. Se Tu a largas, Menino, onde irá ela parar? E tantas razões que tens para agora mesmo a largar! Com cuidado, meu Menino, leva-a a Teu Pai Celeste, que só Ele a sabe jogar. Olha se a bola estoira, e está mesmo a estoirar, que vai ser de nós sem a bola para morar?

s Casa da Madalena

Peça a peça, o Museu Etnográfico da Alta Estremadura Continua o Museu a receber peças que não só aumentam como enriquecem, pela qualidade, o seu já vasto espólio. Assim, nos fins de Dezembro, foi-lhe oferecida pelo batalhense João Carlos Matias Belo uma miniatura de galera, que o Museu ainda não tinha. Trata-se

da carroça de quatro rodas e normalmente puxada por duas muares. Ele próprio a executou, esmerando-se no seu trabalho. Recordam-se com certeza os batalhenses da galera que era propriedade do Sr. Joaquim Costa, Joaquim Padeiro como era conhecido por ter uma afamada

padaria na Vila. Ora na galera, alugada para o efeito, faziam-se viagens até às praias da região, principalmente às Paredes da Vitória e à Nazaré, ambas com tantas ligações históricas e afectivas à paróquia batalhense. Creio que a galera chegava a transportar mais de uma dúzia de viajantes,

sendo cada deslocação um verdadeiro delírio para os mais pequenos. Na imagem deste mês vê-se um cantinho da vitrina onde está exposta a nova atracção na secção de miniaturas do Museu. J.T.S.

expressiva da imaginária do Mosteiro. Falta-lhe porém a mão direita, estrago antigo por acção dos homens ou do tempo. No que publiquei no citado número dos “Cadernos da Vila Heróica” cometi o erro de confundir um rotundo antebraço com o que poderia ser, e também fazia sentido, uma vasilha que estando ao alto era símbolo da vida conteúda. Só depois da réplica que a notável escultora Adália Alberto executou a meu pedido, eu verifiquei o meu erro. Na realidade só muito de perto se dá conta, como a artista observou, de todos os pormenores da imagem. É ela que ilustra este apontamento. E ao falar de Adália Alberto, hoje nome feito nas Artes, recordo a Escola de Canteiros, onde Mestre Alfredo Neto Ribeiro marcou uma presença inesquecível e deu um marcante contributo à formação duma verdadeira pleíada de artistas em que, além de Adália Alberto, se distinguem Cristina Maria, Maria Esperança Lebre de Matos, Alzira Antunes, António José Moreira, Pedro Coelho Oliveira, entre outros. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (178)


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Economia

Solução contra poluição está no fio da navalha m “Se não há solução, temos de passar à frente”, diz o presidente da Câmara da Batalha, sugerindo mais fiscalização

O presidente da Câmara da Batalha lamentou no dia 27 de dezembro que o ano tenha terminado “com a notícia da incapacidade” da Associação de Suinicultores de Leiria (ASL) para

apresentar uma candidatura à construção da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas do Lis (ETES Lis). Paulo Batista Santos, também vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, referiu que “o ano de 2017 termina com a notícia da incapacidade da ASL em congregar os meios financeiros necessários para realizar o projeto da ETES Lis”. “Perdemos fundos comunitários [9,1 milhões de euros] e persiste um grave problema ambiental na região de Leiria”, adianta o autar-

ca, entendendo que “a questão não pode, nem deve ser esquecida: devemos exigir responsabilidades e sobretudo reclamar soluções”. O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, defendeu a 30 de novembro, na Batalha, que os ministérios do Ambiente e da Agricultura estavam “muito esperançados” que viesse a ocorrer a candidatura à construção da ETES do Lis. “Se não há solução, temos de passar à frente. A alternativa é o tratamento dos efluentes de forma individual, com mais custos. A partir daí, quem não cum-

FERRAGENS FERRAMENTAS FECHADURAS DE ALTA SEGURANÇA CÓPIAS DE CHAVES Rua D. Filipa de Lencastre, N.º 7 A 2440-116 BATALHA Tel. 244 766 569 • Fax: 244 766 885 E-mail: geral@ferragensdolena.pt www.ferragensdolena.pt

p Na zona da Recilis há 400 explorações suinícolas prir as regras ambientais encerra o negócio, é punido ou assume uma despesa muito maior da solução individual”, destacou Paulo Batista Santos. “Não tenho dúvidas que se adivinha o encerramento de empresas. Se a ETES não for realizada, seguramente mais de 50% das suiniculturas não tem condições de sobrevivência”, considerou

o autarca, concluindo: “O que temos sofrido na região de Leiria com o passivo de direito à natureza e poluição das linhas de água não é possível nem aceitável”. Na altura do fecho desta edição (10 deste mês), a Valoragulo/Recilis, empresa promotora do projeto de construção da ETES do Lis, informou que os suinicultores mantinham a vontade

de encontrar uma solução para o problema e que não tinha sido oficialmente informada da perda do financiamento público. O presidente da CIMRL, Raul Castro, adiantou que a questão ainda poderia ser resolvida e que foi pedida uma reunião urgente ao ministro do Ambiente. A região de Leiria tem 400 explorações (7 mil empregos).


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Batalha Atualidade

Jornal da Batalha

janeiro 2018

Guias-Intérpretes de turismo querem ser mais reconhecidos m O 3º congresso de informação turística decorreu no mosteiro com a presença de mais de 130 pessoas CERTIFICADOS. O Agrupamento de Escolas da Batalha entregou em dezembro os certificados de mérito e prémios de mérito aos alunos do 12º ano, bem como os diplomas de conclusão do ensino secundário.

Exposição mostra fotografias da procissão dos caracóis O resultado do concurso fotográfico “À luz dos caracóis - Reguengo do Fetal” está patente na galeria do posto de turismo da Batalha até 25 de março, podendo ser visitada diariamente das 10 às 18 horas, com entrada gratuita. Em setembro, no

decurso das Festas em Honra de Nossa Senhora do Fetal, a junta de freguesia com o apoio do município, promoveu o quarto concurso de fotografia, desafiando a criatividade dos que se dedicam “ao prazer de captar e fixar imagens”.

Os profissionais de informação turística certificados oferecem “um contributo indispensável para o sucesso do turismo”, considera a presidente Associação Portuguesa dos Guias-Intérpretes e Correios de Turismo (AGIC), Cristina Leal, que em dezembro promoveu na Batalha o 3º Congresso Nacional de Informação Turística (CNIT 2017). A contratação destes profissionais, “formados academicamente para interpretar a sua área-especifica de trabalho e possuidores de ferramentas de boas práticas profissionais, potencia uma maior fruição do produto turístico e, consequentemente, uma maior satisfação e fidelização de quem nos visita, contribuindo po-

p Joaquim Ruivo, diretor do mosteiro, foi um dos oradores sitivamente para a economia nacional”, adianta Cristina Leal, especificando que “a sua presença numa viagem ou visita é indispensável no contexto das boas práticas do turismo organizado”. “É absolutamente necessário, porém, que esse contributo seja melhor compreendido e reconhecido por aqueles que estão fora da profissão. Essa deverá ser uma missão conjunta de todos os profissionais, que são sobejamente reconheci-

dos pelos seus contratadores, mas nem sempre pelas organizações e pelo grande público”, refere a presidente da AGIC. O congresso, que decorreu nos dias 15 e 16 de dezembro no mosteiro, contou com a presença de mais de 130 guias-intérpretes e o apoio do Mosteiro da Batalha e da câmara municipal. O congresso decorreu atento aos 100 anos da partida para a França do Corpo Expedicionário Português a 30 de janeiro de 1917 e, es-

tando o mosteiro intimamente ligado à perpetuação da memória da presença portuguesa na 1ª Grande Guerra, a AGIC associou-se às celebrações do centenário lançando como tema do CNIT “Soluções em tempos de crise”. Durante o congresso foi apresentado um programa científico diversificado e abordada a presença de Portugal na 1ª Grande Guerra e a Crise de 1383-85.

Torneio de masters disputa-se na vila O Complexo de Ténis da Batalha recebe nos dias 20 e 21 deste mês o Torneio de Masters Regional de Leiria e Santarém, organizado em parceria pela União Desportiva da Batalha (UDB) e Associação de Ténis de Leiria (ATLEI), com o apoio do município da Batalha Os quatro melhores rankings regionais em cada escalão disputam o título e a prova visa apenas premiar os melhores atletas da ATLEI dentro dos torneios da associação. Em cada dia serão disputados 28 jogos, com a presença de 32 atletas jovens, quatro seniores e 20 veteranos, totalizando 56 atle-

p A prova disputa-se nos dias 20 e 21 deste mês tas, “dos melhores a nível regional e nacional na modalidade”, segundo a UDB. O torneio inclui os escalões de sub 12, 14, 16, 18, seniores, veteranos 35, 45 e 55, em ambos os sexos.

Os participantes têm direito ao alojamento e pequeno-almoço, e será fornecida alimentação e bebidas durante a prova. Têm ainda direito a prémio e uma prenda surpresa.

“Este torneio pretende ser uma festa, sendo obrigatória a boa disposição e camaradagem entre todos os intervenientes”, refere o regulamento da prova.


Jornal da Batalha

Necrologia Batalha

janeiro 2018

Maria Júlia Santos Batista Brito

Jorge Silva de Jesus

Seu marido, filhos: Anabela e Paulo Brito, enteado António Brito, noras, genro, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida, agradecer todas as manifestações de carinho, nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam a sua querida familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. As boas memórias são os nossos maiores tesouros e ajudam-nos a suportar a dor da perda… Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Serralharia Civil

AGRADECIMENTO

Sua irmã, sobrinhos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradecem a todos os que os acarinharam nesta altura de dor e sentimento de perda, bem como a todos os que acompanharam o seu familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Aqueles que amamos não morrem… Apenas partem antes de nós… Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós – Loja D. Fuas

Joaquim Monteiro Cerejo

Victória Rodrigues dos Santos

(95 anos) N.26 – 10 – 1922 F. 10 – 01 – 2018 Quinta do Sobrado – Batalha

( 88 anos) N.06 – 03 – 1929 F. 16 – 12 – 2017 Reguengo do Fetal – Batalha

ADMITE

Serralheiro

(83 anos) “Primo Virgílio” F. 22 – 11 – 2017 Natural de Torres Vedras e residia em Casais dos Ledos – Batalha

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO Seus filhos: Josiane e Henrique Ferreira de Jesus, genro, nora, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida a agradecer todas as manifestações de carinho e apoio nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que com eles acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. “Viverás nos corações e nas lembranças daqueles que ficaram…” Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Virgílio Sérgio Marques da Silva

(76 anos) N.15 – 06 – 1941 F. 15 – 12 – 2017 Brancas – Batalha

(75 anos) N. 22 – 03 – 1942 F. 26 – 12 – 2017 Alcanadas – Batalha

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Seus Filhos: Encarnação Carvalho Neves e Eduardo Carvalho, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas amigas que ao longo do tempo demonstraram carinho e preocupação e que agora, na hora do adeus a acompanharam até à sua última morada. Para sempre nos nossos corações e nas nossas lembranças. Descansa em paz Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

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Seus filhos, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todas as manifestações de carinho nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. “Aqueles que amamos não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós” Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

com alguma experiência em soldadura

Local de trabalho Maceira Contato: 938 383 837

Cupão de Assinatura Para novos assinantes ou renovações de assinaturas Desejo receber na morada abaixo indicada o mensário JORNAL DA BATALHA durante 1 ano (12 edições) por: 10 euros (Portugal) | 20 euros (Europa) | 30 euros (resto do mundo) Nome ________________________________________________Data Nasc.____/____/_____ Nº Contribuinte_________ Morada _____________________________________________ Localidade ________________Cod. postal_______-____ Tel./Telemóvel ____________________Email___________________________________Profissão __________________ Modos de pagamento (assinale a opção pretendida) Cheque ou Vale Postal no valor de _______€ à ordem de Bom Senso, Lda. Pagamento por Transferência Bancária NIB 003503930009288793092 CGD (indicar nome e anexar comprovativo) Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B, Apartado 81, 2440-901 Batalha . info@jornaldabatalha.pt . Tel. 244 767 583

Novena a Santa Clara Oh Santa Clara que seguiste a Cristo com a sua vida de pobreza e oração, faz que entregando-nos confiantes à Providência do Pai Celeste no inteiro abandono, aceitemos serenamente Sua Divina Vontade. Ámen. Rezar esta oração e nove Avé-Marias durante nove dias com uma vela acesa e no nono dia deixar a vela queimar até ao fim. Fazer três pedidos, dois impossíveis e um de negócios. S.S.


A fechar

B

Torneio de ténis A União Desportiva da Batalha promove nos dias 23 e 24 deste mês o XX Torneio Sénior “O Condestável” em ténis, no complexo de ténis da vila. As inscrições estão abertas até dia 21, pelas 21 horas. Uma hora depois realiza-se o sorteio.

JANEIRO 2018

Misericórdia lança primeira fase de lar que acolherá 60 seniores m O concurso da obra foi publicado no Diário da República em 2016, pelo preço base de 1,060 milhões de euros A primeira pedra da obra de construção da Estrutura Residencial para Idosos (lar) da Batalha, da responsabilidade da misericórdia, foi lançada no dia 14 deste mês junto ao Centro Hospitalar Nossa Senhora da Conceição, nas Brancas. O concurso da obra foi publicado no Diário da República em 19 de agosto de 2016, por um preço base de 1,060 milhões de euros

p O lar será construído em duas fases (mais IVA), no que respeita apenas à parte construtiva com o apetrechamento, o investimento global é de 1,250 milhões de euros. A primeira fase visa a re-

cuperação total das cozinhas e lavandaria, e a construção do piso de cima da unidade de residencial para idosos, com capacidade para 28 utentes.

Nesta fase, prevê-se a criação de 16 postos de trabalho diretos na estrutura residencial, e a manutenção de 13 atuais de apoio às cozinhas e lavandaria.

A segunda fase permitirá acolher globalmente 60 camas, número necessário para satisfazer as necessidades imediatas da população idosa das freguesias de Batalha e Golpilheira. Mas está fase está dependente da aprovação de uma candidatura a um financiamento do Plano Junker. A câmara apoia a obra com 120 mil euros, a par de outras entidades, como a Caixa Crédito Agrícola da Batalha, que deu à instituição “a possibilidade de ter na sua conta 450 mil euros para iniciar a obra”. A Misericórdia da Batalha conta para o primeiro trimestre deste ano com o au-

mento do número de camas em cuidados continuados de longa duração em 10 camas, e uma unidade de dia e promoção da autonomia, um projeto piloto a integrar na Rede Nacional de Cuidados Continuados. Um projeto igualmente relevante é a Residência de Apoio Moderado, complementada com uma unidade de apoio sócio-ocupacional, para pessoas com moderado grau de incapacidade psicossocial, clinicamente estabilizadas, impossibilitadas de serem tratadas no domicílio por ausência de suporte familiar ou social adequado, que deverá ter uma capacidade para 12 utentes. Publicidade

Fábrica e Escritório: Casal da Amieira 2440-901 Batalha Apartado - 201 Telefones: 244 765 217 244 765 526 I 244 765 529 Fax: 244 765 529

Visite a maior exposição da zona centro junto à Exposalão

Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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