JORNAL DA BATALHA MARÇO 2018

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Processos na comissão de menores crescem 60%

| DIRETOR: CARLOS FERREIRA | PREÇO 1 EURO | E-MAIL: INFO@JORNALDABATALHA.PT | WWW.JORNALDABATALHA.PT | MENSÁRIO ANO XXV Nº 332 | MARÇO DE 2018 | PORTE PAGO

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Desporto do concelho conquista prémios

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Morre em colisão frontal com camião

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Artista batalhense expõe no Canadá

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Turismo acessível é a nova aposta O museu é um dos espaços a integrar no projeto

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Jornal da Batalha

Espaço Público s Crónicas do passado

Os relatos de Cavalaria Foram descobertos recentemente estes relatos de dois cavaleiros, datados de meados do século XIII, que vos passarei a descrever e adaptar a uma linguagem e escrita mais factual. Julgo que estes documentos sejam de extrema importância para o estudo da História Medieval de Portugal. Sabe-se que chegaram a combater na reconquista cristã da Andaluzia, ao lado do Mestre de Santiago D. Paio Peres Correia. O pouco que nos chegou, contado pelos escritos do jovem escudeiro Raimundo Sanches, fala-nos das batalhas e quotidiano de dois cavaleiros de alta nobreza e posses avultadas. Ambos viviam no Minho. O talento de Raimundo para a escrita é louvável, e denota uma educação exemplar. Por estas razões suponho que seja membro da nobreza.

D. Mendo Gonçalves de Vizela era um cavaleiro muito leal à coroa portuguesa, ou não. Defendia sobretudo os interesses que lhe eram mais favoráveis à sua bolsa, mas sempre com um extremo amor ao seu Reino, o qual muitas vezes já nem sabia qual era. Ficou célebre com o seu ilustre cognome, “o Porco Assado”, devido ao seu tremendo gosto pela carne porcina. D. Pero Martins de Macedo tinha um enorme sentido de responsabilidade. Sereno e cauteloso, menos com as mulheres, pois o seu coração batia por todas elas. Todos os reinos peninsulares conheciam o seu nome, pois as lavadeiras coscuvilhavam muito. O Papa Inocêncio IV dizia sobre ele palavras de estima e de alta consideração: “Excomungo esse herege”. Espero que esta transcri-

de? Raimundo - Vossa Senhoria, tende compromissos pela manhã com aquela manceba, a Maria Fogosa e... D. Pero - Não pedi toda a minha agenda, Raimundo. Desta vez perdoo a impertinência. Raimundo - Desculpai-me Vossa Senhoria tal inconfidência da minha parte. Hum... À tarde tendes uma refrega com uns mouros desleais. Aqui no pergaminho acrescenta que ireis atacar muçulmanos ao calhas até saciar o Vosso ardor combativo. D. Mendo – Ah! Como gosto de chacinar só pelo simples gosto de cumprir o meu dever. Já agora preciso de terras. D. Pero - Como vedes não posso combinar nada convosco. Existem assuntos que requerem uma atenção imediata. Mas dizei-me o que

queríeis combinar com este Vosso ilustre amigo. D. Mendo - Era uma cervejinha ali na Taberna da Moura Encantada. Ando de olho numa dama mui formosa. D. Pero - Já agora, como se chama essa Vossa donzela encantada? D. Mendo - Chama-se D. Châmoa. D. Pero - Mas quem é que a chamou? D. Mendo - É o nome dela, Châmoa. D. Pero - Estais a enervar-me. D. Mendo – Calma, Pero, é uma discussão sem sentido. Raimundo - Confere na agenda, arranjar uma discussão com o amigo para andar à pancada sem razão aparente, para não chamar a atenção da sua relação com a filha de D. Mendo. D. Mendo - Andas com a minha filha, seu sem vergo-

cerca de 577 mil euros, suportados pelo município e por fundos comunitários do FEDER, que assegura um financiamento de 85% do custo total. Até este ponto, digo: Tudo bem. Passando a uma segunda fase, coloca-se a questão da manutenção da obra. Ora, eu, na qualidade de ativa e consciente cidadã, e munícipe contribuinte deste concelho, questiono: onde está o plano, quem o executa, e quais os custos desta manutenção?

Senhor Presidente: o cargo que ocupa, por eleição, exige que saiba gerir a coisa pública, “res pública”, de forma sustentável, pondo de parte a demagogia barata e a exibição de obras e outros feitos, porventura em detrimento do bem comum. A infraestrutura que está a ser instalada em frente ao Mosteiro da Batalha poderá contribuir para a diminuição do impacto geológico nas estruturas do monumento, mas haverá certamente outra solução menos onerosa para o erá-

ção seja elucidativa tanto para leigos como para historiadores. Para lá de tudo o que conhecemos, envolto nas brumas de nevoeiro, vivem cavaleiros de armadura e elmo, numa época a que muitos chamam das trevas. Entre estes intrépidos seres elevam-se dois místicos e corajosos guerreiros, D. Mendo Gonçalves de Vizela e D. Pero Martins de Macedo. Aventureiros lutavam na reconquista cristã. Aqui vos delego um dos seus destemidos e eloquentes diálogos, de espada na bainha e lança na mão, sobre a sua montada corpulenta. D. Mendo - Tendes algo combinado para amanhã à tarde, meu bom e velho D. Pero? D. Pero - Deixai-me consultar a minha agenda. Meu escudeiro Raimundo, o que me aguarda amanhã à tar-

Francisco Oliveira Simões Historiador

nha? Vou já chamá-la para comprovar esta história. D. Pero - De acordo. Ei chama aí a Eixamea, Raimundo. Depois desta conversa elevada e puramente sagaz, os nossos heróis prosseguem a sua caminhada rumo à Guerra Santa, sob o pôr-do-sol.

Y cartas

Saber preservar/restaurar o nosso património Ao executivo camarário do Município da batalha (Senhor presidente) O nosso património histórico arquitetónico representa parte da nossa história local, nacional, mundial que, por isso, urge preservar. O Mosteiro de Santa Maria da Vitória classificado como património da humanidade, e inscrito na lista do património mundial da UNESCO, em 1983, é disso um nobre exemplo, merecendo, de todos nós, cultivar essa consciência cívica

e patriótica. O material pétreo utilizado na sua construção é, como noutras edificações semelhantes, sujeito à ação de uma série de agentes que contribuem para a sua degradação, nos quais se incluem os climáticos e meteorológicos, biológicos, geológicos e os humanos, tendo o Mosteiro de Santa Maria da Vitória vindo a sofrer os efeitos nefastos provocados pelos mesmos ao longo do tempo… Quando um executivo camarário demonstra ter este

Propriedade e edição Bom Senso - Edições e Aconselhamentos de Mercado, Lda. Diretor Carlos Ferreira (C.P. 1444) Redatores e Colaboradores Armindo Vieira, Carlos Ferreira e João Vilhena;

nível de consciência, é um facto digno de louvar. Na realidade, feito o diagnóstico, através de estudos encomendados, e apurados os resultados, estes apontam para o impacto provocado no monumento pelo ruído, as vibrações e o dióxido de carbono emitido pelo intenso tráfego rodoviário circulando na EN1. O projeto em execução inclui a construção de barreiras em betão camufladas por árvores, arbustos e milhares de plantas. A intervenção está orçada em

António Caseiro, António Lucas, Célia Ferreira, comendador José Batista de Matos e José Travaços Santos. Entidades: Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e Unidade de Saúde Familiar Condestável/ Batalha. Departamento Comercial Teresa Santos (Telef. 918953440)

Redação e Contactos Rua Infante D. Fernando, lote 2, porta 2 B - Apart. 81 2440-901 Batalha Telef.: 244 767 583 - Fax: 244 767 739 info@jornaldabatalha.pt Contribuinte: 502 870 540 Capital Social: 5.000 € Gerência Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos (detentores de mais de 10% do Capital:

Teresa R. F. M. Santos e Francisco M. G. R. Santos) Depósito Legal Nº 37017/90 Insc. ERC sob o nº 114680 Empresa Jornalística Nº 217601 Produção Gráfica Semanário REGIÃO DE LEIRIA Rua Comissão de Iniciativa, 2-A, Torre Brasil, Escritório 312 - 3º Andar, Apartado 3131 - 2410-098 Leiria Telef.: 244 819 950 - Fax 244 812 895

rio público, ou seja de todos nós. “Nós não herdámos a Terra dos nossos antepassados, nós tomámo-la de empréstimo às gerações futuras”, Antoine Saint-Éxupery. Mas há um preço da memória. Cordialmente, Helena Barreiros Professora do Agrupamento de Escolas da Batalha, Munícipe do Concelho da Batalha, 4 de fevereiro de 2018

Impressão: Fig - Indústrias Gráficas, Sa. Tiragem 1.000 exemplares Assinatura anual (pagamento antecipado) 10 euros Portugal; 20 euros outros países da Europa; 30 euros resto do mundo. O estatuto editorial encontra-se publicado na página da internet www.jornaldabatalha.pt


Jornal da Batalha

Espaço Público Opinião

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s Diacrónicas Francisco André Santos

Senão antes, no café O meu caderno está comigo. Imagino-me a ter tempo para escrever o que preciso, mas serve apenas de decoração entre pratos, chávenas e talheres. Do meu canto, olho para dentro da cozinha para perceber se a porcelana limpa é necessária. Não é, e tenho tempo de voltar a instalar a minha pequena revolução que leva os meus colegas com menos inglês do que o meu holandês a cumprimentarem-me com “eh! Francisco! Rock’n’Roll!”. “Zou e Zou”fixe fixe! Afinal de contas, qual é o lavador de pratos que não se presa à companhia de música? São 18:00, hora de ponta. Os holandeses que não receberam atendimento imediato atentam aos ponteiros do antigo relógio de parede

deste pequeno “pavilhão” histórico junto ao centro de Roterdão. Bem que podem esperar. Os meus colegas estão de ressaca e o sorriso que levam na cara é a única coisa que acrescenta ao ordenado mínimo. Fazemos parte dessa trupe chamada “horeca” – hotel, restaurante, café, bar, em que se partilham histórias de engate, as peculiaridades dos clientes ou os melhores sítios para ir depois do nosso fechar. Admito muita ironia quando digo a outros para estudarem. Depois de 6 anos de ensino superior, resignei-me a lavar pratos no estrangeiro, onde 3 ou 4 turnos de 7 horas por semana me permitem sobreviver, o que dificilmente poderia fazer em Portugal. Com o resto do tempo, con-

tribuo como posso, offline ou online para projetos em que acredite. Tão útil como agradável seria receber para o fazer, mas até lá testo e defino a minha disciplina. Como em casa confundo o prazer da preguiça com a melancolia, arranjei um escritório (“espaço de co-working”). Aqui, posso ao menos escutar o gosto de dá trabalhar por causas, ainda que considere a quantidade de portáteis da Apple excessiva. “Não, eu já acabei de estudar.” “Então e o que estás aqui a fazer?” Não tenho grande resposta para dar ao chefe, mas sei que ele podia começar a servir pequenos-almoços ao hotel do lado. Que além dos meus estudos não me definirem uma profissão, resignar-me se-

s Pestanas que falam

ria aceitar uma profissão de fato e gravata. Seria aceitar hierarquias falsas, competição no lugar de cooperação, carro em vez de transportes, e trabalhar das 10 às 8, para no final do mês, tentar poupar 200 euros. É aquela precariedade confortável que atribuíram à minha geração, limitada pela sustentabilidade do passado, até que celebramos os 30 com mais um estágio… “Ele que não pense que faço tudo por um ordenado mínimo.” Existe um certo luxo neste pequeno comentário que repetimos por entre os níveis da hierarquia. Senão antes, no café continuamos a perceber o tipo de trabalho a que nos prestamos, e a cerveja incluída no final do turno, uma oportunidade de sermos um pouco

mais humanos. Pelo menos dois dos cozinheiros querem abrir o seu próprio restaurante. Um outro empregado também quer abrir o seu próprio estabelecimento. Outros estudam e outros tratam o café como casa depois de aqui trabalharem por vários anos. Já o Micha veio para a “Manhattan pelo rio Maas” para ser “rapper”. Começou a servir às mesas 1 mês depois de eu entrar. A única saída é apostar naquilo que sabe enquanto aprende, para poder fazer aquilo que gosta em vez do que precisa. Ficou a pensar no que lhe disse sobre organizar o dia e de como de certa maneira, compete com aqueles que são pagos para se aplicarem diariamente. Precisamos de um plano para não chamar

s AMHO A Minha Horta Joana Magalhães

O tempo tem sempre o mesmo tempo (?) “Estás tão crescida!” – a frase clássica de quem, como todos nós, vê nos outros a passagem do seu próprio tempo. Todos ouvimos isto. Um tio que já não víamos há uns meses, um amigo dos nossos pais e, lá está, a célebre frase. Mas, afinal, porque temos de olhar para uma criança que “dá um pulo” de um mês para o outro para cairmos na realidade de que o tempo passou? E rápido. Muito rápido. A rotina é a maior aliada do tempo. Ou inimiga, depende da perspetiva, suponho. Acordar, comer, ginásio, tomar banho, trabalhar, comer, dormir. Ao fim de um tempo estamos em modo robot. Passa um dia, dois, três e, de repente, passou um mês. Claro que, individualmente, cada dia parece bastante longo enquanto passamos por ele, mas, depois, quando olhamos para trás, “não demos pelo tempo a passar” – outra expressão bem tuga. Bom… que embrulhada… Há ainda outra questão: o tempo passa mais rápido quando estamos entretidos

a fazer alguma coisa de que gostamos? Isto é, porque é que fica aquela sensação que ver uma série de uma hora com o namorado ou que um jantar de três horas com as amigas passou mais rápido do que meia hora de uma aula de filosofia? Se o tempo tem sempre o mesmo tempo, deveríamos sentir sempre exatamente o mesmo tempo a passar… não? Ou já embrulhei tudo de novo? O tempo não é fácil de perceber. Tem uma medida, sempre igual, mas não passa sempre da mesma forma. Afinal, no que ficamos? E questiono porque acho que seria vantajoso desmistificar este tema. Como quem diz, seria vantajoso chegar aos 18 anos e não percebermos o real valor da idade só quando chega a carta que nos torna eleitores ou quando conduzimos um carro pela primeira vez. Também seria vantajoso darmo-nos conta que a vida de estudante acabou e começou a “séria” vida de trabalhador antes de termos de preencher toda a papelada que, hones-

ao café, casa. Tenho que acabar este texto antes de entrar no turno. Reservo então este parágrafo para agradecer a atenção do leitor às coleções de histórias e lições que organizo para partilhar consigo. Falta-me decidir quando é o meu fim-de-semana e agora tenho que marcar quando janto com o meu colega de casa. Encontramo-nos outra vez para o mês que vem? Senão antes, no café.

Célia Ferreira

O mês de quem gosta de hortas

tamente, ninguém com 21 anos sabe para que serve. IRS? IEFP? Devem ser siglas indicativas das cadeiras do próximo semestre, só pode… Toda a gente tem medo da passagem do tempo. Uns porque não querem ficar velhos, outros porque não querem que os seus cresçam rápido. Para mim, o tempo devia ter dois botões: 1 – passar rápido; 2 – passar devagar; assim, teria a verdadeira oportunidade de escolher como quero que o meu tempo passe em determinada altura. O botão 1 para a sala de espera antes de entrar no consultório do médico. O botão 2 para os momentos felizes. Mas o tempo, que escolhe sozinho como quer passar o seu próprio tempo, faz exatamente o contrário. Porquê? Uma coisa é certa: O tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem. E passa rápido. Ou não.

O mês de março é para quem gosta das hortas o mês de excelência para voltar a trabalhar em grande os nossos quintais. É o mês em que se preparam e planeiam todas as colheitas da abundância do verão. Tudo desponta no quintal, como os dias têm estado “curtos” (em termos de horas de sol) não tenho semeado nada, mas consigo colher na mesma. A natureza é sábia e quando a deixamos livre sabe mostrar aquilo de que é capaz. No meu quintal e por ter deixado diversas plantas darem semente, antes de as retirar da terra, têm nascido espontâneos nabos, couves, acelgas, agrião da horta e de jardim, cebolas, alfaces - até uns dentes de alhos que não terei apanhado estão a nascer a bom ritmo. Por estes dias tenho sido uma recoletora em vez de agricultora. As couves oferecem-nos nesta altura belos grelos, que são o prenúncio das sementes. Como são muito generosas, produzem imensos e nós não precisamos (para consumo pró-

prio) de tanta semente. Então consumimos os grelos, que são deliciosos, de preferência cozinhados ao vapor. Cá por casa comem-se cozidos, salteados em azeite e alho ou ainda, a última experiência, em migas. Há que aproveitar esta dádiva, sempre com o entendimento que a natureza sabe do que precisamos em cada ciclo do ano. Quando se tornam flores, podemos adicionar as suas pétalas às saladas, ficam coloridas e ainda mais nutritivas. Começam por esta altura também a aparecer os primeiros piolhos nos rebentos das plantas jovens (até mesmo nos grelos das couves). Se tal acontecer, não se aflija, vá à despensa e salpique-os com um pouco de pimenta branca, em pequenas áreas; em grandes áreas pulverize com água e sabão, eles não gostam e desaparecem, mas lembre-se que ao eliminar os piolhos por completo as joaninhas não aparecem, pois eles são o seu principal alimento. Hortícolas para semear e/ou plantar ao ar livre

(em zona sem propensão a geadas): abóboras, aipo, alfaces, alho Ffancês, batatas, beringelas, beterrabas, broculos, cabaças, cebolas, cenouras, chalotas, chirivias, coentros, couves repolho, couve roxa, espinafres, ervilhas, malaguetas, nabiças, nabos, pepinos, pimentos, salsa, tomates, rabanetes, rúcula, salsa e calêndulas. Hortícolas para semear em local coberto (em zonas com risco de geadas): pepinos, tomates, pimentos, feijão, melão, melancia, endro, funcho e orégãos. Jardim, semear: amores perfeitos (só os de flor pequena é que são naturais e pode comer as suas flores), cravos, crisântemos, dálias, bocas de lobo, capuchinhas (estas são excelentes para circundar a nossa horta) e agrião de jardim. Arbustos e árvores de fruto para plantar: amoreiras, arandos, framboesas, groselheiras, mirtilos, morangueiros e videiras. Na horta cultivamos alimentos e sentimentos! Boas colheitas.


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Jornal da Batalha

Atualidade

Suspenso julgamento do homem acusado de tentar matar a mãe m Atacou a progenitora com uma faca de cozinha, com 12,5 centímetros de lâmina, dizendo: “Vou-te matar” O julgamento do homem acusado de tentar assassinar a mãe à facada no ano passado, na vila da Batalha, já antes condenado por um crime semelhante contra a própria mulher, está suspenso até ser avaliada a sua imputabilidade. O arguido, J.B., de 35 anos, encontra-se acusado da “au-

toria material de um crime de homicídio qualificado, na forma tentada”, por ter atacado a progenitora com uma faca de cozinha, com 12,5 centímetros de lâmina, dizendo: “Vou-te matar”. A vítima foi atingida no pescoço e numa mão. No dia 10 de julho de 2017 o Tribunal de Leiria condenou o indivíduo, desempregado, a uma pena de cinco anos de prisão, suspensa por igual período, pela “autoria material e na forma tentada, de um crime de homicídio qualificado” contra a própria mulher, que esganou quase até à morte.

p A mãe do alegado agressor pediu socorro à GNR Este crime, cometido no dia 7 de maio de 2015, não teve consequências mais graves porque a mãe do

agressor, R.P., arrombou a pontapé a porta do quarto, afastou o filho da vítima [M.S., de 40 anos, de nacio-

nalidade brasileira] e pediu socorro. No âmbito deste processo, J.B. foi sujeito a um exame de perícia médico-legal que o considerou imputável [ou seja, responsável pelos seus atos, podendo, como tal, ser julgado]. No entanto, o Tribunal de Leiria, considerou no dia 15 de fevereiro que há “dúvida sobre a imputabilidade do arguido”, ordenando nova avaliação psiquiátrica, no Instituto de Medicina Legal de Coimbra, para “apurar a imputabilidade” do arguido. Os autores da primeira perícia psiquiátrica conside-

raram que o acusado “não apresentava qualquer condição clínica que o limitasse na sua capacidade para avaliar a ilicitude dos seus atos e para determinar de acordo com essa avaliação, pelo que deve ser considerado imputável”. No entanto, sofre de “perturbação de personalidade mista”, da qual resulta “irritabilidade e ressentimento” e “incapacidade de lidar com a hostilidade perante o outro”, podendo provocar “agressividade irracional perante a mínima frustração”. Aguarda o julgamento em prisão preventiva pela tentativa de homicídio da mãe.

Colisão frontal mata condutor

António Caseiro

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Um homem residente na Batalha morreu na manhã do dia 6 deste mês na sequência da colisão entre o ligeiro que conduzia e um camião-betoneira, no IC2, no Concelho de Porto de Mós. João António Morais Pereira, de 57 anos, era administrador no “Atelier da Benedita - Arquitetura e Engenharia”, no concelho de Alcobaça, e faleceu no local do acidente, ocorrido entre Casais de Santa Teresa e Pedreiras (km 101.6). A vítima residia em Cancelas, na Batalha, e deixa mulher e uma filha. Estudou na Escola Superior de Tecnologia e Gestão e no Externato Cooperativo da Benedita e era natural de Rio Maior. A colisão aconteceu pelas 9h30, em Casal da Boeira, e as operações de socorro envolveram sete viaturas com 18 elementos, da GNR, Viatura Médica de Emergência e Reanimação e bombei-

p João Morais faleceu no local do acidente ros de Alcobaça e de Porto de Mós. A circulação do trânsito foi reaberta pelas 11h30 e as causas do acidente estão a ser investigadas pelas au-

toridades. As cerimónias fúnebres iniciaram-se às 15 horas na Igreja Matriz da Batalha, no dia 7, continuando depois no cemitério da vila.


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Atualidade Batalha

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Município aposta no turismo de natureza e acessível m O objetivo é associar turismo de natureza e turismo/território acessível, revelou o presidente da câmara na BTL’18

O presidente da Câmara da Batalha revelou, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL’18), que a estratégia municipal de desenvolvimento turístico passa por apostar num produto-chave de natureza e acessível. Paulo Batista Santos afirmou ao Jornal da Batalha

que a presença do município na BTL’18 – que decorreu de 28 de fevereiro a 4 deste mês - correspondeu a três patamares: a rede Lugares Património Mundial do Centro (alta de Coimbra, Batalha, Tomar e Alcobaça), turismo religioso e o turismo de natureza e

Assembleia aprova moção a exigir fim das portagens A Assembleia Municipal da Batalha aprovou no dia 28 de fevereiro uma moção a exigir ao governo que elimine, ou reduza, o valor das portagens da A19, como medida para absorver trânsito da EN1/ IC2 e minimizar o seu impacto no mosteiro. “Conscientes de que a defesa do mosteiro é um imperativo nacional”, os deputados municipais “expressam ao governo a exigência de adoção de um regime de redução ou eliminação do valor das taxas de portagem em vigor na A19”, lê-se na moção aprovada por unanimidade. A exigência incide numa “medida complementar aos projetos em curso e de minimização

da forte pressão ambiental a que diariamente está sujeito” o monumento. O município da Batalha tem em fase final de conclusão a colocação de barreiras de betão junto à EN1/IC2 defronte do mosteiro, obra que inclui dez mil exemplares de plantas. O monumento, reafirma a moção, “regista sinais preocupantes de degradação, em consequência do trânsito de veículos pesados” na EN1/IC2, “porque a alternativa criada não cumpre o objetivo”. Os deputados referem que “foram gastos milhões de euros numa alternativa rodoviária que, afinal, não assegura a preservação do monumento”, frisando que a subconcessão

rodoviária “Litoral Oeste representa um défice anual para o Estado Português superior a 190 milhões de euros”. “Por outro lado, a inclusão de portagens no troço da A19 leva muitos condutores a preferir” o IC2, consideram os membros da assembleia municipal, facto “confirmado pela reduzida utilização da autoestrada”. O resultado é a “continuação da degradação” do monumento, “nomeadamente pela poluição que resulta do dióxido de enxofre, acentuadas vibrações e emissão de níveis de poluição sonora que ultrapassam largamente os valores permitidos no Regulamento Geral do Ruído”.

acessível. No caso do património, o autarca adiantou que a aposta é numa programação cultural mais intensa para 2018/2019, “procurando atrair novos públicos, nomeadamente internacionais”, enquanto o turismo religioso se apresenta como “um novo foco, pela proximidade a Fátima, a festa de Nossa Senhora do Fetal e o conjunto de património religioso identificado no concelho”. No caso do turismo de natureza e acessível, o objetivo é criar um produto-chave que inclua a Pia do Urso, o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB) e o mosteiro, além de iniciativas em diferentes áreas. “É um turismo que está a crescer e gosta-

p O património é uma das três prioridades do município va muito que a Batalha fosse conhecida nacional e internacionalmente também como uma marca do turismo acessível”, adiantou o autarca. O mosteiro é um património acessível e a anunciada instalação de um elevador, “permitirá que todo o monumento seja visitável por pessoas portadoras de deficiência”. O município pretende, em parceria com empresas e entidades privadas, desenvolver atividades focadas na acessibilidade, como é o caso da candidatura às “7 Maravilhas da Mesa, numa

abordagem gastronómica acessível”. Paulo Batista Santos quer igualmente sensibilizar os organizadores de eventos no concelho para a necessidade de “dar respostas diferenciadas para pessoas portadoras de alguma deficiência”, adiantando que “os novos troços de passeios pedestres no concelho serão acessíveis”, o mesmo acontecendo com outras iniciativas ligadas à natureza e aos desportos na natureza, como escalada e espeleologia, nomeadamente nas freguesias de São Mamede e Reguengo do Fetal.

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Batalha Atualidade

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Processos sobre crianças e jovens crescem 60%

Aberta 10 edição do Fio da Memória

p Violência doméstica entre os casos mais comunicados

m A problemática mais presente nas sinalizações recebidas remete para a violência doméstica e para vários tipos de negligência

A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Batalha acompanhou no ano passado 97 processos, que representam um aumento de 60% em relação a 2016 e respeitam maioritariamente a situações de violência doméstica e negligência. Em comunicado, datado de 12 de fevereiro, a comissão destaca “o facto da maior percentagem de comunicações de situação de risco ou perigo terem sido feitas por pais, familiares

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e outros membros da comunidade”. A CPCJ “interpreta aqueles dados como uma crescente confiança no acompanhamento que faz e o reconhecimento da importância da prevenção, um dos fatores prioritários sempre em curso e mote para um trabalho sinérgico com as entidades com competência em matéria de infância e juventude”. Quanto aos processos, acompanhados “através da modalidade restrita”

da CPCJ, “a problemática mais presente nas sinalizações recebidas remete para a violência doméstica e para vários tipos de negligência”, refere o comunicado, destacando que estão “a par do que se verifica a nível nacional”. Por outro lado, segundo a comissão, “indiciam que a contínua necessidade de se promover a capacitação parental”. Entretanto, do seu Plano de Ação para 2018 destacam-se a Campanha Laço

Azul, inserida no projeto Abril – Mês da Prevenção dos Maus Tratos; a Caminhada pelos Direitos das Crianças e diversas ações destinadas aos profissionais da saúde e da educação, famílias e jovens. A assembleia geral da CPCJ da Batalha, que decorreu a 29 de janeiro, fez o balanço da atividade processual desenvolvida e analisou as suas conclusões.

A Câmara Batalha, com o apoio do Jornal da Batalha, esta a promover até 13 de abril a 10ª edição do concurso literário “O Fio da Memória - O Conto”, cujo objetivo é promover este género literário. A iniciativa pretende contribuir para a valorização do conto, dando especial ênfase às “histórias” relacionadas com a realidade concelhia, geográfica e histórica da Batalha, e promover e consolidar hábitos de leitura, de escrita criativa e de ilustração. A entrega dos trabalhos pode ser efetuada de uma das seguintes formas: em mão, na Biblioteca Municipal da Batalha; via correio, através de carta registada, com aviso de receção, e por e-mail, para o endereço biblioteca@cm-batalha.pt. Os prémios variam entre 50 euros e um cheque livro de 40 euros, e 30 euros e um cheque livro de 20 euros, para os três primeiros classificados de cada categoria. O Júri pode ainda atribuir menções honrosas.


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Opinião s Tesouros da Música Portuguesa Por João Pedro Matos

No bosque encantado do Trovante Uma corrente de música popular que percorre a Europa é aquela que se designa vulgarmente por música celta. Os países e as Regiões da Europa onde esta enraíza são a Irlanda, a Escócia, a Bretanha, a Galiza e Portugal. Entre nós adquiriu o vulto de música trovadoresca, celtismo que tomou a feição de cantigas de jograis e menestréis medievais. Estes poetas tornaram-se, mais tarde, músicos populares cuja função de entreter com violas e alaúdes, iam de terra em terra interpretando o cancioneiro que era mais ao gosto popular. Isto para dizer que o grupo que este mês escolhemos não adotou o nome de Trovante por acaso. Fê-lo com a consciência de abraçar uma herança musical e assim assumir um

certo número de referências. E diga-se que o Trovante nunca escondeu quais as fontes donde bebeu. O principal objetivo do coletivo constituído por João Gil, Artur Costa, Luís e João Nuno Represas, e Manuel Faria, era o de procurar fundir a música tradicional de raiz celta com as sonoridades que na década de setenta do século vinte chegavam do Reino Unido, como por exemplo de Steeleye Span e Lindisfarne, ou mesmo dos Jethro Tull. Mas o jazz também estava presente na sua sonoridade, o que não constituía surpresa, já que alguns dos seus elementos frequentavam o Hot Club Portugal. Assim como o fado que aprenderam a gostar com Xico Viana, filho de Francisco Viana que

compôs o Fado Vianinha. Todo este manancial permitiu desenvolver um som próprio, uma música nova que cresceria paralelamente com a explosão do rock português no início da década de oitenta do século passado. Tão nova que arriscamo-nos afirmar que, no panorama nacional, existe uma música antes e outra depois do Trovante. E o marco que assinala essa passagem é o álbum “Baile no Bosque”, editado em 1981. Produzido por Nuno Rodrigues, o principal mentor da Banda do Casaco, e já com a participação de Fernando Júdice e José Martins, o terceiro disco do Trovante marca uma viragem no rumo do grupo, perdendo o tom político e intervencionista dos primeiros tra-

balhos, para render homenagem à pura exultação da música. O disco abre com a festiva “Balada das Sete Saias” que tem um fraseado de piano onde o motivo é jazzístico, a frase é de rock-folk e o tema eminentemente popular. Temos assim o casamento perfeito entre o tema de jazz e o motivo popular, o que é uma constante em temas como “Passagem por Sevilha” ou “Pescaria”. Já as faixas “Companha”, “Atados e Simples” ou “Outra Margem” estabelecem afinidades a nível da composição com o rock progressivo dos Gentle Giant. A meio do disco, assiste-se à explosão de euforia de “Prima da Chula”, cujo poema tirado de quadras populares e de António Aleixo tem um

arranjo musical que muito deve à tradição sertaneja do Brasil. E, no final, há um jogo de palavras na letra “Bichos” que, quase como uma rábula infantil, não tem outro significado além de brincar com as palavras. Por último, não podemos esquecer a maravilhosa capa do disco da autoria de João Nuno Represas e ilustrada por Fernando Zé, a qual retrata um bosque onde os músicos dão um concerto e com viva alegria espelhada nos rostos, os músicos comungam com a natureza ao ponto de os animais dessa floresta encantada a eles se reunirem. “Baile no Bosque”, o terceiro capítulo da carreira do Trovante, foi na verdade o primeiro de uma história de sucesso ao qual se seguiram “Cais das Coli-

nas”, “Trovante 84”, “Sepes” e “Terra Firme”. O último álbum de originais recebeu o nome sugestivo de “Um Destes Dias” e viu a luz do dia em 1990. Hoje o Trovante já não grava mais música nova, mas o seu legado é incontornável: para a posteridade ficaram composições como “Molinera”, “Xácara das Bruxas Dançando”, “Fizeram os Dias Assim” ou “Perdidamente”. “Ah, Saudade!”

s A opinião de António Lucas Ex-presidente da Assembleia Municipal da Batalha

O desempenho das organizações e o desemprego O desempenho das organizações, sejam elas públicas ou privadas, dependo fortemente da qualidade, da capacidade, do conhecimento, da formação, e fundamentalmente da motivação dos seus trabalhadores/ colaboradores, gostando eu mais do termo colaboradores, porque é isso que são. As entidades podem ter à sua disposição excelentes equipamentos móveis e imóveis, mas faltando a disponibilidade mental dos colaboradores, fará sempre pior do que uma entidade similar com equipamentos mais fracos, mas com colaboradores motivados. É unanimemente aceite e está demonstrado que o recurso mais importante de qualquer organização é

o recurso humano. Logo, qualquer chefia inteligente deve dar uma atenção especial a este recurso, valorizando-o, criando boas condições de trabalho, boa formação, um bom sistema de avaliação atualizado e atuando como um líder próximo, atento e disponível para ajudar a equipa a fazer melhor continuamente. Só assim a organização que lidera pode trabalhar melhor, prestar melhores serviços e mais eficazes, aos seus clientes/utilizadores, e assim servir eficazmente os interesses dos detentores do capital investido e o seu retorno ou minimizar os gastos e melhorar a qualidade do serviço prestado aos seus utilizadores. Só desta forma a organiza-

ção será competitiva e dará melhores resultados do que as congéneres. Organizações bem lideradas, dão condições aos seus colaboradores para participarem na gestão, através das suas ideias e iniciativas, potenciam a inovação, o desenvolvimento, a criação de mais e melhor emprego e de mais riqueza, a prestação de melhores serviços, mais rentáveis e/ou de qualidade mais elevada. Nada pior do que um líder que “puxa as orelhas” aos colaboradores em público, tenha ou não razão, e quando os objetivos são atingidos pela equipa, guarda os louros todos para si próprio. Nenhuma organização, e repito, publica ou privada, funciona sem os seus

colaboradores e quando os objetivos são atingidos, isso só será possível quando toda a equipa puxa para o mesmo lado. O senso comum, a experiência de vida e múltiplos estudos sobre o tema, provam inquestionavelmente esta verdade. Qualquer líder inteligente aproveita da melhor forma possível, todos os recursos que lhe são colocados à disposição, sendo a rentabilização da capacidade, conhecimento e inteligência dos colaboradores a ferramenta mais potente para a obtenção de bons resultados. Os administradores/gerentes/gestores das empresas do concelho da Batalha têm demonstrado elevadas capacidades de liderança,

também demonstrada através das taxas de desemprego no concelho. A Batalha foi sempre um concelho com baixas taxas de desemprego, no contexto regional e nacional, mercê repito, da grande capacidade de inovação e iniciativa dos nossos empresários, da sua capacidade para motivarem os seus colaboradores e da disponibilidade das entidades públicas para não atrapalharem. A prova do que afirmo é demonstrada claramente pelas estatísticas do desemprego no concelho. Em dezembro de 2017 havia no concelho 350 desempregados. Em dezembro de 2013 (plena crise) o concelho tinha 659 desempregados. Em dezembro de 2007

(período pré crise) o concelho apresentava 301 desempregados. Em dezembro de 2004 (período de crescimento económico) o número de desempregados no concelho era de 266, o número mais baixo desde que o IEFP disponibiliza estes dados. O que todos desejamos é que o concelho, a região e o país possam atingir uma situação de pleno emprego, sendo esta uma boa utopia.


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Batalha Desporto

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Desporto Ginasta batalhense campeã

em duplo mini trampolim m A jovem, de 13 anos, pratica tampolim e DMT no Ateneu Desportivo de Leiria desde os sete anos

Golpilhas renovam título em futsal O Centro Recreativo da Golpilheira sagrou-se no dia 24 de fevereiro tricampeão distrital de Leiria de futsal feminino juniores, ao derrotar em casa o Vidais, somando 24 pontos a uma jornada do fim do campeonato. A equipa venceu o Vi-

dais (6-2), enquanto o Louriçal, seu adversário direto, derrotou o Ribeira do Sirol (3-2). Na última jornada, as Golpilhas visitaram o Ribeira do Sirol e venceram (2-12), reforçando a liderança do campeonato.

A ginasta batalhense Inês Cerejo venceu no dia 25 de fevereiro o Campeonato Distrital de Duplo Mini Trampolim (DMT) em juvenis, individualmente e por equipas, disputado no Pavilhão Rainha D. Leonor, nas Caldas da Rainha. A jovem, de 13 anos, pratica tampolim e DMT no Ateneu Desportivo de Leiria desde os sete anos, e esta foi segunda vez que

p É a segunda vez que sobre o primeiro lugar do pódio subiu ao lugar mais alto do pódio, depois de uma vitória em DMT conseguida há dois anos, e já obteve alguns 2º e 3º lugares. Agora, no Campeonato Distrital DMT e Tum-

bling/2018, promovido pela Associação de Ginástica do Distrito de Leiria, em coorganização com o Acrotramp Clube das Caldas, venceu também por equipas, num conjunto

que integrava igualmente as jovens Ana Pinto, Josefa Aleixo e Margarida Lemos. “Ela adora esta atividade, nunca quer faltar, e pretende continuar no Ateneu Desportivo de Leiria”, disse ao Jornal da Batalha a mãe da atleta, Liliana Cerejo, que aproveitou a oportunidade para dar os parabéns também às colegas de equipa da filha. “No Ateneu existe um ambiente muito bom entre os ginastas, o professor João Duarte e a direção. Os mais velhos ‘protegem’ os mais novos, as raparigas do grupo da Inês são muito unidas, e apesar de existir competição, a amizade, carinho e a partilha estão sempre em primeiro plano”, conclui Liliana Cerejo.

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969 518 018 CARTÓRIO NOTARIAL DA BATALHA Notária: Sónia Marisa Pires Vala

Certifico, para fins de publicação, que por escritura lavrada hoje, exarada de folhas cento e trinta e uma a folhas cento e trinta e duas, do Livro Duzentos e Vinte e Oito - B, deste Cartório.

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António Joaquim Monteiro Pinheiro, NIF 116 291 109 e mulher Maria de Fátima Lopes Vieira Pinheiro, NIF 105 380 601, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia e concelho da Batalha, ela da freguesia de Maceira, concelho de Leiria, residentes na Rua Principal, nº.5, Alcogulhe de Cima, Maceira, Leiria, declaram que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio urbano, composto de terreno para construção, com a área de mil e sessenta e nove metros quadrados, sito na Rua Ribeira Calva, Casal da Ponte Nova, freguesia e concelho da Batalha, a confrontar de norte com ribeiro, de sul com estrada, de nascente com José Luis Monteiro Pinheiro e de poente com Maria do Rosário Monteiro Pinheiro, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Batalha, inscrito na matriz sob o artigo 8455, com o valor patrimonial de €47.367,87;

Que, os justificantes adquiriram o identificado prédio no ano de mil novecentos e oitenta e três, por doação verbal de António da Piedade Pinheiro e mulher Julia Cardosa Monteiro, pais do marido, residentes que foram no lugar de Casal do Arneiro, Batalha, não dispondo os justificantes de qualquer título formal para o registar na Conservatória, mas desde logo entraram na posse e fruição do mesmo. Que em consequência daquela doação verbal, possuem o identificado prédio em nome propriedade há mais de vinte anos sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente e a prática reiterada dos actos habituais de um proprietário pleno, ocupando o prédio, nele fazendo benfeitorias e dele retirando todas as utilidades de que é suscetível, com a conservação e defesa da propriedade, pagamento das contribuições e demais encargos, pelo que, sendo uma posse pacífica, contínua, pública e de boa fé, durante aquele período de tempo, adquiriram o referido prédio por usucapião. Batalha, dois de março de dois mil e dezoito. A funcionária com delegação de poderes

Jornal da Batalha, edição 332 de 11 março de 2018



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Entrevista


Entrevista

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Atualidade


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Ăšltima


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Opinião Batalha

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s Fiscalidade

Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) A partir de 25 de maio de 2018, a forma como as organizações tratam os dados de terceiros sofre uma grande alteração. Para além de novas regras, o RGPD impõe a todas as organizações que não cumpram os requisitos um processo penal e pesadas coimas. O RGPD regula a proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados. O RGPD introduz não só novas regras, como também elevadas coimas em caso de incumprimento, o que exige uma atenção cui-

dada das organizações que lidam com dados pessoais. O novo regulamento reveste-se de alguma complexidade, com novos princípios e conceitos, novos direitos para os titulares de dados que significam novos deveres para as empresas que com eles lidam. A avaliação de impacto, a privacidade na conceção de novos produtos ou serviços com dados e a privacidade por defeito, notificações das violações de segurança e a figura do Encarregado de Proteção de Dados, são alguns exemplos. O RGPD ou GDPR (Ge-

neral Data Protection Regulation), é um diploma Europeu (EU 2016/679) que estabelece as regras referentes à proteção, tratamento e livre circulação de dados pessoais das pessoas singulares em todos os países membros da União Europeia. Este regulamento surgiu com o objetivo de reforçar a Proteção de Dados, prevista no art.º 8.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, e harmonizar a legislação existente nos Estados-Membros, criando as bases para o mercado único digital.

O RGPD aplica-se a todas as organizações existentes na União Europeia e àquelas que, estando localizadas fora da UE, tratem dados de titulares aí residentes, desde que comercializem os seus produtos/serviços (a título oneroso ou gratuito) ou monitorizem comportamentos que ocorram dentro da UE. Estão excluídas desta obrigatoriedade, as forças de segurança pública, uma vez que estão subjugadas a uma legislação própria. As empresas serão obrigadas a demonstrar que tomaram as medidas apro-

s Baú da Memória

priadas para garantir a conformidade com o RGPD. O RGPD está a alarmar quem tem dados pessoais porque tem coimas avultadas e a Comissão Nacional de Proteção de Dados, vai estar atenta. As organizações terão de implementar um sistema de gestão de risco, um sistema de gestão de segurança da informação e a adoção de comportamentos novos. As coimas podem atingir 4% da faturação global anual ou € 20 milhões.

António Caseiro Mestre em Fiscalidade Pós-graduação em Contabilidade Avançada e Fiscalidade Licenciatura em Contabilidade e Administração

s Noticias dos combatentes Por José Travaços Santos

“A Região de Leiria e as Invasões Francesas”, do Professor Saul Gomes

78º Aniversário do Núcleo da Batalha

Não sei quantas são já as obras, entre livros volumosos e opúsculos, para além de milhares de estudos vindos a lume em revistas e jornais, publicados pelo Professor Doutor Saul António Gomes, figura marcante e cimeira da intelectualidade portuguesa e um dos nossos maiores historiadores, com investigação ímpar sobre a nossa região e, no que nos toca mais directamente, sobre a Batalha. É o grande investigador da história do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, que vem desvendando em livros notáveis como “O Mosteiro de Santa Maria da Vitória no Século XV”, “Vésperas Batalhinas” e “Fontes Históricas e Artísticas do Mosteiro e da Vila da Batalha” (4 volumes), entre outros. Creio que não se encontrará quem o iguale neste trabalho sério, constante, árduo e tantas vezes inovador, desde há mais de três décadas, de que tem resultado para os pequenos contadores de histórias da grande História, como eu, um verdadeiro maná de informações e, mais do que informações, de lições preciosas.

No próximo dia 09 de Abril fará 100 anos que, em França (região da Flandres), se travou a sangrenta batalha de La Lys, e no dia 11 de novembro também se comemorarão 100 anos sobre a data em que os beligerantes assinaram o armistício. Para assinalar estas efemérides, a DGPC/Direção do Mosteiro, a Liga dos Combatentes/Núcleo da Batalha e o município batalhense decidiram levar a cabo um conjunto de emblemáticos eventos: três colóquios, uma exposição, uma palestra e dois ou três concertos musicais. Os colóquios irão decorrer nos dias 06 e 07 de abril, 08 e 09 de junho, 12 de outubro, e 09 e 10 de novembro. Iremos trazer até nós os melhores historiadores e investigadores, em particular sobre o período desta guerra – antecedentes, o conflito em si e as suas consequências. O primeiro evento, com entrada livre, insere-se nas comemorações do 78º aniversário do Núcleo de Combatentes da Batalha, conforme passamos a refe-

Abro um parênteses para lembrar que o professor Saul Gomes não tem limitado a sua acção à publicação dos seus estudos e às aulas, que são de referência na Universidade de Coimbra, mas a estende como director científico de inúmeras revistas e de instituições como o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha e o Centro do Património da Estremadura (CEPAE), onde a sua intervenção tem sido sempre decisiva e de inigualável qualidade. Editou, agora, “A Região de Leiria e as Invasões Fran-

cesas” (2ª Série de “Estremadura – espaços e memórias”, CEPAE), sobre as invasões entre 1807 e 1811 (1ª e 3ª), que contém o essencial sobre aquele tempo de terror vivido na maior parte do nosso País e muito particularmente na nossa região, e de terror tão grande que ainda na geração dos meus avós, quase cem anos depois, se falava dele como se fosse coisa do seu presente. Além das evoluções dos dois exércitos em confronto, o francês e anglo-português, dos recontros às batalhas, dos actos vis da solda-

desca e evidentemente de quem a comandava, e não só do inimigo mas também dos nossos aliados, do sofrimento das populações e dos seus actos heróicos, alguns com mais coragem do que cabeça como aconteceu na 1ª invasão naquela improvisada trincheira na entrada sul de Leiria, onde rapidamente tudo acabou no massacre dos nosso heróicos resistentes, o historiador dá-nos conta da vida da população naquele princípio do século XIX, de quantos habitavam a região e de quantos desapareceram na voragem daquela imensa tragédia. Sobre a Batalha refere, sobretudo, o que se passou no nosso Mosteiro, desde os incêndios, um dos quais reduziu a escombros o claustro de D. João III, que se estendia pelo terreiro a leste do corpo principal, e outro junto à porta lateral sul da Igreja, a violação dos túmulos reais, a queima de documentos e doutros valores. A obra é ilustrada por sugestivas gravuras da época dos acontecimentos ou desenhadas poucos anos depois.

rir: Dia 06 – 16h00: receção aos convidados (porta traseira do mosteiro)/16H30: abertura/apresentação do colóquio/18h00: Encerramento do Colóquio. 18H30 - Inauguração oficial, na Galeria Mouzinho de Albuquerque, da exposição “Aviação Militar Portuguesa na Grande Guerra 19141918”. Trata-se de uma exposição extraordinária, que irá estar na galeria entre 28 de março e 22 de maio. A partir das 19h30, seguir-se-á um jantar-convívio, no salão de festas dos nossos bombeiros voluntários, encerrando assim as comemorações do 78º aniversário do Núcleo. Atua o nosso grupo coral misto. No dia 14 de abril, teremos também as cerimónias nacionais comemorativas do “09 de Abril/ Dia do Combatente”, este ano com um brilho especial, por se assinalarem os 100 anos do fim da IGG, mas também porque serão presididas pelo Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa.


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Saúde A importância do consumo regular de água A Assembleia Geral das Nações Unidas definiu, em 1993, o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água. No Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, realizado pela Direção Geral de Saúde, a água apresenta um papel de destaque, encontrando-se no centro da Roda dos Alimentos. Isto deve-se à importância que esta assume na promoção da saúde e prevenção da doença, como parte integrante de uma alimentação saudável. O nosso organismo é constituído maioritariamente por água. De acordo

com o Instituto de Hidratação e Saúde, o total de água corporal perfaz 52 a 66% do peso do corpo, dependendo de vários fatores como a idade, sexo, entre outros. Por esse motivo, nunca é demais relembrar os benefícios de uma ingestão diária de água adequada, de cerca de 1,5-2 litros. A água é responsável pelo transporte de nutrientes para as células, pela eliminação de substâncias tóxicas resultantes do metabolismo, participa em reações enzimáticas e ajuda na regulação da temperatura corporal. Também desempenha um papel importante ao nível do sistema cog-

nitivo, melhorando a capacidade de concentração e memória. O aporte insuficiente de água pode levar ao compromisso do sistema renal, estando já bem estabelecida a relação entre o deficiente aporte de água e a formação de cálculos renais e infeções urinárias. Também é essencial para um bom funcionamento circulatório e digestivo. A água acelera o metabolismo contribuindo para a manutenção do peso. Também é responsável por manter a elasticidade e juventude da pele. É essencial para um bom desempenho físico, pois lubrifica as articulações e promove o bom fun-

cionamento dos músculos. Em determinadas condições, o consumo de água deve ser aumentado, nomeadamente na presença de febre, diarreia ou vómitos. Também se deve aumentar o seu consumo quando se pratica exercício,

durante a gravidez e aleitamento. A água deve ser consumida em pequenas quantidades ao longo do dia e nunca devemos esperar ter sede para a consumir. Pelo facto de a água ser essencial para o bom fun-

cionamento de todos os sistemas e órgãos do nosso organismo, beber água deve ser encarado como uma rotina e não como uma obrigação! Sónia Almeida USF Condestável, Batalha

ACORDOS:

ADSE, PSP, ADMG, Mulicare, Advancecare, Médis, SAD-GNR, SAMES Centro, SAMS quadros, SAMS SIB, CGD, EDP-Sávida

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Outras Especialidades:

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Saúde Batalha

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Supernanny e algumas questões parentais

Joana Crispim Mestre em Psicologia Clínica e formada em Hipnose

A verdade é que uma boa polémica em televisão aumenta as audiências trazendo mais espectadores. Mas será que pelas melhores razões? Este assunto tem contestado opiniões controversas entre os portugueses. O programa Supernanny é um formato internacional exibido em 21 países, em Portugal estreou na SIC no início deste ano. É um programa televisivo que aborda situações reais e expõe

as crianças a todos os portugueses. Desde então, sucessões de críticas têm emergido e é um assunto que tem disputado queixas por parte de diversas entidades que gerem os direitos das crianças. Várias questões surgem: Será que as crianças envolvidas neste programa serão incentivo/alvo de Bullying nas suas escolas? Será que os pais serão questionados sobre as suas práticas edu-

Síndrome da Banda Íliotibial

João Ramos Fisioterapeuta

Nesta edição de março aborda-se uma disfunção que afeta essencialmente atletas da modalidade de atletismo, Síndrome da Banda Íliotibial. A Banda Íliotibial corresponde a uma faixa densa de tecido fibroso que se localiza entre a crista íliaca (osso da bacia) e o túberculo de Gerdy

(face externa da tíbia). Fibras musculares do Tensor da Fáscia Lata e do Glúteo inserem-se na Banda Íliotibial, atuando em sinergia na estabilidade do joelho durante a corrida. A Síndrome da Banda Íliotibial é uma lesão de sobrecarga das estruturas musculares e fáscia despul-

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cativas e parentais? Será que as crianças deveriam estar sujeitas a estas medidas extremas nas situações em que estão a ser? A Supernanny é uma psicóloga clínica que depois de observar o contexto familiar, intervém dando ferramentas essenciais a estes pais. Sugerindo assim, estratégias mais funcionais para a mudança de determinados comportamentos. Muitas famílias na sociedade atual, têm exata noção de que necessitam de apoio psicológico quer por umas razões quer por outras, a questão é que nem todas as famílias manifestam capa-

cidades financeiras para recorrer a esta área da saúde e assim torna-se mais acessível inscreverem-se num programa onde são conduzidas pelo sentimento de esperança face à reconstituição de um ambiente familiar desejado. É importante ressalvar que os pais por vezes carecem da necessidade de aprender uma forma mais assertiva de como lidar com os seus filhos, principalmente quando se trata de uma questão de autoridade. No entanto, até que ponto é que cruzar limites entre a vida real e as audiências televisivas irão de forma pedagógica ajudar

quer a criança, quer o núcleo parental? Tornou-se bastante habitual as pessoas queixarem-se da má educação das crianças, das birras que fazem, ou até mesmo da falta de respeito que têm com os pais. Desta forma, este programa visa estimular as práticas de bom comportamento no seio familiar que posteriormente se vai refletir na escola e no quotidiano da criança. Contudo, será que Portugal está preparado para que “alguém” venha dizer ou ensinar como devemos educar os nossos filhos?

tada por esforço excessivo na atividade de corrida e posturas desadequadas. Este fenómeno provoca inflamação da porção distal da Banda Íliotibial o que leva o atleta a referir dor na parte externa do joelho. Em situações mais severas pode estar associada Bursite do joelho lesionado. É uma lesão que tem indicação de Fisioterapia e que efetivamente tem um bom prognóstico. Inicialmente

o atleta terá que reduzir as cargas de treino e consoante a inflamação/dor reduzirem assim poderá retomar os treinos, sob orientação do fisioterapeuta. As alterações posturais ao nível dos membros inferiores, encurtamentos musculares, o calçado e os pisos em que o atleta realiza os treinos são fatores que terão que ser bem avaliados para estudar o impacto na lesão da Banda Íliotibial.

A disfunção aqui abordada é uma situação que poderá ser recidivante e como tal é fundamental o atleta fazer um trabalho de prevenção para a lesão. Na presença destes sintomas, aconselha-se a consulta com o seu fisioterapeuta, para que seja feita uma avaliação específica da postura, do padrão de corrida e biomecânica do pé, com o objetivo de melhorar a sua perfomance e bem-estar.

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Jornal da Batalha

Património Alguns mistérios que rodeiam a figura de Mestre Boytac (II) Como disse no número anterior, o que se apurou, até hoje, sobre o nome de Mestre Boytac (Boitaca ou Boutaca) é o que ele deixou registado em diversas assinaturas nos documentos relacionados com as obras que executou ou nos da Confraria do Hospital de Santa Maria da Vitória (da Batalha) onde exerceu cargos entre 1515 e 1521, nomeadamente o de juiz da Confraria, instituição que, lembro, datava de 1427 e fôra fundada com o Hospital por el-Rei D. João I: apenas Boytac, antecedido da designação das suas funções na arquitectura, Mestre. No seu estudo, muito completo e bem aprofundado, publicado nas “Vésperas Batalhinas – Estudos de História e Arte” (Magno Edições, 1997), páginas 167 a 192, o Professor Doutor Saul António Gomes escreveu: “… Que sabemos do percurso biográfico de Boytac? Ignoramos a data do seu nascimento e conjecturamos a da sua morte em 1528, a acreditar em Frei Francisco de S. Luís (o Cardeal Saraiva). Do seu nome apenas podemos garantir a assinatura do seu próprio punho, sempre “Boytac”, como vimos, antecedido de “Mestre” ou “Maître”, sem qualquer outra indicação do nome pró-

prio, apelido ou aposto. Ignoramos, aliás, se Boytac é nome de baptismo, se apelido. Cremos, contudo, que não parece ser indicativo geográfico mas antes simples étimo antroponímico”. “Os tabeliães e outros contemporâneos, tinham, aliás, dificuldade em grafar esse nome original que ouviam pronunciar, recorrendo a diferentes soluções e formas ortográficas, todas elas procurando respeitar a pronúncia de tal estrangeirismo. Encontramos, assim, as formas Butaca, Buytaca, Botaca, Boutaca, Boitaca e, até, Moutaca (…)”. A possibilidade do apelido Boytac ter tido origem numa povoação nos arredores da Batalha, onde hoje está a Ponte designada por Ponta da Boitaca ou Boutaca, está posta de parte. O local foi sempre terreno de culturas agrícolas. O próprio Boytac, proprietário de bastantes jeiras de terra, sobretudo nas Alcanadas, poderia ter tido uma propriedade naquele sítio, ele ou alguém seu descendente, como crê o Professor Saul Gomes, sítio designado por “da Boutaca” exactamente por ter pertencido a esta família. Como se sabe, a ponte, que eu suponho ser única no nosso País, sobretudo

p Ponte da Boitaca, construída 330 anos depois da morte do Mestre Boytac, e que deve o nome a ter havido ali propriedade do próprio Mestre ou de seu descendente. Fotografia de António Luís Sequeira editada há anos pela Câmara Municipal da Batalha. pelo complemento das casas dos portageiros nos dois extremos mas também pela elegância da construção com o tabuleiro assente em 6 belos arcos neo-góticos, monumento que deve ser rigorosamente conservado e inclusivamente aproveitado para manifestações culturais e acções turísticas, só foi construída nos anos 60 do século XIX, mais de trezentos e trinta anos depois da morte do Mestre Boytac. É curioso referir que tendo o arquitecto Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque, grande figura portuguesa da primeira metade do século XIX e restaurador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, que salvou da rui-

na, sugerido a aproximação da estrada real da Vila da Batalha, sugeriu também, a construção duma ponte, imprescindível dada a natureza do terreno, no sítio da Boutaca. Escreveu Luís Mouzinho de Albuquerque na sua “Memória Inédita Acerca do Edifício Monumental da Batalha”, na última página: “… indiquei… a conveniência de alterar a directriz da estrada de Lisboa a Leiria, entre os Carvalhos e a Canoeira, dirigindo-a por S. Jorge e pelo sítio da Boutaca em vez da Calvaria, por onde ela se dirige actualmente. Aconselhei a construção de uma ponte sobre o ribeiro da Botaca (ribei-

s Casa da Madalena

Peça a peça, o Museu Etnográfico da Alta Estremadura Seria mais exacto eu dizer “Divisão a Divisão” e não “Peça a Peça” embora também vá descrevendo, em pormenor, algumas das peças mais expressivas do Museu da Rebolaria, fundado e administrado pelo Rancho Folclórico Rosas do Lena. Neste número ainda mostro outro plano da divisão que foi destinada à casa de

fóra, cujos móveis já tinha referido: o toucador, onde se guardavam as roupas interiores, com espelho para “toucar” o cabelo, a candeia de azeite com três bicos, que se usou já estava entrado o século XX, e o candeeiro de petróleo já conhecido nos finais do século XIX; a arca ou baú, a mesa, um relógio de parede com muitos decénios, um

registo de santos. O arquibanco, à nossa esquerda, só se vendo uma tira e, ao fundo, a casa do tear que visitaremos no próximo número. Em breve o Rancho Folclórico Rosas do Lena dará notícias sobre as suas próximas actividades, de que destaco a apresentação de um disco compacto com muitas novidades, a inauguração de um monumen-

to, do escultor Armando Pinheiro, de homenagem à Escola de Concertinas e de Harmónios e ao seu Mestre Joaquim Moreira Ruivo e a montagem de uma exposição no Mosteiro sobre a relação, através das manifestações populares relacionadas com a Festa da Santíssima Trindade, do povo da Paróquia com o seu Mosteiro. J.T.S.

ro da Calvaria) ponto este que dista apenas uma oitava de légua do monumento da Batalha. Aprovada esta indicação, que eu contava levar a efeito, quando encarregado das estradas do reino, e que seria tanto mais fácil quanto nas ruinas não nobres da Batalha existem materiais sobejos para esta obra, tencionava eu derivar desta estrada geral uma particular que se dirigisse ao monumento, que assim ficaria com uma acesso fácil e cómodo, conduzindo-se com esta última obra os trabalhos acessórios que todos são indispensáveis para tirar o aspecto de abandono, para conservar a nitidez e beleza próprias ao mais belo monumento de arquitectura do nosso país, e a um dos mais acabados e perfeitos neste género que possui a Europa”. Tendo deixado o cargo de director das obras do Mosteiro em 1843 e falecido em 1846, em 27 de Dezembro desse ano, na sequela de ferimentos que sofreu em Torres Vedras, durante uma das batalhas que se seguiram à revolta da Maria da Fonte, não pôde concretizar este seu projecto que só nos anos 60 do seu século teve execução, aproveitando-se os materiais do claustro de D. João III, destruído pe-

los invasores napoleónicos, para levar avante a construção da ponte. Era, então, director das obras do Mosteiro Lucas José dos Santos Pereira, outro grande nome da arquitectura portuguesa. Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque está sepultado, em campa difícil de descortinar, na Igreja de S. Pedro de Torres Vedras. Seria, como seu neto, um dos poucos vultos da nossa História dignos de sepultura no Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque e Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque prestaram, desinteressadamente, os mais relevantes serviços a Portugal e ambos, pode bem dizer-se, foram vítimas dos desacertos do seu tempo, mortos prematuramente em actos de violência, estando a segunda destas tragédias ainda por explicar. Se Deus quiser ainda voltarei a Boytac para referir alguns aspectos da sua obra, que se estendeu pelo País e chegou às praças fortes que Portugal nos séculos XV e XVI detinha em Marrocos, o Algarve de Além Mar. José Travaços Santos Apontamentos sobre a História da Batalha (180)


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A Festa da S.S. Trindade nos anos 20 do século passado – tradição que resiste “Pagando jubiloso tributo à tradição que de longe vem – da época brilhante de El-Rei D. Manuel I – a vila da Batalha mais uma vez se vestiu de galas, para levar a efeito, como conseguiu, com o maior esplendor, a festa da S.S. Trindade, que constitui a preocupação máxima do povo da freguesia que todo se funde, durante os dias dos preparativos, na mesma ardente aspiração de conservar o costume, que atinge as gerações longínquas – como os mortos mandam! – e é preciso conservar”. É assim que se inicia o artigo, não assinado, publicado no jornal O Mensageiro de 5 de Junho de 1926, na rubrica Tradições Locais, que mão amiga me fez chegar, e elaborado a partir de notas compiladas por um “fervoroso cultor da tradição e regionalista devotado, grande amigo da sua terra que enternecidamente ama, rev. dr. Joaquim Coelho Pereira, digno e zeloso Prior da Batalha”. Pela leitura do texto do referido periódico pode concluir-se que, no essencial do programa religioso da festa da S.S. Trindade, respeita-se ainda a tradição, pelo menos aquela cultivada nos anos 20 do século passado. Os festejos iniciam-se com a bênção do pão e das merendeirinhas no sábado à tarde, depois de recolhidas todas as ofertas na nave da Igreja do Mosteiro. A procissão tem o seu início logo de seguida, porém o seu percurso apresenta hoje notórias alterações, seguramente resultantes do novo ordenamento do território contíguo ao monumento, consequência do nefasto Plano de Urbanização que na década de 60 varreu do mapa a Batalha antiga. Para se tentar perceber um pouco esta alteração atente-se no testemunho do Prior da Batalha de antanho: “Em seguida sai

a procissão das mesmas ofertas dos mordomos dando a volta pela praça, e passando, desde tempos imemoriais, entre um prédio edificado junto à antiquíssima capela de Nossa Senhora da Victoria (cuja imagem se encontra ainda no Mosteiro, por cima da porta travessa da Igreja) e uma oliveira que junto do mesmo se encontra, sendo a passagem muito acanhada, a tal ponto que as oferteiras e o povo teem de seguir em bicha”. A que praça se refere o escriba e onde ficaria situada a dita capela de Nossa Senhora da Vitória, são questões que ainda poderão merecer esclarecimento da parte de alguém que, porventura, ainda se lembre. No que se refere à imagem de Nossa Senhora da Vitória, ela ainda se encontra no Mosteiro, no local citado, sendo sempre referenciada como muito antiga e, hoje, a necessitar de cuidados de conservação urgentes. Na descrição de qualquer festividade cuja origem remonte a tempos muito recuados a lenda ocupa, quase sempre, um espaço privilegiado no desempenho do narrador. A festa da S.S. Trindade não foge a essa regra centrando-se o seu cenário preferencialmente no Mosteiro e nos seus moradores, os frades dominicanos, como podemos concluir da leitura do referido artigo: “Conta-se que um monge (em bom rigor um frade, acrescento) da ordem de S. Domingos a que pertencia o convento, e que tomou parte nessa procissão (no sábado), já do mesmo modo com o trânsito entre a capelinha e a oliveira, e portanto estreito, enfadado e em desprezo da tradição, não cumpriu a praxe, se desviou do trajecto antigo e habitual, recusando-se, com escândalo, a seguir as passadas sempre percorridas, conforme o uso, pelas gerações ex-

tintas. Mas o castigo não tardou. O gorgulho, nesse ano, devorou por completo o trigo dos celeiros dos monges, para punir a falta do frade rebelde à tradição. E, acrescenta a lenda, nunca mais os monges do Convento deixaram ao acompanhar a procissão, de seguir pela via estreita e acanhada entre a oliveira e o prédio – ambos existentes – pagando gostosamente – ou com medo do verme roedor do trigo, - tributo aos usos e costumes que o passado legara”. As cerimónias do Domingo, salvo pormenores, mantêm-se praticamente fiéis à tradição. “No domingo, dia da festa, desde sempre, há missa solene cantada, com exposição do Santíssimo, sermão, e procissão do Sacramento, em que toma parte junto do pálio (cujas varas pegavam as pessoas categorisadas da Batalha) o Imperador acompanhado de dois sacerdotes (padrinhos) que com ele, num estrado no meio da Igreja, assistem à missa, envergando os três a capa de eclesiásticos, e tendo em frente a coroa de prata e que o Imperador transporta em salva ou na cabeça no cortejo religioso. Recolhida a procissão do Santíssimo, forma-se pouco depois, a procissão das ofertas dos mordomos e devotos e é do mesmo modo acompanhada por sacerdotes, e passando pelo chamado

Carvalho do Outeiro, de cima do qual são lançadas ao povo, com gaudio do rapazio as merendeirinhas que os mordomos mandam coser, e são em grande número, e o povo leva, como recordação, e com a crença de que postas nos celeiros, livram do gorgulho…” Quanto à lenda associada ao lançamento das merendeirinhas no alto do Carvalho do Outeiro, “cheia de pitoresco e adorável ingenuidade” ela confunde-se, pela sua origem e intervenientes com aquela associada à procissão de sábado, questionando-se até se não será a mesma embora recriada, no imaginário popular, em tempos e circunstâncias diferentes. Atualmente a única lenda que persiste é somente aquela que nos conta que as formigas em determinada altura entraram nos celeiros conventuais e destruíram o sustento dos frades que, desesperados e procurando resolver o problema, prometeram fazer uma festa anual à S.S. Trindade, qual tributo pago às formigas. No ano seguinte à promessa ao lançarem as merendeiras no alto do Carvalho do Outeiro as formigas que acompanharam a procissão, por aí se quedaram e nunca mais atacaram os celeiros. Apenas com uma exceção, precisamente no ano em que um frade não cumpriu a

tradição ao não percorrer o trajeto definido que partia, como hoje, do Mosteiro passando pelo Carvalho do Outeiro, topónimo de um outeiro a sul do monumento. Na 2ª feira, para além da missa rezada a que deve assistir o Imperador, a particularidade hoje perdida, prende-se com a tomada de posse do Imperador para o ano seguinte não havendo na época, pelos vistos, falta de candidatos o que, infelizmente, não acontece hoje. Para se poder avaliar da importância e da grandiosidade da festa da S.S. Trindade no passado refira-se que o Imperador, ao passar da procissão em frente da cadeia, tinha o privilégio de nela entrar e soltar um dos presos. Complementando este breve apontamento fica o registo de alguns pormenores relacionados com a festividade da S.S. Trindade realizada nos dias 5, 6 e 7 de Junho ano de 1926. Foi seu Imperador António Gomes Prior da Golpilheira e a festa foi animada pelas filarmónicas dos Marrazes, do Arnal e Outeiro Grande (Torres Novas) “com agrado da multidão que acorreu a estes afamados festejos”. Fez o sermão na missa solene o Rev. José do Espírito Santo, pároco do Reguengo do Fetal. Foi empossado como Imperador para a Festa

do ano de 1927 o Sr. Joaquim Ribeiro “abastado proprietário das Brancas de Baixo”. Nesta festa e cumprindo tradição antiga “cada mordomo devia dar 2 alqueires de trigo em oferta (bolos cosidos), 2 alqueires em pão (distribuía cada um 50 pães aos pobres), dando 2 a cada oferteira dos pães, e merendeirinhas (10); a oferteira dos bolos tem direito a um”. A título de curiosidade refira-se que no dia da Festa, estando situada mesmo ali ao lado da Capela do Fundador, foi “inaugurada a pensão Ramos, novo estabelecimento de comidas, bem montado e teve farta concorrência”. E, como epílogo atente-se já na parte final do texto datado 5 de junho de 1926, na exuberância da escrita, eivada de forte sentimento bairrista: ”Em todas as casas é dia solene, preparando-se iguarias mimosas para a família e para as numerosas visitas e conhecimentos que neste dia vêm confraternizar, com regalo dos velhos e alegria dos novos. Sacrificam-se impiedosamente, para as exigências culinárias, os mais anafados viventes que povoam os aviários. É o contentamento, de todos os modos manifestado. Os rostos ostentam alegrias íntimas, os olhos brilham, os corações exultam. É o dia grande da Batalha. Bendita tradição e louvável o bairrismo da terra de Santa Maria da Vitória”. Que saibamos manter este saudável bairrismo de modo a preservarmos uma tradição que deve orgulhar os batalhenses. Júlio Órfão


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Batalha Atualidade

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Carla Cerejo expõe pintura no Canadá

s Espaço do Museu

m A obra a expor inti-

Celebra-se a 18 de Março de 2018, o 518º aniversário da criação da Vila e do Concelho da Batalha. A 17 de Março de 1500, o Rei D. Manuel I delimitava o termo da Batalha, numa área que pouco ultrapassava a vila. A 18 de Março, oficializava-se a criação da vila, com jurisdição própria, como sede do concelho que havia sido delimitado. A Batalha desagregava-se de Leiria e a “Carta da Vila” reforçava a afirmação da comunidade criada em torno do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, conforme se lê no trecho seguinte do documento: «O Moesteiro da Vitoria privilegio per que he feito vila sem ter nenhuma ssogeiçam a villa de Leiria cujo termo hera e a tira e desmembra do termo dela. Dom Manuel ect. Aquantos esta nossa carta virem fazemos saber que consyderando nos e avendo respeito aos corpos gloriosos dos excelentes e de louvadas memorias dos reis nossos avós tios e primo que santa groria ajãa como seus jazigos sam em nosso moesteiro da Vitoria o qual jaz e era termo e jurdiçam da nossa vila de Leiria e que todolos lugares de nossos Reinos que estam no semelhante assento devem ser povorados e fortalecidos per defensam da terra principalmente polo respeito sobre dito detriminamos de fazer o dito moesteiro da Vitoria (...)»(Atq º Nac. Da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel, liv º 6 fls 113 vº.) Nos séculos seguintes, tanto o território como a população foram crescendo. Todavia, o terramoto de Lisboa (1755) e as invasões napoleónicas, no início de oitocentos, trouxeram des-

518 anos da criação da Vila da Batalha

tula-se “A secret scrapbook story page 2” e começou a ser pintada em 2005 na Batalha

A artista natural da Batalha Carla Cerejo vai expor num museu em Montreal, no Canadá, sendo a primeira vez em mais de 13 anos que um trabalho seu de pintura é colocado à venda. O convite foi dirigido por Annie Beaudet, do Centre Saint-Louis, depois de visitar o site da artista portuguesa, em www.carlacerejo.com. “É com muita felicidade e entusiasmo” que Carla Cerejo participa na exposição, “pois é a primeira vez” que tem a oportunidade de expor num museu e que um

p Uma das obras de Carla Cerejo seu “trabalho de pintura estará à venda desde 2004”. O trabalho de pintura foi

selecionado para a “Grande exposition en arts visuels”, que estará patente no Écomusée du Fier Monde, de 28 deste mês a 15 de abril, em Montreal, a maior cidade da província canadense do Quebec. A obra a expor intitula-se “A secret scrapbook story page 2”, começou a ser pintada em 2005, na Batalha, e ficou concluída em Londres, em 2014. Mede 140 por 70 centímetros e foram usadas técnicas de acrílico, óleo, marcadores, folha de ouro, em linho e resina portugueses, bordado fino e croché. Em dezembro de 2003, o quadro “Dona e senhora do seu próprio destino”, de Carla Cerejo, foi adquirido pelo principado das Astúrias no âmbito do 3º Prémio Internacional de Pintura promovido pela instituição. A obra, na qual vemos uma marioneta feminina,

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deitada no chão, que recusa ser manipulada, foi adquirida por seis mil euros. A concurso estiveram mais de 140 obras, das quais foram selecionadas apenas 20. A 30 de abril de 2015, a artista, nascida em 1974, inaugurou em Londres a primeira exposição em 11 anos, sendo algumas das obras resultado de um trabalho de mais de uma década. A sua mostra anterior foi no Porto, em 2004, tendo recebido a visita surpresa do ministro da cultura, Pedro Roseta. A batalhense é licenciada em pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e é mestre em gravura pelo Camberwell College of Arts/ University of the Arts, em Londres, dedicando-se em pleno à atividade artística desde 2000. Além de pintura e gravura, Carla Cerejo faz também ilustração.

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truições e quebras demográficas significativas. A vontade e o desejo de autonomia por parte da população manteve-se, no entanto, inabalável. No século XIX, o concelho é suprimido por três vezes (1836, 1867, 1895) fruto de diversas reformas administrativas nacionais. Em 1895, um grupo de batalhenses, encabeçado por Taibner Crespo de Morais, faz um pedido de apoio ao Rei D. Carlos em defesa da restauração da autonomia municipal. Três anos mais tarde, o Concelho da Batalha restaura-se, definitivamente. Faz um ano que esteve patente no Posto de Turismo da Vila a exposição “18 de Março – O dia da criação do concelho da Batalha”, relembrando diversos acontecimentos da história da formação da Vila e do Concelho e homenageando todos os envolvidos na afirmação e no crescimento do município. O nascimento, crescimento e afirmação do concelho têm no Museu da Comunidade Concelhia também um lugar de destaque, numa vitrina dedicada ao poder local. Nela se podem ver os primeiros códigos de posturas municipais (documentos com regulamentação de licenças, policiamento, comércio, higiene pública, entre outros). Destaca-se também a Ata que restaura a independência definitiva do Concelho da Batalha, por decreto de 13 de Janeiro de 1898. Reforça-se, desta forma, o convite a visitar o Museu, lembrando que aos primeiros domingos do mês, os naturais e residentes do concelho têm entrada gratuita. Município da Batalha Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

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Necrologia Batalha

março 2018

Felisbela Nascimento Gomes 83 Anos N. 24-03-1934 - F. 13-02 -2018 Reguengo do Fetal - Batalha

Artur da Trindade Ribeiro 85 Anos 11-10-1932 / 09-02-2018

Rosalina Batista Duarte

84 Anos 20-09-1933 /11-02-2018 Garruchas - Batalha

AGRADECIMENTO

Seu Filho, Nora, Neta e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado. Tratou: Agência Funerária Espírito Santo Loja 1 Batalha - Loja 2 Maceira - Loja 3 Pataias Tel. 916 511 369

Rosa Rodrigues Basto 77 Anos N. 28-04-1940 F. 24-02-2018 França e Jardoeira

AGRADECIMENTO Seu Filho e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado. Tratou: Agência Funerária Espírito Santo Loja 1 Batalha - Loja 2 Maceira - Loja 3 Pataias Tel. 916 511 369

Joaquim de Sousa Felipe “Vulgo: Judas” 72 Anos N. 30-07-1945 - F. 01-03-2018 Cividade - Golpilheira

AGRADECIMENTO

Sua Esposa, Filhas, Genros, Netas e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado. Tratou: Agência Funerária Espírito Santo Loja 1 Batalha - Loja 2 Maceira - Loja 3 Pataias Tel. 916 511 369

Retificação: A Edição 331 do passado mês de fevereiro tem a data de 12 de fevereiro de 2018 que por lapso não foi publicada. Pedimos desculpa pelo transtorno causado.

Novena a Santa Clara Oh Santa Clara que seguiste a Cristo com a sua vida de pobreza e oração, faz que entregando-nos confiantes à Providência do Pai Celeste no inteiro abandono, aceitemos serenamente Sua Divina Vontade. Ámen. Rezar esta oração e nove Avé-Marias durante nove dias com uma vela acesa e no nono dia deixar a vela queimar até ao fim. Fazer três pedidos, dois impossíveis e um de negócios. C.S.

AGRADECIMENTO

Seu Filhos, Nora, Genro, Netos e restante família na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como era seu desejo, vêm por este meio agradecer de forma muito especial a todas as pessoas de suas relações e amizade que neste momento de dor e tristeza manifestaram o seu pesar. A todos, o nosso muito obrigado. Tratou: Agência Funerária Espírito Santo Loja 1 Batalha - Loja 2 Maceira - Loja 3 Pataias Tel. 916 511 369

António da Silva Ferreira 89 anos N. 15 – 05 – 1928 F. 24 – 02 – 2018 Faniqueira – Batalha

AGRADECIMENTO Seus filhos: Mª Fernanda, José, Mª José e João dos Santos Ferreira, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida a agradecer todas as manifestações de carinho e apoio nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que com eles acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. “Viverás nos corações e nas lembranças daqueles que ficaram…” Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Ricardo José Ferreira 82 anos N. 22 – 06 – 1935 F. 18 – 02 – 2018 Brancas – Batalha

AGRADECIMENTO

Seus filhos: César e António Vicente Ferreira, netas e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradecem a todos os que os acarinharam nesta altura de dor e sentimento de perda, bem como a todos os que acompanharam o seu familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. Aqueles que amamos não morrem… Apenas partem antes de nós… Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós – Loja D. Fuas

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Adélia Antónia dos Santos Alexandre 89 Anos N. 20.02.1929 F. 02.03.2018 Rebolaria-Batalha

AGRADECIMENTO

Seus Filhos, Noras, Genros, Netos, Bisnetos e restante família na impossibilidade de o fazer pessoalmente como era seu desejo vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que os acarinharam neste momento de dor e tristeza ou de outra forma manifestaram o seu pesar. A família reconhecida agradece todas as demonstrações de solidariedade, pela perda do seu ente querido, especialmente à Academia Social e Cultural da Maceira pelo apoio e serviço prestado em vida. A todos, muito obrigado. Tratou Funerária Nacional – Cerfuni Lda.

Luís Joaquim de Sousa Santos 59 anos N.20 – 07 – 1958 F. 17 – 02 – 2018 Casais dos Ledos – Batalha

AGRADECIMENTO

Sua esposa: Ana Cristina C. Cristino Santos, filhos: Sara, Pedro e Luís Miguel Cristino Santos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida a agradecer todas as manifestações de carinho e apoio nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que com eles acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. A todos, muito obrigado. “Viverás nos corações e nas lembranças daqueles que ficaram…” Tratou: Funerária Santos & Matias – Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)

Virgílio Vieira Gomes “Virgílio Xarez” 89 anos N.25 – 09 – 1928 F. 14 – 02 – 2018 Quinta do Sobrado – Batalha

AGRADECIMENTO

Sua esposa: Deolinda da Conceição Pinheiro, filhos: José , Virgílio, Carlos e Armindo Pinheiro Vieira Gomes, netos e restantes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, como era seu desejo, vêm de forma reconhecida agradecer todo o apoio nesta altura de profunda dor e sentimento de perda, bem como agradecer a todos os que acompanharam o seu querido familiar até à última morada, esperando agora que descanse em paz. “As memórias são eternas…Descanso Eterno” Tratou: Funerária Santos & Matias - Batalha e Porto de Mós (Loja Dom Fuas)


A fechar

B

Taça Nacional JSKA Portugal A 28ª Taça Nacional JSKA Portugal em karaté shotokan disputa-se no dia 8 de abril no pavilhão gimnodesportivo da Golpilheira

MARÇO 2018

m O projeto, com um prazo de execução de 22 meses, está dividido em dois blocos de rega O grupo Oliveiras é o responsável pela construção de dois blocos de rega do projeto de aproveitamento hidroagrícola da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, uma obra lançada no dia 3 deste mês, e adjudicada por 26,23 milhões de euro. O auto de consignação da empreitada foi assinado entre a empresa de engenharia e construção da Batalha e a Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira e respeita à modernização dos blocos de

p Primeiro-ministro presente na cerimónia rega números cinco e seis. Em simultâneo, foi lançada a primeira pedra da obra, numa cerimónia em que estiveram presentes o primei-

ro-ministro, António Costa, e ministro da Agricultura, Capoulas Santos. O projeto, com um prazo de execução de 22 meses,

está dividido em dois blocos de rega e beneficiará uma área superior a 2.300 hectares de terrenos, onde serão executados 38 quilómetros de condutas. A empreitada inclui a construção de duas estações elevatórias e respetivos acessos: a estação elevatória da Caliça, situada no rio do Risco e destinada a reforçar o caudal do canal principal, e a estação das Galés, que pressurizará a rede de condutas dos dois blocos de rega. A construção de dois novos pontões, um na estrada do Camarão e outro no interior do perímetro, em Bico do Ruivo, ambos sobre o canal principal, completa a adjudicação.

Foto: Juventude Vidigalense

Oliveiras constrói obra de irrigação da lezíria

RECORDE. O atleta da Juventude Vidigalense Samuel Remédios, natural de São Mamede, bateu no dia 11 de fevereiro, em Pombal, o recorde nacional do heptatlo em pista coberta, que pertencia a Mário Aníbal, seu treinador, desde 2000. Samuel Remédios, de 25 anos, conquistou o 4º título nacional e está em 9º lugar no ranking mundial.

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Visite a maior exposição da zona centro junto à Exposalão

Sócio-Gerente Luis Filipe Miguel - 919 937 770 E-Mail: granicentro@granicentro.pt Home page: www.granicentro.pt


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