Comunicare diário 01.12.2014 (segunda)

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para não levar gato por lebre

Algumas dicas para não tomar prejuízo nas “promoções” da Black Friday. Página 10

rubinho encerra 23 anos de jejum

Barrichelo chega em terceiro na etapa de Curitiba e se torna campeão da Stock Car 2014. Página 11

pedágios têm novo aumento

Tarifas sofrem reajuste médio de 4,88%. Preços serão cobrados a partir de hoje. Página 09

Curitiba, 01 de Dezembro de 2014 - Ano 17 - Número 253 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Beta Jornalismo 2014 Segunda edição do evento organizado pela PUCPR trouxe grandes nomes do jornalismo brasileiro para compartilhar suas experiências Págs. 05, 06, 07 e 08


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Curitiba, 01 de Dezembro de 2014

Expediente

Cidades

Via calma para ciclistas Para evitar que acidentes aconteçam na Via Calma, ciclistas são orientados a utilizar a ciclofaixa ao invés da canaleta Gabriela Jahn

D

iversos ciclistas se arriscam diariamente ao dividirem espaço com os ônibus nas canaletas do transporte coletivo, correndo o risco de sofrerem graves acidentes. A situação também ocorre na Via Calma da Avenida Sete de Setembro, um projeto da Prefeitura de Curitiba iniciado em 2014 para permitir o compartilhamento de uma mesma rota por carros e bicicletas. A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) tem realizado abordagens diárias a ciclistas pedindo que utilizem a ciclofaixa ao invés da canaleta para evitar acidentes. A Prefeitura colocou faixas suspensas em alguns pontos da via convidando os ciclistas a deixar as canaletas para utilizar a Via Calma. Elas contam com as frases: “Lugar de bicicleta é na Via Calma. Deixe a canaleta para o ônibus”; “Ciclista, não se arrisque na canaleta, pedale na Via Calma”; e “Ciclista, seja esperto, use a Via Calma”. “Se o ciclista tiver um acidente com um ônibus grande, as chances de sobrevivência são mínimas. Se viver, certamente será com sequelas graves. Em um acidente com um automóvel na Via Calma, onde a velocidade máxima permitida é de 30 km/h, os danos serão muito menores pela baixa velocidade”, diz o coordenador de mobilidade Urbana da Setran, Danilo Herek. Nos períodos da manhã e da tarde, dois agentes de trânsito fazem a abordagem dos ciclistas na canaleta, sugerindo que passem para a ciclofaixa da Via Calma e distribuindo

Edição 253 - 2014 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br materiais que explicam sua função, além de uma cartilha com os direitos e deveres do ciclista. “As abordagens são feitas para mostrar aos ciclistas que eles não têm apenas direitos na via, mas que têm deveres a cumprir para garantir a sua e a segurança de todos no trânsito. Para a construção da cultura da bicicleta, é importante que o ciclista faça a sua parte. Assim, ele poderá cobrar mais respeito dos outros usuários também”, afirma Herek. A estudante Maíra Carvalho, 21 anos, já foi abordada pelos agentes da Setran algumas vezes e passou a usar a Via Calma com mais frequência, mas ainda tem receio. “Eu uso a ciclofaixa de vez em quando, mas ainda tenho um pouco de medo, pois alguns motoristas ainda não respeitam os ciclistas”, opina. “Eu sempre procuro usar a ciclofaixa da Via Calma. Mas muita gente ainda usa a canaleta. É muito mais seguro seguir as orientações dos agentes, pois um acidente com um ônibus pode ser fatal”, diz o mecânico Edmilson Machado, que aprovou a presença e a orientação dos agentes de trânsito. “A Via Calma é um novo dispositivo na cidade e tem dado bons resultados, muitos ciclistas estão saindo da canaleta para utilizá-la, garantindo maior segurança no trânsito. Infelizmente, ainda há gente que insiste em usar a canaleta, por isso vamos continuar insistindo com as abordagens”, destaca o coordenador de mobilidade urbana da Setran.

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto COLABORADOR Eduardo Souza FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA José Luiz Moreira 2º Período

SECRETÁRIAS DE REDAÇÃO

REVISORES

REPÓRTERES

Ariele Hosseini

Gabriela Jahn

Bruna Carvalho

2º Período

2º Período

6º Período

PAUTEIROS

Gilmar Montargil

Taís Arruda 6º Período

EDITORES

Eleonora Apolo 2º Período

Laura Alvarenga

Erika Boschiroli

2º Período

2º Período

Jehnifer Kammer

Lara Fonte Bôa 2º Período

Paulo Pelanda 2º Período

2º Período

Priscila Cavallaro 2º Período

2º Período

José Luiz Moreira 2º Período

Leonardo Henrique 2º Período

Maria Victória Lima 2º Período

Nicole Leite 2º Período

Pedro Giulliano 2º Período


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Curitiba, 01 de Dezembro de 2014

Gastronomia no Palácio Feira busca valorizar a gastronomia local e a cultura do Estado Bruna Carvalho

A

primeira feira Gastronomia no Palácio foi realizada no último sábado (29). O evento reuniu 15 participantes na Praça Nossa Senhora da Salete, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico de Curitiba, e contou também com visitação ao Palácio de hora em hora. O projeto faz parte do programa Gastronomia Paraná, da Paraná Turismo e foi elaborado pelos organizadores da Feira Alto Juvevê Gastronomia e Ao Gosto da Stresser, eventos já reconhecidos no cenário gastronômico da cidade. O mentor do evento, Vinicius França, disse que a ideia de realizar a feira surgiu há aproximadamente três meses e veio de encontro ao projeto Gastronomia Paraná, do órgão do governo federal, Paraná Turismo, a fim de valorizar a gastronomia local, seus pratos típicos e os chefes de cozinha que estão no Paraná. “Nossa parte dentro do projeto é levá-lo para a rua para que as pessoas conheçam. Então, trazer para uma praça, para que as pessoas possam provar a coxinha da Lapa, do restaurante Expedito, o pão com bafo típico da cidade de Palmeira, trazido pelo restaurante Girassol e outros estabelecimentos, porque às vezes as pessoas que estão aqui em Curitiba não sabem que existem essas variedades em outras cidades do Estado”, afirma. Sobre as expectativas do evento, o organizador se mostrou bastante satisfeito. Segundo ele, a feira teve “um público bom, principalmente perto da hora do almoço e a ideia nessa primeira edição era fomentar a feira, fazê-la acontecer para

que nas próximas edições a gente já tenha uma marca fortalecida, com as características do Estado”. A princípio, serão realizadas duas edições por ano, as datas serão estudadas pela organização em conjunto com a Paraná Turismo. A coordenadora do programa Gastronomia Paraná, Jussara Voss, jornalista, blogueira e colunista do caderno Bom Gourmet, da Gazeta do Povo, conta que há cerca de dois anos, o projeto surgiu “com a ideia de valorizar e promover a gastronomia do Paraná para que a gente tenha o nome reconhecido nacionalmente e até, no futuro, internacionalmente”. Para ela, “com a corrente mundial atual de uma nova gastronomia que valoriza ingredientes locais e valoriza as tradições, é por aí que a gente quer caminhar com o projeto, priorizar receitas típicas, mas também trazer a receita para a atualidade, trazer o olhar contemporâneo, e valorizar os nossos produtores, valorizar os ingredientes. A gente sabe que o que está próximo é o que tem mais qualidade”.

Adoro essas feiras! A primeira que estive, logo que mudei para Curitiba, foi na Praça da Espanha. Achei incrível a variedade e qualidade dos preparos – e ainda tanta gente na rua, se divertindo, conversando, rindo, achei demais! Pouco tempo depois vi o anúncio da feira no Alto Juvevê, pertinho de casa, fui a pé! Depois dessa tenho ido sempre. Essa no Palácio foi, para mim, a mais agradável. O clima estava ameno, o espaço amplo e super organizado, acertei no horário e não peguei fila, e tudo que provei estava uma delícia! Já estou esperando a próxima!”, contou a chef de cozinha, Ana Cláudia Spengler, 35 anos.

Participantes

Os estabelecimentos que participaram do evento foram: Clube do Malte, Doce Fado, Grué, John Bull, La Basque, La Grappa, Los Paleteros, Mercearia Curitibana, Restaurante Expedito, Restaurante Giras-

Cidades

sol, Sr. Garibaldi, Way Beer, Yakifast e Barista Coffee Bar, além do chef Rodrigo Martins (Terra Madre). O evento superou as expectativas da chef Rosane Radecki, proprietária do restaurante Girassol, da cidade de Palmeira, a 75 quilômetros de distância de Curitiba. Participando pela primeira vez de uma feira ao ar livre, ela conta que ficou satisfeita com o resultado. “Foi bem bacana participar, pretendo participar das próximas edições até para conquistar um novo público que não conhece a cidade ou o restaurante e pode conhecer um pouco na feira”. Para o administrador Gabriel Nieweglowski, 27 anos, representando a Grué Chocolateria, o evento traz uma boa visibilidade para os estabelecimentos participantes. “Sempre que puder pretendemos participar porque é muito bom, principalmente pela divulgação da marca e da loja”. Bruna Carvalho

Público

O promotor de justiça Marcos Cristiano Andrade, 39 anos, levou sua filha ao evento e pretende voltar nas próximas edições. Para ele, “é muito legal essa iniciativa e o espaço”. O casal de estudantes Vanessa Frulani, 21 anos, e Vitor Cerullo, 22 anos, foram ao evento para experimentar pratos diferentes. “Viemos porque achamos interessantes essas feiras gastronômicas ao ar livre para conhecer produtos que não conheceríamosnormalmente”.

Curitibanos aproveitaram a tarde de sábado com boa gastronomia


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Cidades

Ruas da capital pedem socorro Algumas vias de Curitiba estão em situação precária. Usuários reclamam de buracos e outros defeitos Leonardo Henrique

Q

uem nunca passou por uma rua esburacada? Quem já teve problemas por conta do mau estado das vias? Há muitas solicitações para trocar os asfaltos das ruas, sendo que algumas sao muito importantes e movimentadas, como a Rua Rolfe Mertens, que faz parte do trajeto de linhas de ônibus, além de ligar os bairros Bom Retiro e Pilarzinho. O vereador Professor Galdino foi quem solicitou o projeto e diz que além dessa rua, várias outras precisam de repavimentação. “Algumas ruas precisam até de uma sinalização melhor. O cidadão curitibano está pedindo para que a gente salve essa rua, assim como muitas outras”. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Curitiba, há um planejamento destinado à pavimentação e troca de asfaltos em cada ano, e os investimentos são

detalhados na Lei Orçamentária Anual (LOA). Para definir quais obras vão ser executadas, são realizadas audiências públicas nas administrações regionais (participação da população). “A população pode fazer solicitações por meio do telefone 156 e do site www. colab.re, para então a Secretaria do Governo Municipal de Curitiba analisar a possibilidade de atendimento”. Edilaine Silva, diretora de ensino de uma auto escola de Curitiba, diz que alguns alunos já reclamaram porque reprovaram no exame prático, pois o examinador pediu para desviar dos buracos com seta, sendo que eles não o fizeram, entre outros problemas. “Acho que o fluxo de veículos é muito grande e desgasta o asfalto. A Prefeitura deveria fazer uma nova pavimentação, não antipó. A má pavimentação gera um desgaste no carro,

com rodas, molas e amortecedores, sem contar o risco de acidentes”. De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, o asfalto é caro. “Para diminuir custos, a Prefeitura possui recicladora para execução de alguns serviços de recape e revitalização asfáltica. Para nova pavimentação, há necessidade de licitação”. A assessoria também explica que a substituição de piso por asfalto definitivo é uma das prioridades da população, e

que nesses quase dois anos de gestão da Prefeitura, mais de R$ 160 milhões foram investidos em pavimentação e revitalização de vias pela Secretaria Municipal de Obras Públicas. “Além disso, outros R$ 50 milhões serão gastos com manutenção urbana, serviços que incluem pavimentação (tapa-buracos), roçadas e reparos de drenagem, através da Secretaria de Governo, mas os prazos variam dependendo do tamanho e complexidade da obra”, explica a assessoria. Leonardo Henrique

Rua Marechal José Agostinho dos Santos, ao lado do Detran

Na luta contra o HIV A partir de hoje entrarão em funcionamento duas unidades móveis nas quais poderão ser realizados testes para diagnóstico de presença do vírus HIV no sangue Maria Victória Lima

O

projeto intitulado “Agora é a Hora - Testar nos Deixa Mais Fortes” tem como principal objetivo o controle e a prevenção de novos casos de pessoas soro positivas. Uma das unidades fará o percurso entre os bairros de Curitiba, enquanto a outra estará todas as sextas-feiras, das 18h às 22h, na Praça Osório e todos os sábados, no mesmo horário, perto da Praça Tiradentes. De acordo com o infectologista Moacir Pires Ramos, assessor da Secretaria Municipal da Saúde, “por mais que a doença esteja estabilizada, ainda temos de 700 a 900 casos diagnosticados todos

os anos”. Ramos espera que com essa inovação de locais alternativos para que os testes possam ser feitos a conscientização sobre os perigos do vírus aumente. Ainda alerta que, caso a pessoa não queria se expor, será possível pedir o exame através de uma plataforma digital (e-Testing) que um kit com um auto teste será entregue em casa pelo correio. Em ambos os casos, os resultados saem em 20 minutos. No caso de um diagnóstico positivo, os pacientes serão encaminhados imediatamente ao Sistema Único de Saúde (SUS) para que possam começar o acompanhamento.

Desde 1984, quando foram registrados os primeiros casos de aids no Brasil, 10.256 pessoas desenvolveram a doença em Curitiba. Atualmente, cerca de nove mil pessoas fazem o tratamento e recebem os medicamentos pelo SUS de Curitiba. Para as estudantes Mainara Melo e Lohana Barbosa, ambas com 18 anos, a ação vai ser muito importante. “Cada vez mais cedo o perigo de praticar sexo inseguro é ensinado nas escolas. Mas ainda tem gente que não acredita, ou acha que nunca vai acontecer. Então esse projeto vai ser importante para alertar essas pessoas”,

diz Lohana. Já Mainara ficou satisfeita ao saber que agora terá mais lugares para realizar o teste. O programa foi lançado na última sexta-feira (28) na Prefeitura Municipal de Curitiba. Hoje, das 10h às 16h, a unidade móvel estará na Boca Maldita como parte da programação especial do Dia Mundial da Luta Contra a Aids. Também acontecerão ações de conscientização sobre a aids, atividades relacionadas à promoção da saúde com atividades laborais, distribuição de preservativos e incentivo à testagem do HIV.


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Curitiba, 01 de Dezembro de 2014

Especial

José Luiz Moreira

Décio Galina, da Editora Trip, explica teorias de jornalismo customizado

Projeções para o mercado foram tema do Beta Jornalismo A

A edição 2014 do evento reuniu profissionais de destaque na área do jornalismo, abordando temas que abrangem desde os desafios do jornalismo empresarial até os segredos da narrativa televisiva

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) recebeu no sábado, 22 de novembro, a segunda edição do Beta Jornalismo, evento realizado para discutir as tendências e atualidades da profissão no mercado de trabalho. O encontro reuniu profissionais de destaque que debateram com alunos e professores o atual cenário do jornalismo e as perspectivas para o futuro.

José Luiz Moreira Laura Alvarenga Vanzo Marina Bittencourt Cardoso

Ao todo, foram sete palestras, cada qual com uma hora de duração. O jornalista Francisco Viana iniciou o evento discutindo a ascensão da cidadania e os desafios do novo jornalismo empresarial. Na sequência, Décio Galina falou sobre as tendências do jornalismo customizado e da sua experiência na Trip

Editora. Por volta das 11h, via skype, direto de Barcelona, na Espanha, Lucas Duarte abordou a cobertura esportiva no exterior através de uma web conferência.

Casa. Abordado pela assessora de imprensa Vânia Alves, o jornalismo humanitário foi a penúltima palestra do evento. Por fim, Marcelo Canellas, repórter da Rede Globo,

as tendências da profissão no Paraná. Ele acredita que como os profissionais são atuantes e possuem destaque no mercado, os alunos acabam se envolvendo cada vez mais.

“Para os palestrantes, também é um momento de aprendizado” No período da tarde, o jornalismo investigativo foi pauta da palestra de Marina Dias, coordenadora de comunicação da Agência Pública. A jornalista e radialista Patrícia Palumbo apresentou para o público um de seus projetos de maior sucesso, o Vozes em

fechou a segunda edição do Beta Jornalismo tratando da narrativa televisiva e grandes reportagens. De acordo com Julius Nunes, coordenador do curso de Jornalismo da PUCPR, o evento é um dos únicos que discute

“Para os palestrantes, também é um momento de aprendizado mútuo e de reflexão, afinal, o que se pratica no jornalismo em Curitiba pode ser diferente do que é feito em São Paulo. Em suma, é um enorme intercâmbio de conhecimento”, finaliza.


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Especial

O evento foi organizado pelos professores Criselli Montipó e Cícero Lira. Lira disse que os alunos de sua disciplina, Assessoria e Planejamento de Comunicação, também estiveram engajados na realização do projeto. “Os estudantes colaboraram diretamente, prestando trabalho de assessoria de imprensa e ambientação do espaço, além de toda a parte de credenciamento”, comenta o professor. Confira como foi cada uma das sete palestras da segunda edição do evento.

Cidadania e jornalismo empresarial em questão Laura Alvarenga

Bahia (UFPA) e tem mestrado em Filosofia Política pela PUCSP. Viana assegura que o jornalismo organizacional e a grande mídia estão do mesmo lado, mesmo com visões diferentes da realidade. “O editor de um veículo organizacional tem o mesmo compromisso que tem o editor de outras grandes publicações, a diferença não está na qualidade, que deve ser a mesma, na reportagem ou no conteúdo, seguramente a diferença está na maior ou na menor visão crítica e nos públicos alvos”, afirma.

Customização no jornalismo Décio Galina é formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero em São Paulo e trabalha com revistas customizadas há 14 anos, na Trip Editora. Galina falou como se faz jornalismo de qualidade em publicações para empresas. Ele trouxe dois grandes exemplos do trabalho: a Revista Personnalité (banco Itaú) e a Audi Magazine.

ideias sempre tem espaço. “O que a gente tem é a habilidade de saber escrever, contar histórias, saber comunicar, não adianta ficar chorando se algumas vagas estão sendo fechadas, é preciso ter olho vivo para saber onde estão precisando de um pensamento crítico, de jornalismo”, completa.

Jornalismo esportivo no exterior A última palestra da manhã foi feita pelo jornalista Lucas Duarte direto de Barcelona, via skype. Duarte é redator do site FIFA.com e editor internacional do FC Barcelona. É correspondente internacional e colunista freelancer em diversos veículos.

Para Viana, na prática, todas as formas de jornalismo visam ampliar o espaço civilizatório, ou seja, fazer com que a sociedade tenha mais coerência, discussão e contradição, cujo objetivo final é construir uma sociedade rica, justa e igualitária. Finalmente, Viana afirmou que em momento algum o jornalismo deve ser dissociado da cidadania e deixou como conselho aos estudantes a importância da atualização e do estudo permanente, pois, antigamente a profissão de comunicador era vista como algo fácil, quando na verdade ela é ardilosa, e exige sempre ter relevância, e para que isso aconteça é necessário estar sempre atualizado.

Abrindo as palestras do segundo Beta Jornalismo, Francisco Viana falou sobre a ascensão da cidadania e os desafios do novo jornalismo empresarial. Jornalista e comunicador, Viana é formado pela Universidade Federal da

Laura Alvarenga

Laura Alvarenga

Com a crise econômica e a expansão das redes sociais, em 2010, Duarte decidiu criar um blog. “Essa plataforma colaborou para poder ver que existem outras opções no mercado, e quando existe acesso a conteúdos que poucas pessoas têm e você cria um negócio seu, há possibilidade de ganhar dinheiro e fazer um bom trabalho”, completa. Já em 2013, quando Neymar foi jogar no time, e com a Copa de 2014 se aproximando, o Barcelona queria um site todo com conteúdo em português e como Duarte já tinha contato com o time e morava na cidade há 10 anos, foi chamado para o trabalho. Por fim, Duarte falou sobre as dificuldades de ser correspondente no exterior.Segundo ele, um grande obstáculo é a apuração, que precisa ser rápida, por isso ele considera importante ter muitos contatos diretos e bem informados, como conhecer repórteres brasileiros em outros países. Ele também acredita que para trabalhar com assuntos determinados é necessário estar em um meio que tenha material constante, de interesse mundial e trabalho sobre o assunto, por exemplo, para ser jornalista de moda e de esportes é importante viajar pela Europa.

Galina acredita que esse tipo de jornalismo é muito novo e funciona melhor do que a publicidade na TV, pois, o cliente da marca quando pega na mão uma revista de alta qualidade, que conta uma história, é muito mais chamativa do que apenas um ator famoso falando uma frase decorada na propaganda. Segundo o jornalista, é preciso também encontrar um jeito diferente de contar essas histórias, pensar em um novo formato para as matérias impressas e também digitais. De acordo com Galina, é importante começar a vida profissional de jornalista em um jornal ou TV que tenha produção diária, já que a falta de tempo ajuda a ser criativo e fazer textos rapidamente. Mesmo com o mercado delicado, Galina acredita que jornalismo de qualidade e boas

mercado se expande”, afirma o jornalista. Também, por ter contato com jogadores brasileiros, Duarte conseguiu vender muitas matérias para diversos jornais.

Investigação independente

Por ser o único repórter brasileiro fixo em Barcelona, Duarte acabou recebendo muitas propostas de emprego e a ideia de voltar para o Brasil começou a ficar para trás. “Quando você vai atrás, o

No período da tarde, as palestras começaram com Marina Dias, coordenadora de comunicação na Agência Pública de Jornalismo Investigativo, uma agência independente, sem fins lucrativos e pioneira no Brasil.


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Especial Formada há apenas dois anos pela Universidade Estadual de Londrina, Marina explicou como funciona a Agência Pública. A organização opera por meio de crowdfunding, processo no qual o público colabora com doações, via internet, para a realização de um projeto, e com apoio de algumas fundações, como a Fundação Ford e a Open Society, funcionando como uma agência de notícias. Todo o conteúdo pode ser reproduzido por diversos veículos de maneira livre. “Possuímos mais de 60 republicadores no Brasil, então assim que as matérias saem, nós fazemos contato com eles (Uol, Terra, Carta Capital, entre outros), e esses veículos publicam as nossas reportagens”, conta a coordenadora.

país” são alguns dos pilares da instituição investigativa, que movem os jornalistas que trabalham para a Agência. Ao fim da palestra, a jornalista reafirmou sua crença no jornalismo investigativo. “Acreditamos no jornalismo olho no olho, repórter saindo da redação, que enfrente o que tiver que enfrentar”, constata.

Música em casa Laura Alvarenga

Todos os outros programas que eu fiz vinham com a marca Vozes, mas mudando de lugar para que eu não ficasse entediada e nem os ouvintes”, conta. Vozes em Casa, o mais recente formato do Vozes do Brasil, que está no ar na rádio Natura Musical, existe também na versão online do blog patriciapalumbo.com. O programa acontece dentro da casa de Patrícia, num quarto criado somente para as entrevistas e shows ao vivo. A jornalista grava sozinha o programa no conforto de seu lar e manda o material para sua produtora, que o edita e envia para as emissoras país afora.

co os princípios básicos da comunicação dos Médicos Sem Fronteiras que, segundo ela, são: a visibilidade, para dar foco aos problemas das populações atendidas e para arrecadar fundos; a aceitação, já que a comunidade local precisa reconhecer a organização e aceitar os serviços que são oferecidos; e a influência, “a parte mais jornalística”, que só acontece depois que os outros pontos foram trabalhados, porque se ninguém souber quem são os Médicos Sem Fronteiras, o progresso da instituição fica impossibilitado.

O último palestrante a subir no palco foi o jornalista Marcelo Canellas. Repórter da Rede Globo desde a década de 1990, ele se formou pela Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1987. Ao longo de sua carreira, produziu reportagens especiais para o Jornal Nacional, Fantástico e Globo Repórter.

Em uma reflexão final sobre a ética jornalística, Patrícia explana que depois de um tempo, a falta de ética na profissão não se sustenta. “As vezes pode demorar um pouco mais se você for pelo caminho correto, mas é um caminho que não tem fim, que te leva adiante não só como profissional, mas também como pessoa”, esclarece. Patrícia Palumbo foi a segunda palestrante da tarde, e contou ao público sua história com o rádio e como chegou num modelo de jornalismo independente. A importância das missões da Agência Pública foi constantemente ressaltada por Marina ao longo da palestra. “Não só produzir, mas também promover o jornalismo investigativo independente de interesse público”, além de “visar o fortalecimento do direito à informação e direitos humanos e da democracia no

O programa de rádio Vozes do Brasil, o qual apresenta desde 1995, surgiu na rádio Musical FM, em São Paulo, sendo que hoje foi ampliado para diversas rádios. Ao longo dos anos, o programa passou por vários formatos e nomes. “Foi ao vivo, diário, às sete da noite, depois ao vivo, diário e ao meio-dia, para o final de tarde, depois final de semana.

Jornalismo humanitário Assessora de imprensa do Médicos Sem Fronteiras, Vânia Alves tem vasta experiência, se dedicando à área humanitária há mais de 10 anos. A palestra girou em torno da função de um comunicador dentro de uma instituição como essa e em como fazer uma boa cobertura de pautas humanitárias. Na organização desde 2010, Vânia divide com o públi-

Laura Alvarenga

José Luiz Moreira

Patrícia ainda compartilhou com o público do Beta Jornalismo experiências em entrevistas feitas para o rádio, como quando conversou com Cazuza e Renato Borghetti, por exemplo.

Laura Alvarenga

Reportagem e narrativa televisiva

A assessora ainda explica a necessidade do conhecimento de alguns conceitos básicos na área. A diferença entre refugiados e deslocados internos, por exemplo, faz toda a diferença para quem tem vontade de cobrir assuntos humanitários. “Muitas vezes, o jornalista chega nesses locais sem saber esses tipos de conceitos, que são básicos para quem trabalha com isso. É importante dominar as nomenclaturas e também as necessidades que esses problemas geram”, discorre.

Usando do bom humor, Canellas manteve os olhares atentos em sua apresentação. Logo no início, o jornalista garante que o seu papel “começa ao entender a realidade objetiva da profissão”. Na sequência, contou ao público a história de uma série de reportagens sobre a fome, idealizada por ele no ano de 1998, mas que foi ao ar somente em 2001. “Levei cerca de quatro anos para convencer os meus chefes de que a produção e exibição dessa série seria de grande importância. Gosto de descobrir e contar aos telespectadores diversas histórias, mesmo sendo elas as mais difíceis”, completa.


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Especial

Laura Alvarenga

“A ideia é de que o evento se consolide na carreira de todos os que absorveram o conteúdo” Francisco Viana palestra sobre jornalismo empresarial

Encerramento Após o término da última palestra, o sentimento de dever cumprido era evidente nos alunos que organizaram o Beta Jornalismo. Lucas Prestes das Chagas, do sexto período, garante que a interação com a plateia foi um dos pontos mais interessantes do evento. O estudante Vinícius

Cordeiro acredita que foi um evento bem estruturado, pois recebeu uma atenção especial de todos os envolvidos em sua realização, incluindo os convidados palestrantes. Para a professora Criselli, o Beta Jornalismo não acabou assim que a última palestra chegou ao fim. Segundo ela, todos os presentes vão levar

José Luiz Moreira para sua vida acadêmica e profissional um pouco do que foi discutido. “A ideia é de que o evento seja algo que se inicie na universidade, mas que se perpetue e se consolide nas carreiras de todos que puderam absorver o conteúdo apresentado ao longo do dia”, finaliza. O coordenador do curso, Julius Nunes, apresenta o evento José Luiz Moreira

Palestrantes e professores se reuniram ao final do Beta Jornalismo 2014


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Economia

Preços dos pedágios aumentam Os novos valores serão cobrados a partir de hoje. Para ir de Curitiba ao litoral com carro de passeio, a nova tarifa será de R$ 16,80 Leonardo Henrique

N

a última sexta-feira (28), a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar) homologou reajuste médio de 4,88% nos valores das tarifas de pedágio nas estradas do Paraná. Os novos preços serão cobrados a partir de hoje. Com o aumento, quem for viajar de Curitiba até o litoral do Estado, trafegando pela rodovia BR-277, pagará R$ 16,80 se estiver de carro. Segundo o diretor regional da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR/PR), João Chiminazzo Neto, o aumento é uma cláusula prevista no contrato.

Tabela com novos valores (Site do DER)

Rejeição ao aumento do IPTU Setores da construção e da habitação se reuniram com os vereadores para discutir o reajuste Pedro Giuliano

R

epresentantes do setor da construção civil e habitação se reuniram na última quinta-feira (27), na Câmara Municipal de Curitiba, para discutir junto com os vereadores o projeto em tramitação na Casa, de autoria do Executivo municipal, que propõe um aumento de 8% sobre o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e de 20,83% sobre o Imposto sobre Transmissões de Bens Imóveis (ITBI), proposta esta, que será votada pelos vereadores no dia 15 de dezembro, antes do recesso parlamentar. Com base em documento apresentado pelos representantes dos dois setores, a correção de 20,83% do ITBI colocará Curitiba na sexta

posição dentre as capitais com o imposto mais alto. “Somos totalmente contrários a esses aumentos, uma vez que percebemos a fragilidade do momento econômico ao qual o país está passando”, argumenta Luis Antônio Laurentino, presidente do Sindicato de Habitação e Condomínios (Secovi-PR). Laurentino ainda aponta uma possível consequência do aumento, que é o encalhamento de imóveis e o começo de uma nova “bolha reversa”, em que há mais imóveis à venda do que consumidores para comprá-los. “O setor que representamos está apresentando aumentos suscetíveis nos prazos para venda e locação de imóveis e isso é muito preocupante”, apontou.

Outro ponto considerado vital que foi apresentado pelos representantes dos dois setores é o acompanhamento público da aplicação desses impostos. A arrecadação com IPTU na última década aumentou 62%, a de Imposto Sobre Serviços (ISS) em 214% e a de ITBI em 506% no mesmo período. De acordo com José Eugenio Gizzi, presidente do Sindicato da Indústria e Construção do Paraná (Sinduscon-PR), a aprovação desse projeto de lei pode gerar um efeito contrário. “Podemos ver, em vez de um aumento na arrecadação, a completa inibição dos investimentos nesse setor. Além disso, os cidadãos deveriam ter um acompanhamento na aplicação real desses recursos, com a criação de um conselho

específico para esse fim”. Em contrapartida, a secretária de Finanças de Curitiba, Eleonora Fruet, argumentou sobre a necessidade orçamentária do reajuste dos impostos para o município, focado nas áreas vitais da cidade. “O aumento dos tributos se dá à capacidade de investimento do município em saúde e educação, e também para equacionar a defasagem proveniente da taxa de coleta de lixo”, afirmou. Luciano Ducci, deputado federal, reforçou o apoio político do seu partido contra o aumento desses impostos, e afirma que “a administração municipal não apresentou nenhuma explicação técnica para o procedimento”.


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Economia

Cuidado com a Sexta-Feira Negra Importado dos Estados Unidos, Black Friday tem sua quinta edição no Brasil Gilmar Montargil e Nicole Leite

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sexta-feira mais famosa dos Estados Unidos, Black Friday, que ocorre no dia seguinte ao feriado de Ação de Graças, vem ganhando adesão no Brasil nos últimos anos. Nesse dia, lojas físicas e online dos mais variados tipos de comércios fazem promoções, levando muitos consumidores a lotar as lojas e sites de compras.

computador, você se arrepende, nesse caso a empresa precisa recolher o produto e devolver o seu dinheiro. “O direito de arrependimento geralmente pode acontecer em compras online, de porta em porta ou por catálogos, que são situações nas quais o consumidor não tem contato físico com o produto que está comprando”, afirma Silvana.

De acordo com o economista Marcelo Curado, o Black Friday serve para movimentar a economia, mas principalmente para as lojas renovarem seus estoques. Ele também dá algumas dicas para o consumidor realizar uma boa compra. “É necessário que ele compare e verifique os preços, pesquisando se o valor do produto não foi aumentado e voltou ao original durante a Black Friday. Verificar se o desconto é de verdade, não apenas de fachada”.

Eleonora Apolo teve problemas ao efetuar uma compra pela internet na sexta-feira (28). “Comprei 10 livros, deu problema depois, e não saiu o comprovante. Eu não sei o que houve, o site não abriu mais, e agora estou na delegacia a tarde toda”, disse ela.

Curado diz ainda que, em relação à economia global, o Black Friday é interessante. “No Brasil isso está se tornando popular, ainda mais com a chegada das datas festivas do final do ano. As pessoas aproveitam para antecipar suas compras de natal”, afirma. Silvana Polato, que trabalha no setor administrativo do Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor do Paraná (ProconPR), diz que o direito de arrependimento é diferente de cancelar uma compra, e pode acontecer em qualquer situação. Por exemplo: você compra uma blusa, no site ela está de uma maneira, mas quando o produto chega em casa e não era realmente aquilo que aparecia na tela do

Já Isadora Costa disse que teve enormes dificuldades ao navegar em um site de compras. Segundo ela, a enorme procura inviabiliza uma compra prazerosa, embora os preços sejam acessíveis. “Mas tenho certeza que valerá a hora perdida”, confessa ela, orgulhosa dos livros que comprou.

Fique ligado! Dicas da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) para se proteger de riscos e fraudes de compras na internet: 1- Procurar a reputação da loja na lista de sites confiáveis nos sites dos Procons; 2- Tomar cuidado com e-mails fraudulentos; 3- Participar de sites que comparam os preços das lojas participantes da Black Friday; 4- Guardar todos os registros e comprovantes de compra (print da tela também vale como comprovante); 5- Verificar se o site da loja possui certificados de segurança e uma conexão segura; 6- Manter seu computador em boas condições; 7- Sempre procurar o código de defesa do consumidor;

Gilmar Montargil

Shoppings dilvugam final de semana de ofertas em suas faixadas


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Curitiba, 01 de Dezembro de 2014

Esportes

Hoje não, hoje não!

Gabriel Carriconde

Rubinho encerra 23 anos de espera e se consagra campeão brasileiro da Stock Car. Último título havia sido em 1991, pela Fórmula 3 Pedro Giulliano

Á esquerda, Rubinho comemorando com o filho logo após a corrida. Á direita o piloto, emocionado, na coletiva de imprensa

M

anhã de domingo, 30 de novembro de 2014. Uma data para não se esquecer na história do automobilismo brasileiro. Rubens Barrichello finalmente grita “é campeão!” para mais de 20 mil pessoas presentes no Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), em Pinhais, ao garantir com um 3º lugar a taça do campeão brasileiro de Stock Car 2014. O vencedor da prova foi Daniel Serra, seguido por Átila Abreu. Cacá Bueno e Allan Khodair, respectivamente, fecharam o pódio dos cinco primeiros colocados na prova. Depois de 23 anos de espera para se sagrar campeão de uma categoria de regularidade, Barrichello mostrou firmeza e consistência em sua pilotagem. Mas, como não poderia deixar de ser, a conquista foi emocionante, e a equipe do Comunicare esteve presente e traz tudo o que aconteceu na etapa decisiva do campeonato.

Situação e largada

Oito pilotos tinham chances

matemáticas de conquistar o título deste ano, mas, na prática, apenas três deles tinha uma situação melhor. Líder do campeonato, Barrichello precisava apenas de um 4º lugar. Já Thiago Camilo teria que obrigatoriamente vencer e torcer para que Barrichello não chegasse entre os nove primeiros. Já Átila Abreu levaria a taça para casa se vencesse e se Barrichello não chegasse entre os cinco primeiros primeiros. Na largada, Rubinho conseguiu administrar e segurar as investidas de Daniel Serra e Átila Abreu que vinham colados logo atrás. Porém, a curva 1 do AIC como sempre, fez muitas vítimas. Nesse aperto, Sérgio Jimenez, Raphael Matos e Julio Campos acabaram se estranhando na dividida da curva e bateram. Campos perdeu o capô, mas a confusão só havia começado. Graças a uma poça de óleo na parte final da pista, Thiago Camilo rodou sozinho na tomada da curva e foi acertado

por diversos carros, que acabou avariando gravemente a traseira de seu bólido, forçando-o a abandonar a corrida e, por conseguinte, dar adeus às suas chances de título. Barrichello tomou o primeiro susto do dia, ao escorregar o pé do pedal de freio, e ao mesmo tempo escorregar na mesma poça de óleo que Camilo passou. Seu carro foi passear fora da pista. Ao voltar, viu Serra, Abreu e Khodair passarem à sua frente, o que o fez cair para a 4ª posição, no limite do que precisava para ser campeão. O Safety Car foi acionado, e na abertura da 5ª volta, voltou-se ao rítmo de corrida. A prova seguiu com Serra liderando, Átila em segundo à frente de Khodair, Barrichello e Cacá Bueno.

Janela e bandeirada

A volta 15 marcou o pit-stop de Khodair. Ele foi o primeiro entre os ponteiros a parar. Barrichello foi na volta seguinte. Serra seguiu os dois e Átila, por sua vez, preferiu

permanecer mais um pouco na pista. Mas acabou vindo no fim da 18ª volta. No retorno dos boxes, Átila se colocou logo atrás de Serral. Barrichello era o terceiro, com Khodair em quarto e Cacá em quinto. Daí até o fim da corrida, Serra apenas administrou a vantagem para Átila, enquanto Barrichello permaneceu em terceiro, sem ameaças. A única mudança mesmo veio mais atrás. Cacá conseguiu superar Khodair a seis minutos do fim, assegurando o quarto posto. Allan terminou em quinto lugar. Seguro em sua tocada, na volta 27, Rubinho recebeu a famosa ordem no rádio: “Só traga a criança para casa”, e assim sendo, só restou ao veterano piloto cumprir a ordem para seguir tranquilamente até a banderada para acabar com o jejum de de mais de duas décadas, e gritar “é campeão” com toda força no pódio.


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Curitiba, 01 de Dezembro de 2014

Cultura

Reabertura do Palácio dos Estudantes Casarão sede da UPE estava abandonado desde dezembro de 2012 Maria Victória Lima

D

epois de quase um ano de atraso por causa das obras que foram realizadas no local, no último sábado (29) – com uma cerimônia que começou às 9h, e contou com a bateria de música da Universidade Federal do Paraná (UFPR) - o histórico imóvel localizado na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, no São Francisco, voltou a ser sede da União Paranaense dos Estudantes (UPE). O prédio estava abandonado desde dezembro de 2012 quando foi invadido por usuários de drogas. O Casarão – como também é conhecido – marcou gerações e registrou uma série de acontecimentos que apontam grandes contribuições da UPE à sociedade paranaense. O espaço já teve algumas funções: restaurante universitário, gráfica clandestina, grandes manifestações artísticas e culturais e foi ponto da boemia e da intelectualidade curitibana, dentre outras atividades que buscavam so-

mar com as experiências e os conhecimentos do estudante durante seu período escolar ou acadêmico. Para a presidente da UPE, Elys Zioli, a reabertura é um

(SMELJ) e com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), a UPE irá administrar o espaço para palestras e cursos. Elys quer que o espaço seja usado com tem que ser e que seja um ponto de referência de cultura

que, abrigando as atividades estudantis, se transforme em um centro cultural para a juventude. Ele também afirmou que uma das novas atividades desenvolvidas no local será relacionada com audiovisu-

“Ficamos muito tempo sonhando com esse espaço, a volta dos estudantes para cá” momento de muita felicidade. “Ficamos muito tempo sonhando com esse espaço, a volta dos estudantes para cá, um espaço no qual nós conseguimos reunir o que é produzido dentro da universidade. Aqui é onde tudo se encontra e que as coisas se difundem pelo nosso Estado”. Junto com a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude

Estudantes compareceram à reabertura do Palácio

para a sociedade, “não só para os estudantes, mas para todas as pessoas”. Para o presidente da FCC, Marcos Cordiolli, a reabertura do Casarão tem uma relevância especial. “É uma grande emoção, já que fui tesoureiro da UPE na minha época estudantil”. Cordiolli também espera que o Casarão se torne um ponto de referência e

al, que mais tarde irá para o Cine passeio. Elys espera que o palácio dos estudantes, o que ela considera a materialização da UPE, seja percebido como um sinal de que a luta por um país melhor continua e que a reabertura se torne mais um importante capítulo para a história da cidade. Maria Victória Lima


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