Comunicare 289

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Tudo parado

Trânsito de Curitiba é um dos mais congestionados do Brasil. Página 03

Educação no mundo virtual

O desafio de aliar tecnologia com aprendizado de qualidade. Página 06

Beta chega em sua quarta edição

Palestrantes deram show no maior evento de Jornalismo da PUCPR. Páginas 12 e 13

Curitiba, 25 de Outubro de 2016 - Ano 19 - Número 289 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

A caminho da privatização On the way to privatization A sanção da venda de ações excedentes da Copel e Sanepar preocupa trabalhadores The sanctioning of exceeding Copel and Sanepar stock sales worries workers Páginas 08 e 09


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Expediente

Editorial

J

á se passaram 538 dias desde o dia 29 de abril de 2015 e é triste pensar que a situação ainda não foi resolvida. No dia 17 de outubro de 2016 os professores da rede estadual de ensino declararam greve por tempo indeterminado. Os salários continuam desvalorizados, os benefícios atrasados e sem expectativa de pagamento. A Secretaria de Educação afirmou que sempre esteve aberta para o diálogo e que as dívidas serão pagas assim que houver verba para isto. Além disso, declarou que as reposições de aula devem ir até 2017, devido ao cumulativo de dias das paralisações de 2015. A essência de todo professor é ensinar e eles estão sendo acusados de não cumprir seu papel por lutarem por seus direitos. Lugar de professor é em sala de aula, sim. Mas em sala de aula de qualidade,

Comunitiras

com recursos de qualidade e com seus direitos trabalhistas garantidos. Muitos ainda têm a visão de que professor educa, por mais cansativo que este assunto já tenha se tornado. Precisamos relembrar: professor ensina. Eles são profissionais e, apesar de ter um envolvimento quase pessoal com seus alunos, não devem ser tratados como cuidadores de crianças, jovens e adolescentes. Para que haja ensino de qualidade é preciso que nossos professores tenham qualidade de vida e isso só acontecerá quando eles não precisarem mais deixar de lado sua paixão para brigar por seus direitos. Ao contrário do que estão os acusando, os professores não estão deixando suas matérias de lado pela greve, eles estão nos dando a maior lição que nenhuma sala de aula poderia nos dar. Mostrando que só é

possível vencer quando se luta até o fim. Eles estão sendo assediados por este sistema falho de educação há décadas. São abusados e silenciados há muito tempo. Se os nossos maiores exemplos não nos mostrarem como devemos lutar, seremos escravizados para sempre. A desculpa para a falta de pagamentos é que não há verba suficiente. Isto não se chama crise, mas falta de planejamento. Como algo tão essencial como o pagamento do salário dos funcionários não foi contabilizado no planejamento financeiro?. Pior ainda é saber que esses pagamentos estavam agendados e o processo foi paralisado. Ou seja, de repente o dinheiro sumiu. Para onde ele foi? Professor bom é professor ensinando em sala de aula estruturada, com equipamentos adequados e com seus direitos garantidos!

Edição 289 - 2016 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADORES DE REDAÇÃO / JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto 8º Período

Caroline Deina 4º Período

FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 4º Período

FOTO DA CAPA Stephanie Abdalla 2º Período

(DRT-PR 5818) COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes

EDITORES

PAUTEIROS

Leticia Garib

Fernanda Arantes

3º Período

3º Período

2º Período

2º Período

2º Período

2º Período

3º Período

2º Período

Brandow Bispo Bruno Rigoni Lívia Mattos

Flávia Farhat Giovana Bertol Heloisa Masetto

Luiz Renato Mourão

Beatriz Mira

3º Período

3º Período

Maria Clara Bittencourt

Natalie Bollis 2º Período

2º Período

Yasmin Graeml 2º Período


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Cidades

Trânsito em Curitiba é mais lento que na maior cidade do país Aplicativo coloca a capital paranaense acima de São Paulo no ranking das cidades brasileiras com maiores engarrafamentos

Brandow Bispo

usá-lo e acabam optando pelo uso de transporte privado, aumentando o número de automóveis circulando pelas ruas”, explica. O aumento do número de automóveis, entretanto, não é o único fator. O especialista multidisciplinar em trânsito Celso Alves Mariano aponta o mau planejamento, a falta de estrutura e de cuidado com as ruas como fatores a mais para o trânsito intenso. Segundo ele, os próprios motoristas têm atitudes prejudiciais. “Dirigem mal, não respeitam os outros motoristas, não têm paciência e não colaboram para que haja melhoria”.

Claudia Fernandes 2º período

Ruas que desafogam o trânsito em Curitiba Avenida Visconde de Guarapuava tem fluxo intenso nos horários de pico

O

Waze, um dos maiores e mais populares aplicativo de trânsito e navegação do mundo, constatou que o trânsito da cidade de Curitiba se encontra mais lento do que o de São Paulo. Estes dados são encontrados no relatório anual Driver Satisfaction Index, fornecido pelo aplicativo em setembro deste ano. Os índices para compor o relatório derivam dos próprios usuários, que ao longo dos últimos anos contribuíram com informações relevantes para o levantamento de dados. Além de funcionar como GPS, o Waze facilita o trajeto dos motoristas, com recursos que reportam problemas no trânsito como acidentes, blitz e congestionamentos. Todas as informações que compõem a estatística são fornecidas pelo próprio usuário, que pode atualizá-las em tempo real.

As vias que mais sofrem com o congestionamento são a Visconde de Guarapuava, Mariano Torres, Silva Jardim, Cândido de Abreu, Brigadeiro Franco e Avenida Batel. A hora do rush varia entre 7h30 e 8h30 no período da manhã, 11h30 às 12h30 no horário do almoço e 18h às 19h no fim do dia. De acordo com a taxista Kelly Rosa Salles, as ruas do bairro Batel estão entre as mais congestionadas da cidade: “As ruas que cortam o bairro Batel são as com maior fluxo de carros durante as horas de pico, sendo assim tento evitar ao máximo ter que passar por elas durante uma corrida”. O taxista Luis Fernando Drula caracteriza o alto índice de tráfego como consequência do aumento do número de automóveis: “Com o alto preço das passagens do transporte coletivo, as pessoas deixam de

O trânsito da cidade aumenta a cada dia, em pesquisa realizada pelo IBGE, a capital é a que mais tem carros por pessoa se comparado às outras cidades do Brasil. A pesquisa constatou que existem cerca de 1,01 milhões de carros em Curitiba, uma média de 1,8 carros por habitante. Mesmo com incentivos e iniciativos da prefeitura para que o

carro não seja tão utilizados no dia a dia, estima se que o número só tem a aumentar. O educador e gestor em trânsito e transporte Antonio Carlos Gomes explica que existem soluções para que haja melhoria no trânsito e na conduta dos motoristas. Essas melhorias começam com a realização de programas de educação permanente, como previsto no Artigo 76 da Lei 9.503/97, que explica as regras e condutas que um motorista consciente deve ter. “Sem ações voltadas à educação jamais veremos mudanças no trânsito brasileiro”, conclui. veremos mudanças no trânsito brasileiro. A dica para fugir do trânsito é optar por vias de fluxo mais rápido, como Avenida Iguaçu, Rua Chile e Desembargador Mota. Calcular a rota que irá fazer também ajuda, para isso o google disponibiliza em sua ferramenta GoogleMaps um mapa com o fluxo de carros nas ruas da cidade. Para usufluir da ferramenta basta acessar o site https://www. google.com.br/maps e clicar na opção trânsito. Reprodução

Ruas com maior tráfego de trânsito em Curitiba


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Cidades

Uma escolha para a vida toda! Família cresce após duas adoções e já se prepara para a próxima Patrícia Munhoz 3º período

H

á 42 anos, Marcelo Bigardi tinha 10 meses e foi adotado. Seu pai biológico tinha proposto aborto para a mãe, no entanto, ela decidiu ficar com a criança. Na época, seu pai adotivo gostava de sua tia, mas acabou decidindo ficar com sua mãe e cuidar dele desde que se mudassem para outra cidade. Porém, nunca ninguém contou essa história ao maior protagonista, Marcelo. Aos quatro anos seus pais brigaram e sua mãe olhou para ele e disse “ele não é seu pai”. Bigardi afirma que isso o marcou. Já na adolescência esse sentimento perturbador de não saber quem realmente era, acabou. Bigardi revela que mudou a forma de se

“Meu amor não se divide entre quatro crianças, ele dobra e toma o coração” ver e percebeu que deveria agradecer seu pai adotivo pelo que fez por ele. Anos depois, Bigardi se casou com Viviane e logo tiveram seu primeiro filho e mais tarde uma filha. Bigardi afirma que naquele primeiro momento não pensavam em adotar. “Nem sabíamos ser pais ainda”, conta. Com o tempo o desejo de adotar foi crescendo como uma ideia real para o ca-

sal. Contudo, não havia um plano definido para quando seria esse momento, Bigardi conta que eles diziam “um dia nós vamos ter uma criança adotada”. Logo que seu sobrinho nasceu, eles se apaixonaram. A criança estava passando por uma fase complicada, ele revela que o menino estava com problemas de comportamento. Então, Marcelo propõe a sua irmã adotar o filho dela. Ambos fizeram um trato: Patricia Munhoz

Marcelo e Viviane passariam a ser os pais de Victor, na época com três anos, e a mãe biológica poderia estar sempre em contato. Quando o sobrinho foi morar com eles, havia uma expectativa e até um certo medo se ele os reconheceria como pais. No entanto, Bigardi afirma que em poucos dias Victor já estava chamando eles de pais. Ele fala que “a maior surpresa para mim foi que a adoção veio de alguém de dentro da minha família”. O pai afirma que os grandes heróis dessa história são seus filhos biológicos, Lucas e Vivian. Eles aceitaram desde o início a adoção, o fato de que teriam que dividir seus espaços e até a atenção de seus pais não os impediu de acolherem seus irmãos adotivos. Depois de já terem uma família formada por três filhos, não imaginavam que uma nova adoção viria tão depressa. O casal conheceu uma moça que trabalha em uma Casa Lar de Curitiba, um lugar para meninas até os 18 anos.

Marcelo Bigardi e suas filhas Vivian e Gabriela

Bigardi conta que muitas dessas meninas acabam virando prostitutas, ao saírem dos lares.


Curitiba, 25 de Outubro de 2016

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Cidades

Patricia Munhoz

Sensibilizada com isso, Viviane pediu para ser apresentada a uma das meninas que estivesse saindo, e assim acabou conhecendo Gabriela, uma jovem de 18 anos, por quem se encantou no mesmo instante. O casal descreve a adoção como uma alegria indescritível, sem explicação. O pai afirma que “seu amor não se divide entre as quatro crianças, ele dobra e toma o coração”.

A história de um casal Enquanto isso, Eliane Butenas e seu marido estão tentando formar sua família. Estão casados há 14 anos e Eliane revela que fez tratamento para engravidar por oito anos, mas infelizmente sofreu dois abortos. Ao perceberem que não conseguiriam ter um filho biológico, mas ainda tendo desejo de ter uma criança, eles decidiram adotar. Eliane expressa que “a criança não vai nascer de mim, mas para mim”. Em setembro de 2015, o casal iniciou o processo de adoção e hoje já está na fila de espera. Ela conta que durante o processo foi necessário fazer uma habilitação, com sete noites e dois sábados de encontros. Nesses encontros eram discutidas questões burocráticas e práticas, que segundo Eliane ajudam a entender como é a criação de um filho. Como o casal quer passar por toda a experiência de criar um filho, decidiram colocar como critério apenas que fosse de zero a dois anos. Ela revela que mesmo querendo um filho biológico, nunca esteve fechada a possibilidade da adoção.

A adoção é uma escolha de mão dupla, dos pais e da criança

Como é adotar A mulher grávida espera nove meses para conhecer seu filho e, assim como ela, os pais adotivos também tem um tempo de espera. A diferença é que não se sabe de quanto é esse tempo. A defensora pública Maria Goretti Basilio explica que o primeiro passo para se adotar é se habilitar na Vara de Infância e Juventude, nesse processo há um requerimento para se preencher constando os dados dos pais e o perfil que escolheram para o filho. Maria afirma que depois de passado pelo juiz e o Ministério Público, é feito um cadastro nacional de adoção. Nesse momento os pais ficam registrados na fila de espera, conta a defensora pública.

Ela revela que os únicos critérios avaliados são os antecedentes criminais e se a pessoa possui plenas condições de criar uma criança, isso implica nas questões de moradia, saúde e condições físicas e mentais. No entanto, Maria afirma que um deficiente pode adotar desde que prove ter condições dentro de suas limitações. Em nenhum momento os pais vão as unidades de acolhimento escolher uma criança. “Quem escolhe é o juiz dentro do perfil dos pais”, declara a defensora pública. Maria diz que todo esse processo leva alguns meses. Porém, não tem como mensurar um tempo específico de espera, pois cada caso é um caso. Outra questão importante colocada é que a criança

só pode ser adotada quando estiver destituída do poder familiar, em casos nos quais se sabem quem é a família. Na unidade de acolhimento as crianças e jovens possuem a rotina de uma casa, afirma a pedagoga de atenção aos adolescentes e jovens, Aline Javornk. Ela conta que em relação à saúde, todo atendimento é realizado fora da unidade. As crianças vão para a escola mais próxima da unidade de acolhimento e fazem passeios de lazer acompanhados por alguém, esclarece Aline. Entretanto, revela que os adolescentes de 17 anos já podem sair sozinhos. O psicólogo Naim Akel Filho explica que o primeiro contato entre os pais e o filho é muito importante, pois deve

ser lento e gradual. Ele diz que é preciso tomar cuidado com o risco de frustração, tanto para o lado dos pais como para a criança. Em relação à aceitação, o psicólogo esclarece que com crianças mais novas é, geralmente, mais fácil. Akel Filho afirma que a necessidade humana mais importante é se sentir pertencente a um lugar, a uma família. Logo, os pais devem entender essa necessidade que a criança terá e fazer ela se sentir confortável o suficiente dentro da nova família. O psicólogo reafirma que a pior coisa que se pode fazer no processo de uma adoção é criar falsas expectativas.


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Cidades

Nova sala de aula Os desafios ao incluir a tecnologia na escola e obter bons resultados Stella Prado 3º período

A

tualmente, o uso de recursos de mídia por crianças acontece de forma natural, pois são inerentes a essa geração que se sente segura para transitar no mundo virtual. Os chamados nativos digitais vivem as transformações ocorridas nos últimos anos, inclusive nas tradicionais formas de ensino. No entanto, escolas e professores precisam estar antenados a essas mudanças e acompanhar o processo. Para inovar sem perder de vista a importância do aprender é ideal aliar tecnologia com infraestrutura física, formação do professor e conscientização do aluno, caso contrário, os resultadtos não irão aparecer, explica a especialista em mídias integradas na educação, Delize Gnoatto Netto. Segundo a especialista, objetos de aprendizagens como filmes, áudios, textos e imagens ajudam o professor a explanar melhor os conteúdos apresentados e colaboram para a fixação dos conhecimentos repassados e a aprendizagem significativa dos alunos. O celular, por exemplo, que por muito tempo foi visto como vilão pelos professores, hoje pode ser usado para complementar o assunto que está sendo discutido durante a aula, para tanto, é preciso ter clareza dos prós e contras no ambiente escolar. “A discussão e a análise crítica podem levar ao entendimento e definição de como devem ser utilizados em sala de aula para uma convivência mais harmoniosa e produtiva”, conta Delize.

Nas escolas estaduais do Paraná, os recursos digitais mais utilizados são a TV, o pendrive e a lousa digital, conta Delize. Em contrapartida, com escolas particulares que fazem uso, inclusive, de óculos de realidade virtual, essa diferença na oferta de recursos de mídia para os alunos abre espaço para uma discussão de como algumas ferramentas estão disponíveis apenas para uma parcela da população. A especialista, entretanto, enfatiza que as tecnologias não podem ser consideradas mais importantes que as pessoas. “Achar que uma boa aula tem que, obrigatoriamente, ser com o uso de aparatos tecnológicos e que uma escola para ser boa tem que ter todos os tipos de tecnologia disponíveis no mercado é um mito”. Há 24 anos atuando como professor de física do ensino médio, José Motta acompanhou o desenvolvimento da tecnologia e mescla às

aulas tradicionais conteúdos digitais para torná-la mais atrativas ao aluno. Motta, que trabalha com metodologias ativas de ensino e sala de aula invertida, explica que apresenta uma prévia da matéria em sala de aula e a estende ao ambiente doméstico com pesquisas e preenchimento de formulários. “Dessa forma eu indico o caminho para o aluno, e ensino a ser responsável para produzir o próprio conhecimento”, diz. Uma pesquisa feita pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) acompanhou e avaliou em uma escola pública da cidade de Araraquara os resultados e impactos na qualidade da aprendizagem de alunos que usavam tecnologias de informação e comunicação na sala de aula. Nos conteúdos trabalhados com os recursos de mídia, os alunos em média tiveram um resultado 32% superior aos conteúdos trabalhados de maneira tradicional.

Os estudantes Paola e Enrico Nogaroli, 13 e oito anos, concordam que o lado bom de usar a tecnologia para estudar é a praticidade e a rapidez ao fazer pesquisas. “Tudo que eu quero saber eu procuro no celular ou no computador, não sei onde encontrar respostas sem ser pelo Google”, conta Paola. Os irmãos demonstram saber que o celular também pode ser uma distração na hora do estudo se não souber onde procurar ou se ficar o tempo todo nas redes sociais. O professor doutor em engenharia elétrica Guilherme Nunes Nogueira diz que a oferta de aplicativos aumentou devido à popularização dos smartphones de 2010 até agora. Hoje na loja virtual do Google é possível encontrar quase 600 opções de aplicativos gratuitos que prometem auxiliar no aprendizado de idiomas, redação, cálculos e até na organização da agenda do estudante. Lívia Mattos

Os irmão Paola e Enrico Nogaroli dizem que só procuram informação pela internet


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Painéis solares podem trazer economia a longo prazo Sistema protege as residências contra possíveis aumentos nos custos de energia elétrica Júlia Detoni de Souza 2º período

A

geração de energia através de painéis solares tem se tornado uma alternativa compensadora para aqueles que visam diminuir os impactos ambientais e também diminuir custos. Cada vez mais residências, especificamente, têm investido na implantação destes painéis, com um investimento financeiro que promete dar retorno. O Paraná é o quinto estado do país em número de residências com geradores de energia solar, com 459 instalações. Minas Gerais é o estado com o maior número de estruturas: 1226. De acordo Luiz Gustavo Kawahara, sócio-diretor de uma empresa especializada em novas formas de energia como a solar, no mês logo após a instalação já é possível notar resultados positivos para a economia da residência. Ele conta que os sistemas solares são escaláveis e seus valores começam em torno de R$ 17 mil, para os menores.

instala painéis solares em sua casa se protege de eventuais aumentos nas tarifas de energia elétrica”. Marcelo Talevi, engenheiro elétrico, possui painéis solares em sua residência há cerca de cinco meses e conta que os principais motivos que o levaram a optar por essa forma de produção de energia foram a economia e a preservação do planeta. “Temos que fazer algo pelo meio ambiente, todos têm”, comenta. Seu investimento foi de R$ 31 mil e segundo ele, o tempo de retorno financeiro está de acordo com o que é passado pela empresa que contratou, que é de cinco anos. Contudo, Talevi conta que “como a demanda de energia e o preço também, a esperança é de um retorno em menos tempo”. A economia varia de acordo com a quantidade de luz solar no mês, mas é em média R$ 400,00.

Como funcionam os painéis solares A usina solar é uma forma

capazes de transformar ener-

de obtenção de energia

gia solar em energia. Já as

ecológica, que capta a luz

usinas heliotérmicas geram

do sol e a transforma em

energia de forma indireta,

energia, sem causar danos ao

pois primeiramente o calor

meio ambiente. Atualmente,

do sol é captado e armazena-

existem dois tipos de usina

do para somente depois virar

solar: as fotovoltaicas e a

eletricidade. Nesse tipo de

heliotérmicas.

usina, são usados espelhos

As usinas fotovoltaicas geram energia elétrica através de células fotovoltaicas, que são

que refletem a luz solar para um único ponto, onde há um receptor.

feitas a partir de materiais

Já o tempo de retorno financeiro varia de acordo com o tamanho da estrutura. “Sistemas menores tendem a dar retorno em nove anos, mas com sistemas grandes o resultado pode ser obtido em até seis” diz. Quanto maior a estrutura, menor o custo em reais por kWh, ou seja: o valor do sistema quando dividido pela sua potência diminui progressivamente. Além disso, Kawahara conta que a obtenção do sistema é uma boa alternativa econômica, com resultados a longo prazo, ainda mais em tempos de crise. “Quem

Economia

Painéis solares captam a luz do sol e a transformam em energia

Aline Bellino


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Política

Deputados facilitam venda de ações da Copel e Sanepar Sancionado, quarto pacote de medidas para redução de gastos inclui venda de parte das companhias de energia e saneamento do Paraná Deborah Neiva Stephanie Abdalla Talita Souza 2º período

O

pacote de medidas fiscais para contornar a dívida pública, “pacotaço”, proposto pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi sancionado no dia 30 de setembro. Dos cinco projetos aprovados, um deles permite a venda das ações excedentes das empresas Copel e Sanepar sem a consulta prévia à Assembleia Legislativa. Ao todo, o pacote teve 154 emendas. O projeto de número 435/2016 autoriza o Poder Executivo a vender parte das ações da Copel e Sanepar, empresas de economia mista (financiadas tanto por dinheiro público quanto privado). O controle maior, no entanto, continua sendo do governo que tem posse de 51% da companhia de energia e telecomunicações e 60% da companhia de saneamento, percentual mínimo estabelecido por lei. A emenda foi votada no plenário da Assembleia no dia 19 de setembro e, dos 46 deputados presentes na votação, 29 se

valor menor ao patrimonial e a renda obtida com a venda delas será convertida e destinada exclusivamente para o investimento de infraestrutura do Estado. Para o deputado de oposição Nereu Moura (PMDB), esse argumento é inválido: “essa é a mesma justificativa para todas as ações do governo. É muito ruim para o Paraná, pois estaremos dilapidando um patrimônio que demorou anos para ser construído”. A bancada independente também se posicionou contra as medidas sob o argumento de que o Paraná sofre um momento preocupante de esvaziamento de capital. Na concepção de Nelson Luersen (PDT), a Sanepar e a Copel são empresas essenciais para crescimento e para o desenvolvimento do Estado: “ao invés de vender ações, eu procuraria fazer com que a Copel e a Sanepar comprassem as ações que estão a venda, que estão desvalorizadas. É um

“A venda das ações é uma opção viável para minimizar gastos em meio à crise fiscal do governo estadual’’ posicionaram a favor. No dia 20, a medida foi aprovada em votação final juntamente com outras quatro emendas do pacote. O líder da bancada do governo, Luiz Claudio Romanelli (PSB), defende a decisão. Segundo ele, todas as emendas garantem o interesse público, uma vez que as ações não podem ser vendidas por

momento bom para comprar as ações e com certeza o governo poderia todo ano, com o lucro dessas ações, fazer investimentos no Estado, na saúde, na educação, na geração de emprego e renda”. O doutor em economia Rodolfo Coelho Prates diz que a privatização parcial de empresas como a Copel e a Sanepar é uma preocupação

Entenda o pacotaço Composto de seis projetos, proposta para redução de gastos tem cinco medidas aceitas pela ALEP.

433/2016

Define composição e competências para recursos fiscais, conselho de contribuintes e processo administrativo fiscal;

434/2016

Instituição de taxas para o aproveitamento, acompanhamento e fiscalização de recursos hídricos;

435/2016

Dispensa a autorização prévia da Assembleia Legislativa para a venda de até 49% das ações da Copel e 40% das da Sanepar, além de ceder empréstimo de R$ 150 milhões, feito pelo Banco do Brasil, para a execução do programa Rotas do Desenvolvimento;

436/2016

Adequa o Paraná ao Convênio ICMS 93/2015, com a disposição da base de cálculo do ICMS de outros estados. Além disso, institui Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) e cobrança judicial e extrajudicial da dívida ativa;

437/2016

Autoriza a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) a realizar avaliação de bens imóveis da administração direta e indireta estadual para regularização jurídica, alienação ou licitação.


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Política Stephanie Abdalla

um ponto favorável à oposição. Por outro lado, o próprio governador tem seus aliados no judiciário”.

Entidades se posicionam contra a privatização

Protestos contra a venda parcial das ações da Copel e Sanepar central, já que elas são empresas monopolistas no mercado em que atuam, e isso não dá muita opção aos consumidores. Segundo ele, porém, a população será afetada somente se houver uma mudança das regras de cobrança pelos serviços prestados pelas companhias.”Como o governo mantém o controle majoritário [da Copel e da Sanepar], ele ainda detém as regras para a definição das tarifas. No atual momento, não vejo motivação para o governo alterar o regime tarifário”. Prates ainda alega que a venda das ações é uma opção viável para minimizar gastos em meio à crise fiscal do governo estadual, contanto que a isenção de tributos não seja concedida às empresas. “Desde a década de 1990, o governo estadual faz concessões de vários incentivos tributários para algumas empresas. E nesse ambiente de crise a sociedade arca com o custo desse tipo de ação adotada pelo governo”.

Oposição pretende recorrer à Justiça Nereu Moura (PMDB) afirmou que a oposição, junto com os sindicatos e com a sociedade civil organizada, tentará impedir de qualquer forma a venda da Copel e da Sanepar. “A nossa ideia

é recorrer ao poder Judiciário, pelo menos objetivando ganhar tempo e impedindo que o governo venda efetivamente as ações”. Sobre essa possibilidade, Romanelli diz ser apenas perda de tempo e dinheiro: “os projetos são constitucionais [...], atendem interesse público a não tem absolutamente nenhuma ilegalidade nessa autorização que foi concedida”. O especialista em política Doacir Gonçalves de Quadros afirma que a “judicialização política” tem se tornado muito comum. “Como Legislativo e Executivo entram em conflito, eles recorrem ao setor jurídico. Isso pode ser

O presidente do Sindicato dos Eletricitários de Curitiba (Sindel), Alexandre Martins, alega que a venda das ações trará malefícios para trabalhadores: “[A venda] deve aumentar o número de trabalhadores terceirizados o que traz riscos à confiabilidade do sistema elétrico, pois não são qualificados e treinados como é necessário para a função”. Ele também diz que a distribuição de energia elétrica para áreas rurais e vilarejos será prejudicada, uma vez que os investidores privados não têm interesse em projetos sociais. Martins ainda lembra que após a privatização de empresas de outros estados, a qualidade do serviço ficou comprometida e enfrentou problemas como apagões, explosão em redes subterrâneas e racionamento de energia. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seção do Paraná, também não concordou com os ajustes administrati-

vos e fiscais. Em nota publicada no dia 19 de setembro, a assessoria da OAB se referiu à aprovação do pacotaço como “aprovação relâmpago” e recomendou a rejeição, considerando as inconstitucionalidades nos projetos e o prejuízo ao patrimônio público e à sociedade.

Privatização já foi alvo de discussão Nos governos anteriores ao de Beto Richa, a privatização foi tratada de maneira oposta por Jaime Lerner, do antigo Partido da Frente Liberal (PFL), que governou de 1995 até 2003 e Roberto Requião, eleito pelo PMDB em 1991 e novamente em 2003. Durante seu mandato, Lerner tornou privado o Banco Banestado, comprado pelo Itaú por R$ 1,6 bilhão, e parte das ações da Sanepar. Ele também repassou o controle de estradas para instituições particulares e tentou vender duas vezes a Copel, quando manifestações por parte da população tornaram a decisão inviável. Já Requião, que se posicionou ativamente contrário às medidas propostas durante o governo precedente ao seu, manteve o domínio do

Estado sobre empresas de serviços básicos durante todo seu governo. Segundo Quadros, esses governadores integram dois grupos que historicamente se revezam na administração da capital paranaense e no governo do Paraná. O professor universitário lembra que Richa foi vice-prefeito de Cássio Taniguchi, sucessor e aliado de Lerner, o que explica a adoção medidas semelhantes por esse grupo. O doutor em política afirma ainda que as formas de gestão adotadas nesses períodos encontraram respaldo nos modelos de governo em âmbito federal exercidos em cada época: “quando Jaime Lerner iniciou no Paraná o processo de privatização, em âmbito federal ocorreu o mesmo com o presidente Fernando Henrique Cardoso e um pouco antes com Fernando Collor de Mello. Da mesma maneira aconteceu no início dos anos 2000, quando Roberto Requião assumiu o governo paranaense, em que se tinha um outro contexto, de oposição do processo de privatização com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva”, conclui o professor.

Problema antigo ressurge Para o doutor em Relações Interna-

preendedorismo e assumem os riscos.

uma decisão política que favoreceu

cionais e Desenvolvimento Regional e

De outro lado, entusiastas do Estado

determinados grupos, o Estado não

professor Cléber Batalha, o dilema do

Empresário se preocupam com a eficiên-

tinha capacidade de investimento ne-

Estado Mínimo e Estado Empresário tem

cia política e não econômica.

cessária. O professor ainda comenta que

raízes profundas. Segundo ele, o impasse político e econômico se arrasta desde o fim da II Guerra Mundial. Por um lado, os defensores do Estado Mínimo alegam que as atividades econômicas devem ser de responsabilidade dos empresários, agentes habilitados que possuem em-

Foi em um desses conflitos em que empresas como a Vale e Brasil Telecom foram privatizadas (em 1997 e 2009, respectivamente). A falta de condição do governo e a sobrecarga de dívidas culminaram na venda dessas instituições. Batalha afirma que apesar de ser

o Poder Executivo continua exercendo controle em companhias não estatais. “O Estado continua a intervir na escolha de membros da direção de algumas empresas privatizadas. Seja pelo controle acionário, seja pela oferta de recursos via BNDES e fundos de pensão”.


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Policy

State representatives facilitate Copel and Sanepar stock sales The fourth package of measures for cost reduction was approved and includes the selling of part of Paraná’s energy and sanitation companies By Deborah Neiva, Stephanie Abdalla and Talita Souza 2nd period Translated by Anna Dória Rachwal, Claudine Duarte, Jorge Lucas Oliveira e Lopes, Luara Dittrich e Rafael Bento Cesar Alfredo

T

he new package of fiscal measures to elude public debt, “pacotaço” (term used by Brazilians to refer to an extensive package of governmental measures), proposed by the governor of Paraná, Beto Richa (PSDB), was approved on September 30th. Of the five approved projects, one allows the sale of excess stock from Copel and Sanepar without consulting the Legislative Assembly. The package had 154 amendments in total. Project number 435/2016 authorizes the Executive Power to sell part of Copel and Sanepar stock, companies of mixed economy (financed both by public and private money). The greatest control, however, remains in the hands of the government, which holds 51% of the energy and telecommunications company and 60% of the sanitation company, the minimum percentage established by law. The amendment was voted in a plenary meeting of the Assembly on

public interest as the stock cannot be sold for a lower price than the patrimonial one, and the profit from the stock sale will be converted and destined exclusively for State infrastructure investments. For the opposition party representative Nereu Moura (PMDB), that argument is invalid: “That is the same justification for every government action. It’s really bad for Paraná for we’ll be ruining a patrimony that took us years to build”. The independent back bench has also sided against the measures stating that Paraná is going through a worrisome moment of capital reduction. As Nelson Luersen (PDT) sees it, Sanepar and Copel are essential companies for the growth and development of the State: “Instead of selling stock, I’d try to make Copel and Sanepar buy the stock which is on sale, which is devalued. It is a good moment to buy stock, and the govern-

Understand the “Pacotaço” Consisting of 6 projects, the cost reduction proposition had 5 of its measures accepted by ALEP (Legislative Assembly of Paraná).

433/2016

It defines the composition and competences for fiscal resources, taxpayer board and administrative fiscal process;

434/2016

Institution of taxes for using, supervising and inspecting water resources;

435/2016

Exempts prior authorization from the Legislative Asembly to sell up to 49% of Copel’s stock and 40% of Sanepar’s stock, besides giving a loan of 150 million reais, granted by Banco do Brasil, to carry out the project Rotas do Desenvolvimento (Developing Routes project);

436/2016

It adjusts the State of Paraná to the Convênio ICMS 93/2015 (the Value-Added Tax on Sales and Services Agreement 93/2015) with the ICMS’s calculation basis determined according to other States. Besides that, it institutes a tax on the Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD - tax on causa mortis transmission and donation) and judicial and extrajudicial collection of the active debt;

437/2016

It authorizes the Companhia de Habitação do Paraná (Cohapara company that helps non wealthy families to have a home) to make real estate valuation of the direct or indirect state administration for a juridical regularization, alienation or bidding.

“Stock sales is a viable option to minimize expenses amidst the State government fiscal crisis’’ September 19th, and 29 of the 46 representatives who were present voted in favor. On the 20th, the measure was approved in a final voting along with the other four in the package. Government’s back bench leader, Luiz Claudio Romanelli (PSB), defends the decision. According to him, all of the amendments guarantee

ment could for sure invest the profit from that stock every year in health, education, in the generating of jobs and income”. The PhD in Economics, Rodolfo Coelho Prates, says that the partial privatization of companies such as Copel and Sanepar is a key concern, as they are the only companies in the market in which they


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Policy Stephanie Abdalla

Gonçalves de Quadros, states that the “political judicialization” has become very common. “when the legislative and executive branches clash over some issues, they resort to the legal sector. This may be favorable to the opposition . On the other hand, the governor has his own allies in the judiciary”

Entities are against privatization

Protests against the partial sale of Copel and Sanepar stock operate, and this does not give much choice to consumers. However, according to him, the population will be affected only if there is a change in the billing rules for services provided by the companies. “As the government retains the majority control of these companies (Copel and Sanepar), it still holds the rules for setting the rates. At the moment, I see no reason for the government to change the companies’ billing. “ Prates also claims that selling stock is a viable option to minimize expenses through the state recession, as long as the tax exemption is not granted to companies. “Since the 1990s, the state government has made concessions of various tax incentives for some companies. And in this crisis environment, society pays the cost of this type of action taken by the government.”

Opposition intends to go to court Nereu Moura (PMDB) said that the opposition, along with the unions and the civil organizations, will try to prevent Copel and Sanepar’s

privatization at all costs. “Our idea is to resort to the judiciary, aiming at least to gain time and prevent the government from selling the shares effectively.” About this possibility, Luiz Claudio Romanelli (PSB) says it is just a waste of time and money, “the projects are constitutional [...] serve the public interest and there is absolutely no illegality, whatsoever, in the authorization that has been granted.” The politics expert Doacir

The president of Curitiba’s Electrical Workers Union (SINDEL), Alexandre Martins, claims that the stock sale is going to harm workers: “[The sale] should increase the number of outsourced workers which brings risks to the electrical system reliability since they are not qualified and trained as the job requires.” He also says that the electricity distribution in rural areas and villages will suffer, since private investors have no interest in social projects. Besides, Alexander recalls that after the privatization of other state companies the quality of service was compromised and faced problems such as blackouts, explosion in underground networks and energy rationing.

The Brazilian Bar Association (OAB) - Parana Section, also did not agree with the administrative and tax adjustments. In a statement published on September 19, OAB’s press office referred to the approval of “pacotaço” (extensive package of governmental measures) as “express approval” and recommended its rejection, considering the unconstitutionality in the projects and the obvious damage to public property and society

Privatization has already been subject of debate In previous governments of the current governor Beto Richa, privatization was treated in the opposite way by Jaime Lerner, of the former Partido da Frente Liberal (PFL), who ruled from 1995 to 2003 and by Roberto Requião, elected by the PMDB in 1991 and again in 2003. During his mandate, Lerner has privatized Banestado Bank, bought by Itaú for 1.6 billion Brazilian reais, and part of the stock of Sanepar. He also gave road control to private institutions and tried to sell Copel twice, but when there were riots by the population the decision was made unfeasible. Requião, who was

actively against the proposed measures during his previous government, kept the State’s control over basic services companies throughout his administration. According to the PhD in Political Science Doacir Gonçalves de Quadros, these governors were part of two groups that historically take turns in the administration of the State capital and the government of Paraná. The professor recalls that Richa was vice mayor of Cassio Taniguchi, Lerner’s successor and ally, which explains the adoption of similar measures by that group. Quadros also states that management forms adopted in these periods were based on models the federal government exercised in different periods of time: “When Jaime Lerner started in Paraná the privatization process, the same happened at the federal level to President Fernando Henrique Cardoso and before him to Fernando Collor de Mello. Just as it happened in the early 2000s, when Roberto Requião took over the Paraná government, in an opposing context to the privatization due to the influence of the Labor’s Party of Luiz Inacio Lula da Silva” .

Old problem rises again For the PhD in International Relations

entrepreneurial skills and are willing to

decision that favored certain groups, the

and Regional Development, professor

take risks. On the other hand, Entre-

State didn’t have the necessary invest-

Cléber Batalha, the dilemma of the

preneur State enthusiasts care about

ment capacity. The professor also said

Minimal State and the Entrepreneur

political and not economic efficiency.

that the executive branch continues to

State has deep roots. According to him, the political and economic impasse has dragged on since the end of World War II. On the one hand, the Minimal State supporters claim that economic activities should be a responsibility of entrepreneurs, authorized agents who have

It was in one of those conflicts that companies such as Vale and Brazil Telecom were privatized (in 1997 and 2009, respectively). The lack of government condition and the debt burden resulted in the sale of these institutions. Batalha said that despite being a political

exercise control in non-state companies. “The State continues to intervene in the choice of board members of some privatized companies. Either by controlling stocks or offering resources through BNDES and pension funds”.


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Especial

Beta Jornalismo chega em sua quarta edição O evento é voltado para profissionais e estudantes da área de comunicação social Breno Soares Maria Victória 5º período

Nicolle Heep 4º período

Stephanie Abdalla

E

ntre os dias 07 e 08 outubro, o curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) promoveu a quarta edição do Beta Jornalismo, evento que reuniu palestrantes de diversas regiões do país, que contaram suas experiências e discutiram os rumos da profissão. Na noite de sexta-feira (07) foram realizadas quatro oficinas sobre temas envolvendo, entre outros assuntos, a igualdade de gênero e a produção e edição de conteúdo para o jornalismo esportivo. No sábado (08), por sua vez, ocorreram seis palestras, três de manhã e três à tarde, além da participação dos alunos nos chamados Beta Insights. Foram abordados diversos assuntos dentro do universo jornalístico, além de dicas para estudantes de jornalismo. A primeira palestra, Narrativas audiovisuais: intersecções entre documentário e reportagem, foi apresentada por Caio Cavechini, editor-executivo do programa Profissão Repórter. Cavechini contou sobre sua trajetória profissional e deu algumas dicas aos estudantes de jornalismo: “devemos aprender a trabalhar com os imprevistos, pois a vida é imprevisível”, apontou o editor. Cavechini dividiu com os participantes algumas experiências adquiridas trabalhando no Profissão Repórter, explicou como são feitas as reportagens, e também conversou sobre os documentários por ele produzidos.

Palestra do âncora da rádio CBN, Mílton Jung “Como sempre conhecemos pessoas diferentes, sempre aprendemos a ter calma e paciência, e sempre carregamos essas histórias conosco pela vida”, defende. Ele falou também que a reportagem ainda é engessada enquanto o documentário está mais aberto a experimentações. Nesse assunto de experimentações, Cavechini afirmou que a faculdade é o lugar certo para errar, testar novas técnicas de filmagem, ângulos, temas, formas de edição e relatos. “Precisamos sair dos clichês”, foi o que ele defendeu. A segunda palestra foi dada por Mílton Jung, âncora da rádio CBN. O tema da apresentação foi a crise pela qual o jornalismo está passando. Jung afirmou que o jorna-

lismo já passou por muitas “crises” e isso é bom, pois induz os jornalistas a acharem uma solução e logo, inovação para a profissão. “Vamos ser revolucionários, trabalhar na qualidade do texto jornalístico para sair da crise e se destacar”, diz o âncora. Durante a palestra, Jung abordou o tema da crise no jornalismo, e quando questionado sobre o que desencadeou disse que todas as profissões passam por crises. Alertou sobre a credibilidade de um repórter e como pode ser destruída caso não se tome cuidado durantes as apurações. Para os futuros jornalistas e futuros estudantes de jornalismo, Jung defendeu que não é porque a profissão está em crise que

não há oportunidades, e é por isso que os universitários precisam aproveitar ao máximo o que a faculdade pode oferecer, para se chegar ao mercado de trabalho com um diferencial. O âncora da CBN aconselhou os estudantes a não serem arrogantes em sala, e deixar que os professores ensinem, mesmo que o aluno já saiba, pois pode contribuir para a aula ou aprender de um novo jeito. O último tema da manhã, Intersecções entre Gênero e Jornalismo, foi palestrado por Vanessa Fogaça, uma jornalista especialista em estudos de gênero. Vanessa abordou de que forma a mídia trata temas como feminicídio e violência contra a mulher. A jornalista explicou como isso pode in-


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Especial “Vamos ser revolucionários, trabalhar na qualidade do texto jornalístico para sair da crise e se destacar’’ fluenciar a construção de pensamento do público com relação à mulher. Usando como exemplo o caso do sequestro de Eloá Cristina Pimentel por Lindenberg Fernandes Alves em outubro de 2008, Fogaça apontou que uma das terminologias que reforça o feminicídio é o crime passional. De acordo com ela, atualmente a língua evoluiu, mas ainda há jornalistas que usam o termo que esconde o feminicídio na mídia. Ela afirma que jornalistas que ainda usam esse termo, ou estão desinformados e não acompanharam a mudança de pensamento e expressões, o que pode ser resolvido com aprofundamento e informação, ou adotam uma posição política que não reconhece o feminicídio como problema social. A quarta palestra, Rèkomanse? - um novo olhar para a migração haitiana, foi

apresentada pelo fotógrafo Brunno Covello. Ele contou sobre sua viagem para o Haiti, mostrando algumas fotos que tirou, além de discutir assuntos como o preconceito contra haitianos e os costumes desse povo. Covello falou dos motivos de começar esse projeto: tudo surgiu de uma pauta para o jornal Gazeta do Povo. Porém, depois de feita a pauta para o jornal, a vontade de continuar mostrando quem os haitianos realmente são cresceu. E com isso ele começou a acompanhar e conhecer alguns grupos de estrangeiros. O intuito era mostrar a divergência entre o modo que a mídia mostra os haitianos e a forma que eles realmente são. Com o desenvolvimento do projeto, o fotógrafo fez uma viagem para o Haiti. Hoje, o fotógrafo está separando e preparando o material coletado para um livro e uma exposição. A data da exposi-

Webconferência direto dos EUA com o jornalista Rosental Alves

Stephanie Abdalla

ção ainda não está definida, mas a previsão é de que seja em março de 2017 no Museu da Fotografia. Covello ainda pediu para que, todos que acompanham o seu trabalho, prestem atenção nas pessoas; observem e vejam suas características e histórias. A quinta palestra do 4º Beta Jornalismo foi apresentada por Murilo Roncolato, repórter do Nexo Jornal, que palestrou sobre o Nexo Jornal e a aposta no digital. Esse jornal digital tem como proposta publicar apenas notícias contextualizadas e não possui publicidade. O repórter disse acreditar que o Brasil precisa de mais jornais com esse modelo. A sexta e última palestra do dia foi uma webconferência com o jornalista fundador e diretor do Knight Center for Journalism in the Americas, Heloisa Ehlke

Beta Insights realizado pelos estudantes Beatriz Mira e Luis Renato Rosental Alves. A discussão apresentada pelo palestrante foi “O novo ecossistema midiático criado pela revolução digital: o futuro chegou”. Alves afirmou que não é o fim dos jornais, pois na verdade os jornais nunca foram tão consumidos como são agora. O problema está no modelo de negócios do jornal, isso terá que ser inovado, pois o jornalismo está inserido em um novo ecossistema: a internet. Mostrando seu caráter inovador, o Beta Jornalismo apresentou, pela primeira vez no evento, dois Beta Insights. Um pela manhã e outro à tarde. O Beta Insights é um mini-debate, realizado por dois grupos de estudantes, com formato análogo ao pecha kucha, apresentação curta, com slides com

tempo programado. Ao final o público definiu, por meio de votação online, o time vencedor. O primeiro tema debatido foi: “WEB versus Jornais Impressos” - A informação consumida na internet tem qualidade e profundidade? Heloísa Mazetto argumentou a favor da informação consumida na internet e Beatriz Mira e Luis Renato Mourão contra. Por meio de votação o público elegeu o segundo grupo como vencedor. O segundo tema “Streaming versus Televisão”, teve como pergunta norteadora do debate: Os serviços de streaming estão se tornando mais relevantes que a televisão? O grupo de Lívia Mattos respondeu sim à pergunta, mas o grupo vitorioso foi o de Rafaela Cortes, que argumentou que não.


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Esportes

Nova opção de entretenimento O jogo no modelo escape game é pioneiro na cidade Luiz Guilherme Ribinski 3° Período

I

naugurado em setembro, a Puzzle room é a primeira casa de jogos no estilo escape game de Curitiba. A brincadeira pode ser realizada com até oito pessoas, que juntos devem sair de uma sala dentro do limite de 60 minutos, coletando pistas espalhadas pelo local. Os jogos de fuga, ou escape games, foram originados no mundo virtual, no começo dos anos 2000 com os jogos de flash, e, há cerca de 10 anos, inicialmente em países como a República Tcheca e Suíça, foi adaptado para o mundo físico. Geralmente uma história é contada ao participante antes de “entrar” no jogo, sendo, na maioria das vezes, um mistério a ser resolvido. Na Puzzle room os participantes do jogo são responsáveis por solucionar o mistério de um russo, agente da KGB, envolvido com espionagens, Dimitri Evanovich, que na década de 1970 supostamente

teria vindo a Curitiba morar na Rua Nunes Machado, no Centro, e desapareceu. A sala é uma criação do escritório de Evanovich, que aparentemente teria deixado o recinto há poucos instantes antes dos jogadores entrarem na sala. Ela é composta por diversos elementos, que à primeira vista não são de grande importância, como roupas, livros e quadros, mas que, ao decorrer do jogo, se mostram necessários. Há também uma música que toca intermitentemente, criando um clima ainda mais envolvente. Com a ideia de trazer uma opção nova de diversão para a cidade, Christiano Queiroz, que é um dos sócios da empresa, afirma estar esperançoso em relação novo empreendimento. “Além de desafiar o raciocínio e a inteligência, o escape game é algo novo, que a maioria das pessoas ainda não conhece”.

O roteiro, criado por Rodrigo Matroni, é direcionado para pessoas a partir de oito anos de idade, e não tem limite. Apesar do nível de dificuldade ser dois, numa escala de um a cinco, somente cerca de 35% das pessoas que jogam conseguem sair em 60 minutos. Ricardo Petrini, que jogou com mais seis amigos, conseguiu sair faltando apenas dois minutos. “Como não conhecia o escape game, achei muito interessante a proposta. No jogo é preciso trabalhar em grupo, um ajuda o outro a todo momento”, conta.

Os jogos, de maneira geral, estimulam a capacidade cognitiva e trazem avanços significativos ao indivíduo, afirma a psicóloga Renata Pauliv de Souza Casanova. Segundo ela, os jogos como stop e palavras cruzadas, aguçam aspectos lógicos e verbais, além de contribuir com a memória e a melhora no repertório. Já os jogos de escape game, de acordo com a psicóloga, promovem a cooperação, o trabalho em equipe, mostrando aspectos da personalidade, como, por exemplo, uma pessoa ser individualista ou não, ser comunicativo ou não. Stella Prado

Fachada da “casa”de Dimitri

Xadrez é aliado na formação Comprovadamente o jogo influencia na cognição Luiz Guilherme Ribinski 3º Período

O

xadrez ao longo do tempo vem sendo estudado como um importante esporte associado a melhoras na capacidade mental e cognitiva do indivíduo. Na infância, a prática do xadrez é altamente recomendada para estimular o desenvolvimento intelectual, além de melhorar em aspectos comportamentais e sociais, afirma o neurologista Aloiso Ponti Lopes. Lopes, que pratica xadrez regularmente desde os 13 anos, diz que entre as principais melhorias estão

a melhora na atenção, memória e concentração. O xadrez também requer constância, periodicidade. Lopes explica que, apesar de haver muito cálculo, é preciso praticar constantemente. “Com a prática, há o reconhecimento de padrões no jogo. Se, por exemplo, as peças forem mexidas sem determinada pessoa ver os lances, com a prática, ela consegue imaginar que peças foram mexidas e que movimento deve fazer,

e isso independe de cálculos”. A prática do xadrez deve partir de um estímulo, que na maioria das vezes vem da família, afirma o psicopedagogo Leonardo Pasqualini de Andrade. “A criança vai aprender com o meio em que vive, se os pais estimularem o xadrez em casa, certamente a criança carregará frutos disso a vida inteira”, explica. Andrade conta que o xadrez é um importante fator na formação da personalidade,

assim como nas decisões tomadas no xadrez, quando a pessoa toca na peça deve obrigatoriamente mexê-la, as decisões na vida também serão pensadas de maneira mais adequada, por exemplo. O estudante de Engenharia de Produção Gabriel Passos relata que a prática do xadrez na infância o ajudou muito na escolha do curso e na realização de cálculos matemáticos, apesar de atualmente não jogar mais.


Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Literário

O templo do conhecimento Nosso repórter foi à Mesquita de Curitiba para vivenciar um pouco da cultura islâmica Gilberto Stori Junior 7º período

A

costumado a frequentar ambientes religiosos, tenho um desafio que não me causa espanto, mas me causa aquele friozinho na barriga por ser algo desconhecido. Participar de um sermão e entender a prática islâmica na Mesquita de Curitiba, que é um dos poucos lugares no mundo onde xiitas e sunitas convivem sem conflitos. A mesquita fica no centro da cidade e possui capacidade para trezentas pessoas, sendo que recebe cerca de 30 mil visitantes ao ano. Logo na entrada, me deparo com um aviso importante: “Senhores visitantes, não é permitido a entrada de pessoas calçadas no recinto, pois trata-se de lugar sagrado”. Ao contabilizar 18 pares de calçados, entendo que isso é coisa séria e fico descalço como os demais que estão dentro do ambiente. Ao passar pela porta, observo o líder religioso, chamado de xeique, cantando em árabe e os demais adeptos sentados, ajoelhados ou em pé nos belos tapetes persas que não estão alinhados em linha reta, mas depois descubro o motivo disto. Vejo uma parte do ambiente separado por uma espécie de tapume, onde possui cadeiras e vou até lá. Logo sou alertado por uma mulher coberta por véu. “Aqui é só para mulheres, homens ficam para lá”, aponta ela para o outro lado da divisória. Envergonhado, peço desculpas e digo que só queria uma cadeira, tentando justificar o “mico”. Dirijo-me aonde os demais estão, contabilizo no primeiro momento 20 pessoas, conta que não bate com o número de calçados do

lado de fora, mas logo percebo uma porta nos fundos, por onde outros membros estavam entrando. O ambiente é agradável, belos quadros com mensagens em árabe, uma minibiblioteca com diversos livros sobre a cultura Islã e um enorme quadro com a foto do templo muçulmano em Meca, cidade para onde estão apontados os tapetes. Vejo alguns membros com terços e uma pedra no chão, à frente de seus corpos, mas um me chama a atenção, pois ele, ajoelhado de forma incansável, toca seu nariz na pedra e depois no chão. Na parede, há uma espécie de chaveiro onde os terços ficam colocados e uma caixa onde estão as pedras. Ao ver um homem entrando e pegando, decido pegar também. O xeique Mohamad Sadek Ebrahimi toma seu lugar no mimbar, que possui escrito em árabe os seguintes dizeres: “Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso”, “Alá”, “Iman” e o nome da mesquita “Iman Ali Ibn Abi Tálib”. Eis que começa o sermão. O xeique fala de forma firme e sempre aponta para o Alcorão, livro sagrado que rege a conduta de mais de 1,3 bilhão de praticantes no mundo. Como não falo árabe, me atento a tudo que acontece no ambiente e percebo que mesmo numa religião onde tudo é seguido fielmente, ainda existe o celular para atrapalhar e tirar a atenção de alguns dos adeptos. As portas ficam abertas durante todo o sermão e alguns senhores que, provavelmente, por motivos de saúde não

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conseguem se sentar no chão, chegam e pegam cadeiras. Pouco mais da metade do sermão já ocorreu e contabilizo 56 pessoas, sendo que apenas quatro são mulheres. Chego próximo de um rapaz que fala português e pergunto o que o xeique está dizendo. “Ele está dando um sermão, passando uma mensagem que fala sobre esperança, fé e vida”, responde Nassib Faris, médico cirurgião plástico. “Mas não se preocupe, que depois terá tradução para o português”, complementa antecipando minha próxima pergunta. O xeique sai do mimbar, Nassib logo me avisa que terá a oração, salat em árabe, e me convida para participar. Três fileiras são formadas, fico na terceira fileira ao lado direito.Todos estão em pé, primeiro com a mão na altura das orelhas e depois com a mão direita sobre a esquerda, na altura do abdome, uniformemente alinhados para realizar a sura de abertura, chamada de Suratu Al-Fatihah. Não entendo perfeitamente, mas a frase Allahu Akbar, que significa “Deus é grande” já foi pronunciada algumas vezes. Na sequência, outras frases são ditas, mas difíceis de serem compreendidas por mim, o xeique faz genuflexão e o restante dos adeptos, inclusive eu, acompanham. Depois, ficamos ajoelhados no chão e nos prostramos com a testa no chão, segundos depois voltamos a ficar semigenuflexionados. Após uma série de repetições e encerramento da oração, assume o diretor religioso,

Gamal Fouad El Oumairi, de origem xiita, responsável por me ensinar tudo isso e repassar a mensagem do xeique traduzida. Ao final, ele ainda abre espaço para um candidato a vereador pedir votos à comunidade islâmica de Curitiba, pois segundo eles, a câmara legislativa precisa de um representante que defenda seus interesses. Depois de muitos cumprimentos e abraços aos membros, consigo conversar com Gamal e pergunto por que há a separação com as mulheres no ambiente. “É uma ala feminina, onde as mulheres têm um espaço reservado, para não serem vistas pelos homens, pois pelo fato de se ter a prostração, seria muito constrangedor os homens olharem elas se prostrarem”, explica Gamal. “Mas isso não as deixa isentas de absolutamente nada na religião. Elas têm que buscar a espiritualidade e a religião da mesma forma que o homem”, complementa, subentendendo que eu faria alguma relação com a proibição de mulheres no altar ou na religião. Depois de uma série de informações repassadas e dúvidas sanadas por Gamal, começo a me despedir. Antes de sair devolvo o terço e a pedra, me despeço dos colegas que fiz na Mesquita e recebo de presente de Gamal uma revista sobre a cultura islâmica. Na saída, coloco meu par de calçados e, ao descer a escada, olho para trás sabendo que o desconhecido se transformou em conhecimento e que, sim, Allah Akbar.


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Curitiba, 25 de Outubro de 2016

Ensaio

Eles não vendem biscoitos Nos dias 24 e 25 de setembro no Clube Atlético Primavera aconteceu o III Desafio Sênior 24h Apocalipse Zombie, um acampamento que reuniu mais de 500 jovens de todo Paraná Raphaella Piovezan 2º período

Jovem na abertura do evento fazendo sinal escoteiro Fogo de conselho - jovens se reúnem para um momento de diversão e reflexão

Escoteiro se preparando para corrida de orientação

Atividade de barca


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