Triste, porém real População idosa ainda sofre com abandono e violência.
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Novo aliado na medicina Invenção paranaense, Robô Laura auxilia no diagnóstico de doenças.
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Música para os ouvidosRevele seu Talento estimulou a produção sonora dos alunos da PUCPR
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Curitiba, 23 de Maio de 2017 - Ano 20 - Número 294 - Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
Pedagogia ou opressão? Pedagogy or opression?
Afastamento de professora da rede estadual de ensino abre discussão sobre conteúdo estudado nas escolas Removal of a teacher from the state’s network of education starts a discussion about the content studied in schools Páginas 06 e 07
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Curitiba, 23 de Maio de 2017
Coluna
Resolvi pensar e olha no que deu Bruna Toti 3º Período
N
ão se pode negar que as celebridades da internet exercem grande influência na sociedade, principalmente em crianças e adolescentes, que são os mais inseridos nesse meio. Porém, como toda influência, ela possui pontos negativos e positivos. Os chamados “influenciadores digitais” podem ser utilizados na divulgação comercial, surtindo grandes resultados, mas o mais perigoso é a influência na vida das pessoas que os acompanham. Nomes como Felipe Neto, PC Siqueira, Whindersson Nunes e Maju Trindade são alguns dos mais conhecidos na internet e acumulam milhões de seguidores nas redes sociais. Essa legião de seguidores que os acompanha sofre uma lavagem cerebral causada pela falta de conteúdo de seus ídolos. Celebridades que não fazem nada além de serem engraçados ou polêmicos ganham fama, dinheiro e, o mais preocupante, admiração.
Comunitiras
Vídeos em que pessoas são ofendidas e humilhadas fazem sucesso entre as pessoas que não se importam com a utilidade do que assistem. Um vídeo de uma “brincadeira” em que o youtuber urina na sua namorada tem 1.027.138 visualizações e 44.221 likes no Youtube. O número espanta, levando em consideração o conteúdo do vídeo, que não agrega nada de útil e humilha a moça em questão. Enquanto 795 milhões de pessoas passam fome no mundo hoje, outra celebridade digital desperdiça 80 quilos de creme de avelã em uma banheira para ganhar mais inscritos. Enquanto 12 milhões de brasileiros estão desempregados, youtubers chegam a ganhar R$ 200 mil por mês para fazerem nada além de serem engraçados. Não é somente quem produz os vídeos que deve ser culpado pela alienação, mas também
quem os assistem. Se não tivesse público, certamente as celebridades não estariam onde estão hoje. O ser humano tem a necessidade de se espelhar em alguém, de procurar no outro o que lhe falta e, principalmente, de saber da vida do outro. Influenciadores digitais têm suas vidas observadas por aqueles que os invejam e esse é o principal motivo de continuarem a fazer sucesso. Em uma sociedade desinformada, influenciadores burros são um perigo. A internet foi contaminada por aqueles que não têm opinião formada sobre assuntos do mundo, perdem seu tempo ensinando coisas inúteis e só falam sobre assuntos fúteis. Nada agregam à formação de uma pessoa, nada contribuem ao amadurecimento e evolução da sociedade. Os ídolos dessa geração não podiam ser piores.
Expediente Edição 294 - 2017 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS Miguel Manasses
COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Caroline Deina 5º Período
Bruno Talevi 3º Período
FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 5º Período
FOTO DA CAPA Talita Laurino 3º Período
(DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818) EDITORES
PAUTEIROS
Ana Carolina Bellani
Guilherme Osinski
Deborah Neiva
Isadora Look
João Francisco Cepeda
Larissa Sena
3º Período
3º Período
Mariana Prince
Marçal Dequêch
Marina Darie
Rafael Sábio
Stephanie Abdalla
Talita Laurino
Thamiris Mottin
Yasmin Graeml
3º Período 3º Período
3º Período 3º Período 3º Período
8º Período
8º Período 3º Período
3º Período 3º Período 3º Período 3º Período
Errata Na edição 293, na página 2, há um erro no nome da editoria (que é coluna, e não editorial), bem como da repórter, que é Stephanie Abdalla, e não Sarah Abdallah.
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Descaso contra idosos ainda é uma realidade
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Cidades
Rute Cavalcanti
Segundo o IBGE, em 2030 a população idosa chegará a 14% Camilla Ginko 3 º Período
Idosos são abandonados em lares na maioria das vezes pelos próprios familiares
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m abril de 2017 o Disque 100, responsável por receber denúncias de violência, divulgou dados da ouvidoria de Direitos Humanos no Paraná. Sobre os abusos contra idosos no ano de 2016, houve um registro de 32.632 denúncias de violação de direitos humanos, dentre eles abandono, negligência, violência psicológica, abuso financeiro e violência física. Estes mesmos dados
motivo de intimação compulsória, sendo obrigatoriamente comunicada a órgãos competentes como o Ministério Público (MP), autoridade policial, e os conselhos municipal, estadual e federal do idoso. A cuidadora de idosos Terezinha de Fátima do Nascimento de Oliveira conta que com um dos idosos que ela atendia, a família nem aparecia para ajudar. “Deixavam o idoso na
do idoso, como se o dinheiro fosse a única coisa que ele necessitava”. Apesar disso, ainda há casos em que independente da família optar em enviar o idoso para um lar, os parentes continuam mantendo contato e cuidando no que é preciso. Segundo a proprietária da residência para idosos Kenko, Adriana Giorgia Matsuno, “todos os familiares são pre-
“Quando alguém tentava
entrar em contato com a família alegavam que estavam ocupados” apontam que essas violações na maioria dos casos acontecem dentro de casa com os próprios familiares. O artigo 19 do Estatuto do Idoso diz que a suspeita ou a confirmação da violência praticada contra o idoso será
responsabilidade das cuidadoras e faziam o pagamento através do banco. Quando alguém tentava entrar em contato com a família, alegavam que estavam ocupados e não tinham tempo para ajudar. Eles se ausentaram
sentes e mantêm vínculo com o idoso morador. A principal dificuldade está na organização da rotina familiar que sofre danos com o idoso patológico, visto que cada um possui uma função dentro de casa, logo o idoso fica mais dependente em autocuida-
do, como higiene e controle de medicação, tornando-se impossível manter ele no seio da família”. Dona Ana, 90 anos, moradora do lar de idosos Kenko, afirma que nunca sofreu nenhum tipo de hostilidade. “Nunca sofri nenhum tipo de preconceito ou agressão, sempre fui bem tratada, inclusive aqui no lar de idosos as enfermeiras me tratam super bem, meu neto vem visitar toda semana”. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas com mais de 65 anos representavam cerca de 8% da população brasileira em 2016, sendo que em 2030 esse número chegará a 14%. Já a pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2015, mostrou que até a metade do século, o Brasil será considerado uma população envelhecida, o que representa aproximadamente 30% de idosos.
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Literário
Vote Xã Garoto de 12 anos é apaixonado pela arte de fazer política Yasmin Graelm 3º Período
“S
alve Xã, salve, salve a salvação!”. A cantoria parece uma campanha política, mas as vozes são de crianças e o barulho vem da sala do 7º ano A de um colégio particular, localizado no Juvevê, bairro da região Norte de Curitiba. Toda a euforia gira entorno de Alexandre Yanagui, conhecido entre os amigos como Xã. Cabelos negros, olhos grandes e pretos que quase não enxergam. O menino tem apenas 30% de visão, mas isso não o impede de ser o melhor aluno da classe e adorado entre as outras crianças. Suas mãos são menores e os dedos não são bem definidos, mas seu aperto de mão é forte! Xã tem 12 anos, já é afiliado de um partido político e sonha em um dia ser presidente do Brasil. Quando Alexandre entrou no colégio ele logo se destacou. Em alguns anos, principalmente na época de alfabetização, os professores fizeram provas diferenciadas para ele. Sílabas e vogais não o desafiavam mais e, para que ele não perdesse o interesse na escola, seus mestres dificultavam as provas e preparavam ditados especiais para ele. Na sala de aula, uma carteira maior logo na primeira fileira e no meio. Este é o lugar de Xã. Seus livros são maiores, mais ou menos tamanho A3 para ser mais fácil de ele enxergar. Durante a aula de geografia o assunto é produto interno bruto e o professor pergunta quem quer ler as respostas da tarefa de casa. Várias crianças levantam a mão, entre elas a de Alexandre que logo lê uma resposta bem mais longa.
A leitura do conteúdo começa e Xã acompanha em seu livro enquanto outro aluno lê em voz alta. O colega se perde na palavra ruralidade e Xã rapidamente corrige pronunciando a palavra certa. Sua maturidade e sabedoria encantam os docentes. Ericson Pechefist, professor de geografia, conta que os interesses de Alexandre são incomuns em jovens até mesmo mais velhos que ele. “A maioria dos alunos querem saber de política mais superficialmente, aquilo que está na mídia, mas o Xã tem uma grande capacidade cognitiva, com ele podemos ter discussões mais densas sobre este tema”. Na hora de transcrever as perguntas do quadro ele tira uma foto para conseguir copiar com mais facilidade. No seu celular tem fotos do quadro negro, dele encontrando seus políticos favoritos e nas reuniões de seu partido. Seus jogos também são sobre política, em um quiz de conhecimentos gerais ele é o jogador com mais pontos de Curitiba!
Foi na escola que ele ganhou seu primeiro cargo político, o de representante de turma! Ele está concorrendo à reeleição e entre suas propostas estão um plebiscito interno para decidir e escrever as regras do colégio. “Isso me lembra as leis da Roma Antiga, são todas faladas. É o que a coordenação diz naquela hora. Temos que ter regras escritas, não pode mudar toda hora ”, diz o garoto, que também pleiteia um jornalzinho para o colégio. Para as eleições de representante Xã faz broches e panfletos. Em uma das eleições sua mãe sugeriu para ele colocar uma bala junto do panfleto e ele se revoltou: “Mãe você não sabe que isso é compra de votos e é errado? Não sou corrupto, não pode e depois vão falar que eu só ganhei porque dei bala”. Alexandre acompanhou sua primeira eleição quando tinha um ano de idade, em 2006. Como tinha dificuldades de visão nunca assistiu desenhos animados, pois são muito
rápidos e cheios de detalhes, e se encantou pelo horário político. Pessoas paradas, números e letras grandes; parecia um programa feito para o pequeno Xã. Com dois anos e meio ele começou a ler e com três já falava perfeitamente. Um pouco mais velho começou a gostar do quadro soletrando do Luciano Hulk, ele soletrava junto com os competidores e acertava todas as palavras. Seus pais, Alexandre e Michelle Yanagui, nunca tiveram interesse em política. Sua mãe conta que só passou a assistir horário político por causa do Xã. A memória do menino impressiona, ele sabe todos os candidatos, os partidos, vitórias e derrotas. Fala sobre política como os outros meninos falam sobre a Copa do Mundo. Seu maiores sonhos são ser pai e ser ministro. “Este ano ele pediu de aniversário uma viagem para Brasília, assim iria conhecer o seu futuro local de trabalho. Ele também queria ver para decidir se é Yasmin Graelm
Campanha de Xã para represtante de turma
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Literário
Isabella Beatriz Fernandes
melhor se candidatar por São Paulo ou por Brasília”, conta a mãe de Alexandre. Sua avó materna demorou para aceitar o sonho do garoto em ser político, dizia
Aos 10 anos ele descobriu um curso de formação de política online disponibilizado por um partido. Completou o curso e se formou. Depois resolveu visitar todos os partidos políticos que tem sede em Curitiba
confirma que quando ocorrem as eleições sua rotina se resume em ir para a escola, casa e para a Rua XV de Novembro, mais precisamente na Boca Maldita, artéria pulsante da política curitibana, local onde ele encontra os
mim o mais importante é a análise do candidato, tem que prestar atenção nas propostas, na ficha criminal limpa e no histórico. Um candidato que muda radicalmente de partido não tem ideais, não se vai da esquerda para direita e
acabam sem querer caindo no nosso esquecimento. Tomara que até o dia em que Xã se torne candidato nós brasileiros tenhamos aprendido a valorizar a honestidade, pois é isso que o Brasil precisa e
“Mãe, você não sabe que isso é compra de votos e é
errado? Não sou corrupto, não pode e depois vão falar que eu só ganhei porque dei bala”
que não queria ter um neto ladrão. Hoje, depois de muita conversa, ela aceita que Xã pode ser quem vai mudar a política. “Eu disse para ela que isso era o que eu gostava na política, eu posso e vou mudar as coisas!”
até encontrar um que gostou e foi convidado a se filiar. Alexandre já até participou de reuniões no partido.
Sua mãe conta que durante o período eleitoral a família fica em polvorosa e o próprio Xã
candidatos, participa de marchas e pega os panfletos para poder analisar. Ele também baixa as propostas de cada um dos candidatos da internet. Já em casa, é ele quem decide em quem a mãe vota. “Para
depois para o centro. Tem que ter uma ideologia e não fazer de tudo para ganhar”, pondera Xã.
Escândalos de política são noticiados todo dia. Mensalão, propinas, prisões e todos
que Xã tem de sobra! Talvez este menino, que hoje disputa a eleição de representante de turma, seja o futuro que buscamos para o Brasil!.
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Cidades
Uma escola sem partido Caso ocorrido na capital paranaense gera dúvidas sobre o ensino de ciências humanas nas escolas Marina Darie Talita Laurino 3º Período
E
m julho de 2016, o Colégio Estadual Maria Gai Grendel, situado no Caximba, bairro periférico de Curitiba, ficou conhecido pela viralização de um vídeo no Facebook no qual os alunos da professora Gabriela Viola, mentora das aulas de Sociologia do 1º ano do ensino médio, ganharam a atenção dos internautas, que utilizaram as redes sociais para criticar e ameaçar a profissional. O conteúdo divulgado na mídia era uma paródia da música “Baile de Favela”, com a letra original substituída pelos pensamentos do autor do “Manifesto Comunista”, Karl Marx. Na manhã de uma segundafeira, a professora Gabriela escreveu no quadro-negro alguns dos estilos musicais favoritos de seus alunos e pediu para que escolhessem apenas
um. Os estudantes, curiosos com a proposta da atividade, optaram pelo funk. A docente, em seguida, revelou que o gênero seria utilizado na criação de uma paródia para explicar as ideias de Marx, conteúdo que pertencia ao currículo de Sociologia da escola. A metodologia ativa encantou os pupilos, que sugeriram a canção “Baile de Favela” como base para o projeto. Ensaiados e com a nova letra na ponta da língua, os alunos foram filmados pela professora cantando e dançando a música. O vídeo foi divulgado por ela no Facebook e, alguns dias depois, as 30 curtidas da usuária tornaram-se assunto de repercussão nacional. “A internet é terra de ninguém, eu descobri que o vídeo tinha parado num site de direita paulista e que eu estava sofrendo todas as
ameaças possíveis”, comenta a educadora quando percebeu o que estava acontecendo. A viralização da gravação preocupou os pais a respeito da exposição dos filhos e de uma
a comunidade escolar se estabelecesse. Fiquei cinco dias sem ensinar, mas os alunos se manifestaram contra o ocorrido e eu voltei”, explica a professora. Um protesto no período da manhã do dia
“A internet é terra de ninguém” possível doutrinação ideológica dentro das salas de aula. As reclamações na ouvidoria do Núcleo Regional de Educação então começaram a ser computadas, fato que motivou uma reunião entre o órgão, a diretoria da escola e Gabriela. “Na conversa, fui avisada que deveria me afastar das salas de aula até que a situação com Talita Laurino
4 de julho, organizado pelos estudantes, determinou que aqueles que não concordassem com a posição da escola diante do caso, virassem as costas à bandeira na tradicional conclamação do hino nacional e enquanto isso, cantassem a paródia do “Baile de Favela”.
Contradições nos depoimentos Na noite do dia 4, os educandos também protestaram: “eu fui avisado que o vice-diretor queria suspender o hino, então eu e alguns amigos criamos um grupo no WhatsApp convocando o pessoal para ocupar a quadra de esportes e só deixá-la quando a Gabriela retornasse”, conta o estudante Henrique Tavares. Os, em torno de, 150 alunos assustaram o gestor que, segundo Tavares, chamou a polícia, a qual estava armada, para dispersar a multidão. A repressão não ultrapassou os muros da escola, mas foi o suficiente para acabar com o protesto.
Professora de Sociologia desperta a discussão do Escola sem Partido no Paraná
Segundo o Núcleo Regional de Educação, o órgão não estava ciente do pedido da escola por ajuda da Polícia Militar e tampouco da suspensão de Gabriela por cinco dias. De
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Cidades acordo com a unidade, a professora não foi em nenhum momento afastada por ordem do Núcleo, o qual alega que isso pode ter sido uma decisão da diretoria da instituição. A direção colégio, no entanto, não quis se manifestar sobre o assunto, pois declarou que a situação trouxe danos psicológicos a todo corpo docente. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) foi acionado pela professora Gabriela durante o caso para auxiliá-la em questões jurídicas. O presidente da APP, Hermes Silva Leão, afirmou que a crítica feita sobre a professora foi preocupante. Ela se assimilou à censura,
Avaliação jurídica O advogado Flávio Parisi explicou que, se houve de fato um afastamento da professora por ordem da diretoria do colégio, a decisão pode ter sido discricionária, o que significa não ter embasamento em alguma lei, norma ou estatuto. “O ato seria vinculado se fosse melhor fundamento em lei nos devidos registros escolares, bem como pode ter sido discricionário, se foi baseado em critérios de oportunidade, conveniência, justiça ou equidade próprios da autoridade e não estipulados por seu legislador. Concluo que resta
Partido, ideia criada em 2004 pelo advogado Miguel Nagib, está arquivado na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). A autoria está nas mãos de 12 deputados estaduais. A proposta sugere deveres para os educadores, com a possibilidade dos alunos denunciarem atitudes que eles consideram erradas no ambiente escolar. Seu maior objetivo é evitar a doutrinação de crianças e adolescentes. O deputado estadual Ricardo Arruda (PSC), um dos autores do projeto na ALEP, declara: “não é admissível que crianças em plena fase de amadurecimento moral e intelectual sejam submetidas à pregação ideológica no local onde
A reflexão de Marisa é contrariada pela socióloga, especializada no ensino da disciplina, Simone Meucci. A doutora na área afirma que o pensamento proposto pelo Escola sem Partido é perigoso por dois motivos: o primeiro está na criação do hábito de delatar, algo que, segundo Simone, tem orientado a sociedade brasileira em tempos de crise e a segunda razão é pautada na resistência contra questões religiosas, de gênero e por fim, de desigualdade social. “Se eu pego esses três temas sensíveis para o Escola sem Partido, eu não posso dar uma aula de História, Sociologia,
“Se a administração ultrapassa esses
limites, a sua decisão passa a ser arbitrária”
algo cada vez mais comum no período difícil no qual Brasil está vivendo atualmente, de acordo com Leão. Para o presidente da APP-Sindicato, o movimento que afastou a professora do ensino médio foi ‘’reacionário e na linha do totalitarismo’’. O medo do sindicalista é que esse pensamento prolifere e transpasse os portões das escolas.
Situação pós-protesto Segundo Taymara Rodrigues, uma das alunas de Gabriela, depois de cinco dias longe das salas de aula, a professora retornou ao colégio e permaneceu na função até o final do ano, pois estava sob contratação institucional, ou seja, não assumiu o cargo por meio de concurso público, e depois foi dispensada. Gabriela, hoje, permanece fora do mercado de trabalho.
saber se tanto a professora, quanto seu superior hierárquico cometeram arbitrariedade”. Ele complementa que a educadora também pode ter cometido abuso em seu papel como servidora pública, o que justificaria a posição dos gestores do colégio em manter a ordem no ambiente escolar. Por sua vez, Maria Silva Zanella, doutora em direito administrativo, afirma que ”‘discricionariedade implica liberdade de atuação nos limites traçados pela lei; se a administração ultrapassa esses limites, a sua decisão passa a ser arbitrária, ou seja, contrária à lei’”.
Escola sem Partido A situação pela qual a escola passou em 2016, com relação a reprimir uma docente pelo conteúdo repassado, levanta a seguinte questão: Professores são capazes de ensinar sem incluírem opiniões pessoais sobre os conteúdos? O projeto de lei 748/2015 do Escola sem
deveriam aprender a estudar”. Para Arruda, o estudante deve ter conhecimento dos seus direitos em sala, e por isso protocolou o projeto.
nem de Geografia, tampouco de Literatura”, exemplifica. Para a socióloga, a restrição de temas flerta com uma perspectiva fascista do mundo.
Entre os defensores do movimento está a ex-candidata a vereadora de Curitiba e psicóloga Marisa Lobo. Ela afirma que os estudantes são ouvintes passivos e não escolhem estar em sala de aula. “Os professores colocam os textos de autores que eles querem, de acordo com os seus pensamentos, os seus gostos pessoais. O Escola sem Partido visa a neutralidade do professor, ele quer estabelecer uma democracia justa e não quer deixar de falar de Marx, de autores da esquerda, direita ou centro”. Na opinião da psicóloga, a militância contra o projeto está inserida no pensamento de esquerda, principalmente em partidos políticos, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Como forma de evitar a chamada “doutrinação”, Simone defende que temas polêmicos devem ser tratados com rigor. “Sociologia e história não são opiniões e isso tem que ser apresentado na escola”, ressalva. A especialista na área conclui que os jovens querem discutir esses assuntos, os quais ainda são parte da vida educacional. A União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) possui uma visão similar ao da socióloga. De acordo com o diretor de comunicação do movimento, Igor de Luca, o ensino de política é importante para a vida dos alunos, pois a partir dela é possível mudar o Estado. Para ele, a melhor forma do educador apresentar as ideias existentes no mundo é o debate. “A única defesa
contra a ‘doutrinação’ é a consciência política dos estudantes”. A medida causou revolta, principalmente nos movimentos estudantis, por relevar discussões que estavam sendo feitas por sindicatos dos professores e pelos próprios alunos, visando criar um novo retrato da escola brasileira. O diretor de comunicação da Upes conta que os pontos fortes do modelo debatido, antes das mudanças propostas pelo presidente Michel Temer, a respeito da reforma curricular do ensino médio, focaram na criação de um espaço livre dentro dos colégios e no fortalecimento do ensino técnico. Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Paraná (Sinpropar), Sérgio Gonçalves Lima, acredita que a imparcialidade dos professores é vital para a existência de um espaço plural. “O professor deve, com toda a orientação possível, buscar guiar os alunos dele. Não deve comprar uma ideia e vende-la, por mais que ele ache que tenha total razão”, reitera Lima. O presidente do Sinpropar é firme ao comentar que, caso algum membro da escola não siga a filosofia, deve ser retirado da equipe, como ocorreu no caso de Gabriela. A Secretaria de Estado da Educação (SEED) foi procurada pela reportagem do Comunicare para se pronunciar a respeito do suposto afastamento da professora Gabriela, assim como sobre o projeto Escola sem Partido, mas, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não se manifestaria sobre nenhum dos assuntos.
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Cities
A school without a party A case that occurred in the capital of the state of Paraná raises doubts about the teaching of human sciences in schools Marina Darie Talita Laurino 3rd Period Translated by: Christopher Tomaz Freitas Matheus Mauricio Britto Ramos 5th Period
In July 2016, the Maria Gai Grendel State Scool, located in Caximba, a neighborhood on the outskirts of Curitiba, was known for the viralization of a video on Facebook in which the students of the teacher Gabriela Viola, mentor of Sociology classes in the 1st year of high school, got the attention of internet users who used social networks to criticize and threaten the professional. The content released in the media was a parody of the song “Baile de Favela,” with the original lyrics replaced by the thoughts of the author of the “Communist Manifesto,” Karl Marx. On a Monday morning, the teacher Gabriela Viola wrote some of her students’ favorite musical styles on the chalkboard and asked them to choose just one. The students,
curious about the activity, opted for funk. The teacher then revealed that the genre would be used in creating a parody to explain Marx’s ideas, content that was on the school sociology curriculum. The active learning methodology charmed the pupils, who suggested the song “Baile de Favela” as the basis for the project. After having rehearsed and with the new lyrics on the tip of their tongues, the students were filmed by the teacher singing and dancing the music. The video was released by her on Facebook and, a few days later, the user’s 30 likes became a national repercussion issue. “The internet is no man’s land, I discovered that the video had been published on a right-wing São Paulo site and that I was suffering all
the possible threats”, comments the educator when she realized what was happening. The viralization of the recording worried parents about exposing their children and
the situation with the school community established itself. I did not teach for five days, but the students protested against it and I came back”, explains the teacher. A protest organized by the students in
“The internet is no man’s land” possible ideological indoctrination within the classrooms. Complaints to the Regional Education Center Ombudsman then began to be computed, prompting a meeting between the agency, the school board and Gabriela. “During the conversation, I was told that I should move away from classrooms until Talita Laurino
the morning of July 4th determined that those who did not agree with the position of the school in relation to the case, should turn their backs to the flag during the traditional national anthem and in the meantime should sing the parody of “Baile de Favela”.
Contradiction in the Testemonies In the evening of July 4th, the students also protested: “I was warned that the vice-principal wanted to suspend the anthem, so some friends and I created a WhatsApp group calling everyone to occupy the sports court and only leave it when Gabriela returned”, says the student Henrique Tavares. About 150 students frightened the vice-principal who, according to Tavares, called the police, who were armed, to disperse the crowd. The repression did not go beyond the school walls, but it was enough to end the protest.
Sociology’s teacher brings up the discussion about the content studied in schools
According to the Regional Education Center, the agency was not aware that the school had requested the help of the Military Police nor had they known about Gabriela’s suspension for five days. According to the unit, the teacher
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Cities was not at any time removed by order of the Center, which claims that this may have been a decision from the board of the institution. The principal of the school, however, did not want to speak on the subject, as it stated that the situation brought psychological damage to all faculty. The Union of the Workers in Public Education of Paraná (APP-Sindicato) was activated by the teacher Gabriela during the case to assist her in legal matters. The president of the APP, Hermes Silva Leão, said that the criticism made about the teacher was worrisome. It has assimilated itself to censorship, something increa-
Legal assessment about the case The lawyer Flávio Parisi explained that if there were in fact a removal of the teacher by order of the board of directors of the school, the decision may have been discretionary, which means it had no basis in any law, rule or statute. “The act would be bound if it were better based in law in the proper school records, and may have been discretionary, whether it was based on opportunity, convenience, justice or equity criteria proper to the authority and not stipulated by its legislator. I conclude that it remains to
School without a Party, idea created in 2004 by the lawyer Miguel Nagib, is filed in the Legislative Assembly of Paraná (ALEP). The authorship is in the hands of 12 state deputies. The proposal suggests duties for educators, with the possibility for students to denounce attitudes that they consider to be wrong in the school environment. Its main goal is to avoid indoctrination of children and adolescents. Ricardo Arruda (PSC), state deputy and one of the authors of the project at ALEP, declares: “it is not permissible for children in full moral and intellectual maturity phase to undergo ideological prea-
The reflection of Marisa is contradicted by the sociologist, specialized in teaching the discipline, Simone Meucci. The doctor in this field says that the thought proposed by the School without a Party is dangerous for two reasons: the first is in the creation of the habit of betraying, something that, according to Simone, has guided Brazilian society in times of crisis and the second reason is ruled In the resistance against religious, gender and, finally, social inequality issues. “If I take these three sensitive themes for the School without a Party, I can not give a class of History, Sociology, or Geography, nor Literature,” he
“If the administration exceeds those limits, its decision becomes arbitrary” singly common in the difficult period in which Brazil is currently living, according to Leão. To the president of APP-Sindicato, the movement that removed the high school teacher from work was “reactionary and in the line of totalitarianism.” The syndicalist’s fear is that this thought proliferates and goes beyond the school gates.
Post-protest situation According to Taymara Rodrigues, one of Gabriela’s students, after five days away from classrooms, the teacher returned to school and remained there until the end of the year, since she was under institutional contracting, that is, she did not take the position by applying for the civil service exam, and was then dismissed. Gabriela, today, remains out of the job market.
be ascertained whether both the teacher and her superior have committed arbitrariness, because, according to Maria Silva Zanella, a doctor in administrative law, ‘discretion implies freedom of action within the limits established by law; if the administration exceeds those limits, its decision becomes arbitrary, in other words, contrary to the law’”. He adds that the educator may also have committed abuse in her role as a public servant, which would justify the attitude of the school administrators in maintaining order in the school environment.
A school without a party The situation that the school went through in 2016, concerning the reprehension of a teacher for the content taught, raises the following question: Are teachers able to teach without including personal opinions about the contents? The law bill 748/2015 of the
ching where they should learn to study”. For Arruda, the student must have knowledge of their rights in the classroom, and therefore filed the project. Among the defenders of the movement is the former candidate for councilwoman of Curitiba and psychologist Marisa Lobo. She states that the students are passive listeners and do not choose to be in the classroom. “Teachers put the texts of authors they want, according to their thoughts, their personal tastes. The School without a Party aims at the neutrality of the teacher, it wants to establish a just democracy and does not want to stop talking about Marx, authors of the left-wing, right-wing or center”. In the opinion of the psychologist, the militancy against the project is inserted in the left-wing thinking, mainly in political parties, like the Partido dos Trabalhadores (PT) and the Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
exemplifies. For the sociologist, the restriction of themes flirts with a fascist perspective of the world. As a way of avoiding the socalled “indoctrination,” Simone argues that controversial issues should be dealt with rigorously. “Sociology and history are not opinions and this has to be presented in school,” she says. The specialist in the field concludes that young people want to discuss these issues, which are still part of the educational life. The Paraná State Union of High School Students (União Paranaense dos Estudantes Secundaristas – Upes) has a similar vision to that of the sociologist. According to the communication director of the movement, Igor de Luca, the teaching of politics is important in the life of the students, because from it, it’s possible to change the State. For him, the best way for the educator to present the ideas that exist in the world is the
debate. “The only defense against ‘indoctrination’ is the students’ political consciousness.” The measure provoked rebellion, especially in student movements, for highlighting discussions that were being made by teachers’ unions and by the students themselves, in order to create a new portrait of the Brazilian school. The communication director of Upes says that the strengths of the model discussed, before the changes proposed by President Michel Temer, regarding the curricular reform of high school, focused on creating a free space within the schools and on strengthening technical education. The president of the Teachers’ Union in the State of Paraná (Sinpropar), Sérgio Gonçalves Lima, believes that the impartiality of teachers is vital for the existence of a plural space. “The teacher should, with all possible guidance, seek to guide his/her students. You should not buy an idea and sell it, no matter how hard you think it is. We work with the collective”, reiterates Lima. The president and former teacher of Biology is firm in commenting that if any member of the school does not follow this philosophy, they should be removed from the team, as it has happened in Gabriela’s case. The Secretary of State for Education (Secretaria de Estado da Educação - SEED) was contacted by this newspaper and asked to comment on the alleged departure of Professor Gabriela, as well as on the project “School without a Party”, but, through her press office, she informed that she would not manifest on any of the subjects.
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Economia
Idosos encontram dificuldade na hora do consumo Três em cada 10 idosos sentem falta de produtos segmentados para as suas necessidades, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Maria Alberti 3º período
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o chegarem à terceira idade, muitas pessoas se deparam com um problema: um mercado sem produtos que atendam as suas necessidades e vontades. O levantamento realizado em 2016 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), disponibilizado no próprio site da CNDL, apontam que 34% dos idosos afirmam que sentem falta de produtos como roupas e aparelhos eletrônicos para sua faixa etária. Outra dificuldade apontada pela pesquisa é de que 48% dos entrevistados afirmam que os rótulos em embalagens de produtos deveriam ser maiores para facilitar a leitura. Assim como as sinalizações em mercados, como em placa de promoções
e/ou preços, apontado por 39% das pessoas com mais de 50 anos. Para Antônio Mhata, 66 anos, chega a ser falta de respeito mercados e outros comércios não pensarem nas dificuldades de idosos. “Diversas vezes deixei de entrar e comprar em estabelecimentos, porque fiquei bravo com o desrespeito. Quase sempre não consigo ler as faixas do mercado, muito menos os rótulos dos produtos. Eles poderiam pensar mais em nós”. O mesmo pensamento é compartilhado por Vera Regina, 68 anos, que afirma passar dificuldades na hora de escolher seus produtos. “Minha visão já não é ótima como era aos 30 anos, e ainda por cima
eu sou celíaca (pessoa com intolerância ao glúten). Na hora de sair de casa já me preparo para não me estressar, pois eu sei que será difícil encontrar o que preciso. As letras são pequenas demais para mim”.
Segundo o economista, “os idosos tem um grande poder de consumo, além de estarem se tornando uma parcela considerável da população, talvez a maior de todas daqui alguns anos”.
O economista Thiago Davino afirma que não considerar uma grande parcela da população é um erro por parte de qualquer dono de um negócio. Ainda mais se esse estabelecimento tiver a responsabilidade e vendar a todas as faixas etárias, como é o caso dos mercados. Ele aponta que segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) em menos de 25 anos a população idosa no Brasil irá dobrar, tornando-os consequentemente, um dos maiores públicos alvo.
Outro ponto abordado por Davino é de que a terceira idade é um consumidor fiel, afirmando que as primeiras empresas que focarem de fato nesse público terão o melhor retorno, sendo consequentemente as mais fortes e também mais duradouras.
Itália são os destinos mais procurados por pessoas dessa faixa etária para intercâmbio.
famílias para ter um contato mais próximo com a cultura local”, conta a presidente.
Ela afirma que esse tipo de programa pode ser oferecido para uma ampla faixa etária, e que para a terceira idade, além de cursos de idioma, existe uma procura por cursos combinados: idiomas mais programas culturais, cursos sobre vinhos, artes com visitas guiadas a museus, entre outras. Maura ressalta que essa é uma forma de turismo que traz maior valor agregado para quem participa.“Eles querem, além de aprender um novo idioma, conhecer uma nova cultura e alguns até preferem ficar em casas de
E é exatamente isso o que o aposentado Lauro Filho, 69 anos, planeja fazer. Ele conta que os intercâmbios que realizou foram responsáveis por suas maiores experiências e alegrias. “Tentei fazer intercâmbio quando ainda era jovem, mas por conta de tempo e dinheiro não consegui aproveitar muito. Agora que tenho os dois, sei que posso fazer tranquilamente.” Inclusive, o aposentado aponta que já está escolhendo o seu próximo destino para o intercâmbio.
O Comunicare entrou em contato com a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) para obter uma declaração a respeito do assunto, mas até o fechamento dessa edição não obteve resposta.
Cresce número de pessoas maduras interessadas em intercâmbio
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índice de idosos que realizaram intercâmbio aumentou de 2,4% em 2012 para 7,7% em 2016, segundo a Pesquisa Selo Belta 2016. A Associação Brasileira Especializada em Educação Internacional (Belta) tem como objetivo ampliar o mercado de educação internacional no país, sendo as agências Selo Belta empresas com selo de qualidade (representam 75% do mercado nacional). Um dos fatores que têm influenciado o crescimento de intercâmbios realizados por pessoas com mais de 50 anos é o aumento da expectativa de vida da população brasileira. O crescimento representa
mais de 5% em relação a 2003. Sendo 75,5 anos a média em 2016 segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - contra 71,3 anos divulgados em 2003. Outro motivo que contribui para o crescimento da procura é a flexibilidade dos cronogramas. As programações são definidas de acordo com cada intercâmbista. Sendo possível fazer os cursos no período da manhã, tendo a tarde para fazer atividades culturais e turísticas pela cidade. A presidente da Belta, Maura Leão, conta que a Argentina, Canadá, Estados Unidos, França, Malta, Inglaterra e
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Política
Todos os assentos têm preferência Projeto de lei envolvendo transporte público causa discordância entre passageiros
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projeto de lei que converte todos os assentos dos ônibus de Curitiba em preferenciais está provocando opiniões divergentes nos curitibanos.
Já para o gestor de tecnologia de transporte da Urbanização de Curitiba (URBS) Elcio Luiz Karas este projeto vai gerar um custo que acaba onerando o valor das tarifas.
Bruna Kopeski 3º período
A proposta idealizada pelo vereador Helio Wirbiski (PPS) foi aprovada em todas as comissões da Câmara Municipal de Curitiba no início de abril e será discutida no plenário, no segundo semestre deste ano, em dois turnos de votações.
“Para fazer a implantação desta proposta, a gente (URBS) teria que investir alguns milhões de reais e quem vai acabar arcando com esse custo serão os usuários do sistema de transporte de Curitiba.
Caso aprovado, o projeto seguira para a sanção do Prefeito de Curitiba Rafael Greca para entrar em vigor. A proposta já causa discordância entre os moradores da capital paranaense que indagam se é realmente necessário a implementação deste projeto. De acordo com a Lei Federal nº 10.741/2003, artigo 39, apenas 10% dos bancos dos transportes públicos devem ser prioritários. A proposta atual visa destinar todos os assentos, preferencialmente, para gestantes, idosos, obesos, pessoas com deficiências e ou com crianças de colo. Segundo Wirbiski, o objetivo deste projeto é chamar atenção dos curitibanos para que exista novamente a gentileza e a solidariedade com o próximo. O vereador afirma que os bancos não serão demarcados e por ser um projeto didático educativo haverá incrimentos de cartilhas educativas para que as pessoas entendam melhor essa lei.
Nós já trabalhamos com uma solução para conscientizar os curitibanos; operamos com 20% dos bancos sendo prioritários, 10% a mais do que o necessário por lei”, finaliza Karas. O presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADF), Clodoaldo Zafatoski, ressalta que o projeto de lei é essencial para conscientizar os moradores da capital paranaense, porém ele afirma que todos os assentos de ônibus deveriam ser preferenciais, sem necessidade de obrigatoriedade. “Ceder o lugar para alguém que precisa, não deveria ser por obrigação, mas sim por gentileza e educação. É necessário que todos se coloquem no lugar do outro, se solidarizem”, finaliza o presidente. Em enquete realizada pelo Comunicare com 119 moradores de Curitiba, 57,1% dos entrevistados não concordam com o projeto de lei.
Bruna Kopeski
Projeto elevará o número de bancos preferenciais nos ônibus de Curitiba
Semana de Exposição do Idoso em Curitiba
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m novo projeto de lei propõe a Semana de Exposição do Idoso em Curitiba. Criada pela vereadora Maria Letícia Fagundes (PV), a proposta tem o objetivo de informar e conscientizar toda população curitibana para as necessidades dos Idosos. O projeto segue em tramitação nas Comissões Permanentes da Câmara Municipal de Curitiba e se aprovado segue para votação no plenário.De acordo com a vereadora Maria Letícia, toda sociedade deve estar preparada para cuidar dos idosos, pois, “respeitar as pessoas idosas é tratar o próprio futuro com respeito, pois um dia, seremos todos idosos”.
Para a aposentada Hondina Tulio este projeto de lei vai contribuir na concepção dos curitibanos em respeitar as pessoas idosas, além de ajudar a tratar o próprio futuro com respeito. “Eu não digo que os direitos dos idosos são desvalorizados aqui em Curitiba, pois não é, mas eu afirmo que poderia ter sim enaltecimento com os nossos direitos. Tem coisa que nem eu conheço”, finaliza a aposentada. Caso a lei entre em vigor, a Exposição da Semana do Idoso será realizada no início de outubro, juntamente com o Dia Nacional do Idoso, de acordo com a lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006.
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Inovação
Como calcular o algoritmo da vida? Robô desenvolvido em Curitiba promete salvar pessoas em todo o Brasil Talita Souza 3 º período
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édicos e enfermeiros paranaenses se beneficiam com a criação de um robô desenvolvido em Curitiba que amplia a capacidade de percepção de infecções generalizadas. O Robô Laura foi elaborado por nove programadores curitibanos e, neste ano, a tecnologia amplia sua atuação para mais de seis entidades filantrópicas na cidade. A ideia veio em 2010, depois que a filha do analista Jacson Fressatto, Laura, morreu com 18 dias de vida após desenvolver sepse, um conjunto de manifestações no organismo por conta de uma infecção. Foram nove meses de trabalho para chegar ao primeiro protótipo. O robô foi “ensinado” a assimilar sintomas dessa doença e assim emitir alertas para que possíveis vítimas sejam tratadas antes que ela se manifeste. Além da experiência vivida por Fressatto, um dos motivos pela escolha do combate à sepse foi o desenvolvimento rápido e silencioso da síndrome que é responsá-
vel pela morte de duas pessoas por minuto no mundo. Depois de adquirida o risco de morte aumenta em 7% a cada hora. Marcelino Costa, diretor executivo da Laura Networks, explica que o programa potencializa a capacidade humana, gerenciando e assimilando uma grande quantidade de dados, transformados em informações. Ele deixa claro que o alvo são as pessoas responsáveis por direcionar qual tratamento deverá ser dado aos pacientes, quase “como um suporte à decisão”. O primeiro teste do Robô Laura aconteceu no Hospital Nossa Senhora das Graças, localizado nas Mercês. Lá, Laura ficou instalada por três meses, analisando registros já feitos, e outros dois, sendo regulada por profissionais do setor de infecção hospitalar. De setembro a dezembro do ano passado, passou a operar no dia a dia do centro de saúde. Após esse período, um estudo de impacto divulgado pelo Nossa Senhora das Graças compro-
vou a eficiência na prevenção da sepse. A percepção geral da enfermidade reduziu 17% em todo o hospital. Já os índices da doença diminuíram 13% e os de morte, 7%. O tempo de diagnóstico passou de quatro horas para 40 minutos. Ainda de acordo com Costa, a principal dificuldade enfrentada para a ampliação do projeto é “levantar capital na mesma velocidade com que o investimento em conhecimento precisa vir. Esse é o desafio que toda empresa tem, e nós não somos a única”, especialmente como pioneiros no campo da inovação em medicina. O engenheiro biomédico João Antonio Palma Setti acredita que os maiores obstáculos para desenvolvimento desse tipo de ciência no Brasil são a limitação na infraestrutura de internet e o custo elevado na importação de equipamentos e insumos, o que encarece os procedimentos. No entanto, ele acredita que “a tendência é que esses custos caiam e que a infraestrutura se torne cada vez mais compatível com Talita Souza
Divulgação do Robô Laura busca atrair investimentos para ampliar área de atuação
o que se encontra no mundo ao passar do tempo”. Setti fala que “hoje, especialmente nos Estados Unidos e Europa engenheiros biomédicos são extremamente requisitados e têm uma inserção muito grande no mercado”. O professor afirma que inovações médicas acontecem essencialmente em diagnósticos por imagens (como ultrassom, raio-x e ressonância). Outra área beneficiada é aquela em se precisa de exatidão, na qual os robôs cirurgiões se encaixam, por exemplo.
Sonho de Laura Salvar 12 mil vidas por ano no Brasil. Essa é a proposta do projeto Sonho de Laura, através da doação do #robolaura para hospitais filantrópicos de todo o país. No Paraná, um acordo com a Federação das Santas Casas de Misericórdia e hospitais beneficentes do Estado do Paraná (Femipa) já permitiu que Laura fosse instalada em seis hospitais de Curitiba. Para que a meta seja alcançada, fundos para cobrir custos das instalações são arrecadados. A proposta já conta com apoio de seis empresas e conta também com um crowdfunding aberto na internet. A implantação em hospitais filantrópicos sai por cerca de R$ 42 mil em cada um. A partir disso, até 2020 será possível uma redução de 50% para 5% nos índices de morte pela sepse, conforme mostra previsão da Laura Networks. No Brasil, 250 mil pessoas vítimas da síndrome morrem por ano.
Curitiba, 23 de Maio de 2017
Esportes
Ciclismo noturno atrai curitibanos Prefeitura de Curitiba apoia as atividade de ciclismo noturno Raphaella Povezan 3 º período
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Pedala Curitiba, antigamente conhecido como Bike Night, começou em 2000 com um grupo de amigos que durante a noite fazia percursos pela cidade. Em 2001, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) passou a apoiar esse programa, e o batizaram de Bike Night. Em 2008, a SMELJ assumiu o evento o qual ganhou o nome de Pedala Curitiba. O coordenador do Pedala Curitiba, Marcelo Miranda, acredita que o projeto proporciona uma melhor qualidade de vida, além de beneficiar a pessoa que quer andar de bicicleta pela cidade, fazendo com que a mesma se sinta mais segura para trafegar. Miranda também comenta que a escolha do horário veio devido ao menor movimento de carros durante a noite, assim possibilitando mais segurança aos ciclistas.
Um dos Pedalas Curitiba que ocorre toda semana é às segundas-feiras, em Santa Felicidade, e que começou porque o atual organizador, Paulo Boing, pedalava no bairro com seu filho. Ele juntou um grupo de pessoas que
se anda em grupo o motorista enxerga o comboio com maior facilidade. “É excelente começar a semana pedalando, encontrar os amigos, relaxar, e também faz bem para saúde”, conta Boing.
“ O mais importante é vontade de pedalar” também faziam a atividade e assim em 2011 o Pedala Santa Felicidade nasceu. “Precisa ter vontade de pedalar e claro os equipamentos como capacete, a bicicleta, mas o mais importante é a vontade de pedalar”. Segundo Boing, quem se junta ao grupo procura segurança para fazer a atividade, já que assaltos e acidentes são comuns quando se anda sozinho, e também quando
Muitas pessoas começam a andar de bicicleta pela necessidade de fazer alguma atividade física, esse é o caso de Roberto Moreira, que participa do Pedala Cajuru todas às quintas-feiras. Ele não se sentia à vontade correndo ou fazendo academia, mas gostava de andar de bicicleta. Moreira foi umas das pessoas que ajudou a dar início ao Pedala
O coordenador diz que várias pessoas que começam a frequentar o evento muitas vezes não têm condicionamento físico ideal para aguentar o trajeto, o qual varia de 15 a 17 quilômetros. “Pegamos vários casos de pessoas sem condição física e depois de participar toda semana do evento elas melhoram e aguentam o trajeto com maior facilidade”. Miranda também afirma que todos os eventos são acompanhados por pelo menos dois professores e de pelo menos um carro da Secretaria Municipal de Trânsito de Curitiba (Setran).
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Saída do Pedala Santa Felicidade, criado em 2011 com a ajuda de Paulo Boing
Cajuru e conta que depois que começou a pedalar sentiu sua imunidade aumentar e o nível de stress diminuir. Ele afirma que o grupo acabou virando uma grande família na qual todos se ajudam. “Parece que todos se conhecem desde crianças”. A cardiologista Carmen Silveira conta que a atividade física pode proporcionar uma melhor qualidade de vida para aquele que pratica. Carmen também aconselha que antes de começar a fazer algum esporte o atleta procure um profissional para fazer exames e garantir um melhor desempenho e evitar contusões e outros problemas como obesidade, hipertensão, diabetes ou doenças cardíacas. Ela também enfatiza a importância do incentivo a atividades físicas por políticas públicas. Guilherme Osinski
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Cultura
Noite de muita música Concurso Revele seu Talento incentiva e valoriza as vocações artísticas dos alunos da PUCPR Mariana Prince 3º período
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Maria Alberti
15ª edição do Revele seu Talento, concurso que visa destacar a produção musical de alunos e ex-alunos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), agitou o Teatro TUCA, na quinta-feira, dia 11 de maio. A primeira atração da noite foi um pocket show com a Banda mais bonita da cidade. O grupo se apresentou num palco montado entre os blocos amarelo e azul e, num “esquenta” para o Revele, cantou cinco músicas e falou sobre seu novo álbum, que será lançado nas redes sociais. A plateia também pôde participar, interagindo com a banda e fazendo perguntas durante o intervalo de cada melodia. O público lotou o teatro para assistir as apresentações dos 12 alunos e ex-alunos que participaram do evento. Para abrilhantar ainda mais a noite, a Orquestra da PUCPR acompanhou todos os concorrentes em suas apresentações individuais, antes da divulgação dos vencedores, e também tocou com a Banda mais bonita da cidade, que cantou sua música de maior sucesso “Oração” e entusiasmou a plateia.
12 alunos e ex-alunos mostraram seu talento no palco do TUCA A estudante de Arquitetura e Urbanismo Nathalia da Silva, 18 anos, conta que se surpreendeu ao assistir o Revele. “É a primeira vez que tenho a oportunidade de vir, e adorei o evento. Também gostei muito da participação da Banda mais bonita da cidade”. Nathalia também comentou que tentou participar do evento, mas não conseguiu se classificar. “Não foi dessa vez, mas ano que vem tentarei novamente me inscrever”.
Maria Alberti
O coordenador do Revele seu Talento, e professor de Arquitetura e Design, Péricles Varella Gomes, aponta que a habilidade para cantar ou tocar pode estar em qualquer lugar. Gomes conta que o objetivo do evento é justamente incentivar vocações artísticas e culturais, afirmando que é necessário “valorizar a capacidade dos alunos, independente de qual curso eles estejam”. O vencedor da categoria composição no Revele seu Talento XIV, Kauey Alves Atanascovick Uchoas da Silva, disse que a diversidade e qualidade
musical em diversos cursos acirraram a disputa este ano. Segundo ele, cada vez mais os alunos estão se interessando e participando do evento. Alves ainda deixou um recado para os alunos que desejam participar da competição, mas não têm coragem: “a arte é você querer mostrar, expressar o que pensa. Se você acha que sua música é valiosa, venha e mostre-a”. A noite se encerrou com grandes aplausos da plateia. Na saída, o público aproveitou para tirar fotos com os vencedores do concurso.
Vencedores Revele seu Talento XV
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Categoria interpretação: Naldimar Augusto Uzendovski. Categoria composição: José Renato Sales da Silva. Categoria Alumni: Wanessa Siewert (formada em psicologia). Júri popular: Giovanna Bertolini de Pinho.
Banda mais bonita da cidade fez pocket show exclusivo
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Cultura
Iniciativas de colégios promovem reflexão sobre arte Professores permitem a crianças e adolescentes aulas diferentes e uma iniciativa para o futuro
Bruno Talevi
Bruno Talevi 3º período
Exposição do Museu Alfredo Andersen retrata a fragilidade das crianças
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hábito de ir em museus não é comum ao brasileiro. Dados do site Livre. Jor apontam que no ano de 2015, os 64 museus públicos de Curitiba reconhecidos pelo Ministério da Cultura (Minc) receberam 422.142 visitas 80% dessas foram ao Museu Oscar Niemeyer (MON). Não se pode dizer que cada uma dessas visitações representa uma pessoa, mas a análise dos dados mostra que se fossem, dos residentes em Curitiba, um em cada quatro moradores teria visitado um museu administrado pelo governo. Os dados seriam ainda menores se a análise fosse por pessoa. As visitações de casas como a Alfredo Andersen (MAA), Arte Contemporânea (MAC) e Museu Paranaense (MP) somadas chegam a 18% das visitações que o MON recebeu no mesmo período.
Um exemplo disso é o Museu Alfredo Andersen, que fica próximo ao Shopping Mueller. Mesmo sendo uma casa central, com uma localização fácil de se encontrar na região, não possui uma visitação considerável. A grande maioria é justamente de escolas e faculdades. Segundo Cida Sala, professora dos cursos de arte oferecidos pelo museu, é importante que se aprenda a valorizar a arte além da pintura, além do que se vende. Ela comenta também que a escola tem um papel fundamental nisso, apresentando para o indivíduo não só o que tem em outros estados, países ou continentes, mas também no lugar onde se vive. “Os alunos que vêm nos visitar com a escola, por exemplo, retornam diversas vezes com os
pais, apresentando a eles essa cultura também. É, portanto, uma forma de valorizar e divulgar o espaço. É assim que se cresce o interesse, que se expande a cultura e o conhecimento”, completou. Em artigo publicado no portal Arte na Escola, Dora Dutra, mestre em educação e cultura, afirma ser indispensável que se pense e repasse para o ambiente das escolas os princípios e experiências educativas intrínsecas aos museus. “Algumas iniciativas de aproximação com o ambiente escolar como a criação de coleções culturalmente representativas, exposições itinerantes voltadas para o ensino e até a presença de artistas nesse ambiente envolvem a diversidade de línguas, técnicas, materiais e poéticas da arte, ampliando o conhecimento e a compreensão sobre o fenômeno artístico”. Ela completa afirmando que a relação entre ambos pode ser muito benéfica, favorecendo diálogos entre educação e arte e estreitando procedimentos originários das ações e funções educativas dos primeiros museus. Janine Cardoso, professora da rede pública e privada, vivencia diariamente as diferenças entre ambos. Para ela, a aliança entre as escolas e o ambiente histórico proporcionado pelo museu permite que se quebre algumas barreiras do que se pode aprender e se conheça outros contextos além do dia a dia comum de cada um. “A frequência a museus faz com que a criança aprenda desde conceitos artísticos em desenvolvimen-
to quanto ao comportamento social, uma vez que faz com que sejam proporcionadas oportunidades de saber que grande parte da população não tem”, afirmou. Outro ponto a ser levado em conta é a necessidade e tendência da quebra dos muros da escola, tornando a cidade inteira um campo para a absorção do conhecimento. É o que afirma Helenira Paulino, graduada em artes visuais. “Assim, o mundo todo se torna um campo para que o conhecimento aflore por meio do estímulo para que crianças e adolescentes frequentem espaços públicos e se apropriem das instituições urbanas como locais para reflexão, convivência social e entretenimento”. Portanto, a ida ao museu pode ser um complemento ao trabalho de sala, ampliando a compreensão sobre a arte e mostrando que as reproduções em livros e computadores não são o mesmo do que o material, a textura e a exposição. Aos estudantes, as iniciativas que unem escola e museus são positivas e têm surtido efeitos. Henrique Gonçalves é um deles, e acredita que instituições públicas e privadas de ensino deveriam colocar em prática políticas que ampliem os horizontes. “Um museu é de suma importância para que os alunos conheçam a história das pessoas e do lugar em seu redor. Mas sem estímulo ninguém vai a lugar nenhum”. Ele completa afirmando que o ensino não precisa ficar preso numa sala de aula, podendo diferenciar as formas de ver o mundo.
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Ensaio
Esta semana #OFocoéNelas Confira o ensaio fotográfico especial do Dia das mães Luís Gustavo Ribeiro 4º período
A melhor coisa que já aconteceu na minha vida foi você
Que você continue sendo essa mulher que tem o dom da conquista
Seu sorriso é meu combustível para continuar vivendo a vida
Para ela, o Amor é em dose dupla