Comunicare 303

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Transporte verde Novo aplicativo visa a locomoção individual sem agredir o meio ambiente

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Garantia de economia Brechós são opção viável para compras em tempos de crise

Inclusão de vulneráveis Programa promove a expansão da arte a pessoas sem acesso à cultura

Páginas 10 e 11

Páginas 14 e 15

Curitiba, 02 de Novembro de 2017 - Ano 20 - Número 303- Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Medo e insegurança! Fear and insecurity Transporte público da grande Curitiba sofre com rotina de crimes Curitiba hosts cosplays, pop culture and startups events Páginas 04 e 05


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Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Coluna

Rock in Rio: um festival não exclusivo do rock Thaís Mota 3º período

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uando se trata de um dos maiores festivais de música do mundo, a questão mais discutida entre os palpiteiros de plantão é: “mas é rock ou, não é? ”. O Rock in Rio recebe cerca de 100 mil pessoas em suas edições e conta com variados gostos e estilos musicais. Muitos fãs de rock se sentem chateados e até mesmo ofendidos pelo fato de o festival ser nomeado com o próprio gênero, mas receber nomes dos mais diferenciados estilos. Quem foi que disse que o Rock in Rio era um festival exclusivo para o rock n’ roll? Pior do que escalação para time de futebol, as opiniões sobre o tema mudam a cada minuto. A primeira edição do festival aconteceu em 1985 e foi criada por Roberto Medina. Logo de início, o line-up contou com bandas clássicas

Comunitiras

de rock como Queen, AC/DC, Iron Maiden, entre outros nomes. Estrelas como Gilberto Gil, Kid Abelha e Elba Ramalho também marcaram presença no evento. Ou seja, se sua primeira edição já não era 100% rock, o festival nunca foi marcado para ser uma exclusividade desse estilo, mas sim por um conjunto deles. Medina conta em entrevista para a Folha de São Paulo que, além de trazer grandes artistas ao evento, ele deseja que a cidade do rock em si seja surpreendente e traga cada vez mais experiência ao seu público. De acordo com ele, 55% das pessoas vão ao Rock in Rio por isso- pelo local espetacular, cheio de atrações-, e 45% vão pela banda. Aos olhos dos amantes da música, como eu, há espaço para todo mundo. Com Ivete Sangalo, Britney Spears ou

Metallica, a essência do espetáculo musical não se perde em momento algum. Chegar na cidade do rock e ter uma imensa diversidade de lugares para conhecer é muito, muito legal. Além disso, claro, apesar de ouvir outras bandas, por alguma em especial você está ali e é isso o que importa. São 10 dias de muita música, muitas bandas para escolher e não há motivos lógicos para reclamaçõezinhas e pitacos. O Rock in Rio é uma marca criada há muito tempo e conta com um grande reconhecimento e valorização pelo mundo inteiro. Além do Rio de Janeiro, as edições também estão presentes em Lisboa, Madrid e Las Vegas. Não serão críticas ou opiniões alheias que farão este grande evento trocar de nome, pelo contrário. Ele só tende a crescer, receber e encantar cada vez mais pessoas e suas diferentes personalidades.

Expediente Edição 303- 2017 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Bruno Talevi

Eliane C. Francisco Maffezzolli

4º Período

COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO

FUNDADOR DO JORNAL

Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR ES DE REDAÇÃO /JORNALISTA S RESPONSÁVEIS

Zanei Ramos Barcellos CHARGE Isabella Beatriz Fernandes 5º Período

FOTO DA CAPA Thiago Rasera 3º Período

Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818)

EDITORES

PAUTEIROS

Emilia Jurach

Damaris Pedro

Gabriel Dittert

Larissa Miglioli

Izabelly Lira

Paula Moran

Jéssica Nunes

Thaís Mota

Lamartine Lima

Thiago Rasera

Renan Pechebea

Renata Simão

3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período

3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período 3º Período


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Suplício dos condenados A realidade oculta de uma das mais tradicionais ruas da capital paranaense Natália Fillipin 7º período

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o céu a Lua Cheia, no chão o asfalto de uma rua curitibana. Era aquela a qual o GPS anunciou: “você chegou a seu destino”. Rua Cruz Machado, escrito na placa de metal pregada numa grade de esquina. O que não era estranho, já que havia passado por ali várias vezes, porém sempre com pressa. A rua é nomeada Cruz Machado em homenagem a Antônio Cândido da Cruz Machado, político defensor da emancipação política do Paraná no século XIX. Possui uma extensão de cerca de 600 metros, ligando importantes pontos da capital como a Rua Visconde de Nácar e a Praça Tiradentes. Eram 21 horas de um sábado, cedo para festas e tarde para uma menina estar sozinha em um local estranho. E, antes que eu tivesse alguma impressão do lugar, três carros do Batalhão de Operações Especiais me dão as “boas-vindas”. Uma muvuca, próxima a um bar pequeno e sombrio, faz com que agite as pessoas. Cerca de cinco rapazes correm, um saquinho cai. Era droga. Nessa hora fui embora, mas com um gosto de quero mais. Mais da rua, das pessoas, das luzes fracas e da cerveja espumada no copo na mão dos frequentadores. Uma semana depois volto à Cruz Machado. Desta vez era dia, o sol a pino e calor ardente. Um clima atípico para um inverno curitibano. De dia ficou mais claro para analisar as características, os postes, as floreiras sem flores e também uma fonte de azu-

lejos brancos e azuis, com a foto de Nhô Berlarmino e Nhá Gabriela. O lugar é chamado Fonte Mocinhas da Cidade, e trata-se de uma homenagem à dupla sertaneja autora da música As Mocinhas da Cidade. Ao lado da fonte, uma série de moradores de rua. A realidade é mais dura de ser vista do que a arte. A rua abriga a Casa Andrade Muricy, moradias antigas, muitos estacionamentos e pequenos comércios encolhidos por entre os prédios. O mais alto é o do Hotel Caravelle Palace, um dos mais antigos e tradicionais de Curitiba. Mais à frente, um pai brincava com seu filho com um balão. Um taxista lia um livro esperando a próxima corrida e um cachorro a lamber os pés de um catador de papel. Uma fantasia de capetinha, com direito a chifres e rabo peludo, me atraiu para entrar em uma loja de fantasias. A dona me olhou de cima a baixo. Talvez eu não fosse o que ela estava pensando. Ela possui o comércio na Cruz Machado há mais de 10 anos e já viu muita coisa. “O inferno de Curitiba é aqui. Pensa em todas as podridões e espera a madrugada chegar”. Uma rua entre tantas. Dentre todas, ela. A Cruz Machado e seus dois lados... Eu precisava voltar. E assim como a Cruz Machado tem sua dupla face, eu precisava ir de outro jeito. Não avesso a mim, mas avesso à realidade de lá.

Era madrugada. Calças largas, sapato fechado, cabelos divididos ao meio e presos, camisa fechada até o botão do colarinho. Já estaria imensamente o oposto do que veria lá, mas faltava uma coisa: a Bíblia. Naquele momento não era mais eu. Desta vez meu pai foi junto, afinal a moça recatada não estaria sozinha àquela hora da noite. Descemos do carro, as mãos suavam frio. Eu precisava me concentrar. Levantei a cabeça, segurei a bíblia e fui fazer minha via-sacra pelas boates, bares, prostitutas e travestis. Se eu estivesse nua, revestida de brilhos ou com uma melancia pendurada na cabeça, não chamaria tanta atenção. Todos, sem nenhuma exceção, me olharam. Gargalhadas debochadas. “O que será que essa aí fez?”, “Esse cara é o que cuida das noviças?”, “Que desperdício”, frases que foram trilha sonora para a caminhada mais pesada de todas.

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Literário

Quando a moeda tem dois lados, mas o lado ruim predomina, isso pesa, condena, destrói e mata. Isso é o inferno! A sequência da Rua Cruz Machado da na Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Luz de Curitiba. Coincidência ou não, chego em casa, fecho a porta e sinto que é o céu!

As prostitutas e travestis nem esperaram atravessar a rua para assobiarem para meu pai. Riam de mim como se eu fosse a maior aberração de todas. Eu abri a bíblia e foi como se tivesse apontado uma arma. Elas silenciaram e eu segui andando. À frente, o uso de drogas sem nenhuma cautela, jovens bem vestidos e fora de si. Eu precisei engolir o choro. Foi angustiante ver a degradação do ser humano. Enquanto tudo isso estava acontecendo, a uma quadra havia um carro da polícia parado na Praça Santos Dumont...

A religiosa no “inferninho” curitibano


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Cidades

Violência no transporte de Curitiba Thiago Rasera

Casos de assaltos, agressões e assassinatos assustam os profissionais do transporte coletivo

em sua jornada de trabalho. A cobradora de ônibus Luiza de Fátima Garcia Ruiz conta que apesar de nunca ter passado por uma situação de violência nos coletivos sente-se insegura. “Nas seis horas que eu trabalho, é sempre com medo. Eu escondo o dinheiro, deixo o mínimo possível no caixa e durante a noite eu fico ao lado do motorista cuidando para evitar assaltos”.

Thiago Rasera 3º período

Testes de câmeras de segurança nos ônibus começaram em setembro

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otoristas e cobradores de ônibus e de estações-tubo vêm enfrentando uma onda de violência nas linhas do transporte coletivo da cidade. No primeiro semestre de 2017, foram registradas 976 ocorrências em Curitiba, média de cinco por dia. Já na Região Metropolitana, os números em agosto foram

de trabalho. Segundo o motorista Jair Ataíde, a falta de equipamentos de segurança e os recentes casos de violência contra trabalhadores dos coletivos assustam e afetam os operadores das linhas que rodam por Curitiba. “Estão matando motoristas e cobradores. Precisamos de câmeras e mais segurança”. Ataíde diz que os profissionais convivem

Luiza afirma que os casos de violência podem fazê-la mudar de profissão. “O meu colega foi esfaqueado no mesmo dia que peguei ônibus com ele e isso me traz muito medo. Eu gosto do que faço, mas se continuar desse jeito terei que procurar outro emprego”. O estudante Vinicius Rocha, 20 anos, também foi uma vítima da falta de segurança no transporte coletivo de Curitiba. O jovem conta que foi assaltado em um ônibus da linha Pinheirinho/Rui Barbosa em plena luz do dia. “Eu e minha amiga estávamos

O diretor do Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) diz que a segurança nos coletivos hoje é precária e que o sindicato reivindica por mais segurança e instalação de câmeras em uma modalidade diferente do que é adotado pela URBS atualmente. “Enfrentamos situações precárias e uma tarifa superfaturada, estamos pedindo por mais segurança”. Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Paraná (PM) afirma que faz um trabalho nas proximidades das estações-tubos e linhas de ônibus em toda Curitiba para evitar crimes e delitos. A PM ressalta que o trabalho também é feito em parceria com a Guarda Municipal e que se for acionada ou flagrar algum delito, tomará as medidas necessárias para atender a ocorrência.

“Estão matando motoristas e cobradores. Precisamos de câmeras e mais segurança”

de 90 ocorrências, gerando uma média de três diárias, enquanto no início de 2016 era de 4,3 diariamente. Os dados são da Urbanização de Curitiba S/A (URBS). Profissionais do transporte coletivo estão convivendo com a insegurança em sua jornada

com o medo de assaltos e o risco de agressões nos ônibus. “Eu não sei o que pode acontecer no trabalho, a cada dia acontece uma coisa diferente e o pior é que não dá para saber se vai mudar ou não”. Os cobradores dos coletivos também se sentem inseguros

indo para o trabalho, quando de repente um homem que estava perto de nós se aproximou já mostrando a arma e exigindo os celulares e as carteiras. Desci na estação-tubo seguinte e fui registrar um boletim de ocorrência, mas de nada adiantou”.

Operadores pedem por segurança nos ônibus

No dia 5 de setembro, motoristas e cobradores iniciaram uma série de paralisações em protesto contra a falta de segurança que estão expostos no trabalho. A manifestação, que faz parte da campanha


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Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Cidades “Setembro de luto” do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), é a principal ação do sindicato para reivindicar câmeras nos coletivos. Segundo o diretor do sindicato, Ricardo Ribeiro, os protestos são para que os coletivos ofereçam mais segurança para os operadores e usuários. “Essas manifestações não são somente para os trabalhadores, são também para os usuários que sofrem constantemente com arrastões nos ônibus”. As paralisações ocorreram até o dia 20 de setembro. O diretor de transporte da URBS, Antônio Carlos Araújo, explica que o processo de

instalação de câmeras de segurança nos ônibus depende de uma série de testes e seria bancado pelos usuários com o dinheiro da tarifa. “Isso depende de testes de tecnologias disponíveis e, principalmente, de investimentos custeados com dinheiro de passagens, pois o sistema de transporte de Curitiba não conta com subsídios. No entanto, a URBS não descarta a implantação de câmeras nos ônibus nas próximas renovações de frota”. Existem hoje, cerca de 500 câmeras em terminais de ônibus e estações-tubo que monitoram em tempo real os locais. Essas câmeras são conectadas ao Centro de Controle e Operações da URBS.

Taxistas e ubers convivem com insegurança

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otoristas de uber e taxistas enfrentam situações de perigo em suas corridas diárias em Curitiba. Profissionais que trabalham no trânsito da cidade se dizem inseguros com relação às condições em que exercem suas profissões, principalmente durante a noite. Segundo um taxista que não quis se identificar, a insegurança vem fazendo parte do seu trabalho durante a noite. “As corridas noturnas são complicadas, principalmente de madrugada. Não sabemos como será na rua, podemos ser assaltados ou algo do tipo. Até os passageiros comentam que é difícil se sentirem seguros nas ruas da cidade”. Quem trabalha como uber também enfrenta essa rotina com o medo.

Segundo o motorista Carlos Eduardo Zuge, casos de violência contra alguns colegas de trabalho o fizeram se sentir inseguro com relação a sua profissão. “Já teve amigos meus de profissão que foram assaltados e até agredidos enquanto faziam corridas. Isso me faz pensar que em algum momento pode ocorrer comigo, é assustador”. De acordo com o diretor do Sindicato dos Taxistas do Estado do Paraná (Sinditaxi) Julcimar Zambom, a violência contra taxistas é algo recorrente na capital. Segundo Zambom, muitos taxistas acabam se omitindo em relação a casos de assaltos e agressões pelo fato de não haver uma ação efetiva da polícia. “Após alguns casos mais graves de violência nós nos reunimos

com toda a cúpula da polícia, desde a Civil, Militar, Corpo de Bombeiros e o secretário do Estado que representa toda a corporação, passamos todos os problemas para eles, mas infelizmente a solução ficou só nas palavras”. O diretor afirma que diariamente acontecem casos de violência contra taxistas e recomenda que os motoristas que forem assaltados ou agredidos efetuem o boletim de ocorrência. Por nota, assessoria de imprensa da Polícia Militar do Paraná (PM) afirma que o policiamento preventivo é feito diariamente para quem trabalha no trânsito da capital e quando há alguma ocorrência a PM presta atendimento assim que for acionada.

Thiago Rasera

Motoristas sentem insegurança em trabalhar durante a noite


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Cities

Violence in Curitiba’s transportation Thiago Rasera

Cases of robbery, assaults and murders scare collective transport professionals

Collectors also feel insecure in their workday. Bus collector Luiza de Fátima Garcia Ruiz says that although she has never been subjected to violence in the collectives, she feels insecure.

Thiago Rasera 3º período

“In the six hours I work, I’m always afraid. I hide the money, I leave the minimum possible for exchanges and during the night I stay next to the driver taking care to avoid robberies”. Luiza says that cases of violence can change her profession.

Translated by: Matheus Maurício Britto Ramos Christopher Thomas Freitas 6º período

Security camera tests on buses began in September

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us drivers and ticket reviser and tube station collectors have been facing a wave of violence in the city’s public transportation lines. In the first half of 2017, 976 occurrences were recorded in Curitiba, an average of five per day. In the Metropolitan Region, the numbers in August were

According to the driver Jair Ataíde, the lack of security equipment and recent cases of violence against public transport workers scare and affect the operators of the lines that run through Curitiba. “They’re killing drivers and collectors. We need cameras and more security.” Ataíde says that the professionals co-

The director of the Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) says that public transportation security today is precarious and that the union claims for more security and installation of cameras in a different modality from what is currently adopted by URBS . “We face precarious situations and an overpriced tariff, we are asking for more security”.

“My colleague was stabbed the same day I took the bus with him and it scares me. I like what I do, but if it continues like this, I’ll have to find another job”.

In a statement, the press office of the Military Police of Paraná (PM) states that it carries out a work near the tube stations and bus lines throughout Curitiba to avoid crimes.

The student Vinicius Rocha, 20, was also a victim of the lack of safety in the public transportation of Curitiba. The young man says he was robbed in a bus from the Pinheirinho / Rui Barbosa line in broad daylight.

The PM emphasizes that the work is also done in partnership with the Municipal Guard and that if it is triggered or catches any crime, it will take the necessary measures to attend to t he occurrence.

“They’re killing drivers and collectors. We need cameras and more security”

90 occurrences, generating an average of three daily rates, while in early 2016 it was 4.3 daily. The data are from the Urbanização de Curitiba S/A (URBS). Professionals of public transportation are living with insecurity in their workday.

exist with the fear of robbery and the risk of aggressions in the buses. “I do not know what can happen at work, every day something different happens and the worst thing is that you do not know if it will change or not.

“My friend and I were going to work, when suddenly a man who was near us approached showing a gun and demanding the cell phones and the wallets. I went down the next tube station and went to register an incident report, but it did not help”.

Operators call for bus safety On September 5, drivers and collectors began a series of strikes in protest of the lack of security they are exposed at work. The demonstration, part of the “September mourning” campaign of the


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Cities Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), is the main action of the union to claim cameras in the public transportation. According to the director of the union, Ricardo Ribeiro, the protests are so that the public transportation offer more security for the operators and users. “These demonstrations are not only for the workers, they are also for the users who constantly suffer with trawlers in the buses”. The strike occurred until September 20. URBS transport director Antônio Carlos Araújo explains that the process of installing

security cameras on buses depends on a series of tests and would be paid by users with the tariff money. “This depends on the tests of available technologies and, mainly, investments funded with money from tickets, since Curitiba’s transport system does not have subsidies. However, URBS does not rule out the deployment of cameras on the buses in the next fleet renewals”. There are now around 500 cameras in bus terminals and tube stations that monitor real-time locations. These cameras are connected to the URBS Control and Operations Center.

Taxi and Uber drivers live with a daily insecurity U

ber drivers and taxi drivers suffer with dangerous situations in their daily races in Curitiba. Professionals working in the city’s traffic say they are unsure of the conditions in which they work, especially at night. According to a taxi driver who did not want to identify himself, insecurity has been part of his work during night time. “The night races are complicated, especially at dawn. We do not know what it will be like on the street, we can be robbed or something like that. Even the passengers comment that it is difficult to feel safe on the streets of the city. “ Who works as an Uber also faces this routine with fear. According to the driver

Carlos Eduardo Zuge, cases of violence against some co-workers have made him feel insecure about his profession. “I’ve had friends of mine who were robbed and even beaten while racing. It makes me think that at some point it can happen to me, it’s scary. “ According to the director of the Union of Taxi Drivers of the State of Paraná (Sinditaxi), Julcimar Zambom, violence against taxi drivers is something recurrent in the capital. According to Zambom, many taxi drivers are not filling out a police report on robberies and assaults because there is no effective police action. “After some more serious cases of violence, we met with the entire police leadership,

Thiago Rasera

from the Civil, Military, Fire Department and Secretary of State representing the whole corporation, we passed all the problems to them, but unfortunately the solution was only kept in words “. The director affirms that there are daily cases of violence against taxi drivers and recommends that drivers who are robbed or assaulted fill out a police report. According to a press release from the Military Police of Paraná (PM), states that preventive policing is done daily for those who work in the capital’s traffic and when there is an occurrence the police provides care as soon as it is activated. Drivers feel insecurity when working at night


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Cidades

Serviços delivery utilizam bicicletas em Curitiba Empresários investem em bikes para entregas como uma alternativa sustentável e limpa Camila Dariva 3º período

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om o lançamento da UberEats, sistema de delivery de comida, em Curitiba, no dia 14 de setembro, a cidade ganha mais uma empresa que presta serviço de entrega com uso de bikes. Este meio de transporte alternativo é vantajoso em relação aos outros veículos porque permite agilidade no trânsito, uma vez que não gera congestionamento (um carro ocupa o lugar de 10 bicicletas, conforme demonstrado pelos designers da agência inglesa Cyclehoop), é sustentável por não emitir CO2, ao contrário dos transportes motorizados, e é economicamente mais viável que o uso de carros e motos. Segundo demonstram estudos da empresa especializada em consultoria, WTS Brasil, considerando depreciação do veículo, pneu, óleo, filtros, seguro, DPVAT, IPVA e combustível, o custo médio para percorrer 10 km de bicicleta é de R$ 0,52, enquanto a moto custa R$ 4,36 e com um carro popular R$ 5,98. O CEO da empresa EcoBike Courier, Victor Ferraz, que presta serviço no fornecimento de equipes de entrega por bicicletas, particular e para empresas, diz que este tipo de

Agilidade no trânsito faz da bicicleta uma ótima opção para quem prioriza rapidez na entrega de soluções logísticas. “Hoje por questões comerciais e pela crise, algumas escolhas, como relacionadas ao meio ambiente, têm se tornado secundárias para empresários e consumidores, e tem se olhado muito para preço, infelizmente”, admite ele. Segundo Ferraz, os principais segmentos que utilizam esse meio de entrega são bancos, cartórios, repartições públicas e restaurantes.

principalmente no centro, onde há muitos semáforos e radares. “Nós entregamos num raio de até três km, e a comida chega mais rápido e quente pelo simples fato de andarmos em qualquer lugar”. O diferencial para contratar uma empresa como a Eco Bike Courier, a Messenger Curitiba ou a semCO2, que prestam serviço de entrega e também fornecem equipes às empresas, ao invés de contratar

“A comida chega mais rápido

e quente pelo simples fato de andarmos em qualquer lugar” serviço se deve principalmente pela crise que o país vem enfrentando e a busca dos empresários por alternativas

Camila Dariva

Para o bike courier, como é conhecido o ciclista que faz entregas, Matheus Phellipe dos Santos, o sistema é funcional

um office-boy, se dá pelo fato da empresa possuir pré-requisitos de infraestrutura e conhecimento da cidade para

contratação, além de dispor de treinamento e padrão de uniformes, aparência e tratamento ao cliente. Santos conta que, para ser admitido, passou por um teste no qual um ciclista da empresa saiu duas vezes acompanhando suas entregas. O usuário de delivery de comida, Guilherme Sanches, aprovou o serviço diferenciado de entrega. “Me surpreendi no começo, mas com certeza acho que outros restaurantes deveriam adotar o método para distâncias menores, pois é funcional e ecologicamente correto”. Ele ainda conta que a entrega demorou menos do que quando chegava de moto, que acontece devido à distância., já que o serviço de bike courrieur somente é possível quando o endereço de entrega se encontra em um raio de cinco km do estabelecimento comercial.


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Aplicativo oferece locomoção sustentável em Curitiba Software disponibiliza serviços de transporte com 100% de neutralização da emissão de gases poluentes Thaís Mota 3º período

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ançado em agosto deste ano, o aplicativo EcoDrivers BR é a primeira cooperativa que apresenta serviço de locomoção sustentável na capital. Além de contar com a neutralização total da emissão dos gases poluentes, o programa é regulamentado pela Prefeitura de Curitiba. Desenvolvido pela empresa CooperECOdrivers, o aplicativo conta com 250 motoristas cadastrados e tem como objetivo fornecer a mobilidade urbana com sustentabilidade aos passageiros. De acordo com um dos coordenadores da empresa, Antonio Vieira, a ideia de criar o aplicativo surgiu da união de motoristas que visam a preocupação com o meio ambiente, a mobilidade e a sociedade como um todo. Segundo ele, o número de usuários do aplicativo ainda não pode ser divulgado, pois está em fase de inicialização. O processo da neutralização dos gases é assegurado pela empresa Naturalize Carbono através dos “créditos de carbono”: certificados que mostram que um projeto ambiental reduz efetivamente suas emissões ou captura os gases do efeito estufa (GEE). No cálculo dessas emissões foram utilizados elementos de conversão de “quilômetros rodados” para “litros de gasolina”, através do consumo médio de abastecimento. Com o combustível renovável, há a redução da emissão de gás carbônico (CO²) e assim, o ganho dos créditos. Segundo o engenheiro ambiental Alessando Bertolinoa a neutralização do carbono

Thaís Mota

pode ser feita através do plantio das árvores, que necessita de um amplo espaço. “Não são poucas árvores. Para neutralizar o carbono emitido por um carro à gasolina, que roda em torno de 30 km por dia com uma pessoa, ao final do ano serão necessárias plantar aproximadamente 15 árvores. Multiplique pelo número de motoristas das cidades, e imagina o tamanho da área necessária para plantar tudo isso”, explica Bertolino. Para o aumento do número de veículos nas vias, a solução apontada pelo engenheiro são as mais variadas: baratear a passagem do ônibus e tornar esse tipo de transporte mais seguro, diminuir impostos para a compra de bicicletas, assim como melhorar a segurança nas vias para que as pessoas possam caminhar e pedalar com mais frequência. Depois de trabalhar seis meses como motorista de Uber, Felipe Silveira decidiu mudar para a EcoDrivers. Ele diz que a preferência por uma empresa que ajuda o meio ambiente foi a decisão para a mudança. A estudante Mariana Lopes, 20 anos, baixou o aplicativo e fez sua primeira corrida e assegura que ficou muito satisfeita. “Além da qualidade do atendimento, eu estou colaborando para uma mudança ambiental.”, ela reflete. O aplicativo regularizado com a assinatura do prefeito Rafael Greca (PMN), no último mês de julho, está disponível para download no Google Play -plataforma Android- e em breve poderá ser acessado nos sistemas iOS.

Inovação

A ideia é contribuir não só para o deslocamento, mas ao meio ambiente

Linha Verde: um rombo que não acaba mais A

Linha Verde, criada com a intenção de substituir a BR-116 que divide a cidade de Curitiba, completa 10 anos de obra neste ano. Depois de todo esse tempo, existem partes das obras prontas que já precisam de reparos por mal planejamento urbano. Rosa Maria Oliveira, que trabalha em um colégio da região do Prado Velho, reclama do trânsito, que tanto atrapalha, presente na sua rotina. “Às sete horas da manhã aqui fica tudo parado; é quase impossível não chegar atrasada no trabalho. Por isso tenho que sair meia hora mais cedo todo dia”, desabafa a monitora infantil. Segundo o arquiteto e urbanista Robson Monteiro, o maior problema na demora da conclusão das obras é o mal planejamento da Prefeitura. “Em 2008, quando a Prefeitu-

ra apresentou as licitações, a Linha Verde foi dividida, fazendo com que várias empresas participassem das obras. Mas com a falta de interesse no potencial construtivo, a Prefeitura não arrecadou o dinheiro necessário”, relata o especialista em planejamento urbano. De acordo com Gisele Medeiros, arquiteta da Supervisão de Implantação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), a Linha Verde já custou cerca de R$ 1,6 bilhão. Segundo a arquiteta, o investimento necessário para a execução das obras não vem somente do potencial construtivo da região, e sim, do dinheiro público municipal . Gisele lembra que a operação urbana que arrecada o dinheiro do potencial construtivo arrecadou R$ 40 milhões.


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Economia

Oportunidade para encontrar bons negócios Brechós de artigos usados competem pela atenção dos consumidores Jéssica Zielinski Nunes 3º período

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omprar e trocar roupas novas e semi-novas é uma alternativa para pessoas que gostam de adquirir produtos por um preço mais acessível. Os estabelecimentos conhecidos por brechós, ainda contam com a possibilidade de reparos pontuais nos quais é possível recuperar roupas que não eram mais usadas. De acordo com a dona de brechó Andréia Nonato, a clientela é bastante variada, já que inclui pessoas de diversas faixas etárias. “Nesses 20 anos com a loja, percebi que sempre chega gente nova, mas meus clientes antigos continuam vindo”, comenta ela. Segundo a proprietária, as lojas de artigos usados possuem vantagens, pois fidelizam melhor o cliente e constroem uma relação mais próxima e pessoal.

reais com facilidade, hoje se conseguimos R$ 200,00 ou R$ 300,00 já é muito”. A vendedora Jéssica Rodrigues afirma que a maioria das pessoas que compram em brechós são mulheres, pois se trata de um público com mais experiência nesses estabelecimentos. Jéssica declara ainda que após começar a trabalhar em um brechó passou a frequentar esse tipo de loja, já que segundo a vendedora, é possível achar peças únicas e com um preço acessível. A dona de casa Joelma Macuco frequenta brechós há mais de três anos. A primeira compra foi realizada através um grupo no Facebook, em que as pessoas postavam os produtos para vender ou trocar.

“A economia chega a

50% se comparado a lojas de roupas novas” “Compensa comprar e trocar, pois é possível encontrar roupas boas e de ‘marcas’ mais acessíveis”. A dona de casa conta que a economia gerada através de compras e trocas de roupas chega a 50% se comparado ao valor que seria pago em roupas novas. A professora Julie Alves costuma realizar compras de roupas infantis semi-novas

há quatro anos, mas explica que nem tudo sai barato, e têm roupas que às vezes são etiquetadas de forma que compensa comprar uma nova. Julie conta que começou a frequentar brechós através de indicações de amigos e familiares, realizando sempre comparações de preços e garimpando entre outras lojas.

Larissa Aline Miglioli

Para a irmã de Andréia e proprietária de outro brechó, Adriana Nonato, tais empreendimentos ainda enfrentam preconceito por uma parcela da população, e enfatiza que essa resistência à compra é maior nas classes com menor poder econômico. “A classe mais pobre prefere comprar coisas caras e se endividar por puro preconceito”, declara. Adriana destaca ainda que a crise econômica do país tem afetado negativamente o movimento da loja. “No dia a gente costumava vender mil

A compra e troca de roupas em brechós: prática comum entre os consumidores que buscam economia e diversidade


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Economia Larissa Aline Miglioli

Brechós online mais buscados Enjoei: famoso site e aplicativo no qual é possível encontrar roupas e artigos usados. A plataforma funciona como ponto de encontro para pessoas que desejam vender suas próprias peças, bastando apenas se cadastrar para

ingressar nessa popular rede. Peguei Bode: site de e-commerce especializado em artigos de luxo. Aqui é possível encontrar marcas de grife como: Louis Vuitton, Chanel e Dior. Através da interface minimalista pode-se pesquisar pelo tipo de acessório desejado

ou mesmo pela marca pretendida. Recicla Luxo: opção para produtos de luxo de segunda mão, o Recicla Luxo possui em sua proposta um diferen-

Artigos femininos e infantis são os mais procurados Para o economista Thiago Davino, os brechós são atrativos para o consumidor, mesmo em épocas de crise. Segundo ele, as lojas de artigos usados

sempre seduzem o cliente por ser uma opção viável economicamente. De acordo com o especialista, esses estabelecimentos também possuem

cial: todo seu lucro é revertido de forma integral para

vantagens no mercado por apostar em um tipo de consumo mais consciente e assim ganham adesão do público.

instituições de caridade. Isso é possível, pois todos os produtos disponíveis para venda no site são doações dos últimos donos.

Artistas obtêm sua renda mensal através da venda de suas obras recicláveis Lojas de artigos usados competem pela atenção dos consumidores Jéssica Zielinski Nunes

A

partir da arte realizada com materiais recicláveis, artistas curitibanos ganham a vida produzindo verdadeiras peças com matéria-prima do lixo. Metais, garrafas e diversos materiais são transformados em produtos para serem comercializados. Através da reciclagem, os produtos são modificados e atraem os olhares dos entusiastas; a transformação é tamanha que muitas vezes em nada lembra o material original. Marcelo Pszybylski é um escultor de metal há mais de

10 anos, desenvolvendo aos poucos sua técnica de derretimento e modelamento de peças. “Se você faz o que você gosta, se sente muito realiza-

Centro Histórico de Curitiba, no Largo da Ordem. “Apesar de ter gastos, nós temos que manter nossas contas em dia”.

do, eu amo o que eu faço”. O artista obtém sua renda familiar através de vendas pela internet e com a barraca no

O professor e artista plástico Joba Tridente conta que a arte sustentável é feita dos mais diversos materiais como

madeira, garrafa pet, caixa de leite, cartão telefônico, entre outros. Tridente diz ainda que há muito potencial criativo a ser explorado com o artesa-

“Há muito potencial criativo a ser explorado com o artesanato”

nato reciclável. Segundo o artista, apenas cerca de 10% das exposições de artesanato são realizadas exclusivamente

para produtos sustentáveis e ele procura fazer “peças diferenciadas” ganhando assim maior atenção do público. Cliente de Tridente, o jornalista e professor José Carlos Fernandes conhece o trabalho do artista plástico há anos. “Joba está na categoria dos artistas radicais, no sentido de que ele não deixa de fazer arte, ele nao aceitou fazer outra coisa e isso me impressiona muito”. Fernandes finaliza dizendo que aprecia o caráter lúdico e simples das obras do artesão.


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Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Esportes

Estudantes de todo o país competem em Curitiba Com 5125 participantes, os Jogos Escolares da Juventude quebraram recorde de participações Renata Sim’ão 8º período

N

o dia 12 de setembro, atletas juvenis do Brasil inteiro desembarcaram em Curitiba para os Jogos Escolares da Juventude. O evento, que aconteceu entre os dias 12 e 21 de setembro, organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), teve número recorde de inscritos, com a participação de 5.125 alunos-atletas de 12 a 14 anos. Disputas de 13 modalidades aconteceram na capital paranaense: atletismo; badminton; basquete; ciclismo; futsal; ginástica rítmica; handebol; judô; luta olímpica; natação; tênis de mesa; vôlei e xadrez. Para o diretor-geral dos Jogos Escolares da Juventude e gerente-geral de juventude do COB, Edgar Hubner, a adesão ao evento por parte dos estudantes foi excelente: “ficamos muito felizes, os números dos

Jogos Escolares da Juventude neste ano foram recorde e grandiosos. Tivemos representantes de 1.400 escolas e quase 475 cidades brasileiras”, completou Hubner. Além das competições, os alunos tiveram em Curitiba uma série de eventos paralelos. A programação socioeducativa e cultural também abrangeu diversas atividades extras para envolver alunos das escolas curitibanas, com a intenção de aproximar os jovens dos valores olímpicos. “Buscamos durante este noves dias de jogos inspirar os novos talentos esportivos nacionais. A revelação destes jovens para o esporte é importante, mas nunca deixamos de pensar na inclusão social e na transformação do país através destes alunos”, comentou o diretor-geral dos jogos.

No centro de convivência, localizado no ginásio do Tarumã, os jovens também contaram como uma escala recreativa especial. O espaço foi montado com lan houses, biblioteca, exposição de medalhas, troféus, tocha olímpica e atrações interativas. Todos os anos os jogos revelam novos talentos. Em Curitiba, foram batidos 16 recordes de campeonato, incluindo um nacional. Segundo os organizadores do evento, da delegação do time Brasil nas Olímpiadas do Rio 2016, por exemplo, um total de 52 atletas já haviam participado dos Jogos Escolares da Juventude, entre eles nomes como Mayra Aguiar e Sarah Menezes, ambas do judô.

“Todos os anos os jogos

revelam novos talentos”

Estudantes na competição de atletismo nos Jogos Escolares da Juventude

Renata Simão

Lei de Incentivo

E

m Curitiba, a Lei de Incentivo ao Esporte beneficia atletas, paratletas, profissionais em educação física e entidades esportivas sem fins lucrativos com residência física comprovada na cidade. Os recursos são destinados a despesas com competições, viagens, alimentação, hospedagem e material esportivo. Isabela Melo, exemplo de jovem curitibana que foi campeã de sua categoria (salto em altura e lançamento de dardo, respectivamente) nos Jogos Escolares do Paraná, participou dos Jogos da Juventude pela primeira vez. “É muito bom ter alguém nos ajudando a praticar o esporte, por isso o incentivo que recebemos na escola e o reconhecimento que temos nos Jogos é muito importante. O esporte nos ajuda a nos ocuparmos com algo que pode trazer muitas vitórias para o nosso futuro”. O três vezes medalhista olímpico de vôlei de praia (ouro em Atenas 2004, prata em Londres 2012 e bronze em Pequim 2008), Emanuel Rego, contou em seu discurso que o seu início foi semelhante ao daqueles jovens alunos. “Comecei na escola, mas na minha época a disputa se dava entre seleções estaduais. Acredito que a cada ano os Jogos ganham mais força e servem como incentivo para inúmeros jovens atletas brasileiros”, disse o atleta.


Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Alemanha no 8 ou 80 Eleições no país europeu colocaram lado a lado partidos favoráveis à política de imigração, junto com grupos contrários à presença de refugiados Caroline Deina 6º período

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o último 24 de setembro, as eleições federativas da Alemanha foram destaque no país e também chamaram a atenção do mundo inteiro. Assim como já revelavam as pesquisas eleitorais, o partido político CDU/CSU ficou na frente, garantindo o quarto mandato da chanceler Angela Merkel. A surpresa, porém, ficou por conta da quantidade de votos recebidos, equivalente a 33% dos eleitores, bem abaixo da média conquistada nas eleições anteriores. Desde 2005, quando foi a primeira mulher eleita pelo Parlamento alemão, e assumiu o cargo mais importante do país, a chanceler ficou marcada por alavancar a economia local, reduzir a taxa de desemprego e também por abrir a fronteira aos refugiados, política da qual provocou polêmica entre setores da sociedade alemã e resultou na queda de popularidade da chanceler. É o que afirma a professora doutora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, Adriana Martins. “Creio que os resultados menos favoráveis se devem à posição assumida por Merkel no acolhimento de um milhão de refugiados”, afirma. Outro destaque dentro das eleições federativas alemãs foi o espaço conquistado pelo partido político AfD. Com 12% dos votos, será a primeira vez que o grupo fará parte do legislativo alemão, com uma posição crítica em relação à União Europeia e ao euro, a favor da criação de uma moeda alemã. Porém, é o posicionamento sociológico que chama mais a atenção. Visto como conservador e de extrema direita, o AfD possui ideologias contrárias à

Internacional

Caroline Deina

abertura das fronteiras para os refugiados, ao asilo político e à cidadania para os filhos de estrangeiros. Para a estudante alemã Katharine Düring, apesar da quantidade de votos recebidos pelo AfD ainda não ser o suficiente para que o partido tome a frente do país, o resultado das eleições mostra uma parcela xenofóbica da população, semelhante à época da Segunda Guerra Mundial. “O que os nazistas mais pregavam era o poder dos arianos e a fraqueza dos outros países. É isso que eu vejo agora, com um partido que coloca a Alemanha acima de tudo e de todos e me assusta ver que alguns alemães concordam com isso, mesmo conhecendo tão bem a nossa história”, destaca. Na opinião da professora Adriana, os resultados do AfD são muito preocupantes, não só para a Alemanha, mas para a Europa como um todo. “Parece inconcebível que um país com a história recente da Alemanha consiga ter, através de eleições, representantes de um partido desses no parlamento”, relata. Para a professora, é fundamental que se fale sobre esse tema, para recordar os efeitos dos regimes autoritários na opressão, na repressão política, na privação material, nos preconceitos e nos estereótipos. “Nunca foi tão necessário avivar a memória, sobretudo daqueles que já nasceram no seio de regimes democráticos”, afirma. Além do AfD e do CDU/CSU, os partidos políticos SPD, FDP, Linke e GRU também conquistaram mais de 5% dos votos dos alemães e irão compor o parlamento da Alemanha pelos próximos quatro anos.

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Frankfurt, na Alemanha, vem recebendo muitos refugiados e imigrantes

Como funcionam as eleições na Alemanha? Diferente do Brasil, que é uma república federativa presidencialista, o sistema político atualmente em vigor na Alemanha se trata de uma república federativa parlamentar. Sendo assim, as principais decisões do país são tomadas dentro do Parlamento, conhecido na Alemanha como Bundestag. O Bundestag é formado por vários partidos políticos e seus deputados, escolhidos por meio das eleições federativas, que na Alemanha possuem voto facultativo, ou seja, não obrigatório. A paramédica Valeria Wiechmann, que é brasileira naturalizada na Alemanha, participa de todas as eleições. “Meu marido prefere não votar, porque acredita que os políticos não estão muito longe da corrupção que se vê no Brasil. Mas eu acho que se eu não exercer meu direito ao voto, nunca haverá mudança”, relata. Para compor o Bundestag, o eleitor alemão dispõe de dois votos: o direto (para escolher o candidato que deve repre-

sentar seu distrito dentro do Parlamento) e o em legenda (para escolher um partido político que deve ter mais força dentro do Parlamento). Apesar da grande variedade de partidos, apenas fazem parte do Bundestag aqueles que conquistam ao menos 5% dos votos dos alemães, e quanto maior for essa porcentagem, maior é o número de deputados que o partido terá dentro do Parlamento. O partido político que for mais votado é o que escolherá o/a chanceler. Chanceler é o nome dado ao cargo de chefe de governo na Alemanha, que exerce plenos poderes executivos e é responsável pelas principais decisões dentro do país. Apesar de não ser muito visível, a Alemanha também possui o cargo de presidente, mas que possui um papel muito menos expressivo do que no Brasil, por exemplo. No caso alemão, ele/ ela é chefe oficial de Estado, porém atua mais como figura simbólica do poder.


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Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Cultura

Voluntariado leva arte e cultura a pessoas vulneráveis Em Curitiba, artistas de diversas áreas proporcionam momentos de alegria para pessoas sem convívio social Fabiane Coelho 3º período

Fabiane Coelho

E

m agosto deste ano, foi instituído pelo governo federal, o Programa Nacional de Voluntariado. O objetivo é incentivar a participação dos brasileiros em atividades solidárias e transformadoras para o desenvolvimento social. O programa apresenta iniciativas culturais sem fins lucrativos como uma de suas propostas. Em Curitiba existe o Programa Rede Sol, mantido pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), que já trabalha com este tipo de atividade desde 1997. O projeto possibilita, por meio da cultura, a inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade na capital paranaense. O projeto conta com 64 artistas voluntários, que atuam em mais de 50 instituições, entre elas hospitais psiquiátricos, clínicas de recuperação, lares de idosos, orfanatos e escolas especiais. Segundo a coordenadora do projeto Rede Sol, Marilene Correia, o pontapé para iniciar o programa foi a vontade de levar arte e cultura para as pessoas que não podem ter acesso. Para que tenha vida, o projeto conta com ajuda voluntária de músicos, palhaços, contadores de histórias e mágica. O voluntariado, segundo Marilene, faz toda diferença. “Nós dependemos de artistas locais que pratiquem o trabalho voluntário”, afirma a coordenadora. Oswaldo Rios é um dos voluntários de música do programa Rede Sol. Ele optou por voluntariar-se, pois sentiu uma necessidade de fazer o bem da maneira que pode, para quem

Mágica é uma das atividades realizadas pelos artistas voluntários

“A maior doação é o contato ”

precisa. Rios destaca a necessidade da relação entre arte e voluntariado: “é fundamental para mudar o panorama diário das pessoas”.

O Rede Sol visita pessoas que não têm acesso à cultura por imposição financeira, levando a elas alegria e diversão. A coordenadora da Escola de Educação Especial Luan Muller, Dayse Ribeiro, afirma que as apresentações que o programa aplica na escola, localizada no Seminário, são diversificadas, atendendo a vários segmentos da cultura. Os espetáculos artísticos promovem uma melhora no estado clínico das crianças, de acordo com Dayse, tornando os alunos mais sociáveis. “A nossa maior doação é o contato com as nossas crianças”, afirma a coordenadora, ressaltando a importância do voluntariado.

Algumas das instituições atendidas pela Rede Sol

• • • • • • • • • •

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae); Central de Resgate Social; Centro Dia Recanto Tarumã; Escola de Educação Especial Luan Mueller; Escola Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Jr.; Hospital do Trabalhador; Hospital Pequeno Príncipe; Hospital Psiquiátrico Bom Retiro; Instituto de Recuperação Pedagógica; Projeto Vida Melhor (PROVIM).


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Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Culture

Cine Guarani terá sessões especiais para idosos N

este ano, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) iniciou um projeto voltado para o público idoso em parceria com a Universidade Estadual do Paraná (Unespar), o Programa Vivências e Convivências 60+. Realizada no Cine Guarani, localizado no Portão, a iniciativa promete engajar o público da terceira idade por meio do cinema. Segundo o coordenador de projetos especiais da FCC,

Luiz Cequinel, o programa para os idosos surgiu após um grupo procurar a Fundação para divulgar trabalhos com novos públicos, as crianças.

As apresentações dos filmes, apenas brasileiros, são feitas com a curadoria e mediação de alunos do curso de Cinema da Unespar.

Cequinel viu uma oportunidade de engajar os idosos, público não muito lembrado quando se trata de cultura e lazer, de acordo com ele.

De acordo com a coordenadora do curso, Solange Stecz, a parceria começou após a procura da FCC para montar um programa que envolvesse os alunos da faculdade e cinema.

“Já existiam alguns programas que eram direcionados para os idosos, porém nada que levasse conteúdo”.

A curadoria e os comentários das sessões são feitos por alunos do curso que querem fazer um projeto de extensão

dentro da faculdade, com certificação própria. As sessões do programa acontecem na primeira terça-feira

e no primeiro sábado do mês, às 13h30 e 14h, respectivamente. O Cine Guarani disponibiliza transporte para os idosos, e tem entrada gratuita.

“Já existiam programas para idosos, porém nada que levasse conteúdo” Paula Moran

Os filmes apresentados para os idosos são exclusivamente brasileiros

Programação do Cine Guarani 10 a 15 de outubro:

2 e 5 de dezembro:

Mostra Silvio Back - a partir das 17h, de terça a domingo.

Vou Rifar Meu Coração (2011), de Ana Rieper - terça-feira às

28 de outubro:

13h30 e sábado às 14h.

Cine Clube da Aliança Francesa - Carrosel da Esperança, 16h; Dia Internacional da Animação - 19h30.

Local: Cine Guarani (Portão Cultural) - Avenida República

4 e 7 de novembro:

Argentina, 3430 - Portão.

Gonzaga de Pai para Filho (2012), de Breno Silveira - terça-feira às 13h30 e sábado às 14h.

Horário de funcionamento: 10h às 20h - de terça a domingo. Informações: (41) 3345-4051.


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Curitiba, 02 de Novembro de 2017

Ensaio

Um olhar especial Em suas atividades físicas as pessoas especiais nos mostram alegria e inspiração Fernanda Xavier 2º Período

Luiza fazendo fisioterapia, utilizando o conceito Neuroevolutivo Bobath

André na posição ortostática com transferência de peso

Carol treinando habilidade motora na terapia ocupacional

Flávia animada com a canção que produziu durante a musicoterapia

Dudu interagindo com a câmera


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