Comunicare 330

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Economia

O aumento significativo no preço da carne faz população buscar outras alternativas de alimentação. Página 04

Cidades

Curitiba gerou mais empregos do que a maioria das cidades em 2021. Página 09

Cidades

Movimento estudantil enfraquece no Paraná e traz reflexões sobre a educação na pandemia. Página 11

Curitiba, 21 de junho de 2021 - Ano 25 - Número 330 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia Divulgação / Athletico

Homofobia no esporte Homophobia in sports Mesmo com o respeito sendo um dos principais fundamentos do esporte, o setor busca combater os atos de racismo, preconceito e homofobia por meio de emenda proposta em projeto de lei que foi aprovada. Penalidade inclui desde multas até proibição temporária de frequentar jogos de futebol.

Jogadores de futebol buscam o fim da discriminação por parte dos espectadores e lutam contra o preconceito

Esporte | pag.06

Confira também a matéria em espanhol! portalcomunicare.com.br

Banco de Imagens / Canva

Covid-19 em jovens P

or conta do relaxamento da quarentena entre jovens, o número de casos confirmados de coronavírus no Paraná cresceu significamente, chegando a ultrapassar a faixa de 200 mil contaminados pela doença. Esse grupo, o qual não tinha sido destaque em contaminações no ano passado, está se destacando com a quantidade de jovens que acabam tendo quadros moderados e até mesmo desenvolvendo casos graves da doença, ocupando uma quantidade maior de leitos de UTI disponíveis para tratamento da Covid-19.

Com as bandeiras intercalando entre laranja e vermelha, lockdown e abertura reduzida de comércios, Curitiba continua registrando o aumento de jovens que contraíram a doença, e mesmo sem possuir nenhuma comorbidade tiveram sintomas graves e más reações ao vírus. Por mais que haja alertas à população jovem e controle de horário em bares e restaurantes, cada dia mais se vê aglomerações em centros de alimentação e convívio social.

Cidades | pag.05

Jovens conversando sem máscara , possibilitando a contaminação pelo vírus.

Metas de governo

Com a vitória em primeiro turno de Rafael Greca (DEM), o prefeito de Curitiba se reelegeu para seu segundo mandato na capital paranaense. Entre suas principais metas de governo estão investimentos na

saúde, educação, infraestrutura e mobilidade, além de outros setores. População espera retorno dos objetivos propostostos para esse mandato. Política| pag.03


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Editorial

Entre pública e privada, fiquemos com a educação igualitária S

e a pandemia de Covid-19 aprofundou a desigualdade social em nosso país, o acesso à educação, tal qual o acesso à vida, foi posto em xeque. Em meio à formação curricular, os estudantes chegaram a uma bifurcação esburacada e mal sinalizada: um grupo, restrito e privilegiado, seguiu com aulas regulares e simultâneas, perseguido pela exaustão física e mental lançada de seus computadores; outro grupo, mais abrangente, foi coagido à via do “se vira” do Secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, e ficou na dependência de aulas gravadas, atividades impressas ou internet e equipamentos eletrônicos que pudessem aproximá-lo minimamente do primeiro grupo. Essa corrida desenfreada por um metro quadrado no mercado de trabalho pode ficar mais injusta com o retorno de aulas presenciais apenas para

o grupo mais restrito e privilegiado. Esse é o quadro presente em todo o Brasil e, de modo especial, no Paraná. Apesar de Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores da capital terem considerado a educação uma atividade essencial, em fevereiro deste ano, o ensino privado voltou para as salas de aula antes do público. No abre e fecha de escolas, com mais ou menos capacidade de alunos, as instituições privadas têm mais possibilidade de abertura por envolver um número menor de profissionais, segundo a Secretaria Estadual de Educação. O objetivo aqui não é discutir os protocolos de segurança, pois esse debate cabe ao meio científico. A questão que se coloca é a forma trágica como Ratinho Júnior, Rafael Greca e seus res-

Voz da comunidade M

A comunidade nunca foi chamada de forma justa para debater. A primeira reunião sobre o projeto foi feita no Tatuquara, a 5 km de distância da Caximba, em horário comercial. A impressão que fica é de que as autoridades estão tentando afastar a população das discussões.

Os invisibilizados nesse empreendimento são os que deveriam receber seus benefícios, o que não acontece. Essas famílias sofrem despejos criminosos desde 2017, como o ocorrido no dia 15/04. Veículos da Prefeitura de Curitiba derrubaram cerca de 11 casas com a Guarda Municipal, Grupo de Operações Especiais e Cohab, numa operação surpresa na Ocupação 29 de Outubro, sem apresentação de mandado.

Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE BELAS ARTES

A criminalização de movimentos populares não é novidade. Pessoas que não têm contato com a realidade da Caximba têm referência apenas do discurso vindo de autoridades e mídia. As mobilizações acabam associadas à marginalidade e ao conflito. Quando lutamos por processos justos de habitação, não queremos “casinha de graça”. As casas cedidas estão no programa de mensalidade social. A esperança é estimular os jovens a serem críticos, e os adultos a não terem medo de dizer suas palavras. A luta é legítima, para que todos vejam que o Bairro Novo só é perfeito no discurso. No cotidiano, representa medo.

Edição 330- 2021 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL Rodolfo Stancki (DRT-8007-PR) COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

Ângela Leitão

Rafael Andrade

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO

TRADUÇÃO

Suyanne Tolentino De Souza

Allanis Bahr Menuci (ESPANHOL)

Giovana Bordini (INGLÊS)

COORDENADORA EDITORIAL FOTO DA CAPA Divulgação Athletico Suyanne Tolentino De Souza

Entre a educação pública e a educação privada, fiquemos com a educação igualitária.

Isabella Cominese

oradores do Bairro Caximba, localizado no ponto mais ao sul de Curitiba, vêm resistindo em meio às faltas. A “cidade modelo” do prefeito Rafael Greca se orgulha em demonstrar seus feitos de urbanismo, mas parece se importar pouco com quem não vive nos centros. O projeto da Prefeitura, chamado Bairro Novo Caximba, é uma tentativa de empurrar o problema da desigualdade para debaixo do tapete. O plano seria resolver as inundações frequentes e a falta de saneamento básico. Porém, novamente, o prefeito vê somente aqueles que desenham o projeto, e não as pessoas que resistem no bairro.

REITOR

As aulas presenciais, que evidentemente permitem interações muito mais ricas entre educadores e educandos, não podem alargar o abismo educacional que separa ensino privado e público no país. Estudos como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) já apontam o problema brasileiro há tempos. As notas divulgadas pelo PISA em 2020, portanto ainda sem os danos da pandemia, mostram as escolas particulares 102 pontos na frente das escolas públicas. A boa intenção de oportunizar aulas presenciais para uma parcela dos alunos, no caso do Brasil, se transforma em gatilho para

mais desigualdade na formação, na profissão e, consequentemente, nas condições de vida.O interesse financeiro presente em escolas privadas faz o poder público salivar. A retomada das aulas particulares presenciais contribui também com a classe empresarial do ramo e satisfaz muitos pais indignados em pagar integralmente as mensalidades durante as aulas à distância. Porém, se o ensino privado voltar à presencialidade, o público também deve voltar. As condições materiais, a vacina para os professores e a segurança para as famílias são responsabilidades dos governantes. E essas garantias devem se estender a todos.

Comunitiras

Mutirão do Bem Viver, @NovoCaximbaVelhaPolítica

Expediente

pectivos governos têm encarado o aprendizado dos estudantes paranaenses. Escondidos atrás de seus protocolos, encontram pretexto para que apenas as redes particulares voltem.

Reportagens Allanis Bahr Menuci Arthur Henrique de Lima Santos Eduardo Veiga Nogueira Georgia Giacomazzi Barbosa Lima

Diagramação Allanis Bahr Menuci Eduardo Veiga Nogueira Georgia Giacomazzi Barbosa Lima Giulia Militello Dias dos Santos Milena de Fatima Chezanoski

Giulia Militello Dias dos Santos Isabella Cominese Isadora Borsoi Martelli Juliane Cappareli Letícia Fortes Molina Morelli Livia Berbel

Maria Eduarda Cassins dos Santos Maria Eduarda Souza Pereira Mariana Toneti dos Santos Milena de Fatima Chezanoski Vanessa Caroline Guimarães


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Política

O que os curitibanos podem esperar do 2º mandato de Rafael Greca População pode acompanhar execução do plano de metas estabelecidas pela prefeitura e aguardar mudanças principalmente no setor da saúde e mobilidade Allanis Bahr Menuci 3º Período

N

o primeiro trimestre de 2021 do segundo mandato de Rafael Greca e com a continuação da pandemia, a população espera uma melhora nos setores da cidade. Seja por meio de aumento de frotas de ônibus, como também na agilidade nas filas de unidades públicas de saúde - uma meta do seu 1o mandato que não foi cumprida - os curitibanos desejam que setores essenciais como educação sejam colocados em prioridade o quanto antes. Em novembro de 2020, a prefeitura liberou o plano de metas do mandato de Greca, que vai até 2024. Nele, a saúde e a infraestrutura da cidade entram como principais setores que propõem melhorias. Anualmente, o governo estima um valor da receita municipal a ser investido dividido entre as áreas que atendem a população. Para 2021, a Prefeitura de Curitiba prevê disponibilizar 74,2% do orçamento anual para a área da saúde, mais especificamente para o fundo municipal de saúde, conforme dados do ciclo orçamentário. Em seguida, com 20,73% do dinheiro será destinado para o fundo de Urbanização da Cidade e, em último, menos de 0,001% do fundo orçamentário foi separado para o fundo Municipal de Trabalho, mesmo com apenas 53,7% da população curitibana empregada. Segundo o prefeito Rafael Greca (DEM), a saúde terá maior visibilidade na cidade em termos de melhorias. De acordo com o plano de governo 2021-2024, haverá uma modernização do sistema de saúde de Curitiba, que passará a contar mais com teleatendimentos e inteligência artificial como aplicativos para auxiliar a população. Além disso, o plano consta o aplicativo “Saúde Já”, para controle pessoal de dados no SUS e para informações de saúde - o qual está já em uso no sistema de vacinação da cidade contra a Covid-19. Ainda, a Secretaria de Saúde busca implementar consultas online, visando conseguir atender mais pacientes. Ao se tratar de educação - área que foi muito afetada pela chegada da pandemia com um

número grande de estudantes migrando para a rede pública - Curitiba planeja produzir materiais pedagógicos de auxílio, disponibilizar cursos profissionalizantes na modalidade EAD (ensino à distância) e tem como meta adicionar a disciplina de Economia doméstica na grade curricular dos alunos de 6o. até

patrimônios históricos de Curitiba e do Programa de Prevenção à Criminalidade e a Violência. Outras áreas como meio ambiente também foram citadas no plano de governo do mandato de Greca, implementando um museu de história natural em Curitiba, aumento do plantio de Allanis Bahr Menuci

Fachada da Prefeitura de Curitiba, bairro Centro Cívico. 9o. ano do ensino fundamental e aumentar o número de vagas em CMEIs e colégios municipais. Apenas no ano passado, aproximadamente 4.000 alunos da rede particular de ensino migraram para escolas públicas em Curitiba. Além disso, a educação continua sendo uma das áreas mais afetadas pela pandemia pela dificuldade de acesso à internet e aulas EAD. Já puxando para o setor da cidade, o plano de metas proposto pelo prefeito Rafael Greca e seu mandato exibem uma mudança na mobilidade urbana da cidade. Além do Sistema Integrado de Mobilidade Metropolitana, o documento relata sobre o aumento do número de frotas de ônibus coletivo circulando em Curitiba, uma nova distribuição de semáforos para pedestres e renovação de sinalizações de trânsito na cidade. Não menos importante, o governo planeja obras rodoviárias, como concluir a obra na Linha Verde. Nos espaços públicos, o plano sugere a implementação de rede wi-fi. Nos objetivos, também estão um restaurante popular sustentável do Tatuquara, a continuação da restauração dos

Como fiscalizar o cumprimento das metas? De acordo com o Ministério Público do Paraná, qualquer cidadão pode ajudar no controle e fiscalização da gestão pública municipal. Por meio dos portais da transparência, qualquer pessoa pode acompanhar os atos da gestão municipal e fiscalizar os gastos públicos na sua cidade. Sempre que alguém souber de qualquer possível irregularidade, pode procurar a Promotoria de Justiça da comarca para noticiar o fato, passando o maior número possível de informações que permitam ao Ministério Público investigar o caso e solucionar o problema.

árvores e restauração do zoológico. No entanto, no plano não há nada sobre as Áreas de preservação ambiental (APAs), que com as mudanças climáticas durante a pandemia e o crescimento da cidade para as regiões de preservação, preocupam os ativistas e moradores de Curitiba. Segundo a advogada Laura Silva, o último mandato de Greca teve seus altos e baixos. De pontos positivos, ela percebeu a pavimentação de ruas em Curitiba, limpeza dos parques e espaços públicos e também a criação do aplicativo “Saúde Já”, que está sendo usado na vacinação contra a Covid-19. Em pontos negativos, ela comenta sobre o preço da passagem de ônibus, a demora no atendimento de UPAs e a lotação dos transportes públicos em horários de pico. Ainda, ela ressaltou que vê uma demora na reação da prefeitura em relação ao combate à pandemia. No primeiro trimestre do 2o. mandato do prefeito, algumas atividades já foram iniciadas, como o app Saúde Já - por exemplo - que foi citado no seu último mandato. Atualmente, a principal insatisfação das pessoas é algumas atitudes do prefeito em relação à pandemia, como a demora da vacinação e o lockdown tardio. Entre 2016 e 2020 - período do primeiro mandato de Greca -metas na educação, saúde e transporte foram cumpridas, e algumas atividades como criação de uma faculdade municipal para pedagogia, redução fim do subsídio à passagem de ônibus e revisar o aumento progressivo do IPTU não foram feitas. Apesar disso, Curitiba foi eleita pelo Índice Desafios da Gestão Municipal (IDGM) em 2021 a melhor capital brasileira para se viver.

Leia mais Confira o plano de metas completo para a gestão 21-24 de Rafael Greca no QR code abaixo. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Economia

Curitibanos buscam novas opções de carnes para economizar O ano de 2020 fecha com recorde na produção de gado no Paraná e o primeiro trimestre de 2021 tem alta nos cortes da cesta básica Mariana Toneti 3º Período

O

ano de 2020 fechou com cerca de 2 milhões de toneladas de produtos de origem animal comercializados com outros países, além de garantir o melhor ano no setor agropecuário no Paraná, segundo projeções da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Apesar do período positivo para o setor, a alta no preço da carne dificulta a compra e consumo de produtos bovinos em Curitiba. Em um levantamento feito com 35 curitibanos, com o propósito de entender os hábitos alimentares da população, 32 entrevistados afirmam que a carne bovina está presente nas refeições do cotidiano e todos os entrevistados notaram um aumento no preço dos mercados. Os cortes populares como fraldinha, contra filé, coxão mole e patinho foram os mais inflacionados na opinião dos consumidores. Na busca de manter todos nutrientes e economizar, muitos

aqui dentro ficou faltando boi e, agora, para repor esse gado que foi vendido, os custos acabam ficando lá em cima, dificultando a produção”. Além disso, afeta diretamente os donos de açougues e mercados, visto que o preço é elevado, portanto, lucram e vendem menos.

O lado econômico No bolso do consumidor, essa inflação é mal vista, já que a cesta básica custa em torno de R$573,53 em Curitiba, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos DIEESE, resultando em um aumento de 27,88% des-

“O aumento foi

absurdo, quase dobrou o preço e isso afeta diretamente a vida do brasileiro” Pixabay

de fevereiro de 2020. O primeiro trimestre de 2021 começou com uma alta de 6% da cesta na capital. A carne bovina de primeira está entre os principais itens em alta, apesar da grande demanda. A psicóloga Léa Maria comenta que os preços elevados afetam também a saúde dos curitibanos. “O aumento foi absurdo, quase dobrou o preço e isso afeta diretamente a vida do brasileiro, pois muitas pessoas estão procurando carnes mais processadas, cortes mais baratos e fazendo substituições em sua alimentação, já que nem cesta básica é distribuída para todos.”

A carne bovina é a mais consumida e presente nas refeições optaram por consumir carne branca, carne suína, ovos e legumes como uma opção saudável e barata, além de suplementos industrializados.

Visão do produtor Para o produtor Alisson Porceno, o aumento do preço pode ser explicado pela alta exportação com um preço mais baixo, o que resultou na falta de animais para o mercado interno e na alta no preço da carne. “Vendeu barato antes da crise,

Por outro lado, a produção também ficou mais cara. Produtos inflacionados prejudicam o preço final que chega ao consumidor, como o dólar, água, luz, combustível, vacinas para animais e fretes. Para Alisson, o preço elevado continuará por um tempo. “Um ponto que também interfere é a alta produção de soja, pois os pastos reduziram para a entrada do plantio, diminuindo o espaço para o gado e, consequentemente, a produção”, finaliza.

A pandemia afetou milhares de famílias, muitas dependem do auxílio emergencial e cestas básicas. A gestora financeira Julia Marques comenta que a realidade dos preços dos cortes de carne pode continuar sendo negativa. “A tendência que eu vejo é que não haverá, em um futuro próximo, a diminuição nos preços da carne, porque, com o aumento do dólar, há também um aumento no interesse de exportar esse produto, resultando numa diminuição da oferta no mercado nacional e aumento dos preços.” Unsplash

Leia mais Confira uma entrevista com a nutricionista Gabriele Moreira sobre dietas sem carne portalcomunicare.com.br

Na busca por economizar, famílias trocam a carne vermelha por frango e legumes


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Cidades

Paraná registra mais de 200 mil casos de Covid-19 entre jovens Com o estado ultrapassando 990 mil casos de Covid-19, a população de menor faixa etária está descumprindo o isolamento social Maria Eduarda Cassins 3º Período

S

Medidas tomadas

egundo dados do informe epidemiológico feito pela Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), o último levantamento mensal disponibilizado no dia 11 de maio, apontou 204.259 casos de Covid-19 em jovens de 20 a 29 anos no estado.

começou a sentir dificuldades respiratórias e realizou o o teste de Covid-19, que positivou. Após longo período de internamento, e intubação, ela não resistiu.

Isso ocorre devido às inúmeras aglomerações ilegais e pela falta de cuidado de alguns dos próprios ambientes autorizados como restaurantes, bares e comércio. Atitudes irresponsáveis devido ao quadro crítico de mais de 24 mil mortes no estado.

“Para mim, foi um susto, eu assisto às notícias de apenas pessoas mais velhas falecendo, o que cria na nossa cabeça uma falsa confiança de que idade é sinônimo de saúde.”

Conforme o boletim atualizado pela Sesa no dia 11 de maio, o Paraná possui 93% de ocupação dos leitos do SUS nas UTIs, e a capital sofre com 91% dos leitos ocupados, sendo 478 pacientes e 525 vagas disponíveis. Já nos 726 leitos de enfermaria a ocupação está em 76%.

Mortes precoces

Em entrevista para a RPC no dia 23 de fevereiro, o governador Ratinho Junior aponta que o problema está maior agora devido a nova cepa que estamos

enfrentando, a qual causa mutação nos jovens de 20 a 29 anos, que os leva a passar mais dias internados do que os próprios idosos. A tatuadora Letícia de Souza (22) perdeu uma vizinha de 25 anos depois do carnaval. Ela revela que a vítima, sua vizinha contraiu a doença por causa de uma festa clandestina no feriado de Carnaval. Dias depois, ela

Segundo o Painel Covid-19 da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, quanto maior

a idade, maior a chance de desenvolver um quadro mais grave do vírus, porém apesar de estarem menos propensos a chegar nessa situação, os mais novos ainda não estão imunes e podem ser vetores da doença para a populalção e infectando seus familiares.

A enfermeira Viviane Moraes relata a situação que se depara diariamente em sua rotina hospitalar e se humaniza com o cenário: ‘’Muitos contam que nem sabem como se contaminaram e ficam com muito medo, nervosismo e ansiedade por estarem internados. O pavor de piorar seus sintomas toma conta deles, e a agonia de ficar sozinho no hospital sem visitas é grande.’’

Mas a profissional não deixa de lado as consequências, lamentando sobre . ‘’Tem os que ficam só no oxigênio e com medicação e reagem bem, logo saem de alta mas infelizmente a maioria chega a precisar de intubação com o estágio bem avançado da doença, dependendo mesmo

A capital paranaense intercala constantemente entre a bandeira vermelha e a laranja. As medidas restritivas tomadas pelo estado consistem na suspensão de aulas presenciais por todas as instituições de ensino,

de um milagre para se salvar. É desesperador,muitos pedem para não serem intubados por medo de morrer mas não tem o que fazer quando o pulmão fica comprometido.’’ E finaliza com um alerta para a população: ‘’Todos pensam que os idosos sofrem mais com a doença, mas nem sempre é assim, tem muitos jovens que ficam bem pior que os idosos e ficam com graves sequelas depois’’.

a abertura de estabelecimentos apenas considerados essenciais, o toque de recolher da população entre as 20 horas e 5 horas (o mesmo vale para a venda de bebidas alcoólicas), e a abertura do comércio apenas de segunda a sexta após as 10 horas, com capacidade de 50% de ocupação em lugares fechados.

Uma equipe formada por uma enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, três professores e 11 estudantes do Departamento de Fisioterapia do Centro de Ciências da Saúde (CCS), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), tiveram a iniciativa de desenvolver um projeto inédito de pesquisas sobre sequelas e coagulos de pacientes do Covid-19.

Denuncie aglomerações

Segundo a professora Celita Salmaso Trelha, o principal objetivo da pesquisa é analisar o estado funcional dos pacientes pós Covid-19. Conforme Celita,sua literatura e experiência clínica profissional apontam que os sintomas comuns pós-Covid são fadiga, dispneia, dores musculares e nas articulações, redução do paladar e do olfato, e ansiedade crônica. Pixabay

Ligue no número 190 da Polícia Militar do Paraná, para denunciar aglomerações que estão ocorrendo a sua

vista. Ligue no número 181 da Policia Militar do Paraná, para denunciar aglomerações que você sabe que estão programadas para acontecer ou que já aconteceram.

Leia mais Acesse o QR Code e confira as estatísticas dessa matéria em forma de gráfico portalcomunicare.com.br

Reresentação do sofrimento de um processo de luta para sobreviver à doença.


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Esportes

Homofobia é incluída em projeto de lei que pune racismo nos estádios Atos de intolerância racial, étnica, religiosa e de xenofobia também serão passíveis de punição em estádios do Paraná com a aprovação da emenda pela Assembleia Legislativa Arthur Henrique Juliane Capparelli Letícia Fortes 3º Período

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A

emenda proposta ao projeto de lei estadual penaliza atos de homofobia praticados por torcedores e clubes de futebol nos estádios paranaenses. As punições previstas incluem advertências, multas de mais de R$ 5 mil aos torcedores e mais de R$ 56 mil para clubes e dirigentes e proibição de frequentar partidas de um a quatro anos. A emenda, que já havia sido aprovada em primeiro turno da Assembleia Legislativa do Paraná, foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 13 de abril. O deputado estadual Michele Caputo (PSDB) propôs o complemento ao projeto de lei de autoria do deputado Paulo Litro (PSDB), que já penaliza torcedores e clubes de futebol por manifestações de racismo. A emenda prevê punições para atos racistas praticados dentro dos estádios do Paraná e em um raio de até 5 quilômetros dos locais em que os jogos ocorrem. Um dos maiores jogadores do Athletico Paranaense, Maycon Vinícius Ferreira da Cruz - também conhecido como Nikão -, já foi alvo de ataques racistas. A primeira ocorrência foi após uma partida contra o River Plate, em 2019, quando ele recebeu xingamentos como “negro horrível” e “macacos de merda” através das redes sociais. Novamente, em 2020, duas pessoas o chamaram de “macaco”, e Nikão desabafou sobre os comentários racistas em um texto publicado na internet. “É inacreditável e de uma mediocridade sem tamanho o tipo de coisa que leio a cada instante nas redes sociais. Nós, pretos, não somos julgados pelo nosso desempenho, mas pela cor da nossa pele”, declarou o jogador. Os ataques contra Nikão e os demais jogadores brasileiros estão contabilizados no Observatório contra a Discriminação Racial no Futebol, criado para monitorar casos de racismo e ações afirmativas no futebol brasileiro. No gráfico abaixo, é possível perceber o aumento considerável de casos de racismo a partir de 2017, com 43 ocorrências,

FIFA mais rigorosa

A bandeira (LGBT) é o símbolo do orgulho lésbico, gay, bissexual e transgênero. representando um aumento de 42% em relação ao ano anterior. Porém, o ano com maior número total de casos foi 2019, com 56 ocorrências de racismo no futebol. Além disso, o relatório de 2020 também mostra que houve 20 incidentes LGBTfobia em 2019, sendo 14 deles em estádios. De natureza xenofóbica, 3 casos foram contabilizados.

o responsável pela ofensa. Ele acredita que as punições sancionadas pela emenda proposta ao projeto de lei paranaense - como advertências, multas e suspensões - auxiliam na prevenção de outros casos ao punir os criminosos. No entanto, Bruno Faria defende que “mais do que simples punições em dinheiro, o esporte tem o dever de conscien-

“O esporte tem o

dever de conscientizar a sociedade”

O advogado especialista em Direito Penal Bruno Meneses Alves Faria afirma que as punições para atos discriminatórios na esfera esportiva estão previstas no Artigo 243–G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O texto estipula penas para quem agir de maneira preconceituosa, desdenhosa ou ultrajante, levando em consideração a origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. “Quando um atleta sofre uma injúria racial ou ato de homofobia, essa ação fere o respeito, que é o princípio que sustenta toda a estrutura esportiva”, explica. Além disso, o advogado afirma que as vítimas de atos discriminatórios podem realizar um boletim de ocorrência contra

tizar a sociedade da necessidade de um tratamento mais adequado às minorias”.

Multas e punições Segundo o projeto de lei estadual, as penalidades previstas serão aplicadas de forma gradativa, com base na gravidade do fato, reincidência e condição financeira do infrator. O torcedor que manifestawwr intolerância nos estádios poderá ser multado entre R$ 5,6 mil a R$ 22,4 mil. Clubes e dirigentes também podem ser enquadrados na lei, com multas que variam de R$ 56 mil a R$ 112 mil. No entanto, o texto afirma que elas não serão aplicadas aos clubes que adotarem medidas de identificação dos torcedores ou dirigentes que praticarem os atos intolerantes. Como a proposta permite punições administrativas por atos de discriminação (como advertências, multas e suspensões), não haverá prejuízos a outras punições cabíveis, como as previstas na lei federal contra o racismo e do Estatuto do Torcedor. As sanções ou punições administrativas tem o objetivo de educar, prevenir ou reprimir o cometimento de infrações por empresas e pessoas físicas.

Com tantas manifestações contra o racismo e o preconceito em todo o mundo, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) compreendeu o papel que tem na proteção dos Direitos Humanos. Nesse sentido, ela adotou regras mais rígidas para combater a intolerância, atualizando o Código Disciplinar em 2019. Essa foi a primeira alteração considerável em pelo menos 15 anos. A luta contra o racismo é um dos pilares dessas alterações, mas qualquer discriminação social, religiosa, por gênero ou orientação sexual também foram consideradas preconceituosas. O artigo 13 do novo documento aumentou o período de suspensão dos jogadores infratores de 5 para 10 partidas. O prejuízo financeiro aos clubes também ficou maior, já que uma das punições é a redução de público nos estádios, diminuindo a arrecadação dos grupos. Além disso, os clubes podem até ser banidos do futebol, de acordo com a gravidade do ato discriminatório. Com as novas regras, o racismo praticado pelas torcidas também resulta em advertência e multa para o clube e, em caso de reincidência, leva à perda de pontos. As mudanças no Código Disciplinar também ampliaram o poder dos árbitros. Eles podem declarar a perda de equipe culpada por ações discriminatórias por 3 a 0 e, consequentemente, encerrar a partida ou paralisá-la. Quem também tem poder são as vítimas ofendidas, que agora podem declarar o impacto que a discriminação teve em sua vida, passando a terem vozes que repercutem e buscam seus direitos.

Leia mais Veja os movimentos contra o preconceito em times do Paraná portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Sports

Homophobia is included in draft bill that punishes racism in stadiums Acts of racial, ethnical, religious intolerance and xenophobia will also be punishable in stadiums in Paraná after the Legislative Assembly approves the amendment Arthur Henrique Juliane Capparelli Letícia Fortes 3º Período

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T

he proposed amendment to the state bill penalizes acts of homophobia committed by fans and soccer clubs in stadiums in Paraná. The punishments foreseen include warnings, fines of over R$ 5 thousand for fans and over R$ 56 thousand for clubs and managers, and prohibition to attend matches from one to four years. The amendment, which had already been approved in the first round of the Paraná Legislative Assembly, was approved by the Constitution and Justice Commission (CCJ) on April 13. The state representative Michele Caputo (PSDB) proposed the addition to the bill authored by the deputy Paulo Litro (PSDB), which already penalizes fans and soccer clubs for racist manifestations. The amendment provides for punishments for racist acts committed inside Paraná stadiums and within a radius of up to 5 kilometers from the places where the games take place. One of the greatest Ahtletico Paranaense players, Maycon Vinícius Ferreira da Cruz,- also known as Nikão- was a target to racists attacks. The first occurrence was after a match against River Plate in 2019, when he was called “horrible black man” and “ damn monkeys” via social media. Again, in 2020, two people called him “monkey,” and Nikão vented about the racist comments in a text posted on the internet. “It is unbelievable and of such a mediocrity the type of things that I read every moment on social media. Black people are not judged by our performance, but by the color of our skin,” said the player. The attacks against Nikão and other brazilian soccer players are accounted on the Observatory Against Racial Discrimination in Soccer, created to monitor cases of racism and affirmative action in Brazilian soccer. In the graph below, you can see the considerable increase in cases of racism from 2017, with 43 occurrences,representing a 42% increase over the previous year. However, the year with the

FIFA stricter

The LGBT flag is a symbol of queer pride. highest total number of cases was 2019, with 56 occurrences of racism in soccer. In addition, the 2020 report also shows that there were 20 reports of LGBTphobia incidents in 2019, 14 of which were in stadiums. Of a xenophobic nature, 3 cases were accounted for.

Paraná bill - such as warnings, fines and suspensions - will help to prevent further cases by punishing the offenders. However, Bruno Faria argues that “More than just money punishments, sports have the duty to make society aware of the need for a more adequate treatment of the minorities”.

“Sport has the duty

to make society more aware” Bruno Meneses Alves Faria, a lawyer specialized in Criminal Law, says that the punishments for discriminatory acts in sports are provided for in Article 243-G of the Brazilian Code of Sports Justice. The text stipulates punishments for those who act in a prejudiced, contemptuous, or outrageous manner, taking into consideration ethnic origin, race, sex, color, age, condition of elderly or handicapped person. “When an athlete suffers a racial slur or act of homophobia, this action harms their respect, which is the principle that supports the entire sports structure,” he explains. In addition, the lawyer says that victims of discriminatory acts can file a report against the offender. He believes that the punishments sanctioned by the proposed amendment to the

Fines and punishments According to the state bill, the penalties will be applied gradually, based on the severity of the fact, recidivism and financial status of the offender. Fans who show intolerance in stadiums may be fined between R$ 5.6 thousand and R$ 22.4 thousand. Clubs and managers can also be framed in the law, with fines ranging from R$ 56 thousand to R$ 112 thousand. However, the text states that they will not be applied to clubs that adopt measures to identify fans or officials who commit intolerant acts. As the proposal allows administrative punishments for acts of discrimination (such as warnings, fines and suspensions), there will be no prejudice to other applicable punishments, such as those provided in the federal law against racism and in the Fan Statute. The administrative sanctions or punishments have the objective of educating, preventing or repressing the commission of infractions by companies and individuals.

With so many demonstrations against racism and prejudice around the world, the International Federation of Football (FIFA) has understood the role it has in protecting Human Rights. In this regard, it has adopted stricter rules to combat intolerance by updating the Disciplinary Code in 2019. This was the first considerable change in at least 15 years. The fight against racism is one of the pillars of these changes, but any social, religious, gender or sexual orientation discrimination were also considered prejudiced. Article 13 of the new document increased the suspension period for offending players from 5 to 10 matches. The financial damage to the clubs was also increased, since one of the punishments is the reduction of attendance in the stadiums, reducing the groups’ revenue. In addition, the clubs can even be banned from soccer, according to the severity of the discriminatory act. With the new rules, racism committed by fans will also result in a warning and a fine for the club, and in case of recurrence, it will lead to the loss of points. The changes in the Disciplinary Code have also expanded the authority of the referees. They can declare a team guilty of discriminatory actions to have lost by 3 to 0 and, consequently, terminate the match or stop it. Also now empowered are the offended victims, who can now declare the impact that discrimination has had on their lives and have a voice to resonate and seek their rights.

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Infográfico

Curitiba, 21 de Junho de 2021

Pesquisas mostram aumento do mercado gamer na pandemia Pesquisas da Revista Valor e a Pesquisa Game Brasil (PGB2021 ) realizada pela Go Gamers, revelaram aumento no consumo de games. Tanto nos jogos, como nos aparelhos que integram o universo gamer no Brasil. Além de construir um perfil do gamer brasileiro. Georgia Giacomazzi Giulia Militello e Milena Chezanoski 3º Período


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Cidades

Ofertas de emprego aumentam 262% no início de 2021 em Curitiba No mês de janeiro, o número de empregos gerados foi duas vezes maior que em dezembro de 2020. Milena Chezanoski 3º Período

Agência Estaudal de Notícias do Paraná

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uritiba iniciou 2021 com saldo positivo na geração de empregos formais. Ao todo, na capital, foram gerados 5.624 novos postos de trabalho em janeiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), número maior do que dezembro de 2020, que chegou ao saldo negativo de perda de 3.455 cargos. Mas, ainda assim, os trabalhadores relatam uma dificuldade em conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Dados disponibilizados pela Secretaria Estadual da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF) através do CAGED, apontam que o Paraná está entre os cinco estados que mais geraram emprego em 2021 no Brasil, com um saldo de 24.342 novos postos de trabalho. Comparado com dezembro do ano passado, quando foram 8.077 demissões a mais do que contratações, o aumento é de 401% de empregos formais gerados. Em janeiro de 2020 houve um aumento de 14.101 vagas, então mesmo com a pandemia o Paraná avançou positivamente nos postos de trabalho gerados. Neste cenário, Curitiba ficou em primeiro lugar dos municípios paranaenses que mais geraram empregos. O mês de janeiro já superou o ano inteiro de 2020 na capital, quando o saldo de geração de empregos foi de apenas 2.928 novos cargos segundo dados do CAGED. Apesar de os números serem animadores, a pandemia causou muita preocupação nas famílias paranaenses ao longo do ano passado, o número total de desempregados no 4º trimestre de 2020 de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNAD), foi de 578 mil pessoas. Quando no 1º trimestre do mesmo ano, eram apenas 102 mil desempregados. Ainda de acordo com o CAGED, o setor que mais sofreu em 2020 foi o comércio, com 71.848 desligamentos contra apenas 68.567 contratações, gerando um défi-

Segundo o PNAD, no 4º trimestre de 2020 eram 1.627 trabalhadores informais no Paraná. cit de 3.281 empregos perdidos. A Fundação de Assistência Social (FAS) de Curitiba informou por e-mail que trabalha com as famílias mais necessitadas para que não passem por tantas dificuldades, e incentivam o Cadastro Único, em que fazem um acompanhamento e direcionam essas famílias aos programas sociais que auxiliam neste momento, como o bolsa família.

toda economia familiar, e que após a última parcela do seu seguro desemprego, que foi em dezembro, estão se mantendo com trabalhos autônomos que ele consegue arrumar. “Algumas manutenções elétricas, e instalações elétricas em domicílios de conhecidos, é isso que eu tenho feito até então”. Moraes não é o único. Adriano Prestes Macedo, 47 anos, trabalhava como técnico de elétrica até abril de 2020 e também

“Você tem que pagar os

O Consultor de recursos humanos Luiz Gustavo Faret confirma que em 2020 houve um momento de instabilidade, principalmente por conta da pandemia. Depois disso, o número voltou a crescer. Na indústria foi onde surgiram mais vagas. “No segundo semestre de 2020 deu para notar esse aumento de vagas com maior intensidade.” Gustavo ainda salienta que não existe muita procura por parte dos profissionais e que, apesar

compromissos como as contas mensais e não entra rendimento.” Recolocação no mercado O engenheiro elétrico Cleiton Luis Moraes, 39 anos, foi um dos trabalhadores que perderam seu emprego durante a pandemia. Segundo ele, o número de vagas disponíveis em 2020 era bem escasso, principalmente até outubro. “Não havia, pelo menos na minha área de atuação, muitas ofertas de emprego.” Desempregado desde junho do ano passado, Cleiton conta que foi obrigado a reorganizar

Milena Chezanoski

A Industria da Transformação foi o setor que mais gerou novos empregos (8.740).

sente dificuldades em se recolocar. “Existem algumas vagas, mas normalmente pedem coisas assim extremas. Quando existe uma vaga que não exija tanto, eles dizem que o que o seu currículo tem mais do que precisa.” O profissional é formado em engenharia elétrica e, relatou que, para se sustentar, abriu um MEI e começou a prestar serviços da sua área. Ambos são chefes de famílias e, como únicos provedores de renda, sentem a pressão de ficar em casa. Adriano sente as contas batendo à porta. “Você tem que pagar os compromissos como as contas mensais de água, luz, telefone, e não começa a entrar nenhum rendimento, aí começa a ficar preocupante.” Moraes ressalta também que apesar de ver um número maior de ofertas desde o final do ano, o fato de ter trabalhado por 15 anos no seu último emprego o deixou perdido na tecnologia usada hoje para recrutamento. “De 2005 pra cá, mudou muito o emprego, a forma de buscar, agora tem redes sociais e sites.” Apesar das dificuldades, em março deste ano, o engenheiro conseguiu um emprego de coordenador de obras.

de existirem vagas, não aparecem pessoas qualificadas. “Nas descrições das vagas ofertadas, sempre colocamos os requisitos para o cargo e recebemos bem poucos currículos nesses casos.” Ele também afirmou que no primeiro trimestre deste ano, o número de vagas vem crescendo bastante, e que apesar das pequenas empresas terem sofrido muito com a pandemia, o setor industrial conseguiu manter as ofertas. Gustavo ainda lembra que uma das áreas com maior déficit de profissionais é a de Tecnologia da Informação, por ser uma função que pode ser feita remotamente, os salários precisam competir a nível global, para um pequeno número de profissionais capacitados.

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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Cidades

Infância enfrenta dificuldades sociais e cognitivas durante a pandemia Falta de socialização e excesso do uso de eletrônicos são alguns dos fatores que preocupam especialistas e pais Allanis Bahr Menuci Isadora Martelli Maria Eduarda Cassins 3º Período

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Pixabay

iovanna Godoy tem sete anos e, por conta da sua idade, tem tido dificuldades para fazer novos amigos. No entanto, a menina está numa fase em que o convívio é fundamental para estabelecer uma vida social, e a pandemia acaba se tornando um obstáculo. Além disso, a quarentena colocou impasses no desenvolvimento social e cognitivo das crianças. O pai, empreendedor Bruno Godoy, diz que percebeu a filha ficando muito mais tempo conectada aos eletrônicos e reclamando constantemente do quanto sente falta da escola e das amizades. A situação de Giovanna e de outras crianças tem sido uma preocupação constante de psicólogos, pedagogas e pais desde o início da pandemia. De acordo com o Conselho Regional de Psicologia (CRP), o principal desafio da infância neste período são os conflitos internos das crianças pela falta de comunicação. Para o conselho, é necessário e fundamental trabalhar as emoções na infância. Segundo as orientações publicadas no site do CRP, os pais e responsáveis têm um papel primordial em ajudar as crianças nesta fase de desenvolvimento. O Conselho também sugeriu algumas ações para tranquilizar os menores e reduzir o estresse causado pela pandemia, tais como explicar o que é o coronavírus e mostrar o motivo da mudança de rotina. Por fim, o órgão reforça a importância do diálogo familiar e de manter o contato da criança,através da internet, com amigos e familiares. De acordo com a psicóloga Amanda Lima, o papel dos pais e/ou responsáveis é fundamental no enfrentamento dessa fase de desenvolvimento infantil, principalmente com o isolamento social. Atitudes como acolhimento, escuta e apoio emocional são cruciais para a família superar essa fase. “Essas atitudes podem contribuir para ajudar as crianças a compreenderem que há momentos

O universo online compõe quase que inteiramente a nova realidade e rotina das crianças e adolescentes. difíceis que envolvem sofrimento, mas que não estão sozinhas e que os adultos estão tomando providências possíveis.” Amanda ainda ressalta que o ambiente harmônico contribui muito para

com a falta do ambiente escolar para o desenvolvimento da filha. Segundo a pedagoga Rosângela Galas, o desenvolvimento escolar de crianças das séries iniciais

infantil é o “Estresse Tóxico”, que significa a passagem por situações atípicas de forma constante e repetida. Em uma pesquisa feita pela FioCruz, o Diretor Geral da Organização

“Os efeitos indiretos da COVID-19 na criança e no adolescente podem ser maiores que o número de mortes causadas pelo vírus de forma direta” o desenvolvimento infantil. Ela explica que por mais que a criança possua a capacidade para desenvolver suas potencialidades, o afeto e a boa relação com os familiares fazem parte desse processo de crescimento dessa fase da vida. Outro fator relevante no desenvolvimento infantil é a escola. O tema é muito comentado por especialistas pelo fato de estar ocorrendo, em sua maioria, de forma remota. O tempo excessivo em aparelhos eletrônicos, as tarefas exaustivas e a falta de sociabilidade do ambiente escolar preocupam principalmente os pais. No caso de Bruno, pai da Giovanna, foi citado a aflição

foi um dos mais afetados no período da pandemia. Isso porque o processo de alfabetização e letramento ficou mais lento devido às dificuldades encontradas na adaptação no modelo híbrido de ensino. “Vejo que os alunos ficam perdidos no ‘tempo casa’ e acabam esquecendo o que foi ensinado por não praticarem todo o dia. Então, há uma lacuna no rendimento escolar e creio que vai ficar mais difícil alfabetizar, porque vai ser mais demorado para a criança assimilar todo o processo de aprendizagem de leitura e escrita’’. Um dos termos mais utilizados para se referir aos efeitos da pandemia no desenvolvimento

Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, comentou sobre o impacto da Covid-19 nas crianças e jovens. “Os efeitos indiretos da COVID-19 na criança e no adolescente podem ser maiores que o número de mortes causadas pelo vírus de forma direta”. Além disso, um estudo realizado em Shaanxi, na China, com 320 crianças e adolescentes mostrou que 36% dos participantes notaram um aumento na dependência parental durante a pandemia. Outros fatores como desatenção, preocupação elevada, problemas de sono, falta de apetite e pesadelos também foram notados. Segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo, em parceria com Harvard e com o Núcleo de Ciência pela Infância (NCPI), estabelecer rotinas e solicitar a participação em atividades domésticas, bem como interagir com as crianças, são ações que podem ajudar a reduzir os níveis de estresse.

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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Cidades

Movimento estudantil enfraquece no Paraná durante pandemia Sem aulas presenciais, estudantes paranaenses ficam de fora de debates sobre educação, como reabertura de instituições de ensino, cortes orçamentários em universidades e militarização em colégios Eduardo Veiga Maria Eduarda Souza Vanessa Guimarães 3º Período

Paulo Sérgio Vieira / União Paranaense dos Estudantes

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om o isolamento social e aulas remotas, centros acadêmicos e grêmios estudantis perdem representatividade em escolas e universidades do Paraná. Diminuindo o contato com estudantes e população, o movimento estudantil deixa de ter presença em políticas voltadas à educação no estado. Apesar de discordarem de medidas como volta às aulas presenciais, cortes orçamentários em universidades e modelo cívico-militar em colégios estaduais, as dificuldades de mobilização impedem manifestações em protesto. A militância deixou de ser uma prioridade dos estudantes, segundo a presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Larissa Souza. A diretoria da UPE - formada por 49 pessoas espalhadas pelo estado - constatou um enfraquecimento nas mobilizações logo no início da pandemia. “Muitos estudantes perderam seus estágios,

Apesar da atual crise sanitária, o movimento estudantil busca formas para se manter engajado. às aulas remotas e não sejam esquecidos pelas instituições”. Com a pandemia, o Grêmio Estudantil do Colégio Estadual do Paraná (Gecep) perdeu integrantes, o que resultou em “uma maior desorganização e difi-

mas mais simples, relacionados às aulas, mediando a relação entre aluno e professor. Mas o estudante, enquanto cidadão, tem pai, tem mãe. Ele também representa algo maior do que a sua luta”, aponta Cezar Bueno, doutor em Ciências Sociais pela

“Uma instituição que não tem um

movimento estudantil ativo, é uma instituição menos democrática” suas bolsas das universidade e tiveram que ir trabalhar. Eles precisaram secundarizar a militância para conseguir sobreviver dentro desta pandemia”. A presidente da UPE reforça a importância de o movimento estudantil defender estudantes de instituições particulares. “A gente abriu um processo contra as instituições privadas de ensino, pedindo que os estudantes inadimplentes pudessem se rematricular”. Segundo levantamento do Grupo Rabbit, as rematrículas em escolas particulares brasileiras caíram cerca de 20% entre setembro e novembro do ano passado, em comparação com o mesmo período de 2019. Para Larissa, o principal trabalho do movimento estudantil, nesse momento, “é fazer com que os alunos tenham acesso

culdade em atender os alunos”, segundo Camila de Oliveira, representante do Gecep. A atual gestão deve ser prorrogada, pois a falta de recursos e informações para os alunos compromete uma votação online. As transmissões das aulas são o principal motivo de reclamações. “Em algumas aulas no Google Meet os professores não aparecem, ou passam outra coisa”, diz Camila. Segundo ela, há também o problema de que “muitos professores conseguem dar o recado, mas os alunos não estão tendo acesso, o prazo é curto, há problemas na internet”. Com a quantidade de problemas, “os assuntos referentes ao movimento não estão em discussão”, afirma. “O movimento estudantil é fundamental para resolver proble-

PUCPR. Ele argumenta que grêmios estudantis e centros acadêmicos podem ultrapassar os seus interesses “meramente corporativos” e defender pautas de pessoas “que não têm condição de se organizar”. Para Bueno, o movimento estudantil tem papel fundamental na democracia, pois forma o estudante para a cidadania. “Uma instituição [de ensino] que não tem um movimento estudantil ativo, é uma instituição menos democrática”, ressalta. Entre outubro e novembro do ano passado, o governo do Paraná realizou audiências públicas para a votação do modelo cívico-militar em 215 colégios estaduais de 117 municípios do estado. Até o momento, 206 instituições selecionadas aprovaram o modelo, que prevê três diretores em cada colégio - diretor-geral

José Fernando Ogura / Agência Nacional de Notícias

(indicado pela secretaria de Educação), diretor militar e um policial militar. O currículo institui aulas extras de matérias como, português, matemática, educação financeira e valores éticos e constitucionais. “Faltou a politização do movimento estudantil nesse debate. Ele não estava alí para dialogar, para estabelecer o conflito legítimo de ideias”, afirma Bueno, frisando a complexidade do problema da instituição do modelo cívico-militar e da ausência dos estudantes nessa discussão. “Nós precisamos de escolas militares ou de escolas democráticas?”, questiona. O Colégio Estadual Senador Manoel Alencar Guimarães (Cesmag) é umas das instituições onde o modelo cívico-militar foi aprovado. Por conta da pandemia, o colégio está sem grêmio estudantil. A estudante do Cesmag e representante de turma Luiza Lass, que está no terceiro ano do Ensino Médio, conta que os estudantes receberam poucas informações sobre o novo modelo e apenas através de funcionários do colégio. “Como foi um assunto que chegou no colégio do nada, não teve muito tempo para ser discutido”, acrescenta Luiza. “Não tem muito uma voz que lute pelas mudanças que precisamos. Acho que é o quê faz mais falta”, opina a estudante. Ela diz ter interesse em participar do grêmio estudantil, mas não acredita que haverá uma nova gestão neste ano. “Infelizmente, agora, provavelmente vai ser um ano perdido”.

Saiba mais Confira a linha do tempo das ações do movimento estudantil ao longo dos anos no Paraná portalcomunicare.com.br

Com a pandemia, o Colégio Estadual do Paraná decidiu reformar sua estrutura.


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Curitiba, 21 de Junho de 2021

Ensaio

Fugere Urbem: fuga de uma professora aposentada Depois de anos exercendo a pedagogia ao ensinar crianças, a professora Lucimara Aparecida decidiu comprar uma chácara durante a pandemia com a família para passar os dias em Jacareí, São Paulo. Livia Berbel 1º Período

Dentro da horta, a professora colhe alecrim.

Professora dentro do carro chegando no ambiente rural.

Retrato da professora. Ao fundo, o sol está se pondo.

No fim da tarde, a professora descansa olhando para o horizonte.

Com chapéu, botas e carregando o ancinho, a professora desce em direção à horta.


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