Comunicare diário 11.06.2014 (quarta)

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Curitiba, 11 de junho de 2014 - Ano 17- Número 243 - Curso de Jornalismo - PUCPR

O Jornalismo da PUCPR no papel da notícia

VAI TER COPA SIM Prefeitura entrega obras de revitalizações das vias de acesso à Arena da Baixada

Produtos orgânicos em alta p.02 Fábio Camargo é afastado do TCE p.04 Copel pode ter maior reajuste da história p.06


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COMUNICARE

Curitiba, 11 e junho de 20114

“As folhas por exemplo já estão mais em conta ou no mesmo valor dos produtos convencionais”

CRESCE A VENDA DE PRODUTOS ORGÂNICOS

Com a conquista de novos adeptos, os preços das mercadorias estão mais baixos consegue encontrar em sua cidade alimentos orgânicos. “Quando venho pra Curitiba, eu vou ao mercado de orgânicos”, relata.

CUSTO REDUZIDO

No Mercado Municipal de Curitiba existem várias lojas para quem deseja comprar os produtos Os produtos orgânicos estão cada vez restaurantes em que, apesar de não terem mais difundidos na dieta das pessoas. Não um cardápio completamente orgânico, é mais tão difícil encontrar alguém que, de têm uma variedade grande na área. vez em quando, procure pelos produtos O empresário Gustavo Moraes conta livres de química. Mesmo nos ter começado a consumir mercados convencionais se “HÁ MUITOS ESTUDOS alimentos orgânicos há, encontra produtos com um QUE RELACIONAM O aproximadamente, um ano, adesivo “100% orgânico”. CONSUMO EXCESSIVO após se tornar vegetariano, Yogananda Silveira Lima, durante o início da DE AGROTÓXICOS estudante e morador de São adolescência. Atualmente ele E OUTRAS DESSAS José dos Campos, no interior SUBSTÂNCIAS COM mesmo cultiva a maior parte de São Paulo, cuja família de seus alimentos. “80% dos DOENÇAS, COMO sempre procurou evitar os produtos que consumo são ALGUNS TIPOS DE agrotóxicos, diz que não é tão orgânicos”, diz. Apesar de CÂNCER, E MESMO complicado de se encontrar raramente comprar, ele afirma PARKINSON” os produtos. “Não é tão difícil ter dificuldade em encontrar, encontrar alimentos orgânicos, quando o faz. mas nas cidades grandes sempre têm Andreia Portalé, funcionária pública, mais opções”, diz. Ele afirma que conhece que mora em Paranaguá, diz que não

O proprietário da loja BioÉ Orgânicos, Fernando Ravieri, afirma que se mais pessoas buscassem os orgânicos, os preços seriam reduzidos. O empresário ainda conta que os preços não estão mais tão distantes. Com a passar dos anos, os preços dos orgânicos vem se aproximando dos convencionais. “As folhas por exemplo já estão mais em conta ou no mesmo valor dos produtos convencionais”, explica. O funcionário da loja Natural Market, no Mercado Municipal de Curitiba, Igor Oliveira Silva, diz que o movimento no estabelecimento aumentou em 30% nos últimos dois anos e afirma que os preços dos orgânicos vem reduzindo. “Dois anos atrás eram assim (mais caros), mas hoje em dia a diferença de preço é irrisória”, relata. Quanto às vendas, Ravieri diz que desde que a BioÉ Orgânicos foi aberta, há quatro anos, as vendas cresceram em torno de 10% ao ano, sendo a maioria feita pela internet e a maior parte das vendas em Curitiba são de hortifrúti. Segundo ele, um dos principais motivos para que as pessoas insiram o orgânico em sua dieta são problemas de saúde, como parentes ou por vezes a própria pessoa contraindo uma doença grave, como o câncer. A nutricionista Cristiane Rodrigues, que tem o costume de recomendar a seus pacientes o consumo de alimentos sem agrotóxicos, afirma que o consumo dos químicos pode estar ligado a várias doenças. “Há muitos estudos que relacionam o consumo excessivo de agrotóxicos e outras dessas substâncias com doenças, como alguns tipos de câncer, e mesmo parkinson”, explica. Aos pacientes que moram no interior, ela diz que procura orientar que cultivem uma horta própria para alimentação. Aos que moram em cidades grandes, a nutricionista recomenda produtores conhecidos ou a feira semanal Breno Soares / 1° Período do produtor.

EXPEDIENTE O Comunicare é o jornal laboratório do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) 11 de junho de 2014 Edição 243 REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COMUNICARE COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manassés (DRT-PR5855) COORDENADORA DE PROJETO GRÁFICO Juliana P. Sousa MONITORIA Luciana Prieto COLABORADOR Eduardo Souza FOTO DE CAPA Pedro Giulliano SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Bruna Carvalho EDITORES Andressa Elesbão Laura Espada Taís Arruda Dayanne Wozhiak jornalcomunicare.pucpr@gmail.com www.youtube.com/jornalcomunicare


Curitiba, 11 de junho de 2014

COMUNICARE

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OBRAS DE REVITALIZAÇÃO PARA A COPA SÃO ENTREGUES Cerimônia em frente à casa do exiluminação, ao custo de R$ 11,8 milhões. A goleiro do Atlético reuniu prefeito e Prefeitura ainda gastou mais R$ 4,1 milhões vereadores, que foram impedidos de entrar em sinalização horizontal e vertical destas na Praça Afonso Botelho. ruas, e outros R$ 1,5 milhão na revitalização Em uma cerimônia levada num tom da Praça Afonso Botelho, sendo que a informal no final da manhã desta terça-feira primeira etapa está finalizada apenas para (10), o prefeito Gustavo atender às necessidades “CONSEGUIMOS FAZER Fruet, acompanhado por da Copa, para que depois TODAS ESSAS OBRAS vereadores da cidade, da competição se realize CONSIDERANDO TODOS OS entregou oficialmente as a complementação das PRAZOS ESTABELECIDOS” obras. A estrutura de TV obras de revitalização das vias de acesso à Arena montada em frente ao da Baixada. O ato ocorreu na Avenida estádio será transformada em posto de Presidente Getúlio Vargas em frente à saúde após o evento. casa onde morou Alfredo Gotardi, o Caju, Já as estruturas complementares, que goleiro que fez história no Atlético nas englobam a infraestrutura dos terrenos décadas de 1930 e 1940 e vestiu as cores destinados ao broadcast (complexo de TV), da seleção brasileira em 1942. inspeção veicular, instalação de geradores Após dar declarações à imprensa e e calha de cabos que liga o broadcast ao conversar com os familiares do ex-goleiro, estádio, custaram mais R$ 27,9 milhões. “As o prefeito e sua comitiva de vereadores melhorias vão ficar para a cidade e Curitiba caminhou em direção à Praça Afonso foi a única sede a entregar todas as obras Botelho, em frente ao estádio, para visitar financiadas pelo PAC da Copa dentro do o local que também recebeu grande prazo”, comemorou Fruet. parte desses investimentos. Entretanto, o O prefeito diz que apesar dos problemas prefeito e os vereadores presentes foram enfrentados, a cidade conseguiu cumprir impedidos de entrar pela segurança no com todos os prazos acordados entre a local. Prefeitura e as construtoras. “Conseguimos fazer todas essas obras considerando todos os prazos estabelecidos, e além disso, CUSTOS mesmo sem orçamento, pagaremos 95% As obras de revitalização de 7,5 das dívidas referentes às obras ainda nessa quilômetros de vias, que tiveram início em gestão”, completa. janeiro deste ano, abrangeram serviços de terraplanagem, calçamento, pavimentação e DEMORA O secretário municipal da Copa em Curitiba, Reginaldo Cordeiro, admitiu que a demora e o fato dos últimos ajustes ainda estarem sendo feitos se devem ao atraso que a cidade teve nos repasses do PAC da Copa. “É evidente que resultou neste avanço no tempo da obra, mas tudo será entregue a tempo”, completou.

TRANSPARÊNCIA De acordo com o prefeito, a transparência será um assunto muito debatido

Pedro Giulliano / 3° Período

Cerimônia em frente à Arena contou com a presença do prefeito Gustavo Fruet e vereadores

Fruet diz que cidade conseguiu cumprir com todos depois do evento, e frisa que a busca por mais clareza nas contas continuará. Mas que por enquanto, a preocupação geral é apenas para que as estruturas montadas funcionem corretamente. “Após o evento a cobrança será ainda maior com relação a transparência. A clareza dos dados ainda será muito pautada diversas vezes. Mas agora, com a entrega dessas obras, e com a eminência do evento, nossa preocupação é toda voltada para que essas estruturas

funcionem, e funcionem bem”, diz. De acordo com o vereador Paulo Salamuni (PV), o compromisso da Câmara dos Vereadores também será a busca da transparência, principalmente após a Copa. “Nossa intenção é justamente intensificar essa questão, por isso continuaremos com o portal da transparência e com os auditores mesmo após o evento”, completa. Pedro Giulliano / 3° Período


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Curitiba, 11 de junho de 2014

Desde que foi eleito para o cargo de conselheiro do TCE, Fábio Camargo tem sido protagonista de uma novela que parece não ter fim.

FÁBIO CAMARGO VOLTA A SER AFASTADO DO TCE

Decisão foi tomada em medida cautelar pelo ministro Gilmar Mendes, do STF eleição de Fábio’’, afirma. Ainda de acordo com Tamasauskas, ele pretende recorrer, e disse que ficou sabendo da decisão pelo portal do STF. A defesa ainda não foi notificada, segundo o advogado. Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, o Ministro Gilmar Mendes afirmou que as decisões, por enquanto, se deram em medida cautelar, e que o mérito da reclamação ainda não foi julgado. O Tribunal de Justiça do Estado (TJPR), responsável pela primeira decisão de afastamento do ex-deputado, foi procurado pela reportagem. Em resposta, o TJ-PR afirmou que os magistrados do Tribunal não se manifestarão sobre a decisão do STF. O TCE também foi procurado pelo Jornal Comunicare e informou que não se manifestará sobre o caso, pois as decisões relacionadas ao processo não são de sua jurisdição.

sido protagonista de uma novela que parece não ter fim. Camargo foi eleito pelos seus colegas da Alep por 27 votos, e após tomar posse do cargo já teve que encarar diversas ações na justiça que contestavam o resultado. Entre as principais acusações contra o ex-deputado estão desde a quantidade de votos que ele recebeu, até as certidões positivas de processos criminais apresentadas durante o edital de eleição, nos quais se exigiam certidões negativas. O primeiro processo que culminou

com o afastamento dele foi movido pelo concorrente Max Schrappe, que questionou na justiça as certidões positivas de Camargo, além de o acusar de ter sido favorecido por outros deputados durante o pleito. Um mês depois, uma ação civil pública anulou as eleições na Alep alegando a falta de quórum na votação, sendo que de acordo com o entendimento da ação, eram necessários pelo menos 28 votos para definir o novo conselheiro, já que a Casa possui 54 deputados ao todo. Gabriel Carriconde / 4o Período

Gabriel Carriconde / 4o Período

O ex-deputado Fábio Camargo voltou a ser afastado do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em decisão tomada na segunda-feira (09) pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Camargo já tinha sido afastado pelo Tribunal de Justiça do Paraná devido à ação movida pelo empresário Max Schrappe, concorrente ao cargo. Mas, desde abril, uma liminar do próprio Supremo permitia ao ex-deputado permanecer no conselho. Essa é a segunda vez que Camargo é afastado desde que foi eleito em julho do ano passado. Apesar do afastamento, Fábio Camargo continuará a receber o seu salário como conselheiro, de acordo com a liminar promulgada pelo Ministro Gilmar Mendes, que também impediu que a Assembleia Legislativa (Alep) faça novas eleições para o cargo. O advogado de Camargo, Igor Sant’anna Tamasauskas, lamentou a decisão de Mendes. ‘’ O afastamento é um erro, já que não há irregularidades na

HISTÓRICO Desde que foi eleito para o cargo de conselheiro do TCE, Fábio Camargo tem

Câmeras darão maior segurança aos animais

PET SHOP VIRA BIG BROTHER

Gabriel Carriconde / 4o Período

Estabelecimentos terão que instalar câmeras e disponibilizar imagens para donos de animais de estimação

Câmeras darão maior segurança aos animais Em vigor há seis meses, uma lei estadual estipula o uso de câmeras nos petshops para o acompanhamento dos donos dos animais de estimação no processo de banho e tosa. Estabelecimentos tem se adaptado a nova regra, e clientes afirmam estarem mais tranquilos em relação à segurança de seus animais domésticos. O projeto de lei, de autoria do deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa

do Paraná e visa diminuir o índice de maus tratos no Estado. A nova legislação prevê que os estabelecimentos devem disponibilizar imagens pela internet aos donos de pet, para que acompanhem a tosa de seu animal, até vidros transparentes nos locais. De acordo com levantamento dos juizados especiais cíveis do Tribunal de Justiça do Paraná, apenas nos nove maiores municípios do Estado foram registrados 76

processos judiciais contra pet shops entre mais confiantes em levar seus cãezinhos 2005 e 2011. Nos processos, as principais e gatos para cá. Mesmo antes da lei já reclamações dos clientes são fraturas, tínhamos as câmeras faz quatro anos’’, disse. lesões de pele, queimaduras, efeitos A gerente conta que as câmeras facilitam colaterais de produtos químicos e até até mesmo na mediação de conflitos com óbitos dos animais. O deputado prevê que clientes. “Às vezes acontece de um cachorro com a nova lei, os índices de agressões aos acabar se machucando sozinho, e alguns animais diminuam. “Os donos donos vierem reclamar, com as dos estabelecimentos vêm imagens conseguimos ser mais “CREIO QUE AS se adequando à nova regra, transparentes’’, diz. Ao todo o CÂMERAS E OS creio que com as câmeras ENVIDRAÇAMENTOS local tem cerca de 25 câmeras e os envidraçamentos nos espalhadas nas áreas de tosa NOS PETSHOPS, petshops, possa evitar que POSSA EVITAR QUE para o acompanhamento. mais animais de estimação Para a produtora Rafaela MAIS ANIMAIS DE sejam agredidos’’, afirmou. ESTIMAÇÃO SEJAM Bernardino, apesar de já Apesar da lei estar em confiar no local onde leva seu AGREDIDOS” vigência desde o ano passado, cachorro, as imagens lhe dão alguns pet shops já tinha se antecipado mais tranquilidade em deixar seu pet na e disponibilizado câmeras para os seus tosa. “É bem melhor, creio que com todos clientes. É o caso de um estabelecimento os lugares tendo câmeras as pessoas se de banho e tosa situado no Água Verde. sentiram mais confortáveis em deixar seu Para Andressa Guarinos, gerente do espaço, bicho estimação nos pet shops’’.. após a implementação das câmeras a Gabriel Carriconde / 4o Período clientela aumentou. ‘’As pessoas se sentem


Curitiba, 11 de junho de 2014

Em 1950 Curitiba esteve presente no calendário junto com outras cinco sedes

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64 ANOS DEPOIS A COPA DO MUNDO VOLTA A CURITIBA Osni Wendt, 74 anos, teve a oportunidade de ver a segunda partida e conta toda a sua experiência. “Meu pai adquiriu ingressos para os dois jogos e me levou em um deles. Nós chegamos lá cedo porque pensamos numa lotação. Mas o primeiro jogo deu perto de 11,5 mil pessoas e o segundo perto de uns 8,5 mil. Foi um grande evento para a época, envolveu a cidade toda. O povo foi e não houve essa implicância de hoje”, declara o professor. Já para a Copa de 2014, os jogos serão na Arena da Baixada, reformada justamente para o Mundial. A Arena teve sua capacidade aumentada para 38.533 torcedores, segundo o site da FIFA, e receberá quatro partidas: Irã x Nigéria, dia 16 de junho, Honduras x Equador, dia 20, Austrália x Espanha, dia 23, e Argélia x Russa, dia 28, todos válidos pela primeira fase. Wendt conseguiu ingressos para três dos quatro jogos em Curitiba e será um dos privilegiados a acompanhar jogos nas duas Copas realizadas no Brasil. “Peguei ingresso na parte de cima [do estádio], inclusive a minha esposa também vai, fiz questão que ela fosse, é uma oportunidade única. A euforia de guri foi grande e a de hoje mais ainda, porque você volta no espaço de 64 anos. Então, você volta a ser guri novamente”. Pedro Melo / 3º Período

Foto: Divulgação CAP S/A

Curitiba está prestes a receber a sua segunda Copa do Mundo. Em 1950, quando o Mundial também foi realizado, a capital paranaense recebeu as partidas ao lado de Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte. Já em 2014, está entre as 12 sedes do Mundial, e ainda foi a cidade escolhida pela delegação espanhola para ficar hospedada. De acordo com Diego Salgado, autor do livro “1950: O Preço de Uma Copa”, o estádio Durival de Britto da Silva era um dos mais modernos da América Latina e como foi inaugurado em 1947, três anos antes da Copa, precisou de poucas reformas. Não foi possível calcular o valor das obras da construção do estádio, pois a maioria do material foi doado. Para a Copa do Mundo de 1950, o estádio em Curitiba foi o único que não necessitou ser modificado e tinha capacidade para 12 mil torcedores. Pacaembu, em São Paulo, Eucalipto, em Porto Alegre, e Ilha do Retiro, em Recife, eram estádios que já estavam construídos, mas foram reformados, e Maracanã, no Rio de Janeiro, e Independência, em Belo Horizonte, foram construídos justamente para o Mundial. Foram duas partidas em Curitiba: Espanha 3×1 Estados Unidos, no dia 25 de junho de 1950, e Suécia 2×2 Paraguai, no dia 8 de junho. E o professor aposentado, Paulo

Foto: Acervo: Paulo Osni Wendt

Capital paranaense fez parte das cidades sedes no evento de 1950

Em 1950 o estádio Durival de Brito, hoje pertencente ao Paraná Cluibe, que recebeu os jogos

PERFIL Nome: Dante Bonfim Costa dos Santos Posição: Zagueiro Idade: 30 anos Clube Atual: Bayern de Munique (ALE) Convocações: 11 jogos. Destaque e titular do Bayern de Munique, Dante se destaca pelo bom jogo aéreo e pelo seu ótimo tempo de bola. Nome: David Luiz Pereira Marinho Posição: Zagueiro Idade: 27 anos Clube Atual: Paris Saint Germain (FRA) Convocações: 29 jogos. Com espírito guerreiro, muita técnica e raça, David Luiz é um dos pilares da seleção de Felipão. Nome: Thiago Emiliano Silva de Souza Posição: Zagueiro Idade: 29 anos Clube Atual: Paris Saint Germain (FRA) Convocações: 45 jogos. Capitão e jogador de confiança de Felipão, Thiago Silva, se destaca pela sua raça e característica de liderança. Nome: Henrique Adriano Buss Posição: Zagueiro Idade: 27 anos Clube Atual: Napoli (ITA) Convocações: 4 jogos. Maior surpresa da convocação, Henrique se destaca pela sua polivalência e vai para ser a segunda opção no banco de Felipão.

Arena será o estáio de Curitiba na Copa do Mundo de 2014

Fotos: Rafael Ribeiro/CBF

Leonardo Dulcio / 3° Período


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COMUNICARE

Curitiba, 11 de junho de 20114

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O pedido de reajuste de mais de 30% pode levar a tarifa ao maior valor da história se aprovado

TARIFA DE ENERGIA PODE FICAR 32,4% MAIS CARA A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará uma reunião, na próxima terça-feira (17), para avaliar o pedido da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), de reajuste da tarifa de energia. O pedido de 32,45% foi realizado no último dia 30 e, se aprovado, fará com que a tarifa residencial chegue ao maior valor da história, a partir do dia 24 de junho. Entre as companhias que sofrerão reajuste em 2014, a Copel é a que fez o maior pedido. A AES Sul, empresa elétrica que distribui energia para o Rio Grande do Sul, pediu 28,86%, enquanto a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) fez o menor pedido: 12,75%. A Copel, que atende 395 municípios e 4,1 milhões de consumidores, explica que a demanda de energia no Estado está mais alta do que se pode gerar, pelo baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas e, por isso Uma família que hoje consome R$80,00 vai passar a gastar R$107,00 com o reajuste precisa recorrer ao mercado livre — que Desenvolvimento Econômico e Social financeiros. “Do percentual de reajuste funciona como uma espécie de bolsa de (Ipardes), Marcelo Antonio Treff, a Aneel de 32,4% pleiteado junto à Aneel, valores — para atender a todas as cidades. não aceitará o reajuste, apenas parte apenas 1,5% são de custos operacionais S e g u n d o dele. “Não creio que este percentual seja da companhia, que “O GOVERNO GASTOU UM MONTE a assessora de aplicado em sua integralidade ainda este podem ser gerenciados COM ESSA COPA, E SOMOS NÓS comunicação da Copel, ano. Historicamente a agência reguladora pela empresa. Todo o QUE VAMOS PAGAR AS CONTAS. Alina Prochmann, o não tem aprovado o índice apresentado restante (30,9%) refereOS PREÇOS E IMPOSTOS VÃO custo da compra de pelas empresas geradoras de energia se à energia cara que AUMENTAR POR CAUSA DISSO” energia está muito elétrica”, conta. a Copel foi obrigada a alto, devido ao uso das A auxiliar de serviços gerais Sandra comprar para fornecer usinas térmicas. Este é o principal fator Mara Azanbuja se diz indignada com a aos paranaenses”, explica a assessora de para a solicitação do reajuste. Alina afirma solicitação de aumento da tarifa feita comunicação. que o restante do percentual é composto pela Copel. “Com o salário que se ganha, Para o chefe do núcleo de pesquisas por custos operacionais e componentes e outras contas para pagar, esse aumento periódicas do Instituto Paranaense de

Gabriela Jahn / 1° Período

Copel fez pedido à Aneel para reajustar a tarifa de energia. Entre as distribuidoras, é o maior pedido até agora

é um absurdo”. Já para o comerciante Maycon José da Silva tudo tem a ver com a Copa do Mundo no Brasil. “O governo gastou um monte com essa Copa e somos nós que vamos pagar as contas. Os preços e impostos vão aumentar e esse reajuste já deve ser por causa disso”, relata. De acordo com Treff, os consumidores sofrerão grande impacto, caso ocorra o reajuste. “Se por exemplo, determinada família consome hoje R$ 80,00 por mês em energia elétrica, com este reajuste o consumo iria para R$ 107,00”, calcula. Adriana Barquilha e Gabriela Jahn / 1° Período

LADRÃO DE SACOLEIROS É PRESO COM DOCUMENTO FALSO Acusado de assaltos a ônibus, indivíduo foragido da justiça paulista foi preso em Curitiba Alex de Moraes Melo, 24 anos, foragido da Justiça de São Paulo, pelo crime de roubo a ônibus de sacoleiros, foi preso em flagrante na tarde de segunda-feira (09), no Sítio Cercado, durante abordagem realizada por policiais militares. O indivíduo apresentou um documento de identidade no momento da abordagem e, durante a averiguação, ele foi desmascarado pelos policiais.

HISTÓRICO Em cooperação com a Polícia Civil de Pirapozinho, no interior de São Paulo, o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) já havia prendido outros quatro assaltantes da mesma quadrilha em Curitiba, restando apenas um ainda solto. “Havíamos começado as investigações em abril, até que na segunda feira, policiais do Cope abordaram o cidadão em questão numa rua do Sítio Cercado. O homem

apresentou um RG em nome de outra pessoa e que claramente aparentava ser documento falso, tendo como objetivo de não ser identificado”, conta o delegado responsável pela sessão, Matheus Laiola. O preso já tinha um mandado de prisão expedido em São Paulo, e tentou ludibriar os policiais. “No momento da abordagem, ele portava uma identidade falsa, justamente para não ser pego nos nossos registros por seu mandado de prisão, mas mesmo assim,

isso atiçou a desconfiança dos policiais que acabaram por descobrir a verdade e prenderam em flagrante o meliante por porte de identidade falsa, que também é crime e irá se somar às acusações, junto com o mandado de roubo”, completa. Alex segue detido na sede do Cope até definição do caso por parte da justiça, que decidirá se ele seguirá para o complexo penal em Piraquara, ou se será transferido para São Paulo. Pedro Giulliano / 3° Período


“Também desejo compartilhar a sabedoria que as ruas têm para ensinar”

Curitiba, 11 de junho de 2014

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HISTÓRIAS CONTADAS POR QUEM CONHECE AS RUAS Morador de rua relata suas experiências em um livro que pretende publicar em breve Às vésperas de completar 50 anos, Eduardo (sobrenome preservado) não se lembra mais quantos anos fazem que chegou às ruas. Mas o motivo é difícil esquecer: drogas e desavenças familiares. Filho de família tradicional, pai, esposo e profissional bem sucedido, o então psicólogo viu a vida desmoronar pelo uso contínuo de drogas e álcool, sem poder atender os apelos de mudança da família, escolheu como lar as ruas da capital paranaense. Nos primeiros anos, Eduardo dedicouse, como ele mesmo diz, à vida louca. Sem dinheiro para as drogas, entregou-se a bebida mais popular do Brasil: a cachaça. Vez aqui, outra acolá, fumava alguma coisa ou outra. Como lar escolheu as marquises da Rua XV e como família um grupo de moradores de rua que costuma chamar de irmãos. Entre o grupo sobra alegria, organização e solidariedade para sobreviver à realidade das ruas. “Desde que cheguei aqui eles são a minha família. Então a gente está sempre junto, se protegendo. Tudo o que conseguimos, dividimos e não falta nada pra ninguém. Por isso que digo: com eles aprendi muito

não sujarmos a cara da cidade. Por isso passam por aqui e tentam fingir que não REGISTROS QUE ALIMENTAM UM SONHO existimos. Outros tentam fazer com que isso aconteça escondendo os moradores A vida entre os irmãos de rua está de rua em períodos de festa, de visitas de sendo registrada num livro que Eduardo autoridades, no inverno ou agora, na Copa tem a esperança de lançar, em breve. Nas do Mundo”. páginas que está escrevendo o morador de Em um dos episódios que não saem rua compartilha histórias que viu ao longo da mente de Eduardo, registados no de quase 20 anos de idas e vindas pelas Livro, está a lavagem da Rua XV, realizada marquises. “Cada pessoa que encontrei no ano passado. “Era perto do natal. é como uma pedra dessas calçadas. E Então a Prefeitura resolveu elas, suas histórias, seus higienizar, como eles ensinamentos estão “MUITOS QUERIAM QUE gostam de dizer, a Rua XV. registrados neste livro. Meu objetivo é que isso NÓS SIMPLESMENTE NÃO Acontece que, aqui na Rua não se perca na minha EXISTÍSSEMOS PARA NÃO XV moram a maior parte dos SUJARMOS A CARA DA moradores de rua da cidade. memória. Também desejo CIDADE.” Simplesmente, a Guarda compartilhar a sabedoria Municipal chegou no meio que as ruas têm para da madrugada, batendo em todo mundo, ensinar”. recolhendo pertences pessoais e jogando A exclusão social vivida pelos como se fosse entulho num caminhão. moradores de rua são um dos temas Em seguida vinha o pessoal lavando e recorrentes da obra de Eduardo que não dizendo ‘circulando’. Foi assustador pra esquece agressões policiais, as medidas todo mundo. Tudo o que o morador de rua de limpeza do poder público e o desprezo tem na vida é um cobertor pra se proteger de algumas pessoas que destratam do frio, uma mala, talvez com fotos e moradores de rua.. “Muitos queriam que endereços da família e poucos pertences nós simplesmente não existíssemos para mais do que quando tinha um lar”.

da família. E tudo isso se perdeu”, lamenta. Quando o livro estiver totalmente pronto, Eduardo pretender revisar e procurar uma editora interessada em publicar suas histórias. “Estou com quase tudo pronto. Agora quero procurar alguém que queira compartilhar todos esses relatos com o público. Tenho certeza que as ruas têm muito a ensinar”.

Jeslayne Valente/4°Período


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Curitiba, 11 de junho de 20114

O povo japonês, um dia tão orgulhoso, aprendeu que a humildade é uma qualidade a ser exercitada.

NÃO SE ESQUEÇAM DA ROSA DE FUKUSHIMA O relato de alguém que sobreviveu a guerras, mas vê parte da família sofrer do outro lado do globo

O ano, desta vez, era 2011. O dia, 11 de março. Mariko acordava em sua casa localizada

em uma tranquila rua sem saída no Bom Retiro. Não era mais uma criança: era casada, tinha filhos e assinava Mariko Chikude. Já era brasileira naturalizada. Neste dia, uma de suas irmãs fazia aniversário. Logo cedo, ligaria para ela para parabenizá-la. Mas antes, habitualmente ligou a televisão no canal japonês NHK. Viu a usina Dai-ichi, que havia visitado em 1994, sendo afogada pelo tsunami. Sua cidade natal sendo balançada pelo implacável terremoto. No telefonema com a irmã, o aniversário foi quase para o segundo plano. Do outro lado do globo, a família de Mariko que continuava no Japão fugia às pressas, sem levar nada consigo. Suas casas não foram destruídas, continuam firmes, sem uma única rachadura. No entanto, como são próximas da usina, foram

contaminadas pela radiação. Nas poucas vezes que as visitam, é pouquíssimo tempo e usando uma roupa protetora contra a contaminação. Esta virou a grande sina de todos os que residiam na região. A população teme que a radiação seja contagiosa e prefere manter distância de pessoas vindas de Fukushima. A situação lembra a dos sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, que também foram marginalizados por medo do contágio. As crianças não brincam mais do lado de fora. Os trabalhadores da cidade, que um dia tiravam da estação seu sustento, foram por ela obrigados a largar tudo para se salvar. Fukushima tornou-se uma cidade fantasma. A culpada foi a mesma que trouxe à ela o progresso: Dai-ichi. A

família de Mariko partiu para áreas não contaminadas. Nem mesmo podem visitar os túmulos de seus pais e avós, pois estes estão na área crítica. Isto causa tremenda dor: os japoneses têm profundo respeito e honra por seus ancestrais. As mudas telepáticas, cegas inexatas, rotas alteradas e rosas cálidas de Vinícius de Moraes, vistas pela última vez na Segunda Guerra Mundial, podem não retornar na mesma quantidade de antes, mas renascem. Mariko pensa que o povo japonês, um dia tão orgulhoso, aprendeu que a humildade é uma qualidade a ser exercitada. Também é agradecida aos países que, mesmo pobres, fizeram o que podiam para ajudar o Japão. Um raro resgate da humanidade do humano no mundo selvagem dos dias de hoje. Taís Arruda / 3o Período

Reprodução: Taís Arruda / 3o Período

Era junho de 1953. No porto de Santos, um navio vindo atracava. Entre os passageiros, desembarcava a família Kambayachi, que fugia de seu Japão natal, castigado pela fome e pela guerra. A caçula dos seis filhos, Mariko, tinha sete anos. Em terra firme, muitos beijos, abraços e lágrimas salgadas pela saudade. A família Kambayachi, cujo nome vem da geração dos samurais, estava há muito separada: os parentes da matriarca haviam partido rumo ao Brasil 20 anos antes. Além da saudade, um Japão assolado por duas guerras mundiais também castigara a família, nativa de um vilarejo a oito quilômetros de distância do local onde hoje existe a usina nuclear Dai-ichi, em Fukushima. Logo no começo da estadia, sustos. Era época de São João no Brasil, o que é sinônimo de muitas festas e fogos de artifício. Porém, para quem estava acostumado a brutais bombardeios quase incessantes, as explosões resgatavam o trauma de viver no olho do furacão da guerra. No entanto, o Brasil foi uma mãe acolhedora para a família tão sofrida. Mariko nasceu em 1945, apenas nove meses depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Não havia comida disponível. A solução? Comer o que conseguiam. Durante este período amargo, a alegria da família era quando uma de suas irmãs mais velhas conseguia achar uma lagarta para servir de refeição. Além de comida, as terras brasileiras também ofereciam paz. A família não precisaria perder mais membros no fogo cruzado da guerra além de um irmão do patriarca. Os filhos de quinze anos de seus vizinhos não se tornariam pilotos de aviões kamikaze. As crianças não mais precisariam ter treinamento de combate com bonecos e lanças de bambu na escola. Suas brincadeiras não mais seriam imitar o barulho da sirene que avisava sobre os bombardeios e logo em seguida se esconder.


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