Mãe de surpresa
Mulher descobre que está grávida na hora do parto. Página 03
Morte na rua
Secretário de saúde vai a Câmara explicar ocorrido na Fazendinha. Página 06
Atrás das grades
Quadrilha de assaltantes de veículos é presa em Curitiba. Página 08
Curitiba, 30 de Junho de 2015 - Ano 18 - Número 263 - Curso de Jornalismo da PUCPR
O jornalismo da PUCPR no papel da notícia
A triste realidade das ruas
Conheça a difilcudade dos moradores de rua e os trabalhos para ajudá-los.
Páginas 04 e 05
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Expediente
Economia
Colorindo a economia Vendas de acessórios para colorir também sobem Yuri Bascopé 1º período
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ivros para colorir não são mais exclusividade do setor infantil. A versão para adultos do produto está agitando a economia das papelarias brasileiras e movimentando uma área que costuma operar em baixa nesta época do ano. A Faber-Castell Brasil, líder nas vendas de lápis de cor, registrou no mês de abril deste ano uma distribuição cinco vezes maior de seus produtos em relação ao mesmo período de 2014. Já a Kalunga, rede varejista do setor, contabilizou um aumento de 210% nas vendas de itens para colorir. Devido a febre dos livros, a empresa começou a vender os seus próprios produtos para pintura, além de todas as lojas da companhia terem disponível para venda as obras mais procuradas pelos consumidores: “Floresta Encantada” e “Jardim Secreto”. Vitória Vargas, estudante de publicidade, conta que ao descobrir a versão para adultos do produto pelas redes sociais, logo comprou o fenômeno Jardim Secreto.
Edição 263- 2015 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br “Comprei o livro porque eu gostava de colorir. Paguei R$ 29,90, mas depois eu achei ele por R$ 24,00 quando ele estava no auge. Eu gastei em outros acessórios além do livro, porque eu comecei a ver o pessoal das redes sociais colocarem efeitos legais que não dava pra eu fazer só com os materiais que eu tinha, então eu comecei a investir em outros recursos para deixar os meus desenhos mais bonitos. Acho que eu paguei em torno de R$ 150,00 em tudo”, explica Vitória. Heloísa Machado, dona de uma papelaria de Curitiba, revela que teve que esperar para receber os livros em sua loja. “Os livros chegaram somente após o Dia das Mães. Ficamos dois meses na lista de espera para conseguir, mas ainda assim, das trinta unidades que chegaram, temos somente duas em estoque”, conta. “Em média, as vendas de lápis de cor e canetinhas cresceu 40% em relação ao mesmo período do ano passado, e o mês de maior alta foi maio, devido ao Dia das Mães”, conclui Heloísa. Melvin Quaresma
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR
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COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Melvin Quaresma 7º Período
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3º Período
3º Período
1º Período
3º Período
Joshua Raksa
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Exemplares lotam as prateleiras
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Cidades
Inesperada Vitória Mãe chega a unidade da UPA sem saber que estava grávida Sophia Cabral 1º período
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a tarde da última sexta-feira (26), os funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Comprido, ficaram surpresos ao realizarem um parto inesperado.
Sophia Cabral
uma mulher não sabia que estava grávida”. Ela diz que apesar de não ser o ideal, a unidade está preparada para situações de emergência.
Gislaine Beks, de 28 anos, dizia não saber que estava grávida, chegou a UPA sentindo dores abdominais e com a bolsa rompida. Após o batimento cardíaco do bebê ser confirmado, uma sala foi improvisada para a realização do parto.
Mãe de dois filhos, Gislaine não esperava a gravidez, e quando descobriu, ficou entusiasmada. “Na verdade eu não estava esperando, mas agora eu já me acostumei com a ideia. Foi uma tanto pra mim quanto para os enfermeiros. Apesar de ter que começar tudo de novo, é ótimo. É um presente de Deus”
Vanessa Laplechade, coordenadora na UPA, conta que é comum chegarem mulheres em trabalho de parto na unidade, mas sempre as encaminham a um hospital próximo. “Foi o primeiro caso em que
O maior risco no nascimento era o fato de Gislaine não ter feito pré-natal e os médicos não terem certeza da idade gestacional do bebê. Apesar disso, a mãe e a pequena Vitória passam bem e não neces-
Sem precisar de atenções especiais, mãe e filha passam bem sitam de cuidados especiais dos médicos. Como o nascimento foi repentino, os pais estão rece-
bendo doações de roupas e fraldas. Quem tiver interesse em contribuir pode entrar em contato pelo número (41) 9826-3572.
Todo cuidado é pouco Anticoncepcionais são os mecanismos mais utilizados para não engravidar, porém, nem sempre são 100% seguros Caroline Deina de Farias 1º período
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uso de métodos anticoncepcionais está cada vez mais comum na vida das mulheres, seja pela via oral, intramuscular, transdérmica ou pela mucosa vaginal. A falha desses mecanismos, se disciplinados, é de menos de 1%, independente da via utilizada. Porém, todo cuidado continua sendo necessário, pois qualquer erro pode resultar em uma gravidez inesperada. Um exemplo foi o caso da dona de casa Miriam Lopes, que engravidou de quadrigêmeas enquanto usava o método contraceptivo injetável. Ela contou que o efeito do anticoncepcional foi cortado por um antibiótico, que usou para o tratamento de uma doença.
A advogada Rosemeri Ferreira passou por um caso semelhante. Após quatro anos utilizando contraceptivo intramuscular, em períodos determinados pelo médico, ela engravidou. “Ano passado quando tive problemas com infecção, tomei um remédio para combater, então acredito que ele cortou o efeito do outro”, explicou Rosemeri. De acordo com a ginecologista Rosilei Antonievicz, em caso de uso de antibióticos associados nesse ciclo, deve-se usar o preservativo como método coadjuvante. A médica ainda afirma que equívocos podem ocorrer, por isso é necessário submeter-se à uma consulta para verificar se não há contraindicação.
Segundo a ginecologista, os métodos mais eficazes são a laqueadura e a vasectomia, que são definitivos. Outra opção segura seria o dispositi-
vo intrauterino (DIU). Porém, entre as mulheres, a pílula anticoncepcional ainda é a mais utilizada. Sarah Lima
Pílula anticoncepcional é o método contraceptivo mais popular entre as mulheres
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Especial
A triste realidade das ruas Desabrigados de Curitiba enfrentam baixas temperaturas, mas podem contar com o auxílio da Fundação de Ação Social Gilmar Montargil Maria Victória Lima 3º período
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cama nada mais é que os ladrilhos da calçada; o guarda-roupa é o bueiro da esquina; a comida é o que se encontra em meio ao lixo. Não é fácil a vida dos moradores de rua da cidade de Curitiba, que tem como seu principal inimigo o frio. Existem vários motivos pelos quais encontramos pessoas nessas condições, como rompimento de relações com a família, abandono, dependência química, fuga da justiça, deficiência mental, imigração, entre outros. Essa é a vida de Jeferson dos Santos Gomes, 24 anos, que estava na esquina da Rua Alameda Dr. Muricy com a Travessa Nestor de Castro, no Centro. Sua sanidade, já danificada pelo consumo de drogas, só permite que ele se lembre, além da idade e do
nome, de poucos momentos. Com ele, um colchão velho, um isqueiro, uma bíblia e uma sacola azul onde guarda algumas peças de roupas doadas, que leva consigo para cima e para baixo. Ao ser questionado, Jeferson diz que no almoço ele paga R$ 2,00 em um restaurante popular com dinheiro conseguido como esmola nas ruas, ou se alimenta através de doações. Segundo Marina Marson, assistente social da Fundação de Ação Social (FAS), pode-se considerar toda a região central ou regiões que possuem marquises como pontos onde é possível encontrar os moradores de rua, pois é onde há proteção da chuva e do frio. – Os principais pontos são a Avenida República Argentina que vai do Portão ao Centro, a Avenida Sete de Setembro por
ter muitas marquises, e praças como a Praça Rui Barbosa e a Praça Osório, além da Rua XV de Novembro, e outras. Alguns moradores de rua se reúnem em grupo para se aquecerem e para se protegerem de outros grupos de desabitados ou grupos de skinheads que são uma ameaça, além de outras violências. Entretanto, alguns são independentes e perambulam sozinhos, estando mais vulneráveis aos perigos da noite. Há dois tipos de trabalho realizado na FAS, a buscativa e a abordagem. A buscativa está relacionada a casos crônicos, onde as pessoas realmente não saem das ruas, e estão nelas há muitos anos, alguns em estágios de dependência ou insanidade muito agravados. Nessas situações é necessário um trabalho com Gilmar Montargil
Jeferson dos Santos Gomes, desabrigado, em esquina no Centro de Curitiba
maior atenção, e é feito um monitoramento indo até os locais de maior incidência para verificar se há a necessidade de cobertores, troca de roupas e alimentação, dando à estas pessoas um mínimo de dignidade e sempre oferecendo oportunidade de abrigo. Já a abordagem é feita a partir da solicitação via telefone, atrvés do número 156 da prefeitura, com a descrição da pessoa por completo e o endereço onde ela se encontra. A partir desse momento é feita uma triagem e é organizada uma rota de busca conforme as localizações. A redação do Jornal Comunicare foi conferir o trabalho de abordagem realizado pela FAS, acompanhados da educadora social Cleidir de Assis de Andrade e do motorista Benardino de Oliveira. Partimos em um dos veículos da instituição, às 19h da última sexta-feira (26), dia frio e com chuva leve. Até esse momento já tinham sido realizados aproximadamente 40 atendimentos, e até o fim do turno, nas próximas doze horas, eram esperados mais 40. O primeiro atendimento foi realizado na Rua Desembargador Ermelino de Leão próximo à esquina com a Alameda Augusto Stellfeld. Lá, um homem estava caído na calçada, embriagado, sujo, molhado da chuva, com uma coberta jogada sobre seu corpo pelo vizinho, que também foi quem acionou o 156. O morador de rua era o Seu Alvino, que logo reconheceu a educadora e aceitou ir para o abrigo.
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Especial O segundo atendimento não foi concluído, pois o indivíduo não estava mais no local. O terceiro foi realizado no Alto Glória, próximo à Delegacia da Mulher, onde foi resgatado Paulo Roberto, que estava em higiene precária, mas lúcido, sem indícios de vícios ou transtornos. A abordagem foi finalizada com o recolhimento de um haitiano, que tinha dificuldades em falar português, e apenas buscava um lugar para passar a noite enquanto não tinha condições de se estabelecer fixamente. Todos foram levados para o abrigo, que comporta cerca de 250 pessoas e que já estava com aproximadamente 200 pessoas. Ali eles se alimentam, pernoitam, e tem a oportunidade de ficar até a manhã seguinte, pois é feito um trabalho para ajudar na recuperação com atividades recreativas, alimentação e atendimento médico: o básico para que a pessoa volte a sua
Gilmar Montargil
e esse é outro aspecto sociológico que dificulta o trabalho. A pessoa da assistência deve se vincular, criando um laço de confiança com o desabrigado. É um trabalho que requer muitas idas até o local onde o morador de rua permanece. O que ajuda a definir se a pessoa vai aceitar a interferência do profissional ou não é o número de visitas e o momento em que a pessoa se encontra.
Casais De acordo com Cleidir, é muito difícil convencer casais a irem para o abrigo, pois há separação por sexo. Portanto, eles preferem não aceitar por medo de se separarem um do outro.
Imigrantes Muitos casos de haitianos estão ocorrendo recentemente, principalmente pela onda de imigração vinda para o Brasil.
O morador de rua Seu Alvino sendo resgatado pela FAS
Sem conseguir se estabelecer profissionalmente eles acabam parando na rua.
prostituem em troca de droga ou comida, confirma a educadora Cleidir.
Dependência Química
Operação Inverno
Outra questão é a dependência química, tanto de substâncias como maconha e crack, quanto de álcool e tabaco. A vida difícil leva alguns moradores a começarem usar as drogas como objeto de fuga. Entretanto, existem aqueles que vão para as ruas justamente por causa da dependência. Às vezes o grau é tão alto que transtornos mentais surgem ou se agravam por causa do vício. Quando essas situações se cruzam dificultam ainda mais a saída das pessoas da vida nas ruas.
A Operação Inverno evita que as pessoas morram de frio na rua, possibilitando a troca de cobertores, de roupas e fornecendo um monitoramento mais intenso durante a noite para aqueles que recusaram ir para o abrigo.
Alguns casos são tão críticos que mulheres e homens se
“Alguns casos são tão críticos que mulheres e homens se prostituem em troca de drogas ou comida” vida normal. Porém, nem todos ficam, pois o direito de ir e vir é garantido, e geralmente eles voltam para a rua. Cleidir, que trabalha há 12 anos na FAS, explica que esse trabalho de convencimento não é fácil: “eu chego, dou boa noite, pergunto como a pessoa está e se precisa de ajuda. Caso a pessoa não deixe eu me aproximar é um sinal que ali há um limite que deve ser respeitado. Tem um caso em que há 12 anos eu busco a mesma pessoa, então já temos um vínculo.” Existe uma cultura de rua, um pertencimento aos grupos. Se um membro do grupo não aceita ir, nenhum vai. Aglomeram-se como uma família,
Segundo a assistente Nadia Sacco Lopes, no próximo mês, pretende-se implantar um trabalho intensivo para trabalhar a população mais debilitada. A abordagem no Centro vai ter uma equipe na Osório pela proximidade com a Rua XV de Novembro,
local de alta concentração de moradores de rua. Estratégias intersetoriais, unem-se a outras políticas como saúde, cadastro único (direito a todo cidadão) com o objetivo de conhecer a vulnerabilidade, de conhecer essas pessoas.
Hare Krishnas O templo Hare Krishna de Curitiba, próximo à Igreja do Rosário no Largo da Ordem, disponibiliza, de segunda à sexta, refeições no almoço e no jantar para cerca de 300 pessoas. Todos podem se alimentar, não há restrição de idade, gênero ou classe. O templo sustenta essa ação por meio da venda de livros ou de doações de comida, como por exemplo as dos comerciantes da Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa) que doam legumes e frutas.
Como ajudar? A população deve parar para escutar essas pessoas e ajudar a lhes mostrar que há um
caminho diferente, e não tratar com indiferença ou preconceito, se comunicar de maneira respeitosa, não dar esmola e não dar roupas. “Eu entendo que toda pessoa tem um sentimento humanitário, esse é um problema da cidade, do país, que esse sistema criou. A melhor forma de ajudar é sendo honesto. Não ajude somente para satisfazer as necessidades materiais do desabrigado, pois dessa forma você não está ajudando a pessoa a sair dessa situação: você dá dinheiro para que ela compre drogas, você dá roupa ou um sanduíche que ela vai trocar na esquina. O que essas pessoas precisam de verdade é de uma conversa, de uma orientação, de um vínculo e de uma relação humana” opina a assistente social Nadia. Caso encontre algum morador de rua em situação de vulnerabilidade, ligue para o 156 para que a FAS localize e preste atendimento ao cidadão.
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Política
Secretário presta depoimento Adriano Massuda presta depoimento sobre o ocorrido na ultima quarta-feira (24).Paciente morreu após ter atendimento negado por médicos e enfermeiros no local Yuri Braule 2º período
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secretário municipal de saúde, Adriano Massuda, foi convocado na manhã desta segunda-feira (29) para prestar depoimentos sobre o caso da mulher que morreu na frente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Fazendinha, após ter atendimento negado por médicos do local. Segundo Massuda, os profissionais responsáveis pelo caso foram afastados, e prestarão depoimentos para a comissão de apuração.
Maria da Luz das Chagas dos Santos morreu após ter atendimento negado na UPA, com fortes dores fortes no peito e na cabeça. O seu caso foi classificado como “verde”, significando que Maria teria até duas horas para ser atendida. Os familiares decidiram levar a paciente para uma farmácia em frente ao pronto socorro na tentativa de amenizar os sintomas, quando Maria desmaiou, então seu marido correu para a unidade.
“Os dados que nós temos a partir da análise documental aponta indícios de omissão de socorro e isso fez com que tomássemos a medida de afastar esses profissionais preventivamente até que se concluam os trabalhos dessa comissão”, diz o secretário.
Após falar com médicos e enfermeiros no local, recebeu a resposta de que eles não poderiam sair de lá. Como último recurso, o marido de Maria tentou ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas também recebeu a negativa por estar do lado da UPA.
A vereadora Noemia Rocha (PMDB), presidente da comissão de saúde na câmara, alerta para a necessidade de revisão no protocolo de atendimento dos médicos. “São seres humanos, pessoas que precisam de atendimento independente de protocolo que, nesse momento, tem que ser eliminado quando há necessidade de atendimento para uma pessoa”, afirma.
A comissão tem30 dias desde a publicação da portaria (25) para terminar o seu serviço, no qual médicos e enfermeiros envolvidos no fato serão ouvidos juntos com os familiares da vítima. Constatada alguma irregularidade, um processo administrativo será aberto contra os responsáveis pela morte. Yuri Braule
Segundo Massuda foram detectadas irregularidades no atendimento
Ato para relembrar Nesta segunda-feira (29), o APP-Sindicato promoveu uma cerimônia inter-religiosa para recordar o confronto entre grevistas e a Polícia Militar no dia 29 de abril Giully Regina 2º período
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embros da APP-Sindicato e professores se reuniram na Praça Nossa Senhora da Salete nesta segunda-feira (29) para recordar o confronto do dia 29 de abril, quando policiais militares atacaram manifestantes com bombas de efeito moral e balas de borracha, deixando mais de 200 pessoas feridas. Katiuscia Perigo, professora de História da Arte da Unespar, estava presente no manifestação de abril, próxima ao local onde o tumulto começou. Segundo Katiuscia, os professores estão na luta para garantir seus direitos. A professora reclama que, por falta de repasse de verbas, não foi possível efetuar os pagamen-
tos dos funcionários terceirizados e também há falta de alguns materiais, como papéis e tintas para impressoras. A assessora do sindicato, Marilda Ribeiro, afirmou que este ato é para ninguém esquecer a repressão aos servidores. “É uma homenagem a luta trabalhadora de uma forma geral”, disse Marilda. A manifestação contou com líderes de diversas religiões, como espiritismo, umbanda, islã e catolicismo. Segundo o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, “o ato também teve a intenção de demonstrar que no convívio das diferenças é possível construir a paz”. Elizabeth Vieiro, representan-
te do Instituto de Antroposofia, tocou o hino nacional em uma Lira, em favor da paz. Guiados por uma representante da religião budista, os manifestantes fizeram uma caminhada silenciosa até a frente do Palácio Iguaçu em que foram jogadas flores em
frente ao Palácio do Iguaçu, e estendida faixas que representavam a paz, a liberdade e o respeito. Ainda, o presidente do sindicato afirma que a manifestção não é só pelos professores. “A corrupção é uma das piores violências que pode ocorrer”, finalizou Leão. Giully Regina
Manifestantes pediram paz durante caminhada no Centro Cívico
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Polícia
Assalto à mão armada aumenta em Curitiba 40 bairros da capital tiveram aumento no índice de assaltos em relação ao mesmo período do ano passado Sérgio Junior 3º período
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e acordo com levantamentos realizados pela Secretaria de Estado Da Segurança Pública (Sesp), foram registrados 7.419 assaltos em Curitiba no primeiro trimestre de 2015, uma média de sete casos a cada duas horas. Apesar do número total representar um aumento de apenas 3% em relação ao mesmo período do ano passado, alguns bairros da capital, como Centro Cívico, Juvevê, Ahú, Bacacheri e São
um bairro, o criminoso muda de bairro, ou muda de crime. Então quando um batalhão aperta os criminosos em um bairro, eles se mudam e passam a cometer o delito em outro”, explica. Mozer Gonçalves, é morador do Campo Comprido e teve seu carro roubado enquanto esperava, estacionado, suas filhas em frente à sua residência. “Era sete horas da manhã e eu estava no carro, em fren-
melhor estratégia para agir naquele local”, relata. Mesmo aumentando na maioria dos bairros, o índice de assaltos a mão armada caiu em algumas regiões, principalmente na central, é o caso do Parolin, do Água Verde, do Cristo Rei e do Batel. Além de alguns bairros mais afastados, como Cajuru, CIC, Xaxim e São Braz que também apresentaram queda em comparação ao ano passado.
Muito dessa melhora se deve ao planejamento e à ação da polícia, é o que explica o Capitão Charles Michel Rocha. “É feito um geoprocessamento com todos os boletins de ocorrência que chegam a nós, com isso desenvolvesse um mapa com pontos que informam onde cada crime acontece. Com isso chegamos à conclusão que devemos trabalhar em regiões com pontos específicos, para poder resolver a situação de cada bairro”, conclui.
“O crime é dinâmico, é plástico, ele muda territorialmente. O criminoso muda de bairro, ou muda de crime”
Lourenço, viram o índice aumentar drasticamente.
O aumento no número de assaltos aconteceu em 40 bairros de Curitiba (53,5% do total), em sua maioria da região norte e sul da cidade. Porém, bairros considerados nobres também apresentaram aumento, como o Centro Cívico que teve uma alta de 62,5% em comparação ao ano passado. Segundo o Coronel Péricles de Mattos, responsável pelo 1º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM), os criminosos mudam de região de acordo com as ações policiais, o que dificulta a resolução da criminalidade. “O crime é dinâmico, é plástico, ele muda territorialmente, quando a polícia reprime o crime em
te à minha casa, quando dois homens armados me abordaram e levaram o meu veículo. Existe policiamento em meu bairro, porém são poucos efetivos para um bairro grande”, protesta.
Reclamações como a de Gonçalves aparecem constantemente entre os cidadãos curitibanos, entretanto todas as coberturas dos bairros são planejadas, é o que afirma o Major Naason Polak, oficial de planejamento da 1º CRPM. “O planejamento procura fazer um quantitativo de habitantes para não haver uma discrepância entre os bairros. Então, você terá um adensamento populacional maior em bairros que tem mais prédios, por exemplo, mas cada bairro é uma situação diferente, que é analisada e desenvolvida a
Sérgio Junior
Geoprocessamento auxilia trabalho da polícia
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Polícia/Cultura
Assaltantes de veículos são presos Quadrilha de assaltantes de veículos é presa no bairro de Santa Felicidade Caroline Farias 1º período
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uatro integrantes de uma quadrilha foram presos na tarde da última sexta-feira (26), por policiais civis da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. Além de cometer roubos de carros, eles exerciam outras atividades criminosas como assaltos a estabelecimentos comerciais e tráfico de drogas há dois anos. A quadrilha furtava cerca de 10 veículos por semana. As investigações começaram no dia 13 de junho, quando a polícia recuperou um Kia/ Sportage. “As investigações já estavam acontecendo e depois teve aquela ocorrência em que um policial foi ferido na tentativa de roubo de seu próprio
carro”, explica o delegado Rubens Recalcatti. Ainda foram recuperados um Hyundai/ HB20 e um Fiat/Palio. A operação resultou na prisão de Jair Rodrigues Gomes da Silva Ramalho, 20 anos, Luiz Roberto Martins, 47 anos, Luan Kristopher de Souza, 19 anos e Lucas Rafhael Camilo dos Santos, 21 anos. Com eles foram apreendidos dois revólveres calibre 32 com munições, cerca de 60 buchas de maconha, 36 comprimidos de ecstasy e relógios roubados de uma relojoaria localizada no bairro Mercês. Segundo o delegado titular da DFRV, Cassiano Aufiero “Souza e Ramalho foram identificados pela polícia através do circuito de segurança da relojoaria em
Veganismo em alta Restaurantes se especializam em práticas alimentares veganas e vegetarianas para atrair público diferenciado Thais Camargo 1º período
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ovens e adultos têm optado por hábitos alimentares diferentes, como o vegetarianismo e o veganismo. Essas práticas baseiam-se na restrição de produtos de origem animal, como o não consumo
dante e músico, revela que optou pela prática do vegetarianismo há pouco tempo, e que encontra dificuldades para encontrar lugares especializados. “Sofro um pouco, porque na grande maioria dos
Essas práticas baseiam-se na restrição de produtos de origem animal de carne. A estudante Letícia Goularte, 19 anos, optou pela prática do veganismo em 2013 e apoia a filosofia em defesa dos animais desde então. “Passei a perceber como o meu entorno se sustenta em mitos, desinformação e acomodação”, explica Letícia. Lucas Smuk, 20 anos, estu-
lugares os pratos principais são algum tipo de carne ou levam recheio de carne. Mas sempre dou um jeito nisso, nem que eu tenha que ficar separando no meu prato”. O restaurante Semente de Girassol, localizado no centro de Curitiba, é habilitado na
Curitiba. A dupla também foi reconhecida por testemunhas que presenciaram o crime”. De acordo com as informações apuradas pela polícia, dois integrantes da quadrilha ainda estão foragidos. Um deles é Marcelo Klaus Correa Perucci, 33 anos, vulgo
Carioca, condenado a mais de 90 anos de prisão. O outro integrante é Alexandre Lopes Cardoso, 44 anos. O delegado responsável pelo caso pede para que entrem em contato com a delegacia caso existam informações sobre os foragidos. Caroline Farias
Além de roubos de veículos, os assaltantes estavam envolvidos com tráfico de drogas
produção de pratos veganos, além de propagar uma filosofia de utilizar alimentos naturais e não transgênicos. Ao ser questionado sobre o objetivo da prática vegana, Emerson, dono do restaurante, comenta que o principal objetivo é, não apenas atingir o público vegano e vegetariano, mas também despertar a curiosidade de pessoas que não possuem esses hábitos alimentares. Laressa Krefer, estudante, frequentadora do restaurante e vegetariana há dois anos, conta que parou de comer carne vermelha por motivos de saúde e aos poucos parou completamente. Laressa defende o pensamento do comércio, por ser ecológico e ter preços acessíveis.
Entenda a diferença Vegetariano é alguém que exclui o uso de todas as carnes animais, e se alimenta, basicamente, de grãos, sementes, vegetais, cereais e frutas, com ou sem o uso de lacticínios e ovos. Já os veganos eliminam todos os produtos de origem animal não penas da alimentação, mas também de produtos do cotidiano, como roupas, produtos de higiene e remédios, além de serem contra todo o tipo de exploração animal (touradas, circos com animais, jardins zoológicos,