Comunicare diário 03.07.2015 (sexta)

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Bichanos merecem lar

Programa quer diminuir número de animais abandonados. Página 03

Lava jato prende mais um

Ex-diretor da Petrobrás está na carceragem da Polícia Federal. Página 06

Arte na rua

As histórias de quem vive a vida a encantar. Página 08

Curitiba, 03 de Julho de 2015 - Ano 18 - Número 266 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Cadeia para menores

Projeto que reduz maioridade penal de 18 para 16 anos é aprovado na Câmara.

Páginas 04 e 05


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Curitiba, 03 de Julho de 2015

Cidades

Hortifruti rotulado Nova lei obriga comércio a rotular frutas e verduras com informações para os consumidores Joshua Raksa 1º período

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a última quarta-feira (01) começou a vigorar a lei 748/2014, que faz com que os supermercados e feiras do Paraná tenham que rotular diversas informações sobre as frutas e verduras comercializadas, como o nome, nome fantasia, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço da empresa de onde vieram os produtos. Por enquanto, o comércio deve fornecer os dados de apenas 10 itens, mas a partir de dezembro mais 11 itens entram na lista. Só em julho de 2016 a lista estará completa, com todos os alimentos a granel restantes. Em nota, a Prefeitura de Curitiba explica que se até o final de agosto o mercado não tiver com os 10 itens inicias rotulados eles podem ser advertidos e multados.

Segundo o gerente geral do Super Muffato Hauer, Aldinei Pepe, o mercado já vem rotulando as frutas e verduras do primeiro lote há quase um mês, isso porque ao informar o consumidor esses dados, o mercado demonstra a sua confiabilidade. Pepe ainda explica que a nova regulamentação deixará os produtos no mesmo nível dos embalados. “Os produtos embalados já costumavam rotular diversos dados de seus produtos. Essa lei é importante para equiparar o mercado”. A chefe de alimentos da Vigilância Sanitária Municipal, Sabrina Mendes, diz que essa lei dará a opção ao consumidor saber se o alimento possui agrotóxicos ou resíduos e escolher o produto que achar mais adequado. “O comprador poderá saber de qualquer irregularidade do produtor”.

A gente erramos!

C

hegou ao fim mais uma semana do Comunicare diário. E é com muito orgulho que estamos aqui para falar sobre os nossos erros. Crases órfãs, letras que sumiram, além dos bairros que viraram fazendas, praças que mudaram de nome e sobrenomes que foram escritos errados. Entre os deslizes faltaram calmantes e cafés, as brigas foram muitas, assim como os puxões de orelha por causa dos erros de português. Seguramos o forninho, que é a sequência de pautas caindo, usamos as hashtags para fazer reivindicações na redação e nunca deixamos de pensar na pizza que brinda o final dessa semana de trabalho.

Erremo, sim senhor! Assim como todo mundo erra, mas foi uma semana de muito aprendizado. Fizemos o trabalho com todo o empenho, buscando preparar as melhores

pautas, reportagens e edições que temos condições de fazer sabendo que um jornal diário exige um enorme esforço, mas nos traz uma experiência única e incomparável.

Expediente Edição 266- 2015 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Isabella Lanave 6º Período

COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

SECRETÁRIOS DE REDAÇÃO

Andrey Princival Gabardo 3º Período

Bruna Carvalho 7º Período

Gabriela Jahn 3º Período

PAUTEIROS

Ana Lucy Fantin 1º Período

Ana Luiza Moraes 1º Período

Cristielle Barbosa 1º Período

Erica Hong 1º Período

Vinicius Scott 1º Período

REVISORES

Adriana Barquilha 3º Período

Angela Manfrini 1º Período

Julia Lopes 1º Período

Ruan Felipe 1º Período

Sarah Lima 1º Período

DIAGRAMADORES

Andréa Ross 3º Período

Paulo Pelanda 3º Período

Renata Martins 2º Período


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Curitiba, 03 de Julho de 2015

Quem ama não abandona Índice de animais sem lar tem crescido mesmo com as ações de órgãos e prefeituras Gabriel Vitti 1º período

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ue eles são os melhores amigos do homem, todo mundo sabe. Entretanto, o que ainda é pouco divulgado são os 30 milhões de animais abandonados apenas no Brasil, índice divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2014. Com o objetivo de diminuir esse número e proporcionar melhorias nas condições de vida dos animais, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Curitiba criou a Rede de Proteção Animal (RDPA), um programa que envolve vários agentes públicos, de iniciativas particulares e do terceiro setor. Entre as medidas do projeto, está o oferecimento gratuito de um sistema de castração, disponibilizado a todos os cidadãos que se enquadrem nas condições estabelecidas e a implantação de microchips nos animais, que permite a identificação dos responsáveis de cada bicho, que pode ser feita de forma gratuita

Cidades

Caroline Farias

para moradores da capital cadastrados na RDPA. Segundo a presidente da Organização Não Governamental (ONG) Cia das Pulgas de Curitiba, Rose Marie, a castração é a única maneira de diminuir o número de animais abandonados. Devido a isso, ela criou a ONG em 2007 com a intenção de acabar com os abrigos e ajudar na realização de um controle habitacional, através de campanhas de castração em favelas e regiões mais pobres. O órgão conta com dois convênios com a prefeitura e é autossuficiente, utilizando apenas as verbas que arrecada com as vendas de camisetas personalizadas que produz. Os veterinários que realizam a castração são voluntários e a ONG apenas se encarrega de comprar os materiais necessários para a cirurgia. De acordo com a estudante Monique Boer, 18 anos,

Número de animais abandonados cresce em Curitiba que contribui com diversas ONG’s, o abandono de animais é um problema grave e comum, principalmente quando o animal é adotado ou de grande porte. Mesmo com todas as medidas disponíveis, a quantidade de animais que vivem nas ruas

ainda é grande. A conscientização da população é a melhor forma de cuidar do problema, porém, ainda não é um meio totalmente eficaz. Para a estudante as pessoas são movidas pela emoção. “É preciso apelar. Quanto mais sensibilizada, melhor é a aceitação”.

Mudança ao volante Penalidade para condutores que dirigem embriagados é destaque em São José dos Pinhais Gabriel Vitti 1º período

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egundo dados divulgados pela Organização Não Governamental Não foi Acidente, cerca de 60 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de acidentes no trânsito. Desse número, 40% envolve a condução de veículos por pessoas embriagadas, ato que mesmo sendo considerado crime grave, ainda é comum nas rodovias do país. Para conscientizar os motoristas dos problemas causados pela combinação de álcool e direção, a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais,

na Região Metropolitana de Curitiba, está realizando um projeto de punição diferente. Com a iniciativa, os infratores recebem um convite após a audiência na Vara Criminal e podem escolher participar das atividades comunitárias em ajuda às vítimas de acidentes de trânsito. Segundo o psicólogo do Detran, Fabiano Xisto Correia, o projeto nasceu com o objetivo de auxiliar nos processos jurídicos do setor, uma vez que, por serem lentos, tornavam grande o intervalo

entre o crime e a punição, não conscientizando os cidadãos. Os motoristas que aceitam participar do projeto são avaliados por médicos e psicólogos, e recebem uma capacitação no hospital. Após esse processo, é necessário assistir um ciclo de oito horas de palestras sobre educação no trânsito. Para a empresária Solange Fantin Gonçalves o projeto deveria ser implementado em todo o país, já que, apenas o pagamento de multas não é suficiente.

“Quando a pessoa participa do sofrimento dos outros, ela passa a respeitar mais”, afirma Solange. Apesar de o projeto ser recente, os resultados a curto prazo já são positivos. Segundo o Detran, grande parte dos motoristas aderiram a proposta e há relatos de pessoas que, mesmo após o período obrigatório de 40 horas de atividades práticas, continuam a ajudar as vítimas de acidentes.


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Curitiba, 03 de Julho de 2015

Política

Menores de 16 anos: de infratores à criminosos Deputados federais aprovam redução da maioridade penal Jehnifer Kammer 3º período

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a madrugada desta quinta-feira (02) foi aprovado em primeira votação o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 171/93 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Em menos de 24 horas, líderes de partidos como PMDB, PSDB, PSC, a favor da redução, encabeçados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reverteram a votação anterior, contrária à redução da maioridade. Por se tratar de uma mudança na Constituição, o regimento da Casa determina no mínimo 308 votos a favor para que o texto seja aprovado, o que não ocorreu na quarta-feira (01), quando o projeto foi derrubado com 303 votos a favor e 184 contras. Já com texto mais ameno, com redução apenas em casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão

corporal seguida de morte, a nova emenda foi aprovada. Foram 323 votos favoráveis, 155 contrários e duas abstenções. Do texto anterior, foram retirados crimes como tráfico de drogas, terrorismo e tortura. A mudança foi considerada institucional e chamada de “golpe” por partidos contrários como PT, PCdoB e PSOL. Em relação aos deputados federais paranaenses que participaram da votação, Aliel Machado (PCdoB) enfatiza a falta de escrúpulos do presidente da Câmara e demais deputados quanto à segunda votação. Contra a redução ele alega que entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e promotores também são contrários à proposta. “Temos mais de 100 mil man-

dados de prisão em aberto no país, todos contra maiores de idade. Colocar jovens de 16 anos com presos perigosos só vai piorar as coisas”, afirma.

Deputados federais paranaenses a favor:

Quanto à CNBB, citada por Machado, a instituição, defendendo sua posição, resguarda os direitos da criança e do adolescente já previstos na Constituição. Em nota, conclui que “se há impunidade, a culpa não é da lei, mas dos responsáveis por sua aplicação”.

Hermes Parcianello (PMDB)

Antônio Queirós Campos, advogado e professor de filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), é a favor da redução para crimes graves, como aprovado na Câmara. Para ele, “os argumentos de quem é contra são absurdos, pois focam sua argumentação alegando que a carceragem não Isabella Lanave

Takayama (PSC) Evandro Roman (PSD) Osmar Serraglio (PMDB) Sérgio Souza (PMDB) Dilceu Sperafico (PP) Marcelo Belinati (PP) Nelson Meurer (PP) Sandro Alex (PPS) Giacobo (PR) Luiz Nishimori (PR) Luciano Ducci (PSB) Edmar Arruda (PSC) Alfredo Kaefer (PSDB) Luiz Carlos Hauly (PSDB) Rossoni (PSDB) Leandre (PV) Fernando Francischini (Soliedariedade)

Deputados federais paranaenses contra: Aliel Machado (PCdoB) Diego Garcia (PHS) João Arruda (PMDB) Ricardo Barros (PP) Rubens Bueno (PPS) Leopoldo Meyer (PSB) Assis do Couto (PT) Enio Verri (PT) Zeca Dirceu (PT) Alex Canzani (PTB) Christiane de Souza Yared (PTN)

Estudantes protestaram contra a aprovação no Congresso Nacional


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Curitiba, 03 de Julho de 2015

Política/Polícia

Isabella Lanave

contribuiria para ressocialização. Quem disse que educar o delinquente é a única função da pena?”. Campos acredita que embora o tema seja complexo, o principal objetivo da lei é segregar o delinquente para proteger a sociedade inocente. Já o deputado Evandro Romam (PSD-PR), também a favor da emenda, declara que se baseou em pesquisa e levantamentos feitos no oeste do Paraná no qual 23% dos crimes são cometidos por menores. Na opinião do coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos (CESPDH), Pedro

Bodê, o ato de Cunha foi institucional, pois colocou em pauta o mesmo projeto e cabe agora ao Supremo Tribunal Federal (STF) decidir. Segundo ele, já existe a punição. “É preciso desmistificar que os jovens não são punidos, não há porque introduzir um mecanismo que coloque os jovens em um sistema cheio de erros. Dizer que a maioria está sempre certa não é correto, visto que até o nazismo teve apoio”, finaliza. A professora de direito processual penal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Clara Maria Romam Borges, concorda com Bodê e relembra que punição não resolve tendo em vista que o sistema

carcerário no país só aumenta, e que a emenda é mais fundada em disputas políticas do que no problema de fato. Em pesquisa realizada pelo Comunicare com 100 pessoas, 75 foram a favor da redução e 25 contras. Para Newton Desordi, servidor público, “maturidade não se dá só pela idade. Há uma generalização quanto a isso e muita divulgação aos crimes realizados por menores, finaliza. No entanto, Ofélia Aparecida, enfermeira acredita que, “as fundações casas não dão conta da reeducação destes jovens. A cadeia que estes ficarão não é uma cadeia normal e eles já têm consciência do que fazem”. Estatuto da Criança e do Adolescente foi lembrado

Vendia objetos roubados no bar Com o suspeito, a polícia apreendeu bicicletas, home teather e até uma guitarra Fernanda Ehlke 2º período

N

a última quarta-feira (01), foi preso no bairro Alto Boqueirão, Elvis Cordeiro dos Santos, conhecido como “Tchuga”, 25 anos, pelo crime de receptação. O proprietário de um bar, foi pego em flagrante por policiais da delegacia de Furtos e Roubo (DFR), em operação chefiada pelo delegado Rubens Recalcatti.

e revendia nas dependências de seu bar, para clientes da região. “Encontraram ele em posse de todos esses objetos e foi abordado, confessou que comprou os materiais por um preço bastante irrisório, por R$ 500 e outra parte ele já tinha há algum tempo, que havia comprado”, disse o delegado Recalcatti.

Segundo Recalcatti, a polícia chegou até o receptador após uma denúncia anônima e investigações da DFR, que agora está sob comando do delegado Dr. Rafael Vianna onde Tchuga está preso. Ele teve sua prisão decretada após ser atuado em flagrante em sua residência, onde os policiais apreenderam três bicicletas, seis televisores, um home theater e uma guitarra, todos objetos provenientes de furtos e roubos.

De acordo com o delegado, o presidiário “fica preso à disposição da justiça, a DFR vai trabalhar ainda mais para

tentar levantar outros objetos que ele tenha receptado e vai responder esse crime, pode ser que na sequencia se consiga localizar outras compras que ele fez”, afirma. Recalcatti recomenda se as pessoas reconhecerem seus pertences, devem ir até a delegacia e procurar o superintendente Ninja, e os policiais pedindo para verificar os objetos. “É claro que essas pessoas têm que apresentar boletim de ocorrência,

Tchuga que já tem antecedente por tráfego de drogas e receptação, comprava os objetos Polícia recebeu denúncia anônima antes de prender o suspeito

documento de compra desses objetos”, completa.

Tentativa de fuga Na tarde de quarta-feira, os presos presentes na carceragem da DFR tentaram escapar, enquanto o trem passava. Segundo Recalcatti, eles aproveitaram o barulho, porém o delegado Dr. Rafael Vianna, ao estar indo embora, ouviu o barulho e voltou lá. Vianna percebeu e evitou a fuga. Giully Regina


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Política

Vai faltar lugar na cadeia da Polícia Federal Ex-diretor da Petrobrás é o novo preso pela Operação Lava Jato. Valor total desviado pode chegar a R$ 19 bilhões Caroline Farias Sophia Cabral 1º período

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Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (02), a 15ª fase da Operação Lava Jato, intitulada como Conexão Mônaco, marcada pela prisão do ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Jorge Luiz Zelada. Ele é o quarto diretor a ser preso, depois de Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento, preso em 20 de março de 2014), Renato Duque (ex-diretor de Serviços, preso em 14 de novembro de 2014) e Nestor Cerveró (também ex-diretor da Área Internacional, preso em 14 de janeiro de 2015). De acordo com a PF, o foco das investigações é o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da Diretoria Internacional da Petrobrás e os acusados responderão pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O Procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou que os principais motivos que levaram à

Caroline Farias

Procurador, superintendente e delegado concedem entrevista coletiva

prisão preventiva envolviam o depoimento de Pedro Barusco confirmando que Zelada recebia repasse de recursos por meio do esquema que operava na estatal, o forte indício de que havia super faturamento na construção de navios sondas e também a continuidade no crime de lavagem de dinheiro com transferências envolvendo Suiça, Mônaco e China.

no Rio de Janeiro, por volta das 11h30. A PF fez busca de documentos e mídias em três locais na mesma cidade e uma em Niterói. Após a apreensão, o ex-diretor foi transferido para Curitiba, onde foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame padrão de corpo de delito e posteriormente encaminhado a carceragem, na PF.

A prisão ocorreu em sua casa,

Em nota, a defesa alegou que a prisão é desnecessária, já que Zelada sempre esteve à disposição das autoridades.

Sophia Cabral

Lima alegou à imprensa que depois de mais um ano de investigações não tiveram indicativos de maiores desvios em outras diretorias. “Eventualmente não posso dizer que não vá surgir, pois me surpreendo a cada dia com o nível de prova que nós conseguimos”.

Zelada foi transferido para a sede da Polícia Federal em Curitiba

De acordo com o delegado da PF, Igor Romário de Paula, que é um dos responsáveis pela Operação, a corrupção na estatal pode chegar ao valor

de R$ 19 bilhões, dos quais apenas cerca de R$ 700 milhões foram recuperados.

Entenda a Conexão Mônaco Essa fase da Operação é a investigação das finanças do ex-diretor, sendo descoberto um desvio de €11,6 milhões de euros, mantidos por ele em conta secreta no Principado de Mônaco. No mês de março, os investigadores apontaram Zelada com um dos próximos alvos. Na época ele teve seu dinheiro bloqueado em duas contas no banco Julius Baer. A ordem de bloqueio também ocorreu com os €20 milhões que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, tentou ocultar. Lima ainda diz que há indicativos de ocorrências irregulares na área de sondas e que não pode afirmar que tenha relação com a sonda Pride, interceptada por Duque e repassada a outro operador.


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Curitiba, 03 de Julho de 2015

Água mais cara Se aprovado, o reajuste será o terceiro somente neste ano Yuri Braule 2º período

A

Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) encaminhou, nesta quarta-feira (01), uma proposta de “revisão tarifária extraordinária”, que deverá encarecer de novo a conta do consumidor a partir de setembro. Esse reajuste representaria o terceiro da companhia em 2015, pois em março foi autorizado um acréscimo, dividido em duas partes: um aumento

Yuri Braule

Essa alteração na tarifa deverá prejudicar o bolso do consumidor que já reclama de encarecimentos em outras faturas. “Já tem aumento na conta de luz, vi que vai subir a gasolina mais uma vez esse ano e os reajustes não acompanham o salário, então fica cada vez mais difícil para um pai de família colocar as contas em dia dentro de casa”, argumenta André Alcir, de 33 anos.

“Os reajustes não acompanham o salário, então fica cada vez mais difícil colocar as contas em dia” em maio, de 6,5%, e outro em julho, de 6%. O Instituto das Águas, agente regulador do setor no estado, irá analisar o pedido da Sanepar e, se for aprovado, demorarão, pelo menos, mais 30 dias para aplicar o novo preço.

Economia/Cultura

Em nota para a imprensa, a Sanepar alega que “o pedido foi necessário devido aos recentes aumentos de energia elétrica aprovados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), bem acima do que prevíamos” e que o re-

Reajuste tarifário pode chegar a 6% ajuste na conta elétrica representa um acréscimo de 88% em relação ao ano passado. Com o novo aumento, a solução será economizar na conta de luz, caso de João Paulo, 24 anos, que, junto com o seu

condomínio, buscam reduzir o desperdício. “A gente procura amenizar o gasto na água, porque isso também afeta o meio ambiente”.

Festival destaca folclore e etnias Apresentações acontecem até dia 15 de julho. Entre as atrações está um grupo internacional Nicole Heep 1º período

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omeçou nessa quarta-feira (01) e vai até dia 15 de julho, o 54º Festival Folclórico e de Etnias do Paraná. O evento, criado pela Associação inter-étnica do Paraná (Aintepar), acontece no Teatro Guaíra em Curitiba, com um ciclo de apresentações de danças folclóricas de diversas etnias. Segundo a própria associação, uma das características do estado do Paraná é a diversidade de etnias que o coloni-

zaram. Esta riqueza histórica é mostrada nas danças folclóricas do evento, as quais representam 11 etnias. De acordo com o presidente da Aintepar, Rogério Flor, folclore é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação.

O presidente afirmou também, que o festival foi criado com a intenção de divulgar os trabalhos dos grupos folclóricos e resgatar valores através da cultura de seus antepassados, avós e bisavós que fizeram parte da colonização de nosso estado. Este ano, espera-se superar 20 mil espectadores, enquanto nos outros anos a média de espectadores foi de 15 mil.

Ingressos Os ingressos custam R$ 25,00 a inteira; Quem paga meia? Crianças, estudantes, professores, idosos e doadores de sangue; Locais de venda: site do Disk Ingressos e bilheterias do Teatro Guaíra.


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Curitiba, 03 de Julho de 2015

Especial

Uma vida dedicada a arte nas ruas Artistas mostram que é preciso muito estudo e dedicação para ganhar visibilidade Gilmar Montargil 3º período

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as ruas de Curitiba, entre os carros e as pessoas, apresentam-se os artistas de rua com malabares, mágicas, acrobacias e encenações, além daqueles que se apresentam somente com música, alegrando a vida das pessoas, mas que, muitas vezes, passam despercebidos. Javier Eduardo Chaures, 33 anos, argentino que está há 10 anos no Brasil, revela que a capital paranaense, para ele e para outros artistas, é um ponto de referência, pois o público é mais crítico em relação à arte. “Curitiba para mim é um ponto base. Eu percorro o Brasil, às vezes fico seis meses fora, mas sempre volto para Curitiba”, afirma ele. Chuares, que utiliza o nome Firu, faz o papel de um palhaço. Ele se apresenta na maioria das vezes nas esquinas da Rua 13 de Maio com a Rua Barão do Cerro Azul, no Centro. “Algumas esquinas funcionam como referência, mas me apresento também em praças e em shoppings. Às

Gilmar Montargil

vezes você está caminhando na rua e vê uma criança chorando, aí faz graça para fazer ela feliz”, conta ele. Phablo Henrique Gavilak, que trabalha nas proximidades, acha interessante o trabalho que realizam e sente falta de incentivo da sociedade civil para com esses artistas. “Eu gosto muito do trabalho, sempre que passo com o carro por aqui eu acabo dando uma ajuda, acho que ainda há muitos preconceitos com artistas de rua”. Chuares trabalha com arte de rua há 15 anos e fez muitos

Javier Chuares demonstrando suas habilidades

“Estudo desde os 22 anos. Fiz

cursos na Argentina, no Chile e no Uruguai” cursos. “Estudo desde os 22 anos. Fiz cursos na ArgentiGilmar Montargil

na, no Chile e no Uruguai”, explica o aprendizado que é necessário para se aventurar nessa área, que de certa forma também é uma opção de vida. Quanto ao preconceito, acredita que hoje em dia as pessoas estão mais tolerantes. Mas como todos os trabalhos realizados nas ruas, os artistas estão expostos a certos perigos, como acidentes, exposição ao sol e ao frio, assaltos, entre outros.

Instrumentos utilizados por alguns artistas

A referência mais forte dos atores que optaram por se dedicar à arte nas ruas provém da Commedia dell’arte, que no século XV, em plena

Idade Média, reunia atores que viajavam pela Europa em trupes. Suas apresentações eram feitas pelas ruas e praças públicas e ao chegarem a uma cidade eles pediam autorização para se apresentar. Tudo era feita por meio do improviso, seguindo um pequeno roteiro, e sempre com referências circenses, com cambalhotas, acrobacias, malabares. Os personagens eram fixos, e muitos atores viviam seus papéis até a morte. Os mais importantes eram o arlequim, pantaleão, capitão, polichinelo e a colombina.


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