Comunicare 267

Page 1

Venda do HSBC causa preocupação

Funcionários e fornecedores temem que compra gere desemprego. Páginas 06 e 07

Deputados votam reforma política

Projeto agora precisa ser apreciado pelo Senado federal. Páginas 08 e 09

Rock como inserção musical

Projeto Little Rockers ensina música para crianças carentes. Página 15

Curitiba, 24 de Setembro de 2015 - Ano 18 - Número 267 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Frio dá férias para Curitiba

Cidade registrou um dos invernos mais quentes da história.

Páginas 02 e 03


02

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Cidades

Inverno com recorde de calor Além de temperaturas altas, Curitiba ficou sem chuvas por mais de 20 dias consecutivos durante a estação Maria Carolina Oliveira 3º período

C

onhecida por seus invernos rigorosos e prolongados, Curitiba surpreendeu a todos este ano com um calor inesperado, que resultou em uma média de temperatura recorde para o mês de agosto e 23 dias sem chuvas. Segundo Samuel Braun, meteorologista do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), ao longo do inverno é comum a presença de massas de ar seco por todo o Estado, que mantêm as temperaturas mais elevadas do que o normal, ocasionando aquilo que é comumente chamado de “veranico”. Porém, o deste ano chamou atenção porque cobriu boa parte do Paraná, fazendo com que até a capital tivesse vários dias com temperaturas elevadas, enquanto o normal é que permaneça com mais força nas regiões Norte e Noroeste. O Simepar ainda não tem como apurar se este realmente vai ser o inverno mais quente da história de Curitiba, mas as temperaturas de agosto ficaram bem acima da média climatológica: 18,6ºC contra a média histórica de 15,5ºC. Quanto aos mais de 20 dias sem chuvas que assolaram a cidade, de 25 de julho a 17 de agosto, Braun afirma que a baixa umidade do ar é normal para a época, sendo o calor elevado durante o período o fator que realmente impressionou os meteorologistas. Já a impressão de que os invernos estão cada vez mais curtos ainda não pode ser confirmada, uma vez que previsões a longo prazo

são bastante complicadas. “Depende de vários elementos, como a presença e a intensidade dos fenômenos La Niña ou El Niño e a temperatura do Atlântico, entre outros”, explica Braun. São fatores assim que justificam a discrepância entre uma estação e outra, como a neve durante o inverno de 2013 em algumas cidades paranaenses, incluindo Curitiba, e o calor deste ano.

Calor fora de época O calorão em pleno inverno deixou os curitibanos surpresos, trazendo contentamentos e descontentamentos por parte dos moradores da cidade. As temperaturas altas foram recebidas por muitos de uma forma positiva, como o radialista Maurício Cruz, 27 anos, que aproveitou os dias quentes e de sol. “Gostei do calor de agosto porque consegui fazer muitas atividades ao ar livre e pude usar roupas leves o dia todo, todos os dias. Só achei que o tempo seco castigou um pouco as pessoas que têm problemas respiratórios”, relatou. Por outro lado, a onda de calor que descaracterizou o rígido inverno curitibano deixou muitos paranaenses sentindo a falta do frio característico da capital, como foi o caso da advogada Amanda Del Vechio, 24 anos, que é fã de temperaturas baixas e não gostou nada do calor durante a estação. “Alguns dias tiveram máxima de 27°C, uma temperatura inimaginável para Curitiba em agosto!”, protestou.

Expediente Edição 267- 2015 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Mariana Balan 3º Período

COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

EDITORES

PAUTEIROS

3º Período

6º Período

Eduardo Martinesco

Fernanda Menuci

3º Período

3º Período

Elias Bonfim

Giully Regina de França

3º Período

3º Período

3º Período

3º Período

3º Período

3º Período

Ariane Ramos

Isabela Vera Karine Sales Lucas Pereira de Souza 3º Período

Vanessa Gavilan Mikos 3º Período

Yuri Braule 3º Período

Fernanda Maldonado

Letícia Aleixo Maria Cecília Terres Zelazowski Mariana Balan 3º Período

Renata Martins 3º Período

Renata Thaís 3º Período

Virgínia Thais Freitas 3º Período


03

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Cidades

Alerta para doenças respiratórias Tempo seco é propício para o desenvolvimento de doenças como pneumonia e asma

L

ongos períodos sem chuvas, aumento gradativo da poluição e calor fora de época são o combo “perfeito” para o desenvolvimento das conhecidas doenças respiratórias.

“As crianças e os idosos têm maior propensão à desidratação e às intempéries do tempo, por isso devem ser observados com mais ênfase”, ressalta o otorrino.

Maria Carolina Oliveira

“O clima atual favorece processos infecciosos das vias aéreas, tanto superiores quanto inferiores, como rinites, rinossinusites, bronquites, pneumonias e asma”, conta o otorrinolaringologista Gustavo de Alcântara Lopes dos Santos.

O médico também atenta para o uso de umidificadores de ambiente, que é controverso. Segundo Santos, somente a chuva melhora a qualidade do ar, uma vez que remove partículas em suspensão, e o uso desses aparelhos acarretaria a proliferação de mofo, intensificando alergias.

3º período

Para evitar qualquer problema, a recomendação médica é de constante hidratação, proporcionada pela ingestão de líquidos, especialmente água, evitar exposição ao sol e exercícios físicos durante o período que vai das 12h às 16h e manter as vias respiratórias umidificadas e limpas.

“Talvez o fator primordial seja a nossa qualidade do ar, que junto com a baixa umidade favorece os processos infeciosos, já que as vias aéreas estão preparadas para trabalhar em ambiente de baixa umidade, porém não em ambiente de poluição excessiva”, finaliza.

Unidades de saúde Calor fora de época não eleva média de atendimentos Apesar do calor excessivo

Saúde, até o dia 17 de agosto

durante o inverno curiti-

houve 20 mil atendimentos

bano, que teve recorde de

médicos decorrentes de

temperatura média para o

problemas respiratórios,

mês de agosto, o número de

sendo que na semana

atendimentos motivados

compreendida entre os dias

por doenças respiratórias

02 e 08 de agosto, 17,9% dos

realizados nas unidades de

atendimentos realizados nas

saúde da capital paranaense

unidades de saúde foram por

foi normal para o período.

conta de doenças respirató-

Segundo Sandra Duran Otero, responsável pela coordenação de informação do centro de epidemiologia da Secretaria Municipal da

rias, contra 52 mil durante o mesmo mês de 2014. Em julho deste ano foram 47 mil atendimentos, contra 45 mil registrados no mesmo período no ano passado. Mariana Balan

Embora os parques lotem no “veranico” de Curitiba, exercícios físicos devem ser evitados no período que vai das 12h às 16h


04

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Economia

Mercado Municipal comemora aniversário Em tempos de crise, local festeja 57 anos de história com eventos de aniversário no mês de agosto Lucas Prehs Visinoni 3º período

O

Mercado Municipal de Curitiba completou 57 anos no dia 02 de agosto. E para comemorar a data foi realizada uma festa no dia anterior ao aniversário. A festividade de comemoração contou com a presença do prefeito Gustavo Fruet, além da distribuição de um bolo de 57 kg, um parabéns executado pela Banda Lyra e oficinas gastronômicas de sucos, cafés especiais e chocolates artesanais. Segundo a gerência do estabelecimento, o Mercado Municipal exerce um papel importante na economia da capital paranaense, já que a diversidade e qualidade dos produtos de hortifruti são fatores que diferenciam o mercado de outros pontos de

vendas. Mas mesmo em clima de festa, o mês é de baixa para o comércio e a crise afeta também o Mercado Municipal. Segundo dados da última pesquisa do Sebrae, a circulação pelo Mercado Municipal não diminuiu, e alcança em média 65 mil pessoas por semana. Já a quantidade de pessoas que saem com compras diminuiu significativamente. A gerência estima que esta queda esteja em torno de 5% a 10% se comparado com o fim de 2014 e começo deste ano. O setor com a maior baixa de vendas nos últimos meses é o de bebidas. Para Júlio Santos, gerente do Mercado Municipal, esta baixa se deve muito por conta da taxação de tributos pelo governo que acabou repercutindo diretamente no setor. Giully Regina

Circuito da Alimentação Saudável Atividades voltadas para as crianças também fazem parte da rotina do Mercado Municipal Considerado um centro de

hábitos de vida saudáveis

compras e lazer da família

e passam por uma compra

curitibana, o Mercado

simulada, com nutricio-

Municipal participa da

nistas que orientam a

organização de uma

respeito dos alimentos

ação educativa voltada à

saudáveis. Além disso, os

temática da alimentação

alunos visitam uma horta

saudável e sustentável. O

orgânica, que possibilita

projeto é uma iniciativa da

a vivência concreta para

Secretaria Municipal do

o entendimento do ciclo

Abastecimento (SMAB) e

de produção e coleta

prevê um espaço prepara-

dos alimentos. Por fim,

do para receber crianças

as crianças aprendem

e realizar atividades rela-

sobre higienização e

cionadas à alimentação,

desenvolvem uma prática

além de desenvolver uma

culinária saudável para

oficina culinária.

estimular melhores

Essa atividade acontece

Comerciantes do Mercado Municipal sofrem com a crise

hábitos alimentares.

no setor de orgânicos

“O foco principal do

do Mercado Municipal,

mercado, assim como o

atendendo a escolares na

da Secretaria do Abas-

faixa etária de sete a 11

tecimento, é fomentar a

anos e tem a duração de

questão da agroindústria,

aproximadamente duas

agricultura familiar e

horas. Durante o percur-

segurança alimentar”, afir-

so, as crianças assistem

ma Júlio Santos, gerente

a um vídeo que aborda

do Mercado Municipal e

os grupos alimentares e

apoiador do projeto.


05

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Economia

Comerciantes do Mercado Municipal investem na diversidade de produtos para superar a crise econômica

Lidando com a crise O Mercado Municipal é um espaço público, administrado pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB). Cada comerciante recebe uma permissão do poder público para a utilização do espaço de vendas por prazo determina-

que se mudarem, espantarão a clientela”. Diferente dos restaurantes, as lojas que vendem produtos importados não tiveram como escapar da alta dos preços. “Os produtos que vêm de fora e são comprados em dólar, não tiveram como escapar, se os preços não subissem, os comerciantes precisariam pagar para

pode se entregar, acredito que também sairemos dessa”, acrescenta Elci. Para o coordenador do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Jackson Teixeira Bittencourt, os comerciantes do Mercado Municipal têm vantagem mediante

“Nós já passamos por diversas crises e sobrevivemos, a gente não pode se entregar, acredito que também sairemos dessa”

do ou indeterminado. Assim, a negociação de preços é feita diretamente entre os permissionários e os fornecedores, acarretando em diferentes estratégias para lidar com a crise. Santos cita como exemplo os restaurantes, “pois eles não mudam os preços há meses, porque eles sabem

trabalhar”, conclui Santos. Elci Cardoso Vieira, responsável pelos comércios mais antigos do Mercado Municipal, Sissi Cereais e Osvaldo Cereais, acha que a melhor maneira de lutar contra a crise é abaixar o preço o máximo possível. “Nós já passamos por diversas crises e sobrevivemos, a gente não

à crise. “Alguns produtos são mais difíceis de serem encontrados em supermercados, logo o Mercado Municipal tem um diferencial”. Porém, faz um alerta: “o consumidor deve economizar fazendo pesquisa e comprando o essencial, deixando produtos supérfluos de lado”.

História De pai para filho, a trajetória do Mercado Municipal é marcada por diversas mudanças Inaugurado no dia 02 de

“Aqui têm famílias que já

agosto de 1958, o Mercado

estão na quarta geração,

Municipal se tornou, ao

comércios que foram passan-

longo das décadas, uma

do de pai para filho”, atesta

referência em centro de abas-

Júlio Santos, gerente do

tecimento e gastronomia

Mercado Municipal.

de Curitiba.

Elci Cardoso Vieira é a

Com o passar dos anos, o

responsável pela loja Sissi

mercado foi se desenvolven-

Cereais e Especiarias, admi-

do, desde pequenas bancas

nistrada juntamente com

de frutas, verduras e legu-

Osvaldo Cereais, as lojas

mes, até lojas de produtos

mais antigas do Mercado

típicos e exóticos de diver-

Municipal, criadas por seu

sas culturas. A mais nova

pai, Osvaldo Cardoso Vieira.

ampliação do mercado, feita

Elci conta que o mercado faz

em 2012, garantiu a insta-

parte da sua vida e que viu

lação de um espaço novo,

todo o seu desenvolvimento

que proporcionou ao local

e transformação. “No começo

ser uma referência nacional,

trabalhávamos só com

devido à instalação do setor

hortifruti e o mercado abria

de orgânicos, o primeira do

às 3h da manhã. Precisáva-

Brasil exclusivo para o gêne-

mos chegar meia-noite aqui

ro, segundo informações da

para dar tempo de orga-

gerência do mercado.

nizar os produtos”, explica a comerciante.


06

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Economia

Venda do HSBC preocupa funcionários A transação com o Bradesco gera alarde principalmente para bancários de Curitiba, sede das atividades brasileiras do banco britânico Vanessa Bononi 3º período

A

venda do banco HSBC para o Bradesco está preocupando muita gente na capital paranaense. O banco que emprega em torno de 21,7 mil funcionários no Brasil tem sua sede administrativa em Curitiba, onde emprega diretamente, 7,1 mil funcionários, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, sem contar estagiários e terceirizados. Empresas que prestam serviços ao HSBC e os comércios na vizinhança dos núcleos administrativos, além de seus clientes estão bastante apreensivos com a venda do banco. A Prefeitura de Curitiba também tem motivos para se preocupar, já que o HSBC é o maior contribuinte do Imposto Sobre Serviços (ISS), da cidade. Só no ano passado foram recolhidos R$ 84 milhões, que equivale a 8,5% da arrecadação desse imposto no município e ainda 1,3% de todas as receitas da Prefeitura. No curto prazo projeções indicam uma perda de 40% a 50% na atual arrecadação do ISS do HSBC. A situação é ainda mais grave se forem levados em conta os prejuízos do comércio e serviço nos entornos dos centros administrativos e das agências. Proprietário de um restaurante no Guaíra, Paulo Afonso Navarro afirma que a situação vai ficar complicada para seu estabelecimento se o prédio da unidade da Avenida Presidente Kennedy do HSBC fechar. Há 1,2 mil funcionários na unidade, muitos almoçam diariamente em seu restaurante.

Caso as demissões realmente ocorram, o percentual de desemprego de Curitiba, que hoje é em média 4%, aumentaria significativamente, segundo a vice-prefeita de Curitiba, Miriam Gonçalves. Em parte pelas demissões dos bancários, funcionários e consequentemente, pelos prejuízos dos serviços e comércio, que além de perderem

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) divulgou nota avaliando que a instituição bancária deveria ser mais cuidadosa na concessão de entrevistas para que o clima de insegurança não se espalhe entre sua clientela e funcionários. O banco alegou que as palavras de Gulliver teriam sido distorcidas.

fechados durante todo o dia. A paralisação surtiu efeito e os representantes dos sindicados passaram a participar de reuniões para acompanhar a situação da venda. A transação ainda está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central (BC), com previsão de ocorrer em até seis meses. Os sindicatos dos

Como várias agências do Bradesco são próximas às do HSBC, aumenta a possibilidade de alguns postos serem extintos a freguesia dos funcionários e clientes do banco, vão sentir os reflexos da diminuição do poder de compra dessas pessoas. Sem renda a economia não gira e possivelmente muitos comércios vão ter que fechar as portas. Todos esses indivíduos que perderam seus empregos vão aumentar os gastos públicos do município com o seguro desemprego.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, a Federação dos Trabalhadores em Empresa de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e a Contraf-CUT-PR promoveram no mesmo dia do anúncio uma mobilização nacional. Os quatro centros administrativos do banco permaneceram

bancários questionam esse processo e vêm articulando reuniões junto a esses órgãos solicitando uma análise do negócio do ponto de vista social, não apenas mercadológico. Presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Elias Hennemann Vanessa Bononi

Sindicato pede cautela Desde que o presidente-executivo, Stuart Gulliver, anunciou o corte de 50 mil postos de trabalho pelo HSBC, sendo metade desses no Brasil e Turquia, os funcionários do banco inglês vivem um clima de intranquilidade. O temor entre empregados é que agências sejam fechadas


07

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Economia Jordão tem expectativas que o BC faça alguma exigência em relação aos empregos e espera um compromisso por parte do comprador. No dia 18 de agosto, a audiência pública em Brasília, que iria debater o futuro do HSBC e de seus funcionários, foi cancelada. Os motivos ainda não foram esclarecidos. A manifestação com o objetivo de exigir que o BC acompanhe de perto as negociações já estava marcada para antes da audiência. Em frente ao BC, cerca de 40 bancários pediam que o órgão não autorizasse a transação. Os manifestantes alegam que além do impacto aos seus funcionários, a venda diminuirá a concorrência e aumentará a concentração bancária.

Bradesco pede tranquilidade para Prefeitura Desde a notícia da venda do HSBC, o medo de demissões em Curitiba, sede administrativa do banco, preocupa a Prefeitura, fazendo com que Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, entrasse em contato com a Prefeitura.

Em conversa com a vice-prefeita de Curitiba e secretária municipal do Trabalho e Emprego, Mirian Gonçalves, Cappi pediu tranquilidade. Ele afirmou que é de interesse do banco manter uma relação de cordialidade com a cidade de Curitiba e Região, mas que nem o HSBC nem o Bradesco tomariam uma atitude nesse momento em que aguardam a análise dessa operação pelos órgãos federais. No dia 04 de agosto, representantes sindicais reuniram-se com os recursos humanos do Bradesco e do HSBC e obtiveram a resposta que não existe intenção por parte dos bancos de realizar processo de demissões em massa. O Bradesco pretende assumir definitivamente as operações em janeiro de 2016. Seus representantes afirmaram que a compra visa o crescimento da instituição e, como em processos de aquisições anteriores, houve diálogo, realocações e aproveitamento dos quadros dos bancos que foram adquiridos. Por fim, apesar das afirmações, o Bradesco assumiu que não há

como dar garantias do futuro nesse momento e que nada de diferente deve acontecer nos próximos seis meses. Na opinião do presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Elias Jordao, mesmo com o acordo de não haver demissões em massa, “ainda não há o compromisso da manutenção da totalidade dos centros administrativos em Curitiba e nem que cessará sua rotatividade ou o tradicional turn over”. Tendo como base experiências negativas de fusões ou aquisições entre bancos no passado, o presidente demonstra preocupação em negociar a garantia dos empregos. André Luiz Setti, superintendente de planejamento e controle do HSBC, admite que alguns funcionários estão com medo do Bradesco não manter as operações da sede em Curitiba e os transferirem para São Paulo, já que a sede administrativa do Bradesco fica em Osasco. Como várias agências do Bradesco são próximas às do HSBC, aumenta-se a possibi-

lidade de alguns pontos serem extintos. Setti supõe que haverá algumas demissões, mas não demissões em massa, pois os funcionários do HSBC são de alta qualificação profissional. O superintendente acredita que o Bradesco vai absorver essa mão de obra, mas não necessariamente em Curitiba, já que em um ano o banco investiu na abertura de cerca de mil novas agências e assegura que nem o Bradesco e nem o HSBC chegaram a propor um projeto de demissão voluntária.

Contratos com clientes serão mantidos Com o fim das atividades brasileiras do HSBC, os clientes do banco temem que os benefícios de suas contas sejam invalidados com o Bradesco. Segundo a advogada e professora de Direito do Consumidor, Valéria Gonçalves, todos os contratos e direitos que foram celebrados entre o grupo britânico e seus usuários continuam vigentes e devem ser mantidos. “Não pode haver alteração, aquele limite ou privilégio que já era

dado ao cliente, seja por razão de histórico ou antiguidade, deve ser mantido pelo novo adquirente”. A qualidade da prestação dos serviços também deve ser mantida e, se houver alguma significativa perda nesse quesito, o cliente tem direito de ser indenizado. Valéria afirma que caso exista alguma cláusula contratual autorizando a alteração de condições já estabelecidas, essa será nula por força do artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor. O Bradesco assegura o cumprimento das exigências legais, porém o cliente que se sentir lesado pode, em um primeiro momento, procurar o Procon que fará uma tentativa de conciliação. Não havendo essa conciliação ele pode propor uma ação judicial, na qual serão questionadas as alterações lesivas. Há também a possibilidade desse consumidor entrar diretamente com a ação judicial, ou então simplesmente optar pela portabilidade, disse a advogada.

História do HSBC no Brasil Em 1929 surge, na cidade de Tomazina, o Bamerindus, inicialmente chamado de Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada Banco Popular e Agrícola do Norte do Paraná (BPA)

Em 1997, enfrentando problemas financeiros, o Bamerindus é vendido ao britânico HSBC, até então sem filial brasileira

Em 1991, o banco Bamerindus cria o projeto ˜Cantando o Natal˜, coral feito anualmente por crianças nas janelas do Palácio Avenida, na Rua XV de Novembro

Em 2015, visando o mercado asiático, o HSBC anuncia que suas operações no Brasil e na Turquia serão encerradas, e a filial brasileira é vendida para o Bradesco


08

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Política

Deputados aprovam reforma política Projeto de emenda com mudanças no sistema eleitoral e partidário foi enviada para o Senado Natalia Filippin 3º período

O

plenário da Câmara dos Deputados concluiu as votações, no dia 12 de agosto, em segundo turno, da Proposta de Emenda à Constituição da reforma política (PEC 182/07)do relator Rodrigo Maia, deputado federal pelo Democratas, que modifica dispositivos dos sistemas eleitoral e partidário. Foram 317 votos a 162, aprovando assim, o financiamento de campanhas com doações de pessoas físicas e empresas a candidatos e partidos políticos. Contudo, alguns deputados questionaram a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em fazer votação da nova emenda sobre o mesmo tema, pois um texto semelhante já havia sido rejeitado por insuficiência de votos. No primeiro turno, a votação da PEC resultou em 330 votos a favor e 141 contra, mas esta votação em primeiro turno está em contestação no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi acionado pelos partidos contrários ao financiamento privado. Durante a sessão, PT e PPS solicitaram a retirada de parte do texto que permitiria a doação por empresas, porém, Cunha vetou o pedido e para garantir a votação em dois turnos foi novamente votado todo o artigo e não somente a parte pretendida pelos partidos contrários ao financiamento privado de campanhas. Após a votação, a PEC foi enviada para o Senado. Lideranças partidárias da Câmara querem que o Senado aprove a reforma com rapidez, de

modo que ela comece a valer para as eleições municipais de 2016. Frequentemente, tem se falado sobre a necessidade de uma reforma política no Brasil e desde as manifestações de 2013, o tema é assunto comum entre especialistas e população em geral.

dependendo da proposta aprovada, pode-se impedir à reeleição, mudar a forma de eleição de deputados e vereadores e finalizar os financiamentos de campanha feitos por empresas privadas. Até então, os deputados tentaram alterar o tamanho dos mandatos do Executivo,

para os cargos de governador, vice-governador e senador, a idade mínima passará a ser 29 anos. A Constituição estabelece que, para ser governador e vice-governador de estado e do Distrito Federal, é preciso ter 30 anos e 35 para senador. Os deputados resolveram ainda limitar o acesso ao

“Falar em reforma do sistema político é falar de uma nova forma do exercício do poder”

Em que consiste uma reforma política? A reforma pode ser entendida como um conjunto de propostas para uma reorganização do sistema político brasileiro que não foram modificados na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988). No final da década de 1990 o debate sobre a reforma política tomou a forma como o que vem sendo discutido hoje, se configurando em torno de uma reorganização geral de regras do sistema político e da forma de financiamento de campanha (como citado na PEC 182/07).

O que mudaria na vida dos brasileiros?

O debate divide opiniões, apesar de parecer distante da população em geral, porém,

mas ficou tudo como está: quatro anos para presidente da República, governadores, prefeitos, deputados federias, estaduais e vereadores e oito anos para senadores, tendo como proposta inicial cinco anos para presidente, governador e prefeito. Também foi mantida a data de posse do presidente da República e dos governadores para primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, a proposta era adiar para 04 de janeiro a posse de governadores e para 05 de janeiro a de presidente. O texto aprovado pelos deputados reduziu de 21 para 18 anos a idade para se candidatar a deputado federal, estadual, distrital e vereador, e

fundo partidário e ao horário eleitoral gratuito de rádio e TV apenas aos partidos que tenham concorrido com candidatos próprios à Câmara e tenham eleito, ao menos, um congressista (deputado ou senador). Outra proposta da ementa é que policiais militares e bombeiros poderão retornar às suas atividades caso não se reelejam. A PEC sancionada pela Câmara também acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. Porém, pela proposta aprovada, os eleitos em 2014 e 2016 que estiverem aptos a se reeleger pela regra atual terão esse direito preservado.


09

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Política No caso da fidelidade partidária, os deputados aprovaram dispositivo que permite a desfiliação partidária sem a perda do mandato, espécie de janela de 30 dias após a promulgação da futura emenda constitucional, sem prejuízo ao partido que perdeu o filiado. Foi aprovado também o voto impresso, que permitirá ao eleitor conferir o voto antes de concluir a escolha. A impressão ficará em local lacrado, sem contato com o eleitor. O plenário do Senado corroborou, no dia 25 de agosto, cotas para mulheres nas vagas do Legislativo. O texto aprovado prevê reserva de 10% das cadeiras em todas as Casas Legislativas nas próximas eleições. A PEC foi sancionada em primeiro turno e ainda precisa ser votada em segundo turno antes de seguir para a Câmara dos Deputados. Anteriormente, os deputados rejeitaram uma proposição que estabelecia cotas para a participação feminina em cargos eletivos, mas o relator na comissão especial, Romero Jucá (PMDB-RR), garantiu que a nova PEC proposta é diferente do texto anterior. E a principal diferença é que o texto rejeitado previa cotas permanentes e o atual estabelece um período de três legislaturas com reserva de espaço. E por fim, os deputados também tentaram, mas não aprovaram, o dispositivo que pretendia transformar o voto obrigatório em facultativo para maiores de 18 anos.

História Política do Brasil No Brasil, nunca foi aprovada uma reforma política desde a Constituição de 1988. As leis que regem a eleição no país ainda são o código eleitoral,

de 1965, e a lei eleitoral, de 1997, porém, cinco leis já modificaram as regras das eleições. A última foi a lei da Ficha Limpa em 2010. Segundo o cientista político, Marcos Pedro Silveira, o Brasil nunca aprovou uma reforma política, porque é um país conservador enquanto outros países como o Chile aprovam mudanças na política, no jeito de eleger candidatos. E segundo Silveira, o Brasil está estagnado. “Temos ainda um sistema político todo centrado no poder da representação e não no poder popular, nosso atual sistema político é voltado para atender aos interesses do dinheiro e depois, apenas, atender aos interesses do povo. Eu acredito que, falar em reforma do sistema político é falar de uma nova forma do exercício do poder, uma nova forma de se fazer política, com novas regras”, completa. Em contraponto, a historiadora Marisléia Xavier, diz que a reforma é um erro. “Acho impossível uma reforma política dar certo aqui no Brasil, se os mesmos políticos continuarem a exercer o poder. Aqui tem limite para tudo, veja quantas mulheres, negros, indígenas estão no poder! O povo não se sente representado da forma que deveria, se a reforma não for capaz de criar mecanismos de acesso aos espaços de poder desses grupos, vamos mudar para não mudar nada”, relata Marisléia. A reportagem do Comunicare entrou em contato com as assessorias de imprensa de todos os deputados federais do Paraná, mas não obteve resposta quanto aos posicionamentos em relação à votação da PEC, até o fechamento da matéria.

Lista do resultado da votação da PEC 182/07 pelos deputados federais do Paraná:

Sim

Alex Canziani - (PTB) Alfredo Kaefer - (PSDB) Dilceu Sperafico - (PP) Evandro Roman - (PSD) Fernando Francischini (Solidariedade) Giacobo - (PR) Hermes Parcianello (PMDB) Leandre - (PV) Luciano Ducci - (PSB) Luiz Carlos Hauly (PSDB) Luiz Nishimori - (PR) Nelson Meurer - (PP) Ricardo Barros - (PP) Sergio Souza - (PMDB) Takayama - (PSC)

Não

Aliel Machado - (PCdoB) Assis do Couto - (PT) Christiane de Souza Yared - (PTN) Diego Garcia - (PHS) Edmar Arruda - (PSC) Enio Verri - (PT) João Arruda - (PMDB) Leopoldo Meyer - (PSB) Marcelo Belinati - (PP) Osmar Serraglio(PMDB) Valdir Rossoni - (PSDB) Rubens Bueno - (PPS) Sandro Alex - (PPS) Toninho Wandscheer (PT) Zeca Dirceu - (PT)


10

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Esportes

O universo das lutas do MMA Cada vez mais o esporte vem ganhando espaço na mídia e chamando atenção de homens e mulheres Angélica Klisievicz Lubas 3º período

A

As Artes Marciais Mistas (MMA), do inglês ‘mixed marcial arts’, é um esporte cada vez mais popular. Antigamente conhecida como ‘vale tudo’, a modalidade foi se aprimorando e sendo respeitada como esporte. Como o próprio nome diz, o MMA é uma junção de várias lutas, entre elas muay thay, jiu jitsu, boxe e restling (greco-romana). No final da década de 1990 surgiu o primeiro evento do Ultimate Fighting Championship (UFC) (principal corporação responsável por eventos de MMA) organizado pela família brasileira Greice, referência em lutas marciais. Neste evento, já diferente do vale tudo, entraram em vigor algumas regras como a proibição de puxões de cabelo, dedos no olho e ataques na re-

Isabela Vera Mendes

gião genital. A ideia inicial era colocar modalidades de luta para competir com outras, para tentar provar qual era a melhor. Os Greice, porém, não tinham muita visão de futuro, como conta Diogo Souza, que tem uma coluna sobre o esporte no site Paraná Online, intitulada ‘Direto do Octógono’. “O MMA só começou a se popularizar mesmo com a compra do UFC pelo Dana White (hoje presidente do UFC) e os irmãos Fertitta (atuais donos da organização), que são pessoas que já tinham mais cabeça para negócio. Aí começaram a vender por pay per view e aos poucos foi se tornando um negócio maior”, conta o colunista. Devido ao caráter violento, muitos países não aceitavam

Quadros que lembram um pouco da história do MMA no Brasil

Mulheres no MMA Atualmente, as mulheres vêm

parte do público e atletas

Fighting Championship (Invic-

mulheres no esporte. Apesar

ganhando cada vez mais es-

ainda são homens, “mas a

ta FC), para lutas femininas”,

disso, continuamos ganhando

paço na sociedade, e isso não

parte feminina do MMA vem

comenta Charyana Correia,

menos que os homens”, critica.

é diferente nas Artes Marciais

crescendo cada dia mais. A

primeira árbitra mulher da

Mistas, do inglês Mixed Mar-

Ronda Rousey, por exemplo, é

capital paranaense.

cial Arts (MMA). O esporte em

inspiração para muitas meni-

si é novo, portanto a categoria

nas”, conta o presidente.

Para ‘He Man’, as lutadoras meninas têm mais chances de en-

Mayara Agostini, maquiadora

trar para as lutas profissionais.

que treina muay thay e boxe

“Como a categoria feminina

Além do Ultimate Fighter

e fã de MMA há sete anos, co-

está começando, fica mais fácil

Alexandre Caldas, conhecido

Championship (UFC) feminino,

menta sobre os salários das lu-

para as meninas entrarem em

como ‘He Man’, presidente

as mulheres possuem uma or-

tadoras. “O menor número de

eventos profissionais e inter-

da Associação Paranaense de

ganização só para elas. “Existe

lutadoras nos grandes eventos

nacionais como UFC, InvictaFC,

Lutas (APL), conta que a maior

um evento chamado Invicta

deve-se ao menor número de

entre outros”, afirma.

feminina é mais nova ainda.


11

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Esportes Renata Martins

Saúde no esporte Os lutadores de MMA sofrem com lesões fazendo com que fiquem certo tempo fora do octógono

Em todas as modalidades

A árbitra Charyana afirma

de luta existe medo sobre

que existem lesões que

os efeitos da prática para a

os árbitros já conseguem

saúde do atleta. No MMA,

identificar na hora se o atleta

esse temor é maior quando

tem capacidade ou não de se

se fala em lesões.

manter na luta. “As que não

Para Daniel Carvalho, médico da comissão atlética brasileira de MMA e do UFC

Apesar do treino pesado, lutadores dizem amar o esporte

“Quando a Globo adquiriu do

Brasil, “é essencial sempre utilizar equipamentos de

temos capacidade de identificar, tem sempre ali um médico para determinar se eles podem ou não continuar lutando”, completa.

proteção nos treinos e reali-

Caldas explica que a APL ga-

TUF Brasil o esporte ganhou mais espaço e mais atenção”

zar uma preparação física e

rante a segurança do evento

técnica adequada”.

e dos atletas. “Além de tudo,

lutas de MMA. No ano 2000 foram criadas as “regras unificadas de conduta do MMA”, um conjunto de normas estabelecidas para sancionar o esporte e prezar pela integridade física dos atletas, como a obrigatoriedade do uso de luvas e as divisões de peso. “Hoje existe todo um preparo rigoroso antes da luta, que vai além do treino”, afirma a árbitra Charyana.

sequências da prática a longo

Já Souza diz que graças ao Canal Combate e posteriormente à Rede Globo de Televisão a popularidade do esporte no Brasil aumentou significativamente. “Antes nós já tínhamos ídolos como Anderson Silva, Shogun e Wanderlei Silva, porém eles eram ídolos no Japão e Estados Unidos, aqui poucos

conheciam. Quando a Globo adquiriu o TUF Brasil (The Ultimate Fighter) o esporte ganhou mais espaço e mais atenção”, comenta. O The Ultimate Fighter (TUF) é um reality show que tem como objetivo selecionar atletas. O vencedor ganha um contrato de seis lutas profissionais com o UFC. Apesar da popularidade, o esporte ainda sofre muito preconceito. Rafael Favetti, presidente da Comissão Atlética de MMA do Brasil (CABMMA), acredita que qualquer prática de contato, para os leigos, causa uma impressão ruim. “Quem não conhece a segurança que tem o MMA, por causa de suas regras, tenderá achar que é algo violento, mas na verdade é uma prática des-

portiva segura justamente por causa da observação de suas regras”, afirma. Com o crescimento do esporte, aumentou também a demanda de eventos. Segundo ‘He Man’, a cidade de Curitiba é um polo mundial de MMA, o que faz com que grande parte desses eventos sejam realizados aqui. Em 2002, foi necessária a criação da APL, hoje responsável pela organização de quase todos os eventos realizados no Paraná, não só de MMA, mas também de outras modalidades. “No ano passado organizamos 90 eventos. Foi o recorde. E nesse (ano), já passamos dos 50, então cada vez mais aumenta essa demanda, e só tende a crescer”, comenta o presidente.

Como o MMA ainda é uma modalidade de luta nova, não é possível prever as con-

tem médico, tem ambulância no local e toda uma estrutura preparada para garantir assistência”, afirma.

prazo, mas Caldas, ressalta

Edrian Antunes, estudante de

que “as regras de conduta são

Educação Física e praticante

para proteger a integridade

de MMA, começou a lutar

física do atleta”.

com 15 anos, e hoje passa por

Por enquanto não há registros de atletas que deixaram de lutar devido às lesões. “Uma das mais graves é quebrar a perna, como ocorreu com Anderson Silva. Isso aconteceu umas cinco vezes ao vivo e todos voltaram a lutar após a recuperação”, conta Caldas.

recuperação de uma lesão grave. “Eu desloquei a clavícula e tive que fazer uma cirurgia. Já estou há três meses afastado e ainda preciso ficar mais seis para a recuperação completa”, lamenta Antunes.


12

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Polícia

Caça ilegal coloca em risco a fauna brasileira No Brasil não há lugares que permitem a caça de animais silvestres, contudo, esse crime ainda ameaça vários animais Thaise Borges 3º período

T

odos os anos no Brasil, diversos animais silvestres são capturados pelas quadrilhas que desafiam as autoridades e alimentam o mercado criminoso. Esses animais são retirados de seus habitats naturais e introduzidos à comercialização clandestina. A Polícia Ambiental Força Verde (BPAMB FV) trabalha para combater esse crime, apurando as denúncias que vem da população de várias maneiras, sejam elas por e-mail, pela internet ou telefone. Essas denúncias são fiscalizadas para saber se o animal foi vítima de caça ou pesca, e havendo infração ambiental é solicitada uma investigação para verificar a veracidade da informação. Essa é a principal arma no combate desses crimes. Os animais silvestres geralmente são vítimas mediante disparo de arma de fogo, abatidos por armadilhas, gaiolas, pitos de nylon, redes, e quando apreendidos são encaminhados para perícia para configurar o crime. Os animais apreendidos nas operações são encaminhados para instituições e Organizações não Governamentais (ONG’s), onde são atendidos por médicos veterinários, que checam se há condições de reinserí-los na natureza ou se demandam de um tempo para essa reinserção. Não há lugares no Brasil que a caça é liberada, sendo um crime inafiançável e com pena mínima de dois anos. São lavrados termos circunstanciados em desfavor do infrator

para que a pena seja definida pela Justiça Criminal. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Ambiental, os pássaros são os principais alvos dos caçadores, eles normalmente não possuem registros no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), não veem de criadouro conservacionista e ainda correm

produtos de origem animal, pois são explorados e sofrem”, relatou a voluntária. A SPAC é mantida financeiramente por colaborações feitas pela população e não conta com ajuda governamental. A exploração de determinadas espécies de animais causa um impacto direto na natureza e prejudica outros seres vivos. Essa prática é espalhada por

“A caça, a pesca, a poluição e o desmatamento desencadeiam uma série de impactos negativos sobre a biodiversidade”

o risco de serem vendidos ilegalmente. A espécie mais comercializada é o papagaio. Segundo o tenente Marcos Paluch, do setor de planejamento do BPAmb FV, é lamentável que exista o crime de caça. “Isso só prejudica a natureza e não traz benefício nenhum para o indivíduo, ele (caçador) não precisa daquela carne para sobreviver. Alguns caçam por apreciação, outros por troféus ou até mesmo um hobbie que nem dá para chamar de lazer”. Os bichos são levados para a clínica de triagem Cetas, localizada em Tijucas do Sul, na Clínica Vida Livre, especializado em animais selvagens e à Sociedade Protetora dos Animais (SPAC), ambas em Curitiba. Soraya Simon, presidente e voluntária da SPAC, conta que os acolhem totalmente debilitados com graves ferimentos. “Sempre tive pena por vê-los sofrer em qualquer circunstância. Não consumo

todo o mundo, sendo um negócio de bastante lucro. A advogada ambientalista Luciana Strachulski enfatiza os danos causados por essa ilegalidade. “A caça, a pesca, a poluição e o desmatamento desencadeiam uma série de impactos negativos sobre a biodiversidade e prejuízos à sociedade”. É de extrema

importância que o cidadão informe com clareza, especificando o tipo de crime que está sendo denunciado, como por exemplo, cativeiro de animais, maus tratos e caça.

Efeito positivo O Batalhão da Polícia Ambiental – Força Verde (BPAMB FV) disponibilizou dados oficiais de apreensões de 2014 contabilizando um total de 5.236 espécies de aves apreendias. Em 2015 até final de agosto, os crimes praticados contra a fauna totalizaram 3.428. Em 2014, foram confiscadas 338 armas usadas na caça, já esse ano, o número chega a 351 apreensões. Provavelmente até o final de 2015, o batalhão ultrapasse o maior número de armas apreendidas até o momento que foi de 422. “Na realidade pelo jeito que está andando as operações policiais, provavelmente vamos bater o recorde de apreensões do batalhão”, disse o tenente Paluch. Ariane Ramos

Os tucanos também são bastante visados pelos caçadores


Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Literário

Galeria a céu aberto Aclamado por uns e criticado por outros, o grafite está cada vez mais presente nos centros urbanos e faz parte da essência de Bolacha, grafiteiro curitibano Karoline Mokfianski 3º período

13

Karoline Mokfianski

A

pressa e a correria do dia a dia fazem certas coisas passarem despercebidas aos nossos olhos. O colorido, a essência e a realidade transmitida pelo grafite, muitas vezes, são vistos com ares de reprovação pela sociedade. Mas não para um jovem de 30 anos, que teve sua vida contornada pelos fortes traços dessa arte das ruas. Atencioso, simples e com olhar crítico sobre a sociedade e todos os assuntos que estão presentes em nossa realidade, Bolacha, como gosta de ser chamado João Paulo Rotava, não pensou duas vezes ao saber que seria personagem de uma matéria no jornal Comunicare. Foi logo contando sobre seu primeiro contato com o grafite e de como se apaixonou à primeira vista por essa arte tão expressiva das ruas. Sem deixar de lado nenhum detalhe, ele relembra um certo dia, em 1998, durante um encontro de hip-hop perto da casa onde morava com a família, na periferia de Curitiba. – Fiquei fascinado por aquelas cores, os desenhos, os traços. Tudo o que aqueles artistas estavam fazendo com o grafite ali me fascinou. Foi o primeiro contato e desde então nunca mais parei, conta. Apesar de ter se criado na parte sul de Curitiba, na região do Fanny e Xaxim, Bolacha conta que nasceu em Rondônia, mais precisamente na cidade de Cacoal e só com oito anos chegou às terras paranaenses junto com a família. Não imaginava que aqui se encontraria como pessoa e também como profissional. Realizado, Bolacha conta orgulhoso sobre seu local de tra-

balho: um atelier no Xaxim. O grafite nas ruas continua sendo seu hobbie, mas serviu de base para uma carreira profissional de sucesso como artista. Hoje, ele é aero grafista, cenógrafo e trabalha com personalizações em geral.

– Para a sociedade, o grafite tem que ser bonitinho, colorido, com desenhinhos e discriminam quando se faz letras. São pessoas leigas que não se preocupam com a verdadeira raiz, somente com o que agrada aos olhos.

Na década de 1990, quando começou a fazer seus primeiros trabalhos como grafiteiro, as janelas de casa serviam de passagem durante as noites e madrugadas frias de Curitiba. Virou vício. Perguntado sobre o apoio dos pais com sua arte, ele ri, mas agradece a Deus por hoje receber todo o carinho e motivação que necessita da família.

E a desaprovação dos pais não foi nada perto do preconceito que ainda sofre com sua arte. Com o desapontamento no olhar, Bolacha lembra de um episódio em especial e que o deixou triste. Quando contratado por um senhor, ele realizou um grafite em um muro. O trabalho logo se tornou um dos preferidos do artista.

– No início não tinha apoio. Fazia minhas artes escondido. Digamos que não era para apoiar mesmo, relembrou, rindo. Apesar da pichação soar para muita gente como algo negativo e proveniente de vândalos, o grafiteiro discorda quando questionado sobre a diferenciação entre esses dois estilos artísticos. Polêmico por essência, ele explica que tudo é arte e não há nada de errado com aquelas palavras pichadas em muros pelas cidades.

No dia seguinte, resolveu retornar ao local para fotografar o desenho, porém teve uma surpresa quando chegou lá. A esposa do tal senhor havia pedido para que tudo fosse apagado, pois não havia gostado da arte. Não houve tempo nem para um registro. Em questão de horas, todo o trabalho havia se perdido. Bolacha gosta de causar impacto com suas artes. Impacto bom. Impacto ruim. Até mesmo ser polêmico. O objetivo dele é justamente forçar uma reflexão sobre a vida em quem vê seus trabalhos na rua, independente das críticas

e elogios. O grafite é a forma como ele se expressa, no qual ele se encontra. – Meu estilo de pintura no grafite é bem complicado. Cada trabalho depende de muitos fatores: local, superfície, tamanho, tipo de público, pessoas que vão estar junto e principalmente do meu dia, humor, quantidade de tinta. Eu preciso adequar um desenho dentro de tudo isso, explica, tentando encontrar palavras para descrever um estilo próprio. João Paulo Rotava é uma daquelas pessoas que dá orgulho de conhecer. Transmite uma esperança sobre um mundo melhor, mais justo e rico culturalmente. Agradecido pela oportunidade de mostrar a sua arte e nos deixar conhecer mais sobre sua personalidade, ele faz questão de ressaltar a importância desse trabalho. – O grafite está cada vez mais em nosso dia a dia, deixa a cidade mais colorida, faz as pessoas repensarem na vida quando observam um trabalho. É uma forma de expressar nossos sentimentos, passar mensagens para pessoas que não têm muito contato. Acho que todos só têm a ganhar com isso.


14

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Cultura

Viagem gastronômica O sabor da culinária de outros países está presente em bares e restaurantes de Curitiba Fernanda Ehlke 3º período

E

m Curitiba, há diversas comidas típicas de outras culturas, como a italiana, francesa, japonesa e a chinesa que estão entre as culinárias mais conhecidas pelo público. A procura por essa gastronomia diferenciada tem aumentado entre a população curitibana, que está cada vez mais experimentando novos sabores. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), Luciano Bartolomeu, a cultura gastronômica de outros países é muito forte no Brasil. Ele comenta que a culinária que mais cresceu em Curitiba foi a Oriental. “Culinária de vários tipos tem crescido, mas a maior foi a oriental, porque é uma preferência dos jovens que gostam, por exemplo, de sushi”, diz o diretor. Para Bartolomeu, a culinária internacional é uma contribuição muito importante para a gastronomia brasileira. “Dá uma oportunidade para essa alquimia de temperos que trazem de fora, essa liberdade que muitos não têm, de pegar um produto, um tempero de outro país, e levar um sabor diferente para a sociedade”, esclarece. A cultura gastronômica italiana, por exemplo, é uma das mais vistas em Curitiba, por meio de pizzarias e restaurantes como o Porcini Trattoria, que está aberto desde 2010. De acordo com a somméliere de vinhos do Porcini, Camila Antunes, a cultura italiana é repassada aos consumidores somente pela culinária. “Os proprietários do restaurante, Ewerton Antunes e Fábio

Fernanda Ehlke

Pereira, sempre estão indo a campo, pesquisando e experimentando pratos na Itália. Constantemente voltam com novidades, massas e molhos novos, que harmonizem com os vinhos que eles também buscam lá”, disse. Camila também declara que a demanda de consumidores é alta e o faturamento tem aumentado durante os cinco anos de casa aberta. “Percebemos no dia a dia que as pessoas nos procuram justamente para sair da rotina de sua cultura”, comenta. Um dos únicos restaurantes fiéis à comida tailandesa de Curitiba, o Thai Restaurante, localizado no São Francisco, tem o estilo tailandês presente desde o cardápio até a decoração, que é composta por luzes baixas, estátuas do Buda, velas e um jardim com cachoeira. Os pratos são tipicamente tailandeses, confirma o gerente do restaurante, Mauro Orlandi. “Muitos produtos importo direto da Tailândia para não mudar o sabor, pois sei que também são usados lá; os ingredientes aqui são diferentes, a terra daqui é diferente. Eu posso até fazer, para você pode ser bom e maravilhoso, mas não vai ter o mesmo sabor”, conta. Orlandi afirma que a procura pelo local tem aumentado nos últimos anos, desde a abertura em 2011. “O Thai vai fazer quatro anos que existe, nesse tempo a gente viu crescer bastante o nosso movimento, a procura pela comida tailandesa está tendo muita satisfação e elogios”, conclui. A consumidora Janaina Wendler frequenta restaurantes de

Thai Restaurante, localizado no São Francisco comida mexicana e tailandesa. Ela explica que essa experiência a possibilita conhecer sabores novos e, além disso, descobrir um pouco da cultura do país através da culinária que é proporcionada.

Cursos gastronômicos Antigamente a procura pelo curso de gastronomia era feita somente por aqueles que simpatizavam com a profissão de cozinheiro, entretanto, ultimamente a gastronomia é um dos assuntos mais falados no Brasil, é o que diz o chef e professor da Escola de Gastronomia Espaço Gourmet, Aguinaldo Monteiro. “A demanda de procura pelo curso está muito grande. A cozinha nunca foi tão falada aqui no país. O mercado está se profissionalizando, há aproximadamente 13 anos quando comecei a trabalhar, chefe de cozinha era exceção”, diz o professor. Monteiro descreve que o Espaço Gourmet oferece três tipos de cursos, a aula show, na qual os professores preparam

a comida e explicam aos alunos, que somente observam; o curso de cozinha modular, para aqueles que querem aprender a cozinhar, e que segundo o chef Monteiro, 85% do público que vem fazer esse curso, faz por hobby, como médicos, engenheiros e advogados; e por fim, o master chef, que é voltado para quem tem interesse em ingressar no mercado de trabalho. O chef cita que muitos alunos buscam ir a outros países para trabalhar e aprender. Ele acrescenta que quando é falado de uma cozinha de outro país, é abordada a cultura do lugar. “Para cozinhar bem uma comida de um determinado lugar, eu tenho que entender bem porque aquele lugar come daquele jeito. Então os meus alunos que buscam essa socialização, aprendem o básico aqui, mas para haver uma emersão, eles tentam buscar lá na fonte. Porque a receita é muito fácil de a gente ensinar, agora entender a cultura, é diferente”, explicou.


15

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Cultura

Projeto Little Rockers alia lúdico ao aprendizado em Curitiba Crianças atendidas pela FAS têm aulas de guitarra no Hard Rock Café Giulie Carvalho 3º período

N

o dia 10 de agosto, 31 crianças que vivem em situação de vulnerabilidade socioeducacional acolhidas pela Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS) iniciaram aulas de guitarra pelo projeto Little Rockers. A iniciativa é uma parceria do Instituto Rolling Stone Brasil com a FAS, Hard Rock Café Curitiba, Academia do Rock e Música Center. O curso, que terá duração de seis meses, acontece no Hard Rock Café e visa promover a iniciação musical das crianças na cultura do rock. O Instituto Rolling Stone Brasil é uma organização sem fins lucrativos, mantida pela revista Rolling Stone que realiza e financia esse projeto há oito anos no Brasil. Em Curitiba, cada parceiro contribui de uma forma. O transporte das crianças e educadoras que as acompanham é feito pelas equipes das unidades de acolhimento da FAS. O Hard Rock Café conta com uma sala VIP, a Function Room, que pode ser alugada por seus clientes. O espaço foi adaptado para as aulas serem ministradas e no local é servido lanche nos intervalos aos participantes. A parte didática de apostilas e professores fica por conta da Academia do Rock, escola de música especializada em Rock. A loja de instrumentos, Música Center, cedeu as guitarras e amplificadores, instrumentos utilizados no curso. Marcelo Freitas, diretor da Academia do Rock, defende que rock não é apenas uma camiseta preta, mas sim um estilo de vida que tem muito a agregar na formação de qualquer ser humano. “O rock

é cultura. Quem gosta de rock, gosta de ler e de estudar”. As crianças participantes do projeto que vivem em abrigos mantidos pela FAS, por alguma razão tiveram que ser afastadas do convívio familiar por recomendação da justiça. Para serem escolhidas, tiveram que escrever uma carta contando o porquê queriam ter aulas de guitarra. Roberto Juruá, representante do Instituto Rolling Stone no Sul do Brasil, explica que inicialmente foram abertas 20 vagas, mas ao receber as 31 cartas, não teve como deixar ninguém de fora. “Um garoto disse que, se ele aprendesse, poderia ser um músico e um dia ser alguém na vida. Outra garotinha chegou e me disse, ‘eu quero participar do projeto, mas tio, não gaste dinheiro comigo, eu não quero dar problema, mas quero muito aprender a tocar guitarra’, fiquei emocionado”, conta Juruá.

eu achei que ela iria gostar. Agora eu estou gostando muito’’, disse. As aulas acontecem todas as terças-feiras e têm duração de duas horas. O professor Fabio Macuco acredita que o maior desafio é encontrar o equilíbrio entre manter a disciplina e ser uma atividade estimulante. Macuco relata que os alunos estão muito empolgados e envolvidos, e que seu principal objetivo não é ensiná-los a tocar música, mas sim, aprender música. Para a presidente da FAS, Marcia Oleskovicz Fruet, a proposta vai muito além de formar novos músicos. “É claro que estaremos atentos a novos talentos e potencialidades, mas o objetivo principal do projeto é poder proporcionar momentos de descontração. Acreditamos que será um exercício muito positivo para as crianças, que apesar da pouca idade, muitas

vezes carregam uma bagagem muito pesada’’. As educadoras que acompanham as crianças afirmam que muitas delas já melhoraram seu desempenho na escola e até no comportamento. A expectativa é que a música traga benefícios como: melhoria na concentração; estímulo à criatividade; disciplina; exercício da paciência e, o mais importante, a auto realização. Claudia Lucca, analista de marketing do Hard Rock Café Curitiba, assegura que mais do que ensinar um instrumento musical, o objetivo é dar uma atenção especial a essas crianças, oferecendo um ambiente onde elas possam se sentir acolhidas. Claudia conta que o retorno tem sido muito gratificante e emocionante, e que ‘’nenhuma previsão chega aos pés do que presenciamos com as crianças toda semana”, relata. Giulie Carvalho

Além das cartas, para que as crianças participem do projeto elas devem ter entre sete e 13 anos pois, de acordo com os organizadores, é a idade ideal para a iniciação musical e estímulo da aprendizagem, e também devem possuir frequência escolar, boas notas e bom comportamento. Ao concluírem o curso farão uma apresentação aberta ao público no Hard Rock Café e ganharão os instrumentos de presente. Pedro, 12 anos, quer tocar corações. “Eu queria aprender a tocar para impressionar a minha mãe. Mesmo eu não gostando muito de rock antes,

Espaço VIP do Hard Rock Café foi adaptado para receber as crianças


16

Curitiba, 24 de Setembro de 2015

Ensaio

Pequenos grandes heróis A Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia é a primeira instituição no Brasil a apoiar crianças carentes com câncer, sem fins lucrativos. O objetivo da casa é dar amparo necessário para famílias carentes de todo o Brasil que buscam em Curitiba a cura de seus filhos Natalia Filippin 3º período

Paciente de quatro anos, vindo de Carambeí-PR, brincando na recreação

A esperança da vida refletida nos olhos da criança, vinda de Papanduva-SC

Pés de paciente de cinco anos, vindo de Porto Feliz-SP

Paciente de 10 anos no Transplante de Medula Óssea (TMO) recebendo carinho da voluntária


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.