Comunicare 269

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Beta Jornalismo repete sucesso

Evento na PUCPR reuniu jornalistas consagrados. Páginas 09, 10, 11 e 12

Suspensão de concursos preocupa

Medida do governo federal afeta milhares de concurseiros. Página 05

Salários de vereadores em debate

Projeto de lei apresentado na Câmara Municipal divide opiniões. Páginas 09

Curitiba, 03 de Novembro de 2015 - Ano 18 - Número 269 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Esqueletos de concreto ao léu

Mesmo com déficit habitacional, área central de Curitiba tem vários imóveis abandonados.

Páginas 02 e 03


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Cidades

Debate da desapropriação Curitiba sofre com o déficit habitacional, que tem entre seus fatores, o abandono de imóveis na área central Natalia Filippin 3º período

C

om quase 2 milhões de habitantes e mais de 400 km², segundo a estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, Curitiba é a oitava cidade mais populosa do Brasil. E como toda grande metrópole, sofre com o déficit habitacional, que tem entre seus fatores, o abandono de imóveis na área central. Contudo, mesmo com o abandono dos imóveis, esses locais não deixam de serem usados, eles viram pontos de uso de drogas ou moradia permanente de pessoas que estavam na rua. Por outro lado, neste ano, segundo dados da União Nacional por Moradia Popular do Paraná (UNMP) 46.895 unidades domiciliares estão

tos, casas e até bares falidos, é uma falta de amor à cidade. Temos que valorizar estes imóveis e trazer mais espaço disponível para o povo”. Já para Claiton Santos, especialista em planejamento urbano, a renovação urbana tem sido sinônimo de processos de gentrificação, que se caracteriza por uma ação que transforma edifícios abandonados em novos pontos comerciais, ou em construção de novos edifícios, com o intuito de valorizar a região e consequentemente gerar uma “expulsão” silenciosa da população de baixa renda. “A parte ruim é justamente mandar embora estas pessoas que não têm para onde ir. Porém, um prédio abandonado pode

“Nenhum prédio abandonado desaba sem avisos, porém muitas vezes só um especialista pode diagnosticar” vazias em Curitiba, o que corresponde ao déficit habitacional de 49.164 famílias sem casa na capital.

causar desmoronamentos e até morte, sem contar que prejudica o visual da capital”, completa Santos.

Segundo a arquiteta Sônia Freitas, Curitiba precisa pensar em um novo modelo urbanístico. “Manter esses prédios abandonados, estabelecimen-

Casas, prédios e construções abandonadas geram consequências negativas para a cidade e principalmente para a região onde está o imóvel.

Expediente Edição 269 - 2015 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Natalia Filippin 3º período

COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

EDITORES

PAUTEIROS

3º Período

2º Período

Giulie Carvalho

Fernanda Maldonado

6º Período

6º Período

Katia Oliveira

Fernanda Yumi

2º Período

2º Período

3º Período

3º Período

3º Período

3º Período

Angélica Klisievicz

Lucas Prehs Visinoni Mariana Balan Pedro Freitas 2º Período

Rafaela Cortes 2º Período

Vanessa Bononi 3º Período

Bernardo Vasques

Gabriel Vitti Isabela Vera Maria Carolina Oliveira 3º Período

Vanessa Gavilan Mikos 3º Período

Yngrid Camargo 2º Período

Yuri Braule 3º Período


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Cidades Dados deste ano fornecidos pela Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) revelam que a Prefeitura de Curitiba processou 138 imóveis abandonados na área central de Curitiba, estes prédios abandonados, terrenos baldios e esqueletos de construções paralisadas impactam na paisagem urbana da capital. Como nem todos os espaços vazios chegam a ser invadidos e a SMU toma conhecimento dos casos apenas após denúncias pelo 156, estima-se que esse número seja atualmente ainda maior. A presença dos edifícios abandonados, chamados “elefantes brancos” no Centro é hoje um dos prin-

cipais obstáculos para que o desenvolvimento da região se dê de forma plena, como por exemplo, na Rua Riachuelo, que desde 2009 passa por uma renovação socioespacial e econômica, e os resultados deste processo de recuperação urbana ainda não são totalmente visíveis, mas notam-se movimentos de gentrificação. Já em 2011, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba, outras regiões centrais da cidade, em especial o setor histórico, receberam investimentos constantes do Executivo Municipal, como o Paço Municipal, Praça Tiradentes, ruas Carlos de Natalia Filippin

Abandono gera riscos de desabamento Segundo dados do sistema de registro e estatística de ocorrências de desabamento do Corpo de Bombeiros, em 2015, o Paraná registrou duas ocorrências de desabamento a cada cinco dias. Este é o ano com menor número de desabamentos desde 2006, quando foram registrados 96 casos. Entre 1º de janeiro e 21 de setembro de 2015, foram 108 ocorrências em todo o Estado. O ano “campeão” em desabamentos é 2011, com 239, o equivalente a 121% a mais do que 2015. No dia 22 de setembro foi registrado um desses episódios em um prédio histórico da Rua Riachuelo, no qual parte do teto acabou desabando e estilhaços de vidro das janelas da fachada chegaram a cair na calçada. O proprietário do imóvel foi notificado pela Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) e deve realizar reparos imediatos no prédio. Os principais sinais antes de ocorrer estes desabamentos são: rachaduras intensas nas paredes, edificação trêmula, piso de andares superiores cedendo, janelas e portas entortando e trincas em vigas ou estalos.

Edifício em condições precárias na região central de Curitiba

Natalia Filippin

Carvalho, São Francisco, Augusto Stresser e a Capela Santa Maria que foram obras de restauro que deram novo uso e ocupação de qualidade ao espaço urbano curitibano.

Segundo o engenheiro civil, Marcos Lima, prestar atenção nesses detalhes é fundamental para prevenir acidentes como este do dia 22 de setembro. “Nenhum prédio abandonado desaba sem avisos, porém muitas vezes só um especialista da área da construção civil pode diagnosticar e prevenir anomalias construtivas e falhas de manutenção em construções e habilitá-los

Imóvel abandonado entre as ruas Saldanha Marinho e do Rosário a repará-las e recuperá-las adequadamente”, conta. Salete Gulin, 49 anos, mora na Rua São Francisco e conta que tem medo dos prédios que estão sendo reformados ao lado de seu apartamento. “Meu prédio está cheio de rachaduras que não havia antes de começar as obras, eu espero que isso não prejudique a estrutura, senão será mais um prédio para reformar antes que desmorone”, relata.

Imóveis vazios desafiam plano diretor A lei do plano diretor define a função social da cidade e da propriedade urbana, além de organizar o crescimento e o funcionamento do município. A última revisão do plano diretor de Curitiba ocorreu em 2004, sendo válido por 10 anos. Neste mês ocorre o ciclo final de audiências públicas do novo plano diretor da cidade. Segundo a advogada da ONG Terra de Direitos, Luana Coelho, é necessário colocar no plano qual uso se deve dar aos imóveis, não só trazer o conceito, mas sim ter uma regulamentação. Outro mecanismo que precisa ser previsto no projeto é o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo que visa estimular a reutilização de terrenos vazios e imóveis abandonados ou subtilizados,

principalmente na região central. Ele surgiu com o Estatuto das Cidades, em 2001, e é utilizado em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e, mais recentemente, Curitiba, na Rua Riachuelo. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba relatou que para fazer essa implantação do plano diretor, teria que haver um mapeamento de qualidade dos imóveis do Centro que atenderiam esses requisitos (sem uso) e ter uma autorização legal. Atualmente, a Câmara Municipal revisa o plano diretor de Curitiba para reforçar uma série de instrumentos de gestão urbana da capital e também propor alguns novos, entre eles a Cota de Habitação de Interesse Social (CHIS), que é um dispositivo adotado também em São Paulo em prol da moradia popular. No texto em trâmite na Câmara são definidas três formas de se cobrar o plano diretor: produção de unidades de habitação popular no mesmo terreno do empreendimento em questão; transferência não onerosa em favor do município de imóvel próximo ao empreendimento para fins exclusivos de habitação de interesse social ou depósito ao Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS).


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Cidades

Curitiba é exemplo na distribuição de alimentos Sistema de oferta e venda de alimentos na capital é modelo nacional e visa ajudar a população mais carente Renata Martins 3º período

A

política de alimentos e segurança alimentar adotada pela Prefeitura de Curitiba deverá servir de modelo para a criação de um pacto federativo que será apresentado pelo governo federal, em novembro deste ano, aos 26 estados e ao Distrito Federal. É o que garante o secretário municipal de Abastecimento, Marcelo Munaretto, ao afirmar que a Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB) distribui alimentos gratuitamente, em sua maioria frutas e verduras, para comerciantes, chamados de permissionários que, por sua vez, vendem estes produtos à população por preços menores do que os praticados por supermercados e similares. “Nós temos 15 locais que fornecem e disponibilizam produtos através destes permissionários. O município disponibiliza o uso do solo, então eles começam a funcionar com um preço mais em conta para a população”, relatou o secretário da SMAB. Um exemplo de permissionário é o Sacolão da Família, que vende frutas e hortaliças para a população carente. A Prefeitura licita e estrutura esses pontos que ficam em locais estratégicos para que os produtos sejam de fácil acesso, normalmente cerca de 30% mais baratos. “Além de ser mais barato, a qualidade é muito boa, as vezes até superior aos supermercados convencionais”, afirmou Thiago Amaral, consumidor e frequentador do Sacolão do Boa Vista.

Outro departamento da SMAB é o Armazém da Família,

que atende apenas famílias de baixa renda, localizados geralmente na periferia, hoje com 32 lojas e mais de 120 mil famílias comprando ao mês. “Queremos promover o acesso das pessoas que possuem mais necessidade, para que elas possam melhorar sua condição em relação à alimentação”, reforçou Munaretto. Já o Programa Mesa Brasil SESC trabalha com um sistema de distribuição de alimentos doados e conta com parcerias. O programa faz a coleta e realiza o compartilhamento dos alimentos. “As instituições beneficiadas são selecionadas entre aquelas que realmente precisam, tais como orfanatos, creches, asilos, albergues e casas de apoio”, esclareceu a coordenadora de alimentos do programa, Cibele Lindner.

O Templo Hari Khrishna Fundada na década de 1970,

vegetariano, das 20h às 21h,

a Sociedade Internacio-

tudo de forma gratuita.

nal para a Consciência de Krishna (ISKCON), possui um projeto mundial chamado “Food for Life”, alimentos para a vida, o maior programa de distribuição gratuita de alimentos vegetarianos. “Todos os templos no mundo devem fazer algo em nome desse projeto”, afirma Eka Chácaras, coordenador do templo da capital, existente há quatro anos. O templo de Curitiba conta

A distribuição pelo Mesa Brasil é de acordo com o número de pessoas atendidas e quantas refeições são servidas nas instituições.

com 20 pessoas que fazem a

Um instituto que recebe alimentos do Programa Mesa Brasil, provenientes de empresas privadas, bem como de ações promovidas pela sociedade, é o Pró-Cidadania. O programa conta com sistema de doações de alimentos e possui parceria com a Fundação de Ação Social (FAS), além de atuar também com parcerias público privadas em inúmeras iniciativas em benefício do público carente.

participantes do encontro

Quatro campanhas do Instituto Pró-Cidadania (IPC) são anuais: Páscoa Solidária; Dia das Crianças; Natal da Alegria; Doe Calor, conta o gerente do IPC, Rodolfo Schneider.

distribuição de cerca de 200 almoços por dia, do meio dia às 13h, e jantares para espiritual com banquete

A arrecadação dos alimentos vem de doações, compras com o dinheiro arrecado com a venda de livros e outra parte das feiras Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa). “Ficamos a mercê de ganhar ou não, mas toda semana, pela graça de Khrishna, ganhamos o suficiente”, relatou Chácaras. De acordo com o coordenador, qualquer pessoa pode receber a refeição. “Vem pessoal da rua, pessoal que cuida dos carros, vem mendigo, estudantes, vem todo o tipo de gente, é para todos”, afirmou. Renata Martins

O Armazém da Família tem como público apenas população de baixa renda


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Economia

Suspensão de concursos públicos afeta população Medida de corte de gastos do governo preocupa pessoas que se preparam para realizar provas Yasmin Soares 2º período

O

Gabriel Vitti

governo federal anunciou, no dia 14 de setembro, um pacote de ajustes fiscais com o objetivo de cortar gastos e controlar a economia do país. Dentre as nove medidas anunciadas, está a suspensão de concursos públicos, uma questão que atinge diversas pessoas que já estão estudando para realizar as provas. Entre os estudantes, está o engenheiro químico Diego Henrique Pereira, 23 anos, que há um ano e meio estuda para o concurso de agente da Polícia Federal (PF). Dedicando cerca de 10 horas por dia aos estudos, Pereira afirma que não esperava o congelamento dos concursos federais mas que, segundo ele, não é a primeira vez que o governo anuncia a suspensão, visto que em anos anteriores essas medidas já foram adotadas e, ao longo dos meses, os concursos foram aos poucos entrando em edital. “Como a máquina pública não pode parar, essas medidas serão negociadas com o passar dos meses”, acredita. Mesmo com o anúncio de pausa nos concursos, Pereira diz que manterá o mesmo ritmo de estudos e talvez, até mesmo intensifique-o. “Não quero estar menos preparado do que os outros que estão começando a estudar agora”, afirma. A auxiliar de escritório, Ione Rodrigues, 35 anos, também está entre as pessoas que não sabem qual o futuro dos concursos federais. Segundo ela, a suspensão é decepcionante para quem está estudando há anos, porém acredita que algum concurso ainda será aberto, uma vez que algumas

Concurseiros continuam estudando mesmo sem a previsão dos editais empresas do governo são de economia mista. “O impacto dessas medidas é grande, eu mesma estava me preparando para o concurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no qual tudo leva a crer que será cancelado, mas devemos olhar do lado positivo, pois conhecimento e estudo nunca são demais”, completa ela. Não somente os candidatos para concursos, mas também os cursos preparatórios podem ser atingidos por esse corte de gastos. A coordenadora do Ordem Mais Cursos e Concursos, Ana Paula Liberato, afirma que neste ano não haverá baixa demanda de interessados, pois os editais para o ano de 2015 ainda permanecem em aberto. Contudo, para o próximo ano, Ana Paula admite que é possível haver uma queda na demanda, mas tem esperança que a suspensão não se mantenha por muito tempo, pois no ano de 2012 já houve

situação similar, porém os concursos não foram devidamente paralisados. Segundo o economista, Daniel Poit, essa situação deve influenciar diretamente na administração econômica e política do país, principalmente devido à aprovação de novos servidores públicos. Ele afirma também que “as medidas fiscais anunciadas pelo governo federal são úteis para cortar gastos, porém, são insuficientes para as necessidades reais do país”. O certo, segundo o economista, é evitar que essa suspensão aumente despesas. “O maior problema do custo de pessoal, dentro da estrutura política brasileira é que os políticos são cobrados por resultados em um prazo muito reduzido e o conjunto dos trabalhadores de serviço público representa uma despesa permanente”, afirma. Para Poit, a previsão é de que a economia melhore a partir de 2018.

O governo do Paraná também estabeleceu novas regras para a abertura de concursos estaduais neste ano. Apesar da assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Administração e da Previdência (SEAP) alegar que não houve nenhuma suspensão dos concursos em âmbito estadual, a edição do decreto 30/2015, vedou a contratação de servidores e determinou que qualquer edital de concurso deve ser analisado pelos secretários de cada secretaria. O decreto concedeu ao governador o direito de autorizar concursos que somente poderão ser realizados com prévia disponibilidade orçamentária. Ainda por meio da assessoria, o governo estadual declarou que as novas medidas adotadas impuseram maior rigor na execução orçamentária do Poder Executivo, melhorando os processos administrativos e ajudando na execução do ajuste fiscal. Não há previsão para abrir novos concursos.


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Economia

Entenda a lógica da CPMF A equipe econômica do governo federal propõe o retorno do imposto e, se aprovado, afetará o bolso dos contribuintes Maria Cecilia Terres Zelazowski 3º período

A

equipe econômica do governo federal propôs, no dia 14 de setembro, o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta há oito anos. O objetivo é equilibrar as contas públicas, cobrando alíquota de 0,20% sobre todas as transições bancárias. A proposta é que a contribuição seja válida por quatro anos e que arrecade R$ 32 bilhões, mas, para isso é necessário que seja aprovada pelo Congresso Nacional.

a cobrança para quem recebe acima de R$ 10 mil”, disse.

A arrecadação será exclusiva à esfera federal. De acordo com o ministro da Fazenda Joaquim Levy, e o ministro do Planejamento Nelson Barbosa, o imposto será destinado à Previdência Social e irá integralmente para o pagamento de aposentadorias.

O economista Carlos Magno Andriolli Bittencourt explica que a alíquota é grave, pois será cobrada ao longo de toda a cadeia produtiva. “Quando uma empresa vai pagar o fornecedor, ela tem um desconto de 0,20%. Quando paga o funcionário mais 0,20% porque tira dinheiro da conta para fazer isso. Depois, o funcionário tira o salário para colocar na poupança e paga mais 0,20%. Só nessa brincadeira, o imposto pode chegar em 1%”, completou. Ou seja, com um valor inicial de R$ 1 mil, após todas essas transações o contribuinte perderá cerca de R$ 10,00.

Na avaliação do deputado federal Dionilso Marcon (PT-RS), em um momento de crise é fundamental que haja a contribuição da população. “Apoio a CPMF e vejo que o governo da presidenta Dilma tem acertado, mas é preciso colocar esse valor para aqueles que mais ganham. Eu defendo

Na prática, a CPMF é uma contribuição com destinação específica, que será cobrada sobre todas as transações financeiras realizadas por movimentações bancárias como saques em dinheiro, transferências, pagamento de fatura de cartão de crédito e pagamento de contas via boleto, com um valor inicial de 0,20%, de acordo com a proposta do governo.

A Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) é totalmente contra a recriação da CPMF. De acordo com o presidente da Federação, Edson Campagnolo, nas pesquisas realizadas pela FIEP, a alta carga tributária é o fator que mais afeta a competitividade da indústria paranaense. As consequências são aumento de custos para a produção, a elevação de preços e a redução do consumo, afetando ainda mais a competitividade das empresas, já comprometida por uma série de outros fatores. Para Campagnolo, neste momento, a criação de mais um tributo agravaria ainda mais a desaceleração da atividade econômica e dificultaria a recuperação do segmento. O governador Beto Richa, por meio de nota oficial, também se manifestou contra o ajuste fiscal do governo federal. Ele defende que é através do corte de gastos que as contas públicas irão se normalizar. Segundo Richa, a criação de novos impostos prejudicará ainda mais a retomada da atividade econômica.

O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) também se posiciona contra a contribuição, afirmando que o tributo é recessivo e que irá provocar o aprofundamento da crise. “Não adianta aumentar os impostos se o governo não sabe aplicar o dinheiro, não sabe gerir os recursos. Se isso acontecer a inflação não vai parar de subir, os investidores externos abandonarão de vez seus projetos no Brasil e todos serão prejudicados”, defende. Para a advogada Tributária Carla Machi, a reinstituição da CPMF não é necessária, pois há tributos em quantidade suficiente no texto constitucional que estão traçados para trabalhar em uma modalidade de gestão adequada. O ideal é que o governo coordene seus gastos sem desvirtuar todo o sistema existente. A dica dada pela professora é que a população pressione os parlamentares para que não aprovem esse tributo. Pois, se aprovado, não há como escapar do pagamento, que estará ligado diretamente às transações bancárias.

Linha do Tempo da CPMF O Imposto Provisório sobre Movimentação

0,20% era sobre todas as movimentações

que passou a 0,38%. Em 2002, o imposto

Financeira (IPMF), no governo Collor, foi

bancárias, exceto nas negociações de

foi prorrogado novamente, e o mesmo

o berço da CPMF. Com alíquota de 0,25%,

ações na Bolsa de Valores, saques de apo-

ocorreu em 2004.

a cobrança durou até dezembro de 1994

sentadorias, seguro desemprego, salários

quando o imposto foi extinto.

e transferências entre contas correntes

Em 1997, com objetivo de contribuir nas

que possuíam o mesmo titular.

Em 2007, o Senado rejeitou a proposta de prorrogação da contribuição até 2011, com 45 votos a favor do tributo e 34 contra. A

contas da saúde pública e da Previdência

Foi prorrogada entre junho de 1999 até

CPMF terminou no dia 31 de dezembro

Social, foi criada a CPMF. A alíquota de

2002, apresentando reajuste na alíquota,

de 2007.


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Economia

Haitianos influem na economia curitibana Com dificuldades sofridas em seu país, os haitianos vêm para a cidade em busca de melhores condições de vida Tiana Urbano 2º período

Com dificuldades sofridas em seu país, os haitianos vêm para o Brasil à procura de melhores condições de vida, o que impacta na economia do país de um modo geral, e em Curitiba a situação não é diferente. As casas de câmbio no centro da cidade apresentam um grande movimento desses imigrantes, que enviam dinheiro para suas famílias. Segundo Mara Silva, funcionária da Fair Câmbio, no Shopping Itália, eles representam o maior fluxo no atendimento. “Os valores de envio variam de R$ 100,00 a R$ 2.500,00. O período de maior movimentação no mês é entre os dias 05 e 15. Ano passado movimentávamos em média R$ 300 mil. Agora, devido à crise e a alta do dólar, esse número caiu para R$ 200 mil”, declara Mara. A funcionária afirma que 80% das remessas enviadas ao exterior são feitas por haitianos. Segundo o assessor de igualdade racial do departamento de recursos humanos da Prefeitura de Curitiba, Jorge Rangel, no ano de 2014 foram 3 mil registros do Haiti na Polícia Federal, aumentando consequentemente o número de cadastros nos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine). A procuradora do Ministério do Trabalho no Paraná (MPTPR), Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes, afirma que existem projetos para inclusão dessa população no meio econômico e social da cidade. São feitas reuniões bimestrais, com representantes

de orgãos relacionados aos imigrantes e processos migratórios – MPTPR, Ministério do Trabalho (MT), Secretaria do Trabalho, sindicatos – e Organizações Não Governamentais (ONG’s) de defesa de imigrantes, nas quais são apresentadas denúncias ou projetos para ajuda aos novos cidadãos curitibanos.

e justamente por isso escolhi Curitiba, tenho meu comércio há um ano e meio. Ainda tenho família no Haiti, e mando dinheiro para eles sempre que consigo”, declara.

assaltar e essa é a maior dificuldade que encontrei aqui, a falta de segurança, ainda mais com nós haitianos. Pensei muito em fechar a loja”, explica.

O empresário diz que o que achou de mais diferente na cidade é o clima, porém a adaptação ao local foi muito

Os dados divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos de Curitiba, em 2015, revelam que depois do terremoto de

“Procuramos agir na defesa do coletivo, ainda mais tratando de pessoas de fora do país, que por não conhecerem nossa língua e cultura são facilmente passadas para trás. Os direitos trabalhistas são os mesmo para todos, brasileiros ou não. Igual trabalho, igual salário, décimo terceiro, férias e outros direitos”, acrescenta Cristiane.

rápida e fácil. Já em relação ao idioma, diz ter tido facilidade, pois seus conhecimentos em espanhol o auxiliaram bastante. Contudo, Ewil reclama da falta de segurança.

2010 no Haiti, a imigração aumentou consideravelmente, contudo Ewil afirma que uma grande parte de haitianos vem para cá pelo simples fato de gostarem de viajar, a cultura deles ensina justamente isso, como afirma Ewil: “não se permita ficar muito tempo no mesmo lugar”. Tiana Urbano

“80% das remessas enviadas ao exterior são feitas por haitianos”

“Depois de oito meses com a loja aberta, vieram dois ladrões aqui, tentaram me

Maria Janet, 22 anos, moradora do Cajuru, é o retrato da maioria dos haitianos que vieram para cá em busca de melhores condições de vida. “Trabalho como diarista para mandar dinheiro para minha família que ainda não veio para cá. Até o natal o meu marido vem também”, declara. Por sua vez, o haitiano Charles Ewil, 33 anos, que já residiu em outros estados brasileiros como Rondônia e Mato Grosso, chegou em Curitiba há dois anos e atualmente mora na região metropolitana, na cidade de Pinhais. Ele é dono de uma loja de utensílios diversos no Jardim Claudia, e conta o porquê de ter vindo para cá. “Haitiano adora viajar

Charles Ewil sustenta sua família com o dinheiro que fatura em sua loja


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Política

Mídias sociais fortalecem interatividade Prefeituras se rendem às redes sociais para se aproximar dos moradores Jaqueline Dubas 2º período

A

lgumas prefeituras doParaná estão utilizando as redes sociais como ponte entre o poder público e a população, entre elas estão as de Curitiba e Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A utilização das redes sociais pelos órgãos públicos ganhou força após o sucesso do uso dessas ferramentas na campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante as eleições norte-americanas de 2008. Com esse exemplo das mídias sociais dentro da política, elas se tornaram uma ferramenta importante para interagir com o público. As prefeituras usam redes sociais como Facebook e Twitter para compartilhar informações. Aderir à rede social como meio de comunicação tem por objetivo aproximar a população com uma linguagem mais informal, como conta a analista de mídias sociais da Prefeitura de Curitiba, Janaina Santos. De acordo com ela, o público se apropria da linguagem da rede social e interage enviando “memes” e conversando de uma forma mais descontraída, apesar de ser uma instituição de poder público. A página da “Prefs”, como os internautas a chamam, possui 653 mil curtidas no Facebook e 125 mil seguidores no Twitter. O diferencial da fanpage segundo a analista é a interatividade. “A página mostra de forma fácil as informações, então tem interatividade. Eles perguntam/criticam e damos um parecer o mais rápido possível”, mencionou Janaina.

A página da Prefeitura de Fazenda Rio Grande, em funcionamento há um ano, possui aproximadamente 14 mil curtidas e a utilização dessa ferramenta é diferente em relação ao modo que é feito na capital, afirma o jornalista e administrador da fanpage Júlio César Lima. “As postagens são mais informativas, sem um tom de humor, a linguagem é formal, a página mostra as ações realizadas na Prefeitura, é uma prestação de serviços, um canal que nos auxilia a divulgar notícias, priorizamos a qualidade de informação que antes se dava apenas pelo site da instituição”. A publicitária Bruna Grybogi vê o grande diferencial desses meios para outros canais de comunicação, também na interatividade. “Os meios de comunicação como televisão e rádio não dão o poder da pergunta ou crítica, mas as re-

Jaqueline Dubas

Internauta visualizando a página da Prefeitura de Curitiba linguagem, por exemplo, a Prefeitura de Curitiba passou a usar o “internetês” para melhor se comunicar com a população”. Para a publicitária, a instituição pública utiliza essa nova linguagem para transmitir informações sérias, mas de maneira simples. “Diversas

ma. “Eles abordam os temas da sociedade de forma bem humorada e isso é bom. Consigo me informar e palpitar”. A internauta Vanessa Negrão seguiu a “Prefs” porque foi atraída pelo tom de “brincadeira” das postagens. “Eu entrei na página para entender os “memes” que comentavam e vi que tinha informa-

“A página da “Prefs” possui 653 mil curtidas no Facebook e 125 mil seguidores no Twitter” des sociais mudaram a forma das pessoas se comunicarem, porque há interatividade, pois pessoas podem questionar o que é verdade, emitir opiniões e o principal serem ouvidas”, afirmou. Bruna ainda disse que as prefeituras perceberam que o seu público está inserido na cultura digital. “É uma nova plataforma, logo as prefeituras se adaptaram ao seu público, aderiram às mídias sociais e mudaram a

campanhas foram feitas através da fanpage que foram bem sucedidas e que talvez não obtivessem o mesmo sucesso se fossem produzidas em outro canal de comunicação, por exemplo, não utilizariam uma capivara com laser em um informativo na televisão”. Os usuários das redes sociais aprovam a adesão das prefeituras, como Guilherme Felix, que interage nessa platafor-

ções importantes também, inclusive sobre mobilidade urbana que é o tema da minha dissertação, aliás, sempre que preciso de informação, eu solicito e sou atendida”. O internauta Orlando Bonette acessa a página do Facebook da Prefeitura de Fazenda Rio Grande e expõe sua opinião: “eu encontro informações necessárias nela, sempre estão informando eventos e atualizando notícias relevantes”.


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Beta Jornalismo

Beta Jornalismo chega à 3ª edição

Julia Fávaro

No total, foram sete palestras realizas no Tuca

O maior evento acadêmico de jornalismo do Paraná reuniu feras da comunicação Isabela Vera Virgínia Freitas 3º Período

O

curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) promoveu no sábado, 03 de outubro, a terceira edição do Beta Jornalismo. O evento acontece anualmente e conta com a participação de convidados palestrantes, que discutem tendências do jornalismo e da comunicação. Ao todo foram sete palestras com temas que variaram entre TV, jornalismo investigativo, jornalismo econômico, fotojornalismo e muito mais. O evento começou às 9h e foi até às 18h no Teatro Universitário da PUCPR (Tuca). O Beta foi prestigiado por estudantes e membros da sociedade interessados pelos assuntos abordados e debateu

inovações na área da comunicação, exaltando diversos temas do cotidiano dos jornalistas. Entre os temas discutidos estavam os desafios que a profissão exige diariamente, a ética como instrumento na vida profissional, a participação da mídia na nova era digital e a fotografia direcionada a assuntos políticos. O coordenador do curso de jornalismo da PUCPR, Julius Nunes, relatou que as inscrições deste ano tiveram um aumento em comparação com as do ano passado. As escolhas das palestras foram feitas primeiramente pelas temáticas. “Nós queríamos discutir jornalismo investigativo novamente e trabalhar com jornalismo multimídia e no-

vos formatos, e a gente queria trazer também algumas coisas relacionadas à produção independente audiovisual”, disse o coordenador.

Entre os estudantes que acompanharam as palestras estava Letícia de Oliveira, discente do curso de Jornalismo da Uninter, que pela segunda

Já o reitor da PUCPR, Waldemiro Gremski, destacou que os eventos fora de sala de aula são ótimos para os alunos. “Fora do ambiente de estudos é que acontece a universidade livre na qual o aluno vai fazer a sua formação mais abrangente’’, completa.

vez compareceu ao evento, e disse que novamente se surpreendeu positivamente. “Gostei muito desta edição, as temáticas e as abordagens dos assuntos do nosso cotidiano foram bem trabalhados e mais amplos, além de ser muito bem organizado’’, afirmou a aluna.

“Nós queríamos discutir jornalismo investigativo novamente e trabalhar com jornalismo multimídia e novos formatos”


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Beta Jornalismo

Direto da Austrália

Primeira palestrante do evento, Beatriz Wagner falou sobre seu trabalho em uma rádio do outro lado do mundo Mariana Balan 3° período

A

brindo os trabalhos da terceira edição do Beta Jornalismo, em webconferência que se iniciou às 9h55, a jornalista Beatriz Wagner discorreu a respeito do modelo de jornalismo multicultural da Rádio Special Broadcasting Service (SBS), da Austrália, que transmite programas em 74 idiomas. Como país de imigração, a Austrália adota o modelo do multiculturalismo para receber seus novos habitantes. Isso significa dizer que o imigrante consegue manter suas

raízes culturais, sua identidade e língua, sendo que uma das formas de tal manutenção está nos medias voltados para as comunidades estrangeiras, como é o caso do programa no qual Beatriz é produtora executiva na Rádio SBS, que tem como público alvo os falantes de língua portuguesa no país. Sobre a maior diferença entre fazer jornalismo no Brasil e na Austrália, a profissional afirmou que trabalhar em uma emissora como a SBS, na qual está há 21 anos, “é um paraíso”. Segundo Beatriz, não

há assunto tabu nem ligação com o governo, embora se trate de uma emissora pública de radiodifusão, cabendo apenas ao jornalista impor sua própria capacidade de contar histórias. Ainda, relatou que o Poder Judiciário é muito respeitado pela imprensa australiana, não havendo casos em que a mídia “condena” acusados antes do julgamento, como acredita ocorrer no jornalismo brasileiro. A professora Alessandra Vanessa Ferreira, madrinha da palestrante no evento, disse

que a conversa serviu para quebrar a ideia de glamour que permeia o correspondente internacional, uma vez que Beatriz relatou trabalhar completamente sozinha, sendo responsável pela produção de pautas, entrevistas, edição, operação e pelas redes sociais do programa que comanda. Já o jornalista Marcos Garcia, que acompanhou o bate-papo, gostou de ver que um país de primeiro mundo ainda acredita no rádio como meio de comunicação.

Jornalismo é feito na R.U.A.! Palestra de Rodrigo Zaim, membro fundador do coletivo R.U.A. de fotojornalismo, instigou a plateia do Beta Fernanda Maldonado 6º Período

Natalia Filippin 3º Período

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escontraído e informal, Rodrigo Zaim subiu ao palco como se fosse mais um dos alunos presentes na manhã de sábado (03), do Beta Jornalismo 2015.

tações de 2013, em São Paulo, Zaim contou como nasceu o R.U.A. Fotocoletivo (Registro Urbano Autoral) e prendeu a atenção de todos até o final de sua fala.

Sua espontaneidade chamou atenção já no início da palestra, mediada pelo professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Paulo Camargo. Com um vídeo gravado durante as manifes-

O coletivo, que surgiu sem pretensões no olho do furacão durante a série de manifestações em julho de 2013 na capital paulista, é formado por cinco jovens fotojornalistas insatisfeitos com o

atual cenário sucateado do jornalismo e da fotografia. “O R.U.A. foi criado com as manifestações, quando fazíamos a cobertura fotográfica totalmente independente dos eventos, mas logo percebemos que não é sempre que acontecem as manifestações. Então partimos para a fotografia documental, registrando movimentos sociais e tudo aquilo que a mídia tradicional não mostra”, pontua.

Ao longo da conversa, que gerou uma chuva de questionamentos e curiosidades dos alunos e público geral, o jovem fotógrafo, nascido na periferia de São Paulo, em 1991, compartilhou algumas das fotos do coletivo. “Juntamos a estética com questões sociais, pois nosso ideal é valorizar a fotografia para conscientizar as pessoas”, finaliza.

começo do ano, enquanto investigava a rede de corrupção e pedofilia na cidade de Londrina, no Norte do Paraná.

A partir da participação do jornalista da RPCTV, o debate teve como tema os perigos do jornalismo investigativo. Alberti deixou claro que foi escolhido como alvo, mas poderia ter sido outra pessoa da equipe. “É um desafio, mas é extremamente necessário”, concluiu. Em contrapartida, Demori afirmou que nunca foi ameaçado pessoalmente, apenas judicialmente e que já foi processado quatro vezes.

Jornalista precisa investigar Leandro Demori, jornalista investigativo independente, explicou em sua palestra sobre o atual cenário do jornalismo investigativo Giully Regina 3º Período

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eandro Demori é formado em jornalismo pela PUC-RS e trabalha como jornalista independente desde 2008, e já no início da palestra sobre jornalismo investigativo independente, se mostrou contra a ideia do fim do jornalismo. O palestrante afirmou que os repórteres contam histórias e que “os contadores de história nunca morrerão”. Para Demori, o jornalismo só

está passando por uma crise no modo de produção por conta das novas tecnologias, não significa que o jornalismo vai acabar. Em um segundo momento, um jornalista foi convidado a participar via internet da palestra. James Alberti não estava escalado na programação do Beta e surpreendeu a plateia. Alberti está fora do país por ter sido ameaçado no

Alberti afirmou que alguém não identificado ligou para a RPCTV alertando que ele estava correndo risco de morte, e a emissora tomou todas as medidas necessárias para mantê-lo seguro. Ele ficou um mês em São Paulo e continuou a cobertura de lá.


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Criação e conceito do Canal Off Conhecido por suas belas imagens, canal mostra a vida que as pessoas sonham em ter Karine Sales Karoline Mokfianski Renata Souza 3º Período

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urante o Beta Jornalismo, no sábado (03), Gabriela Clayton, responsável pelo marketing do Canal Off, ministrou uma palestra sobre a criação e conceito do canal, para os participantes do evento. Dentre as tarefas de Gabriela, está a criação de estratégias para aumentar a audiência e sempre manter uma boa relação com o público. Segundo a

palestrante, o Off é um canal de espírito livre e desbravador, feito para quem deseja relaxar e se desconectar, não apenas para atletas. O Canal Off estreou em dezembro de 2011 e faz parte do grupo Globosat, tendo como público principal, homens maiores de 18 anos, das classes A e B, segundo a palestrante. A programação do canal é única e inovadora,

Beta Jornalismo

e possui mais de 40 séries nacionais, sendo que 65% da programação é nacional. Um dos principais objetivos do canal é proporcionar ao telespectador imagens espetaculares de lugares paradisíacos, além da preocupação de integrar sons e imagens. As músicas escolhidas para fazer parte da programação são fruto de uma grande e aprofundada pesquisa, bus-

cando sempre originalidade, conforme Gabriela. O Canal Off cresceu muito devido à valorização do público às suas imagens, que são usadas muitas vezes como “papel de parede” em restaurantes e lojas, como explicou Gabriela. A programação mostra a vida que as pessoas sonham em ter, abordando lugares bonitos, viagens, esportes e tranquilidade.

Desafios do Jornalismo ao vivo Jornalista da Rede Record dá show no 3º Beta Fernanda Ehlke Letícia Aleixo 3º Período

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arla Cecato é jornalista há 17 anos, já trabalhou em grandes emissoras como Rede Globo, Rede Bandeirantes e atualmente trabalha na Rede Record e no Beta Jornalismo, Carla fez a sua primeira palestra abordando o tema “Televisão: Desafios do jornalismo ao vivo”. A jornalista comentou com o público, que para ela, a ética é a disciplina mais importante do curso de Jornalismo e principal característica que todo profissional deve ter. Segundo Carla, o caráter é mais importante do que a profissão, pois é preciso ter humildade para seguir a carreira. Ela enfatiza que é primordial trabalhar em equipe, porque na televisão todos devem ser unidos e ajudar uns aos outros. “Cada personagem da orquestra é fundamental”, diz a jornalista. Além de discutir os riscos da “fonte fantasma” na internet,

que é quando uma fonte desconhecida publica algo sem checar antes, Carla instruiu os alunos presentes a enxergar além da notícia e checar todas as informações e explicou que o jornalista é um ser desconfiado. “Não reproduzam o que vocês não têm certeza se é verdade, ou pelo menos se vocês não ouviram as partes envolvidas. Não compartilhem vídeos, opiniões ou manifestos se vocês não sabem quem foi quem escreveu”, mencionou. Para ela, é inadmissível a falta de diploma para exercer o ofício. “O jornalismo é uma profissão que tem riscos, assim como a medicina, pode matar uma pessoa se você der uma informação errada, se não tiver ética”, afirma. A profissional comenta que a principal dificuldade que já enfrentou em sua carreira foi cobrir os Jogos Pan-Americanos de Toronto, neste ano, pois diz não entender sobre esportes e precisou fazer

improviso ao vivo, porque não tinha o teleprompter. Para concluir Carla enfatiza que “a pergunta sempre pode mudar”, e disse que o jorna-

lista tem que estar sempre preparado para improvisar, e que essa é uma das maiores dificuldades do jornalismo ao vivo. Julia Fávaro

Carla falou sobre a importância do diploma para exercer a profissão


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Beta Jornalismo

Um novo formato de jornalismo Raquel Longhi apresentou aos alunos uma nova maneira de fazer jornalismo, o turning point da grande reportagem Maria Cecilia Terres Zelazowski 3º Período

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sexta palestrante a subir ao palco do Beta Jornalismo foi Raquel Longhi. Doutora em Comunicação e Semiótica, mestre em Comunicação e Informação e pesquisadora em diferentes áreas do jornalismo online, como ciberjornalismo e webjornalismo, ela apresentou aos alunos o tema turning point da grande reportagem multimídia. Raquel iniciou a palestra contando que o jornalismo está presente nos meios digitais há aproximadamente 20 anos, e que neste período houve inúmeras evoluções nos formatos noticiosos. De acordo com a palestrante, a partir dos anos 2000, pode-se identificar um primeiro momento dos formatos multimidiáticos do jornalismo online, que é dado

Maria Cecilia Terres Zelazowski

pela presença do slide show noticioso, contendo imagens, textos e sons. O turning point da grande reportagem multimídia significa, para a palestrante, um ponto de virada no espaço em que são produzidos os formatos noticiosos. Segundo ela, em meados de 2012 aconteceu a principal evolução hipermídia, através da quinta versão do HTML e as suas bibliotecas específicas, que revolucionaram a narrativa dando maior atratividade à reportagem em apenas um link. Raquel apresentou uma trajetória histórica do desenvolvimento do jornalismo e das grandes reportagens nos meios digitais, levando em conta as tecnologias, técnicas

Raquel Longhi ministrando a palestra no Tuca, na PUCPR

utilizadas pelas ferramentas disponíveis em determinadas épocas e as formas narrativas disponíveis. A professora finalizou a apresentação mostrando a grande reportagem “Erva

mate, o ouro verde do Paraná”, produzida pela Gazeta do Povo, que foi premiada em 2013 e permitiu a quem estava assistindo a palestra que realizasse perguntas sobre o tema abordado.

Jornalismo econômico para todos Fernando Jasper falou como fazer para que a economia não se torne um bicho de sete cabeças Fernanda Menuci Vanessa Bononi Yuri Braule 3º Período

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jornalista econômico da Gazeta do Povo, Fernando Jasper, palestrou no 3º Beta Jornalismo sobre os modos de se fazer reportagens usando dados econômicos. Jasper trouxe matérias que fez e detalhou seu processo de produção. Durante a palestra ele deu conselhos de como atrair o leitor para informações complexas e como lidar com dados corriqueiros, transformando-os em algo mais atraente para o leitor. Segundo ele, o interessante é fugir da agenda econômica do dia a dia e não ficar preso aos releases. Fazer matérias especiais que se relacionam com o cotidiano do leitor é

importante. O jornalista deve traduzir os dados para uma linguagem compreensível àqueles que não estão habituados a ler economia. Jasper aconselha explorar os dados à disposição, coloca-los na planilha e testar hipóteses e enfatizou também que informações completamente novas requerem trabalho árduo de análise de números. “De repente você arranja dados que ninguém viu porque ninguém se deu ao trabalho de procurar”, diz. O jornalista também deu dicas para quem se interessa pela área. Para ele, consumir informação de veículos especializados é muito importan-

te, mesmo que à princípio seja de difícil compreensão. “Você pode não saber nada, mas se você lê com regularidade você começa a pescar conceitos e vai aprendendo por conta”,

Jasper encerrou o Beta Jornalismo 2015

diz. Segundo ele, conteúdo multimídia também é chave para deixar as matérias econômicas atraentes. Fotos bem produzidas e gráficos são importantes nessa área. Yuri Braule


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Política

Quanto vale um vereador? Salário de vereador de Curitiba pode sofrer redução. Valor seria baseado no vencimento de professor da rede pública Fernanda Menuci 3º período

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m projeto de lei do vereador Jorge Bernardi (PDT) prevê diminuição do teto para os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba. Pela proposta, o valor não poderá ultrapassar o dobro do salário máximo para professor municipal da rede pública, com benefícios. O subsídio mensal passará então de R$ 15.156,00 para R$ 12.503,00. O teto para o cargo de vereador hoje é previsto pela constituição federal como sendo 75% dos subsídios de um deputado estadual, um valor de R$ 18.991,68. De acordo com a proposta, o vereador poderá optar ainda por receber valor inferior ao estabelecido por lei.

rém, simbólica, pois colocaria o professor como centro do funcionalismo público da capital paranaense. O vereador José Carlos Chicarelli (PSDC) é a favor da medida proposta. Ele afirma respeitar a opinião pública e embasar sua opinião com a da sociedade. Chicarelli diz achar a discussão sobre os limites e os tetos plenamente válida, e que deveria ser trazida para outras áreas do governo. Já o vereador Pier Petruzziello (PTB) é contra a medida. “Eu entendo que essa é uma medida absolutamente populista do vereador, numa tentativa desesperada de fazer votos, de mostrar sua popularidade”. Petruzziello diz ser vereador

mo digno pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Ele acredita que a proposta de Bernardi ocorreu por conta da pressão popular, mas que também serve para diminuir a adesão. Ele ainda acha o valor proposto muito alto. O cientista político Luiz Domingos Costa diz que a iniciativa popular carece de maturidade. Segundo ele um salário muito baixo atrairia pessoas despreparadas para o cargo ou que já possuem uma condição confortável o suficiente e estariam interessadas em dominar a pauta legislativa. Também avalia a proposta de lei como sendo apressada e mal pensada, pois

“O teto para o cargo de vereador hoje é previsto pela constituição federal como sendo 75% dos subsídios de um deputado estadual, um valor de R$ 18.991,68” O projeto também estabelece que o recebimento estaria condicionado ao comparecimento do vereador às sessões, que deverá ser comprovada através de assinatura e resposta às chamadas. A falta sem justificativa acarretaria desconto proporcional no benefício. Para Bernardi, o agente público eleito tem que representar a comunidade e não fazer da política um meio de vida. Ao ser perguntado sobre o benefício da mudança para os cofres públicos, Bernardi afirma que ela não será tão significativa, pois há apenas 38 vereadores. Ela seria, po-

quase que diariamente e se ocupar com o cargo integralmente. Ele complementa afirmando que o professor e outros funcionários públicos devem ganhar melhor, mas não cortando parte dos salários, para mostrar à população. Uma onda de mobilizações para redução de salário de políticos tem se espalhado pelo Paraná. Além da proposta de Bernardi, há também um movimento popular que exige a diminuição nos benefícios. Thiago Régis lidera o movimento e exige um salário de R$ 3.079,31 para o cargo, valor estipulado como salário míni-

não teve audiência pública sobre o assunto ou comparações com outras capitais e países. Essas confrontações dariam uma medida ampla para definir qual deve ser o salário de vereador. A reportagem do Comunicare entrevistou oito populares, dos quais, sete disseram ser a favor de uma redução nos benefícios dos vereadores. André Setti, bancário, é contra a mudança e acredita que o valor atual é justo para o cargo. Ele diz que a questão não é o salário, mas sim a qualidade individual do trabalho e acredita também que o valor economizado seria pequeno

e não faria diferença para as contas públicas. Na opinião do bancário, o que deveria ser cortado é a verba de gabinete. Já Lourdes Neumann, contadora, é favorável à medida. Ela ainda acredita que um salário de R$ 5 mil seria suficiente.

O que um vereador tem direito Atualmente o subsídio mensal dos vereadores é de R$ 15.156,70. Descontados os valores relativos à Previdência Social e Imposto de Renda, o total líquido é de R$ 11.486,04. Já o subsídio do presidente da Casa hoje é R$ 19.703,71. O gabinete de cada vereador conta com sete assessores e uma remuneração mensal total de R$ 51.533,76 por gabinete. Os membros da Mesa Diretora têm direito a mais assessores, consumindo mais R$ 55.047,49. Cada vereador tem direito a um veículo e cota mensal de combustível de 200 litros por veículo. Os sete membros da Mesa Diretora e a Corregedoria possuem um carro adicional. A presidência da Casa possui outro. Assim a Câmara de Curitiba tem 47 automóveis associados a mandatos e outros três para uso administrativo, num total de 50. Cada vereador tem direito a uma cota mensal de 3 mil selos (membros da Mesa a 4 mil) e 4 mil fotocópias (membros da Mesa têm 5 mil). Os gabinetes recebem material de expediente no valor médio de R$ 70,00 por mês.


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Política

Pacote “anticrise” é aprovado pela Assembleia Legislativa Em meio a controvérsias entre parlamentares, 18 novas medidas para conter a crise econômica passarão a vigorar Gabriel Witiuk 2˚ período

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o dia 29 de setembro, foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o pacote lançado dia 04 do mesmo mês pelo governador Beto Richa com medidas para tentar conter a crise econômica vivida pelo Estado e impulsionar a economia paranaense. O “pacotaço” - como ficou conhecido entre os deputados – é composto por 18 medidas voltadas principalmente ao aumento de tributos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Existem ainda outras medidas relacionadas à venda de ações da Copel e da Sanepar, e ao combate à pobreza por meio da criação de um fundo de recursos. O pacote anticrise conta com uma série de medidas que buscam oxigenar a economia do Estado de diversas formas. O aumento do ICMS se daria principalmente em produtos vindos de fora do Paraná. Isto é, o governo deseja arrecadar a diferença entre as alíquotas do Paraná e do estado de origem do produto, que seria aplicada no preço final da mercadoria. Outra medida elencada prevê a criação de um fundo de combate à pobreza, que a partir de um repasse de 2% na alíquota do ICMS, possibilitaria a arrecadação de R$ 400 milhões anuais para projetos de erradicação da miséria. As medidas causaram grandes controvérsias na Alep. A oposição ao governo Beto Richa se mostra contrária ao pacote, pois desconfia da legitimidade e da eficácia das medidas. Para o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), líder da

oposição à administração de Richa, as medidas do pacote servem exclusivamente para que o governo arrecade dinheiro de maneira totalmente imoral, afinal, todos os recursos do fundo de combate à pobreza que não forem investidos até 31 de dezembro de 2015, serão repassados ao caixa do Estado, com este podendo gastar os recursos da forma que desejar. “É algo extremamente inviável imaginar que teríamos, em três meses, projetos suficientes para que todo o dinheiro arrecadado fosse investido no combate à pobreza. O Estado estaria retirando dinheiro da sociedade e apenas agregaria o valor ao seu caixa único para sanar dívidas”, explica o deputado. Uma das colocações do pacote que mais gerou controvérsia inicialmente era a possibilidade de o governo vender ações de empresas estatais como Copel e Sanepar sem a necessidade de consultar os deputados. Para Requião Filho (PMDB), isso não passa de uma “privatização velada” das estatais, já que essa medida permite ao governo oferecer ações destas empresas como garantia para bancos e financiadores privados que realizam empréstimos ao governo do Estado. Entretanto, de acordo com Requião por pressão da oposição, a medida será votada separadamente. Por outro lado, a base aliada do governo se opõe às declarações da oposição e busca elucidar a discussão apontando vantagens e benefícios das medidas do projeto. O deputado estadual Luiz Cláudio

Pedro Freitas

Parlamentares aprovaram “pacotaço” em sessão plenária Romanelli (PSDB), líder do governo na Assembleia, afirma que o fundo de combate à pobreza é uma das soluções anticrise mais importantes que o projeto apresenta, pois oferece às famílias necessitadas instrumentos de renda complementar e fomento à atividade econômica. O parlamentar critica a postura daqueles que se põem contrários ao projeto, alegando desconhecimento. “Quem é contrário ao projeto é porque não o leu, é porque preferiu acompanhar de longe, lendo só o que está no jornal”.

Consequências para o paranaense A população paranaense sofrerá com um aumento geral no preço de praticamente todas as mercadorias que circulam no Estado. Uma das ideias do “pacotaço” é fazer com que o consumidor pague a diferença entre as alíquotas do ICMS do Paraná e do estado de origem do produto. Parte dessa diferença seria aplicada no preço final da mercadoria, variando de acordo com o produto, pois seriam levados em considera-

ção custos como de produção e transporte para se fixar o acréscimo. Os advogados tributaristas Luiz Felipe Schmidt e Leonel Betti explicam que o objetivo do governo é aumentar em 2% a alíquota do ICMS sobre aquilo que é considerado produto supérfluo e não essencial, elevando a alíquota de 25% para 27%. O problema, para Schmidt e Betti, é que em função de decisões políticas, lobby de produtores e outros fatores externos, muitos produtos essenciais acabam sendo listados como supérfluos, o que implica em uma alíquota maior. Dessa forma, como impostos sobre consumo não são proporcionais à renda do contribuinte, os mais pobres pagam a mesma quantidade de impostos do que aqueles de renda elevada, proporcionalmente gastando muito mais para comprar o mesmo produto. Com um ICMS maior, o custo de vida seria ainda mais alto. “É incoerente destinar o arrecadado com o aumento do ICMS para um fundo de combate à pobreza, já que com preços mais altos, quem já não tem muito, perde ainda mais”, explica Betti.


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Polícia

Ministério Público e OAB querem Delegacia do Idoso Em audiência realizada em agosto, órgãos apresentaram dados para a criação de uma delegacia especializada em Curitiba Lucas Pereira de Souza 3º Período

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o dia 11 de agosto, representantes do Ministério Público do Paraná (MPPR), da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Paraná (OAB-PR) e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP-PR) se reuniram na Assembleia Legislativa para discutir a respeito da criação de uma delegacia específica para atender idosos no Paraná. Para a procuradora do MPPR Rosana Beraldi Bevervanço, a criação de uma delegacia do idoso implica em um envelhecimento digno com segurança e acolhimento. De acordo com Bernardo Rucker, membro da Comissão do Direito do Idoso da OAB-PR, apenas 1% das vítimas denunciam a violência sofrida em âmbito doméstico. Rucker também critica a exigência de boletim digital em casos como este. O advogado lembrou que em 2011 foi inaugurada uma delegacia especial junto ao 3º Distrito Policial (DP), mas que “só serviu para fotografia, mas não chegou a funcionar efetivamente”. O 3º DP está localizado no bairro Mercês, porém a equipe que iria atuar na delegacia nunca foi definida. Foi anunciado que um projeto piloto entraria em atividade no 1º Distrito Policial de Curitiba, na região central da capital, sendo este o primeiro passo para a efetivação final. Porém, para Rosângela Lucinda, presidente da Comissão do Direito do Idoso da OAB - PR, “a criação da Delegacia Especializada de Proteção à

Pessoa Idosa é uma necessidade não de hoje, mas de há muito tempo”.

Maranhão, já possuírem delegacias especializadas.

Com base em pesquisas feitas pela OAB-PR, viu-se que o número de idosos na cidade está aumentado, bem como a violência praticada contra eles. Por isso, a Comissão do Direito do Idoso da OAB-PR e o MPPR veem que uma delegacia “estruturada física e humanamente organizada em nossa capital e extensiva às demais Comarcas, atenderá a uma parcela significativa da população de extrema vulnerabilidade, que são os idosos”, é o que afirma a presidente da comissão e advogada Rosangela Maria Lucinda. A advogada também critica o fato de outros estados de diferentes regiões, como São Paulo, Amazonas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e

A Polícia Civil foi procurada para esclarecer as informações sobre a implantação da Delegacia de Proteção ao Idoso no 3º DP, em 2011, e sobre o projeto piloto do 1º DP, mas a reportagem do Comunicare não obteve resposta até o fechamento da edição.

Violência intrafamiliar é a mais comum De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no ano de 2014 foram feitas 303 notificações de violência cometidas contra pessoas idosas em Curitiba e Região Metropolitana. Dentre as notificações, 84,4% foram realizadas pelas unidades de saúde e hospitais; 11,9% pela assistência social; 3% pelo centro de referência da mu-

lher e 0,7% por outros órgãos da Prefeitura. A maioria das ocorrências foi de violência intrafamiliar (87,5%), ou seja, aquela em que o agressor é da própria família da vítima, sendo que as extrafamiliares representaram 10,3% do total. A negligência, que se caracteriza por omissão pela qual se deixou de prover as necessidades e cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social da vítima, foi o tipo de violência mais frequente (37,2%), seguida pela violência psicológica (26,5%). A violência física contra o idoso foi observada em cerca de um quarto dos casos. Destaca-se, ainda, a violência patrimonial, observada em 11,1% dos registros. Já a violência sexual foi contabilizada em apenas 1,3% dos casos.

Violência contra idosos Tipo de violência

Natureza da violência

1,1% institucional 10,3 % extrafamiliar

1,1% autoagressão

11,1% patrimonial 1,3% sexual

87,5% intrafamiliar 23,9% física 37,2% negligência 26,5% psicológica


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Esportes

Rumo às Paralimpíadas do Rio de Janeiro Atletas se preparam para disputar os jogos em 2016 Letícia Aleixo 3º Período

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o ano que vem ocorrerão os Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro. Os jogos começarão no dia 07 de setembro e irão até o dia 18. Serão 4.350 atletas de 178 países, com 226 provas femininas, 264 masculinas e 38 mistas e a principal dificuldade dos atletas brasileiros parece ser a falta de apoio. Rui Menslin é professor e um dos técnicos do Clube Esportivo do Deficiente (Cede) e da Seleção Brasileira Paralímpica de Natação, tendo atuado nesta função em diversos campeonatos mundiais, Jogos Parapanamericanos e Paralimpíadas. O treinador desabafa sobre a dificuldade que os atletas têm em relação a apoios e reconhecimento. “Apoio cada um corre atrás do seu. Nós estamos tentando na faculdade fazer com que as coisas se mobilizem. E tem as leis de incentivo federal”, conta o treinador. Porém, Menslin enfatiza que a competição melhorou muito nas últimas edições. “Os Jogos Paralímpicos estão melhores e mais organizados. Teve desde melhora comportamental como social, desde a Paralimpíada, em Sidney, que

foi onde o Brasil ganhou as primeiras medalhas”, diz. Erica da Rosa Rodrigues, 21 anos, treina natação na Cede e já possui títulos importantes, como: campeã nos 100m livre, 50m livre, 100m peito, 200m medley e 100m costas na etapa regional sul; vice-campeã nos 100m peito, 200m medley na etapa nacional; 5º colocada nos 100m peito no ranking das Américas; 16º colocada nos 100m peito no ranking mundial. “Eu incentivo bastante as pessoas a fazerem esporte, pois isso mudou a minha vida”, diz a atleta. Segundo Gisele Youssef, secretária do paradesporto da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), a Lei de Incentivo ao Esporte é uma ajuda de custo para os atletas. “Para ter essa ajuda financeira, o atleta tem que ter um currículo, ou seja, já ter participado de competições. E quanto melhor o atleta, e quanto mais títulos ele tiver, maior será a ajuda financeira”, conta a secretária. Fabio da Costa, 25 anos, pratica tênis de mesa há quatro anos. O atleta diz que

os treinos são pesados e visam sua participação em campeonatos. “Já fui chamado para competições, mas não fui porque ainda não me sinto preparado”, ao dizer que já foi convidado para a Copa Brasil. O esportista afirma como ele se sentia antes de praticar esporte. “O tênis de mesa mudou a minha vida, porque antes de eu vir para cá eu estava depressivo, por causa do acidente, e eu não queria sair de casa”.

Parceria entre Cede e PUCPR O Cede foi fundado há 35 anos na Associação de Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) com o objetivo de educar e coordenar variados serviços de assistência e reabilitação aos deficientes físicos. Porém, a ADFP não tinha a intenção de fazer competições, então os atletas criaram o Cede dentro da ADFP para poder competir atletismo, tênis de mesa e outras modalidades. Em 1999 jogaram basquete na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e depois de um tempo ficaram sem lugar para treinar. Então foram convidados para treinar na Pontifícia Letícia Aleixo

Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e fizeram uma parceria, que existe há sete anos e proporciona para vários atletas aulas e treinos de atletismo, natação e tênis de mesa gratuitamente.

Incentivo Há 13 anos, a Lei do Incentivo ao Esporte foi criada pela Prefeitura Municipal de Curitiba por meio da SMELJ. Ela atende duas frentes, os clubes sociais da cidade e associações, ao oferecer para eles um desconto de 60% no IPTU, e 30% são direcionados para projetos esportivos. Esse ano o programa atendeu 49 atletas em nove modalidades do paradesporto. O atleta recebe um recurso parcelado em seis vezes no ano, que são classificados conforme os títulos. Segundo o gerente do incentivo ao esporte, Eloir Castro, “os critérios da lei são gastar o recurso somente para fins esportivos, pois o objetivo é competir”, diz Castro.

A atleta Érica Rodrigues treinando na PUCPR


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Literário

Um livro aberto Quem simplesmente passa em frente à Biblioteca Pública do Paraná não imagina quantas histórias ela guarda Giully Regina 3º Período

Giully Regina

Q

uem desce pela Rua Cândido Lopes, no centro de Curitiba, logo se depara com o prédio grande e imponente que abriga a Biblioteca Pública do Paraná que, atualmente, conta com um acervo de mais de 600 mil volumes, entre livros, periódicos, fotografias e materiais multimídia. Logo na entrada se encontra um guarda-volumes. Seguindo em frente há um espaço amplo com um piso preto e branco, que é usado para exposições. No centro do grande salão existe um balcão de informações, e logo atrás, é possível fazer sua carteirinha e também realizar empréstimos e devoluções. No mesmo lugar está localizado um espaço infantil decorado e com obras selecionadas especialmente para os pequenos leitores. Ainda no térreo existe a área específica para referências. A chefe do setor, Alice Ywatsugu, trabalha há 30 anos na biblioteca e é formada em biblioteconomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), que atualmente é a única universidade do Paraná com o curso específico para bibliotecários. Logo depois de formada Alice veio a Curitiba prestar concurso público para uma das 50 vagas na Biblioteca Pública, e conseguiu passar de primeira. Desde o início trabalha com o serviço de atendimento ao público na área de referências. - Eu sempre vim trabalhar com muito prazer, porque o que o usuário procura para mim é um desafio. Eu gosto daquelas pesquisas bem difíceis. Alice lembra das mudanças que a biblioteca passou ao longo dos anos. A maior foi

no ano de 1994, quando a informática chegou definitivamente e logo todos os livros do acervo foram cadastrados com códigos de barras e repatrimoniados. Se preferir subir pelas escadas, a cada lance irá encontrar um poema de Helena Kolody. Os poemas foram colocados ali em 2012, ano em que a poetisa paranaense completou seu centenário de nascimento. O terceiro andar é onde está localizada a administração da biblioteca. Ali também se encontra o jornal Cândido, que traz reportagens sobre a cultura paranaense. O jornal é produzido e distribuído pela própria biblioteca e está em atividade desde 2011. Contém um projeto chamado “Um Escritor na Biblioteca”, no qual os autores são convidados a falar sobre suas carreiras e obras, além de sua vida como leitores. O projeto é uma releitura do que foi realizado nos anos 1980 também pela Biblioteca Pública do Paraná com o mesmo intuito. Participaram da primeira edição autores como Paulo Leminski, Fernando Sabino, Helena Kolody e Fernando Morais.

A Biblioteca Pública fez parte da história da professora de francês, Luciana Frare. Ela conta que quando era criança, sua mãe trabalhava em um antigo banco próximo à biblioteca e por ser muito nova para ficar sozinha em casa, era lá que ficava enquanto a mãe trabalhava. No início da adolescência, Luciana recorria ao acervo da biblioteca para fazer seus trabalhos escolares. Seu contato com a biblioteca foi diminuindo com o passar dos anos e se tornou nulo por ter morado três anos na França. Luciana afirmou que ultimamente tem lido mais pelas plataformas digitais e

mesmo depois que voltou a morar em Curitiba, há tempos não vai até a biblioteca, mas que sente falta. - Sempre gostei do lugar, do ambiente. Era bem confortável. A Biblioteca Pública do Paraná foi projetada e construída em 1854 e desde 1957 se encontra próxima à Praça Tiradentes. O prédio tem entorno de 8,5 mil m², com três andares dividindo as 60 mil obras que estão atualmente em seu acervo. A Biblioteca Pública do Paraná funciona de segunda a sexta das 8h30 às 20h e aos sábados das 8h30 às 13h. Giully Regina


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Cultura

Legado do Solar do Barão passa por dificuldades A antiga casa do Barão do Serro Azul é um pólo cultural, mas sofre com a falta de investimentos Carolina Piazzaroli Hanna Siriaki Vitória Gabardo 2º período

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Carolina Piazzaroli

antido pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), o complexo Solar do Barão é um dos mais tradicionais centros culturais da cidade. Além de abrigar o Museu da Gravura, da Fotografia e a Gibiteca, o espaço possui salas de exposições e oferece ateliês. Porém, a reportagem do Comunicare obteve informações de que, desde o início do ano, repasses lançados ao Solar não estão cobrindo todas as despesas básicas. A reportagem também recebeu denúncias dando conta que a duração longa de exposições (igual ou superior a seis meses), significa que não há verbas suficientes para contratação de novos artistas, prejudicando a rotatividade e a qualidade do programa cultural. Além disso, declarações obtidas pela reportagem apontam que investimentos da iniciativa privada também diminuíram em 2015. A FCC é responsável por repasses a 27 espaços culturais no centro de Curitiba, segundo o orientador de ateliês, Nelson Hohmann. De acordo com o artista, a FCC depende do repasse de verbas das secretarias de cultura estadual e municipal que, por sua vez, dependem de verbas provenientes do governo federal. Em resposta às denúncias, a assessoria de imprensa da FCC afirma não ter conhecimento de reclamações por parte de funcionários e nem denúncias recentes de visitantes pelo telefone 156. A FCC afirma também que se houvesse algum problema, de qualquer espécie, já se teria conhecimento e acredita que as reclamações apontadas

Complexo enfrenta problemas financeiros pela reportortagem tenham sido pontuais. “O Solar é muito elogiado pelas pessoas. É um espaço muito importante, pois oferece variedade de cursos de línguas”, declarou o assessor de imprensa da FCC, Eros Mussi Schwinden. Contudo, ao produzir a reportagem, foi constatado que o Solar não oferece cursos de línguas, mas ateliês.

A casa do Barão do Serro Azul Os mediadores, responsáveis pelo intermédio de informações do Solar, Valéria Drago, Delson Neto, Manoela Neves e Isis Odara, todos estudantes de Artes Visuais na Faculdade de Artes do Paraná (FAP), contam que a construção do Solar teve início em 1880, e serviu de residência para Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. Os estudantes dizem que na época, o Barão era conhecido por ser o maior exportador de erva-mate do mundo e fundador da gráfica Impressora Paranaense. Segundo Isis, algumas pedras usadas nos ateliês de litografia foram trazidas pelo

próprio Barão e foram usadas na Impressora Paranaense. De acordo com Hohmann, depois da morte do Barão, em 1894, sua casa e a gráfica ficaram abandonadas e todo o maquinário foi virando sucata. O orientador conta que só depois da segunda metade do século XX que um grupo de oito mulheres e um homem, conhecidos como “O Grupo”, resgatou as máquinas de impressão da fábrica e acabou descobrindo e aprendendo as técnicas usadas na época. Hohmann também fala sobre o legado do Grupo, que conseguiu que a Prefeitura transformasse a casa do Barão no espaço cultural interativo que é hoje. Segundo o professor de Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Leandro Tadeu Catapam, formado em Design Gráfico e mestre em Design pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), os ateliês do Solar do Barão são interessantes por oferecer principalmente trabalhos manuais, desenvolvendo a criatividade dos alunos. Essas atividades com as mãos, segundo ele,

facilitam no processo de criação e estimulam a atividade cerebral, sendo muito útil principalmente para estudantes e profissionais que têm a criação como principal meio de estudo e trabalho. Catapam destaca que é interessante para profissionais e estudantes da comunicação conhecer os processos de impressão que vêm das artes e deram origem aos processos industriais que são usados hoje na Publicidade e no Jornalismo. O professor, inclusive, já frequentou os ateliês, e diz que os alunos também têm a oportunidade de ter contato com diversos artistas reconhecidos. O investimento, segundo Catapam, é baixo (por volta de R$ 60,00). As inscrições para os ateliês estão sempre abertas, já que não são aulas continuadas. Quem já tem prática, pode frequentar o Solar pagando uma mensalidade. Mais informações pelo telefone: (41) 3321-3373. O complexo fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, e é aberto à visitação gratuita das 9h às 18h.


Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Cultura

Katy Perry deu um show de simpatia Pela primeira vez em Curitiba, a cantora norte-americana fez história na meteórica passagem pela cidade Kauanny Miguel 6º período

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Kauanny Miguel

U

ma palavra que pode definir a passagem de Katy Perry pela capital paranaense é simpatia. Na cidade, para o terceiro show em solo brasileiro da turnê “Prismatic World Tour”, o que não faltou à cantora foi energia, disposição e bom humor. Logo que subiu ao palco com seu single “Roar”, Katy já soltou um “Curitiba” em alto e bom som em meio ao coro de mais de 15 mil pessoas que estavam presentes na Pedreira Paulo Lemiski para assistir ao espetáculo. E que espetáculo. Roupas com luzes led, cavalo e carro falsos, balões gigantes, muitos dançarinos, além de um telão que exibia vídeos em 3D, para o qual a plateia foi previamente preparada com a distribuição de óculos especiais, assim que entrava na Pedreira. Era tudo que os fãs estavam aguardando. O público era diversificado, hora se viam adolescentes com cabelos e roupas coloridas, homens e mulheres mais velhos, e ainda mães com filhas pequenas com idades entre seis e 15 anos. Tudo para ver a ídola. Alguns estavam dormindo em barracas há pouco mais de 20 dias, se

Show reuniu cerca de 15 mil pessoas na Pedreira Paulo Leminski

revezando com amigos, para garantir que pudessem ficar mais perto o possível da norte-americana. Houve ainda quem tivesse viajado horas para estar pertinho da cantora. Alguns do Rio de Janeiro, Mato Grosso e até uma mini caravana organizada por Luma, a mãe de Cicilia,

natal às 9h e já foram direto para a fila.”Estavam todas muito ansiosas, não tinha como dizer não, viemos do aeroporto direto. Mas estou curtindo também, acho a Katy ótima”, disse Luma já recebendo olhares apreensivos das meninas.

15 anos, e de Laura, 12 anos, que vieram de Goiânia com as primas Mariani, Julya e Andressa todas menores de idade, mas com as devidas autorizações em mãos para o aguardado momento. Luma conta que chegaram da cidade

Os portões foram abertos 17h30, e houve correria, choradeira, tropeços, desespero e euforia. Foi difícil para muitos descrever o sentimento de estar a tão poucos minutos de realizar o sonho de uma vida. Amanda Soares, 22 anos, ten-

“E que espetáculo. Roupas com luzes led, cavalo e carro falsos, balões gigantes e muitos dançarinos” tou: “é como se você estivesse diante do motivo da sua existência, vendo a sua felicidade materializada”, explica. E se Amanda não soube explicar o sentimento de entrar no local do show, imagine como seria para Matheus, o fã que veio do Rio de Janeiro atrás

da cantora, e foi reconhecido na plateia por Katy pelo seu usuário no twitter, e chamado para subir ao palco. Sempre brincalhona, a musa fez graça com o nome da cidade, a qual ela carinhosamente apelidou de “Cuticu” enquando tentava emendar frases em português como “te amo”, “oi” e até “silêncio” enquando conversava com a plateia eufórica. Hit após hit, a energia aumentava, e parece que não foi só o público quem aprovou a diva. Katy encerrou o show com a música ganhadora do VMA de clipe do ano, Firework, e a promessa de incluir a capital paranaense na agenda das próximas turnês. “Cuticu” te aguarda de braços abertos Katy.


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Curitiba, 03 de Novembro de 2015

Ensaio

Retratos do Prata Situada no interior do Pará, a Vila Santo Antônio do Prata, antigamente conhecida como Colônia do Prata, abriga uma população de pessoas diagnosticadas com Hanseníase e suas famílias, que recebem tratamento por pesquisadores da PUCPR. A antiga colônia conta também, com muitas histórias incríveis de superação. Beatriz Mira 1º Período

Filha de pacientes que estão sendo atendidos aparece na janela, curiosa com a situação.

A mais nova geração de pacientes, que já recebem tratamento.

Apesar da memória já muito fraca, Seu Morales conta nostálgico histórias de sua época de músico à equipe.

Não acostumados com visitas, todos aproveitam para contar suas histórias enquanto são examinados pela equipe.


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