Comunicare 280

Page 1

Cresce doação de órgãos no Paraná

Estado ocupa a quarta colocação no ranking nacional. Página 04

Bloqueio de aplicativos gera polêmica

Decisões judiciais contra whatsapp provocam discussões. Página 07

Curitiba também é africana na crença

Candomblé e umbanda tem mais adeptos do que se imagina. Página 10

Curitiba, 17 de Junho de 2016 - Ano 20 - Número 280 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Show de comunicação

Communication Festival

PUCPR sediou o maior Intercom Sul da história PUCPR hosted the biggest Intercom Sul in history

Páginas 12 - 19


02

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Opinião

Desafios para quem busca saúde Os hábitos dos brasileiros estão sendo modificados, a obsessão pelo trabalho como única forma de sobreviver acaba sobrecarregando ainda a mais a rotina da população. A falta de atividades relacionadas ao lazer também acarreta essa situação, deixando o estresse evidente. Sem condições para ter qualidade de vida, o brasileiro acaba por enfrentar a consequência de todos esses problemas urbanos, a obesidade. A Organização Mundial da Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. Ainda, o número de crianças

com peso acima do normal no mundo poderia chegar a 75 milhões, caso nada seja feito. Tendo em vista que o cidadão não se preocupa com as consequências dos maus hábitos, esse número reflete a sociedade atual. Rodeado por fast foods, carrinhos de hot dogs e barracas de guloseimas, o brasileiro é desafiado a desviar de todas essas tentações calóricas e manter sua alimentação saudável. Porém, é comum ao ser humano optar por alimentos que lhe sejam prazerosos ou causem alguma forma de satisfação. No caso das crianças, elas são submetidas a uma publicidade alimentícia totalmente apelativa, uma vez que personagens dos desenhos animados, filmes e séries são utiliza-

dos para persuadir o público infantil. As crianças criam relações de respeito e admiração com as figuras representadas nos alimentos, o que facilita seu desejo instintivo. Então, por não ter um filtro cognitivo definido e nem uma experiência anterior, o público infantil não consegue determinar o que é realmente importante para si, ficando suscetível às publicidades. Uma reeducação alimentar e psicológica por parte das pessoas, a fim de idealizar a qualidade de vida seria benéfica para que até o comércio alimentício do país se renovasse. No caso das crianças, cabem aos pais ditarem tanto a alimentação, quanto as rotinas de seus filhos.

A cultura do estupro Anna Laura Ferraz 3º período

Expediente Edição 280 - 2016 O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com http://www.portalcomunicare.com.br Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR Waldemiro Gremski DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes COORDENADOR EDITORIAL

É no mínimo triste saber que muitas pessoas, inclusive mulheres, pensam dessa maneira, enaltecendo o conceito de cultura do estupro. Essa cultura tem esse nome para designar a “normalização” de assédios e culpar as vítimas desses abusos, que é algo extremamente forte no Brasil.

Infelizmente o episódio com a adolescente carioca não foi o primeiro e nem vai ser o último inserido nesse contexto. Segundo dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cada 11 minutos uma mulher é vítima de abuso no país. Esse não é um caso isolado. Isso acontece todo dia e de muitas formas diferentes. A mulher, em situações como essa, acaba sendo desumanizada e é vista como um objeto, não sendo dona nem do seu próprio corpo. Há um grande reforço da ideia da existência de mulheres “com valor” e “sem valor”, pois, na visão de muitos, se ela estivesse em casa ou até mesmo na igreja, isso não teria acontecido.

Cada situação que incentive a cultura do estupro é uma espécie de reestupro a todas as mulheres violentadas e um soco no estômago de todas as outras. Vale ressaltar que, independente do comportamento e do passado da adolescente, absolutamente nada justifica a violência brutal que ela sofreu. Na nossa sociedade, não é normal ter empatia com mulheres fora do seu círculo familiar. E muitas vezes, nem as mulheres da própria família as pessoas respeitam. É necessário ter empatia. E se fosse com você?

Rafael Andrade MONITORIA Luciana Prieto FUNDADOR DO JORNAL Zanei Ramos Barcellos FOTO DA CAPA Fábio Muniz

Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO/JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855)

PAUTEIROS

EDITORES

Anna Laura Ferraz

Gabriel Callegari

3º período

Nas últimas semanas, o caso do estupro coletivo contra uma menor de 16 anos no Rio de Janeiro foi um dos principais assuntos abordados na mídia nacional e internacional. Com a popularização dessa notícia, inúmeros comentários dizem que a jovem mereceu o abuso que sofreu e que estaria supostamente mentindo para ganhar atenção e fama.

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

Beatriz Mira 3º período

Bruna Bonzato 3º período

Ema Cristina 3º período

Gabriel Witiuk 3º período

Guilherme Novakoski 3º período

Luciano Schmidt 3º período

Patricia Munhoz 3º período

Observação:

3º período

Giovanna Rell 3º período

Heloísa Masetto 3º período

Julyana Dal´Bó 3º período

Leticia Garib 3º período

Matheus Carneiro 3º período

Pedro Freitas 3º período

Rebeca Franco 3º período

As reportagens sobre o Intercom Sul foram traduzidas para o inglês pelo estudante de Jornalismo Vinicius Scott. Já o título e a gravata da capa foram traduzidos para o inglês pela estudante de Jornalismo Beatriz Mira.


03

Curitiba, 17 de Junho de 2016

A idade é apenas um detalhe Entusiasmo com baladas no final de semana não é exclusividade dos jovens Manuella Niclewicz 7º período

C

om o aproximar da sexta-feira o alvoroço entre os jovens é sempre grande para garantir a melhor programação possível para as noites durante o fim de semana. Sair para festejar, beber, dançar e fazer novas amizades são itens quase que obrigatórios na rotina das baladas mas essas atividades não são mais exclusividades apenas entre os jovens curitibanos há muito tempo.

cisei mostrar um documento para comprovar ser maior de idade, paguei, passei pelo detector de metal e, ao subir a rampa, fui surpreendida com a grande imensidão de pessoas e com o tamanho da festa. A primeira coisa que se vê ao entrar é o bar, em um espaço com várias mesas nas quais homens das mais diversas idades se divertiam tomando chopp e contando piadas com seus amigos.

Em uma noite quente de domingo após um feriadão na cidade, resolvi me aventurar em um dos famosos bailes da terceira idade de Curitiba e confesso que não esperava encontrar tanta gente. Era 20h12 quando cheguei em frente à Sociedade Água Verde, e, mesmo a festa tendo começado à tarde, havia uma fila grande para entrar. Ao lado da porta, estava estacionado um enorme trailer da banda que, imaginei ser a que estava se apresentando na festa. Logo à minha frente na fila estavam quatro amigas pomposas, arrumadas e super produzidas. Todas de salto alto e vestidos curtos, as senhoras deviam ter por volta de seus 50 anos mas fofocavam como adolescentes sobre o cantor da tal banda.

São dois salões de baile por onde semanalmente passam mais de 500 pessoas. O primeiro que entrei ficava ao lado direito do bar e tocava forró. Tive mais um choque. Não tinha ninguém sentado. Dezenas de casais dançavam na pista com movimentos tão sincronizados que mais parecia uma coreografia. Haja energia. O calor ali dentro do salão deveria ser de aproximadamente 30º graus e, para refrescar, além do chopp é claro, apenas poucos e pequenos ventiladores de teto.

Desde 1905, a Sociedade Água Verde agita o entretenimento curitibano e os bailes para terceira idade já se tornaram tradição no local, onde as festas acontecem há mais de 20 anos. Os encontros são realizados de quinta a domingo, das 15h30 às 00h30. Com exceção de sábado que a festa só tem fim às 02h00 da madrugada. Os ingressos variam entre R$ 12,00 e R$ 20,00 dependendo do dia da semana. A fila andou rápido e fui chamada na bilheteria. Pre-

Posso contar nos dedos de uma mão as jovens que conheço e que saberiam dançar “alguma coisa”. Homens, então, acho que não conheço nenhum. Menos mal que nas baladas a maioria dos jovens dançam separados. Pelo jeito meu espanto em ver tantos casais dançando daquela maneira me paralisou durante alguns minutos em que fiquei apenas apreciando aquela cena quase que de boca aberta. Fato que chamou a atenção de quem estava presente, pois fui inclusive abordada por um casal que se dirigia à pista de dança com um bom humor indescritível. Tudo bem? Perguntaram-me rindo de minha reação, se apresentaram. Marcos usava sapatos e uma calça social nos mesmos tons de sua camisa xadrez de manga

curta. Silvia tinha batom vermelho nos lábios e usava um vestido de malha estampado e salto alto preto. Eles se conheceram naquele mesmo salão há exatos 3 anos, quando ambos após divórcios um pouco conturbados perceberam que “a vida não podia parar”. Silvia era ainda um pouco tímida e não sabia dançar muito bem quando Marcos a convidou para ir à pista pela primeira vez. O que se repetiu no domingo seguinte e no outro e no outro e no outro... Hoje eles namoram e fazem aula de dança de salão toda às terças e quintas à noite só para poder aproveitar ainda mais o bailão de domingo, algo que, para eles, tornou-se religioso, não perdem nunca! Simpáticos, fizeram com que me sentisse mais à vontade naquele ambiente em que não estava acostumada. Eles foram dançar, fiquei admirando mais um pouco e resolvi me aventurar no outro salão. Novamente, outra surpresa: descobri que o sertanejo universitário não é sucesso apenas entre os jovens brasileiros. Era lá que estava a dupla sertaneja que estampava o trailer estacionado lá fora. Em um palco com um painel de LED que piscava colorido, eles tocavam hits que eu mesma escuto nas baladas em que frequento.E o público estava ainda mais animado do que no outro salão, se é que isso era possível. Tinham algumas mesas, onde aliás avistei 3 daquelas senhoras que estavam na minha frente na fila lá fora. Elas se divertiam e tomavam umas caipirinhas. A 4ª delas deveria estar dançando e deixou um lugar vazio. Resolvi conversar com elas, pois estava voltando

Literária

a me sentir um pouco deslocada em pé, no canto e sozinha. Pedi licença para me sentar – Senhora é a minha mãezinha que já está lá no céu, eu sou a Márcia – apresentou-se uma delas, a mais desinibida. Cheia de penduricalhos e acessórios, Márcia me contou ser viúva há 8 anos. Entretanto, foi apenas há 2 que percebeu que “não poderia se deixar morrer junto com o marido”. Ligou para as antigas amigas – algumas solteiras, casadas e outras separadas – colocaram o papo em dia e se tornaram inseparáveis como quando eram adolescentes. Hoje, elas fazem tudo juntas e os bailes têm lugar reservado na agenda. “Normalmente a gente vêm no sábado à noite que a festa acaba mais tarde”, conta ela rindo, “mas como ontem tivemos um imprevisto, cá estamos hoje para paquerar”, continuou. Nada de velhinhos ultrapassados não. Fui até ali esperando ouvir Roberto Carlos, mas até sertanejo universitário eu ouvi – se isso é bom ou ruim, me diga você. Mas o que mais gostei de descobrir é que a idade é apenas um mero detalhe na sociedade. Muitas senhoras naquele salão estavam se mostrando mais jovens e cheias de vida do que muito jovem por aí. Todos que eu conheci são antenados, cheios de energia e, inclusive, bastante modernos. Embora não tenha conversado com os homens em frente ao bar pois fiquei um pouco tímida, confesso, juro que vi um deles usando o Tinder – app de relacionamentos – pelo celular. Tempos modernos.


04

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Cidades

Paraná é destaque na captação de órgãos Brasil é o segundo país com o maior número de transplantes no mundo Leticia Garib 2º período

O

Paraná ocupa a quarta posição no ranking nacional de captação de órgãos, com 62 transplantes realizados nos três primeiros meses de 2016, 12,72% a mais do que na mesma época de 2015, de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes. Em contrapartida foi registrado decréscimo de 4,8% na doação de órgãos no Brasil, taxa que ficou 12,5% abaixo do previsto para este ano. Poucos estados aumentaram o número de doações, entre eles todos da região sul do país. De acordo com o médico responsável pela equipe de nefrologia do Hospital Cajuru, Alexandre Bignelli, o Brasil é o segundo país com maior número de transplantes no mundo e o Paraná é referência nacional nas cirurgias por vídeo de laparoscopia, realizadas no hospital. “Nós temos um índice de sucesso nos transplantes acima de 90%”, comenta. Bignelli acredita que o aumento do número de transplantes no Estado acontece

pelas campanhas de incentivo e pelos resultados alcançados. “A gente têm, hoje, uma sobrevida maior dos pacientes transplantados. Há incentivos de políticas públicas para a melhora na qualidade de vida e para permitir que crianças cresçam normalmente”. Mozart Calisto dos Santos foi paciente de transplante renal há mais de seis anos e conta que esperou por cinco anos e meio até receber a doação de um rim. Hoje ele trabalha como voluntário em campanhas de incentivo à doação de órgãos e sonha em construir uma casa para abrigar pacientes transplantados de outras cidades durante o período de recuperação. Os pais de Santos eram envolvidos com trabalho voluntário e incentivaram os filhos a fazerem o mesmo. A casa onde ele deseja construir o centro de recuperação, pela qual já luta pela permissão da Prefeitura há três anos, foi construída por seu pai. Leticia Garib

Número de Transplantes no Paraná

Número de Transplantes no Brasil 70

680 675

674

65 669

670

60

665

55

660

50

655

45

650

40 2015

2016

Brasil

62 55

2015

2016

Paraná

Há queda no índice nacional, mas número de transplantes no Paraná cresce

Junto com outros voluntários, Santos ajuda pacientes renais na hora da diálise, com a leitura de livros, contação de histórias, pequenas apresentações musicais e teatrais. Santos conta que sua vida mudou completamente. “Melhorou a minha qualidade de vida. Não conseguia nem andar e hoje eu faço atletismo, faço 12km de caminhada toda manhã. Nova vida pós-transplante”, afirma. A queda na porcentagem de transplantes no Brasil pode significar um regresso em relação ao que já foi conquis-

Ele esclarece que todo paciente com morte cerebral é registrado e só então, há uma conversa com a família a respeito da doação. “Primeiro é diagnosticado a morte encefálica e só depois da confirmação que é possível apresentar a possibilidade da doação para a família”. Freitas ainda comenta que a lista de transplantes funciona por um método de compatibilidade, ou seja, nem sempre o primeiro da fila é o que recebe a doação, mas aquele que tem o mesmo tipo sanguíneo e outras características de maior semelhança com o doador.

“A gente têm, hoje, uma sobrevida maior dos pacientes transplantados. Há incentivos de políticas públicas para a melhora na qualidade de vida” tado na doação de órgãos nos últimos anos, com consequências como a morte por doenças que poderiam ser evitadas através do transplante.

Transplante com doador facelido Para que aconteça um transplante de um doador falecido, a decisão é unicamente da família, mesmo que ele tenha deixado sua vontade clara em vida. É o que afirma o enfermeiro coordenador da comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplantes do Hospital Cajuru, Maikon Freitas.

“Um rapaz de 20 anos pode escolher não receber um rim de um paciente falecido de 70 anos, já que o órgão pode falhar futuramente e o rapaz vai ter que voltar para o final da fila”, esclarece. Apesar das diversas campanhas de incentivo à doação de órgãos, muitas famílias ainda não aceitam que o procedimento aconteça. De acordo com o Registro Brasileira de Transplantes, dos 1.767 pacientes diagnosticados com morte encefálica, apenas 38% tornaram-se doadores efetivos.


05

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Festa do assado reúne 30 mil pessoas em Curitiba Expectativa era a de realizar “maior churrasco do mundo” Bernardo Vasques 3º período

A

conteceu no dia 15 de maio, no Parque dos Tropeiros, na Cidade Industrial de Curitiba, a Assafest – Festa do Assado, um festival de costela fogo de chão que buscava quebrar os recordes mundiais de mais quilos de carne assados em um churrasco e mais pessoas em uma festa de assados. O cardápio do evento contou com costela fogo de chão acompanhada de farofa, salada, maionese e pão de alho. Havia sorvete para a sobremesa, além de água, refrigerante e cerveja. Porém, apesar do clima de festividade, a meta não foi atingida pela organização. A Assafest também ofereceu atrações como apresentações de stand up comedy, feira de artesanato, shows de duplas sertanejas, passeios de helicóptero e missa. Os ingressos variaram de R$ 35,00 a R$ 409,00 e ofereceram desde refeição para uma pessoa até pacotes turísticos para não moradores de Curitiba. Segundo o organizador do evento, Chef Rey, a festa buscou unir o bom churrasco a momentos de diversão e entretenimento, para que as pessoas pudessem confraternizar com família e amigos. Rey ainda disse que o objetivo é tornar a festa algo tradicional e presente na agenda do curitibano. “Queremos promover mais edições para que cada vez mais pessoas conheçam a festa, para que se torne algo da cultura de Curitiba”, aponta. Um dos problemas da festa foi a necessidade de adiamento. Originalmente agendada para o Dia das Mães, no dia 08 de

maio, o churrasco precisou ser remarcado para o domingo seguinte (15) em função da possibilidade de fortes chuvas. Sobre isso, Rey afirma que foi um contratempo desagradável, mas que não comprometeu a realização nem a adesão ao evento. Ele explica que recebeu algumas reclamações de pessoas que teriam ido no Dia das Mães, mas não puderam estar presentes na nova data. Mesmo assim, de acordo com o organizador, a perda de público foi mínima.

curitibanos a comparecerem, além de explicar o funcionamento da venda de ingressos e apontar formas e caminhos de se chegar ao local.

A Assafest teve repercussão positiva entre os participantes. A estudante de Direito Thays Marinho, conta que foi surpreendida pela variedade de atrações do evento. Ela relata que acreditava que seria apenas uma reunião para comer churrasco, o que não a atraía. Entretanto, ao ver opções como shows de comédia e espaço para compras, gostou bastante da proposta do festival. “Apesar de ser a estrela da festa, a carne não é o que te faz passar a tarde no local. A organização acertou ao proporcionar tantas atividades diferentes”, coloca.

de quilos de carne assada pertence à cidade de General Pico, na Argentina, que em 2011 alcançou 13,7 toneladas. Já a maior concentração de pessoas ocorreu na Cidade do México, com 42 mil.

Não deu recorde Um dos objetivos da Festa do Assado era quebrar dois recordes mundiais, tanto o de maior quantidade de carne assada quanto o de maior número de pessoas reunidas em um churrasco. Segundo dados do Guinness Book, o recorde

Cidades

Apesar da grande divulgação e adesão da Assafest, nenhum dos recordes conseguiu ser quebrado. O churrasco curitibano teve 9 toneladas de carne assada e contou com a presença de 30 mil pessoas. De acordo com Chef Rey, apesar da vontade de se tornar recordista, o número abaixo do esperado não o entristece. “A festa foi ótima, fiz questão de não me preocupar com quebrar a marca, pois o sucesso do evento já valia a pena. Além disso, assar mais carne

“Queremos promover mais edições para que cada vez mais pessoas conheçam a festa”

O evento, além do Chef Rey e uma equipe de 35 pessoas, contou com apoio de diversas empresas e entidades, desde fábricas de alimentos até órgãos públicos. A Prefeitura de Curitiba, um dos apoiadores do evento, publicou em sua página no Facebook uma imagem promocional do churrasco convidando os

seria um grande desperdício, então optamos por ter esta consciência e não assar só para entrar no livro”, relata.

Nove toneladas de carne foram assadas durante o evento

Bernardo Vasques


06

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Economia

Desemprego tem alta em Curitiba Apesar do crescimento, índice municipal é bem menor que nacional Ana Lucy Fantin Anna Laura Ferraz Gabriel Callegari 3º período

A

crise econômica levou o nível de desemprego a um patamar talvez nunca imaginado pelos brasileiros. Em Curitiba, só no último trimestre de 2015, o desemprego subiu de 4,2% para 5,5% se comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo pesquisa divulgada este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta, o nível de desempregados na capital

passaram a procurar ocupações. O diretor do Ipardes afirma que os segmentos que mais empregam ainda são os de serviços e comércio, entretanto no período atual acabam oferendo bem menos do que há exatos dois anos.

paranaense ficou bem abaixo do âmbito nacional de 9%.

encontrar um trabalho. “O que acontece é que as pessoas com melhores qualificações estão aceitando empregos com prestígio menor do que o ideal para seu currículo”, explica Suzuki Junior. E conclui que, dessa forma, empurram os que têm qualificações inferiores e, no entanto, ideais para o trabalho.

Ainda de acordo com Suzuki Junior, quem pertence à classe C e possui ensino médio ou superior incompleto é o perfil que tem mais dificuldade em

pregos temporários, os quais, segundo ele, são necessários para a economia da região. “Podem ser inclusive a porta de entrada no mercado de trabalho para muitas pessoas, sendo o primeiro emprego de muitos trabalhadores”, relata Camargo. Além disso, a geração de postos de trabalho e também o avanço de renda são variáveis relevantes e que são indutoras do crescimento econômico.

“As pessoas com melhores qualificações estão aceitando empregos com menor prestígio” Segundo o diretor do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Takeshi Suzuki Junior, a crise financeira vivida pelo pais é a causa do aumento do número de pessoas sem emprego, porém ao analisar os dados, diz ser possível concluir que a crise, apesar de existir em Curitiba e no estado do Paraná, é menor em comparação com o resto do Brasil. A taxa de desemprego acaba sendo maior entre os jovens de 14 a 17 anos que aumentou 7,4% de 2014 a 2015. Suzuki explica que isso ocorre, pois o jovem não possui ofício definido e uma rotatividade maior de trabalhos. Além do fato de que com a crise, chefes de família perderam seus empregos e os filhos se viram na obrigação de ajudar na renda familiar, ou seja, não só o índice de desemprego aumentou, mas também a quantidade de pessoas que

O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fabiano Camargo, apontou que em Curitiba e na região metropolitana, entre abril de 2015 e março de 2016, ocorreu uma maior eliminação (508.407) de postos de trabalho em comparação com a geração de postos de trabalho (450.905), resultando deste modo em saldo negativo de 57,5 mil. Assim, o déficit de empregos gerados representou uma queda de 5,36% sobre o total do estoque de ocupações formais, ou seja, com carteira assinada. O economista ressaltou também a importância de em-

Auxiliar de recrutamento de uma agência de empregos, Stefanie Castro da Silva relatou que a procura por trabalhos temporários não é grande e que a maioria dos associados quer ser efetivado em um emprego. Ela diz ainda que em 2016 a busca por cargos aumentou muito e que o maior número de vagas está concentrado na área operacional, a qual busca profissionais com ensino médio completo.

Relato Para Ana Lucia Figueredo, desempregada já há dois anos, na procura por trabalho tudo está valendo. Sua preferência é pela área de vendas, mas caso encontrasse uma vaga em outra área, aceitaria sem pensar duas vezes, tudo em função da dificuldade encontrada ao longo do tempo em que está sem um emprego. Ela ainda conta que, com a ajuda financeira do tio, está fazendo um curso de aperfeiçoamento profissional para se qualificar e aumentar suas chances no mercado de trabalho. Maria Luiza Machado passa pela mesma situação de Ana Lucia. Ela está sem ocupação há quatro meses e diz que seu setor de preferência é o administrativo. Como as situações atuais não estão nada favoráveis, ela revela que também aceitaria emprego em qualquer outra área, inclusive trabalhos temporários só para ter uma renda. Gabriel Callegari

A dificuldade em conseguir um emprego está cada vez maior


07

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Política

Sua mensagem não foi enviada A situação constitucional atual dos regulamentos que controlam o uso da internet no Brasil tem gerado aborrecimentos Luiz Renato Mourão 2º Período

Beatriz Mira

N

a segunda-feira, dia 02 de maio, pouco depois do segundo aniversário da lei nº 12.965, mais conhecida como Marco Civil da Internet, sancionada em 23 de abril de 2014, uma decisão baseada em seus artigos paralisou o aplicativo de mensagens whatsapp. O bloqueio afetou mais de 100 milhões de usuários e foi fruto de uma investigação que corre em segredo de justiça na cidade de Lagarto, no estado de Sergipe. A situação constitucional atual dos regulamentos que regem o uso da internet no Brasil tem gerado polêmica. Segundo Luiz Augusto Pereira de Araújo Junior, advogado da Associação Brasileira de Agentes, Parceiros e Autorizados Terceirizados do Mercado de Telecomunicações (Abratelecom), a penalização aos usuários foi maior do que o poder de coerção da medida. O advogado explica que o whatsapp está sujeito ao mesmo tipo de legislação que os serviços de telefonia, mas as operadoras não são obrigadas a guardar os conteúdos das ligações. “Operadoras e aplicativos não guardam em arquivo o conteúdo de ligações, mensagens e outras formas de comunicação, e nem poderiam guardar, justamente pelo sigilo assegurado pela Constituição”, alerta Araújo Junior. Uma das passagens em que se consolida a ação judicial, consta no artigo 10, parágrafo 1º do Marco Civil. “O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a disponibilizar os registros (...) mediante ordem judicial...”. O

Whatsapp é bloqueado pela segunda vez no Brasil professor de direito constitucional e conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Flávio Pansieri, explica que a lei obriga a guarda de registros ocorridos nos 12 meses precedentes, mas que caso existam outros registros a empresa não pode se negar a entregá-los. De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, a interceptação do fluxo de comunicação em sistemas de informática está sujeita aos mesmos procedimentos dos grampos telefônicos, por isso, Pansieri afirma que caso solicitado pela justiça, o whatsapp é obrigado a realizar o grampo. “Quando for o caso, o magistrado deve determinar a interceptação dos sistemas operacionais que ele quiser”, diz Pansieri. Em enquete realizada pelo Comunicare, no dia 13 de maio, foram ouvidos 40

usuários do aplicativo de mensagens. Destes, 37 acompanharam o desenrolar dos fatos após o bloqueio. Uma parcela dos entrevistados disse compreender e concordar com a decisão, 16 clientes, representando 40% do total

do ar por diversos outros motivos, sem aviso prévio. Por isso recomenda à população a não depender exclusivamente do aplicativo. “Use múltiplos canais sempre e avise seus contatos mais importantes que façam o mesmo”.

que se posicionou a favor da atitude do juiz. Com relação à regulamentação, 83%, ou seja, 33 entrevistados acreditam que leis que garantem a possibilidade de interceptação, quando solicitadas por ação judicial, devem existir.

O Partido da República (PR) anunciou em um vídeo em seu website que iria entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal requisitando que decisões que suspendam aplicativos de troca de mensagens sejam proibidas. Até o fechamento desta edição o processo não havia sido aberto.

O bloqueio afetou mais de 100 milhões de usuários

A professora e especialista em temas de tecnologia, Beatriz Kunze, lembra que o whatsapp não é uma concessão pública, por isso, pode sair


08

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Política

Publicidade nos ônibus pode reduzir valor da tarifa Projeto que propõe o uso de publicidade na lateral dos transportes coletivos está em andamento Maria Tereza Seabra 3º período

P

roposta pelo vereador Paulo Rink e aprovado em julho de 2015 por unanimidade, a lei que tem em vista a colocação de publicidade na lateral dos ônibus tem como objetivo reverter o lucro da propaganda para a redução da tarifa do transporte coletivo. O projeto estima uma possível redução de centavos no valor da passagem, desconto que ainda é incerto, já que não se sabe quanto em dinheiro essa prática irá arrecadar. A lei propõe que todo o dinheiro proveniente da publicidade ajude a diminuir o preço da tarifa. O vereador Paulo Rink relata que atualmente nada é arrecadado com propagandas nos ônibus

Maria Tereza Seabra

Rink ressalta que diante de um cenário de corrupção, o objetivo do projeto é não deixar que o dinheiro arrecadado com a publicidade seja destinado para qualquer outro fim, se não para gerar vantagem para a população. Apesar de acreditar que a lei possa beneficiar a população, já que a publicidade pode ser uma grande fonte de renda, Luiz Domingos, cientista político e professor de sociologia, destaca que toda medida tomada por políticos também pode ser uma forma de lhes promover. Ele aponta que, entretanto, é uma lei interessante e positiva para os usuários de ônibus menos favorecidos. “Se fosse possível diminuir 50

“A redução da tarifa pode acarretar no aumento do número de passageiros, e geraria um maior lucro para as empresas de ônibus” e declara que a lateral do transporte público pode sim ser comercializada. Segundo Rink, o projeto está à espera de uma regulamentação por parte da Urbanização de Curitiba (URBS). Ele conta que de todo o dinheiro que transita no transporte público, quatro por cento é destinado à URBS, mas que, nessa lei, isso não ocorreria. “Nesse projeto eu fiz uma conta separada que deve ser enviada para o Tribunal de Contas, para que esse dinheiro seja revertido na tarifa e para que haja transparência, e isso deixou a URBS incomodada, já que ela não teria o comando financeiro dessa operação”.

centavos ou um real, já faria muita diferença. A redução da tarifa pode acarretar no aumento do número de passageiros, o que geraria um maior lucro para as empresas de ônibus”. O professor, porém, também ressalta que a lei não resolve um problema anterior, que é a não divulgação do preço da tarifa técnica. Para ele, é preciso que haja uma transparência no uso dos recursos financeiros do transporte coletivo para que se possa usar o dinheiro da publicidade de uma forma muito melhor. Em nota, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Se-

A intenção é criar uma conta separada para o lucro da publicidade transp) declarou que o órgão apoia todas as iniciativas que busquem trazer melhorias para o sistema de transporte. Entretanto, apontou que a lei da publicidade nos ônibus carece de definições sobre como será aplicada, e que ainda é cedo para que as empresas de ônibus possam se posicionar. Em uma enquete realizada pela reportagem do Comunicare com pedestres no centro de Curitiba, 52 pessoas se

mostraram a favor da publicidade na lateral dos ônibus para a redução da tarifa, e oito se declararam contra. Por meio de sua assessoria de imprensa, a URBS preferiu não se pronunciar a respeito da lei, na justificativa de que esta ainda não foi sancionada e que é preciso que seja validada para que haja um pronunciamento por parte deles.


09

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Esportes

Inverno também combina com esporte

Giovanna Rell

Contudo, o frio exige algumas recomendações para a prática de exercícios físicos Giovanna Rell 3º período

Durante o inverno, se torna ainda mais necessário o alongamento antes das atividades físicas

C

uritiba é uma capital que oferta diversas atividades para a prática de exercícios no inverno, contando atualmente com 32 espaços públicos, sob responsabilidade da Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ), com salas de ginástica, piscinas, academia de musculação e quadras poliesportivas cobertas. De acordo com o superintendente da SMELJ, Alexandre Martins da Costa Filho, Curitiba é uma cidade que é favorável para a prática de exercícios no inverno. “Curitiba oferece diversas atividades como ginástica, alongamento, caminhadas, corridas, zumba, atividades aquáticas entre outras em diversos espaços públicos espalhados pela cidade”, relata. Para a prática do ciclismo, por exemplo, o superintendente cita o Centro de Esportes e Lazer Velódromo ao lado do Parque Jardim Botânico, que possui uma pista própria (velódromo) e a execução de atividades sistemáticas através do Programa Pedala Curitiba Tabela que promove ativida-

des de ciclismo noturno com participação de pessoas com idade mínima de 15 anos. Contudo, a médica do esporte, Maria Beatriz Monteiro Roucourt, ressalta que as temperaturtas maisbaixas e o ar seco, típicos do inverno, provocam mudanças fisiológicas no organismo, que nem sempre o indivíduo está preparado fisicamente para enfrentar. Para o personal trainer, Damar de Cosmo, durante o inverno é comum a realização dos exercícios com agasalhos, o que é considerada uma prática incorreta. “Roupas pesadas e muitos agasalhos podem gerar aquecimento corpóreo prejudicial à saúde tanto na corrida, quanto na musculação e em aulas nas salas de academias”, explica.

O personal trainer esclarece

que na prática de atividades físicas intensas o gasto calórico é maior e há um aumento da transferência do calor interno para a pele e desta para o meio ambiente. Cosmo acrescenta que na redução dessa atividade, o corpo diminui o calor, porém a fonte

energética principal durante o repouso é a gordura e que sendo assim, no decorrer do inverno os exercícios podem dar mais resultados positivos de emagrecimento. Outro ponto destacado por Cosmo é sobre a importância do alongamento. “Durante o inverno é ainda mais necessário o aquecimento e alongamento, além da alimentação adequada e treinos realizados com monitoramento de profissionais qualificados”, afirma. Atleta de corrida e surf, Jamil Marlus conta que no surf durante o inverno é usado uma roupa especial de neoprene, composta por borracha sintética para manter o corpo aquecido mesmo estando em baixas temperaturas. O treino no inverno exige muito do condicionamento físico, por ser um esporte diretamente em contato com a água os músculos ficam rígidos no inverno, dificultando um pouco os treinos e por isso, a roupa de neoprene se torna essencial”, relata.

Inclusão social pelo esporte Fundada em 2006 com a missão de promover a inclusão social estimulando a prática do esporte, o Instituto Futebol de Rua realiza o acompanhamento profissional de crianças e jovens de sete a 17 anos nos seguintes pontos: Cidade Industrial de Curitiba, Cajurú, Jardim Irái, Marumbi, Trindade, Vila Audi União e Afonso Pena, que se encontram em situação de vulnerabilidade e exclusão social, que estejam matriculados em escolas públicas. O diretor técnico do instituto, Leandro Cury Moreira, explica que a Organização Não Governamental (ONG) surgiu com o propósito de resgatar a alegria de jogar futebol, com dribles e jogadas sem a violência e competição acirrada que norteavam e ainda norteiam o futebol atual. “Somos apaixonados por esportes, em especial o futebol, e acreditamos que ele é fator de agregação social, de promoção da amizade e do respeito. E escolhemos as crianças como público alvo porque entendemos ser possível e mais fácil moldar seu caráter e formas de pensamentos nessa idade com a transmissão de nossos princípios e conceitos”, afirma. A pedagoga educacional do instituto, Fabiane Prado, relata que a metodologia utilizada pela ONG está baseada em duas regras principais: a primeira é o fair play no qual o jogador não pode fazer falta senão fica fora do jogo por um tempo e a segunda regra, em que os dribles valem mais que o gol, com cada drible valendo três pontos e o gol um.


10

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Cultura

Curitiba afro-brasileira Candomblé e umbanda crescem às escondidas na capital paranaense Rafaela Cortes 3º período

Rafaela Cortes

D

e acordo com um levantamento de maio deste ano do Conselho Mediúnico do Brasil (Cebras) todo mês em Curitiba é registrado pelo menos um novo terreiro ou loja relacionada a religiões afro-brasileiras. Ao todo já são mais de 7 mil terreiros somente na capital. No Paraná, o número ultrapassa os 25 mil. O crescimento destas culturas, principalmente a do candomblé e umbanda (outras religiões não têm representatividade significativa), vai contra aos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que evidencia que estas crenças ainda são vivenciadas às escondidas na capital paranaense. Os dados mais recentes disponíveis pelo IBGE indicam que, em 2010, a umbanda e o candomblé representavam a fé de somente 0,20% da população curitibana, o que corresponde a 6.301 pessoas. Nota-se que somente a quantidade de terreiros na capital já supera este número. Segundo o presidente do Cebras, Dorival Simão, isto acontece porque os levantamentos institucionais, como o do IBGE, não estão blindados contra o preconceito religioso que impede os praticantes de se declararem. “Quando alguém pergunta para a pessoa qual é a sua religião ela não fala que faz parte do candomblé ou umbanda, seja por medo ou vergonha. Por isso, nos dados oficiais, aparece um número pequeno”, explica.

Aumento do número de terreiros de umbanda e candomblé não acompanha dados oficiais de fiéis declarados

Conflitos religiosos Marlene Costa sofreu na pele o preconceito que a cidade carrega. Ela conta que desde o surgimento do terreiro, há 40 anos, a discriminação sempre foi muito grande. A mãe de santo relata que, naquele tempo, a polícia chegava a bater na porta e levar gente presa. Hoje, ela acredita que a maior ameaça são as crenças neopentecostais. De acordo com Simão, estas vertentes religiosas tem um método de conquistar fiéis baseado no ataque aos mais frágeis. Há cerca de 10 ou 15 anos Marlene viu ser construída uma Igreja Universal a menos de uma quadra do terreiro, o qual frequenta, no Boqueirão. Logo começaram os atentados e, segundo ela, era comum ter

de limpar a frente da casa por conta do sal despejado pelos evangélicos. Ela ainda conta se sentir reprimida ao ouvir o cordão de mulheres orando, do lado de fora, pela destruição do barracão ou a “saída do demônio”. De acordo com o pastor da Igreja Universal, que preferiu não se identificar, existiu, de fato, conflito entre os dois templos religiosos. No entanto, ele ressalta que a Universal está tentando ensinar os fiéis a tomar cuidado nas práticas de evangelização: “quando achamos uma coisa boa e nos faz bem queremos levar isso para outras pessoas, mas as vezes acabamos não respeitando os valores que este indivíduo já tem”, diz.

Passado de sofrimento Na percepção da professora de cultura religiosa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Edile Maria Fracaro, estas tentativas de homogeneização cultural acontecem devido às concepções judaico-cristãs enraizadas no conhecimento ocidental. Segundo ela, na história do Brasil, “os negros foram destituídos de sua própria história” e o que foi ensinado era que tudo o que fosse referente a eles era errado. Esse passado de sofrimento se destaca na história de Marlene, por exemplo, ao dizer que sente a umbanda e candomblé hoje como a resistência negra dentro da “cidade europeia”.


Curitiba, 17 de Junho de 2016

Cultura

Revele Seu Talento chega a sua 14° edição Festival contou com a presença de Tiago Iorc, ex-aluno da PUCPR, que atuou como jurado Michel Moreira 3º peridodo

A

conteceu no dia 13 de maio, a 14ª edição do festival Revele Seu Talento. Dividido em quatro categorias: composição, interpretação, alumni e júri popular e promovido pela PUC Cultural, o evento premia alunos e ex-alunos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) que atuam no cenário musical. Após participarem das audições, os finalistas se apresentaram, individualmente, acompanhados pela orquestra experimental da PUCPR, contando também com os arranjos dos maestros Aramis Mendes e Marcos de Lazzari.

durar tanto tempo, e chegar a esse nível que apresentamos hoje. Na primeira edição eu fiz tudo basicamente sozinho, corria nos blocos da universidade para colar cartaz, entrava nas salas de aula chamando os alunos para participarem. Hoje é maravilhoso chegar aqui e ver tanta gente trabalhando para fazer com que o evento chegue a esse nível”, conta Gomes.

Além disso, o músico Tiago Iorc, egresso do curso de Publicidade e Propaganda da PUCPR e vencedor do festival em 2007, foi o jurado especial desta edição.

Quanto à importância, o professor afirma que o projeto, assim como outros dentro da instituição, é tão importante quanto o lecionamento em sala. “Nós queremos que a arte aconteça. Uma universidade de verdade tem que ter o ensino em sala de aula, mas também as atividades extraclasses que são tanto quanto, ou mais importantes para a vida das pessoas”, afirma Gomes.

O idealizador do evento, Péricles Gomes, falou do desenvolvimento do festival até a realização da 14º edição. “Eu nunca imaginava que fosse

O maestro regente da orquestra experimental da PUCPR, Aramis Mendes, disse que o Revele é o evento cultural de maior importância dentro

11

da instituição. “É o mais importante, pois move toda a estrutura de nossa orquestra. Nesse festival temos alunos dos mais diversos cursos da universidade, e que por muitas vezes o número de inscritos pertencentes a outros cursos, supera a quantidade de graduandos em música”, conclui Mendes. Ganhador da categoria composição com a música “Como sempre quis”, Kauey Alves Atanascovik contou como foi o processo de composição e a emoção de ganhar o festival. “Essa música eu fui compondo aos poucos, ela fala da rotina de um amor, das coisas que vamos passando no dia a dia. Foi escrita para uma pessoa que eu quero muito bem. Eu estou muito contente em ter apresentado essa canção aqui, pois a composição tem que mostrar algo que ninguém conhece”, disse Atanascovik. O estudante do curso de Licenciatura em Música, Levy Lopes Junior, é o vencedor da categoria interpretação com a Guilherme Novakoski

música “Fascinating Rhythm”. “Eu estou muito feliz em ter ganhado essa categoria, pois foram muitos dias de preparo, nervosismo e tensão. Quando eu escolhi essa música, eu queria que fosse algo impactante, que o público sentisse a música, e eu acho que o meu objetivo foi alcançado e o pessoal curtiu a apresentação”, comemora Lopes Junior. Marina Lopes Kramar é egressa do curso de Gastronomia e cantou “João de Barro”, dos compositores Leandro Léo e Rafael Portugal. Além de ganhar na categoria alumni, venceu também como a mais pontuada da noite. “Na verdade eu não esperava, pois desde a audição eu cheguei até a pensar que não iria para a final. Fiquei pensando na concorrência que estava muito forte, mas acabei ganhando a categoria e ainda sendo a mais pontuada. Então eu não tenho nem palavras para descrever o que eu estou sentindo”, revela Marina. E a categoria “Voto popular” ficou com o estudante do curso de Licenciatura em Música, Juan Gabriel do Amaral Martinez. Ele cantou a música “How great is our God”. A cantora Rafa Gomes, finalista do programa “The Voice Kids”, da Rede Globo, levou ao público uma releitura de um dos maiores clássicos da Música Popular Brasileira, “O caderno”, de Toquinho. E para encerrar a noite, o músico Tiago Iorc apresentou a canção “Cataflor”, música que está em seu último álbum, Troco Likes.

Orquestra experimental da PUCPR se apresentou junto aos finalistas


12

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Especial

PUCPR é sede do maior evento de comunicação do Sul do Brasil Intercom reuniu professores, estudantes e pesquisadores da área Jaqueline Dubas 3º período

A

Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) sediou, entre os dias 26 e 28 de maio, o Intercom Sul 2016, o maior congresso de comunicação da região, que reuniu estudantes, professores e profissionais da área para debater temáticas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. Segundo dados fornecidos pela organização do Intercom, o evento recebeu 2.400 acadêmicos, tendo a participação de 72 instituições de ensino representadas no congresso, dos três estados do Sul, além do Amapá, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Espanha e Uruguai. De acordo com a professora do curso de Relações Públicas da PUCPR e organizadora do evento, Juliana Custódio, o envolvimento dos professores e acadêmicos foi peça fundamental para o sucesso do Intercom. “O trabalho foi

Sarah Lima

marcado pela união da equipe organizadora. Foram 120 monitores-voluntários dos cursos de comunicação, 21 professores e técnicos engajados na produção. Além disso, os alunos de jornalismo fizeram a cobertura do evento e os de publicidade foram os responsáveis pela divulgação”. A cerimônia de abertura ocorreu no Teatro TUCA, na tarde de quinta-feira (26), com a participação de autoridades da universidade. Os acadêmicos de Teatro e Música da PUCPR foram responsáveis pelas atividades artísticas do evento. O Grupo Fermata, núcleo de prática e pesquisa em música, apresentou toda a base instrumental da festividade. A Orquestra Experimental da universidade e a bateria Narcóticos da Atlética, da ECA, também apresentaram seus trabalhos. O evento trouxe como tema a “Comunicação e Educação entre fronteiras: caminhos integrados para um mundo em

Vencedores PUCPR no Expocom Jornalismo

Relações Públicas

Ficção em áudio e rádio

Produto de comunicação institucional impresso Revista RP em Foco

A Bússola (aluno-líder: Giordana Marcon)

Jornal-laboratório impresso

Jornal Comunicare (aluno-líder: Luciana Prieto)

Produção em jornalismo digital

Fora de Foco (aluno-líder: Ana Luiza Souza)

(aluno-líder: Stephany Hubbe)

Produto de comunicação institucional digital

Portal RP em Foco (aluno-líder: Kelly Balbino)

Publicidade e Propaganda Anúncio impresso

Ninguém é Rei por Acaso (aluno-líder:Phillipe Pereira)

67 trabalhos acadêmicos foram premiados no último dia do evento transformação”. Ao todo, sete palestras foram apresentadas nos seguintes espaços: auditórios do bloco vermelho, Irmão Albano e Newton Stadler, além do salão nobre e os auditórios John Henry Newman e Pascal, na biblioteca. A palestra mais aguardada pelo público foi a mesa especial “Mídia e Opinião Pública em tempos de Lava Jato”, que lotou o auditório John Henry Newman. Inseridos no congresso, a Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) e o Intercom Júnior possibilitaram a divulgação de trabalhos científicos e referentes à prática de jornalismo de graduandos e pós-graduandos. Com excelente estrutura física, mais de 50 salas comportaram as apresentações das oficinas e a exposição de 67 categorias de trabalho do Expocom. As oficinas foram ofertadas por profissionais e pesquisadores da área de comunicação, a fim de colocar a teoria em prática. Professores da PUCPR ministraram algumas com diferentes temas mostrando a qualidade da produção acadêmica local.

Para a decana da ECA, Eliane Maffezzolli, o Intercom mostrou a força da pesquisa científica que está sendo realizada na área da comunicação. “O evento fortaleceu os laços das academias e reuniu excelentes pesquisas”. Os premiados receberam troféus como forma de reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos e apresentados no Expocom. O coordenador do curso de Jornalismo da PUCPR, Julius Nunes, ressaltou que a conquista de seis prêmios acadêmicos, sendo três do curso que coordena, demonstra a responsabilidade da universidade em inserir o aluno no campo da pesquisa. “Me sinto orgulhoso quanto aos prêmios conquistados no jornalismo. E agora, com os três em destaque, o jornal Comunicare, a radionovela A Bússola e a produção de jornalismo digital Fora de Foco, nós vamos disputar os prêmios no Intercom nacional”, expõe o coordenador. Para Nunes, o maior legado do evento é incentivar a pesquisa e desenvolver estudos que façam com que a comunicação vá adiante.


13

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Lava-Jato instiga a plateia Coordenador da Comunicação Social da Polícia Federal falou sobre a importância da mídia nas investigações Jaqueline Dubas 3º período

A

mesa especial com o tema “Mídia e Opinião Pública em tempos de Lava Jato” chamou a atenção do público ao abordar o assunto “Lava Jato” e a investigação no jornalismo. O debate contou com a participação de Paulo Roberto Gomes, coordenador de Comunicação Social da Polícia Federal (PF); Lenise Klenk, jornalista da Band News; Sérgio Gadini, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); e teve como mediador o professor da PUCPR Marcos José Zablonsky.

Gomes explicou como é o trabalho jornalístico na PF e suas operações, dando um novo olhar para o jornalismo investigativo e relatou sobre o amplo papel da PF, que vai além de investigar operações políticas. A coordenador ainda ressaltou a importância do setor de comunicação da instituição na qual trabalha e despertou curiosidades sobre o cotidiano de um comunicador inserido na corporação.

“Para trabalhar na comunicação da PF não precisa ser obrigatoriamente um jornalista,

mas um policial que desenvolve atividades investigativas”, conta Gomes. O coordenador também exibiu um vídeo institucional de 10 minutos sobre o papel da Polícia Federal, com a intenção de desvendar e despertar o interesse dos jovens pela área da investigação. Já Lenise introduziu a discussão opinião pública e mídia, inserindo uma reflexão referente ao papel do jornalista. Segundo ela, o jornalismo falha devido ao imediatismo. “Hoje falta debate e troca de ideias nas redações,

Especial talvez isso aconteça devido à falta de tempo”, explicou a comunicadora.

Zablonsky, por sua vez, falou da importância da participação dos alunos, pois para o professor, congressos como o Intercom propiciam a troca de conhecimentos entre os acadêmicos que vêm de outras realidades, tendo em vista que possuem a oportunidade de desenvolver pesquisas na sua área de interesse.

Aprendizado e interação Palestras dialogaram com o público Kátia Oliveira 3º período

Desafios da Comunicação Palestrantes discutiram a crise inserida no mercado e propuseram soluções Mateus Bossoni 3º período

A

mesa “Novos olhares para o Jornalismo” foi realizada na tarde de quinta-feira. Uma das convidadas foi a coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Maria Lúcia Becker, que fez uma reflexão sobre o jornalismo multiplataforma, em que a notícia se desgruda do suporte antigo, no qual havia um tipo de redação para cada meio de comunicação. “Atualmente as pessoas têm que fazer redação jornalística que sirva

para qualquer plataforma, pois hoje são muitas plataformas dentro de cada suporte”, enfatizou a professora.

Na manhã de sexta-feira (27), o Intercom apresentou a mesa “Crise e Mercado de Trabalho em Comunicação”, com a participação de Hamilton dos Santos, diretor de planejamento da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Valci Zuculoto, professora de rádio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Rosana Vieira de Souza, coordenadora de pós-graduação em Mídias Digitais na Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

A palestra, mediada pelo professor e pesquisador da PUCPR, Zanei Barcellos, reuniu três professores doutores de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas que discutiram o mercado de trabalho das profissões frente à crise no setor da comunicação que atinge o país.

A coordenadora explicou que o jornalista não pode publicar um texto do impresso na internet, pois isso seria um trabalho preguiçoso, visto que o público é diferente. Para Maria Lúcia, é importante entender as mudanças na forma de consumo da notícia, pois “hoje o perfil do leitor é diferente, é um leitor digital”.

A mesa levantou perspectivas relativas ao futuro dessas áreas, para minimizar os problemas da imprensa atual. “A geração de hoje já nasceu sobre a internet. É difícil mostrar a impor-

Outra atração de quinta-feira foram as oficinas. Uma delas foi sobre autorretrato, mais conhecida como selfie. A tutora da oficina, Fernanda Biazetto Vilar Fabricio, professora de Fotografia do curso de Publicidade e Propaganda da PUCPR disse que queria levar um questionamento sobre o assunto, que a ideia da selfie pode ser muito mais trabalhada, pode ter um resultado que seja interessante e até um contexto artístico e não simplesmente um registro do que você faz no instante em

que você tira a fotografia.

tância de checar os conteúdos, pois os alunos encontram tudo pronto na rede”, contou a professora da UFSC.

dentro das empresas. Hoje você se forma um jornalista, publicitário e não existe uma área certa para atuar”, explicou.

Em relação ao mercado publicitário, Rosana apontou que as mídias digitais têm crescido significativamente, com a popularização e o uso constante de dispositivos móveis para o consumo de informação.

Para a estudante da UFSC, Júlia Gonçalves, a palestra foi ampla e rica, pois reuniu profissionais do meio acadêmico com um gestor, que contribuiu muito para a visão da comunicação dentro do mercado de trabalho. Segundo Júlia, discutir os problemas durante a formação é essencial para que o profissional possa contribuir para minimizar a crise.

No âmbito empresarial, Santos afirmou que o mercado de trabalho na área de comunicação nunca foi tão integrado. “É como uma crise de identidade

Emanuele Lopes, 19 anos, é de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e decidiu fazer a oficina porque gosta de fotografia. “É algo que você pode escolher o que você gosta e quer aprender. Eu esperava que fosse mais chato, não tão descontraído e animado”, disse a gaúcha. Ela ainda acrescentou que o seu objetivo nas oficinas foi o aprendizado e as ideias que ela renovou para levar para sua região.


14

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Especial

Os acadêmicos no Expocom Congresso possibilitou a troca de experiências Yngrid Camargo 3º período

A

Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) é um congresso que premia projetos experimentais de graduandos em comunicação orientados por um ou mais professores, cujo tema deve estar no âmbito de uma disciplina dos cursos e além de alunos, podem ser produzidos por agências juniores também. A estudante de Jornalismo da PUCPR e vencedora da categoria jornal-laboratório impresso com o Jornal Comunicare no Expocom, Luciana Prieto, disse que ficou muito feliz com o prêmio e contou um pouco dessa experiência. “Foi uma oportunidade muito legal. Eu nunca tinha apresentado um trabalho em um congresso desse nível

antes e poder representar o Comunicare foi uma honra. É um projeto pelo qual tenho um grande carinho e sei que todos os envolvidos são muito dedicados em todas as partes do processo. Então, o prêmio acaba vindo como um reconhecimento desse trabalho que é desenvolvido por alunos e professores ao longo do ano”. No total, 67 categorias foram premiadas no Expocom, divididas entre os cursos de comunicação.

Aluno da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Eduardo Spring, apresentou seu trabalho no evento e demonstrava interesse no que ainda estava por vir. “Eu apresentei meu trabalho pela manhã e continuo ansioso, pois sei que terão várias palestras e oficinas que eu quero participar”. Na edição deste ano a categoria contabi-

Oficinas auxiliaram a compreensão de temas essenciais para a área Ivo Tragueto Neto Mateus Bossoni 3º período

O

Ivo Tragueto Neto

Intercom Júnior

O Intercom Júnior é uma categoria em que estudantes ou recém-formados, após um ano no máximo, expõem seus projetos que podem ser Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), iniciações científicas ou argumentações discutidas no âmbito das matérias.

Praticando o conhecimento Intercom Sul realizou na quinta (26) e sexta-feira (27), no campus do Prado Velho e no Laboratório de Comunicação (LabCom) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), 17 oficinas que ajudaram os acadêmicos a conhecer temas do campo da comunicação, como produção multimídia e elaboração de conteúdos jornalísticos, entre outros assuntos.

lizou mais de 300 pesquisas, cujos temas eram divididos nos setores de Comunicação Audiovisual, Jornalismo, Relações Públicas e Comunicação Organizacional, Rádio, TV e Internet, Publicidade e Propaganda, Comunicação, Espaço e Cidadania, Estudos Interdisciplinares da Comunicação e Interfaces Comunicacionais.

A estudante de Jornalismo Camila Hartmann, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aprovou a oficina sobre SEO aplicado a textos jornalísticos. Para Camila, o âmbito do jornalismo digital é necessário ser estudado, já que na opinião da discente é um assunto novo e que não é abordado com frequência na universidade.

Ivo Tragueto Neto

Professores ministram oficinas organizadas pelo Intercom

Graduandos e pós-graduandos expõem seus trabalhos

“O professor soube explorar o tema muito bem com exemplos práticos. Acho que essa questão de ficar na teoria sem mostrar a prática não faz muito sentido, então a gente aprendeu que técnicas que estão disponíveis para todos, podem aprimorar o modo de como produzimos informação”. O tutor da oficina de SEO aplicado a textos jornalísticos e professor do curso de Jornalismo da PUCPR, Renan Colombo, falou que a experiência prática do aluno é fundamental, pois o estudante se sente parte do processo. “O formato de oficina é interessante, pois os estudantes, aprendem e desenvolvem conceitos e os colocam em prática”, disse Colombo. Participando pela primeira vez do evento, o professor da Universidade do Vale do Rio Doce (Univale-MG),

Lauro Moraes, foi o tutor da oficina sobre a elaboração de artigos científicos. Moraes relatou que percebeu “a vontade dos participantes em conhecer mais sobre o universo da pesquisa científica, bem como detalhes de elaboração e busca de temas relevantes”. O professor também contou que durante a oficina foram desfeitos alguns mitos a respeito do assunto, deixando claro que alunos de graduação podem sim elaborar bons trabalhos. O coordenador do curso de Jornalismo, Julius Nunes, afirmou que “o congresso trouxe profissionais respeitados e conceituados que contribuem ricamente para a formação dos universitários” e salientou que os temas de estudos das palestras e oficinas possibilitaram discutir questões bem atuais e tendências na comunicação, que farão a diferença no currículo.


15

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Bastidores do Intercom Sul 2016 De capivara à bateria, o evento surpreendeu e encantou o público Ivo Tragueto Neto Jaqueline Dubas Mateus Bossoni 3º período

O Intercom Sul recebeu estudantes e professores das principais universidades do Sul do Brasil. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) preparou uma estrutura para atender o público que veio a Curitiba prestigiar o evento. A PUCPR disponibilizou o ginásio da universidade para os alunos se acomodarem durante a realização do congresso. Além disso, os visitantes realizaram uma visita pelo Laboratório de Comunicação (LabCom) e pelo Campus, para conhecer o ambiente e a estrutura ofertada pela instituição.

A edição 2016 contou com um mascote representativo da cidade-sede do Intercom Sul, uma capivara apelidada de “Interquinha”, que trouxe animação para os espectadores das cerimônias de abertura e encerramento. O intérprete da capivara, Lucas Bichels, estudante de Publicidade e Propaganda da PUCPR, disse que o diferencial do Intercom foi a troca de experiências entre os participantes, que compartilharam conhecimento em nível nacional. Bichels explicou o motivo da escolha do animal para simbolizar o evento. “Nesse mundo contemporâ-

neo pós-digital temos muitos personagens importantes aqui em Curitiba, temos o Oil Man, a Mulher Cobra e Paulo Leminski. Mesmo com esses símbolos, a capivara chama atenção devido à sua popularidade nas redes sociais”. A bateria Narcóticos organizada por alunos de comunicação da PUCPR se apresentou na abertura e no encerramento do evento. Um dos integrantes, Bruno Chaves, declarou que “é gratificante tocarmos em um evento de tamanha importância como o Intercom. Mais gratificante ainda é tocar no TUCA, nunca tínhamos nos apresentado aqui”, conta animado o universitário. A coordenadora do curso de Teatro, Silvia Monteiro, estava ansiosa atrás das cortinas, ao final da apresentação dos alunos de Teatro da PUCPR no encerramento, e o sentimento era de dever cumprido. Silvia expôs que foram três meses de trabalho intenso e ensaio. “Quero ressaltar que os alunos de teatro trabalharam em conjunto com os alunos de música; montamos um roteiro de apresentação que abordou as linguagens da comunicação, os músicos trabalharam a parte instrumental com temas

Dicionário Curitibanês Uma curiosidade do evento foi a criação de um dicionário que contém as gírias dos curitibanos, entre elas estão: Béra: cerveja De varde: a toa, sem fazer nada; Estação-tubo: local de embarque/desembarque de ônibus expressos e ligeirinhos; Piá e guria: menino e menina; Japona: casaco pesado usado no inverno;

Penal: estojo para lápis, canetas, etc.; Posar (geralmente sem o u): dormir na casa de alguém; Sinaleiro, sinal: semáforo; Vai no galeto: ir rápido; Vina: salsicha; Vermelhão: ônibus grande e bi-articulado; Zoar: bagunçar, curtir.

Especial

Fábio Muniz

Organizadores na festa de encerramento do Intercom musicais que conversavam com as interpretações”. Os temas musicais Pokémon, Star Wars e Mário Bros despertaram a atenção do público. De acordo com o coordenador de Música da PUCPR, Jorge Falcon, o trabalho apresentado foi planejado para que os alunos colocassem em prática o aprendizado e tivessem a oportunidade de se expor a um grande público. A professora da Escola de Comunicação e Artes (ECA), Adalgisa de Oliveira, foi membro do grupo de organizadores do evento e ao final do último dia de Intercom contou com os olhos marejados, “acabou o Intercom, mas o espírito de equipe, solidariedade, superação e profissionalismo, permanecem. Todos que ajudaram no congresso trabalharam muito, desde os guias aos estudantes. Nos preocupamos até em puxar cadeiras para que as pessoas que vieram à PUCPR ficassem bem acomodados e pudessem usufruir do evento”. No encerramento do Intercom, a equipe organizadora formada por professores,

alunos e colaboradores da PUCPR se reuniu no centro do palco do Teatro TUCA e comemorou o sucesso do evento, construído com esforço e dedicação.

Intercom Nacional Além das edições regionais, acontecerá entre os dias 05 e 09 de setembro de 2016, o Intercom Nacional, com sede na Universidade de São Paulo (USP). O congresso reunirá os melhores trabalhos acadêmicos apresentados nos eventos regionais e retomará o ciclo de estudos discutindo educação e comunicação.

Rumo à Caxias do Sul O próximo Intercom Sul será realizado na Universidade de Caxias de Sul (UCS), no Rio Grande do Sul, entre os dias 15 a 17 de junho de 2017. Para o coordenador do curso de Jornalismo da UCS e organizador do próximo Intercom da região Sul, Álvaro Benevenuto Júnior, é uma honra para a Universidade de Caxias do Sul ser lembrada e escolhida como próxima sede do maior evento de pesquisas de comunicação.


16

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Especial

PUCPR holds the biggest event in Communication in the South of Brazil Intercom reunited professors, students and researchers in the area Jaqueline Dubas 3rd period

Translated by Vinicius Scott - 3rd period

T

he School of Communication and Arts (ECA) of the Pontifical Catholic University of Paraná (PUCPR) held from 26 to 28 of May, the Intercom Sul 2016, the biggest congress of communications in the region. The event reunited academics to debate about Journalism, Advertising and Public Relations. According to data by the organizers, the Intercom received 2400 academics from 72 higher education institutions from the three states of the South region of Brazil, along with Amapá, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo and universities from Spain and Uruguay. Juliana Custódio, professor at the Public Relations course at PUCPR and an organizer of the congress, said that the participation of the students and lecturers was essential for the success of the event. “The

Winners from PUCPR at the Expocom Journalism Fiction in audio and radio

“A Bússola” (Student responsible for the project: Giordana Marcon)

University newspaper

“Comunicare” (Student responsible for the project: Luciana Prieto)

Digital Journalism project

“Fora de Foco” (Student responsible for the project: Ana Luiza Souza)

Sarah Lima

work was marked by the unity of the organizers. There was 120 volunteers, 21 professors and technicians engaged in the production. Also, the students of Journalism covered the event while those from Advertising were responsible for broadcasting it”. The opening ceremony took place in the TUCA Theater, on Thursday (26) afternoon, with authorities from the university present. Music and Theater academics were responsible for the artistic activities of the event. The Fermata Group, center of practice and research in Music, was responsible for the instrumental performances of the congress. The Experimental Orchestra of the university and the drum band “Narcóticos da Atlética”, of the ECA, also presented their works. The congress was based on the theme “Communication and Education between frontiers: Public Relations Institutional communication project magazine “RP em Foco” (Student responsible for the project: Stephany Hubbe)

Institutional communication project website “RP em Foco” (Student responsible for the project: Kelly Balbino)

Advertising Printed advert

“Ninguém é Rei por Acaso” (Student responsible for the project: Phillipe Pereira)

67 academics works were awarded on the last day of the event integrated paths for a transforming world”. In all, seven speeches were presented in the following places: auditoriums in the red block, Irmão Albano and Newton Stadler, the Great Hall and the auditoriums John Henry Newman and Pascal in the library. The most awaited speech by the public was the special debate “Media and Public Opinion in times of Lava Jato”, that filled the auditorium John Henry Newman. Workshops were held by professionals and researchers in the area of Communication, in which theory was put to practice. Professors from PUCPR taught different topics, showing the quality of the local academic works. According to the dean of the ECA, Eliane Maffezzolli, the Intercom demonstrated the force of the scientific resear-

ch underway in the area of Communication. “The event strengthened the ties between the academies and reunited excellent researches”. The winners received trophies in acknowledgment of their works developed in the Expocom. The coordinator of Journalism in PUCPR, Julius Nunes, stressed that achieving six rewards, being three in the Journalism course, shows the responsibility the University has of inserting the student into the field of research. “I feel proud about the awards achieved in Journalism. Now, with the Comunicare newspaper, the radio soap opera “A Bússola” and the digital Journalism Project “Fora de Foco”, we are going to dispute for prizes in the National Intercom”. For Nunes, the biggest legacy of the event is to encourage research and develop studies that take Communication forward.


Curitiba, 17 de Junho de 2016

Lava Jato incites the public Coordinator of the Press Office of the Federal Police spoke about the importance of the media in investigations Jaqueline Dubas 3rd Period

T

he special lecture “Media and Public Opinion in times of Lava Jato” heralded the attention of the public with its topics “Lava-jato” and investigation in Journalism. The debate counted with the coordinator of the Press Office of the Federal Police (PF), Paulo Roberto Gomes; Journalist from Band, Lenise Klenk; professor from the State University of Ponta Grossa (UEPG), Sérgio Gadini; and had professor from PUCPR

Marcos José Zablonsky as a facilitator. Gomes explained the journalistic work of the PF and its operations, providing a new view for investigative journalism and the broad reach of the entity. The coordinator also stressed the importance of the Communication sector of his institution and revealed curiosities of his job. “You don’t have to be a journalist to work in the Press Office

of the PF, but a police officer that develops investigative activities”, Gomes said. The coordinator also showed a 10 minute institutional video about the obligations of the PF, in an attempt to provoke interest in the youth for investigations. Lenise started the debate with a reflection about the role of a journalist. According to her, Journalism fails due to immediacy. “Today there is a lack of debate and sharing of ideas

17

Especial

in the press room. Maybe this happens because of the lack of time”. Zablonsky on the other hand, spoke of the importance of having students in events like the Intercom, which encourage the exchange of knowledge between academics from different realities. The professor says that the students have the opportunity to develop research in areas of their preferences.

Learning and Interaction Speeches dialogued with the public Kátia Oliveira 3rd Period

Challenges of Communication Speech discussed the crisis of the area in the market and suggested solutions Mateus Bossoni 3rd Period

T

he speech “New insights for Journalism” took place on Thursday afternoon. One of the guests was the coordinator of Journalism in the State University of Ponta Grossa (UEPG), Maria Lúcia Beker, who talked about multiplatform Journalism. “Today people have to make a news room that operates on any platform, since today there are many”, Lúcia stressed.

The coordinator explained that the journalist can’t publish a printed text on the internet, since this would be lazy and the public is different. For Maria Lúcia it is important to understand the changes in the form news is read, since “today the profile of the reader is different, he is digital”.

traits, particularly the selfie. The tutor of the workshop, Fernanda Biazetto Vilar Fabricio, professor of Photography from the Advertising course in PUCPR, wanted to ponder about the selfie and how it can be artistic and more interesting than just registering a moment.

Another attraction on Thursday was the workshops. One of them was about self-por-

Emanuele Lopes, 19, is from Pelotas in Rio Grande do Sul and decided to partake in the

In the morning of Friday (27), the Intercom presented the debate “Crisis and Job Market in Communications”, counting with the director of planning from the Brazilian Association of Corporate Communication (Aberje), Hamilton Santos; the professor of Radio from the Federal University of Santa Catarina (UFSC), Valci Zuculoto; and Rosana Viera de Souza, coordinator of the post-graduation in Digital Medias of the University of Vale do Rio dos Sinos.

The speech, facilitated by the professor and researcher of PUCPR, Zanei Barcellos, reunited three PhD professors in Journalism, Advertising and Public Relations that discussed the job market amid the crisis in Communication in the country.

mation, since the students find everything in the web”, said the UFSC professor, Valci Zuculoto.

The debate brought up perspectives regarding the future of these areas to minimize the problems of actual press. “This generation was brought up on the internet. It’s hard to show the importance of checking infor-

Regarding the Advertising Market, Rosana de Souza said that Digital Media has grown significantly, with the popularization and constant use of mobile devices for consuming information. In the corporative area, Hamilton dos Santos said that the job market in Communication has never been integrated. “There’s an identity crisis in the com-

workshop because she likes Photography. “It is something that you can choose what you like and learn, but I thought the workshop would be more boring, not so laid back”. Her objective is to pass on to her region (which doesn’t have a big body of research in this topic) the information learnt by sharing ideas in the workshops of the congress.

panies. Today you graduate in Journalism or Advertising and there isn’t a precise area for you to work in. The possibilities are huge”. For Júlia Gonçalves, student in UFSC, the lecture was rich and broad, since it reunited professionals of the academy with a manager that contributed a lot by providing a view within the job Market. According to Júlia, discussing problems while graduating is crucial for contributing to minimizing the crisis.


18

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Especial

Academics in Expocom Congress brought an exchange of experiences Yngrid Camargo 3rd Period

T

he Expo of Experimental Research in Communication (Expocom) is a congress that awards experimental projects made by Communication students guided by one or more professors. The theme of the project must be within a subject from the student’s graduation program and Junior Agencies can also take part.

very dedicated in all the parts of the process. So, the reward is an acknowledgment of the work made by students and professors throughout the year”.

Luciana Prieto, a student from PUCPR that won in the category University Newspaper for the Comunicare newspaper in the Expocom, said that she was very happy for achieving the reward. “It was a great opportunity. I had never presented a study in a congress of this level and it was a honor to represent Comunicare. It is a project which I care a lot for and I know that everyone is

Junior Intercom

In total, 67 categories were rewarded in the Expocom, Split between the Communication courses.

Junior Intercom is a category in which students or newly graduates (after one year of achieving their grade at most) expose their projects which can be course conclusion papers, scientific research or discussions made within subjects of the graduation course. Eduardo Spring, a student of the Federal Technological

Graduates and post-graduates expose their works University of Paraná (UTFPR) presented his project in the event. “I presented it in the morning and I’m still anxious, since I know there are many lectures and workshops that I want to participate of”. This year, the category had over 300 researches in the

Practicing Knowledge

Workshops assisted the understanding of key issues of the area Ivo Tragueto Neto Mateus Bossoni 3rd Period

T

he Intercom Sul held 17 workshops in the PUCPR campus and its Communication Lab on Thursday (26) and Friday (27). These helped the academics learn about themes in Communication, such as multimedia production and the creation of news content.

Ivo Tragueto Neto

Camila Hartmann, a Journalism student of the Federal University of Santa Maria (UFSM), approved the workshop on SEO applied to Journalistic texts. For Camila, it is necessary to study the field of digital Journalism, since it is a new topic not frequently seen in the academy. Ivo Tragueto Neto

Professors lecture in workshops organized by the Intercom

“The professor explored the topic very well with practical examples. I think just showing theory without practical examples doesn’t make much sense. We learned that techniques available to all can improve the way we produce information”. The tutor of the workshop and professor of Journalism in PUCPR, Renan Colombo, said that practice is essential for the student to feel part of the process. “Workshops are interesting, because the students learn and put into practice concepts”. Participating for the first time in the event, the professor of the University of the Vale do Rio Doce (Univale-MG), Lauro Moraes, was the tutor of the workshop about scientific

areas of Audiovisual Communication, Journalism, Public Relations and Organizational Communication, Radio, TV and Internet, Advertising, Communication, Space and Citizenship, Interdisciplinary Studies of Communication and Communicative interfaces.

articles. Moraes perceived the “desire of the participants in learning more about scientific research, as well as details of elaborating and searching for relevant topics”. The professor also said that during the workshop, some myths were deconstructed, making clear that graduate students can write good articles. The coordinator of the Journalism course, Julius Nunes, stated that the congress brought commendable professionals that contributed immensely for the formation of the students”. He also said that the themes of the lectures and workshops discussed current issues and trends in Communication that will make a difference in the curriculum.


19

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Especial

Intercom Sul 2016 Backstage From capybaras to drums, the event amazed and delighted the public Ivo Tragueto Neto Jaqueline Dubas Mateus Bossoni 3rd Period

T

he Intercom Sul received students and professor from the main universities of the South of Brazil. The Pontifical Catholic University of Paraná (PUCPR) prepared itself to serve the public that came to Curitiba to attend the event. The university offered its gym as accommodation for the students during the congress. They also made a guided visit throughout the campus and the Communication Lab to get in touch with its ambience. This year’s edition had “Interquinha” the capybara as its mascot, who brought joy to the spectators during the opening and closing ceremonies. Behind the outfit of the capybara was the Advertising student Lucas Bichels, who said that what sets the Intercom apart is the exchange of experiences between the students. Bichels explained the reason behind the mascot: “In this contemporary digital world we have many important characters here

The drum band Narcóticos is organized by Communication students in PUCPR and presented itself in the opening and closing ceremonies. One of them is Bruno Chaves, who declared that “it is gratifying to play in an event of such importance. It is even more gratifying to play in the TUCA, we had never presented here”. The coordinator of the Theater course, Silvia Monteiro, was anxious behind the curtain. After her student’s spectacle had finished, she felt that a mission had been accomplished. Silva said that they prepared themselves intensely during three months. “I want to highlight that the theater students work with those of music. We made a script about the languages of Communication, the musicians were responsible for the instrumentals that dialogued with the acting”. The themes of the

Curitiba Dictionary Visitors received a dictionary of Curitiba slang. Some of them are: Béra: beer; De varde: to be listless or inactive; Estação-Tubo: the iconic bus stops shaped like a tube in the city. They are part of the town’s Bus Rapid Transit (BRT); Piá/guria: boy, girl; Japona: heavy jacket for the winter;

Fábio Muniz

in Curitiba, such as Oil Man, “Mulher Cobra” and Paulo Leminski. The capybara catches attention due to its popularity in the social networks”.

Jururu: quiet; Penal: pencil case; Posar (written mostly without an “u”): to sleep at somebody else’s house; Sinaleiro, sinal: traffic lights; Vai no galeto: to run quickly; Vina: sausage; Vermelhão: the express bus of the BRT; Zoar: to make fun of.

Organizers at the closing ceremony on the Intercom soundtrack were Pokémon, Star Wars and Mario Bros, which caught the attention of the public. According to the coordinator of Music in PUCPR, Jorge Falcon, the presentation was thought up so the students would put in practice their lessons and have an opportunity to perform in front of a big crowd. The professor of the School of Communication and Arts (ECA) Adalgisa de Oliveira, was one of the event’s organizers and on the last day of the event told with teary eyes that “the Intercom had finished, but the spirit of teamwork, solidarity, resilience and professionalism remain. All that helped in the congress work a lot, from the guides to the students. We even worry about pulling out chairs for those who came to PUCPR to be comfortable and make use of the event”. At the closing ceremony of the Intercom, the organizers (made up of professor,

students and collaborators of PUCPR) went up to the stage of the TUCA theater and commemorated the success of the event, made with dedication and effort.

National Intercom Apart from the regional events, the National Intercom will take place between 05 and 09 of September in the University of São Paulo (USP). The congress will reunite the best academic works of its regional editions and will reignite the discussion about education and communication.

Next stop: Caxias do Sul The next Intercom Sul will take place in the University of Caxias do Sul (UCS) in Rio Grande do Sul, between the days 15 and 17 of June in 2017. The coordinator of the Journalism course of UCS, Álvaro Benevenuto Júnior, will be responsible for organizing the next event and says it is an honor for the University to be remembered and chosen.


20

Curitiba, 17 de Junho de 2016

Ensaio

Intercom Sul 2016 Sediado na PUCPR, congresso de comunicação foi um sucesso Isabella Lanave 8º período

Ivo Tragueto Neto 3º período

Troféus foram muito disputados

Alunos e participantes se preparam para as apresentações do Expocom

Apresentação do grupo Fermata durante a abertura do evento

O sol apareceu para esquentar os participantes do frio curitibano


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.