Comunicare 314

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Novos Negócios Economia Criativa cresce em Curitiba com produção artesanal, feiras e espaços colaborativos.

Estrela solitária Sucesso de Marta, novamente a melhor do mundo, contrasta com descaso do futebol feminino no Brasil.

“Efeito Roger Waters” Artistas se engajam na campanha eleitoral, manifestam opinião e geram polêmica entre o público.

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Curitiba, 19 de Novembro de 2018 - Ano 21 - Número 314 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Violência de gênero Gender Violence Aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha aponta avanços no combate à violência de gênero, mas releva dificuldades culturais na difusão de informações sobre o problema e a rede de proteção à mulher.

Brasil tem taxa de 4,8 feminicídios para cada 100 mil pessoas: é o quinto país com o maior número de mulheres assassinadas.

Cidades | pag. 4

Maria Fernanda Coutinho

Adoções crescem 116% no Paraná O

volume de adoções no Paraná cresceu 116% nos últimos três anos, apontam dados do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). O aumento se deve essencialmente ao trabalho de ONGs e entidades que estimulam a prática, por meio de múltiplos projetos. A expectativa é de que o ritmo de adoções siga em alta, diante do primeiro aniversário da Lei nº 13.509/2017, que busca acelerar os processos, com prioridade às crianças mais vulneráveis e em condição especial,

O novo Comunicare

como grupos de irmãos, e portadores de deficiência, doença crônica ou necessidades específicas de saúde. Atualmente, o estado tem cerca de seis mil crianças na fila, com aproximadamente 40 mil pretendentes aguardando a oportunidade de realizar a adoção.

Cidades | pag.3

Arabella Galvão e o marido realizam o sonho de ter filhos por meio da adoção

Esta é a primeira edição do novo Comunicare, que circula em formato berliner e com novo projeto gráfico. As mudanças incluem a integração de plataformas, com QR Code para levar o leitor ao

Portal Comunicare, onde encontrará mais conteúdo sobre cada reportagem. O Jornalismo está mudando; o Comunicare também. Editorial | pag.2


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Editorial

Comunicare atualiza projeto gráfico F

acilidade de acesso, informação rápida e liberdade de escolha no conteúdo ofertado. Essas são algumas das características que atraem cada vez mais leitores na Web. A cada dia que passa, o jornal impresso divide espaço com novas plataformas de conteúdo no mundo digital. Não à toa, veículos digitais têm crescido em audiência e relevância no universo jornalístico, Reinventar-se e fazer com que o público continue fiel ao seu modo de criar é uma missão diária para os jornalistas que trabalham com informação escrita.

páginas, que permite aos leitores acesso a mais espaço para leitura. Além disso, para quem produz o conteúdo, o novo espaço ofertado permite liberdade para trabalhar com diferentes grafismos, explorar mais fotos e diferentes tabelas. Mesmo publicando a versão impressa somente aos finais de semana, a Gazeta do Povo adotou o formato berliner durante dois anos, antes de se repaginar e adotar a Web como sua principal plataforma de conteúdo. O formato já é popular no Rio Grande do Sul, assim como grande parte dos jornais da Argentina já adotaram o modelo. O tamanho da página facilita o manuseio, a leitura e o posterior armazenamento dos periódicos.

Pensando nisso, o Jornal Comunicare se adaptou às novas demandas do mercado e atualizou o próprio projeto gráfico. Adotando o formato berliner, a diagramação do jornal está de cara nova. A diferença está no modelo mais alongado das

Buscando criar proximidade com o mundo digital, as novas páginas do Comunicare

Opinião Barbara Schiontek 4º período

apresentam o QR Code, que, quando lido por um aplicativo no celular, direciona o leitor ao Portal, onde encontrará mais conteúdo sobre a reportagem. Esse recurso possibilita que os leitores tenham acesso a outras plataformas multimídia, que não estão presentes no impresso, como galeria de fotos, sonoras, vídeos e gifs. Os conteúdos complementam a reportagem e trazem informações extras, de modo que o leitor fique instigado a explorar mais coisas sobre o tema. Essa integração com o digital se reflete nas transformações pelas quais os veículos de comunicação vêm passando na atualidade, já que o acesso a sites de notícias aumentou 75% nos últimos cinco anos. A Rede Comunicare, formada pelo conjunto de veículos laboratoriais do curso de Jornalismo da

ntes de 2018 começar, já estava determinado que seria um ano agitado. Copa do Mundo e Eleições. Grandes eventos que envolvem a nação. Mas, de fato, a revelação de 2018, vista por diversos jornais locais e mundiais, foi a intolerância e a estupidez dos cidadãos brasileiros. A disputa à presidência do País transformou o brasileiro que nunca opinou sobre política em um mestre em intolerância do Facebook. Tenho a impressão de que a ocupação preferida das pessoas é se preocupar com postagens e compartilhamentos ligados à política dos amigos das redes sociais, o que seria bom, se não houvesse comentários recheados de críticas não construtivas e não informativas, conectadas à falta de interpretação.

Expediente

compartilhadas do que as notícias verdadeiras. Tal fator não impede que o membro da sua família use e abuse do que ali está escrito, com o objetivo de acusar um candidato ou partido. Estamos divididos em dois polos, esquerda e direita, talvez não saibamos o que isso significa, mas escolhemos um lado e o defendemos bravamente.

Edição 314 - 2018 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

REITOR

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

ESTUDANTES

Waldemiro Gremski

Rafael Andrade

DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

MONITORIA

Ana Cláudia Iamaciro 2º Período Andressa Carvalho 2º Período Andrey Ribeiro 2º Período Anna Padilha 2º Período Carla Giovana Tortato Gai 2º Período Gabriela May 2º Período Giuliana Rossi 2º Período Gustavo Ferraz 2º Período Isabella Decolin 2º Período

Caroline Deina Lamartine Lima CHARGE

Suyanne Tolentino De Souza

Isabella Beatriz Fernandes 7° Período

COORDENADORA EDITORIAL

TRADUÇÃO

Suyanne Tolentino De Souza

Beatriz Mira 7º Período Intercambista em Vic, Catalunha

COORDENADOR DE REDAÇÃO /JORNALISTA RESPONSÁVEL Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo (DRT-PR 5818)

O Jornal Comunicare mudou, mas o compromisso e a qualidade de informação continuam o mesmo. É renovando e se adaptando às demandas do público que o jornal ensina e informa.

O problema de toda a situação é que não caminhamos para uma discussão saudável, pelo contrário, manchamos nosso feed com raiva e violência. Placas de ruas foram quebradas e pessoas morreram por sustentarem opiniões contrárias, reafirmando, dessa forma que nós, brasileiros, não sabemos argumentar ou compreender. Tentamos impor nossas crenças e não aceitamos quando dizem não, já que é mais fácil gritar, chorar e fazer birra, como crianças, do que formular uma argumentação plausível. Por outro lado, é positivo ver que, há várias pessoas engajadas e discutindo política, pois dá um sinal de esperança de que no futuro seremos mais conscientes e pacientes.

A festa de críticas e notícias sobre política migra para o WhatsApp, mas essas manchetes possuem um diferencial: correm grandes riscos de serem falsas, já que, segundo estudo realizado pela revista Science, publicado na revista Galileu, as notícias falsas são 70% mais

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO

Em momentos tão conturbados e intolerantes presentes na atualidade, é importante manter um posicionamento claro. Pensando nisso e instigando os estudantes a argumentarem e defender os próprios pontos de vista, as novas páginas do Comunicare terão colunas de opinião em a partir desta nova edição, além da charge e editorial, que já faziam parte do impresso.

Comunitiras

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Eliane C. Francisco Maffezzolli

PUCPR, já direciona grande parte de sua produção ao ambiente digital, inclusive por meio de ações como esta, integrando a produção fisica à online.

FOTO DA CAPA Damaris Pedro 5º Período

Isabelli Pivovar 2º Período Lais da Rosa 2º Período Larissa Bertazzo 2º Período Laura Borro 2º Período Luana Perdoncini 2º Período Luani Ceschim 2º Período Marco Costa 2º Período Maria Cecília Zarpelon 2º Período Maria Fernanda Coutinho 2º Período

Mariana Castilho 2º Período Mariana Meyer 2º Período Marina Prata 2º Período Matheus Koga 2º Período Rafaelly Kudla 2º Período Rubiane Kreuz 2º Período Stephanie Vitória 2º Período Sofia Magagnin 2º Período


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Cidades

Lei que acelera e facilita processo de adoção completa um ano Volume de adoções cresceu 116% no Paraná nos últimos três anos, impulsionado pela atuação de ONGs e entidades de apoio à adoção Isabelli Pivovar Laura Borro Maria Fernanda Coutinho 2º período

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pós um ano da aprovação da Lei nº 13.509/2017, seis mil crianças e cerca de 40 mil pretendentes ainda aguardam na fila para adoção. A lei foi sancionada em 23 de outubro de 2017, com o principal objetivo de acelerar o processo da adoção de crianças e adolescentes, limitando todo o trâmite a 18 meses, entre outras medidas. Antes da sanção da lei, o processo completo deveria levar, em média, dois anos até a efetivação da adoção. Porém, no sistema brasileiro, com a escassa estrutura institucional e o excesso de burocracia por parte dos profissionais que se encarregam do processo – juízes, psicólogos e assistentes sociais­–, o ciclo completo poderia levar mais que o dobro do prazo. Parte da burocratização se deve ao fato de o juiz ter 24 meses para tentar reinserir a criança na família de origem, mesmo que ela já esteja separada e em um abrigo. A psicóloga da Recriar: Família e

enquanto 64,76% dos pretendentes exigem apenas uma criança, 64,05% das crianças institucionalizadas têm irmãos. Entre as novas medidas aprovadas pela Lei e incluídas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) está a preferência na fila de adoção para interessados em adotar grupos de irmãos, crianças e adolescentes com deficiência, doença crônica ou necessidades específicas de saúde. Outra medida é a redução do tempo de reavaliação da situação da criança, no que diz respeito à sua família biológica, para entre três e seis meses. Mãe de dois filhos adotivos, a designer e professora de expressão gráfica Arabella Galvão conta que a ideia da adoção surgiu intuitivamente na juventude, quando ainda namorava Fábio, hoje marido. “Naquele momento ainda era uma ideia de ‘após ter um filho biológico, vamos adotar’. Três anos depois do

cíficos de crianças. “Quando eu fiz a entrevista me perguntaram quais eram os meus critérios, os meus desejos, e eu não coloquei muitas limitações de idade, eu não queria ficar na fila por cinco anos esperando um bebê recém-nascido, eu queria ser mãe. E eu acho que criança não tem prazo de validade”. Arabella ainda afirma que “quando as pessoas reclamam muito da demora na fila de adoção muitas vezes o problema não é das crianças e nem do Governo, o problema é das pessoas que querem adotar”. Outro projeto, feito pelo GAACO, em parceria com a Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná (CGJ) e o Conselho de Supervisão das Varas de Infância e Juventude do Paraná (CONSIJ), e com o apoio do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) e do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), foi o aplicativo A.DOT, lançado em maio deste

“Eu não queria ficar na fila por cinco anos esperando um bebê recém-nascido; eu queria ser mãe. E acho que criança não tem prazo de validade” Adoção, Ana Lúcia Grochowicz, explica essa etapa. “Existe sim, na Lei, claramente definido que todos os esforços sejam feitos para que essa criança possa permanecer com a sua família. O cuidado que as equipes técnicas devem ter é de ver caso a caso, porque existem situações gritantes em que aquela reconciliação familiar não tem condição de acontecer e casos em que as famílias conseguem se organizar e se reaproximar dos seus filhos”. Outra adversidade encontrada no processo é a divergência do perfil da criança institucionalizada para a de quem procura adotar exige. “São praticamente 36 mil candidatos para adotar uma criança e seis mil crianças que estão aptas a serem adotadas no território brasileiro, o que dá uma questão de seis casais para uma criança. Em específico: uma menina, de zero a três anos, branca. Essa criança não existe, na maioria dos casos, e é por isso que o processo trava, pois o casal procura adotar uma criança que não existe e as outras crianças, que não se encaixam no perfil, vão ficando mais velhas e saindo da faixa de idade em que estão aptas a adoção”, afirma Ana Lúcia. Um obstáculo se dá também pela separação de irmãos, segundo o Conselho Nacional de Adoção (CNA),

nosso casamento, nós começamos a tentar ter um filho e não conseguimos, e descobrimos que tínhamos alguns problemas de saúde que dificultavam a gravidez, fizemos algumas fertilizações in vitro sem sucesso e resolvemos partir para a adoção, que já era uma ideia que a gente tinha internalizada e que resolveria o nosso problema: a gente queria ter filhos. Não importa de qual fonte seria.” Para Arabella, a demora no processo também é influenciada pelos futuros pais que exigem perfis muito espe-

ano. Por meio de dados, fotos e vídeos das crianças e adolescentes institucionalizados, o software promove visibilidade a jovens que estão fora do perfil da maioria dos pretendentes. “Muitas das crianças que já estão lá há 10, 11, 12 anos, estão lá porque são invisíveis. São invisíveis para a sociedade e todo o processo. Quando a gente tira do anonimato essa criança, quando a gente dá uma cara pra ela, uma voz, uma história e um sentimento, isso gera vínculos afetivos”, declara a presidente

do GAACO, Adriana Rendak. O aplicativo está no ar há dois meses e o grupo já obteve uma adoção e dezenas de crianças com pedidos de aproximação.

ONGs e projetos impulsionam adoções O número de adoções cresceu 116% nos últimos três anos no Paraná, segundo informações do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR). Isso se dá, principalmente, pelos esforços de grupos e ONGs como o Grupo de Apoio Adoção Consciente (GAACO), que auxiliam não apenas as crianças, como também os futuros pais e mães. A Recriar trabalha com dois projetos principais, o Apadrinhamento afetivo e o Apoio à adoção, ambos com o objetivo de proporcionar às crianças e adolescentes, uma convivência familiar e comunitária, como é o caso do projeto de Apadrinhamento, que tem intuito de oferecer o direto da convivência familiar e comunitária que fora negado às crianças pela Instituição, além de preparar as famílias para o recebimento da criança com palestras abertas ao público, que contam com profissionais –­ médicos, psicólogos, funcionários de abrigos e até da própria vara da infância –­ , tratando de assuntos referentes ao universo da adoção. Para a advogada e presidente da organização Recriar, Elza Dembiski, os abrigos não têm afinidade e apego estabelecidos por uma família. Dessa forma, atuam como um pré-natal para a adoção.

Leia mais Lei auxilia na fila de espera para a adoção de crianças. portalcomunicare.com.br

Maria Fernanda Coutinho

Arabella Galvão e o marido realizam o sonho de ter filhos por meio da adoção


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Cidades

Falta de informação impede combate à violência doméstica Mesmo com medidas punitivas, pesquisas apontam que o país não demonstra grande efetividade no combate às agressões e auxílio às mulheres vítimas Luani Ceschim Maria Cecília Zarpelon Sofia Magagnin 2º período

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onsiderada marco de enfrentamento à violência, a promulgação da Lei Maria da Penha completou 12 anos. Além dela, o governo brasileiro, em parceria com estados e municípios, cria novos programas e aperfeiçoa a rede de proteção, auxílio e combate à agressão contra a mulher. O país, contudo, ainda não demonstra grande efetividade no amparo das vítimas. Com taxa de 4,8 a cada 100 mil mulheres, o Brasil é o quinto país com o maior número de homicídios. A estatística faz parte do “Mapa da Violência” de 2015, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). A população brasileira tem carência de informações públicas, acessíveis e confiáveis sobre o tema. A falta de dados e registros precisos sobre os casos faz com que os mecanismos de monitoramento das políticas públicas, e até mesmo das leis, tornem-se frágeis. Um estudo de 2013, realizado pelo Data Popular e pelo Instituto Patrícia Galvão, apontou que aparatos legais para combater a violência contra o sexo feminino, principalmente nas áreas da saúde e justiça, ainda eram desconhecidos por grande parte da população. Mesmo que os casos de violência estejam ganhando mais espaço nos debates públicos, a divulgação de conteúdos e informações ainda é fundamental e pode auxiliar na busca por ajuda. Além desse problema, existe outra barreira que evidencia a ineficácia do processo de denúncia: o histórico sociocultural do povo. Em uma comunidade tradicionalmente machista, as mulheres se silenciam sobre as agressões por medo e desconhecimento dos mecanismos públicos. Camila* foi vítima de abuso sexual durante sete anos e nunca procurou ajuda por medo do pai e da família. Ela começou a ser violentada pelo primo quando tinha cinco anos. Por conta da pouca idade, não entendia o que estava acontecendo e nem o por quê. Passados três anos de agressões, a situação foi desco-

Sofia Magagnin

Ligue 180 recebeu mais de 72 mil denúncias no primeiro semestre deste ano berta pelo pai, que, ao invés de ajudá-la, a humilhou em frente à família, deixando-a nua na sala, e a golpeando com um cinto. “Doeu muito. Eu lembro até hoje de cada cena, cada rosto de quem estava assistindo. Eu não entendia por que havia apanhado”, conta. Os abusos continuaram até os 12 anos, que foi quando aprendeu, na escola, o que eram relações sexuais. Hoje Camila tem 19 anos e os abusos não acontecem mais. Acreditando ter encontrado em João* o apoio que precisava para lidar com um episódio

à vítima um tratamento em que não ocorram julgamentos e haja conhecimento de que a violência é um ciclo difícil de ser superado. “A gente tem de respeitar o tempo de cada mulher. Às vezes, isso se dá por causa de dependência econômica ou vínculo emocional”, avalia. A Casa atende à demanda das violências física, moral, sexual, patrimonial e psicológica contra a mulher. Desde a abertura, mais de 24 mil atendimentos foram realizados em todos os setores da instituição. Sandra explica que o grande diferen-

Governo paranaense realiza trabalho de combate à violência doméstica No início de outubro, o candidato Ratinho Junior (PSD) foi eleito governador do Paraná, com quase 60% dos votos válidos. Nos próximos anos de governo, ele pretende dedicar um espaço específico para tratar da defesa e fortalecimento do protagonismo feminino. Entre as principais propostas estão: estabelecer medidas protetoras para mulheres em situação de violência; formar e capacitar agentes públicos para atuar

“A violência física não vem sozinha;

sempre vem acompanhada da violência patrimonial, moral, sexual ou psicológica” complicado de sua vida, Nathalia* vivenciou um relacionamento abusivo, no qual era emocionalmente submissa ao agressor. “Morria de medo que ele terminasse comigo. Acabava cedendo à pressão e fazendo tudo o que ele pedia”, comenta. Mesmo sabendo do histórico agressivo de João com outras mulheres, a vítima acreditava que poderia mudá-lo. Para a coordenadora geral da Casa da Mulher Brasileira, Sandra Praddo, é fundamental que seja dado

Principais razões que levam a mulher a não denunciar Medo do agressor

Ter vergonha da agressão

Preocupação com a criação dos filhos

Acreditar que seria a última vez

Dependência financeira do agressor

Não conhecer seus direitos

Não existir punição Fonte: Pesquisa DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, de 2017

cial do trabalho realizado é o atendimento humanizado. “A gente não induz ninguém a fazer nada. É a vontade dela que a gente respeita dentro de um trabalho de ética profissional e acolhimento”. Entre os principais serviços prestados pela organização estão o de acolhimento, encaminhamento ao setor psicossocial para realização de uma escuta qualificada e um alojamento para receber mulheres e familiares em risco eminente de vida. No fim do processo, é realizado um trabalho de promoção de autonomia econômica, com a finalidade de ajuda na reinserção no mercado de trabalho. Segundo a coordenadora, o perfil de pessoas que recorrem à assistência é de mulheres brancas, que têm de 35 a 45 anos e uma média de três filhos. Ela ainda avalia que os casos de violência física se destacam entre os principais motivos pela busca à instituição. “É a gota d’água, mas a violência física nunca vem sozinha. Sempre vem acompanhada de violência patrimonial, moral, sexual ou psicológica”.

no atendimento às vítimas; e fomentar o sistema de apoio da sociedade civil. A ONU chama a atenção para a necessidade de assegurar às mulheres em situação de violência o acesso a um conjunto de serviços essenciais a serem prestados por diferentes setores. Atualmente, o Paraná promove programas e iniciativas de acolhimento, suporte e psicoterapia. A efetividade de políticas públicas para informar a mulher e encorajá-la a denunciar uma agressão é fundamental para que possa haver um controle real do problema.

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Nomes fictícios para preservação de integridade dos personagens.

Leia mais Conheça mecanismos de ajuda para mulheres em situação de violência. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Lack of information prevents fight against domestic violence Even with punitive measures, research shows that the country does is not effective in combating aggression and aiding female victims Luani Ceschim Maria Cecília Zarpelon Sofia Magagnin 2nd period Translated by: Beatriz Mira 7th period Exchange student in Vic, Catalonia

Cities

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onsidered a milestone in facing violence, the enactment of the Maria da Penha Law completed 12 years. In addition to that the Brazilian government, in partnership with states and municipalities, created new programs and perfects the network of protection, assistance and combat against aggression against women. The country, however, still does not show great effectiveness in protecting it’s victims. At a rate of 4.8 per 100,000 women, Brazil is the fifth country with the highest number of homicides. The statistics are from the “Map of Violence” of 2015, conducted by the Latin American Faculty of Social Sciences (Flacso). The Brazilian population lacks public, accessible and reliable information on the subject. This lack of accurate data and records on cases weakens the mechanisms for monitoring public policies and even laws. A 2013 study conducted by Data Popular and the Patrícia Galvão Institute pointed out that legal devices to combat violence against women, especially in the areas of health and justice, were still unknown to a large part of the population. Even though violence is gaining more space in public debates, the dissemination of content and information is still fundamental, and can aid in the search for help. Beyond this problem, there is another barrier that shows the ineffectiveness of the denunciation process: the sociocultural history of the people. In a traditionally sexist community, women are silent about the aggressions because of fear and ignorance of the public mechanisms. Camila* was victim of sexual abuse for seven years and never sought help for fear of her father and family. By the age of five she was already being raped by her cousin. Because of her young age, she did not understand what was happening or why. After three years of aggression, the situation was discovered by her father, who, instead of helping her, humiliated her in front of

Sofia Magagnin

Call 180 received more than 72.000 complaints in the first half of this year the family, leaving her naked in the living room, and striking her with a belt. “It hurt a lot. I remember every moment, every face of who was watching. I did not understand why I was being beaten” she says. The abuses continued until the age of 12, when she learned in school what were sexual relations. Today Camila is 19 years old and the abuses do not happen anymore. Believing to have found in João* the support she needed to deal with a complicated episode of

given a treatment in which there are no trials and knowledge that violence is a difficult cycle to be overcome. “We have to respect each woman’s time. Sometimes this is because of economic dependency or emotional bond” she says. The House meets the demand of physical, moral, sexual, patrimonial and psychological violence against women. Since the opening more than 24 thousand calls have been made in all sectors of the institution. Sandra

Paraná Government conducts work to combat domestic violence In early October, candidate Ratinho Junior (PSD) was elected Governor of Paraná, with almost 60% of valid votes. In the next years of government, he intends to dedicate a specific space to deal with the defense and strengthening of female protagonism. Among the main proposals are: to establish protective measures for women in situations of violence; train and

“Physical violence does not come alone;

always comes accompanied by patrimonial, moral, sexual or psychological violence”

her life, Nathalia* experienced an abusive relationship in which she was emotionally submissive to the abuser. “I was terrified that he would break up with me. I would give in to the pressure and do everything he asked for”. Even knowing of John’s aggressive history with other women, the victim believed she could change him. For the general coordinator of the House of the Brazilian Woman, Sandra Praddo, it is fundamental that the victim be

Main reasons that lead the woman not report

explains that the great differential of the work accomplished is humanized care. “We do not induce anyone to do anything. It is her will that we respect in an environment of professional ethics and welcome”. Among the main services provided by the organization are the reception, referral to the psychosocial sector for a qualified listening and accommodation to receive women and family members at imminent life risk. At the end of the process, work is carried on to promote economic autonomy, with the purpose of helping to re-enter the labor market.

According to the coordinator, the profile of people who turn Be ashamed of the Fear of the aggressor to assistance is white women, aggression who are between 35 and 45 years Believe that it would old and have an average of three Concern about raising be the last time children. She further evaluates the childrens that cases of physical violence stand out among the main Financial dependency of Do not know her rights reasons for seeking the instithe aggressor tution. “It’s the last straw, but physical violence never comes There is no punishment alone. It is always accompanied by patrimonial, moral, sexual or Source: Research DataSenado in partnership with Woman’s Observatory against psychological violence”. the Violence, of 2017

train public agents to act in the care of victims and to foster the civil society support system. The UN draws attention to the need to ensure that women in situations of violence have access to a range of essential services to be provided by different sectors. Currently, Paraná promotes programs and initiatives of reception, support and psychotherapy. The effectiveness of public policies to inform women and encourage them to report aggression is essential if there is to be real control over the problem.

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Fictitious names to preserve the integrity of the interviewees.

Read more Run across mechanisms to help women in situation of violence. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Política

Número de mulheres eleitas cresce no Paraná Quantidade de mulheres que ocuparão cargos políticos no estado em 2019 aumentou de cinco para oito, mas a disparidade em comparação com os homens ainda é grande Carla Giovana Tortato Gai Gabriela May Gustavo Ferraz 2º período

O

Paraná elegeu oito candidatas mulheres nesta eleição, todas para os cargos de deputada estadual e federal. O número representa 9,2% do total, considerando todos os cargos em disputa nestas eleições, e é pequeno se comparado ao dos homens, que soma 79. O estado não teve nenhuma representante do sexo feminino eleita senadora nem governa-

nino foram eleitas (Christiane Yared e Leandre), frente a 28 homens, isso significa cerca 6,6% das vagas. Nas eleições deste ano, foram eleitas deputadas estaduais: Maria Victoria (PP), Cristina Silvestri (PPS) e Luciana Rafagnin (PT). As mulheres que ocuparão em 2019 cadeiras na Câmara dos Deputados são Gleisi Lula (PT), Luisa Canziani (PTB),

na Silva [Rede] e Vera Lucia [PSTU]), que, juntas, somaram cerca de 1,05% dos votos válidos. Até então, o país elegeu apenas uma representante do sexo feminino: a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), eleita em 2010 e reeleita em 2014. De acordo com o IBGE, nos atuais cargos políticos, os estados brasileiros que têm maior diferença de gênero são Paraíba e

ao pouco incentivo por parte dos partidos e também da sociedade que define o lugar da mulher restrito ao âmbito privado. Assim, a própria família carece de apoio a elas gerando um desincentivo à participação feminina, que é agravado pela sobrecarga da jornada dupla (tarefas domésticas e trabalho remunerado).

“Não significa necessariamente que as pessoas não votem em mulheres, mas que elas simplesmente não aparecem nas campanhas”

dora. No Brasil, o cenário é semelhante: as candidatas eleitas representam cerca de 14,8% dos cargos políticos que serão ocupados a partir do ano que vem. Do Paraná, foram eleitas três mulheres deputadas estaduais, o que representa 5,5% num total de 54 vagas; e cinco deputadas federais, de um total de 30, ou seja, 16,7%. O estado teve crescimento na participação feminina nesses cargos. Na eleição anterior, das vagas em disputa para deputado estadual, apenas três foram ocupadas por mulheres, ou seja, 10% dos membros da Assembleia Legislativa. Ainda em 2014, quanto ao cenário federal, apenas duas representantes do sexo femi-

Aline Aleutjes (PSL), Christiane Yared (PR) e Leandre (PV). A votação mais expressiva foi a de Gleisi Lula, sendo a 3° deputada federal mais votada, com 212.513 votos. Até 2018, o Paraná nunca havia sido governado por uma mulher. Cida Borghetti (PP) foi a primeira a ocupar o cargo, ainda que isso tenha se concretizado apenas diante da renúncia de Beto Richa (PSDB) para concorrer às eleições ao Senado, deixando o cargo sob comando da então vice-governadora. Em geral, a diferença se acentua ainda mais em cargos como prefeito, governador e presidente. No Brasil, dos 13 candidatos à presidência da República, havia apenas duas mulheres (Mari-

Em 2014, dos 513 deputados federais eleitos, apenas 51 eram mulheres Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Mato Grosso, que não possuem nenhuma mulher na Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. Em contrapartida, os estados mais igualitários nesses setores são Amapá e Roraima, com uma representatividade de 27,3% de cargos femininos. Quanto às governadoras, a diferença de gênero também é grande, dos 26 estados, somente o Rio Grande do Norte poderia eleger uma mulher. Fátima Bezerra (PT) disputou o 2° turno contra Carlos Eduardo (PDT), a candidata obteve 46,12% dos votos válidos no 1° turno. A cientista política Karolina Mattos Roeder explica que a baixa representatividade de mulheres em cargos políticos se deve

Outro fator também apontado por Roeder é a disparidade no financiamento das campanhas entre homens e mulheres. As campanhas entre os candidatos do sexo masculino são, em sua maioria, as que recebem maior incentivo dos partidos e as que têm mais pessoas nas ruas trabalhando na campanha. Assim, “não significa necessariamente que as pessoas não votem em mulheres, mas que elas simplesmente não aparecem nas campanhas.” afirma a Roeder.

Leia mais Mais mulheres são eleitas deputadas no Paraná. portalcomunicare.com.br

Já em 2018, esse número aumentou para 77 mulheres eleitas


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Engajamento político de artistas divide público Artistas e celebridades brasileiras tomaram partido - ou não - diante da disputa presidencial e dividiram o público Andrey Ribeiro Mariana Castilho Marina Prata 2º Período

A

polarização política instalada no Brasil devido às eleições deste ano se tornou clara mais uma vez durante o show de Roger Waters em São Paulo, no mês de outubro. Após o ex-baixista do Pink Floyd demonstrar apoio ao movimento #EleNão, que foi contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), vaias e aplausos dividiram a plateia. O cenário é parecido com o das redes sociais, que têm se movimentado devido ao posicionamento de artistas que defendem os lados opostos da disputa presidencial. O ator Alexandre Frota e os músicos Eduardo Costa, Gusttavo Lima e Zezé Di Camargo manifestaram apoio ao candidato do PSL, enquanto artistas como Pablo Vittar, Gilberto Gil, Letícia Sabatella e Patrícia Pillar demonstraram preferência por Fernando Haddad (PT). Os posicionamentos foram alvo de

“É necessário liberdade

para o desenvolvimento de atividades artísticas” e política. Para a professora da Escola de Comunicação e Artes da PUCPR Adalgisa Aparecida, os artistas não precisam necessariamente se posicionar diante do público. Segundo ela, todos os cidadãos devem ter o direito à escolha. “Os direitos dos artistas são os mesmos de qualquer outro. O que eles têm é uma responsabilidade com a quantidade de pessoas que podem atingir, e isso é uma exigência do lugar que ocupam na sociedade”.

O cientista político Leonardo Rocha explica que nosso sistema eleitoral e nossa cultura política tem caráter muito personalista: “É comum as pessoas fazerem ligações de ações políticas à personalidades. Assim, elas acabam depositando mais esperanças nessas figuras e não nas instituições ou ideias. Isso faz com que as pessoas procurem figuras conhecidas, essas sendo ou não ligadas a política, para escolherem rumos à se posicionar.”

A professora ressalta que a arte possui contexto, e transparece e elenca os problemas da socieda-

Alguns artistas evitam expor o posicionamento com medo de criar uma antipatia a seus ideais Reprodução Instagram

Política

coisa, é melhor que ela fique explícita do que escondida”, afirma o cientista. O apoio da classe artística ao #EleNão foi condenado sob a alegação de que atores e músicos temiam a perda do financiamento cultural previsto na Lei Rouanet. Rocha explica que é natural que o meio artístico, sobretudo, tenha um posicionamento contra o discurso de repressão: “É necessário liberdade para o desenvolvimento de atividades artísticas, e o movimento #EleNão foi muito significativo”, conclui Rocha. A professora do curso de Teatro da PUCPR Laura Haddad afirma que as leis de incentivo são importantes para facilitar o acesso aos produtos culturais e estimular a produção cultural no país: “Elas ajudam na preservação dos bens materiais e imateriais do patrimônio cultural, além de estimular as produções e difusões dos bens”. Segundo a professora, o posicionamento da classe artística em defesa da Lei Rouanet é fundamental, e as críticas feitas contra a mesma demonstram desinformação sobre as ferramentas de incentivo à cultura. “A lei não utiliza dinheiro público, e, sim ,das empresas que pagam imposto de renda e passam a fazer parte do sistema de renúncia fiscal”.

Show de Roger Waters em Sào Paulo críticas e elogios por parte dos seguidores, e até mesmo personalidades que não se manifestaram geraram polêmica. Foi o caso da cantora Anitta, cobrada pela falta de pronúncia a respeito da campanha #EleNão, apesar da popularidade com o público LGBT. A discussão eleitoral gerou então mais um debate em torno da mescla entre arte

de: “Ao mesmo tempo em que se presta a mostrar a condição social de uma forma abstrata ou mais realista, a arte também pode não expressar. Entretanto, não tem como ser neutra, sempre transparece, ou então, não é arte”, afirma, citando o Realismo e o Expressionismo como movimentos artísticos de abordagem política e social.

políticos e perder o consumo do próprio trabalho. Para Rocha, o posicionamento de pessoas de notoriedade é importante: “A polarização política que estamos vivendo tem um lado bom: justamente mostrar que existem lados. Às vezes esse lado está velado e, junto a ele, as fobias presentes na sociedade. E, na hora de combater esse tipo de

Ativismo artístico ao longo do tempo

Fonte: Guia do Estudante, Editora Abril / A história do Brasil para quem tem pressa. Marcos Costa, Editora Valentina

Leia mais Entenda a Lei Rouanet e veja a entrevista com o vocalista da banda Imperador Sem Teto. portalcomunicare.com.br


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Cidades

Envelhecimento da população expõe descaso e maus tratos contra idosos Estatuto do Idoso completa 15 anos e Paraná demonstra avanaços, mas ainda tem muito a fazer na garantia dos direitos previstos pelo documento Stephanie Vitória Rubiane Kreuz 2º Período

C

om o número de idosos crescendo no Brasil, situações de descaso, maus tratos e abandono estão sendo cada vez mais frequentes. O Paraná registrou 446 relatos de negligência com idosos em 2018, por diversos crimes que contrariam o Estatuto do Idoso, documento que completa 15 anos e que assegura absoluta prioridade à efetivação do direito à vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho,

conta que a principal causa do sofrimento dos idosos hoje é a família. “É triste os relatos que recebemos de maus tratos da família, quando eles tem uma, pois o mais comum é a família abandona-los na rua ou em casa de abrigo”.

cidadania, liberdade, dignidade, respeito e convivência familiar e comunitária de pessoas com mais de 60 anos.

cidade não têm mais contato com a família. Segundo a FAS, muitas vezes, o idoso que está acolhido em uma instituição pública já estava abandonado muito antes de se tornar adulto, não possuindo vínculos familiares há muitos anos.

A Fundação de Ação Social (FAS), por meio da assessoria de comunicação, afirmou que cerca de 40% dos mais de 1,2 mil idosos que vivem nos asilos da

dade dos direitos já existentes em nossa Constituição Federal de 1988”, diz Mônica. De acordo com a secretária executiva do Conselho Estadual dos Direitos do Idoso (CEDI), Jossiani Ribeiro, o Governo do Paraná e os Conselhos Municipais atuam em forma conjunta, contribuindo para que as políticas públicas definidas pelo Estatuto do Idoso e também existentes no Plano Estadual dos Direitos

natural, e que, por isso, assim deve ser encarado, com a atuação dos Conselhos de Proteção, quando necessário. Jossiani complementa que, desde 2014, foram criados 364 Conselhos, 268 fundos e 224 planos municipais em defesa da pessoa idosa, sendo o estado do Paraná o que proporcionalmente tem maior número de Conselhos, o que eleva os cuidados na proteção e efetivação dos direitos da pessoa idosa.

da Pessoa Idosa, instituído em 2014, avancem nas garantias e proteção de quem já passou dos 60 anos. Para Jossiani, o Estatuto representou um passo importante para as mudanças que a sociedade tem passado. Para ela, compreender essas transformações na luta pelos direitos da pessoa idosa é pressuposto para o sucesso de qualquer política pública, principalmente quando esta se destina a um segmento que detém prioridade legal. Frisa, ainda, que é preciso que a sociedade tenha em mente que o envelhecimento é um processo

Os serviços Disque Denúncia 181 e Disque Idoso receberam 676 denúncias de violência e violação dos direitos da pessoa idosa, por meio dele é possível denunciar de forma anônima, casos de maus tratos e abandono da pessoa idosa. Esses casos também podem ser informados à rede socioassistencial dos municípios, como os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), aos Centros de Referências de Assistência Social (CRAS) e ao Conselhos Municipais da Pessoa Idosa.

“A lei impõe meios de garantir ao menos uma vida digna e humana ao idoso”

Em meio a dificuldades, idosos buscam qualidade de vida com apoio da Prefeitura de Curitiba e de lares acolhedores que contam com fila de espera de mais de 100 pessoas aguardando para serem abrigadas em asilos de Curitiba. Com a Casa das Meninas, conhecido como asilo São Vicente, lotada, a assistente social responsável pelo acolhimento da casa, Mônica Freitas,

“Se os filhos não têm obrigação de amar os pais, a lei impõe meios de garantir ao menos uma vida digna e humana ao idoso impossibilitado de prover sua própria subsistência. Nesse aspecto, o Estatuto do Idoso veio ao menos garantir a aplicabili-

Racismo desafia inserção e avanço de negros no mercado de trabalho Negros e pardos têm mais dificuldade de conseguir emprego, mesmo com o mesmo nível de escolaridade Ana Cláudia Iamaciro Mariana Meyer Matheus Koga 2º Período

A

taxa de desemprego é maior entre negros e pardos e os seus salários também são mais baixos, apontm resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro deste ano, a juíza que ordenou

a prisão da advogada Valéria dos Santos no meio de uma audiência foi inocentada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), e os defensores de causas raciais e dos direitos das mulheres viram o incidente como um exemplo de discriminação no mercado de trabalho.

63,7% 36,3%

BRANCOS NEGROS E PARDOS Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O IBGE divulgou uma pesquisa no terceiro trimestre de 2017 apontando que quase 65% dos desempregados brasileiros são negros ou pardos. O Movimento Negro Unificado (MNU) relata que os negros ainda ocupam as piores posições no mercado de trabalho. “Lutamos contra a retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e sociais da classe trabalhadora.” De 2005 a 2015, o número de negros inseridos em universidades aumentou de 5,5% para 12,8%, de acordo com o IBGE. Entretanto, eles continuam com baixa representatividade nas empresas, mesmo após a graduação - e ainda ganham apenas 59% do rendimento de trabalhadores brancos. Artur Costa, 20 anos, conta que, quando trabalhava como garçom, já dispensaram seu atendimento. “Falaram que prefeririam outro atendente, achando que, pela minha aparência, eu não faria um bom atendimento”.

As mulheres negras, especificamente, são as que sofrem mais com a situação do mercado de trabalho, tendo a maior taxa de trabalhos informais e instáveis - ocupam quase 90% do número de empregadas domésticas no país. A reforma trabalhista aprovada pelo Senado em 2017 exige uma contribuição previdenciária de 49 anos para o trabalhador receber salário integral. Segundo o IBGE, a expectativa de vida para uma mulher negra é de 60 anos, ou seja, elas nunca conseguiriam contribuir o tempo exigido mesmo trabalhando desde cedo. Uma das empresas que contam com a participação de negros em cargos de alta gestão é a Johnson & Johnson, que foi listada a quinta empresa mais diversificada do mundo. Segundo a empresa, é preciso ser plural a sensação de aceitação tem um reflexo direto na produtividade do colaborador.


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Economia criativa ganha destaque no mercado brasileiro Isabella Decolin

Espaços colaborativos, feiras de artesanato e produção independente exploram a criatividade e incentivam a produção local

mil profissionais criativos; em todo o estado, são 9 mil, abrangendo áreas como a mídia e espetáculos ao vivo, design e visual, artesanatos entre outros. Nos centros urbanos, há espaços colaborativos e feiras de produtos de Handmade. A Casa 102, situada no bairro São Francisco, possui espaço de coworking, loja de roupas e acessórios exclusivamente handmade, aulas de desenho e oferece um projeto chamado “Banco de Tecidos”, no qual o cliente pode deixar um tecido que não está utilizando e trocar por um que precise. A Casa também realiza eventos abertos ao público todos os domingos, com música e gastronomia. Já o Segundo Andar, localizado no centro da cidade, oferece aluguel de salas para produção artística de designers e aulas de Lettering.

Isabella Decolin Luana Perdoncini Rafaelly Kudla 2º Período

Sala de reunião do espaço colaborativo Segundo Andar

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economia criativa está crescendo à medida que a industrialização vem diminuindo, por isso, a venda de artigos handmade, oficinas de desenho, pintura e artesanato tem desencadeado um aumento significativo no comércio desses produtos, representando 2% do PIB brasileiro, segundo dados da Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Fir-

O comércio handmade criativo tem como proposta um design inovador, pautado em criatividade, tendências, experiência e tecnologia, relacionando cultura e arte. Com uma produção consciente e ecologicamente correta de diversos artigos, como roupas, calçados, brinquedos, acessórios, decoração, produtos para animais e gastronomia, a produção está preocupada com

Em sua 15ª edição, a feira multicultural Emporium Handmade reúne, na Sociedade Morgenau, em Curitiba, entre os duas 10 e 11 de novembro, mais de 100 criadores e artesãos de diferentes setores como roupas, acessórios, artigos de decoração e gastronomia, incentivando o comércio de produtos autorais e sustentáveis, pequenas empresas e valorizando os responsáveis e idealizadores das marcas. “Quando começamos, em 2014, o movimento autoral ainda era restrito; mas, aos poucos, vimos as marcas se firmarem e o in-

Economia

responsável por cada produto. Valores ambientais e éticos, qualidade e diferenciação do design e artesanato contemporâneo somam ao ato de fazer com as próprias mãos e transformam cada peça em única. Algumas das marcas que estarão na feira podem ser encontradas em espaços colaborativos e lojas próprias espalhadas pela cidade.

Economia criativa movimenta mais de R$ 150 bilhões para o país A economia criativa está relacionada com o vínculo entre um negócio inovador e criatividade. Para se enquadrar na categoria, o produto deve gerar valor econômico. Segundo dados da Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro, a Firjan, a economia criativa gerou uma riqueza de R$ 155,6 bilhões para a economia brasileira em 2015, o que corresponde a 2% do PIB do país. O Brasil tinha 851,2 mil profissionais criativos formalmente empregados, No Paraná, são mais de 9 mil profissionais da indústria criativa; dentro desse número, mais de 3 mil estão em Curitiba. Isso representa uma remuneração de mais de R$ 4 mil por ano para o estado. Para a economista Gina Paladino, o crescimento da economia criativa pode ser explicado pelo processo crescente de desindustrialização, em que a indústria

“Aos poucos, vimos as marcas se firmarem e

o interesse do público crescer para o consumo mais consciente”

jan). A partir disso, pequenos empresários estão investindo em espaços colaborativos de produção desse segmento e em feiras como a Emporium Handmade, incentivando a produção criativa, ecológica, cultural e artística.

a melhor forma de consumo, além de incentivar as pessoas a investirem na arte e exercitarem a criatividade. Curitiba reflete esse movimento de crescimento da economia criativa. A cidade emprega três

teresse do público crescer para esse consumo mais consciente, que faz girar as economias locais”, conta a artesã e idealizadora da Emporium Handmade, Meroly Felizardo. Na feira, o consumidor tem oportunidade de falar diretamente com o

Divulgação

tradicional está perdendo posição na matriz produtiva. “Os países ocidentais estão substituindo ou estão tentando manter a renda e a sua qualidade de vida por meio de outros tipos de atividade, e a economia criativa é uma delas, porque é a de mais alto valor agregado, na qual é preciso recursos humanos e pessoas capacitadas, qualificadas e criativas. Por isso, o salário e a renda média desse segmento são mais altos, comparados ao de todos os outros da economia”.

Leia mais Confira o mapa com a localização dos espaços colaborativos em Curitiba. portalcomunicare.com.br

14° feira da Emporium Handmade em Curitiba


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Esportes

Sucesso de Marta constrasta com amadorismo do futebol feminino Baixa capacidade de gerar audiência e falta de incentivo atrasam desenvolvimento do esporte Andressa Carvalho Giuliana Rossi Larissa Bertazzo 2º período

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m um esporte em que os homens reinam até hoje, meninas correm atrás da bola com graça e naturalidade. O sonho delas não se difere do de meninos que se espelham em craques masculinos. Elas querem ser uma nova Marta, Cristiane ou Bia. Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo também são lembrados, mas em segundo plano, pois quem realmente as inspiram são as jogadoras que fizeram o futebol feminino ser respeitado no Brasil. Marta, por exemplo, foi seis vezes a melhor do mundo em escolha da Federação Internacional de Futebol (FIFA), acontecimento único tanto no futebol masculino quanto no feminino e mostrou o caminho para essas novas gerações. Ainda falta muito para o devido reconhecimento, mas essa geração faz com que uma nova safra

Andressa Carvalho

Marta. A imprensa deu mais destaque aos jogadores homens que conquistaram o prêmio ou deixaram de conquistar do que para o feito inédito de Marta. Maria Julia lembra que o salário de uma jogadora corresponde a cerca de um quinto do salário de um jogador. Mesmo regras que procuram incentivar a participação feminina no futebol são vistas por jogadoras brasileiras com desconfiança, como a regra da obrigação da manutenção de equipes femininas para poder participar da Libertadores masculina. Maria Julia é uma exceção entre muitas meninas que sequer tiveram oportunidade de escolha. Ela diz que, no meio escolar, meninas costumam ser incentivadas a praticar atividades consideradas femininas e meninos são automaticamente levados

“Uma atleta que chama atenção hoje tem que ser bonita” brote nos campos do país. O cenário ganhou um alento, dado pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que ofereceu duas vagas para o Brasil, na Copa Libertadores da América, com o compromisso de os clubes apostarem em times femininos a partir da temporada de 2019. O projeto está em estudo. No Paraná, há o grupo de futebol feminino do Clube Curitibano, que existe desde março deste ano. A jogadora do clube Maria Julia Manasses aponta que o futebol feminino é muito mal representado no Brasil e na mídia. Ela dá coni exemplo aa falta de repercussão do prêmio de melhor jogadora do mundo do ano conquistado pela atleta

para o esporte. Isso significa dizer que as crianças perdem a chance de escolher o que mais gostam e até mesmo descobrir potencialidades. “Quando eu era criança, era a única menina que podia jogar futebol com os meninos”. A jogadora Marina Gomes, também do clube, diz que o estereótipo de beleza também prejudica a relação das mulheres com o futebol. “Uma atleta que chama atenção hoje tem que ser bonita”. De acordo com o técnico do grupo, Ives Poffo, os campeonatos femininos aumentaram, porém são aqueles voltados para o lazer e pouco incentivados. Os campeonatos que a Federação

Atleta em partida de Clube Curitibano entra com incentivo maior são falhos. Conforme a Federação Paranaense de Futebol (FPF), os campeonatos femininos paranaenses, ao contrário dos masculinos, são gratuitos; e por conta do número de jogadoras, o futebol feminino não contém categoria de base e é enquadrado na categoria amador. A jornalista esportiva Juliana Fontes afirma que a visibilidade do esporte feminino é pouca e que o imediatismo da necessidade de se conseguir audiência impede que esse espaço seja criado. Como consequência o

esporte continua mal desenvolvido e não tão procurado pelas mulheres. “Os veículos tradicionais precisam dar espaço. Para isso, terão que pagar um preço que não sei se estão dispostos, já que perderão audiência em um primeiro momento”, afirma a jornalista. “Mas, seria fundamental, a partir das grandes mídias, dar visibilidade para o futebol feminino e não se limitar a falar da Marta, das conquistas dela, ou só falar de algum jogo só porque ela está em campo. É necessário contribuir para a criação de uma nova cultura em torno do futebol feminino”. Andressa Carvalho

Treino de futebol do time feminino do Clube Curitibano


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Cultura

Curitiba confirma vocação para campo de teste de grandes shows O público exigente de Curitiba filtra os shows internacionais, e serve como base para outras cidades do Brasil Anna Padilha Lais da Rosa Marco Costa 2º Período

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uritiba tem, nos últimos anos, confirmado a posição de campo de testes para a realização de grandes shows. A exigência do público da capital ajuda os produtores a definir por quais cidades passam as turnês internacionais no Brasil, além de decidir se as atrações podem ser bem-sucedidas em outros estados. Quatro shows internacionais de grande porte estavam previstos para a cidade no mês de outubro: Z Festival (com Camila

Produtor da CWB Brasil, João Abrão conta que existem muitos empresários que afirmam que, se uma atração funciona em Curitiba, funciona em qualquer lugar do Brasil: “O público curitibano é um público muito exigente, é um público difícil comparado com o resto do Brasil, e por todas essas dificuldades, Curitiba é um grande teste para todos os artistas”. O teste que Curitiba representa é importante para a realização de shows em toda a Região Sul,

Curitiba, atrações que estejam em alta no momento, datas no início do mês e que fogem de feriados são as principais causas a serem estudadas. As dificuldades na produção de shows aparecem, principalmente, na falta de opção de locais, pois muitos eventos estão sendo realizados na cidade. Curitiba tem uma situação climática instável, com risco de chuva, o que atrapalha os shows em lugares abertos. Neves afirma que o público curitibano já consumiu

“O público curitibano é um público muito exigente, é um público difícil comparado com o resto do Brasil”

Divulgação

Agenda de shows Curitiba recebe nove grandes shows internacionais até o fim do ano

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Gipsy Kings Data: 25/10/18 Local: ExpoUnimed Preço: R$200 a R$1000 Roger Waters Data: 27/10/18 Local: Estádio Couto Pereira

Preço: R$220 a R$720 Summer Break Festival: Noel Gallagher e Foster the People Quando: 07/11/2018 Onde: Pedreira Paulo Leminski

Preço: R$217 a R$445 Solid Rock Quando: 08/11/2018 Onde: Pedreira Paulo Leminski Atrações: Judas Priest |

Roger Waters apresenta sua nova turnê em Curitiba Cabello), Roger Waters, Franz Ferdinand e Gipsy Kings. A exigência dos curitibanos torna o fluxo de produções com artistas estrangeiros menor do que em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Diretor da Seven Entretenimento, Bruno Neves, afirma que Curitiba é uma cidade muito específica, e uma pré-pesquisa é fundamental para a realização de qualquer produção na cidade. Alguns dados a serem levantados podem garantir uma maior aceitação do show, como o perfil do público de cada atração e o agrado de diversas idades.

que, muitas vezes, é deixada de lado pelas grandes produtoras, pelo risco que correm com um público mais exigente. De acordo com o editor do site de entretenimento TOMMO, Jhonas Campos, quando um show funciona em Curitiba, a atenção se volta para os três estados do sul como um possível mercado a ser explorado. Porém, além do público, existem outros fatores que determinam a realização de shows internacionais em Curitiba. Bruno Neves e João Abrão afirmam que a disponibilidade do artista para turnê, os destaques em

Alice in Chains | Black mais, e que este ano o consumo caiu por reflexo da economia. Curitiba, apesar de ter um público teste, continua consumindo shows. Quando um artista internacional é bem-sucedido em Curitiba, o evento recebe uma maior visibilidade, e o consumo de shows internacionais aumenta. Para a estudante de medicina veterinária Eduarda Boreli, a realização de shows internacionais em Curitiba, sem gastos com viagem e hospedagem, é interessante: “ Acho muito bom. Com certeza vale a pena, ainda mais se for de algum artista que você admira”. Divulgação

Star Riders

Preço: R$128 a R$650 Azealia Banks Quando: 11/11/2018 Local: Opera Concept Hall

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Preço: R$100 a R$500 Sarah Brightman Quando: 01/12/2018 Local: Teatro Guaíra Preço: R$300 a R$1200 New Order Quando: 02/12/2018 Local: Live Curitiba Preço: R$110 a R$480

Confira também Programação de shows internacionais em Curitiba . portalcomunicare.com.br

Foster The People participa do Summer Break Festival em Novembro


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Curitiba, 19 de Novembro de 2018

Ensaio

Marcas do tempo Em nossa existência, muitos são os trajetos percorridos. Vivemos inúmeras experiências que nos marcarão profundamente. As marcas da pele, as rugas, as cicatrizes e os cabelos brancos são apenas alguns dos sinais que o tempo deixa Luani Ceschim 2º período

Envelhecer faz parte da existência humana

Há quem não aprecie os vestígios naturais do tempo

A vida é feita de memórias e do envelhecimento que amadurece

É essencial aceitar as marcas do tempo

Reconhecer a importância de cada acontecimento pode ser um ato de renovação pessoal


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