Comunicare 316

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Ciganos lutam por educação

Esporte a serviço da reabilitação

Mostra destaca universo feminino

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Analfabetização e preconceito incomodam etnia.

Curitibanos são destaque em competição paralímpica.

Exposição no MuMa reúne trabalhos autobiográficos de seis artistas.

Curitiba, 09 de Abril de 2019 - Ano 22 - Número 316 - Curso de Jornalismo da PUCPR

O jornalismo da PUCPR no papel da notícia

Democracia sai às ruas Democracy went to the streets

Ato “Ditadura Nunca Mais” reuniu centenas de pessoas no Centro de Curitiba para protestar contra a declaração do presidente da República Jair Bolsonaro, determinando que o golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964, que depôs o então presidente João Goulart e iniciou o regime de exceção que durou 21 no país, fosse comemorado.

Com direito a uma aula pública sobre ditatura, o grupo se reuniu na Praça 19 de Dezembro e caminhou até a Boca Maldita.

Política | pag.6

Sofia Magagnin

Previdência privada pode ser uma opção de renda futura H

á algum tempo, a lógica do funcionamento previdenciário brasileiro tem mudado. Os idosos estão vivendo mais e invertendo o esquema de pirâmide de aposentadoria, e como o futuro em relação a uma reforma da Previdência ainda é incerto, muitas pessoas têm optado por investir em uma renda complementar para que posteriormente esse valor seja revertido em benefício. Nesse contexto, entra em destaque a previdência privada, um tipo de investimento capitalizado no qual o valor final leva em consideração os resultados da rentabili-

Índios urbanos

dade do plano, valor investido e tempo de contribuição. No entanto, a previdência privada também pode apresentar riscos, e para tomar qualquer decisão sobre qual modelo optar é necessário levar em conta as políticas assistencialistas e coberturas adicionais, como o seguro-desemprego e licença-maternidade. O Comunicare discute estes e outros assuntos referentes à Previdência Privada. Confira!

Economia | pag. 5

Os modelos de previdência têm vantagens e desvantagens

A aldeia indígena Kakané Porã está localizada no bairro Campo do Santana em Curitiba e é considerada a primeira aldeia urbana do Sul do país. Reúne 150

índios das três etnias: xetá, Guarani e caingangue que lutam diariamente pela preservação de sua cultura. Cidades | pag. 4


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Editorial

Redes sociais: salvação ou perdição A

relação entre as redes sociais e os políticos brasileiros mostra-se conturbada desde a época de eleição no ano passado. Imagina-se que o objetivo da política em usar as mídias sociais seja interagir de forma mais intimista com a população. Entretanto, o que se percebe é a imagem negativa que o atual governo está criando para si com o mau uso desses recursos.

údos irrelevantes e explícitos - como é o caso do tweet sobre “Golden shower”. A repercussão das postagens no perfil oficial do presidente foi escandalosa e acabou parando na impressa internacional. O “The New York Times” (americano), “The Independent” (britânico) e o “Última Hora” (paraguaio) são alguns exemplos de jornais estrangeiros que noticiaram o caso sobre “Golden shower”.

Usando de exemplo as recentes gafes do presidente Jair Bolsonaro na rede social Twitter nota-se que ele deixa de lado a imagem que seu cargo político impõe e descarrega uma enxurrada de notícias falsas, conte-

Através desse tipo de publicação o país acaba ficando exposto ao ridículo e o presidente tem suas habilidades governamentais postas em dúvida ao mundo todo. As corriqueiras reclama-

Opinião Você já viveu hoje? Fernanda Xavier 5º período

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uando uma nova semana se inicia, a grande maioria das pessoas fica sentida de deixar as lembranças do final de semana que se passou e iniciar um novo ciclo. Afinal, apesar da semana historicamente iniciar-se no domingo, são nas segundas-feiras que as responsabilidades e comprometimentos do cotidiano vem à tona para todo mundo. Quantas vezes nos deparamos nas redes sociais com o famoso ditado popular do século XXI: “Como faz para voltar para o final de semana?”, ou até mesmo quando chega quinta-feira e as nossas timelines estão cheias da famosa hashtag “tbt”, que faz referência a expressão em inglês Throwback Thursday , traduzida para o português como Quinta-feira do Retorno, na qual as pessoas fazem postagem de momentos que sentem saudades e gostariam de reviver. Aposto que você se depara com isso constantemente.

Durante as eleições tornou-se muito popular o termo “ Fake News” devido ao grande número de notícias falsas propagadas pelas redes sociais, e que teve como consequência investigações sobre a disseminação de notícias manipuladas entre ambos os candidatos do segundo turno das eleições. Estudos da Avaaz apontam que 90% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram em Fake News durante a

Henrique Zanforlin 5º período Diariamente passo no Largo da Ordem, centro histórico de Curitiba, e venho me indagando constantemente do por que passamos a semana nos arrastando para vivermos somente três dias da forma que queremos. Todos os dias vejo grupo de pessoas se reunindo depois do trabalho para conversar, ou até mesmo fazendo um churrasco em plena tarde de terça-feira. Claro, nem todos podem se submeter a tais luxos, mas já pensou que maravilhoso tirar um momento da semana para fazer algo que você tenha vontade de fazer?

Devemos tentar parar de reclamar do hoje, e mudar o que não nos faz feliz. Viva cada dia como se fosse um dia a menos para viver e um dia a mais para sorrir.

Edição 316 - 2019 | O Comunicare é o jornal laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR jornalcomunicare.pucpr@gmail.com | http://www.portalcomunicare.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Paraná | R. Imaculada Conceição, 1115 - Prado Velho - Curitiba - PR

COORDENADOR DE PROJETO GRÁFICO

EDITORES

PAUTEIROS

Waldemiro Gremski

Rafael Andrade

DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

MONITORIA

Ana Cláudia Iamaciro 3º Período Anna Pires 3º Período Giuliana Rossi 3º Período Guilherme Kruklis 3º Período Julianne Trevisani 3º Período Mariana Castilho 3º Período Marina Prata 3º Período

Alice Putti 3º Período Andrey Ribeiro 3º Período Carla Tortato 3º Período Gabriela Rossi 3º Período Maria Cecília Zarpelon 3º Período Mariana Castilho 3º Período Matheus Koga 3º Período

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO Suyanne Tolentino De Souza COORDENADORA EDITORIAL Suyanne Tolentino De Souza COORDENADORES DE REDAÇÃO /JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Miguel Manasses (DRT-PR 5855) Renan Colombo (DTR-PR 5818)

Lamartine Lima (6º Período) CHARGE Henrique Zanforlin (5º Período) FOTO DA CAPA Marina Prata (3º Período)

A falta de credibilidade que o mal-uso das redes sociais proporciona para Jair Bolsonaro faz com que suas ações sejam minuciosamente vigiadas e qualquer passo seja criticado. A internet proporciona um ótimo espaço para engajar aliados e opositores, mas que deve ser usado com cautela e estratégia pois qualquer deslize pode levar ao fracasso e a destilação de ódio, às vezes, sem motivo aparente.

Comunitiras

REITOR

Eliane C. Francisco Maffezzolli

campanha. E pior: ajudaram a espalhar. É possível dizer que foram as inverdades que elegeram o atual presidente.

A verdade é que passamos a vida correndo atrás de trabalho e oportunidades, e com certeza isso é necessário, mas o problema está em nos esquecermos de viver, de fazermos algo de nossa vontade. O estresse por conta da rotina faz com que inúmeras pessoas esqueçam de viver.

Será certo viver esperando o final de semana? Ou se apegar às lembranças e passar todos os outros dias se remoendo até a próxima sexta?

Expediente

ções sobre o comportamento do presidente do país mostram toda a insatisfação da população com a falta de responsabilidade e seriedade com que estamos sendo comandados.


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Cidades

Ciganos paranaenses reivindicam educação inclusiva Dia Mundial dos Ciganos é comemorado em 08 de abril e etnia cobra mais políticas públicas para o grupo Marina Prata 3º período

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Marina Prata

istoricamente discriminado, o povo cigano enfrenta dificuldade na inserção em políticas e serviços públicos devido aos costumes singulares e à falta de dados etnográficos. Desde 2014, a comunidade não aparece nas pesquisas municipais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sua maior reinvindicação é o acesso à educação com respeito à cultura, visando combater as altas taxas de analfabetismo e o preconceito. É o que relata Cláudio Domingos, presidente da Associação de Preservação da Cultura Cigana (Apreci). Ele defende que é necessário respeito ao próximo para incluir devidamente a comunidade no sistema de ensino formal. “Os professores precisam ter capacidade técnica para ensinar um povo diferenciado”, explica. O entendimento é importante para evitar que as crianças ciganas sofram bullying: “elas precisam ter direito à diversidade”. O Conselho Nacional de Educação (CNE) garante o direito à matrícula em escola pública

O ouro é muito usado como adereço nas vestes ciganas grande furo da legislação. Ela dá direito às diferenças sociais, mas não aceita saberes diferenciados, até como requisito de certificação”. De acordo com Boneti, o ensino poderia estabelecer grades diferenciadas para alunos ciganos também terem conteúdos ligados à sua cultura. Uma das especificidades da etnia é o idioma cigano próprio, o Romani, usado também como estratégia de proteção.

acampamento são os pais. Nós ‘ensina’ o que sabe de cabeça mesmo”, explica. Mais do que inserção na educação, a comunidade cigana também demanda educação específica. É o que explica Ana Raggio, representante da Secretaria do Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos (Seju): “eles precisam ter pessoas ciganas formadas para trabalhar com a língua própria na comunidade”.

“A população cigana precisa do mesmo que toda população, mas num formato que atenda às suas especificidades”, defende. A chefe do Departamento da Diversidade e Direitos Humanos da Secretaria de Estado da Educação (SEED), Angela Nasser, afirma que a matrícula das populações itinerantes no Paraná segue as regras estabelecidas pelo CNE. “A Secretaria promove orientações pedagógi-

“Elas precisam ter direito à sua diversidade” para jovens em situação de itinerância na resolução CNE/ CEB nº 3/2012. Porém, mais do que ser inserida no sistema de educação, a comunidade tem buscado discutir as condições em que os alunos ciganos são recepcionados nas escolas. O doutor em ciência da educação Lindomar Boneti avalia que o sistema educacional atual precisa considerar as diferenças culturais do povo cigano. “É o

Marcelino Nogueira, um dos responsáveis pelo acampamento cigano em Campo Largo, região Metropolitana de Curitiba, acredita que é necessário o ensino de português dentro da comunidade. “A maioria das pessoas mais velhas nem sabe ler. Temos interesse em saber”, conta. Segundo Nogueira, nem todos no acampamento adotaram o novo costume de levar os filhos para estudar: “a escola do

A necessidade se justifica pela dificuldade de garantir, na prática, o direito à matrícula em escolas públicas. “Recebemos reclamações sobre a dificuldade de compreensão da realidade de que as crianças ciganas estão em constante mudança”, relata. Para Ana, a única forma de assegurar os direitos de comunidades vulneráveis é ouvi-las e trabalhar em conjunto, pois elas conhecem a própria demanda.

cas e formação continuada, visando o acolhimento dos povos e a superação do preconceito. As escolas são orientadas a acolher as famílias e trabalhar a valorização da diversidade”, explica. Em 2014, a SEED criou a Coordenação de Educação Escolar Cigana, e têm capacitado técnicos pedagógicos dos Núcleos Regionais de Educação (NRE) para melhor atenderem os alunos dessa etnia.

Três mitos sobre os ciganos para se deixar de propagar Durante séculos os ciganos foram marginalizados e a consequência disso foi a formação de lendas sobre a comunidade

“Vivem se mudando”

“Ciganas fazem bruxaria”

“São ladrões”

Segundo Cláudio Domingos, a cultura nômade dos ciganos foi imposta historicamente, por conta da dificuldade de aceitação do povo pelas regiões que percorria: “era para deixar o cigano longe de todos. Foi com o tempo que incorporaram o nomadismo na cultura”. Atualmente muitos grupos já abandoram a prática.

Sobre o preconceito, Marcelino Nogueira relata: “é maior com as mulheres quando elas vão tirar sorte na rua”. A leitura de mãos realizada pelas ciganas é chamada quiromancia e é passada de mãe para filha.

É um dos mitos mais difundidos sobre os ciganos. “Foi passado de geração para geração”, conta Marcelino Nogueira. Uma das explicações é que ladrões não-ciganos aproveitavam a passagem de comunidades ciganas pela cidade e culpavam o povo já marginalizado pelos delitos.


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Cidades

Comunidade indígena de Curitiba se esforça para manter as tradições A aldeia Kakané Porã, localizada na região sul da cidade, reúne índios das três etnias existentes atualmente no Paraná Ana Claudia Iamaciro Carla Tortato Gustavo Ferraz 3º período

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Gustavo Ferraz

Os indígenas que vivem na aldeia urbana Kakané Porã, no Campo de Santana, em Curitiba, lutam para preservar as tradições, após a inserção dos índios no ambiente urbanizado. Há entre 140 e 160 indígenas vivendo no local, pertencentes às etnias Kaingang, Xetá e Guarani. Em 2008, a Kakané Porã se tornou a primeira aldeia urbana do sul do país. A comunidade tem um total de 44 mil metros quadrados, com 35 casas construídas pela Companhia de Habitação Popular (Cohab) da regional Tatuquara. O cacique Setembrino Rodrigues conta que antes de vir para o Campo de Santana morava no Uberaba. Nesse local, os índios sobreviviam com a venda de artesanatos e apresentações nas escolas municipais do bairro em troca de doações de alimentos não perecíveis. Hoje, a maioria das pessoas que vivem no local trabalha no comércio da região, são poucos os que ainda sobrevivem do artesanato. O líder político da aldeia comenta que as crianças também se adaptam à cultura dos brancos. “Estudando na cidade eles veem o costume dos amigos que não são índios, veem um celular ou um tênis diferente e também pedem o mesmo”, conta o cacique. Rodrigues afirma que os moradores da aldeia ainda se reúnem para apresentações de dança, são nesses momentos que usam trajes típicos indígenas. Segundo ele, o principal objetivo do ponto de vista cultural é assegurar a manutenção das línguas

A oca que fica no centro da aldeia é o local onde as crianças têm aula de línguas nativas indígenas nativas das etnias Kaingang e Guarani, pois a descendência Xetá não fala mais a linguagem de origem. Para isso, no centro da comunidade foi montado uma escola para ensinar às crianças os dialetos indígenas, afirma Rodrigues. De acordo com o antropólogo da Fundação Nacional do Índio (Funai) Mauro Lenon não se trata de perdas culturais e sim de adaptações, pois a cultura

não se perde. “Há transformação mútua entre indígenas e não indígenas”. Porém, Lenon acredita que a dificuldade na manutenção das tradições e especificidades da Kakané Porã é maior devido à questão pluriétnica do local. Além disso, a forma como as necessidades básicas da aldeia são assistidas, sem atendimento diferenciado (como preconiza a Constituição Federal) também é um agravante, afirma Lenon.

“Sempre nós temos que estar lutando por alguma coisa”

Gustavo Ferraz

O antropólogo Patrick Baptista diz que existe a ideia de que se o nativo sair da terra indígena estará perdendo sua cultura e deixando de ser índio. “A gente pensa nisso porque fomos nós quem cercamos eles em ilhas culturais e em aldeias indígenas pensando em proteger eles, em achar que só ali vão conseguir ser índios”, declara Baptista. O vice cacique da Kakané Porã, Albert Paraná Costa, conta que cerca de uma vez por mês os descendentes da etnia Xetá que vivem na aldeia se reúnem para conversar e conhecer as histórias do seu povo. O jovem é engajado na luta dos direitos indígenas e contra o preconceito. “Sempre nós temos que estar lutando por alguma coisa”, conclui Costa. Segundo a articuladora da Cohab da regional Tatuquara, Adenilza Oliveira, a comunidade foi construída em formato circular e sem subdivisão dos lotes para lembrar uma aldeia indígena tradicional. A princípio, a Cohab, - a quem pertencia o território - cedeu a área em formato de comodato para que os indígenas pudessem utilizar o terreno. Em 2015, a diretoria responsável decidiu doar o local para os indígenas e desde então está em processo de transferência, informa Adenilza.

Grafite na parede externa de uma casa com o rosto de menina indígena

O Brasil tem 896,9 mil pessoas que se declaram ou se consideram indígenas de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas apenas 36,2% deles vivem em áreas urbanas, aponta a pesquisa.


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Economia

Previdência privada ganha espaço durante discussão sobre reforma Sofia Magagnin

Tal modelo de capitalização tem como objetivo complementar a renda em relação à aposentadoria do INSS

rador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que se diferenciam pela incidência do imposto de renda sobre os rendimentos dos assalariados. Quando optado por fazer um plano em banco privado, no final do tempo estipulado, existem duas opções para o recebimento da renda. “É possível resgatar esse dinheiro ou transformar em benefício, que seria a renda vitalícia ou temporária”, explica a gerente bancária, Izabele Zanini.

Leonardo Pedrollo 5º período Sofia Magagnin 3º período

A previdência privada tem por objetivo complementar a renda do INSS

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o Brasil, a expectativa de vida da população aumentou em comparação a anos anteriores e chegou aos 76 anos, segundo o mais recente levantamento da Tábuas Completas de Mortalidade, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2017. Esta mudança de perfil impacta no sistema de aposentadoria, pois indica que os aposentados têm vivido mais e os contribuintes ativos no mercado de trabalho

zada uma contribuição mensal para a instituição responsável pelo plano, que investe o valor no mercado financeiro e reserva o dinheiro para que seja revertido em renda futura. Para o profissional, a previdência privada engloba três fatores: rentabilidade do plano, valor aplicado e tempo de contribuição. “Tempo e dinheiro são inversamente proporcionais, quanto mais se tem um, menos se precisa do outro”, enfatiza.

A jornalista Aline Radominski, 34 anos, é adepta do modelo de aposentadoria aberta. Decidiu investir para complementar a renda da aposentadoria e não depender integralmente do governo. “Não sei como vai ser no futuro, com a reforma da Previdência que vem se falando”, relata. Aline tem o desejo de abrir mão da contribuição obrigatória do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Gostaria de optar por não contribuir para a Previdência Social, porque

para garantir essa rentabilidade é preciso que o mercado seja dinâmico e que as empresas sejam lucrativas”, alerta . Segundo os especialistas consultados, tanto a Previdência Social quanto a privada são arriscadas, mas também têm suas vantagens. O modelo do INSS é visto como vantajoso porque engloba políticas assistencialistas e coberturas adicionais. Já a previdência privada, por ter objetivo de complementaridade, incentiva a independência financeira do contribuinte.

Cuide de suas finanças pessoais Para sobrar dinheiro e investir na previdência privada, é necessário poupar:

“Tempo e dinheiro são inversamente proporcionais , quanto mais se tem um, menos precisa do outro”

precisam contribuir por mais tempo. Nesse contexto do modelo da Previdência Social, a previdência privada está cada vez mais em evidência e já abrange cerca de 10% da população brasileira. A previdência privada é um regime de capitalização em que o valor da aposentadoria é reflexo do que foi contribuído durante anos, de acordo com o consultor administrativo e financeiro do Fundo Paraná, Thiago Nieweglowski. Nesse sistema, é reali-

Nieweglowski explica que em seu padrão atual, a previdência privada se limita a dois modelos: fechada e aberta. O sistema fechado diz respeito aos planos geridos por fundos de pensão. Esses planos exigem um vínculo com um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e são destinados a um grupo específico de pessoas ou categorias profissionais. Já a previdência aberta engloba os correntistas de bancos e seguradoras. Existem dois tipos de planos dentro do modelo aberto, o Plano Ge-

esse é um dinheiro que tenho quase certeza que não vou ver de volta”. Para ela, migrar o valor da contribuição para a iniciativa privada seria a melhor solução. De acordo com o economista e consultor de planejamento, Daniel Poit, assim como a Previdência Social, o modelo privado também pode ser perigoso. “Há o risco de ser partícipe de um sistema de economia de mercado. A previdência privada é um fundo de investimento. Então precisa garantir rentabilidade e

Reveja suas despesas

Não gaste de forma desnecessária

Planeje seus gastos

Sofia Magagnin

Diminua o padrão de vida

Quite suas dívidas

Pense no seu futuro Os bancos privados oferecem dois modelos previdenciários


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Política

Declarações de Bolsonaro geram atos a favor e contra a ditadura Em Curitiba, a manifestação exaltou a democracia e a diversidade Andrey Ribeiro Mariana Castilho e Marina Prata 3º período

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Andrey Ribeiro

golpe militar que depôs do poder o então presidente João Goulart completou 55 anos no dia 31 de março e a data provocou manifestações de aprovação e desaprovação ao regime militar por todo o Brasil. Em Curitiba, ocorreu a manifestação “Ditadura Nunca Mais”, um protesto contrário à declaração do presidente, que reuniu aproximadamente 400 pessoas, de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar. O grupo caminhou da Praça 19 de Dezembro até a Boca Maldita, no centro da capital paranaense. Uma das organizadoras da passeata promovida pelo movimento #CWBResiste Ana Spreizner acredita que ir às ruas é uma forma de deixar na história a atenção da sociedade diante dos acontecimentos políticos. “Todos os atos que promovemos nascem nas redes sociais e acabam se somando a outras organizações”, conta. Vino Carvalho, que também integra a iniciativa, defende que o foco não deve estar só na forma controversa do presidente de governar. “É importante não ficar só reagindo às polêmicas e manter o protagonismo, para

Comunidade LGBT foi uma das apoiadoras do movimento uma sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), em Curitiba. A estudante Yasmin Basniak, 15 anos, acredita que a população brasileira é alienada aos acontecimentos do passado, e que as manifestações podem ajudar

intensa e terá consequências que ecoam na sociedade inteira. Isso gera atos de intolerância ainda mais acentuados do que temos visto”. A declaração do presidente tem impacto no governo e na sociedade. É o que afirma o

O deputado estadual Goura Nataraj (PDT) acredita que o governo federal precisa atender toda a sociedade. “Não é governar para quem votou neles, e sim para todo mundo, sem distinção”. Além disso, o deputado afirma que as manifestações são importantes, pois dizem respei-

“Comemorar a data pode conturbar ainda mais a governabilidade” mostrar que também anunciamos um novo mundo à medida que nos mobilizamos”. O professor de história Ironir Ramos compareceu à manifestação devido ao que viveu na época do regime militar no Brasil. “Foi muito perigoso, eu não tinha paz na escola, no que eu escrevia, no que eu falava”. Ramos conta que em 1982, perto do fim da ditadura, foi preso e submetido a torturas morais em

a esclarecê-los. “Eu não vivi no período da ditadura, mas estou aqui para que não aconteça de novo. Como uma pessoa jovem, quero estar presente porque sou o futuro”, afirma Yasmin. As manifestações mostram a vitalidade da sociedade civil e garantem a democracia, segundo o sociólogo Cezar Bueno. “Se um presidente faz uma afirmação inconstitucional, é evidente que irá repercutir de maneira muito

cientista político Leonardo Rocha. “Comemorar a data pode trazer consequências jurídicas e conturbar ainda mais a governabilidade, pois causa divergência com uma série de instituições”. A polêmica gerada pode inclusive prejudicar a efetivação de políticas que são pautas do governo, como a reforma da Previdência. Por outro lado, Rocha pondera que o posicionamento é uma forma de dialogar com o setor que elegeu Jair Bolsonaro. Andrey Ribeiro

Na para da praça Santos Andrade foi ministrada uma aula pública sobre a ditadura

to a um período de ameaça aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Por sua vez, o deputado estadual do PSL Subtenente Everton, defende que o posicionamento do presidente é particular e faz parte de seu perfil incisivo, que choca a sociedade por se diferenciar dos últimos governos. O Subtenente considera o regime militar um fato histórico que deve ser lembrado, para que se aprenda com os erros e acertos. “É preciso ensinar sobre o período de uma forma mais ampla, sem colocar questões ideológicas na frente. Pautar convicções na paixão faz deixarmos a razão de lado”, argumenta o colega de partido do presidente. O ativista de direita Eder Borges acredita que a intervenção de 1964 foi necessária para conter o totalitarismo de esquerda, e que a história tem que ser contada da maneira correta. “Precisamos saber o que realmente aconteceu em 64. Não foi um golpe, e sim um contragolpe”. Borges defende que a sociedade passou por um período de mentira e desinformação a respeito do militarismo, que conteve a ameaça do comunismo.


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Politics

Bolsonaro’s declarations create acts in favor and against the dictatorship In Curitiba, the manifestation praised democracy and diversity Andrey Ribeiro Mariana Castilho e Marina Prata 3rd period Translated by: Vitoria Gabardo 8th period

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Andrey Ribeiro

military coup that deposed from power then President João Goulart completed 55 years on March 31 and the date caused manifestations of approval and disapproval to the military regime through all of Brazil. Acts from both sides gained strength due to the order from President Jair Bolsonaro to celebrate the historic event. In Curitiba, a manifestation against the declaration took place and reunited more than 400 people, according to the Military Police’s press office. The group walked form Square 19 de Dezembro to Boca Maldita, in the center of the paranaense capital. One of the organizers of the march promoted by the movement #CWBResiste Ana Spreizner believes that going to the streets is a way to leave in history the attention of society in the face of the political events. “All the acts we promote are born in social media and end up adding to other organizations”, says. Vino Carvalho, who also integrates the initiative, defends that the focus should not be only in the controversial governing way of the President. “It is important to not only react

LGBT community was one of the supporters of the movement in an office from the Department of Political and Social Order (DOPS), in Curitiba. Student Yasmin Basniak, 15 years old, believes that Brazilian population is alienated to the events of the past, and that the manifestations can help

sequences that reverberate in all of society. This creates acts of intolerance even more intense than we have seen”. The declaration by the President has impact in the government and in society. That is what political scientist Leonardo

State Representative Goura Nataraj (PDT) believes that the federal government needs to attend all of society. “It is not govern for those who voted for him, but for everybody”. Besides that, the representative affirms that the manifestations are important, because they

“Commemorate the date can disturb even more the governability” to the controversies and keep the protagonism, to show that we also announce a new world as we mobilize ourselves”. History teacher Ironir Ramos showed up to the manifestation due to what he lived through in the military regime period. “It was very dangerous, I didn’t have peace at school, in what I wrote, in what I said”. He tells that in 1982, near the end of the dictatorship, he was arrested and submitted to moral tortures

enlighten them. “I didn’t live in the dictatorship period, but I am here so that it doesn’t happen again. As a young person, I want to be present because I am the future”. The manifestations show the vitality of the civil society and ensure democracy, according to sociologist Cezar Bueno. “If a president makes an unconstitutional affirmation it is evident that it will spread in a very intense way and will have con-

Rocha affirms. “Celebrate the date can bring juridical consequences and disturb even more the governability, because it causes divergences with a series of institutions”. The polemic created can even harm the realization of politics that are in the government’s agenda, such as the Welfare Reform, for example. On the other hand, Roche considers that the positioning is a way of dialogue with the sector that elected Bolsonaro. Andrey Ribeiro

At Square Santos Andrade a public class about the dictatorship was ministered

represent a period of threats to human rights and also to liberty of expression. On the other hand, state representative from the PSL sub-lieutenant Everton, defends that the positioning of the President is private and it is part of his incisive profile, which shocks society because it is different from the last governments. The sub-lieutenant considers the military regime a historical fact that should be remembered, in order to learn with the mistakes and successes. “It is necessary to teach about the period in a more wide way, without putting ideological question at the front of it. To mold convictions through passion makes us leave reason aside”, argues the party colleague of the President. Right activist Eder Borges believes that the intervention of 1964was necessary to contain the totalitarianism of the left, and that history has to be told in the right way. “We need to know what actually happened in 64. It wasn’t a coup, it was a backlash”. Borges defends that society went through a period of lie and misinformation when it comes to militarism, which suppressed the threat of communism.


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Inovação

Empresas brasileiras estão investindo em employer branding Pesquisa afirma que empresas brasileiras compreendem a importância do funcionário para construir uma reputação no mercado Anna Padilha 3º período

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Anna Padilha

s empresas brasileiras estão preocupadas com a reputação criada por seus funcionários. Uma pesquisa inédita feita no fim de 2018 pela plataforma employer branding Brasil aponta que 62% das corporações pretendem aumentar investimentos em marca empregadora até o ano de 2020. Doutor em marketing e especialista em branding, Karlan Muniz explica que enquanto o branding representa o conjunto de atividades que administram uma marca, visando seu desempenho crescente no mercado através da empatia com o consumidor, o employer branding coloca o funcionário em uma posição de destaque, como representante oficial da marca e de seus valores e propósitos. Muniz também afirma que marcas que usam o employer branding têm um maior destaque: “quando o atendimento está no cliente, o funcionário é a empresa, a representação dela. As atitudes dos funcionários vão diretamente construir a marca daquela empresa. As pessoas personificam a marca”. Assim como o local, a decoração e o produto, o funcionário também comunica a marca para o público. Débora Alcântara,

O pato é o símbolo do Orna Café e está espalhado por todo o estabelecimento para reforçar a marca funcionários comunicam este propósito para que “o mundo Orna” faça sentido. Para o atendente do Orna Café, Pooljon Martin, a experiência de trabalho em uma empresa que se preocupa com o employer branding é motivadora e diferente: “em outras empresas não me sentia tão importante quanto me sinto ali no Orna Café”. Martin afirma que a ideia de que o

adotar para investir no employer branding. São eles: employee Value Proposition (24%) – o que a empresa pode oferecer aos funcionários como diferencial; employee journey (18%) – a gestão da jornada do colaborador; ações de Inclusão (10%). Para o gerente de pessoas e cultura do GRPCOM Fábio Oliveira, o melhor treinamento de employer branding é a com-

que é o foco maior, ou se está no financeiro, dando crédito, ou na portaria”, relata Oliveira Oliveira ainda afirma que essa metodologia traz resultados, uma vez que o funcionário representa o cartão de visitas da empresa. “As pessoas constroem a reputação nos meios sociais, nas rodas de amigos, nos colégios, nas faculdades. Estão falando da empresa todo o tempo.

“Em outras empresas não me sentia tão

importante quanto me sinto ali no Orna Café” co-fundadora do Orna Café, cafeteria de Curitiba, afirma que a prioridade das marcas que criou – linha de maquiagens, bolsas, cursos online e presenciais, e o próprio café –, sempre foi proporcionar uma experiência para seus consumidores, e que seus

funcionário representa a marca é passada para todos os colaboradores que entram na empresa através de reuniões e workshops. A pesquisa da Employer Branding Brasil revelou os principais métodos que as empresas irão

preensão do DNA da empresa: “aqui na nossa empresa por exemplo, o propósito da organização é o desenvolvimento de toda a sociedade. Todos precisam saber no que o seu trabalho está contribuindo para isso, independente se é da redação,

Employer branding nas empresas O employer branding nas empresas pode ser iniciado pelo RH ou com a criação de novos departamentos

36% Das ações de employer branding são tratadas pelo RH

24%

Das empreas não possuem uma área específica para a realização das ações de employer branding

35%

63%

Do número de profissionais das equipes responsáveis pelo employer Branding deve aumentar

Das equipes responsáveis pelo employer branding devem permanecer com o mesmo número de profissionais

Fonte: employer branding Brasil

Arte: Anna Padilha l Comunicare

Hoje em dia vagas não são mais divulgadas, tudo acontece por indicação e as pessoas indicam pessoas que elas gostam para trabalhar com elas”. Ana Carolina Belle é gerente de projetos nas frentes de treinamento e desenvolvimento de executivos e equipes, na FIND Human Capital, empresa de aumento de performance corporativa, e aponta a importância da inserção do employer branding: “treinamentos são importantes e podem transitar por temas que incluam informações sobre a cultura organizacional, sobre a estrutura, objetivos da companhia e sobre protagonismo”. Ana também lembra que ações de treinamento são apenas uma parte do processo de aprendizagem. É relevante comunicar aos funcionários seu valor, e oferecer uma vivência de sua importância nos processos da empresa. A comunicação interna cria uma marca empregadora forte, e além de ser destacada no mercado, também faz a empresa ganhar mais clientes, finaliza a gerente da FIND Human Capital.


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Internacional

Da revolta ao empoderamento: 50 anos de Stonewall

Paula Araujo

Kent State University relembra o acontecimento em peça teatral Paula Araujo 5º período Intercâmbista em Kent State University, Ohio

Os alunos usaram blusas de diferentes cores para representar a bandeira LGBT

A

té 1962, a prática homosexual era considerada crime nos Estados Unidos, portanto, eram incomuns lugares que aceitavam homossexuais. Os poucos que existiam eram constantemente fechados pela polícia. Porém, anos mais tarde, no dia 28 de junho de 1969, o bairro Greenwich Village, em Nova Iorque, foi palco de um importante acontecimento para a luta dos direitos LGBT, nos Estados Unidos e no mundo.

e não atendia às exigências de segurança e sanitárias. Porém, era o único lugar publicamente gay na cidade, sendo conhecido por seu maior atrativo: a dança. No Stonewall Inn, toda comunidade LGBT, podiam dançar sem serem repreendidos.

O bar Stonewall Inn era conhecido por ser frequentado pela comunidade LGBT, e se tornou o único bar gay em Nova Iorque. Para que fosse mantido aberto, mafiosos donos do local na época, a Família Genovese, pagava uma propina semanal à polícia. O bar não tinha licença para vender bebidas alcoólicas

presos. Na madrugada do dia 28 de junho, policiais decidiram invadir o bar, esperando que fosse algo comum como as outras vezes, no entanto, os 200 clientes presentes se recusaram a serem alinhados e revistados, e uma pequena multidão se aglomerou ao redor do bar.

Mesmo com as propinas, batidas policiais eram comuns. Funcionários, clientes sem documentos e homens vestidos como mulheres, eram frequentemente

De acordo com relatos dos presentes no dia, uma briga entre uma mulher e um policial foi o estopim. A mulher pediu que a multidão a ajudasse, e o sentimento de revolta tomou conta. Garrafas, tijolos e lixos em chamas foram jogados contra o bar, que foi destruído. Meio século depois, alunos da Kent State University, no estado de Ohio (EUA), tiveram a idea de comemorar os 50 anos da

é feita por uma comunidade, sobre uma comunidade e para a comunidade, independente de gênero ou orientação sexual”, conta Appleby. A professora de estudos LGBT, Laura Vachon, ajudou a planejar a peça, e se surpreendeu com o envolvimento dos alunos. “Foi emocionante. Excederam minhas expectativas, o envolvimento deles me dá certeza de que essa geração será melhor”.

“A peça é feita por uma comunidade para a comunidade, independente de gênero ou orientação sexual” revolta em uma peça teatral. O estudante de teatro Paul Appleby ajudou a escrever o roteiro e fez parte do elenco. Ele conta que, além do aniversário, a ideia surgiu baseada na tensão atual do mundo. Atualmente muitas minorias estão se recusando a serem marginalizadas, e o sentimento de revolta cresce. “A peça

A madrugada de Stonewall durou 45 minutos e deu início ao sentimento de orgulho de uma comunidade completamente ignorada na época. Marchas em apoio aos LGBT´s começaram a ser feitas no mundo todo, e por isso no dia 28 de junho é comemorado o dia internacional do orgulho LGBT Paula Araujo

Stonewall foi a fagulha que inspirou o mundo


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Esporte

Esporte contribui para a reabilitação de deficientes físicos Condicionamento físico e preparação psicológica são fundamentais para a prática de desportosparalímpicos Marco Costa 3º período

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Guilherme Kruklis

ano de 2019 teve bom início para o esporte paralímpico. Atletas de Curitiba foram destaque na 1ª Etapa do Circuito Nacional de Esgrima em cadeira de rodas e conquistaram seis medalhas na competição. Os esgrimistas treinam na Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), que atua na reabilitação de pessoas com deficiência física e conta com equipes de fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional. Atleta bicampeão brasileiro de esgrima em cadeira de rodas e diretor da ADFP, Clodoaldo Lima Zafatoski, conta que o instituto oferece serviço gratuito em todas as áreas, para reabilitação física, educacional, esportiva e mercado de trabalho. “Esporte é o nosso carro chefe, o deficiente sai da recuperação e, caso se adeque, vai para os esportes. Possuímos sete modalidades: atletismo, basquete, bocha, tênis de mesa, esgrima, natação e tiro esportivo”. Depois de começar sua carreira na esgrima, Zafatoski se apaixonou pelo esporte e conquistou títulos. “Fui experimentar,

Aulas de tênis de mesa sob cadeira de rodas na Associação dos Deficientes Físicos do Paraná O esgrimista conta que as partes física, técnica, tática e psicológica são os quatro pilares do esporte. “Eu tinha bons resultados quando treinava a parte física e técnica, mas quando comecei a treinar a tática e o psicológico eu deslanchei, subi de nível”. Atleta de rugby em cadeiras de rodas, da Saúde Esporte Sociedade Esportiva, associa-

informa que um dos principais problemas é onde praticar. “Local de treino é uma das dificuldades. Alegam que estragam as quadras. Hoje, treinamos na rua da cidadania do Boa Vista, mas a falta de pessoas para ajudar na realização do jogo também é uma dificuldade. É complicado doar seu tempo e não ter um retorno financeiro”, relata a atleta de rugby em cadeira de rodas.

Ainda a respeito das dificuldades que atletas paralímpicos passam, o técnico de tênis de mesa para deficientes físicos da ADFP, Benedito Rodrigues de Oliveira, diz que o incentivo deve vir dos pais. “O incentivo para as pessoas com deficiência vem da família, introduzi-los no esporte é o que deveria ser feito, mas normalmente a família esconde a deficiência do filho”.

“A preparação física e a psicológica têm

que andar juntas, uma coisa afeta a outra” gostei e do momento que iniciei não parei mais”. Ele ainda conta que sofreu constrangimentos, mas não se abalou. “Passei por alguns tipos de preconceitos, levei sempre na boa. O preconceito acontece e você vai enfrentá-lo do jeito que você absorve, então depende de como você encara ”.

ção que visa contribuir para o crescimento do esporte olímpico e paralímpico, Tainá Melany Santos, também relaciona o condicionamento físico com o psicológico. “A preparação física e a psicológica têm que andar juntas, uma afeta a outra e as duas devem estar em sintonia”. Sobre as dificuldades de praticar um esporte paralímpico, a atleta

Especialista em medicina do esporte, Marco Antonio Pedroni explica que o exercício físico é fundamental para a saúde do atleta. “O esporte, além de dar um condicionamento, ajuda no processo lúdico e de socialização. No caso dos deficientes físicos, isso é muito importante porque a integração dos mesmos é sempre essencial”.

Já o atleta de rugby, da Saúde Esporte, Raphael Demóstenes Cardozo, ressalta a importância da divulgação do esporte paralímpico desde cedo para que crianças possam conhecer as modalidades e mesmo com deficiência praticá-las.

Guilherme Kruklis

Associação dos Deficientes Físicos do Paraná


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Exposição em Curitiba promove mulheres na arte Primeira mostra feita exclusivamente por mulheres na capital paranaense discute questões femininas a partir da autobiografia das artistas Carolina Bosa 3º período

N

Cultura

Carolina Bosa

o dia 16 de março aconteceu a estreia da exposição “Mulheres Inventadas”, no Museu Municipal de Curitiba (MuMa), também conhecido como Portão Cultural. As seis artistas que participam do coletivo, com trabalhos autobiográficos, são Agnes Vilseki, Evary Leal, Karla Keiko, Laiz Zotovici, Nicole Lima e Verônica Fukuda. Além de trazer visibilidade, as artistas acreditam que no contexto atual do mundo, a importância de mulheres exibindo arte é fundamental para que a luta pela igualdade de gênero ganhe mais força. “O engraçado é que a primeira vez que eu ouvi que o meu trabalho era muito feminino eu fiquei ofendida, achando que o meu trabalho era menor. Achando que aquilo significava algo pejorativo”, afirma Nicole. Hoje a artista, professora e também mestre em Artes Visuais, não vê mais esta questão como um juízo de valor, mas sim como uma mera característica. Outro ponto apresentado foi a diferença de interesses dos trabalhos dos homens e das mulheres. “Os homens acabam sempre ocupando um lugar de destaque,

Exposição Mulheres Inventadas, no Museu Municipal de Curitiba (MuMa) casada e doméstica ou viver para a arte. “Só no século XX que isso realmente muda de figura, com as mulheres passando a integrar o campo artístico de maneira igualitária, mas ainda com uma participação inferior no sentido de quantidade mesmo”. As artistas de “Mulheres Inventadas” comentam sobre a experiência da união do trabalho em grupo, do compartilhamento

visibilidade, seja através da imagem, da poesia, da música ou do texto, ela é sempre democrática e invade os espaços. “Até hoje, tudo o que eu fiz de artístico, por mais que tivesse algum impulso dentro de mim, nada era tão grande quanto isso”. A artista acredita que cada pedaço dessa exposição é um momento de busca.

decidiu que a exposição seria feita no mês de março, para se referir ao mês da mulheres. A analista administrativa, Débora Rodrigues, conta que gostou muito da experiência de visitar uma exposição feita só por mulheres. A jovem ainda acrescenta que percebeu que o espaço Portão Cultural está procurando divulgar mais os trabalhos artísticos das mulheres.

“Por mais que tivesse algum impulso dentro de mim, nada era tão grande” na fotografia por exemplo, por tratarem de questões do mundo externo. Já as mulheres, ao exibirem mais temáticas internas e pessoais são rejeitadas no campo de trabalho”, diz Evary.

das histórias umas com as outras, dos encontros para discutir o andamento dos projetos e da luta para conseguir transmitir, através da arte, pensamentos e sentimentos de todas.

De acordo com Nicole, os padrões impostos às mulheres artistas no século XIX obrigavam as mesmas a escolher o caminho tradicional de mãe,

Agnes acredita que a arte é muito poderosa, sendo capaz de grandes transformações nas pessoas. Verônica acrescenta que a arte é expressão e que cria

“Nos mostrando visíveis, aparecendo, fazendo, trazendo para o real o nosso sentimento, a gente está fazendo as outras mulheres se olharem”, comenta Laiz. O coordenador do Muma, Rodrigo Marques, explica que a seleção da exposição foi feita através de um edital organizado pela Fundação Cultural de Curitiba. Marques ainda acrescenta que

As artistas concluem que os trabalhos foram feitos com o objetivo de que as pessoas levem algo de bom para casa. Que as faça refletir sobre as questões femininas e sobre a história de cada uma destas mulheres. A exposição “Mulheres Inventadas” fica em cartaz no Muma até o dia 12 de maio deste ano. Carolina Bosa

Obra de Evary Leal, projeto “Os Buracos da Mãe”


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Curitiba, 09 de Abril de 2019

Ensaio

Manifestação “Ditadura Nunca Mais” em Curitiba O ato percorreu pontos que remetem ao período da ditadura, como o Terminal do Guadalupe, que serviu como um local de encontro para as pessoas contrárias ao regime e o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), prédio que funcionava como a delegacia durante a intervenção de 64 Andrey Ribeiro Marina Prata 3º período Muitos manifestantes remeteram o ato à campanha #EleNão de 2018

Professora que contribuiu para aula pública

Parada em frente à Casa do Estudante, convocou universitários a participarem

A ação reuniu pessoas de todas as idades

O verbo “lutar” foi muito utilizado pelos manifestantes como grito de guerra


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