Revista CDM Digital #26

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Revista -Laboratório | Jornalismo PUCPR Ano 11 | Edição26

ARTE DE RUA INVADE CURITIBA Políticas Públicas - Cidades - Internacional - Comportamento - Lazer - Tecnologia - Esporte - Cultura - Ensaio Fotográfico


CIDADES

POLÍTICAS PÚBLICAS

Sumário

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20 - ADOTE SUA PRÓPRIA NUVEM

- O LADO B DA QUESTÃO - CAPITAL PARANAENSE VISTA PELOS TURISTAS

ESPORTE

TECNOLOGIA

- ESTAÇÕES DE LIVROS PEDEM PASSAGEM - INCENTIVO SEM BUROCRACIA

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- A VIDA DE QUEM VIVE CORRENDO - A TECNOLOGIA COMO AUXÍLIO AOS CORREDORES

REITOR Ir. Clemente Ivo Juliatto CORPO DA MATÉRIA Revista Laboratório do Curso de Jornalismo PUCPR Pontifícia Universidade Católica do Paraná R. Imaculada Conceição, 1115 Prado Velho, Curitiba PR Ano 11 | Edição 26

DECANA DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES Eliane C. Francisco Maffezzolli COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Julius Nunes


LAZER E COMPORTAMENTO

INTERNACIONAL

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CULTURA

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- O CAFÉ DE TODO DIA

- DE QUEM É A RUA?

COORDENADOR EDITORIAL Julius Nunes COORDENADOR DE REDAÇÃO/ JORNALISTA RESPONSÁVEL Paulo Camargo (DRT-PR 2569) COORDENADORA DE PROJETO GRÁFICO Juliana P. Sousa PROJETO GRÁFICO Helena Salgado

- A CURITIBA QUE CEGOS ANGOLANOS CONSEGUEM ENXERGAR - CIDADE MODELO TEM DEFICIÊNCIAS

ENSAIO FOTOGRÁFICO

- SOCIALISMO ALEGRIA E RESPEITO À MODA CUBANA

ESTUDANTES Ailton Sirqueira, Ariane Gonçalves, Bianca Caroline Santos, Bianca Luiza Thomé, Bruna Habinoski, Caio Henrique Rocha, Camila Vichoski, Carolina Cachel, Cecília de Moura Santos, Flavio Trindade, Francisco Mallmann, Harianna Andressa da Silva, Helena Bianchi Goes, Helena Salgado, Hellen Rocha de Albuquerque, Heron Fermiano, Isabela Saciotti, Jessica Fernanda dos Santos, João Pedro Alves da Silva, Karen Okuyama, Lais Capriotti, Laura Aguiar, Leticia da Rosa, Letícia Ignácio, Letícia Strivieri, Marcio Marcellino, Marcos Garcia, Mayara Breda, Natalia Concentino, Nivia Kureke, Paulo Henrique Semicek, Perdo Henrique Domingues, Rafaela Bez, Rodolfo Kowalski, Rosana Moraes, Ruthielle Borsuk, Samara Macedo, Vitor Hugo Santos.


POLÍTICAS PÚBLICAS

ESTAÇÕES DE LIVROS PEDEM PASSAGEM

Mas é claro que, como todo bom fiscal, Santos não gosta quando as coisas não estão como deveriam, e relata o quanto se irrita ao olhar as prateleiras das Tubotecas repletas de panfletos religiosos, deixados por integrantes de algumas igrejas: “Isso me incomoda porque o objetivo do espaço não é esse, mas sim fazer uma interação através da literatura”, ressalta ele.

Camila Vichoski

A

ideia é simples: disseminar a leitura e promover a interação entre os cidadãos curitibanos e o patrimônio público. Já era praticada em outras iniciativas da Fundação Cultural de Curitiba antes da instalação das Tubotecas, em projetos como: Curitiba Lê, o Bondinho da Leitura e as Casas de Leitura espalhadas pela cidade.

Helena Salgado

Todas essas ações, juntamente com sua irmã mais nova, possuem o mesmo objetivo: promover o hábito da leitura seja ele em casa, em rodas de contação de história, bibliotecas, ou em pontos de ônibus.

“O livro é de graça e é da cidade.” - Lilian da Silva Soares.

Na verdade, o que se espera com as Tubotecas é estimular o hábito de ler, principalmente nos pontos de ônibus, pois é lá que algumas dezenas de livros aguardam “ansiosos” por seus passageiros-leitores. Alguns nem tão passageiros assim, como é o caso do fiscal da URBS Almir Nascimento dos Santos, que trabalha nos postos de fiscalização e encontrou nas Tubotecas uma fonte de conhecimento – até já levou um livro de caricaturas para casa – e não somente algo novo para fiscalizar. 04

A caixa do Bondinho recebe uma única doação.


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DAS CASAS DE LEITURA ÀS TUBOTECAS A distância entre o Bondinho da Leitura e a Tuboteca fiscalizada por Santos é pequena, tanto no plano geográfico como no subjetivo. Afinal, é do Bondinho que parte boa quantidade dos livros destinados às estações-tubo. O lugar é algo fantástico e imóvel diante da movimentação frenética da Rua XV e é lá que se encontra um personagem muito importante para a história das Tubotecas: uma caixa de papelão grande, disposta na entrada e à espera de doações de livros por parte da população.Apesar de convidativa, a caixa estava vazia. Lilian da Silva Soares, agente responsável pelo Bondinho da Leitura, esclarece a situação das doações: “Qualquer pessoa pode vir até o Bondinho, ou a qualquer outro espaço de leitura da Prefeitura, e doar um livro de literatura e esses livros vão para as Tubotecas. Nós recebemos muitas doações, mas, geralmente, são vindas de instituições. Por enquanto, a comunidade não se manifestou com tanto peso, porque ainda é uma novidade, uma moda que esta começando a pegar”. A agente explica que iniciativas como essa surtem efeito a longo prazo e que são interessantes pela possibilidade de participação da sociedade, não apenas como beneficiária mas também como ser atuante.

Helena Salgado

“Acredito que as Tubotecas vão provocar um pensamento de proximidade das pessoas com o patrimônio público. O livro é de graça, as pessoas podem pegar, devolver, podem doar. Ele é de graça e é da cidade”, afirma.

Mais adiante, no Largo da Ordem, está a Coordenadoria de Leitura da Fundação Cultural onde, como o nome já diz, coordenam-se todos os projetos associados à literatura. A agitação em torno das Tubotecas é grande: observa-se uma correria de lá para cá com doações recémchegadas vindas de editoras, instituições, escritores e de acervos particulares. A coordenadora de leitura, Mariane Torres, relata que a correria e o fluxo de doações têm mesmo de ser grandes, pois as prateleiras das dez Tubotecas são reabastecidas diariamente: “A gente repõe livros todos os dias, mas a saída é muito rápida. Inclusive, nós procuramos fazer essa reposição em horários diferentes para contemplar pessoas que passam em diversos horários”, comenta. Mariane explica, ainda, que as Tubotecas são uma parceria da Fundação Cultural com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e ressalta que a ideia a se estabelecer junto a população é a de compartilhar.

“A gente repõe os livros todos os dias, mas a saída é muito rápida.” - Mariane Torres. Tuboteca na estação da Praça Carlos Gomes. Corpo da Matéria - Junho 2013


Políticas Públicas

INCENTIVO SEM BUROCRACIA

Helena Salgado

O

destino deles mudou, tudo agora é diverso. (...) O destino deles é outro. A luta mudou seus destinos”. “Que iriam fazer? Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos (...)”. O que seria o “destino” para os Capitães de Areia, do romance Jorge Amado? Teria ele a mesma essência da “terra desconhecida e civilizada” de Graciliano Ramos?

Helena Salgado

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Dois mundos distintos, inseridos em uma atualidade urbana, conturbada. Para alguns, uma pequena estante em um ponto de ônibus, para outros, um portal, de livre passagem para outros mundos e histórias. Os apressados a ignoram, os curiosos se aproximam. O que seria aquilo de nome “Tuboteca”? Os corajosos, como a curitibana Sandra Borges, dizem não pensar duas vezes: “Já peguei e levei um”. O prazer de escolher um livro, longe dos prazos de qualquer tempo, comprometimento ou exigência, definem o projeto implementado pela Fundação Cultural de Curitiba, surpreendendo os que por ela passam. Aos olhos do estudante Luis Henrique Bezerra, “sem burocracia e nenhuma responsabilidade tão grande perante aquele livro, a iniciativa incentiva os cidadãos a ler”.

“Já peguei e levei um.” - Sandra Borges. Cidadãos com diferentes gostos e personalidades, inseridos em realidades diversas, como Maiara Fernandes, que mesmo sentada em frente àquela despercebida estante, se mostra surpresa ao descobrir sobre a iniciativa: “Estou sabendo agora que vocês comentaram. Acho legal. Assim eu teria mais vontade de ler, porque eu já não gosto de ler. Mas assim, sem burocracia, seria bom”. Para Maria Paula Cordeiro, vendedora de pipoca e leitora assídua, a funcionalidade da Tuboteca se mostra utópica: “Tem que pagar a tarifa da passagem pra entrar no ponto de ônibus. Pagar uma passagem para pegar um livro? Eu não concordo.”. Mas não deixa de demonstrar aprovação pela inovação. É o poder da educação desvendando heróis adormecidos, que ao atravessarem este portal de sonhos, certamente poderão transformar a realidade de nossa cidade.

ONDE ENCONTRAR? Corpo da Matéria - Junho 2013


CIDADES

nalidade, deve-se levar em conta, principalmente, a visão que o jovem tem sobre o problema. “De nada adianta discutirmos so¬bre juventude e criminalidade, sem antes ouvir¬mos a voz desses jovens. Daqueles que estão calados e ocultos perante a grande massa de informação. Ouvindo-os, o debate será, enfim, verdadeiro”, afirma.

O LADO B DA QUESTÃO Rafaela Bez

do que um adulto. É o que revela estudo do Ministério da Justiça feito em colaboração com o Instituto Sangari.

MAPA DA VIOLÊNCIA

No dia primeiro de julho de 2012, em uma confraternização da Torcida Organizada Fúria Independente, três carros em alta velocidade passam. Inesperadamente, ocupantes do veículo começaram a disparar tiros incansavel-mente, em direção de um grupo que estava conversando tranquilamente no local. A rua estava blo¬queada. Dos 15 tiros lançados, somente um foi certeiro, aquele que foi disparado na cabeça do irmão do auxiliar de produção Alisson Raab Gonciero.

A questão da juventude e da violência é debati¬da pela sociedade de maneira parcial e não leva em conta aspectos estruturais, como o meio em que esses jovens vivem; seus parâmetros soci¬ais, econômicos e familiares.

Rafaela Bez

Seu irmão, Diego Hen¬rique Raab Gonciero, não resistiu e faleceu. Os noticiários afirma¬ram: morre mais um jovem, apenas mais um. “É impressionante, para a sociedade e a mídia, meu irmão foi apenas mais um. Casos assim tornam a violên¬cia exacerbada, cada vez mais comum em nosso meio”, afirma Alisson.

De 92 países participantes do ranking de homicídios entre cri¬anças e adolescentes, o Brasil é o 4.º colocado. Ao analisar os esta-

Segundo o sociólogo e colaborador do Centro de Pesquisa e Apoio ao Trabalhador (Cepat), Jonas Jorge da Silva, ao se discutir sobre juven¬tude e crimiFonte: Ministério da Justica em colaboração com o Instituto Sangari

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A REALIDADE DA JUVENTUDE dos brasileiros, o Paraná ocupa a 9.ª colocação, sendo que sua capi¬tal é a 6.ª mais violenta do país, com uma taxa de 55,9 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em dez anos, mais de 526 mil jovens foram exterminados: isso equivale à soma das populações de Piraquara, Pinhais, Fazenda Rio Grande e Colombo, cidades da Região Metropolitana de Curitiba. Homicídio, acidente de trânsito e suicídio. Juntos, esses três fatores são responsáveis por 62,8% das mortes dos jovens brasileiros. Em 2010, 26.854 mil jovens entre 15 e 29 anos, foram vítimas de homicí¬dio, ou seja, 53,5% do total. A chance de um jovem entre 15 e 29 anos morrer é 2,5% mais alta do que um adulto. É o que revela estudo do Ministério da Justiça feito em colaboração com o Instituto Sangari. Mas, afinal, por que o jovem é visto como causador da violência, sendo que é a maior vítima? “Falta ainda, em nossa sociedade, uma compreensão da juventude: ela não é reconhecida como agente, nem na diversidade de seus grupos atuantes. Precisamos apostar em ações afirmativas e de políticas

“A juventude está sendo exterminada.” - Geraldo Pires.

É difícil pensar em uma realidade comum entre os jovens, já que a juventude tem consigo a diversidade e as diferentes formas de expressão. “Um dos fatores em comum entre a juventude é a criminalização do jovem. Um jovem que comete delitos é julgado como marginal, mesmo se não conhecesse sua realidade e os fatores que o levaram a realizar tal ato”, diz a advogada Tailaine Cristina Costa. “A sociedade vive hoje uma realidade individualista, sendo que esse individualismo leva as pessoas ao desequilíbrio”, afirma Pires. Segundo sociólogos, a cultura da paz deve ser construída com o jovem, e não para o jovem. “A cultura do bem-viver nada mais é do que debater questões e conhecer o lado da juventude, sabendo suas necessidades e o que ela faz.” A cultura da paz é uma cultura pouco debatida e é uma maneira de se viver integrado com as pessoas e com o espaço em que se vive. Uma cultura em que não se aprenda a revidar, mas, sim, a dialogar com as pessoas, estabelecendo assim, uma relação mais harmônica com o meio.

públicas que contemplem os (as) jovens. As políticas públicas de juventude buscam avançar para além de temas, como violência ou sexualidade e combater o es¬tereótipo que quer criminalizar a juventude”, ressalva o articulador da Casa da Juventude do Paraná (associação sem fins lucrativos de apoio à evangelização da juventude, promoção de vida, inserção social, defesa dos direitos fundamentais e lutas pela efetivação das políticas públicas para a juventude), Geraldo Paulo Pires. A juventude que morre hoje tem um perfil: sabe-se que sexo ela tem, de onde vem e onde mora. O jovem exterminado hoje é negro, do sexo masculino e morador da periferia. Em dados, 74,6% dos jovens assassinados são negros, e 91,3% das vítimas de homicídio são do sexo masculino. “A juventude está sendo exterminada. A maioria não está morrendo devido a fatores naturais, está morrendo devido às drogas, às armas e os acidentes de trânsito”, ressalta Pires. Corpo da Matéria - Junho 2013


Cidades

Arquivo pessoal dos turistas

“Voltaria amanhã pra Curitiba. Mas só se tivesse um clima melhor” - Francesco Grani.

Visitantes estrangeiros nos principais pontos turisticos de Curitiba

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A CAPITAL PARANAENSE VISTA PELOS TURISTAS

Harianna Stukio Letícia Duarte

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uitos adjetivos definem Curitiba. Seja por todos os seus encantos ou somente por suas belezas naturais, a cidade é cada vez mais visitada por turistas. À trabalho ou a passeio, quem passa pela cidade não esquece nunca mais. Anualmente, a capital paranaense recebe mais de 3,5 milhões de turistas, e não são só brasileiros: estrangeiros correspondem a quase 5% desse total. Não muito conhecida como uma cidade universitária, a capital recebe um número considerável de estudantes, como é o caso do grupo da Kent State University, do estado de Ohio, que veio realizar um intercâmbio de curta duração em Curitiba, no curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A estudante norte-americana Alyssa DeGeorge, 23 anos, estudante de Jornalismo e Design, fez esse programa da Kent State University, em parceria com a PUCPR. Dentre todas as experiências que teve na capital, Alyssa guarda várias recordações sobre as pessoas que conheceu aqui, que são muito diferentes do estereótipo do curitibano reservado – e muitas vezes mal humorado –, a estudante conta que um dos motivos que a fariam voltar para a cidade são os amigos que fez por aqui. “As histórias que eu conto para minha família e para meus amigos são sobre as pessoas que eu conheci em Curitiba. Eles foram prestativos, atenciosos e nos receberam muito bem, o que fez a viagem muito especial.”

A EUROPA DO SUL Conhecida por ser uma cidade diferente das demais pela sua beleza e grandes parques, infelizmente Curitiba também está no ranking das capitais mais perigosas do Brasil, ficando na sexta posição. O dado é ainda mais alarmante quando a capital paranaense também aparece na lista das 100 cidades mais perigosas para se morar no mundo, ficando em 42.ª posição (FONTE: Ministério da Justiça). Mas os turistas que por aqui passam não têm a mesma impressão de quem habita a cidade. Francesco Grani, 25 anos, estudante de Ciências dos Materiais, na Università degli Studi di Padova, em Pádua, na Itália, veio a Curitiba para reencontrar alguns amigos e conhecer a cidade. Quando indagado sobre o que mais chamou sua atenção, Francesco responde: “gostei da cidade, achei muito organizada e limpa, de nível europeu, e ao mesmo tempo também fiquei impressionado pela quantidade de prédios e edifícios de boa arquitetura e com a quantidade e beleza dos parques.” E completa: “Conheço vários curitibanos, eles já me falavam muito da cidade, então eu já tinha uma ideia muito parecida do que a cidade realmente é. Falavam muito da criminalidade, mas não vi quase nada disso”, e ainda brinca: “Voltaria amanhã pra Curitiba. Mas só se tivesse um clima melhor”. Com mais de 40% de seus turistas vindos por motivos de negócios, Curitiba atrai pessoas como Miguel Galeb, de 47 anos. O executivo carioca, que mora em Maceió, visitou a capital paranaense no fim de 2011 a negócios, e voltou em 2012 com a família toda. “O meu encantamento por Curitiba foi tão grande que nas férias de julho trouxe minha esposa e minhas duas filhas para conhecer também.” Assim como existem pessoas que vêm e voltam, existem os turistas que simplesmente ficam, como foi o caso do artesão espanhol Sérggio Pirillo, 54 anos, que há 20 anos vive em Curitiba. “Cheguei, e não voltei”, relembra sorrindo. Sérggio veio a Curitiba para conhecer, e a paixão foi tão grande que ele não voltou para sua cidade natal, Catalunia, na Espanha. “Foi a maior aventura da minha vida.” Corpo da Matéria - Junho 2013

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“T

Rodolfo Luis Kowalski Ruthielle Borsuk

u, que partiste de Cuba, responde tu: onde acharás verde e verde, azul e azul, palma e palma sob o céu? Responde tu”, escreveu o poeta cubano Nicolás Guillén. Desde o dia 1.º de janeiro de 1959, quando o então presidente do pequeno país caribenho, Fulgêncio Batista, deixa sua nação, antevendo a derrota de suas forças para os rebeldes comandados por Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, milhares de pessoas deixaram a ilha. Hoje, aproximadamente, 1,4 milhões de cubanos vivem no exterior, a maioria deles (85,7%) nos Estados Unidos e a maior parte radicada na Flórida.

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Cuba, verdade seja dita, é um país pobre. Antes, era um prostíbulo dos norte-americanos. Quebrou os laços com o país vizinho em 1961, quando forças de exilados cubanos anticastristas formados pelos americanos tentaram invadir o país, na famosa invasão da Baía dos Porcos. A tentativa fracassada de derrubar o recém-formado governo de Fidel Castro resultou na aproximação dos cubanos com os russos e, em 7 de fevereiro de 1962, inicia-se o bloqueio econômico dos EUA a Cuba, definido por Gabriel García Márquez como “uma cruel tentativa de genocídio”.

Apesar das dificuldades, a pequena ilha conseguiu se manter. Passou por grandes dificuldades, especialmente após a queda da União Soviética, conseguindo apenas a partir de 2006 retomar o mesmo padrão de vida do fim da década de 1980. Com cerca de 11 milhões de habitantes, Cuba tem um PIB de US$ 114,1 bilhões (2010 - CIA – The World Factbook: Cuba). Apesar das dificuldades, em 2004 Cuba era o sexto menor índice de pobreza entre os 102 países em desenvolvimento pesquisados, segundo o Pnud, organismo da ONU.

“A única coisa que se desperdiça em Cuba é alegria” - Artur Roman.

AIN / Osvaldo Gutiérrez Gómez

INTERNACIONAL

Socialismo ALEGRIA E RESPEITO À MODA CUBANA

Cubanos em desfile popular pelo 1º de maio


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O consultor de comunicação Artur Roman, de 59 anos, esteve recentemente no país caribenho, em uma viagem que durou duas semanas, nas quais viajou pelo país fazendo trabalho voluntário, com o intuito de “conhecer a realidade cubana”. Simpatizante da revolução, a viagem o ajudou a melhorar a imagem do país. “Tive contato com uma realidade sobre a qual nem pensava. O que me chamou bastante a atenção é que o cubano é um povo que acredita muito na revolução, é muito nacionalista, que tem orgulho das conquistas revolucionárias”, afirmou Roman, cujo pensamento é corroborado pela cubana Maria Teresita Campos Avella, que mora em Curitiba. Professora de Filosofia e Espanhol na Unibrasil e na Universidade Tuiuti, Teresita está desde 2001 no Brasil, tendo vindo por interesse da universidade em que estudava em Cuba. Sua mãe, irmãos e primos ainda moram na pequena ilha caribenha. Ela exalta algumas das conquistas da revolução. “Antes existia muito analfabetismo, não tinha estradas, o que fazia com que algumas províncias ficassem abandonadas. Havia ainda a desigualdade. Cuba era recreio de quem saía de Miami. Após a revolução, tudo isso mudou. Houve reforma agrária. Mas, infelizmente, quem trabalha com turismo ganha muito mais dinheiro do que professores e engenheiros, por exemplo. E o governo incentiva essa camada”, afirmou.

Arquivo pessoal de Maria Teresita

Teresita e Artur ressaltam que Cuba é um país pobre, cuja realidade jamais poderia ser aplicada a do Brasil, um país extremamente rico e muito maior do que o comandado por Raúl Castro,

IRMÃOS CASTRO PREPARAM SUCESSOR Após 54 anos, os irmãos Castro estão perto de deixar o poder em Cuba. Fidel Castro, líder da revolução cubana e hoje com 87 anos, se afastou da Presidência em 2008 devido a sua saúde debilitada. Em seu lugar assumiu Raúl Castro, 82, que logo após ser reeleito anunciou que este seria seu último mandato, se encerrando em 2018. O sucessor deverá ser Miguel Diaz-Canel, de 52 anos, vice-presidente do Conselho de Estado. Segundo Raúl, sua nomeação para o cargo “representa um passo definitivo na configuração da futura direção do país, através de uma transferência suave e ordenada dos cargos do poder para as novas gerações”.

“Cuba era recreio de quem saía de Miami “ - Maria Teresita Campos Avella.

Teresita (à esq) com amigos após espetáculo em Curitiba Corpo da Matéria - Junho 2013


Internacional

AIN/ Yaciel Peña de La Peña

AIN / Oscar Alfonso Sosa

Comemorações do Dia do Trabalho em Cuba, na cidade de Sancti Spíritus e provincia de Las Tunas

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“O cubano é um povo que acredita muito na revolução, é muito nacionalista” - Artur Roman. irmão de Fidel, que se afastou do poder em 2006. O Brasil é hoje a sétima maior economia do mundo e conta com um território de 9.372,614 Km². Cuba tem apenas 114.525 Km². “Cuba é um país pobre que conseguiu erradicar a miséria. Nos países capitalistas estamos acostumados a ver coexistir grande riqueza com miséria. Em Cuba não tem miséria. É um país pobre, mas não é mise-rável. Lá não tem fome, não tem doença, tem escola para todo mundo. Não existe desperdício de nada em Cuba. Lá, a única coisa que se desperdiça é alegria”, afirma Roman. Teresita, por sua vez, afirma ter se chocado com algumas coisas que encontrou no Brasil. “A realidade econômica em Cuba é muito difícil. Existe muita pobreza, mas violência não existe tanto quanto aqui. Aqui há muito desigualdade. Lá, estudo e saúde são gratuitos e não precisa trabalhar pra estudar.” A blogueira Yoanni Sánchez esteve recentemente no Brasil. Em entrevista à Carta Capital, afirmou que a revolução cubana “foi um bom detonante para a energia”,

mas que ela acabou por devorar a si mesma, deixando, assim , de ser uma revolução. “Eu não creio que em Cuba haja um socialismo. Estudei as teorias marxistas, leninistas, a economia socialista, e recordo que praticamente a primeira página desses manuais dizia que uma sociedade socialista ou comunista era onde os meios de produção estavam nas mãos do proletariado. Em Cuba temos um só patrão que se chama Estado ou governo ou Partido Comunista. Esse patrão tem os meios de produção em suas mãos, contrata os ope -rários e lhes toma uma enorme mais-valia”, diz a blogueira. Dizia José Martí: “A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço”. Os cubanos decidiram pagar o preço, enfrentando o imperialismo norte-americano. Condenados a morrer de fome com o bloqueio econômico, recriaram sua economia, baseada na escassez. “As mulheres aprenderam a cozinhar de outra maneira, de acordo com os víveres dis-po-

níveis, e aprenderam a costurar de outra maneira, tirando os fios da própria borda da camisa que deviam remendar”, destacou García Márquez em uma de suas reportagens sobre Cuba, republicadas recentemente no livro Reportagens Política (Editora Record, 2006). Para sobreviver sem o apoio soviético e com o embargo econômico, Cuba foi obrigada a “atualizar” seu sistema econômico e social, segundo afirmou o cônsul Geral de Cuba em São Paulo, Lázaro Méndez Cabrera. “Isso é complexo, não é fácil, é algo em que estamos trabalhando. Fazemos isso sem pressa, mas também sem pausa. Não apurado, mas tampouco parado, vendo muito seriamente o que estamos fazendo, o que estamos introduzindo. Há pessoas que dizem que Cuba está indo rumo ao capitalismo, mas posso assegurar que é precisamente o contrário.” O pulso ainda pulsa. “Cuba livre! Podemos gritar do canhão ao terrível estampido. Do clarim escutai o som, às armas, valentes, correi!”, diz o hino cubano. A pequena ilha caribenha, segundo Roman, pede para ser respeitada em sua de-

Corpo da Matéria - Junho 2013


LAZER E COMPORTAMENTO

A CURITIBA QUE CEGOS ANGOLANOS CONSEGUEM ENXERGAR U

Bruna Habinoski Cecília Moura

ma vida de sensações, vivida de outro ponto de vista, porém muito feliz. É assim que Wilson Ganga Madeira, 26 anos, define ser a existência de quem não “enxerga”. Sim, não enxerga entre aspas, pois o que os olhos não veem, o coração e outras partes do corpo sentem, e muito. A história, a princípio, poderia parecer comum, uma das várias que existem na capital paranaense. Mas não: esta é diferente desde sua origem. Um grupo composto por 11 angolanos aterris-

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sou em Curitiba no ano de 2001. Com deficiência visual, eles vieram ao Brasil graças a um programa do governo da Angola, que tem como intuito uma melhor estrutura para o aprendizado destes. O Instituto Paranaense de Cegos (IPC), referência nacional e internacional no tratamento de pessoas cegas ou com baixa visão, foi quem acolheu os angolanos, no primeiro momento. Dentro da instituição eles cumpriam com os objetivos da vinda para cá – aprender o braile e informática. O intercâmbio é a esperança para os que não veem de usufruir destes estudos para o crescimento pessoal e interação perante a sociedade. Wilson Ganga Madeira afirma que em Curitiba há muito mais recursos, condição e estrutura, possibilitando

“Aqui o cego é mais dependente (...) é um cego que se diminui por ser cego.” - Wilson Ganga Madeira.


que o cego faça o que quiser, porém nem tudo é perfeito. “Apesar do aparato todo, aqui o cego é mais dependente dos familiares, é um cego que se diminui por ser cego. São um pouco revoltados, mal humorados e muito dependentes da família. Poderiam aproveitar mais a estrutura que têm aqui, estar na faculdade, por exemplo, mas eles não sabem aproveitar.” E finaliza, afirmando que os deficientes visuais da cidade estão muito acomodados na situação em que se encontram, sendo que poderiam fazer algo a mais para instruir as pessoas sobre esse mundo de quem não vê. “Saber aproveitar as oportunidades”: este é o lema Ganga Madeira. O estrangeiro faz faculdade de Psicologia, vai à academia, apresenta um programa de web rádio (faz cursos de inglês e massoterapia, treina futebol e ainda reserva tempo para a diversão, indo a baladas, barzinhos, cinema, parques e teatro. Mas antes de conseguir toda essa independência, alguns passos foram essenciais. Além dos aprendizados disponíveis no IPC, todos cumpridos com excelência, o grupo de angolanos passou pelo processo de alfabetização, em colégios estaduais e, aos poucos, foram se adaptando a capital. “O clima foi o que mais estranhamos, aqui é muito frio. A alimentação, a língua, o jeito que falam o português, palavras que não conhecíamos, a cultura, os costumes. Mas com o passar do tempo acabamos gostando da cidade, construindo amizades e nos acostumando cada vez mais.”

Rotina diária Durante a semana, Wilson Madeira ocupa seus dias com exercícios e cursos. 8h - Wilson Madeira acorda. 9h - Vai para a academia 11h - Volta para casa e almoça 13h - Apresenta um programa na web rádio Universo Ceguense 14h - Tem curso de Inglês terças e quintas e de Massoterapia quartas e sextas 18h30 - Vai à faculdade No final de semana, como todo jovem, Madeira sempre sai para se divertir Aos sábados, às 10h, ele treina futebol e à noite costuma sair para baladas, cinemae peças de teatro. E “quando está calor, vou para o parque (...) levo uma vida normal, como qualquer outro”, conta Madeira.

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Você sabia? No futebol para cegos, é utilizada uma bola com guizos (tipo de chocalho) para que os deficientes visuais possam localizá-la. Além disso, durante a partida, nas laterais e linhas de fundo ficam algumas pessoas que enxergam para orientar os jogadores. 1 2013 Corpo da Matéria - Junho


Cidades

CIDADE MODELO TEM DEFICIÊNCIAS Bruna Habinoski Cecília Moura

esmo com toda estrutura para os deficientes visuais, Curitiba ainda fica devendo em muitos pontos. O principal deles é a acessibilidade. “Poucas são as calçadas que estão em boas condições. Há árvores caídas, buracos, telefones públicos no meio do caminho”, afirma Ganga Madeira. E o colega, Prudêncio Jefferson Tumbika, de 23 anos, estudante de Jornalismo, complementa: “As calçadas têm buracos, as linhas táteis tem objetos interferindo, e em muitas ruas os bueiros estão abertos”. E, em segundo lugar, os amigos classificam o preconceito como um grande fator negativo. “Ainda hoje, por falta de informação e conhecimento, acham que o cego é inútil, incapaz e fraco. Nós nos sentimos mal por isso, é uma discriminação. Um preconceito, não por maldade, mas porque falta informação sobre o cego. No ônibus as pessoas acham que nós precisamos 18

Nivia Kureke

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Wilson precisa parar todos os ônibus que passam para descobrir se é o certo a pegar sentar, mas não estamos com falta de saúde. Eles acham que o cego não tem capacidade de ficar em pé. Ele é cego, não é paralitico”, afirma Wilson Ganga Madeira, que cita mais um exemplo cotidiano: “Em barzinho, balada com os amigos, o garçom fala ‘Nossa você vai beber? Não, você não pode beber!’. Nós bebemos com a boca e não com o olho!”. Ganga Madeira perdeu a visão com quatro anos, depois de uma explosão de granada. Não teve grandes dificuldades, pois não se lembra. É como se tivesse nascido cego. O que sempre o chateou foi não conseguir estudar. “Lembro que sempre dizia para os meus pais que queria estudar, mas não podia porque era cego”. Já Prudêncio Jefferson Tumbika perdeu a visão um pouco mais tarde, aos sete anos. “Não foi difícil me adaptar por ser criança, graças a Deus eu fiquei cego nessa época. Se fosse adulto, eu teria mais dificuldade. Vejo pessoas que ficaram cegas depois de adultas, e grande parte delas entraram em depressão. Quando se é adulto, você já tem sua vida.”


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Nivia Kureke

““Aqui o cego é mais dependente (...) é um cego que se diminui por ser cego.” - Wilson Ganga Madeira.

Cegos comprovam dito popular: “Não há maior dificuldade que pouca vontade”. Os amigos ainda deixam importantes lições, sobre a vida, dificuldades e vitórias. “Para mim, nunca foi difícil ser cego, não sei como seria se pudesse ver, não trocaria minha vida por outra para poder enxergar, o fato de ser cego me faz ser uma pessoa diferente, tem os lados ruins e os bons. Tenho os sentidos mais aguçados, imagino coisas por meio da voz. Essas habilidades que nós temos por ser cegos ajudam muito. Temos uma audição aguçada, olfato bom, eu sinto o cheiro de alguém ou de alguma coisa, e nunca mais esqueço”, diz Ganga Madeira. Já Prudêncio reafirma que a vida de quem não vê é normal. “É normal, com dificuldades. Porém, tentamos ser igual a todos. Não nos entregamos às dificuldades. Todos os dias acordamos querendo vencer, é uma vida de sempre ir em busca de conquistas, provando para as pessoas que você é capaz, é um provação sempre. Ir além do que as pessoas enxergam”, finaliza. Corpo da Matéria - Junho 2013


TECNOLOGIA

ADOTE SUA PRÓPRIA NUVEM Lais Capriotti Letícia da Rosa

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alar em disquete ou CD de gravação já é coisa do passado. Atualmente, a maioria das pessoas que precisam armazenar arquivos digitais utiliza o pen drive. Mas será que esse método também não está ficando ultrapassado? Um novo modelo de armazenamento de dados e documentos é a nuvem. Começamos explicando o significado da palavra para depois entender o que essa novidade traz de benefícios e malefícios. O especialista em design de interação, Rodrigo Gonzatto, explica que o sistema de nuvem está associado à comunicação ubíqua ou pervasiva, ou seja, é uma comunicação distribuída por onde as informações passam entre computadores. O nome nuvem foi dado para um melhor entendimento do público leigo no sistema. A metáfora dá a possibilidade de entender que, assim como as nuvens, os seus dados poderão ser vistos de qualquer lugar e estão espalhados pelo mundo. Com o esclarecimento do nome, já temos uma ideia de como é feito o armazenamento, mas vamos a uma explicação mais clara. Antigamente, era prática comum imprimir e armazenar documentos em papel. Com o passar dos anos, os avanços tecnológicos, começou-se a guardar os arquivos digitalmente, mas com a uti20

lização de disquetes. Mesmo com a evolução do disquete para CD, DVD e pen drives, ainda é necessário utilizar um suporte físico. O número de informações e arquivos cresceu, e tanto as grandes empresas como os estudantes estão produzindo cada vez mais material digital. Foi então preciso criar uma ferramenta que pudesse armazenar tudo sem a necessidade de um espaço físico ou que não tivesse limite de espaço digital. Agora é a vez da nuvem. Esse modelo de armazenamento permite que o usuário coloque seus arquivos em um sistema on-line e tenha acesso ao mesmo em qualquer computador do mundo. Os documentos ficam armazenados em data centers que permitem essa troca de informação. Atualmente, já existem empresas especializadas em vender espaço de armazenamento online, mas também é possível encontrar sites gratuitos que distribuem pequenas memórias. Um exemplo é o Google drive, que possibilita a edição de texto dentro do próprio programa, sem a necessidade de fazer downloads. “O Google Drive é o melhor método de nuvem, pois podemos fazer a edição do conteúdo dentro do próprio programa, sem ter a necessidade de ter o software instalado na máquina. O documento fica ‘aberto’ para qualquer edição”, explica Gonzatto. Marcio Langner, funcionário do Grupo KIA Motors, comenta sobre as vantagens da utilização de nuvem. “Trabalho em uma empresa de grande porte, é complicado salvar vários documentos em espaços físicos. Além do mais, estou sempre viajando a trabalho. Dessa maneira, não preciso carregar um pen drive. Tudo que preciso está disponível em qualquer computador. Esse método está se expandindo cada vez mais. Também guardo meus arquivos pessoais dessa forma, nunca tive problema”, afirma.


Letícia da Rosa

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COMO FUNCIONA

PROBLEMAS O sistema de Nuvem também apresenta desvantagens. O usuário sempre ficará na dúvida da segurança dos seus dados, já que o armazenamento não é feito em sua máquina. No momento inicial de utilização, um contrato é realizado, no qual o usuário precisa ceder determinados direitos à empresa que lhe prestará o serviço. O argumento utilizado pelas companhias especializadas na venda de nuvem é que a probabilidade de um hacker entrar em um sistema contratado e seguro por eles é menor do que a possibilidade

“DESSA MANEIRA, NÃO PRECISO CARREGAR UM PEN DRIVE, TUDO QUE EU PRECISO ESTÁ DISPONÍVEL EM QUALQUER COMPUTADOR.” - MARCIO LANGNER, ENGENHEIRO. de hacker roubar arquivos de um único computador particular. Além disso, algumas empresas salvam os dados em data centers distintos. Dessa maneira, seria impossível descobrir uma fórmula salva, já que cada parte estaria em um centro. O empresário Dausio Vicente, de 50 anos, conta que não confia no sistema. “Talvez pela minha idade, eu não consiga confiar na tecnologia. Assim como demorei em me adaptar ao pen drive, ainda prefiro o armazenamento antigo. Mas quem sabe com a evolução e um melhor estudo, daqui alguns anos poderemos ter a certeza de que nossos arquivos estarão seguros em nuvem”, conclui.

MUDANÇAS NO COTIDIANO SÃO QUASE INEVITÁVEIS Esses dispositivos influenciam muitas vezes no cotidiano do indivíduo. Seja pela facilidade ou pela forma de armazenamento. Rafael Antunes, jornalista da RICTV Record, afirma que, depois da compra de um notebook MacBook Air, com o qual tudo é feito pelo sistema nuvem, ele mudou seus hábitos, no armazenamento de músicas e documentos, por exemplo. “O espaço reduzido de armazenamento instiga o usuário a não possuir muitos arquivos gravados na própria máquina. Filmes e músicas; até mesmo editores de vídeos e imagens são arquivos que pesam e comprometem o trabalho da máquina. Por isso, a opção de uso on-line é cada vez mais procurada. Versões streaming, como as disponíveis no Grooveshark, é a opção que uso atualmente, substituindo os já não sei quantos giga de mp3 que possuía anteriormente (baixados)”, aponta Antunes. Corpo da Matéria - Junho 2013


ESPORTE

A VIDA DE QUEM VIVE CORRENDO Paulo Semicek e Marcos Garcia

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orrer. O ato parece simples, fácil de praticar para qualquer ser humano, mas em uma sociedade de muita informação e trabalho, correr não parece ser uma atividade tão natural. Dados de 2012 do IBGE apontam que o sedentarismo atinge 80% da população brasileira. Isso significa que apenas 20% pratica alguma atividade física regularmente. Sendo a corrida uma das mais fáceis de se começar, o número mostra que o brasileiro está em dívida com o seu corpo. Mas existem pessoas que dão demonstrações de como a corrida de rua, se praticada com frequência, pode diminuir esse número de sedentários no país. A estudante Fernanda Takahashi, por exemplo, não participa de nenhuma prova de rua sem o marido, mesmo ele correndo em um ritmo diferente. “Todas as provas de rua fizemos juntos (não juntinhos porque ele corre 10 km e eu 5 km, ele mais rápido e eu mais lentamente), mas nunca fizemos uma prova em que o outro não estivesse. A única exceção foi em uma prova só para mulheres, mas ele estava lá na torcida.”

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Se o casamento não for um motivo suficiente para começar a correr, a paternidade pode ajudar. O engenheiro eletricista Juliano Capriotti começou a correr por influência do pai. “Quando pequeno acompanhava, de bicicleta, meu pai correr na rua. Até que, quando eu tinha 12 anos, ele me inscreveu em uma corrida de 2 km... e, desde lá, eu continuo correndo.” No entanto, se nem casamento nem família convencerem da importância de uma boa corrida, competir pode ser um ótimo jeito de largar o sedentarismo e quem sabe chegar ao patamar de Raphael Bonatto, ultramaratonista. Com 33 anos, ele participa de diversas provas pelo mundo e conta que essa história começou quando ele ainda era criança. “Comecei a correr ainda menino, com 7 anos na escola. Fui evoluindo e com 18 anos corri a primeira maratona.” A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 15 minutos de atividades. Foi feito um estudo de oito anos em Taiwan, e os resultados surpreendentes: quem praticou regularmente exercícios físicos, entre eles a corrida, teve 10% a menos de


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risco de câncer e 20% de doenças cardíacas. Além disso, os sedentários descobriram que poderia viver até cinco anos menos, se não se exercitassem. Foi feito um estudo de oito anos em Taiwan, e os resultados foram surpreendentes: quem praticou regularmente exercícios físicos, entre eles a corrida, teve 10% a menos de risco de câncer e 20% de doenças cardíacas. Além disso, os sedentários descobriram que poderia viver até cinco anos menos, se não se exercitassem. Dessa forma, quem manteve uma rotina de exercícios físicos durante o período de estudo teve que mudar os hábitos, e assim ganhou a chance de se manter saudável por mais tempo na velhice.

COMEÇAR É UM PASSO, CONTINUAR É OUTRO Correr traz benefícios, e os estudos, dados e exemplos citados mostram que isso é fato. Mas não basta começar. Tem de continuar, pois a corrida exige concentração, que vem de várias maneiras. Música é uma boa opção, basta ver o número de fones de ouvidos usados por corredores em parques e ruas. Fernanda Takahashi não abre mão de música enquanto corre. “Sempre escuto música, fiz apenas uma prova sem fone e não gostei. Gosto de músicas mais agitadas, que impulsionam nas subidas mais pesadas ou nos percursos mais difíceis. Ela me distrai, mas não me desconcentra.” Ela também conta que às vezes volta do trabalho correndo, o que lhe economiza no transporte.

“Sempre tento carregar pessoas para a corrida. Quem gosta saberá na primeira vez, é preciso correr pelo menos uma vez (como quase tudo na vida).” - Fernanda Takahasi, estudante.

CORRIDA PELA SAÚDE Porém, a corrida exige cuidado. Para quem nunca correu regularmente, a dica é ir a um médico, para não se lesionar ou ainda sofrer algo mais sério, sem orientação. O ultramaratonista Raphael Bonatto, que tem um bom condicionamento físico para as suas provas, aconselha a tomar cuidado no começo. “A preparação é tudo, pois evita lesões vencer os desafios. A dica é procurar orientação médica, de um profissional de educação física e nutricionista, para que se prepare da melhor forma possível.”. Portanto, antes de começar a correr, é recomendável ir a um especialista; a sua saúde agradece.

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Esportes

Joรฃo Pedro Alvesda

Espaรงo para imagens.

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A TECNOLOGIA COMO AUXÍLIO AOS CORREDORES João Pedro Alves

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corrida é conhecida como uma das modalidades esportivas mais democráticas pelo fato de não exigir grande estrutura ou investimento de seus praticantes. Basta calçar um tênis e ter disposição para encarar o asfalto (o saibro, a areia, a esteira,...). No entanto, a tecnologia vem tomando conta dos corredores, sejam eles profissionais, amadores ou os conhecidos “atletas de final de semana”. Isso acontece por meio de aplicativos que auxiliam nos treinos, computando e registrando cada detalhe da atividade. Os celulares, smartphones, ou qualquer que seja sua denominação, viraram objetos quase que indispensáveis na vida de milhões de pessoas principalmente nas grandes cidades. Falar, hoje, é o de menos: eles são utilizados para quase tudo, há aplicativo para quase tudo. Não

demorou para que fossem criados programas que monitorem a atividade física, ajudando o praticante-usuário a ver seu desempenho e trabalhar para melhorá-lo. Para a corrida, especificamente, existem dezenas deles. Esses aplicativos funcionam com o auxilio do sistema GPS (sistema de posicionamento global), o que permite calcular a distância percorrida, traçar um trajeto, medir a velocidade e o ritmo (o chamado pace), o gasto calórico e até mesmo a frequência cardíaca. Além de tudo isso, é claro, existe a possibilidade de “se mostrar”: divulgar suas performances em redes sociais e também compará-las a de amigos ou outros usuários. Um dos programas mais utilizados, até pela força da marca, é o Nike+ Running. Um dos diferenciais deste app são

os “incentivos” que o usuário pode receber. Isso acontece da seguinte maneira: ele compartilha o início da corrida na rede social Facebook por meio do próprio Nike+ e a cada curtida dos amigos escuta algum incentivo para dar aquele “gás a mais” no treino. Outro que tem grande aceitação no universo dos “corredores tecnológicos” é o RunKeeper. Mais simples que o concorrente, necessita apenas de um simples cadastro com e-mail e senha para poder ser utilizado. Assim como o Nike+, todas as estatísticas podem ser acessadas por meio do site do app. Uma especificidade do RunKeeper é que pode ser utilizado em outras modalidades esportivas, como ciclismo, a caminhada e esportes de neve.

FICOU CURIOSO (A)? CONFIRA ALGUMAS BOAS OPÇÕES DE APPs GRATUITOS E TESTE! Eu Atleta

Plataforma: iPhone Tamanho: 17.7 MB

Endomondo

Plataforma: Android, BlackBerry, iPhone e Windows Phone Tamanho: 14.4 MB

Nike+ Running

Sports Tracker

RunKeeper

Runastic

Plataforma: Android e iPhone Tamanho: 46.2 MB

Plataforma: Android e iPhone Tamanho: 20.7 MB

Plataforma: Android, iPhone e Windows Phone Tamanho: 12.4 MB

Plataforma: Android e iPhone Tamanho: 25.3 MB

Corpo da Matéria - Junho 2013


CULTURA

DE QUEM ÉA RUA? Francisco Mallmann

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exta-feira, quatro da tarde, Rua XV de Novembro. Um transeunte contempla o grande mural. O mesmo afinco que emprega na análise do paredão é utilizado para dispensar minha primeira tentativa de contato. “Mas por que eu? Pede pra elas ali ó. Elas têm cara de quem quer falar”, disse, enquanto apontava para duas meninas sentadas nas escadas do Guairinha. Ele, cujo nome é Rubens Pereira, não queria dizer nada. “Eu estou só olhando, moço”. De fato, ele seria o mais discreto dos pedestres, que ninguém ousaria importunar, se não fosse o único que parou no meio da calçada para ver o edifício em frente. Não havia como competir com o co-lorido dos cabelos das meninas, com as tatuagens de um sujeito do outro lado da rua ou com tantos outros passantes. A autenticidade de Rubens ficou, como descobri mais tarde, por conta de um hábito seu: parar para ver. Depois da insistência, se pôs a conversar. Essa rua faz parte do trajeto da volta do trabalho. É o caminho que faz, diariamente, desde o início do ano passado, quando foi morar ali por perto. Todo dia, analisa algum elemento da cidade que chame a sua atenção. No dia anterior, foram os fios elétricos: “Você já reparou como se embolam?”. Mas o grande paredão, que leva o rosto de Jack Nicholson, não havia ainda despertado o interesse dele. Impossível, ele é gigantesco! A explicação é 26

a distração e o fato de gostar “dos detalhes, do que é pequeno e único”. Mas agora que reparou, pôde dizer com voz de perito que “é bem feito, é diferente. Não é rabisco como a maioria”. Logo depois, me mandou anotar que era funcionário público e não entendia nada disso: “Falo como alguém que anda na rua”. E é para “alguém que anda na rua”, assim como Rubens, que o muro em questão foi criado. O mural de Eduardo Melo, que fica no Edifício Inter Walter Sprengel, na Rua XV de Novembro, ao lado do teatro Guairinha, faz parte de um projeto chamado “Motion Layers”, que contempla a criação de murais públicos em edifícios da capital. São enormes paredões que ganham cor e público.

“Entra aí uma discussão sobre quem diz o que é arte hoje em dia.” - Juliana Tonin, artista plástica

Intervenção arstística em muro da região do Largo da Ordem


O que antes era um lugar de passagem, agora se torna um espaço de apreciação de uma obra de arte? Juliana Tonin, artista plástica e estudante de Artes Visuais na Faculdade de Artes do Paraná, diz que sim, e parte da ideia de que a arte de rua é um desdobramento de uma visão crítica sobre os espaços de arte. “Entra aí uma discussão sobre os espaços institucionalizados, como museus e galerias, onde só se enquadram artistas renomados pelo mercado, e também a discussão sobre quem diz o que é arte hoje em dia”, diz ela. Juliana vê em ações como a dos artistas envolvidos no “Motion Layers” algo que subverte o mercado “exclusivista e excludente” da arte. A arte de rua, segundo ela, é uma reação a esse mercado, que dá a todos o poder do prazer estético, e isso num local que usualmente é considerado um “não lugar”. “Essas discussões são contemporâneas e indicam um entendimento da cidade como processo e não como algo imutável”, diz fazendo um gesto circular com as mãos indicando um processo contínuo. O público, enquanto plateia, é abrangente e a definição de arte no espaço público também, segundo a artista plástica. Ela vê a apropriação da rua como um espaço democrático de fruição de arte, mas também entende que nem tudo o que acontece nesse ambiente deve ser considerado arte. “A princípio, entendo que é arte algo que foi pensado para provocar e/ou ser belo”, diz, mudando o tom e o ritmo da voz, para esclarecer que seu entendimento de belo “passa pelo kitsch, grotesco e outras possibilidades abertas na contemporaneidade”. Em relação ao público da arte de rua, Ricardo Nolasco, diretor teatral e performer, acredita que ele pode ser definido como “não programado”.

Mural na XV de Novembro tem como inspiração o filme “O Iluminado” do renomado cineasta Kubrick

“Provocar tensão entre o público e opassante.” - Ricardo Nolasco, diretor teatral. Corpo da Matéria - Junho 2013


Cultura

Manifestações artísticas na área central de Curitiba

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“Não há como tomar o espaço público buscando homogeneização.” - Danielle Campos, atriz “Por mais que se marque uma hora, sempre há a possibilidade do passante, do desavisado. Nesse sentido, a arte de rua dialoga com a cidade, com o transeunte, com o não programado. A arte de rua precisa entender esse espaço como dialético, como um lugar que possui tensões e está apto a transformar-se”, diz ele.

cenografia para a cena porque queria criar este diálogo, brincar com a grande encenação para, a partir dela, fazer surgir as primeiras personagens. Provocar tensão entre o público que ali estava para ver uma peça num horário específico e o passante”, conclui.

Sobre a concepção da arte que se constitui num espaço público, de passagem e de acesso abrangente, Nolasco acrescenta ao entendimento de espaço público a noção de espaço virtual, tão natural para os “habitantes do século XXI”, para enfatizar que essa é uma arte que não precisa de “autorização” assim como, teoricamente, a rede.

Trabalhar com o público desconhecido exige um pre-paro específico em todas as fases de concepção e elaboração do projeto artístico. Danielle Campos, atriz e performer, pesquisa performance, ready made e happening há mais de cinco anos e estuda a interação entre o público e a obra de arte. “Quando a obra de arte sai de espaços institucionalizados e toma a rua, precisa-se estar ciente que existe o acaso, o risco, o imprevisto, o acidente e uma maior interação”, diz ela. Não são elementos singulares da arte de rua, mas são, segundo Danielle, características que se potencializam e exigem um maior cuidado na idealização da ação artística. “Não há como tomar o espaço público buscando homogeneização, e unidade de interpretação sobre sua obra, por exemplo. A arte de rua lida com os mais variados públicos: ela atinge o especializado, o leigo, não iniciado, o indiferente e até aquele que nem mesmo se considera público”, explica.

No seu último trabalho, Wundebar, apresentado no Festival de Curitiba, feito parte na rua e parte no TUC (Teatro Universitário de Curitiba), ele colocava plateia numa área dominada por usuários de drogas e reconstituía o ambiente como cenário de sua peça antes de adentrar ao teatro. “Eu revelava ao público a cidade como uma

O Rubens que não queria falar, definitivamente não se reconheceria no Rubens que gastou um bom tempo discorrendo sobre o mural. Ele não soube me dizer por que gostava tanto dele, assim como não identificou a origem da sua curiosidade sobre a arte urbana, que ele vê até mesmo nos postes. Independentemente do lugar em que habita nesse grande conjunto de públicos, o que ele tem para dizer sobre a arte espalhada a céu aberto pela cidade é que “Acho que se trata de uma necessidade. Não importa muito se gosta ou não. Já pensou se não tivesse uma corzinha?”. Já pensou?

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ENSAIO FOTOGRÁFICO

O CAFÉ DE TODO DIA

Helena Bianchi Hellen Albuquerque Isabela Bandiera Natalia Concentino

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radição nacional, o café é hábito na rotina de muitos brasileiros. Todo dia é dia de tomar um, seja ele tradicional, expresso, com leite ou cappuccino e, por que não um café diferente? Talvez gelado, com chantilly ou chocolate? Há opções para todos os gostos. Para tomar um café saboroso, nada como estar em um ambiente agradável e acolhedor, aquecendo-se no frio característico de Curitiba. Por isso, apresentamos algumas bebidas tradicionais e famosas dos principais cafés curitibanos em nosso editorial. Popularmente conhecido como “pretinho”, o café foi descoberto no século IX na Etiópia. As tribos africanas tinham o costume de moer os grãos e dar para seus guerreiros para que obtivessem mais energia nas batalhas. Desde então, o potencial energético do café passou a ser reconhecido, fazendo com que se alastrasse no Oriente Médio . nos e, consequentemente, no Ocidente. Hoje em dia, são muitos os benefícios que o café pode oferecer. Alegra o espírito, afasta o sono e ainda favorece a digestão, além de ter o poder de reunir os amigos em um fim de tarde para jogar conversa fora.

Arabesco Cappuccino

Segunda a sexta: 7h às 20h Sábado, domingo e feriado: 7h às 19h Endereço: Praça José Borges de Macedo, Centro

Arabesco é uma cafeteria popular para quem procura um bom cappuccino sem pagar muito. Administrado por Abdu Nasser há 30 anos, é um dos lugares mais conhecidos no centro da cidade, sendo próximo de vários pontos turísticos, como o Paço da Liberdade e a Catedral Basílica. Para quem passeia pelas praças curitibanas, é uma ótima pedida sentar nas mesas passeia pelas praças curitibanas, é uma ótima pedida sentar nas mesas sobre a calçada e desfrutar um café de qualidade ao ar livre. Corpo da Matéria - Junho 2013


Ensaio Fotográfico

Lucca Cafés Especiais French Kiss ( acima) Expresso Duplo (ao lado)

Hellen Albuquerque

Aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h Sábado, das 9h às 22h Domingo e feriados, das 12h às 22h

Lucca Cafés Especiais além de certificados e diplomas de excelência, como o da Brazil Speciality Coffe Association, ganhou também o Prêmio Gourmet da Gazeta do Povo. Seus grãos são torrados no próprio local e moídos na hora, garantindo um melhor arona e sabor. Uma receita própria do lugar é o French Kiss (foto de cima) que contém expresso duplo, leite vaporizado, caramelo e licor de chocolate. 32

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Hellen Albuquerque

Poetria

da.

Expresso com licor de Macadâmia Aberto de segunda-feira a sábado, das 10h às 19h Endereço: Av. Vicente Machado, n° 865 - Batel

Claudia Menegatti uniu-se ao marido Luis Felipe Menegatti para abrir a Poetria, uma livraria que também oferece um espaço bem descontraído para se tomar café. “O livro precisa ser degustado com um café”, explica ela. A especialidade da casa é o expresso com licor (não alcoólico) de macadâmia. Os grãos são fornecidos pela House Café, que também é responsável pelo treinamento dos funcionários Corpo da Matéria - Junho 2013


Legenda da imagem.legendalegendalegenda.

Ensaio Fotográfico

Brigitte

Helena Bianchi

Café Brigitte

Segunda a sexta: 10h às 19h Sábado e domingo: não abre Endereço: Vicente Machado, 141, Centro

Brigite é um café pequeno, mas aconchegante. Foi criado há apenas três anos por Maria Helena de Oliveira e seus grãos vem direto de Minas Gerais. O café que vem com o nome da casa é uma receita própria e é perfeita para quem gosta de cafeína mesmo no verão. A bebida é uma mistura de expresso batido, sorvete d creme, ovomaltine e chantilly. 34


Isabela Bandeira

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Kauf Cafeteria Coffee Mocha (acima) Cappuccino Italiano (ao lado) Aberto de domingo a quinta-feira, 10h às 22h Sextas e sábados, 10h às 23h Endereço: Av. Sete de Setembro, 2.775, Centro Shopping Estação (2° andar) ou Al. Carlos de Carvalho, 608, Batel

A Kauf Cafeteria, além de possuir um espaço confortável e decoração moderna, é uma ótima opção para quem procura uma boa gastronomia. O Cappuccino Italiano é o mais pedido. O expresso junto ao chocolate amargo e leite vaporizado dão um gosto especial à bebida. Outra delícia da Kauf que vale a pena experimentar é o Coffee Mocha, com um sabor mais adocicado: o café expresso junto ao chocolate europeu e o chantilly formam outra combinação adorada pelas clientes. Corpo da Matéria - Junho 2013


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