JORNALZEN ANO 16
JUNHO/2020
Nº 184
www.jornalzen.com.br
Arquivo pessoal
COMUNICADO Em apoio às medidas de isolamento social, devido à pandemia do novo coronavírus, e zelando pela segurança sanitária, o JORNALZEN suspendeu temporariamente a circulação de sua edição impressa. Estamos disponibilizando gratuitamente a edição digital, que pode ser acessada em www.portalzen.com.br e nas páginas do JORNALZEN nas redes sociais. Ressaltamos a excepcionalidade do momento, em que, pela primeira vez em mais de 15 anos de circulação, somos obrigados a adotar tal providência. Desde já contamos com o apoio e a compreensão dos assinantes, anunciantes e colaboradores, certos de que nossa Missão continua e que conseguiremos ultrapassar esta fase de transição com união e serenidade. Para tanto, esperamos contribuir com nosso rico conteúdo voltado à reflexão e ao autoconhecimento, mais do que nunca, absolutamente necessário.
ARTIGOS
O benefício do casulo para metamorfosear
Relacionamentos em tempo de pandemia
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ZENTREVISTA
Gabriela Pen Nasser Morando na Alemanha, diretora da ONG Instituto Melhores Dias traz um olhar sobre a pandemia no país europeu e oferece a reflexão sobre quais lições o Brasil poderia tirar para aprimorar a maneira como está lidando com a crise Pág. 3
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O benefício do casulo para o metamorfosear por Elisa Leão
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oda conquista de espaço exige um tipo de afastamento. É como se houvesse uma delimitação de território, uma demarcação dos limites que mostra sinais de independência. Estamos todos em distanciamento social, talvez um distanciamento físico, pois continuamos nos socializando de diversas maneiras, inclusive algumas bem criativas. As redes sociais, videoconferências, os recados escritos em papéis e deixados nas janelas, as conversas pelas sacadas ou nas calçadas das casas (cada um na sua porta), as serenatas feitas de dentro da própria casa, as palmas que ressoem no mundo inteiro para homenagear merecidamente uma classe que não pode se isolar. Esse momento deixou mais claro do que nunca que o Homo sapiens não precisa permissão para sair... de si! A criatividade transcende os limites do território corporal e alcança o outro lado do mundo ou o mundo dali, do outro lado do muro. Sair de si é derramar, é crescer e sair da fôrma como o leite faz quando ferve e mostra a sua força se derramando. A realidade ostenta sem cuidado nenhum: fique em casa! Não visite ninguém! Não faça reuniões sociais! Não se aproxime fisicamente de quem não está dentro da sua casa! Respeite os territórios! Sim, existem limites! Não contamine o mundo do outro. Esse limite não está funcionando só para distanciar fisicamente as pessoas, mas para
cuidar de todos. Distanciar é também desprender, desatando possíveis amarras que impedem o encontro com o íntimo de cada um. O movimento do cotidiano normal oportuniza entretenimentos que facilitam a fuga desse encontro. Agora, o espelho mostra todos os dias e inclusive com detalhes, que existe alguém nesse reflexo. Alguém com sinais do tempo que desvendam histórias de vida. Descobertas através das marcas da própria vivência, uma ressignificação e encontro com o amadurecimento. Esse encontro está permitido e validado, é uma das direções para onde a obrigatoriedade do momento está conduzindo. O amadurecimento pessoal e por que não dizer social! Esse impacto com o espelho está acontecendo no mundo inteiro! Dentro dos casulos e fora dos territórios. Dentro dos casulos, o metamorfosear, como diz Boris Cyrulnik. O processo totalmente íntimo, de reconhecimento das próprias potencialidades transformando-se num ser capaz de voar e ressignificar a própria história, mas também de cuidar do outro. Amadurecendo! Nesse novo lugar crescer e conhecer os próprios potenciais para não invadir e contaminar as conquistas do outro. É preciso conhecer a si para dar conta do potencial que existe no mundo de outras pessoas. Para perceber que existe uma diversidade de traços que enriquece a todos e a si. Para respeitar e não invadir o território alheio, mesmo quando for possível um relacionamento mais próximo.
Reprodução
Os contatos interpessoais são conexões que ultrapassam o inter e alcançam o intra. Quando tudo está misturado, pode acontecer falha no combinado e os elementos não se transformarem no composto amalgamado. Quando os limites não são definidos, existe o risco dos elementos coagularem e a química apresentar desarmonia entre as substâncias. A química mostra a importância do cuidado para majestosamente haver a poção, elixir para melhorias. A natureza exibe escandalosamente o valor do isolamento para a transformação pessoal ser revelada na leveza do bater das asas e a possibilidade do melhor e mais saudável voo conjunto. Um lugar definido com limites es-
JORNALZEN DIRETORA EXECUTIVA SILVIA LÁ MON
tabelecidos através da diversidade de cada um, o respeito ao tempo, às asas e aos coloridos. O momento é de isolamento, é de metamorfosear e conhecer o que é potencial para cada um. Depois do casulo e da transformação criativa, o voo da liberdade proporcionará a percepção da beleza genuína que existe em cada território. Nesse momento, com mais possibilidade de visualizar a beleza do panorama, pois a lente individual estará tratada com o conhecimento do próprio valor. Que seu casulo esteja cheio de metamorfosear! Elisa Leão é professora doutora de psicologia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília
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abriela Pen Nasser nasceu na Suíça, mas veio ainda bebê para o Brasil. Formada em ciências sociais, sempre esteve envolvida em projetos filantrópicos. Ainda na faculdade, começou a atuar voluntariamente no Instituto Melhores Dias (IMD), organização que está no Brasil desde 1993 fortalecendo comunidades por meio de parcerias e programas para a qualidade de vida. Aos 40 anos, Gabriela mora com a família na cidade de Friburgo em Brisgóvia, na Alemanha, onde faz mestrado em saúde pública. Diretora institucional do IMD, ela tem vivido a pandemia do novo coronavírus dentro da realidade alemã, mas com os olhos voltados para o Brasil. Nesta entrevista ao JORNALZEN, Gabriela faz um relato sobre como o país europeu enfrenta a crise sanitária e como tem recebido e analisado as notícias sobre a Covid-19 em nosso país.
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ZENTREVISTA: Gabriela Pen Nasser
UM OLHAR SOBRE A PANDEMIA
Morando na Alemanha, diretora do Instituto Melhores Dias conta como o país europeu tem enfrentado a crise e como vê a situação no Brasil Arquivo pessoal
Como a pandemia afetou vocês? A Alemanha foi um dos principais epicentros da pandemia na Europa, um dos primeiros países a ter casos depois da Itália. Em fevereiro, começaram a anunciar casos na Bavária, região vizinha daqui, mas pensava-se que era algo isolado, que ainda estava longe. De repente, foi uma explosão de casos incontrolável e o Estado onde vivemos, Baden, é hoje o terceiro com mais casos. A cidade de Friburgo foi muito afetada. Tudo parou por aqui: escolas, lojas, locais públicos fecharam bem na época em que o clima esquentou, quando geralmente todos vão para as ruas. Qual foi a estratégia de isolamento social adotada? A Alemanha fechou escolas no dia 13 de março. No dia 22, iniciou o “lockdown”, porém não tão restrito como na Itália e Espanha. Podíamos sair de casa em família, e ir ao mercado e farmácia. O distanciamento social foi muito respeitado aqui. Notou-se uma mudança efetiva a partir do momento que as decisões foram tomadas em nível nacional. Quanto tempo vocês ficaram em quarentena? Desde o início de março. Na primeira semana desse mês, houve um caso de Covid-19 na escola do meu filho menor. Ela parou uma semana antes do fechamento oficial. Desde então, não saímos muito de casa, só para andar com o cachorro ou dar uma volta com as crianças.
pandemia no Brasil? A forma como o Brasil está aparecendo nos noticiários por aqui é de um desrespeito às medidas tomadas mundialmente, uma falta de preparo. Agora que o Brasil está em um momento difícil, o país parece um corpo que anda sozinho sem uma cabeça. É preciso lidar com as crises da saúde interligando com outros setores e, principalmente, na escala que estamos vendo hoje, com uma liderança que esteja de acordo com normas mundiais para tomar decisões acertadas e servir de exemplo. A educação da população contribui para o controle da pandemia? O comportamento das pessoas é fundamental para o controle de qualquer doença infecciosa. Seja com o coronavírus, transmitido de pessoa pra pessoa pelo ar, ou arboviroses, como dengue, que também precisam de uma atuação da população no controle. Cada um é responsável pelo próprio bem-estar e do próximo, mas é necessário a atenção e atendimento à saúde que a população tem direito e que o Estado deve prover.
Há uma boa atuação estatal na gestão da pandemia? Sim, a Alemanha é vista como modelo mundial. Não se sabe bem determinar a causa específica da fatalidade tão baixa aqui. Atribui-se ao número de testes, mas também ao sistema de saúde bem preparado. Há uma integração dos
hospitais do país. Eles fizeram uma plataforma com números de leitos disponíveis por hospital. Além disso, a chanceler alemã, Angela Merkel, tem uma postura respeitada. Ela e a equipe souberam agir de maneira eficaz na hora certa. Como vê, a distância, a gestão da
“Cada um é o responsável pelo próprio bem-estar e do próximo, mas é necessário atendimento e atenção do Estado à população”
O que mais chamou sua atenção nessa experiência vivida fora do seu país? Como as pessoas respeitam regras aqui e sem muita flexibilidade. Além disso, ficou muito mais acentuado como os países parecem distantes em suas culturas, ações e modos de agir e pensar de parte das populações. Como avalia a proposta do JORNALZEN, que incentiva e veicula iniciativas positivas e ligadas ao autoconhecimento? Ótima proposta. A informação é sempre o melhor caminho para o autoconhecimento. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores? Procurem buscar diversas fontes de informação e diferentes olhares sobre cada tema antes de definir uma posição.
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JOÃO SCALFI O alvorecer de uma nova era Vivemos, nestes dias de dores e apreensões, medos e preocupações, o alvorecer de uma nova era cujos clarões começam a despontar no horizonte. Embora o alvoroço em torno do vírus que assola a humanidade contaminando corpos, ceifando vidas e deixando de prontidão os demais, um clarim se faz ouvir por todos os quadrantes do planeta anunciando que um ciclo se finda e outro se inicia. São tempos de transição planetária trazidos pelos ventos da renovação que varrem a poeira de um mundo cujo modo de organização social, política, econômica e religiosa já não se sustenta mais. Um mundo que suplica por mudanças por meio das vozes que clamam por justiça e espírito humanitário, nas diferentes relações estabelecidas nos mais variados países de todos os continentes. Vozes oprimidas e cansadas de almas sofridas que carecem de pão, trabalho, educação e uma melhor justiça social que diminua o abismo entre as classes, entre ricos e pobres. Nessa nova era que surge em meio a um parto difícil e delicado, há “uma criança” que desponta para nos dizer nos seus primeiros vagidos que o mundo é bom, que precisamos nos compatibilizar com a sua beleza, equilíbrio e organização, por meio de uma conduta digna e em sintonia com toda a sua divina harmonia. Consoante a simbologia do texto bíblico, é chegado o instante dos bodes se separarem das ovelhas (Mt 25: 31-46), o joio do trigo (Mt 13:24-30) e
os que ajuntam dos que espalham (Lc 11:23), de cada um optar pelos caminhos que deseja palmilhar nas veredas do universo... Não estranhemos que tudo procede com esse modus operandi, o Codificador assinalou com clareza em A Gênese, no seu capítulo 18, quais seriam os sinais dos tempos e pontuou de modo objetivo que essas mudanças se operam lentas e imperceptíveis ou bruscamente. Assim, tudo quanto ocorre neste cenário que assusta e inquieta requisita de cada ser um retorno aos ensinamentos do Mestre. Um mergulho sensível e atento nos ensinamentos de luz do Divino Pastor. É preciso que nos perguntemos o que fizemos do Cristo dentro do cristianismo e o que temos feito do Cristo restaurado à luz do consolador prometido. Recebemos um sinal que deve nos distinguir pelo espírito de serviço ao próximo. Na construção de um mundo novo a partir da reconstrução de nós mesmos. É a chave que nos desperta e amplia a consciência adormecida. A hora é decisiva e não tarda o instante em que seremos individual e coletivamente chamados ao testemunho, à entrega e ao sacrifício em prol dos nossos semelhantes. Tudo tem um propósito. Saibamos enxergar nas entrelinhas. Hoje, estamos colhendo o que plantamos. Então, nada de reclamar, mesmo diante de um quadro como este! É necessário agradecer nosso Pai pela oportunidade bendita de estarmos vivendo este momento. Fonte: adaptado da mensagem de Leon Denis
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Relacionamentos em tempo de pandemia por Beatriz Campos
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confinamento modificou completamente as relações entre as pessoas. As relações familiares foram intensificadas e estamos utilizando os meios digitais para nos aproximar daqueles contatos queridos. Você, com certeza, já deve ter pensado nessas coisas, afinal, está sentindo na pele. Então, talvez possa arrumar alguns minutos para refletir comigo alguns aspectos. Aliás, é importante lembrar que não é só você que está passando por isso, mas grande parte da população mundial. O tempo de convivência entre familiares vem sendo um grande desafio para alguns, pois está exigindo maior equilíbrio emocional. Para outros, uma oportunidade única de prazer e fortalecimento entre seus membros. Quando o grupo familiar se fortalece e se nutre com ótimos momentos, ótimo! Mas, quando começam a surgir conflitos que estavam embaixo do “tapete”, as coisas começam a ficar complicadas. Então, nada melhor do que aproveitar esse momento para “lavar a roupa”, como se diz na linguagem popular. Entretanto, é preciso muito equilíbrio emocional e capacidade de diálogo para a melhoria das relações. Sendo assim, é necessário ter uma visão construtiva e colaborativa para que todos possam se aperfeiçoar e contribuir para o equilíbrio e crescimento da família. Porém, se você percebe que não há clima e capacidade emocional entre as pessoas, é melhor buscar ajuda com um profissional especializado no assunto: o psicólogo. Nesse período de quarentena, também encontramos diversas notícias sobre o aumento do índice de divórcios na China após a pandemia. Porém, o que nós podemos tirar disso? Bem, inicialmente, devemos considerar que vários casais precisaram se deparar com os conflitos, insatisfações e relacionamentos fracassados que estavam se arrastando antes da quarentena. Mas, por que não aproveitar e realizar novas construções no relacionamento? Esse é um momento oportuno para o diálogo, entendimento e mudanças de atitudes para restaurar a relação. A
conversa com capacidade de empatia só agrega valor para fortalecer as relações de um casal e ajuda a traçar novos planos e desfrutar de momentos construtivos. Entretanto, se for para romper os laços, é fundamental saber respeitar essa decisão para que ambos possam percorrer caminhos melhores. O importante é a felicidade de cada um e do casal, independente de decisões. Outro ponto é em relação às amizades, rede de contatos e colegas de trabalho. As pessoas estão conectadas pela internet o tempo todo. Com o confinamento, milhões de pessoas passaram a estar sempre on-line, o que causou um congestionamento das empresas que fornecem o acesso à internet. Esse movimento intensificou os contatos internos entre os profissionais das empresas pelo home office. Nesse sentido, os gestores e líderes estão precisando lidar com as ansiedades de seus colaboradores, além de atuar para aliviar as suas preocupações com resultados neste momento tão desfavorável. Somado a isso, os amigos querem fazer “visitas virtuais” para aliviar suas ansiedades, principalmente em relação à pandemia. É importante falar sobre o cenário atual e questões de política, porém, não se prenda somente a esse tipo de assunto. Converse sobre o dia a dia e tente ter uma fala mais leve. Sendo assim, vimos que todos os âmbitos estão carregados de emoções. De qualquer forma, sendo virtual ou não, as pessoas deparam com um mesmo cenário: lidar com o seu nível de controle emocional. Essa crise está nos colocando à prova e sendo um desafio para cada um de nós. Estamos na mesma “vibe” e essas informações contribuem para que tomemos consciência da importância do controle emocional em todos os contextos de nossos relacionamentos. Beatriz Campos é psicóloga da Telavita, plataforma de psicoterapia on-line
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CARLA BÉCK
Ajuste o foco Se todo conteúdo digital do mundo fosse armazenado em iPads, eles formariam uma pilha com altura igual a dois terços da distância entre a Terra e a Lua. O conteúdo produzido por nós no universo digital dobra de tamanho a cada dois anos. Por que eu, psicóloga, comento sobre este assunto de informação? Porque ajudo pessoas que chegam ao meu consultório dizendo que estão sendo bombardeadas a todo o momento com muita informação. São pessoas que têm dificuldade para filtrar este mundo repleto de conteúdo e se sentem até perdidas e culpadas por não darem conta de absorver tamanha quantidade de novidades. Com a pandemia, este bombardeamento de informações parece ter ganhado níveis estratosféricos e também causado ansiedade nas pessoas que sentem a necessidade de estar conectadas e atualizadas a todo o momento. A palavra de ordem é calma! É muito importante estudarmos e estarmos sempre atualizados, mas para desenvolvermos as atividades da melhor maneira possível é necessá-
rio que tenhamos foco. Aliás, é cada vez mais comum ouvirem pessoas dizerem que têm dificuldade para ter foco no trabalho porque não param de chegar demandas. Uma atitude que pode parecer simples mas que tem o potencial para afetar negativamente o foco e a produtividade no dia é não saber dizer “não”. É preciso aprender a valorizar as suas necessidades pessoais. Um elemento importante para deixar de lado o sentimento de improdutividade é realizar um planejamento. É através dele que será possível organizar seus horários, suas prioridades e, consequentemente, sua rotina. Apesar de vivermos em constante mudanças, estarmos focados nos ajuda a compreender o que é essencial. Ao sermos confrontados com a ideia de que há uma enorme quantidade de conteúdo sendo produzida mundialmente, temos a impressão de sermos pequenos. Porém, é preciso lembrar quão único somos e quão importante é nosso lugar no mundo. Não podemos diminuir nosso tamanho, perder autoestima e nosso foco no
que é mais importante para nós. Ter foco é não ver tudo a todo o momento, é não saber de tudo e de todos, é dizer não para vários temas e sim para o que realmente importa. Ter foco é ter controle sobre o que se tem interesse e ter direcionamento. Esta palavra direcionamento é extremamente importante em um mundo repleto de informações variadas e onde tudo parece ter relevância para ontem. Lembre-se de que as coisas são do tamanho que damos a elas. Esta regra vale para problemas e soluções, pois os problemas são do tamanho que damos a eles. Por isso, nesta quarentena e quando ela acabar, sugiro que você tente inclu-
5 ir na sua rotina o exercício de autoconhecimento e entendimento sobre o que é importante, prioritário e deve ser foco para você hoje, em um curto período e a longo prazo. Com certeza a sua vista “desembaçada” vai te ajudar a enxergar com mais nitidez onde você está, qual o seu lugar no mundo e traçar metas e viver de maneira mais fluida. Experimente! Pratique o autoconhecimento e potencialize-se! Carla Béck é psicóloga, diretora da Infinita EPH e especialista em desenvolvimento de liderança e carreira. carlabeck@infinitaeph.com.br
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RENÉ SCHUBERT
Facilitador ‘on-line’ Com a situação de pandemia, tivemos um “boom” na procura e oferta dos serviços virtuais, mídias, recursos digitais. Dentro da psicologia já haviam os atendimentos on-line, profissionais de medicina atuavam pela telemedicina, e tais ferramentas, dispositivos foram ampliados dadas as atuais circunstâncias. Solidão, tristeza, incômodo, medo, terror têm transbordado e causado muito sofrimento para diversas camadas da sociedade. Sabemos que os quadros de sofrimento psíquico como ansiedade, depressão, distúrbios de sono e alimentação e uso, abuso de substâncias alcoólicas e drogas têm se intensificado neste período. Relatos de casos de violência, auto ou heteroagressão, têm preocupado. Como recurso de orientação, aconselhamento, espaço de escuta e acolhimento, os atendimentos à distância por meios virtuais são fundamentais e auxiliam muito. Comprovadamente diversas organizações de saúde têm apontando que tais atendimentos são positivos e essenciais neste momento de distanciamento e isolamento social. Porém certas limitações e fronteiras precisam ser vistas, avaliadas e refletidas. Qual o alcance, as possibilidades e profundidade destes trabalhos? Quais são os seus riscos? Tanto nos atendimentos individuais como nos “grupais” – quais os dispositivos de segurança, de contorno, que podem ser oferecidos e disponibilizados à distância, virtualmente? Tenho acompanhado por meio de alguns cursos on-line e reuniões virtuais com colegas a reflexão da importância e as fronteiras deste trabalho tanto no aspecto terapêutico como para aulas, palestras, vivências
e práticas. Vejo certo excesso acontecendo em alguns aspectos e espaços virtuais. Certa banalização e, por vezes,falta de cuidado. As ordens da ajuda, livro escrito por Bert Hellinger, são muito importantes neste momento. Os fenômenos de transferência e contra transferência, o local do encontro terapêutico, os fenômenos corporais, o vínculo, a comunicação, a troca neste ambiente de “virtualidade”. Os processos psíquicos internos e os gatilhos internos, crises que podem ser facilmente eliciados em momentos de isolamento, afastamento social, medo, tensão, estresse, angústia e ansiedade. O fato de estarmos em um ambiente virtual aumenta certos fenômenos de fantasia, expectativa e ilusão... malentendidos, ruídos, distrações... mais comuns e frequentes neste campo. Contudo, temos diversos depoimentos e experiências positivas relatados por profissionais e clientes. Colegas falando da importância de estabelecer a conexão, sintonia com o(a) cliente e manter o estado de presença. Olhar para este novo com coragem e dizer “sim” a este e às suas possibilidades. Aproveitar dos novos recursos e amplitude que a modernidade provê. Há caminhos e formas que tornam este encontro proveitoso, acolhedor, e de efetividade terapêutica. E claro, a importância do cuidado com embasamento terapêutico, experiência, estudo, supervisão, aprofundamento constante por parte do(a)s terapeutas. Acredito que é algo a ser olhado, refletido, ponderado por todo(a)s no campo... Qual a postura, recursos e cuidados do facilitador em tempos on-line?
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PANORAMA SITE DE BOAS NOTÍCIAS Com o objetivo de inspirar e promover boas iniciativas, a Associação dos Profissionais de Propaganda de Campinas (APP) criou o site Atitudes Inspiradoras – www.atitudesinspiradoras.com.br –, que propõe reunir ideias e notícias positivas no cenário de pandemia e retração da atividade econômica. A iniciativa quer incentivar marcas e pessoas a se reinventarem no mercado de trabalho. ENCONTRO COM ROBINA COURTIN O centro de estudos de budismo tibetano Shiwa Lha, com sede no Rio de Janeiro, promoverá rodada de ensinamentos com a monja australiana Robina Courtin. Inicialmente programado para ser presencial, o evento será on-line, entre 20 e 28 de junho, com tradução para o português. A contribuição é livre. Inscrições e mais informações: shiwalha.org.br/eventos/robinabrasil SAÚDE EMOCIONAL A emprendedora social Sarah Pires criou uma startup social gratuita de suporte emocional. O Sunas – www.sunas.com.br – é uma plataforma que busca unir pessoas que vivenciam os mesmos problemas por meio de um espaço seguro e anônimo. O objetivo é ajudar os usuários a cuidar de sua saúde mental, neste momento de isolamento social, com o apoio de profissionais. CONHECIMENTO PARA TODOS O filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu lançou projeto que distribui livros para pessoas que não têm condição financeira ocuparem a mente durante a quarentena. As três obras lançadas têm temática filosófica e analítica diante da vida e de situações enfrentadas pela sociedade pós-moderna. O interessado deve enviar uma mensagem pelo Instagram @fabianodeabreuoficial FARMÁCIA DO BEM A rede de farmácias Pague Menos está promovendo a ação social “Juntos Somos Mais”. A empresa doará kits de saúde e higiene para instituições de caridade de diversas regiões do País. Para colaborar, acesse paguemenos.com.br/ doacao e escolha entre uma das opções de valor, entre 5 e 50 reais. Na sequência, o cliente finaliza a transação como se estivesse comprando pelo site. TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO FILANTRÓPICO A empresa Mapfre escolheu o Hospital Maternidade de Campinas para ser a primeira entidade beneficiada por seu mais novo produto, um título de capitalização da modalidade filantropia premiável. Cada título custa 12 reais para concorrer a um prêmio de 120 mil reais e pode ser adquirido no site doacap. mapfre.com.br/maternidadedecampinas. Os sorteios ocorrerão mensalmente. CAMPANHA POR DOADORES A Acesa Capuava, entidade de Valinhos que atende pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiência múltipla e surdez, lançou campanha para conseguir 200 doadores. A instituição perdeu receita devido à queda no número de doações e da impossibilidade de promover eventos por conta da quarentena. Para doar: (19) 3871-7974 ou acesacapuava.com.br
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MÁRCIO ASSUMPÇÃO
No lugar do outro Na existência relativa humana, existe um lugar que está aqui dentro de mim e de você. Este lugar não pode ser apontado com o dedo indicador e nem localizado por um GPS. Um lugar difícil de acessar e que é preciso muita coragem para ir até ele. Ele se chama “colocar-se no lugar do outro’”. Num mundo egoísta em que vivemos, poucos são os corajosos que fazem isso. Como Narcisos apaixonados pela sua própria imagem, a maioria se esquece de que existem os outros no mundo. Sobre a vida dos outros, todo mundo tem uma opinião para dar, uma crítica para fazer, um defeito para apontar: “Se eu fosse ele faria isso, se eu fosse ela faria aquilo...”, e assim por diante. Antes de julgar, poucos se colocam no lugar do outro, pois enxergam apenas as próprias necessidades. Quando se trata da vida alheia, muitos querem
falar, poucos querem ouvir, parecendo aqueles programas de debate em televisão, onde um fala por cima do outro e ninguém se entende. Por isso é sempre bom questionar: “O que eu faria se estivesse nessa situação?”, “Como eu agiria se isso estivesse acontecendo comigo?”. Uma tarefa difícil é sincronizar o nosso coração com o do outro. Existe um nome em sânscrito para isso e se chama daya, a compaixão. Daya requer um coração aberto para acolher a si mesmo e as outras pessoas. E nesses momentos difíceis em que vivemos é uma oportunidade para o exercício da solidariedade, da caridade e da mútua colaboração. Ajudar o outro a se reerguer, torcer pela felicidade alheia e querer bem do fundo do coração. Mas cuidado! Pois se colocar no lugar do outro não significa torná-lo vítima.
Muitas pessoas alimentam o vitimismo como uma forma de oportunismo e sugam tudo o que querem das outras pessoas. Em momentos de crise, assistimos atônitos a aqueles que se aproveitam da dor, do medo e da fragilidade alheia, muitas vezes através de disfarces hipócritas. Mas também nesses momentos é que conhecemos nossos verdadeiros amigos, aqueles que estão
O movimento dos orgânicos não parou por Clauber Cobi Cruz
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erder vidas para um vírus agressivo é o que pode acontecer de pior para a sociedade. No entanto, a principal marca dessa pandemia foi o isolamento social para conter a Covid-19 e preservar o setor de saúde. De quarentena, os habitantes das grandes cidades retomaram uma atividade à qual há muito não se dedicavam: cozinhar! E foi cozinhando que se deram conta da importância dos alimentos para a manutenção da saúde. Alimentar-se com produtos saudáveis e naturais é decisivo para ter imunidade e proteger-se de qualquer doença. Essa conscientização provocou um aumento na demanda por frutas, legumes e verduras – a chamada sessão de FLV nas redes varejistas – justamente os produtos que abrem as portas do mercado de orgânicos aos novos consumidores. Resultado: o setor não perdeu o vigor ao longo dessa crise. Ao contrário, a expectativa é a de manter as esti-
mativas de crescimento na ordem de 10% em 2020. Dependendo do cenário, essa previsão poderá inclusive ser ampliada. Nas sondagens com diversos players do setor de orgânicos, percebemos um claro otimismo, já que muitos sentiram um crescimento expressivo na procura por seus produtos durante o período de quarentena. De fato, o consumo de alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos e cultivados de forma a preservar seus atributos nutritivos e ambientais, está associado pelo consumidor com a manutenção de um estilo de vida natural e saudável. Se de um lado a conscientização aumentou, de outro, não faltou poder aquisitivo para esse flerte com os produtos orgânicos. Da mesma forma que se dispõe a pagar mais pelo prazer de, por exemplo, degustar uma cerveja artesanal, o consumidor percebeu que é viável manter alimentos orgânicos na sua dieta, para agregar mais valor em ter-
mos de saúde e bem-estar. O crescimento do e-commerce nesse período de quarentena também jogou a favor dos orgânicos. Os serviços de entrega on-line, com fornecimento de cestas, garantiram o abastecimento regular e trouxeram uma nova experiência de compra e venda. Os produtores, de repente, viram-se diante da necessidade de ampliar sua presença no ambiente digital, encontrando formas de divulgar suas ofertas e solucionar os problemas de logística diferenciada. Para o setor de orgânicos, a volta à normalidade terá um impacto mais positivo do que aquele sentido por outros setores. Sem aeronaves no pátio esperando para decolar, sem taxas de ocupação com que se preocupar, os produtores orgânicos vão se beneficiar da conquista de novos consumidores, que experimentaram e aprovaram seus produtos. Essa conquista não tem volta. Inserido na dinâmica do agronegócio, o setor de orgânicos tende a seguir
7 ao nosso lado para o que der e vier. Aqueles cujo coração estão sincronizados com o nosso. Os piores momentos da vida são uma grande oportunidade para cultivar a compaixão como um antídoto contra o medo, o desespero e a ignorância e também são os melhores momentos para se colocar no lugar do outro.
em sua trajetória de crescimento. Apesar da baixa previsibilidade que a carência de dados abrangentes ainda nos impõe, esse otimismo é reflexo do aumento contínuo que vínhamos percebendo no número de unidades produtivas cadastradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além disso, o espaço que os orgânicos vêm ocupando nas redes varejistas de todo o País é cada vez maior. O potencial para aumentar a produção é enorme, enquanto o número de consumidores dispostos a consumir mais orgânicos só aumenta. Diante da crise provocada pela Covid-19, o setor de orgânicos não só está conseguindo se manter, como também é um dos poucos com expectativa de crescimento e aumento de produção. Produtores, varejistas e prestadores de serviço, confinados nesse período de quarentena, estão aproveitando muito bem as oportunidades para aprender, planejar e inovar. Clauber Cobi Cruz é diretor da Organis, entidade setorial dos orgânicos
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CLÉLIO BERTI
Marcelo Sguassábia
Meditação com movimento
Alarme falso e tiro no pé
A meditação é uma ferramenta que traz muitos benefícios, entre eles, reduz a ansiedade, desacelera a mente, detona o estresse (e reduz todos os sintomas relacionados), o sono melhora, etc. Mas sentar e meditar não é uma tarefa simples. Quem já tentou meditar sabe que a mente é fugidia. Você quer se concentrar em algo, mas... a mente foge. Fica aquela briga, entre você e a sua mente. A meditação com movimento é uma prática de 25 minutos. Trabalhamos os seguintes pontos: * Respiração – tudo o que você fizer, se respirar bem, fará melhor. Aprender a respirar corretamente e utilizar a respiração boa, no seu cotidiano, dará excelente suprimento de oxigênio às suas células. Bem oxigenadas, elas respondem melhor; * Relaxamento – para detonar o estresse e manter a sua saúde física, emocional e mental em perfeito estado. Se você não souber relaxar, será impactado pelo estresse e todas as suas consequências; * Mindsets positivos – o que você cultiva prospera. Quais os hábitos, os pensamentos, as emoções, os sentimentos, a respiração e as atitudes que você cultiva? Criar mindsets (programas mentais automáticos) que levam você na direção dos objetivos facilita sua caminhada; * Técnicas de meditação
– aprender a focar a mente, concentrá-la, p l e namente, para obter rendimento expressivo. Mente concentrada reduz os erros, produz muito, toma decisões assertivas e acelera a caminhada em direção aos seus objetivos. A meditação com movimento, orientada por especialistas, duas a três vezes por semana, trará resultados expressivos na sua vida. O tempo dedicado à prática será recompensado pelo ganho de produtividade. O melhor de tudo: temos práticas presenciais (após a pandemia), ao vivo (você faz com o professor, em tempo real) e práticas on-line gravadas, para você fazer em qualquer lugar, em qualquer horário. Basta uma boa conexão de internet. Uma prática desenhada por especialistas, destinada a pessoas com vidas corridas e intensas. Você poderá praticar na escola, em casa, no hotel (quando em viagem), na praia, no sítio, no final de semana, na madrugada. Chegou a hora de você dar um upgrade na sua vida. Aprender a meditar, com especialistas, para produzir mais e melhor. Agende uma semana, totalmente gratuito e sem compromisso. Acesse no endereço a seguir: https:// temp 5 2 2. jo i n exemp l o . com.br/free-pass
Av. José Bonifácio, 1.030 Jd. Flamboyant - Campinas WhatsApp: 19 99725.4241
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Alarme falso A ideia é tão boa, mas tão boa, que tem tudo para dar errado. E certamente vai dar. Basta um espaço de 2 m x 2 m em qualquer fundo de quintal, o suficiente para acomodar algumas telas de silk screen, tintas, placas de PVC ou de aço escovado. E só. Arranjado este QG e este estoque inicial, baratíssimo, chega-se, dando busca no Google, às empresas de segurança residencial líderes em qualquer cidade. Ainda pelo Google, a partir deste primeiro passo, é fácil conseguir um zoom detalhado das plaquinhas afixadas nas residências protegidas em casas de classe média. Feito isso, parte-se para as réplicas das placas. Daí segue-se à comercialização, esta sim porta a porta, diretamente com o dono de cada imóvel nãocontratante da empresa de alarme top do município. Calculando, por baixo, o aparato de um sistema de monitoramento residencial de última geração, chegamos fácil a 5 mil reais. Fora a mensalidade da central 24 horas, a ser acionada em caso de qualquer problema. Quinhentos reais pela plaquinha em silk idêntica à fornecida pela empresa de segurança é uma
oferta irrecusável para quem quer se proteger sem gastar muito. Claro que o morador continuará desprotegido, mas quem seria o louco do ladrão a arriscar uma investida em sua casa? Tiro no pé A ideia é tão boa, mas tão boa, que tem tudo para dar errado. E certamente vai dar. Basta um espaço de 2 m x 2 m em qualquer fundo de quintal, o suficiente para acomodar algumas placas de isopor, tinta cor grafite, um pirógrafo de segunda mão, faca afiada e mais nada. Arranjado este QG e um estoque inicial, baratíssimo, parte-se para a confecção em isopor de réplicas de fuzis AR-15. Daí para chegar ao mundo do crime e oferecer a mercadoria é a coisa mais fácil. Calculando, por baixo, o valor de um fuzil desse calibre, chegamos fácil a 10 mil reais – se adquirido legalmente, o que quase nunca é o caso. Claro que o assaltante continuará desarmado, mas quem seria o dono de residência a encarar o ladrão com um fuzil daqueles? A questão é saber se o meliante terá peito de ir em frente com sua arma de araque ao ver a plaquinha de (falso) alarme no muro da casa... Marcelo Sguassábia é redator publicitário
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Junho/2020
KARINA FERRARI
Dicas para o terapeuta holístico Se você é terapeuta holístico e ainda se sente inseguro nos seus atendimentos, ou mesmo que você já tenha segurança na hora de atender, você é daqueles que busca melhoria contínua. Nesta edição, quero compartilhar com você três superdicas para melhorar ainda mais a qualidade do seu atendimento. 1 - Estabeleça um contrato com o seu cliente Já na primeira consulta, estabeleça um contrato com seu cliente. Esse contrato pode ser verbal ou escrito, depende do que faz mais sentido para você. Eu costumo fazer esse contrato verbalmente e, para mim, funciona bem assim. Nesse contrato, aborde sobre a ética, e fale sobre o sigilo terapêutico e seu papel como terapeuta. É importante que o seu cliente saiba que você não irá julgá-lo e que sua relação com ele é de neutralidade, não opinando nem dando sugestões na vida dele. Tire todas as dúvidas com relação ao seu trabalho e as técnicas que você utiliza e lembre-se de mencionar sobre a importância da autorresponsabilidade no sucesso do trabalho terapêutico que desenvolverão juntos. Estabe-
leça a frequência, tempo e horário das consultas, valores e formas de pagamento, assim como política de cobrança por faltas ou desmarcações no dia da consulta. Quando se estabelece esse contrato logo de início, fica muito mais fácil conduzir o processo terapêutico como um todo e você evita conflitos ou mal-entendidos. 2 - Jamais desperte falsas expectativas sobre o tempo de tratamento Alguns clientes costumam nos perguntar quantas sessões ele irá precisar até que seu objetivo tenha sido atingido. É importante explicar que não temos como prever o tempo de tratamento. Cada indivíduo é único e o terapeuta tem um papel importante de ajudá-lo. Mas o processo dependerá muito da abertura e disposição do cliente em resolver suas questões. Geralmente, casos agudos têm uma resposta mais rápida. Já casos crônicos podem levar meses e até mesmo anos. O que você pode propor é fazer, ao longo das sessões, um autofeedback, isto é, após um período, lembre-o de como ele estava quando começaram, avalie os pontos que já melhoraram até o presente momento e quais ele ainda tem a percorrer. Isso ajudará a trazer-lhe mais clareza sobre o próprio tempo dele.
3 – Desenvolva a habilidade de escutar A habilidade de escutar precisa ser bem desenvolvida, especialmente quando somos terapeutas. A escuta terapêutica precisa ser atenta, empática e sem julgamentos. Certifique-se de que ouviu corretamente o que seu cliente disse. Uma forma de fazer isso é resumir para ele o que entendeu do que ele disse. Assim, ele poderá sentir que foi ouvido e você saberá se o entendeu. Pergunte como ele se sente com relação ao assunto em questão. Lembre-se que a forma como
9 você se sentiria na mesma situação que ele está passando. Pode ser muito diferente da forma como ele de fato se sente. Se concluir que ele sente como você, acabará julgando e dando sua opinião, o que é antiético no atendimento terapêutico e não ajudará de fato o outro. Por isso, conecte-se com ele, esteja totalmente presente, abra os ouvidos “da alma” para ouvi-lo empaticamente e livre de julgamentos, o que com certeza já será de grande ajuda para ele. E então, vamos praticar? Karina Ferrari é psicanalista clínica, especialista em florais de Bach, mestre em reiki e coach
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Junho/2020
VIDA EM HARMONIA C
om o inverno chegando, nosso organismo pede alimentos que o aquecem, tais como caldos e chás. Neste mês, vamos dispor um conteúdo especial sobre diversos chás e infusões. Os chás sempre marcaram os encontros sociais, seja em uma reunião entre amigas, o chá de bebê (que, agora, chamamos chá de bênçãos), onde a futura mamãe recebe presentes das amigas, mas não somente materiais e sim de cuidados – uma massagem, um escalda-pés, frases de carinho, etc. Tudo isso envolve a magia desse encontro em torno do chá. Por ora, não podemos nos encontrar para saborear esse momento. Por amor a vocês e ao próximo, fiquem em casa, bem aquecidos e tranquilos, tomando seu chazinho. Logo, a primavera chegará com o sol e suas flores, e poderemos voltar a nos encontrar, com as energias renovadas.
Chás e infusões sem mistérios
Folhas, ervas, raízes e até cascas de frutas podem se transformar em deliciosos chás e infusões. Podem ser bebidos quentes, para um efeito repousante, e a maioria deles têm propriedades terapêuticas.
Os dois tipos de preparo
O chá preparado por infusão é aquele em que se coloca a água fervente sobre as folhas. Já o preparado por decocção normalmente é feito com raízes, como o gengibre. Nesse caso, coloca-se a raiz para ser bem cozida na água.
*Prefira sempre água filtrada e desligue a chaleira assim que começar a ferver. * Calcule uma colher (de chá) de erva para cada xícara; * Coloque as folhas no fundo de um bule de porcelana previamente escaldado (nunca use esse bule para outra bebida); * Despeje a água por cima, tampe o bule e deixe por uns cinco minutos; * Sirva o chá-preto acompanhado de rodelas de limão, um bule com água fervente e outro com leite.
RECEITAS DO MÊS
Cookies veganos
Ingredientes: • ½ xícara de tahine tradicional Sésamo Real • ⅓ xícara de calda de agave ou melado • 2 ovos veganos (2 colheres de sopa de farinha de linhaça para 6 colheres de sopa de água deixar de molho por 10 minutos) • ½ colher de chá de extrato de baunilha (opcional) • 1 colher de chá de bicarbonato de sódio • ½ colher de chá de sal marinho • 1 ½ xícara de farinha de amêndoas • ½ xícara de gergelim Sésamo Real Preparo: Preaqueça o forno a 180 graus. Misture o tahine tradicional com a calda de agave (ou melado) e os ovos veganos até ficar uma mistura homogênea. Adicione o
Café colonial Ingredientes: 1 abacaxi 1 maçã verde
1 maracujá 1 laranja
bicarbonato de sódio, o sal marinho e a farinha de amêndoas. Misture até ficar homogêneo. Despeje o gergelim natural branco em uma tigela separada. Enrole a massa em várias bolinhas e achate para ficar no formato dos biscoitos. Passe nas sementes de gergelim e coloque em uma assadeira coberta com papel manteiga. Asse por 10 a 15 minutos ou até dourar. Sirva em seguida.
Preparo: Corte a casca de um abacaxi e a polpa em fatias, pique a maçã verde, corte ao meio o maracujá e uma laranja sem casca e sementes. Ferva em uma panela com água. Coar e adoçar a gosto antes de servir.
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Junho/2020
SANDRA APOLINARIO
Terapia natural – solidariedade Estamos vivenciando uma fase com muitos desafios globais sem precedentes. Mudanças que nos levam a incertezas de um futuro que precisa ser reinventado. Essa é a hora para mostrar o melhor lado da natureza humana: o lado do amor e da compaixão. O lado que preza pelo bem comum acima do egoísmo, do individualismo e do autocentrismo. O isolamento social pode ter esvaziado ruas e estabelecimentos, mas longe de esvaziar o coração daqueles que se mobilizaram para fazer o bem. Allan Luks, autor do livro The Healing Power of Doing Good: The Health and Spiritual Benefits of Helping Others (O poder curativo de fazer o bem: os benefícios espirituais e a saúde em ajudar os outros), entrevistou mais de 3 mil voluntários para entender o bem de ser solidário para a saúde física, mental e emocional. O autor reuniu diversos estudos sobre os benefícios proporcionados pelo altruísmo da solidariedade. Ele identificou uma clara relação de causa e
efeito entre ajudar os outros e ter boa saúde. Essas pesquisas concluíram que os participantes tiveram um aumento da sensação de bem-estar após realizar as ações solidárias. E, consequentemente, apresentaram uma redução em seus níveis de estresse e maior equilíbrio emocional. Os benefícios da solidariedade, segundo as pesquisas, são: *Ajudar os outros contribui para a manutenção da sua saúde e pode diminuir o efeito de doenças físicas e psicológicas; *A euforia sentida após um ato generoso envolve sensações físicas que liberam endorfinas e outras substâncias naturais do corpo que diminuem dores; *Os benefícios na saúde mental e física continuam sendo sentidos por horas e até dias depois do ato solidário, especialmente quando ele é lembrado com carinho; *Problemas ligados ao estresse são revertidos com atitudes positivas direcionadas aos outros, reduzindo sensações de depressão, fobia soci-
al, hostilidade e isolamento; *Ajudar o outro gera sensações de alegria profunda, resiliência emocional e vigor; *A consciência e intensidade de dores físicas pode diminuir consideravelmente com um ato caridoso; *Um senso de otimismo e valor pró-
11 prio é gerado à cada ação solidária, melhorando a autoconfiança; Não sabemos o que irá acontecer, mas é fato que qualquer indivíduo pode deixar para o mundo o melhor da sua essência através das suas ações. Vivemos no coração daqueles que nos cercam e nas histórias que um dia contarão sobre a nossa vida. Se queremos ver e viver em um mundo melhor, pratiquemos a solidariedade.
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CULTURAZEN Divulgação
Junho/2020 Rafael Scucuglia
A atriz Andreia Stella com personagem do vídeo com contação de histórias do projeto da ONG Embaixadores da Prevenção para disseminar virtudes pela web utilizando as artes cênicas como ferramenta
Divulgação
Jonas Donizette, prefeito de Campinas, recebeu de porta-vozes da rede de supermercados Pague Menos a doação de mil cestas básicas destinadas ao Fundo Social de Solidariedade Luciana Aith
A Ariel, marca do grupo P & G, doou 5 mil máscaras de proteção para o Exército da Salvação, instituição que promove ações emergenciais para ajudar famílias em vulnerabilidade social e moradores de rua
Artesãs de Guarulhos que colocaram máscaras de proteção em mais de 20 esculturas e monumentos da cidade, em ação apoiada pelo Convention & Visitors Bureau local Camila Hampf Mendes
Célia Maria Cassiano | Sesc Campinas
Projeto do Sesc São Paulo mobiliza a capacidade produtiva de cooperativas de costureiras para confeccionar máscaras de tecido e distribuí-las para grupos em situação de vulnerabilidade e entidades assistenciais
A produtora de papelcartão Ibema, em parceria com a BO Packaging, doou para hospitais de São Paulo e do Paraná 1 milhão de copos descartáveis de papel com dicas de higiene, combate e prevenção ao coronavírus e mensagens de agradecimento aos profissionais de saúde Divulgação
Moradores inscritos no cadastro único em situação de extrema pobreza receberam cestas básicas distribuídas pela Prefeitura de Valinhos por meio do programa Alimento Solidário, do governo do Estado