JORNALZEN ANO 18
Nº 207
MAIO/2022
17 ANOS
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ZENTREVISTA
Eliane Oliveira EXPERIÊNCIA SUSTENTÁVEL Painel feito com 1.400 latas de alumínio que ficará até o dia 9 de junho na passagem da Unibes Cultural para o metrô Sumaré, em São Paulo. A ação é promovida pela Ball Corporation e reproduz obra do fotógrafo Marcelo Krause, mundialmente reconhecido.
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ÃO DIVULGAÇ
CONFIRA OS ARTIGOS NESTA EDIÇÃO
Ressignificar a educação Pág. 4
Você abraçou alguém hoje? Pág. 2
Doença invisível Pág. 5
DICA DE LEITURA Pág. 7
BEM NUTRIR Pág. 7
JORNALZEN
2 PONTO DE VISTA
Você já abraçou alguém hoje?
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O abraço favorece o desenvolvimento de vínculos de cura, pois preenche os vazios do coração. Ele é o porta-voz da beleza interior, pois opera em nível profundo nossas emoções. Abraçar é mostrar para o outro nossos sentimentos e reafirmar o que sentimos, mas também permitir ao outro se mostrar. Além dos benefícios para a mente, como a redução dos sintomas de depressão e ansiedade, o toque físico afetivo ativa no cérebro os controles de alívio da dor. Um abraço pode diminuir a pressão sanguínea, restaurar os níveis dos batimentos cardíacos e até aumentar a longevidade. Se você também recebeu uma educação que não incentivou a demonstração de afeto, tenho um conselho. Abrace mais as pessoas. Se permita criar conexões poderosas com outros indivíduos, se permita sentir e ser sentido. Você já abraçou alguém hoje? Então abrace mais, abrace já! Guto Bolsoni é psicólogo
JORNALZEN NOSSA MISSÃO:
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DIRETOR/EDITOR JORGE RIBEIRO NETO DIGITAL AMANDA LA MONICA
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PANORAMA DOAÇÕES PARA SAÚDE A campanha “Doe Saúde” pretende arrecadar mil horas de atendimentos presenciais ou via telemedicina para comunidades carentes. A iniciativa pretende arrecadar dinheiro e engajar profissionais de saúde para trabalhar como voluntários. A campanha vai até 1º de julho e terá seu ponto alto de 17 a 20 de maio, em São Paulo. As doações serão destinadas às OSCs atendidas pelo Instituto Horas da Vida. Para informações, acesse aqui.
Guto Bolsoni ssim como muitos, venho de uma família com um perfil mais rígido, onde demonstrar sentimentos sempre foi difícil. Raramente ouvia as emoções dos meus familiares serem verbalizadas. Demorei alguns anos para entender como manifestar afeto e aprender a dar e receber carinho. Felizmente, durante minha trajetória, redescobri a força transformadora de um abraço. A mágica do abraço é que ele não pode e nem deve ser concretizado unilateralmente. Não há como, fica impossível. O abraço desvenda as pessoas, expõe as fragilidades delas e permite que, na união destas dores, um se apoie no outro. Esse é seu efeito prático, simbólico e curativo. Há até uma campanha ao redor do mundo, inclusive no Brasil, chamada “Free Hugs” ou abraços grátis, onde grupos se posicionam em lugares movimentados para oferecer carinho aos que transitam por ali. O objetivo é mostrar como o abraço pode ser o que muitos precisam para superar um dia difícil. Cientificamente também já foi comprovado que o abraço possui diversos benefícios para a saúde mental. Grandes figuras como Freud e Jung e seus discípulos, Winnicott, Klein e Fromm, evidenciaram a importância do abraço, em todas as idades, para a psique humana.
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Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do jornal.
DOAÇÃO PARA BANCO DE SANGUE O grupo GSH está precisando, com urgência, de doações para o seu banco de sangue na capital paulista. A média diária durante a semana tem sido de 40 bolsas de sangue, quando o ideal deveria ser de 160. O tipo sanguíneo “O negativo” é o que está mais em falta. A instituição atende diariamente, das 7h às 18h (inclusive aos domingos e feriados), na Rua Tomás Carvalhal, 711, no bairro Paraíso. Para mais informações, clique aqui. MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS A Associação OndulArte promoverá dois eventos em Campinas (Estação Guanabara), nos dias 20 e 27 de maio. Ambos terão exposição de artes plásticas, palestras, lançamento de livro e revista, palco aberto para declamação de poesia e música e workshop de contação de histórias. O acesso é gratuito, mas pede-se doações de caixa de leite, um quilo de alimento não perecível ou peça de roupa. A programação pode ser conferida aqui. SHOW BENEFICENTE O projeto Dois Acordes, da cantora paraibana Flavia Wenceslau, terá apresentações em Campinas (26 e 27 de maio, no Teatro IMA Cultural) e São Paulo (dias 28 e 29, no Espaço Músico Cultural). O evento arrecadará agasalhos e tem apoio institucional da Unidade Beneficente Estrela da Manhã (Ubem), que receberá parte do valor da bilheteria para ser aplicado em projetos sociais. Vendas antecipadas pela plataforma Sympla. ATENDIMENTOS GRATUITOS Os núcleos de atendimento à população do Centro Universitário UniMetrocamp Wyden, em Campinas, oferecem gratuitamente serviços especializados, como orientação jurídica, fisioterapia, educação alimentar e nutricional. Os serviços são prestados por profissionais em formação, com supervisão de coordenadores, no campus situado na Vila Industrial (Rua Dr. Sales de Oliveira, 1.661). Mais informações: (19) 4501-2781. BAZAR ITINERANTE O Fundo Social de Solidariedade de Valinhos promove nos dias 21 e 22 de maio o Bazar Itinerante, com peças de roupa, cama e calçados a 1 real. O evento acontece na Escola Municipal Marli Bazetto (Parque Portugal), das 9h às 13h. Na ocasião, serão promovidas atividades culturais, esportivas e serviços na área de saúde, castração de animais, doação de mudas de árvores, entre outras ações sociais. Mais informações: (19) 3849-4000. CAMPANHA DO AGASALHO O Fundo Social de Solidariedade de Indaiatuba promoverá um drive-thru de arrecadação da Campanha do Agasalho 2022 no dia 28 de maio, em frente à Prefeitura (Jardim Esplanada), das 8h às 17h. Ao longo da campanha, as doações de roupas e cobertores em bom estado podem ser feitas no Ponto Cidadão (Rua 24 de Maio, 1.670 – Centro) e no Paço Municipal. *** As entregas dos agasalhos arrecadados na campanha de 2021 serão feitas na antiga Subprefeitura do Jardim Morada do Sol (Rua Zephiro Puccinelli, s/n°), nos dias 19 e 26 de maio. Para retirar, é necessário apresentar o RG.
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ergulhada na rotina dedicada ao exercício da magistratura, a ex-juíza de direito Eliane Oliveira desenvolveu um quadro de depressão severa que a paralisou completamente. Atormentada por um vazio interior e sem forças para sair do próprio quarto, ela perdeu 35 quilos, afastou-se do trabalho e viu sua felicidade ir embora. Durante sete meses, a paulistana lutou para encontrar um sentido para continuar vivendo. Com ajuda profissional, reestabeleceu-se e redescobriu uma antiga paixão: a escrita. Por alguns anos, Eliane manteve uma página on-line onde publicava textos assinados com um pseudônimo. Como magistrada responsável por sentenças que mudavam vidas, Eliane não poderia se expor tão abertamente. A experiência de superação foi a inspiração para um livro que vai além da própria experiência da autora com a depressão. Instigada a promover o debate sobre diferentes doenças relacionadas à saúde mental, ela iniciou intensa pesquisa sobre o transtorno bipolar. A condição é caracterizada pela alternância súbita de humor, marcada por episódios de euforia e depressão, mal que a autora de 56 anos conhece bem. Nesta entrevista ao JORNALZEN, Eliane fala mais sobre a decisão de retratar o sofrimento causado por uma doença mental e reforça, com suas palavras, o caminho árduo, mas acessível, do tratamento e da possibilidade de levar uma vida produtiva. Como a escrita ajudou no processo de recuperação de seu quadro de depressão? O livro Um caso de bipolaridade foi o fechamento do ciclo da doença. Eu já estava recuperada, havia retomado minhas atividades, mas aquele período ainda era muito traumático e doloroso. Para não pensar mais nele, resolvi colocar a minha história no papel. Usei a escrita como uma terapia de cura. Inicialmente, nem pensava em divulgá-lo, por ser uma lembrança dolorosa demais, mas depois pensei em quantas pessoas passaram pelo que passei, sem sequer identificar seu problema para procurar ajuda. É minha missão colocar o assunto em pauta, já que os transtornos mentais são vistos sob a ótica de pouca informação e muito preconceito. A doença foi decisiva para que deixasse de ser juíza de direito? O episódio de depressão ocorreu em 2012. Eu era juíza de direito desde
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ZENTREVISTA: Eliane Oliveira
CONVERSA FRANCA Ex-juíza de direito expõe experiência com a depressão para incentivar debate sobre a compreensão dos males que afetam a psique humana Divulgação
ciente é tratado de forma equivocada, como se tivesse apenas depressão ou apenas mania, o que agrava a situação. Como é possível superar a desinformação e o preconceito nessa área? Falando a respeito. Tratando o assunto de forma correta e em todas as casas, para que as pessoas reconheçam os sintomas dessas doenças e, identificando-os, possam procurar o tratamento adequado. Enquanto houver medo e vergonha por parte do doente e julgamento por parte de quem convive com o doente, o índice de portadores de transtornos mentais só tende a aumentar. O silêncio amplifica a dor. Particularmente, adota alguma prática voltada ao autoconhecimento? Pratico meditação diariamente, leio muitos livros sobre autoconhecimento, assisto lives e palestras sobre o assunto. Desde que superei a depressão, e antes até, entendi que é essencial você se conhecer bem para ampliar a possibilidade de encontrar paz de espírito e felicidade.
1999 e, quando me recuperei, continuei exercendo meu cargo até 2019. A busca por uma vida menos estressante, por uma qualidade de vida melhor e por mais tempo com minha família foram os fatores preponderantes para a decisão de me aposentar. Quais as principais conclusões de sua pesquisa sobre o transtorno bipolar?
É impressionante o número de pessoas com essa doença. Estima-se que cerca de 140 milhões no mundo sofram com o transtorno bipolar. E mais triste que esse número é que muitas dessas pessoas desconhecem que seu sofrimento é provocado por uma doença e não procuram ajuda. O diagnóstico é complexo e, por vezes, demora anos. Enquanto isso, o pa-
“Com o tratamento adequado, é possível superar transtornos mentais, retomar o controle e reencontrar a alegria de viver”
Como avalia a proposta do JORNALZEN? É uma excelente iniciativa. Sem informação, sem conhecimento, a vida fica muito limitada. Ao contrário, a fronteira não existe. O ser humano é capaz de apreender uma quantidade infinita de informações, processá-las e usá-las ao seu favor e em benefício do próximo. A vida é essa constante evolução e transformação. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores? Nem todo transtorno mental significa invalidez ou incapacidade permanente. Pode ocorrer uma limitação severa quando há uma crise aguda, mas com o tratamento adequado, que inclui profissionais da saúde, exercícios físicos, medicação entre diversos outros, é possível superar esse quadro e voltar a ter controle da própria vida e reencontrar a alegria de viver.
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PONTO DE VISTA
JOÃO SCALFI Muitos corpos, muitas moradas Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos? (L.E. 181, Allan Kardec) Sem dúvida que eles têm corpos, porque é necessário que o espírito se revista de matéria para agir sobre ela; mas esse envoltório é mais ou menos material, segundo o grau de pureza a que chegaram os espíritos, e é isso que determina as diferenças entre os mundos que temos de percorrer. Porque há muitas moradas na casa de nosso Pai, muitos graus, portanto. Alguns o sabem, e têm consciência disso aqui na Terra, mas outros nada sabem. Os diversos Orbes habitados pelo espírito, em sua jornada de regresso à Casa Paterna, são adequados de acordo com o grau de pureza de seu corpo espiritual. Aprimorando a matéria grosseira, os espíritos estão confeccionando a “túnica nupcial” de que Jesus fala na Parábola das Bodas, que lhes conferirá livre acesso às Bodas do Filho do Rei. Em A Gênese, Allan Kardec, sob a inspiração dos Espíritos Superiores, escreveu: “Para ser mais exato, será preciso dizer que é o próprio espírito que molda o seu envoltório e o torna adequado às suas novas necessidades; ele o aperfeiçoa, o desenvolve e completa o organismo à medida que sente a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, ele o talha conforme sua inteligência...”. Desde os primórdios da Evolução do ser humano, o “princípio inteligente”, ou a mônada, vem tecendo o “corpo” de sua imortalidade plena,
que, inicialmente, lhe é outorgado pelas Leis Naturais... O envoltório de que o espírito se serve para agir sobre a matéria é que lhe enseja o despertar de suas faculdades – através dos limitados sentidos físicos, ele se aprimora em seus sentidos espirituais que haverão de levar a criatura a se identificar com o Criador. Podemos, pois, afirmar que o próprio organismo físico, sendo o reflexo do corpo espiritual, que, por sua vez, sendo resultante do corpo mental, e assim sucessivamente, é “construção do espírito”, ao longo dos séculos e milênios. Se o ser humano, aspira corpo menos grosseiro do que tem atualmente, terá que, de maneira laboriosa, trabalhar para merecê-lo. À exata medida que o espírito vai despertando as suas faculdades, essas mesmas vão se exteriorizando no corpo físico, influenciando na estruturação de seus orgãos, que, então, se mostram mais ou menos aptos à sua ação intelecto-moral. Embora exteriormente todos os corpos sejam semelhantes, o funcionamento dos órgãos que os constituem diferem de espírito para espírito, na maior ou menor flexibilidade com que possam ser utilizados por cada um – dessa maneira é que alguns corpos se mostram mais saudáveis e menos suscetíveis ao processo do envelhecimento das células no decorrer do tempo. Também temos que considerar a lei de causa e efeito, “carma”, que age sobre a evolução moral do Espírito. Fonte: O Cristo Consolador (Carlos Bacelli/ Irmão José)
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Ressignificar a educação Blenda Alves
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cabada a guerra, mais do que contabilizar os estragos, é preciso começar a recompor tudo aquilo que permanece, ainda que abaulado pelas circunstâncias passadas – e mesmo que seja de forma diferente. Afinal, são circunstâncias passadas, vale repetir, e a vida que segue demanda de nós justamente ressignificar o que já parece perdido, sem sentido – ou, mesmo, destruído. Digo isso porque a educação brasileira também viveu uma guerra e, da mesma forma, requer uma ação análoga de resgate àquilo tudo que se deteriorou ao longo de dois anos de pandemia. A Covid-19 trouxe um cenário jamais visto por essa geração: cidades fechadas, distanciamento das relações humanas, estudantes fora da escola da noite para o dia, além de todos os desajustes socioeconômicos que ainda enfrentamos. A nós, educadores, sequer houve tempo de ‘prepararmos o meio de campo’ para que os impactos fossem minimizados, especialmente entre os mais vulneráveis – ou seja, a população de menor poder aquisitivo. Dessa forma, vimos rapidamente se abrir o abismo da desigualdade no ensino e no acesso à tecnologia. O déficit de aprendizagem, que já era enorme no ensino público, tornou-se ainda maior comparado ao ensino privado, a partir das aulas remotas. Isso não só pelo menor acesso a recursos tecnológicos, mas também pela ausência de formação adequada entre boa parte dos professores para lecionar no meio virtual. Afinal, preparar uma aula online é muito diferente de uma aula presencial. Quem é professor, bem sabe. Somado a tudo isso, crianças, jovens e famílias também não estavam aptos a lidar com o ineditismo que a situação impunha. A falta de maturidade e, muitas vezes, também de estrutura física nos lares, surtiam reveses nas rotinas de estudo, principalmente entre os alunos dos ensinos infantil e fundamental. A autonomia que o ensino remoto demanda era algo muito difícil de ser alcançada por esse público. Ainda mais, na intensidade de carga horária que era exigida (a mesma de sala de aula). Foram dois anos assim: tempo que muitas guerras levaram para começar
e terminar. Aos educadores, não resta dúvida, as batalhas foram muitas e quase que diárias. Os estragos gerados, por sua vez, ainda que pouco visíveis a olho nu, é certo que vão demorar para serem remediados. A isso, ainda temos que acrescentar o reflexo na saúde mental dos profissionais e estudantes – outro fator importante a ser observado. Tanto, que muitas escolas têm priorizado exatamente essa questão, neste retorno às aulas presenciais. Um acolhimento significativo para este momento de recomeço. Só que também precisa ser logo sucedido por ações que mirem o futuro, sobretudo. Como já mencionei, mais do que contabilizar os estragos, é hora de pensar no amanhã, seguir adiante. O paralelo que faço aqui em relação às guerras, aliás, busca não só comparar impactos, mas principalmente mostrar um caminho em comum nesse processo. A história nos mostra que a educação foi a grande indutora da recuperação de nações devastadas no passado, a exemplo do Japão e da Alemanha, que hoje são referências mundiais em termos desenvolvimento social e econômico. A nós, guardadas as devidas proporções, creio que elas sirvam de inspiração para que façamos o mesmo. Nesse contexto, destaco o enorme potencial das metodologias de ensino que buscam desenvolver as chamadas ‘habilidades e competências do futuro’, como tomadas de decisão, pensamento crítico, aprendizagem criativa e gestão de pessoas. Para tanto, claro, é preciso ter treino, formação – o que nem sempre o poder público consegue oferecer com maestria. Mas o terceiro setor pode (e deve) contribuir bastante nesse sentido. Juntos, entidades e educadores têm tudo para renovar o ambiente escolar em relação ao processo de aprendizado. É imprescindível entender as demandas de quem vive a educação no dia a dia. Só assim, a meu ver, enxergamos melhor quais caminhos seguir e que decisões tomar a fim de facilitar a compreensão do futuro do ensino, seja presencial ou virtual. Blenda Alves é formada em Gestão das Organizações do Terceiro Setor, com MBA em Gestão de Negócios e Inovação e pós-graduações em Gestão em Responsabilidade Social e em Gerenciamento de Projetos de Ciências Sociais Aplicadas. É coordenadora do Instituto MRV.
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PONTO DE VISTA
KATIA POLSAK
Cure-se Quando falamos de curar, de se curar emocionalmente, estamos falando da necessidade de se olhar para dentro. Por vezes, esse olhar nos mostra os bichinhos mais feios que temos dentro de nós, originados por um trauma, pensamentos vividos, ou mesmos das crenças limitantes que temos. É preciso também avaliar e melhorar os nossos pensamentos, pois ele está intrinsicamente ligado a nossas emoções e travas. A cura promove não somente a liberdade de ser e estar, mas também o equilíbrio entre o pensar e o sentir, necessários para seguir a jornada chamada VIDA. Todos estamos em busca dela, mas poucos realmente têm coragem
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de enfrentar o processo. E durante esse processo, gatilhos aparecem, propiciando encarar o trauma, a dor que nos faz estagnar na vida, nas relações amorosas, profissionais e em sociedade. Mas vamos entender essas dores emocionais. Elas são a culpa, a raiva, a frustração, angústia, tristeza, medo, vergonha, timidez, insegurança, ansiedade excessiva, etc. E todas essas dores, e outras que não estão elencadas aqui, geralmente não nos são conscientes. Por isso, o trabalho da terapia de olhar-se com amor e respeito a sim mesmo. E aí...? Vamos nos curar? A terapia LIBERTE-SE te coloca em conexão com você, com sua cura!
@katiapolsak
19 99909-5550
Doença invisível Luara Baêta
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quele dia me marcou. Inicialmente não passava de um dia normal no supermercado, mas virou um amontoado de sensações que eu não que eu não tinha ideia de que enfrentaria naquela tarde. Principalmente, porque estava indo comprar apenas um pacote de biscoito. Sim, um pacote! Segui em direção ao caixa, como sempre confiante, levando minha carteirinha de paciente de neuromielite óptica. Confesso que toda vez que passava pela fila preferencial, ela já estava lá em mãos. É como se eu já soubesse que algum dia algo poderia acontecer, mas caso acontecesse eu estaria pronta. Sabe por quê? Ora! Por fora eu era uma mulher jovem, com dois braços, duas pernas, olhos, boca e tudo extremamente funcional. Eu sabia que não dava pra enxergar a dor insuportável e excruciante que eu sentia em meus membros. Sabia que aquela queimação horrorosa, além da sensação de peso que eu sentia ao carregar meus próprios braços e pernas, não eram vistos. Eu sabia da fadiga que atingiria meu corpo, ainda que não enfrentasse nenhuma fila. Portanto, sim, eu estava sempre pronta para mostrar a carteirinha, dizer que era uma doença invisível e ainda conscientizar alguns. Seria perfeito, hein? Quanta ingenuidade da minha parte... Entrei à espera de minha vez. Enquanto não chegava, rotineiramente,
dei uma visualizada no celular, que me tirou daquela cena por alguns segundos. Quando voltei pra realidade no supermercado, outro ambiente me aguardava. Era como se eu estivesse no escuro, sozinha, e vários pares de olhos se acendessem em minha direção querendo me devorar. Várias pessoas haviam se juntado diante e atrás de mim. Se entreolhavam e balançavam a cabeça com sinal de negação. Era como se o corpo delas falasse: “O que essa menina está fazendo nessa fila? Aqui não é o lugar dela. Que mau-caráter, querendo se aproveitar de lugar de idoso. Sai daqui!”. Se expressavam em seus julgamentos sem abrir a boca! E muito menos sem me dar a chance de dizer nada, mesmo estando pronta! Meu coração começou a acelerar, a respiração ficou ofegante e eu só queria sair de lá. Fome? Nem tinha mais. O espaço tinha sido preenchido pela angústia e o choro, que permiti dar vazão em um canto, ainda no supermercado. A carteirinha? Continuou no mesmo lugar, isto é, na mão, assim como as minhas palavras, nem chegaram a sair do lugar! Percebi que nunca estamos prontos para uma situação como esta, onde a falta de empatia, percepção e excesso de julgamentos são supervalorizados na desconstrução do outro. Essa atitude é muito pior para quem tem uma doença invisível. Lembrando Saint-Exupéry: “O essencial é invisível aos olhos”. Por que digo isso? A minha doença é invisível. Mas meu potencial é desconhecido para quem passa por mim com indiferença. E é ele que me faz ter garra para continuar de pé e ter esperança de um mundo capaz de enxergar além dos olhos, afinal de contas, também acredito que “só se vê bem com o coração”. Luara Baêta é paciente de neuromielite óptica
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MARCELO SGUASSÁBIA Atanagildo, o ileso Ainda estava por nascer o cara que iria flagrá-lo trocando o certo pelo duvidoso. Melhor dizendo, “tocando” o duvidoso no lugar do certo. O Concerto número 2 para piano e orquestra de Rachmaninov e o número 1, em mi menor, de Chopin, o Atanagildo assobiava, nota por nota, do início ao fim. Os três movimentos de cada um deles, tão familiares quanto a unha encravada que tinha desde menino. Achava de melhor proveito e de maior prazer ouvir “Starman” pela 593ª vez do que arriscar um rolê no Spotify para conferir o que andava bombando em ouvidos ianques semana passada. A duração da vida era inversamente proporcional à oferta de músicas para embalá-la, pensava o Atanagildo. Não se conformava com a montanha de tempo, gasto e não reaproveitável, na audição de porcaria. Abrindo zilhões de ostras estragadas em busca de uma improvável pérola.
Para chegar aos seus exigentes ouvidos, era preciso perfurar um grosso escudo anti-mau gosto. Sim, esse meu amigo era um verdadeiro mata-burro sonoro. Se algo novo e bom surgisse, qualquer coisa diferente que realmente valesse a atenção investida, mais cedo ou mais tarde ele tomaria conhecimento de alguma forma. Assim, não se preocupava e seguia fiel a seus clássicos. Deixando que o tempo fizesse, lentamente, sua seleção natural. Foi assim que teve o prazer de nunca ouvir Pabllo Vittar. Que se negou a dar uma chance a um obscuro quarteto de Rostropovitch para cair nos braços sempre abertos da Pastoral de Beethoven. Que encomendou uma dúzia de missas em ação de graças, por ter escapado ileso de uma bomba sertaneja que passou de raspão nele, ao descer de um trem de metrô na Estação da Luz. Marcelo Sguassábia é redator publicitário
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CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE
Saúde mental na Academia Você já teve a oportuniTodavia, apesar da imdade de estudar em uma portância social e humana do tema, a Academia aininstituição de ensino superior? Então, certamente da tende a negligenciar as teve a oportunidade de viquestões de saúde mental ver, presenciar ou ouvir alexistentes em sua comuguma história sobre alnidade. Como youtuber no Caguém que ficou doente, quis desistir, sofreu injusnal Science Academy — Profa. Windyz tiça, opressão e entrou em https://youtube.com/c Ferreira, Ph.D sofrimento mental, espiri/ProfaWindyzBFerreira tual, físico, emocional... PhD —, tenho conhecido O tema saúde mental está na pau- inúmeras histórias de sofrimento vita das questões sociais contemporâ- vidas dentro da academia. Por isso, neas. São passados 40 anos desde o inicio esta coluna para abordar essas lançamento do Dia Mundial da Saú- histórias e possíveis caminhos para de Mental – 10 de outubro – e oito superar a dor e ser bem-sucedid@ anos desde o lançamento da campa- academicamente. nha Janeiro Branco no Brasil. Em amVocê tem interesse nesse assunto? bos os casos os objetivos são: promover educação sobre o tema, cons- Windyz Ferreira é Ph.D. (Educação) Master in cientizar a população e lutar contra Science, ambos pela University of Manchester, Inglaterra. Mestre em Educação pela Unicamp. estigmas sociais associados às doen- Psicodramatista pedagógica, fonoaudióloga e peças mentais. dagoga. Membro da Sociedade Teosófica.
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CULTURAZEN
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Integrantes de ONG no Playland Eldorado, em São Paulo, um dos parques do Grupo Playcenter que participaram do Dia Nacional da Alegria (27 de abril) O escritor Valdi Ercolani doou 540 exemplares de seus quatro livros à Secretaria de Cultura de Indaiatuba para serem distribuídos em bibliotecas e pontos de leitura
A Turma da Mônica já tem sua primeira personagem surda, Sueli, uma garota de 9 anos que é fã de esportes. Sueli, que se comunica pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), fez sua estreia em postagens nas redes sociais realizadas pelo Instituto Mauricio de Sousa em parceria com a 24ª Surdolimpíadas de Verão, em Caxias do Sul (RS). A ideia de criação da personagem nasceu de uma vontade antiga do desenhista Mauricio de Sousa e, com a realização do evento olímpico, ganhou forma.
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BEM NUTRIR Integrantes do grupo de teatro com bonecos Amigos do Baobá, que apresentou o espetáculo A Menina dos Olhos do Menino no Centro Cultural “Piano”, em Indaiatuba
DICA DE LEITURA DIVULGAÇÃO
SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR Paulus Editora
Organizado por Claudiano Avelino dos Santos e Mario Roberto de Mesquita Martins, da congregação Sociedade de São Paulo, livro apresenta as orações tradicionais da Igreja Católica, que poderão ajudar o leitor em diversas situações do dia a dia: agradecimento, súplica, orações em família, orações com santos e santas, orações para combater o mal, entre outras.
HAMBÚRGUER ARTESANAL COM AVEIA E GERGELIM NEGRO Ingredientes - 500g de carne moída - 4 colheres de sopa de aveia em flocos finos - 1 e meia colher de chá de sal - ½ cebola picada - 1 colher de sopa de gergelim negro - 1 ovo - Salsinha e alho-poró a gosto Modo de preparo: Em um recipiente, misture todos os ingredientes até ficar homogêneo. Modele os hambúrgueres em tamanhos médios e coloque-os em uma forma untada com azeite. Leve
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ao forno médio (180°C), por cerca de 30 minutos, virando na metade do tempo. O hambúrguer pode ser servido com queijo e compor um delicioso sanduíche, ou como opção proteica de uma refeição, sendo servido com saladas cruas e legumes ou com batata rústica, assada ou purês. fonte: período Integral do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo
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