JORNALZEN ANO 11
ABRIL/2015
AUTOCONHECIMENTO
Gestores do futuro
Padre Haroldo
por Priscilla Bonini Ribeiro Pág. 5
Pág. 6
Juliano Sanches
O poder da expressão individual
Pág. 7
Marcelo Sguassábia Dr. Orestes Mazzariol Pág. 10
BEM-ESTAR
www.jornalzen.com.br
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CIDADANIA
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CULTURA
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SAÚDE Rodrigo Cancela/Arquivo JZen
ARTIGOS
COLUNISTAS
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Nº 122
9/3/1921 13/3/2015
por Dominique Magalhães Pág. 7
Tantra e a arte de amar por Fernando Hartmann Pág. 9
Empreendedor Holístico Pág. 2
Fotos: Renato Amoroso/Divulgação
O JORNALZEN republica nesta edição a entrevista concedida pelo professor Hermógenes de Andrade Filho, pioneiro da ioga no Brasil, em setembro de 2007 CRISE HÍDRICA
Divulgação
A natureza aceita apenas a verdade Pág. 8
MENINO DE OURO Flagrante do ambiente de cerimônia de entronização de jovem mestre budista (acima). A foto faz parte da exposição de Renato Amoroso, que esteve no Tibete registrando o evento em que Denma Gonsar Riponche foi reconhecido em uma criança de 6 anos (à esquerda). Aberta ao público, a mostra vai até o dia 26 de abril na Praça Victor Civita (Pinheiros), em São Paulo.
culturazen Pág. 14
Viva Bem Pág. 12
ARTESANATO INTERNACIONAL Bonecas matrioshkas, originárias da Rússia, uma das peças de artesanato no Espaço Mostra Mundi, que reúne expositores de oito países no Parque D. Pedro Shopping, em Campinas. A mostra internacional vai até 15 de abril, com entrada aberta ao público.
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Ao mestre, com carinho Sempre digo que uma das – Om Sai Ram –, a que coisas que mais me dá ele pronta e alegremente prazer no JORNALZEN, respondeu com a mesma além de ser uma facilitasaudação, com as mãos dora da divulgação das unidas em frente ao coboas palavras, é o fato de ração. Daí para frente ter a oportunidade de conossa conversa fluiu nanhecer tantos seres espetural e amorosamente, ciais. Um destes foi o procomo vocês poderão conSILVIA LÁ MON fessor Hermógenes, que Diretora do JORNALZEN ferir na página ao lado. recentemente deixou seu Hermógenes faz parte corpo físico e ao qual fazemos uma da história da ioga no Brasil, como homenagem especial nesta edição, também tem sido relatado na rereeditando a entrevista que fiz pes- cém-criada coluna do JORNALZEN soalmente em 2007. a respeito deste tema. Ele nos deiTomei conhecimento de seu tra- xou um grande legado na ioga, na balho pela primeira vez em 1998, terapia holística e na grandiloqunão pela ioga, mas por um livro do ência de sua simplicidade. mestre indiano Sathya Sai Baba que Todos lamentamos perder os bons ele traduziu para o português – Sa- homens que transformam nossas vidhana, o Caminho Interior. Conheci das, mas deixo aqui uma mensagem o mestre Sai Baba através de minha por meio da qual Hermógenes trata grande amiga e irmã Monica Jô e da morte: “Felizmente, já aprendi a Hermógenes o conheceu através de não dizer mais ‘estou doente’. Agora, sua segunda esposa. Ambos somos o que digo é que meu corpo está dodevotos do mestre e foi esse ponto ente. Não sendo eu o corpo, jamais em comum que promoveu uma for- adoeço. Não admito minha morte. te empatia em nosso encontro. Morre o corpo que eu uso, mas o Quando entrei na sala onde o Eterno que Eu Sou é imortal.” E assim o mestre descansa aos professor me esperava, cumprimenpés do Mestre. tei-o com a saudação dos devotos
JORNALZEN NOSSA MISSÃO:
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LEITORZEN
Os dois Franciscos
Nosso desejo é registrar em poucas linhas os feitos de dois Franciscos que se destacam dos demais Franciscos que vivem neste mundo de Deus e que muito amam, e cada um, dentro de suas possibilidades, também se desencubem de seus afazeres construtivos. São Francisco de Assis é conhecido como protetor dos animais. Nasceu Giovanidi Pietro Di Bernardoni em 1182 e faleceu em 3 de outubro de 1226. Foi um jovem muito rico e adepto dos prazeres da vida, entretanto muito cedo renunciou à riqueza como a tudo e passou a dedicar-se à pobreza. Foi um frade católico que nasceu para essa vida em Assis, na Itália. Escreveu inúmeras frases, textos e pensamentos. Lendo sobre a vida de São Francisco podemos aprender que quem queira praticar o bem é só começar fazendo o que é necessário com muito amor e dedicação e o resto virá. Foi esse frade religioso que fundou a ordem dos Franciscanos.
Papa Francisco nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Foi o primeiro papa que nasceu na América Latina e também o primeiro jesuíta. É o 266º papa da Igreja Católica e atual chefe do Estado do Vaticano. Escreveu e publicou o livro Entre o Céu e a Terra. Sua primeira viagem internacional como papa foi ao Brasil, onde visitou o Rio de Janeiro e Aparecida, no Vale do Parnaíba, considerada a capital espiritual do Brasil. Algo diferente aconteceu na residência do papa Francisco: os 15 líderes da comunidade judaica argentina, que tiveram a oportunidade de participar de uma reunião/ almoço com o líder maior da Igreja Católica, ficaram simplesmente entusiasmados. O papa recebeu-os como seus “irmãos” e tornaram o almoço um momento histórico. Esse é o papa que todos, independentemente de religião, aprendemos admirar. Raymundo Rodrigues Espelho, Campinas
Empreendedor Holístico ANA PAULA TEIXEIRA – coachinganapaula@gmail.com
Informar para Transformar DIRETORA Silvia Lá Mon EDITOR Jorge Ribeiro Neto JORNALISTA RESPONSÁVEL MTB 25.508 TELEFONES Redação (19) 3324-2158 Comercial (19) 3044-1286 contato@jornalzen.com.br www.jornalzen.com.br Circulação: Campinas Indaiatuba Holambra Hortolândia Paulínia São Paulo (Vila Madalena) Valinhos Vinhedo
Ordem e Progresso É muito difícil ignorar a fase de transição pela qual está passando o Brasil sem comentar, mesmo morando fora do País, como é o meu caso. Digo fase de transição pois acredito que seja uma oportunidade. Uma oportunidade de colocar a casa em ordem e criar o progresso dentro de cada um de nossos negócios. Como business coach, minha posição é, e sempre será, de uma análise específica da situação pela qual meu cliente está a passar, visando como resultado final o desenvolvimento de novos negócios de forma ética e sustentável. Obviamente, minha análise não é utópica e leviana a ponto de ignorar os efeitos da economia e política vigentes de um país, mas sim uma visão progressista de como transfomar ameaças em desafios e,
por consequência, em oportunidades para a geração de novos negócios. Minha análise visa facilitar a tomada de decisões e ações que gerem impacto imediato de transformação para o crescimento, a estabilidade e a saúde financeira de cada um dos meus clientes. Para tanto, meu mantra ordem e progresso está sempre bem afinado: sem ordem, não há progresso; e progresso sem ordem gera caos e paralisia. Portanto, minha dica neste momento de transição pelo qual passa o nosso país é: estabeleça a ordem e determine o progresso do seu negócio, começando por você. Elimine o negativismo, a procrastinação e se afaste daqueles que o convidam a fazer parte do ‘clube da paralisia’, do ‘vamos aguardar’. Junte-se ao grupo daqueles que decidiram que não importa o que
aconteça politicamente, o progresso é a palavra de ordem. O progresso de sua empresa começa hoje, começa agora e começa com você. Esteja determinado a fazer de todas as situações uma oportunidade. ‘Não está tão bom quanto antes? Sem problemas. Está na hora de transformar, de adaptar-se e, então, progredir. Alguns clientes seus juntaram-se ao ‘clube da paralisia’? Ótimo. Hora de buscar novos clientes, que estejam determinados pelo progresso como você. Alie-se, compartilhe, faça novas parcerias, mude a ordem das coisas, transforme-se e determine que o progresso do seu país começa com você! Comece agora! Compartilhe comigo sua história de como você vem progredindo. Ao seu sucesso!
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onsiderado pioneiro em medicina holística no Brasil, José Hermógenes de Andrade Filhos costuma dizer que se sente mais jovem aos 86 anos do que se sentia aos 35. Não fosse pela série de problemas de saúde vividos nessa época, o professor Hermógenes jamais teria se tornado mestre em hatha yoga, assunto sobre o qual escreveu o livro que ainda hoje é seu maior sucesso editorial. A essa obra seguiram-se outras trinta, algumas editadas no exterior, além da tradução de seis volumes de cunho filosófico e espiritualista. Poeta e terapeuta, Hermógenes é professor honoris causa pela Escola Nacional de Saúde Pública, tendo formação em história e filosofia. Nascido em Natal (RN), começou escrevendo livros didáticos em 1955. Precursor e grande responsável por divulgar a prática da ioga no Brasil, é doutor em Yogaterapia, título concedido pelo World Development Parliament, da Índia. Recebeu a Medalha Tiradentes, conferida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, em 2000, pelo bem-estar e benefícios à saúde que sua obra trouxe para os brasileiros. Durante vinda a Campinas, para palestra no Espaço Cultural CPFL, o professor Hermógenes concedeu entrevista exclusiva para o JORNALZEN. Quando o senhor começou a praticar ioga? Tinha mais ou menos 35 anos e estava me recuperando de uma tuberculose gravíssima. Na época em que adoeci, comecei a ler sobre a ciência espiritual, a praticar meditações e orações, e isso já é ioga. Depois, quando já estava mais recuperado, chegou às minhas mãos um livro que ensinava as posturas do hatha yoga. Achei aquilo encantador e promissor. Sentir-se melhor com aquilo que estava sendo passado. E aí comecei a praticar sem professor, sozinho, com o livro. Fiz a minha experiência pessoal e o resultado foi e é simplesmente maravilhoso.
A ioga, então, foi um divisor de águas em sua vida? Como foi esse antes e o depois? Exatamente. Antes, sofria de “normose”, doença de ser normal. Fisicamente, estava condicionado. Então, comecei a praticar as posturas do hatha yoga escondido no banheiro, para ninguém me perturbar, e mudei física e psicologicamente. Meu estilo de vida mudou e isso decidiu o resto da minha vida. Foi uma compensação tão grande, uma transformação tão profunda, tão agradável e esperançosa, que dividiu a minha vida. Não era mais igual àquele que adoeceu. Decidi, então, agradecer a Deus a cura
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ZENTREVISTA|Hermógenes
DESEJO DE SERVIR O pioneiro em medicina holística no Brasil conta o que o levou a dedicar sua vida a reduzir a dor do ser humano e à divulgação da prática da ioga Silvia Lá Mon/Arquivo JZen
Em homenagem póstuma ao professor Hermógenes, que morreu no último dia 13 de março, aos 94 anos, estamos republicando a entrevista concedida ao JORNALZEN veiculada na edição 31, de setembro de 2007. Como se poderá verificar, suas palavras de sabedoria soam atuais e cada vez mais necessárias espetacular que tive, alavancada pela ioga, e passei a dedicar minha vida a trabalhar para reduzir a dor do ser humano. Foi possível comigo e é possível para todos. Não sou melhor que ninguém. E foi a partir desse momento que me dediquei ao estudo para produzir meu primeiro livro. Teria que ser um livro de fácil leitura para ajudar a quem está doente. Que desse à pessoa uma motivação profunda e ao mesmo tempo desse as informações necessárias para que ela mesma cultivasse sua saúde por meios absolutamente naturais. Montei a Academia do Yoga e comecei a presenciar casos espetaculares de cura, alguns surpreendentes para mim mesmo. Ficou veemente a demonstração do poder terapêutico da ioga como estilo de vida, incluindo as posturas. Ioga é um caminho para o ser supremo que somos, embora ignorantes que estamos. Algumas pessoas estão começando a despertar e a se corrigir. Outras continuam perdidas em sua existência, sofrendo de uma doença que defino como “egoesclerose”. A pessoa fica presa entre desejos, aversões e medos, e se esquece de Deus, se esquece da salvação.
Fale-nos um pouco a respeito da filosofia da ioga. Os yamas e nyamas são preceitos lançados por Patañjali [mestre indiano codificador dos oito passos da ioga] para uma perfeita vida ética. Mas a ética aí é a aquisição de um alcance maior para caminhar para Deus, para a meta final. É uma ética perfeita. São cinco yamas de efeito restritivo. Os outros são chamados nyamas, que são preceitos a serem seguidos para ter saúde e alegria, uma aproximação maior com a felicidade. Temos conhecimento de que foi o senhor quem trouxe para o Brasil o conhecimento sobre Sathya Sai Baba, inclusive por meio dos livros que escreveu. O que esse mestre significa para o senhor? Para mim, ele é de fato uma divindade encarnada. Passei por cinco entrevistas com ele na Índia. Traduzi três livros, um sobre ele e dois que ele escreveu. E escrevi um livro para ele. [Nota da Redação: Sathya Sai baba morreu em 24 de abril de 2011]
Há pessoas que contestam Sai Baba, alegando que ele seria uma farsa.
O que o sr. pensa a esse respeito? Isso é esperado. Quando começou todo esse falatório sobre ele, escrevi um artigo no qual falo sobre as abelhas e as moscas. Uma abelha chega num pântano malcheiroso e voa até encontrar a única flor que existir. A mosca, ao contrário, chega num jardim florido e não para de voar enquanto não encontrar aquilo que ela gosta. Algumas pessoas têm personalidade tipo mosca.
Gostaria que nos falasse sobre sua fé, já que o senhor é considerado um mestre para muitas pessoas. Nada disso. Sou apenas um companheiro de viagem e tenho mais tempo de existência e prática. Tenho o desejo de servir. Vejo o poder na fé mais pura, na verdadeira fé. Tenho certeza da misericórdia e sabedoria do poder de Deus. E que Deus está dentro de mim, querendo me salvar, me curar e me fazer feliz. Essa é minha fé. A minha fé eu expresso em cada crise intransponível para mim. Quando não tenho mais o que fazer, quando a situação está perdida, digo “Entrego, confio, aceito e agradeço”. Como o senhor analisa nossa proposta editorial, voltada à ênfase de iniciativas positivas? Que Sai Baba os abençoe e que vocês aumentem o número de consumidores e leitores do jornal. Continuem prestando esse serviço tão importante, que é cumprir esse dharma. Poderia deixar uma mensagem para nossos leitores? Vou dizer uma coisa que vai perturbar um pouco, mas com o tempo vão perceber a sabedoria nisso. Desiludam-se. Todo mundo tem medo de desiludir-se. Eu estimulo: desiludam-se. Libertem-se das ilusões. Aceitem as desilusões com uma festa porque enquanto se estava iludido, estava detido na estrada. E quando você se liberta pela desilusão, pode caminhar para Deus. Nada pode nos libertar a não ser a verdade. Tudo o mais que pensamos que nos liberta nos mantém iludidos. O real é aquilo que nunca mudou, não está mudando e jamais mudará. Aquilo que foi, é e será.
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Sementes de vida De onde vieram os seres vivos para a Terra? A Terra continha os seus germes, que aguardavam o momento favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se reuniram desde o instante em que cessou a força que os mantinha dispersos, e formaram os germes de todos os seres vivos. Esses germes estavam em estado latente e inerte, como a crisálida e as sementes das plantas, até o momento propício à eclosão de cada espécie (O Livro dos Espíritos – Allan Kardec). Portanto, é de se supor que as referidas “sementes de vida” encontram-se, todas elas, espalhadas pelo cosmos, germinando de acordo com as condições que lhes são oferecidas pelos planetas que as recebem. A Terra funcionou como uma verdadeira estufa na conservação dos germes pré-existentes, aguardando o momento certo para germinar. Os primeiros habitantes da Terra foram as células albuminoides, as amebas e todas as organizações unicelulares, que se multiplicaram na temperatura tépida dos oceanos. Após muito tempo,
as amebas primitivas se associam para a vida celular, e, através de muitas transformações, surge o reino ani- JOÃO BATISTA SCALFI mal e vegetal. Vice-presidente do Educandário Ao se posicio- Deus e a Natureza (Indaiatuba) nar no sistema solar, a Terra, por ação das leis naturais, foi recebendo e ainda recebe “sementes” que tornam a flora e a fauna mais exuberantes, posto que as espécies de seres que povoam o Universo variam ao infinito. Destacamos que a obra do Criador continua evoluindo e que os seus Engenheiros Siderais “cocriadores” não cessam seus experimentos genéticos e, a cada dia, concebem novas espécies, nas quais o princípio inteligente empreende a sua jornada evolutiva. As chuvas torrenciais que caíram sobre a orbe terrestre concorreram também para o seu resfriamento ao longo de milhões e milhões de anos, e trouxeram para Ele os germes que estavam, por assim dizer, no estado fluido no espaço e em outros planetas.
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IOGA NO BRASIL Relato de uma experiência
Anna Maria Simões de Moraes, discípula direta de Jean-Pierre Bastiou – citado na coluna anterior – ressalta o propósito de mostrar que a ioga vai além da sala de prática. “Não adianta muita prática meramente física sem outros objetivos ou mudanças de hábitos”, enfatiza. O texto abaixo – escrito por Anna Maria há cerca de 30 anos –, sobre superação do individualismo e do nosso ego, mostra-se ainda atual, principalmente nestes dias de conflitos na África, Oriente, etc. Viver é uma constante prática do yoga, desde que seja um estar consciente. Pratica o yoga aquele que, ao despertar pela manhã, sente o corpo espreguiçar, percebe a respiração saudando o novo dia. Pratica o yoga aquele que vive cada momento, em cada dia, com atenção, com vigilância. Pratica o yoga o homem que tem fé. Pratica o yoga aquele que cumpre suas tarefas com amor. Pratica o yoga o pai que ama e orienta os filhos, a esposa, participando com eles suas alegrias e tristezas. Pratica o yoga a mãe que dirige seu amor aos filhos, educando-os dentro de um lar saudável. Pratica o yoga aquele que ama sem esperar nada em troca. Pratica o yoga quem cuida do seu corpo como o sacerdote cuida de seu templo. Pratica o yoga aquele que, com desapego, estende a mão a quem precisa; não espera retribuições futuras ou elogios vãos. Pratica o yoga quem agradece diariamente a Deus pelo dia que passou. Pratica o yoga quem crê na misericórdia divina. Pratica o yoga quem mergulha na beleza de uma flor, no sorriso de uma criança e numa fração de segundo perde a noção de seu ego. Pratica o yoga aquele que não teme a vida nem a morte. Pratica o yoga quem sabe escutar e aquele que sabe silenciar. Pratica o yoga aquele que sendo rico ou pobre respeita seus semelhantes. Pratica o yoga quem não tem preconceitos. Todos os homens serão praticantes de yoga quando cessarem as ambições, vaidades e invejas. Quando todos, brasileiros, indianos, japoneses, suíços, americanos ou franceses perceberem que podem viver em harmonia, respeitando-se mutuamente. Esse é o amor incondicionado, o verdadeiro estado de felicidade que está presente em todos os corações mas precisa ser despertado. Isso vai depender de cada um e de todos. Vamos começar já a contribuir para um mundo melhor.
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Gestores do futuro por Priscilla Bonini Ribeiro
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empre acreditei que fazer a diferença era muito mais do que se destacar na profissão que escolhemos. Quando abracei a educação, foi muito mais do que abraçar a minha profissão. Uma paixão incontida que procuro compartilhar com todas as pessoas com as quais convivo. Nossas ações como educadores devem agregar, construir e contribuir para a evolução do ser humano. Podem existir dias que serão verdadeiros fardos, mas haverá outros que muita satisfação nos trará. Penso que cada passo que damos em busca de melhorar a educação brasileira não pode ser apenas encarado como uma obrigação. Educação é muito mais do que isso. É proporcionar o encontro com a própria vida. Lidamos com o destino das pessoas e, consequentemente, com o destino da humanidade. Os frutos que o nosso trabalho e a nossa dedicação irão gerar têm de ser capazes de gerar frutos com sementes. Sem as sementes nosso trabalho será em vão e deixaremos um vazio ao futuro da humanidade. Vazio este que hoje nós procuramos preencher quando nos propomos a direcionar destinos.
É isso que somos, na verdade. Não somos gestores educacionais. Somo gestores de destinos. E sendo dirigentes municipais, não podemos deixar que o nosso trabalho resuma-se em um trabalho bem feito. Isso, qualquer um pode fazer. Nosso trabalho precisa ficar marcado por melhorias que nós podemos proporcionar. E isso requer muito mais do que jogar sementes ao vento. Eu acredito no que realizamos e no que fazemos, porque sei que o destino de muitos está em nossas mãos. E quando se tem o destino de outros nas mãos, temos o direito de sermos verdadeiramente humanos, mas o dever de sermos educadores. Então, fazer a diferença é poder fazer o seu melhor, contribuindo para a construção de um mundo que cultue a paz, priorizando a formação de pessoas capazes de enxergar que o Brasil pode ser muito mais do que tem sido. Descobriremos, enfim, que fazer a diferença na educação é gerar cidadãos aptos a fazer essas sementes que plantamos se perpetuar e, assim, devolver ao Brasil a sua dignidade civil. Priscilla Bonini Ribeiro é presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo (Undime-SP) e presidente da Região Sudeste da Undime Nacional
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A ARTE DE SER
Mônica Jô
Depois de passar um mês na Índia, decidi continuar a viagem e conhecer as grandes montanhas dos Himalaias, sua gente pacífica e tradições. Os livros são fundamentais, mas a experiência direta abrevia muitos anos de estudo. Por isso resolvi colocar a mochila nas costas e peregrinar pelos locais que conheci nas leituras e que povoaram meu imaginário por tanto tempo.
Reprodução
Caminhando pelas ruas de Pokhara ou pelas vilas das montanhas, se é saudado pelos transeuntes com um sorriso, as mãos em prece e um sonoro Namastê, que significa “o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você”. A sensação é incrível. Também se ouve pela manhã, vindo de vários locais, o mantra Om Mani Padme Hum sob a forma de uma canção suave. Impossível não se sentir bem! O significado dessa frase sagrada é muito especial. Ela diz que o universo inteiro é como uma joia pura ou cristal e mora no centro, no coração da flor de lótus, que por sua vez reside dentro do coração de cada um. Verdadeiro banho de bênçãos, e junto disso tudo a paisagem plácida das montanhas mais altas do planeta, anciãs do tempo altivas e pacíficas. Nas trilhas, caminha-se o dia todo, passando por vilas onde se vive em verdadeiras comunidades. Com as portas das casas sempre abertas, as pessoas não temem umas às outras. São simples e ostentam uma face feliz apesar da vida sem conforto. Nesses locais é muito difícil encontrar água quente e faz muito frio. O banheiro é fora da casa e a água está disponível apenas em torneiras externas. Ao contrário do que possa parecer, isso é uma grande bênção, pois é o local onde a comunidade se reúne para lavar roupas, louças, escovar os dentes e conversar – um elemento agregador que cria a conexão entre as pessoas. Nessas andanças aprendi a verdadeira interdependência. As pessoas não foram até as universidades aprender sustentabilidade. Elas vivem isso na pele. Sabem que precisamos uns dos outros, precisamos da água, da terra, dos ventos, da chuva, dos vales e das montanhas. O que afeta a um, afeta a todos. Pensei em permanecer em um mosteiro para meditar, mas depois de andar por tantos dias percebi que a espiritualidade é tão dinâmica e feita de templos, que são as florestas, os rios, os vales, as montanhas e as cidades, cujos deuses são as pessoas comuns. Difícil parar a peregrinação; difícil deixar de meditar em movimento, afinal, o universo inteiro reside dentro de mim. Namastê!
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Professor Hermógenes Conheci o professor Hermógenes na década de 90, numa palestra em São Paulo. Chamo-o de professor porque ele mesmo nunca permitiu que seus alunos o chamassem de mestre (ainda que fosse um). Já o conhecia antes, através dos seus famosos livros e sempre me encantei pelo seu trabalho com iogaterapia. A partir dali, tive a oportunidade de recebê-lo diversas vezes em minha casa e promover workshops, cursos e palestras que ele ministrou por muitos anos até 2011, sendo o último encontro um retiro em homenagem aos seus 90 anos. Guardo na memória a honra que tive ao ter o logotipo da nossa escola ilustrando a capa de um de seus livros – Setas no Caminho de Volta. Posso garantir que ele tinha a mesma doçura e simplicidade dentro e fora de sala de aula. Lembro do professor emprestando minhas roupas, mergulhando na
piscina rasa do condomínio e batendo a cabeça na borda (que susto!); das piadas que MÁRCIO ASSUMPÇÃO sempre gostaProfessor de ioga e diretor va de contar e do Instituto de Yogaterapia da seriedade quando precisava falar sobre ioga. Para quem não conhece o seu trabalho, indico a leitura dos livros Autoperfeição com Hatha Yoga e Yoga para Nervosos, além dos filmes Deus me Livre de Ser Normal e Do Lodo ao Lótus. O legado que o professor deixou em mais de 30 livros é a grande herança de um sábio que sempre nos ensinou que diante de qualquer dificuldade na vida devemos repetir: “entrego, confio, aceito e agradeço”. Esse é o mantra que ele nos ensinou e que repetirei para sempre.
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Padre Haroldo Formação “O discípulo perguntou ao mestre: ‘Ensina-me como ser iluminado’. A resposta foi: ‘Atenção’. ‘Mestre, esta é somente uma palavra, poderia me dar ideias mais profundas?’. O mestre repetiu: ‘Claro! Atenção, atenção, atenção.’ ” Achar que seu filho nunca vai se envolver com drogas pode ser um perigo. O diálogo é sempre muito importante, mas para isso você tem que estar tão bem informado e atualizado quanto o seu filho. Muitas vezes somos surpreendidos ao descobrir que eles sabem mais do que nós em determinados assuntos. Então, procure informações sobre drogas, principalmente as mais comuns, por exemplo: como são usadas, quais os efeitos e os danos que provocam no cérebro e no corpo. Quanto mais cedo você exercer sua influência na vida do seu filho mais chance de poupá-los de experiências negativas, podendo até salvar suas vidas. Leia jornais, revistas, assista ao noticiário. Dê a eles amor e carinho, ensine-os a enfrentar as dificuldades. Ensine-os com exemplos. Dê a eles oportunidades nas quais possam aprender a tomar decisões. Uma maneira de ensiná-los a não desistir é usando brinquedos de peças para montar. Deixe que ele faça sozinho, fique apenas para dar apoio, assim você estará usando os recursos emocionais e intelectuais dele. Ensine-os a ser cooperativos. Permita que eles participem nas tarefas do dia a dia, como por exemplo: lavar o carro, arrumar as gavetas, varrer a varanda, colocar os copos na mesa, lavar as louças, arrumar a cama, etc., sempre respeitando a ca-
pacidade deles. Não se esqueça de elogiar o resultado. Peça para ele fazer desenhos e pregue-os num lugar especial, como na cabeceira da cama, no escritório. Essas estratégias contribuem para que sua autoestima seja construída de forma positiva. É importante também não resolver todas as situações difíceis, estimule-o a enfrentá-las, mostre que ele é capaz e que você está presente caso ele precise de apoio. Outra ação importante é conhecer os seus amigos. Quanto mais informações você tiver deles melhor será para orientar seu filho. Saber aonde vai e o que fazem, com quem estão, como é o relacionamento familiar deles. Muitos confundem servir com servidão e se equivocam acreditando que ser um servidor é ser um servo, um escravo, alguém inferior. Isso não é verdade. Servir é o ato de maior grandiosidade do ser humano, que agindo assim se eleva acima das questões banais e triviais, acima do orgulho e da vaidade. Servir é uma atitude espiritual elevada. Aquele que serve é alguém que se coloca à disposição do bem comum. É alguém que se dispõe a ajudar a solucionar questões, encontrar respostas e caminhos. Ser um servidor não é um cargo ou uma função. É um estado de espírito, uma filosofia de vida. Servir é o maior de todos os privilégios e honras que podemos abraçar por vontade própria. Servir nossos filhos é um privilégio! Haroldo Rahm é presidente emérito do Instituto Padre Haroldo hrahmsj@yahoo.com
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PANORAMA
Juliano Sanches
NATURA BUSCA EMPREENDEDORES A multinacional brasileira Natura está à procura de empresas iniciantes, pequenas e médias para fazer negócios. A companhia busca empreendimentos que contribuam para aumentar o bem-estar no uso de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Os interessados poderão se cadastrar até o dia 4 de maio no site www.anprotec.org.br
Autoconhecimento na tela
SEMANA DE FITOTERAPIA Campinas terá este mês a 13ª Semana de Fitoterapia, em dois locais: no Instituto Agronômico (IAC), dias 14 e 15; e na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), e dias 16 e 17. Simultaneamente, o Cati sedia no dia 16, das 8h às 16h, o 1º Encontro de Saúde segundo Hildegarda de Bingen. Os eventos são abertos ao público. Mais informações: www.semanadefitoterapia.com.br CAMINHADA EM PROL DO AUTISMO A 4ª Corrida e Caminhada Autismo & Realidade, promovida pela ONG de mesmo nome, está marcada para o dia 19 de abril, a partir das 8h, no Vale do Anhangabaú (centro de São Paulo). As inscrições são gratuitas, mas podem ser feitas doações, cuja verba será revertida para capacitação e pesquisa sobre o tema. Mais informações: (11) 2389-4332 ou www.autismorealidade.org FÓRUM DE SÍNDROME DE DOWN O auditório do Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sediará de 20 a 23 de maio o 4º Fórum Internacional Síndrome de Down. O evento terá lançamento de livro, debates e encontros com especialistas. Inscrições e mais informações: www.fsdown.org.br/forum FEIJOADA BENEFICENTE O Centro Regional de Atenção aos Maus-Tratos na Infância (Crami) promove dia 25 de abril, no Tênis Clube Campinas, a partir do meio-dia, a 4ª Feijoada Amigos do Crami. O convite (110 reais) pode ser retirado na sede da entidade (Rua Suzeley Norma Bove, 274 – Vila Brandina) ou ser entregue. Mais informações: (19) 3251-1234 ou 3253-6036
Vai uma dica de bom filme sobre questões existenciais, a que assisti recentemente. Alejandro González Iñárritu é brilhante em Birdman, obra que levou o Oscar 2015 nas categorias melhor filme, diretor, roteiro original e fotografia. Quando o protagonista Riggan Thomson (Michael Keaton, que se consagrou no papel de Bruce Wayne em Batman, de 1989) conversa com o alter ego é tão engraçado quanto alguém que negocia milagres com o além. Parece até um papo com um deus trapaceiro, que apenas tenta testar sua inocência aparente. Qual o sacrifício que devo fazer essa noite??? Risos. Quem imagina que a alucinação de Birdman o levará a algum êxito, logo sente a decepção, tão importante em uma narrativa. Ele é pregador de peças. A cena no banheiro, em que o controverso personagem voador usa o vaso, enquanto Thomson observa o nariz todo inchado, é abissal. A peça escrita por Riggan, pano de fundo do longa, provoca com ideias como crise pessoal, fugas, transtorno bipolar. O humor ácido, prevalente, deixa escorrer sensações, como quebra de expectativa, irrelevância de alguns na internet, e distorção de papéis sociais. Correr só de cueca pela cidade coroa o filme! Entre um corte e outro, muitos solos de bateria fazem en-
O poder da expressão individual por Dominique Magalhães
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ada um de nós possui características, hábitos e até defeitos que nos fazem únicos. Às vezes, essas peculiaridades nos incomodam – ou aos outros –, mas, em alguns momentos, uma dessas atribuições pode proporcionar uma grande oportunidade de transformação para as nossas vidas. Li recentemente a história da designer inglesa Meike Ziegler: ela fazia alguns rituais delicados desde pequena. Com a morte de sua avó, desmanchou o colar de pérolas que lhe pertencia e deu uma pérola
para cada integrante da sua família, simbolizando a união e o amor – semeados pela matriarca – entre as pessoas que estavam no funeral. Seguindo essa vocação descoberta na infância, Ziegler decidiu criar uma empresa de cerimoniais. A designer elabora ritos para momentos importantes, como inaugurações, mudanças, despedidas, casamentos, aniversários, etc. O intuito é criar uma nova experiência, oferecendo uma nova percepção para ocasiões já tão inseridas em nossos costumes. Esse é um exemplo de alguém que soube unir os três elementos essenciais para conquistar um ele-
vado nível de satisfação e aplicar o seu dom: expressão individual, superação e prazer em servir. Contudo, nesse caso, um desses atributos se destaca: a expressão individual. Ziegler soube investir em uma característica muito específica da sua personalidade para se sobressair. E não é que deu certo? As pessoas que dão valor a sua maneira de se expressar costumam ser mais originais. Ao acreditarem em si mesmas, desenvolvem um jeito próprio, imprimindo sua marca. São menos preocupadas com a opinião dos outros e se concentram naquilo que realmente sentem vontade de fazer.
contros inusitados com emoções captadas na face, sobretudo, nos olhos. A fotografia explora bem a sombra na montagem, de modo a deixar emergir não somente um efeito técnico de contraste, mas também, a relação de fabulação com os porões do vir-a-ser demasiadamente humano. O mundo em que se reporta na sintaxe traz problemas com múltiplas origens e interfaces, como no caso de se lidar com as tragédias que se apresentam na vida de quem optou por se tornar um operário da mídia e dos palcos. A impressão que se tem é de que quem sonhou em pertencer, mesmo que por um instante, aos castings de prestígio de TV, cinema, teatro, não imagina os vários lados violentos e incompreensíveis que esses caminhos levam. O que surge de saída é o desvio, a capacidade de dobrar os ângulos de visão de uma mesma vida, de maneira a saber conduzir as entradas e saídas de cada atuação, com maestria. Álcool, transes diante da perplexidade, vontades de pôr fim ao previsível e sucateado momento, perguntas sobre uma indumentária que acompanha a vida por tantos anos... Tudo isso é encarar os atravessamentos de linguagens, pelos quais se é vítima ou senhor. Juliano Sanches é jornalista
A expressão individual é uma competência que pode ser treinada, não é uma “bênção” para poucos. O que você acha de se reeducar para a felicidade? Comece a observar com mais atenção aquela característica sua que ninguém mais tem. Não seja tão crítico consigo mesmo e procure não se incomodar com os olhares de reprovação dos outros. Ao usar o poder de sua expressão individual, você inventa outras formas de lidar com as situações e resolver pendências, seja no trabalho ou na vida pessoal. O mundo precisa exatamente disso: novas ideias e atitudes inovadoras para velhos problemas. Dominique Magalhães é empresária e produtora audiovisual
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Mesa Quantiônica Mesa Quantiônica é uma ciência proveniente da Radiestesia. Radiestesia é uma das ciências mais antigas do planeta. Sua origem é desconhecida, porém, há fatos que comprovam sua utilização pelos sacerdotes egípcios desde os tempos dos faraós. No Brasil era comum até o século passado contratar-se algum especialista em prospecção de água antes de se furar um poço, para determinar o local exato do veio de água existente no terreno de profundidade. Esses especialistas eram pessoas idosas com o dom de utilizar uma varinha em forma de furquilha para essa função. Com o passar do tempo e a evolução, essa furquilha transformou-se num pêndulo. O processo evolutivo seguiu seu caminho e descobriu-se que utilizar o pêndulo junto com alguns gráficos proporcionava a manipulação de energias para equilibrar e potencializar, pessoas, ambientes, agricultura, estados emocionais, etc. Com o início da física quântica e mais a descoberta de energias alternativas ativadas por cristais e cores além das dos gráficos e formas, chegou-se à Mesa Quantiônica, que é a somatória de todos esses conhecimentos e que permite: * Identificar qualquer tipo de energia do planeta, mesmo as mais sutis, aquelas que ainda a ciência não conseguiu desenvolver aparelhos para medir. * Quantificar essas energias e qualificar seus padrões vibratórios. * Harmonizar ambientes, pessoas e coisas que por ventura encontram-se em desequilíbrio. * Em pessoas: encontrar respostas e caminhos para restabelecer seu equilíbrio energético visando uma vida mais feliz e saudável. * De acordo com o programa reencarnatório de cada um, identificar desajustes e encontrar soluções para restabelecer uma conduta de acordo com as leis universais.
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Crise hídrica – a natureza aceita apenas a verdade por Maurício Dziedzic
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falta de água forçava as pessoas a tomar urina reciclada. Essa era uma parte impressionante do livro Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, que li na adolescência. Hoje sei que o conceito não é tão esotérico e já se tornou realidade em alguns locais do planeta. Recentemente, Bill Gates tomou água proveniente de esgoto reciclado para mostrar que isso é seguro. Melhor seria não ter que recorrer a esse tipo de solução, mas tudo indica que, como diz o tetracampeão Zagallo, “vamos ter que engolir”. A escassez de água em São Paulo, no cerne do Brasil “desenvolvido”, finalmente traz para aqueles que não tinham sido sensibilizados pelos anos de seca em regiões mais pobres a sensação de que o problema, além de real, é grave. E a situação, ao contrário de tantas outras que assolam nosso país, não pode ser resolvida, ou escondida, pela alteração de regras, pelo desmentido, pelo “eu não sabia”, nem por medida provisória. A natureza aceita apenas a verdade – se a solução não for a correta, o problema não será resolvido, nem esquecido. Após décadas de desmatamento, desproteção de nascentes, poluição nas mais variadas formas, impermeabilização do solo impedindo a recarga dos aquíferos e exploração desenfreada de recursos naturais, algumas regiões dão sinal de que a sociedade levou a natureza ao limite. É o caso de São Paulo. A variabilidade natural da ocorrência de chuvas, com alternância de períodos secos e períodos úmidos, faz com que seja normal a falta de água em alguns momentos. Todavia, os reservatórios são concebidos exatamente para garantir o abastecimento quando chove menos. O astuto leitor diria que a solução
é construir reservatórios cada vez maiores, à medida em que a população aumenta. Há limite de quanta água se pode armazenar, em função da quantidade que chove em cada bacia hidrográfica. Existem, porém, outras fontes de fácil acesso que estão sendo ignoradas no país todo: os próprios sistemas de distribuição de água, pasmem. O Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos, 2012, publicado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, mostra que as perdas médias de água tratada no Brasil são de 36,9%. Levando em conta que parte dessas perdas pode não ser real, mas simplesmente água furtada do sistema por ligações irregulares, pode-se arredondar a conta. Ou seja, mais de um terço é perdido por falhas na rede. Em países desenvolvidos, o índice é próximo a 10%. Poderíamos estabelecer meta mais humilde, talvez próxima a 20 % a médio prazo. Já faria diferença. Para isso, é necessário investir em infraestrutura e na gestão do saneamento. Não adianta culpar as concessionárias se não são dadas condições para melhorar a situação. O orçamento deveria ser maior. Há muito tempo o setor se queixa e não é ouvido. Infraestrutura é resolvida com obras – principalmente a melhoria das redes de distribuição. A gestão é resolvida com honestidade e educação. A honestidade resolveria também outros problemas do país que, além da crise hídrica, passa por crise moral, nos transportes, na energia, entre outras. A educação idem, pois profissionais e pessoas, em geral, com melhor formação e discernimento, poderiam utilizar recursos com mais responsabilidade, conduzir melhor o país e decidir seu destino, em vez de serem conduzidas. Maurício Dziedzic é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental (Mestrado e Doutorado) da Universidade Positivo
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Tantra e a arte de amar por Fernando Hartmann
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enho falar sobre o amor como instrumento de intimidade e prazer, o sentimento mais nobre de alguém para outrem, a partir de si mesmo, o desenvolvimento da sensualidade e da sexualidade, com sensibilidade e sutileza, com arte e leveza, promovendo o compartilhar de energias e o experimento de deleites extasiantes, o orgasmo pleno. Para essa abordagem, vou utilizar o tantra, filosofia milenar da Índia, do povo drávida, essencialmente feminino, existente há mais de 5 mil anos, chegando ao ocidente neste final de milênio, quando buscamos resgatar a essência do ser e do prazer, através da arte de amar. Os drávidas reverenciavam a mulher como uma deusa, e o tantra assim o faz. Nas práticas tântricas, a mulher é quem desperta o poder interno do homem. Tantra significa rede ou teia. Ele promove o autoconhecimento e a evolução interior a partir da sensibilidade e percepção da alma humana, utilizando como instrumentos as artes, a criatividade e o prazer. É a expressão mais plena da nossa totalidade; é o conhecer-nos a partir da comunhão com o outro, com a natureza, com a vida. Vem resgatar a arte de sentir, de expressar, de compartilhar, de amar... Tantra inclui experiências através da integração do físico, do emocional, do mental, do energético/ vital, do psíquico e do espiritual – o ser holístico no mundo holístico. Alcança, experimenta, realiza e vive o orgasmo espiritual, permanecendo em estado de graça por tempo indeterminado. O tantra vê no sexo uma prática transcendental, capaz de levar aos
praticantes de suas técnicas, maior sensibilidade, leveza, saúde, bem- estar, desenvolvimento interior, paz, felicidade, amor, autoconhecimento e autorrealização. E irradiar toda essa energia ao mundo. Ele propõe a produção de excitação para a ativação dos hormônios, como endorfinas, que combatem o estresse negativo, estimula o cérebro, em especial o seu lado direito, entre outros efeitos saudáveis. Com a contenção do orgasmo, a concentração e a sublimação da energia é feita, dando ao organismo maior disposição, força e vitalidade. A energia sexual é o veículo para o desenvolvimento de potenciais e vai além do prazer, pois a sua canalização pode ser direcionada para a maior produtividade nos estudos, no trabalho, nos esportes e para o crescimento interior, melhorando as relações interpessoais, reduzindo o estresse, promovendo saúde, jovialidade e beleza. O contato sexual é um momento sublime, um encontro capaz de conferir, um ao outro, reciprocamente, o pleno prazer, acompanhado do mais profundo deleite, um estado de graça, leveza e plenitude, formando a unidade em total integração. O amor tântrico é, por si, uma obra de arte. Devemos fazer da comunhão sexual uma linda oração ou uma bela canção de amor, fazer da vida uma poesia cósmica, por inspiração divina. Ame e seja feliz; seja feliz amando-se e ao outro. Vamos compartilhar o amor! Vamos contemplar a vida! Vamos espalhar, irradiar felicidade, contentamento e bem-aventurança! Fernando Hartmann é consultor em desenvolvimento humano, terapeuta holístico e instrutor de artes orientais
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Marcelo Sguassábia Livrai-nos do caos, amém Eu sou criacionista. Católico, apostólico, romano e criacionista convicto – daqueles dogmáticos, que acreditam que o mundo foi criado em uma semana mesmo, por mais que os últimos papas admitam, eles próprios, que essa história é linguagem figurada. E olha que não é brincadeira continuar criacionista roxo quando entende-se por mundo o Universo todo, o que significa uma carga de trabalho que deixaria o Criador sem tempo nem para uma espiadinha rápida no facebook da época, nos seis árduos dias de sua empreitada. Entretanto, assumo que os argumentos anticriacionistas são muito sedutores. Especialmente os que defendem o caos como balizador do Universo. Pela lei das probabilidades, a chance de um pobre mortal acertar na Mega-Sena fazendo um joguinho simples é de uma em 50 milhões. Se considerarmos a infinitude do Cosmos, chegamos a quatrilhões, quinquilhões de galáxias. Isso só por aqui, nos quarteirões celestes mais próximos. Vamos admitir que reunir em um só planeta todos os acasos possíveis para que se organize a vida, tal qual a conhecemos, seja o mesmo que ganhar sozinho na dita Mega-Sena. Então concluiremos que alguns mundos perfeitos têm de necessariamente existir, pois, num conjunto de possibilidades infinitas, é evidente que mundos onde tudo teoricamente funciona direitinho acabam eclodindo. Da mesma forma que os imperfeitos – só que estes em número bem maior, pois é muito mais fácil dar tudo errado do que tudo certo. Fazendo uma comparação para ilustrar: se jogarmos 20 dados juntos infinitas vezes, em algumas dessas vezes todos os dados cairão com o número 6 virado pra cima. Seria o nosso caso. Felizmente. Um amigo, estudioso do caos e seus desdobramentos, não só defende a teoria como formulou o que denomina “Gradientes de Fatores Caóticos”.
Fator caótico 5 – É nessa categoria que encontramos o maior número de mundos. Tudo é bagunçado e a matéria se aglutina sem um mínimo ordenamento lógico. São estilhaços do Big Bang que deram o azar de não formarem nada que preste ou faça sentido. Fator caótico 4 – Nessa classificação se alinham planetas repletos de achados ainda não catalogados e compreendidos pela ciência, porém são mundos não tão primitivos quanto os da categoria 5. Com alguma boa vontade teórica e uns milhões de anos de espera, é razoável supor que venham a abrigar formas elementares de vida. Fator caótico 3 – Sóis sextavados, camisas com bolsos virados para baixo, espigas de milho com no máximo três grãos e nuvens de enxofre líquido formam algumas das aberrações dos astros desse grupo intermediário, que luta bravamente contra o rebaixamento. Fator caótico 2 – São os mundos “quase lá”. Aqueles em que faltou um triz, um empurrãozinho do destino pra que tudo se encaixasse. Encontram-se comumente nessas paragens os narizes com uma narina, mãos de seis dedos e meio, canetas que vazam sem razão aparente, sapos que coaxam em decibéis insuportáveis e Woody Allens inteligentíssimos e com piadas ótimas, mas que às segundas tocam tuba ao invés de clarinete. Fator caótico 1 – São os mundos que o caos fez calhar de serem originalmente perfeitos (isso antes do homem inventar de interferir e começar a estragar o brinquedinho). Onde a água é H2O e não H16O, onde a lei da gravidade não deixa os suflês de chuchu planarem acima do prato e onde há crepúsculos maravilhosos, como os encontráveis em São João da Boa Vista. Marcelo Sguassábia é redator publicitário
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O DNA e a física quântica O que levou inúmeros nossa saúde e nosso destimédicos, físicos quântino completamente. Assim, cos e cientistas por todo o que poderemos peno mundo a se interessar sar sobre o nosso corpo e por conhecer a Cura Rea nossa saúde? Acessar, conectiva? Nossos coratrair e criar. A partir dessa pos são feitos de energia perspectiva, nossos pensaque emanamos constanmentos baseados em nostemente. Somos seres HELOÍSA GARBUGLIO sos sentimentos deixam espirituais e não seres Terapeuta certificada de ser “algo por obter” e feitos de matéria, e esse convertem em acessar The Reconnection tamos conectados por o resultado desejado, que meio das nossas vibrações. já está criado num mundo vibracional A teoria quântica já provou (quântico atômico) de infinitas possique pensamento é energia, que bilidades. Quando temos um desejo toda energia tem vibração e que sincero, este torna-se parte de nossas a vibração cria o mundo material, possibilidades futuras no nível quântinossos corpos e todo o mundo ao co... só precisamos sintonizá-lo. nosso redor. Essa criação se dá por A abordagem da Reconexão e da meio das nossas mentes coletivas. Cura Reconectiva é realizada em cinE o nosso DNA? Aprendemos co sessões. Por meio desse trabalho que nosso DNA muda com as fre- produzimos, acessamos e transforquências que produzem nossos mamos nosso DNA. Ativamos por sentimentos. Pensamento, emo- meio das linhas axiatonais a glândução e sentimento são vibrações la pineal dando acesso a uma rede que criam um transtorno sobre a atemporal de inteligência universal, matéria em que são projetados. conseguindo cura em diferentes níEmoções são o alimento da alma e veis de frequência e vibração. esse alimento (emoções) influencia Reconectem-se...
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Dr. Orestes Mazzariol Nutrição e idade O processo de envelhecimento afeta o estado nutricional. A idade contribui diretamente com a alteração nas necessidades nutricionais. Certos nutrientes específicos podem ser mais ou menos necessários. Com a idade, alterações no estado econômico ou social podem contribuir para diminuição do acesso ou diminuição das escolhas de comida e deficiências de nutrientes. Pessoas de idade que moram sozinhas tendem a ter um estado nutricional mais pobre do que os que têm suporte social. Depois dos 75 anos, as necessidades calóricas diminuem aproximadamente 500 kcal por dia no homem e 400 kcal na mulher. Já as necessidades de proteínas aumentam devido à perda de massa muscular, sendo de 1 a 1,2 grama por quilo. Por outro lado, o aumento no consumo de gorduras faz crescer o risco de desenvolver diabetes e doenças cardíacas. Deve-se dar atenção para se ingerir de 25 a 30 gramas de fibras ao dia. Pessoas idosas necessitam de suplementação vitamínica. A deficiên-
cia de vitamina D é bastante comum devido à menor ingestão, menor exposição ao sol e algum grau de mau funcionamento dos rins. Trinta por cento dos idosos sofrem de deficiência de vitamina B12. Também é bastante comum o que pode contribuir para doenças coronarianas, depressão e função cognitiva. Portanto, as vitaminas B6 e B12 merecem especial atenção em pessoas idosas. Eletrólitos, especialmente cálcio, são essenciais para se evitar perda óssea e, desde que não haja contraindicação, deve-se complementar com 1.200 miligramas por dia. Outro fator muito importante e muitas vezes negligenciado é a ingesta de água. Muitas vezes o idoso não tem uma percepção de sede adequada. O recomendado são 30 ml/kg/dia. Como a idade muda muito a fisiologia humana, todos os detalhes devem ser observados, inclusive os que possam parecer insignificantes, para que se possa ter um envelhecimento saudável. Orestes Mazzariol Junior é urologista
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Aruângua A Missa do Galo (1) A Missa do Galo era tradição em nosso bairro, em nossa cidade e em nosso país, eminentemente católico-apostólico-romano. Não obstante, meus pais não eram exímios praticantes da tradição. Lembro-me de raríssimas vezes ter ido a uma missa acompanhada de meus pais. Eu, que frequentava as reuniões de escoteiros e fazia catequese por minha própria conta. Ao saber da Missa do Galo, fiz propaganda em casa e insisti para que todos fôssemos. A avó apoiou. Mamãe, que havia ganhado o seu primeiro colar de pérolas verdadeiras, achou essa uma ótima oportunidade para exibi-las. Ela necessitava fazer com que todos soubessem, urgentemente, do presente oferecido pelo meu pai. Agora, ela era proprietária de um lindo colar de pérolas verdadeiras. Essa era a Noite Santa e eu nem cabia em mim de tão feliz por poder assistir à missa do galo com a família toda. Desta vez nem a avó e nem os pequenos ficariam em
casa, apesar do adiantado da hora. Eu ia encontrar meus amigos da catequese e do escotismo, lá. Eles iam saber que eu tinha uma família normal que ia à igreja como toda a gente, de vez em quando. Coloquei minha melhor roupa e os sapatos de verniz para combinar com o colar de pérolas da minha mãe. Meu pai colocou até as abotoaduras de ouro, para ficar à altura da “chiqueza” da minha mãe. Meus irmãos vestiram calções e coletinhos, a combinar, como a moda da época exigia. E suspensórios. Entramos na igreja compenetrados. A esse momento, eu já tinha um poderoso sentimento de culpa por causa da maquilagem pesada no rosto da minha mãe e o perfume carregado. Pareceu-me não ser de bom tom exibir tanto exagero, mas meu pai mantinha-se austero e isso me acalmou. Eu ainda não havia superado o trauma de ter sido a causa de um fiasco num dos casamentos mais nobres dos últimos tempos em nossa pequena cidade.
Era difícil esquecer a caixa de prata derrubada no chão e a cerimônia de um casamento interrompida pela falta das alianças que corriam pelo chão xadrez da catedral de nossa cidade. Eu ainda me via, no vexame que dera, vestida de “daminha” naquele fatídico acontecimento e, lá estava eu, novamente, na igreja, com toda a família e um sentimento imenso de desconforto. Um pressentimento de que algo ia dar tremendamente errado, dali a pouco. Os pelos do meu braço estavam todos levantados. Eu sabia. Estávamos no lugar errado e na hora errada. Num daqueles movimentos de “senta-levanta” durante a liturgia, enquanto os fiéis respondiam “Ele está no meio de nós!”, repentinamente o colar de mamãe explodiu. Dezenas de contas ou, me-
lhor, pérolas de boa qualidade, pularam e rolaram igreja afora. O colar de pérolas de minha mãe tinha de romper durante a missa do galo, bem no começo do sermão? O padre ainda tentou continuar a pregação que tinha preparado com tanto zelo. Ele também ia se exibir naquela noite. Tinha preparado uma palavra que convencesse os pecadores a frequentarem mais a igreja e de que valia a pena vir ouvi-lo todos os domingos do ano seguinte. Já sonhava com a igreja inchando de cristãos e com o bispo ali em visita, para saber de seus eficientes métodos. (continua)
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Viva Bem elianamattos@uol.com.br
Bate-papo
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uito interessante e engraçado o comentário de uma amiga ao ler nosso último Bate-papo. Aquele que falo sobre o poema da Adélia Prado, Casamento. Se você não leu, entre no site do JORNALZEN. Ela disse que, se fosse hoje, começava com o marido na beira do rio, fotografando o peixe ainda no anzol e de lá mesmo direto para o Facebook. A cena do casal, ele limpado o peixe e ela ao lado, renderia várias selfies e, é claro, todos para o Facebook. É verdade. Com certeza aconteceria tudo isso. E dentro do meu conceito da “inveja on-line”, muita gente mandando quilos de “olho gordo” para o feliz casal! Na minha opinião, certas coisas a gente não deve divulgar. Como não tenho Facebook e nem pretendo ter, quem estiver lendo deve achar meu comentário uma grande bobagem. Mudando de peixes para morcegos, por que será que o morcego exerce sobre a gente tanto medo e pavor? Claro que falo por mim. Tenho um medo que beira a fobia! Falo sério. Aqui no bairro onde moro, por causa de algumas árvores, tem muito morcego. O problema é que, se eles se limitassem à copa das árvores para comer suas frutinhas, tudo bem. Mas não. Alguns caem no meu quintal e, não sei se por perderam o rumo ou estão machucados, ficam andando de um lado para o outro sem voar. Meus gatos muitas vezes ficam ao lado deles, como se fossem amiguinhos, e eu, desesperada, tenho de vencer todos os meus fantasmas para colocá-los para dentro de casa, fechar tudo e rezar para que ele vá embora. Mas outro dia tive mesmo que vencer meu medo mais profundo porque precisei tirar um deles do quintal. Foi terrível. Matar, jamais! Afinal, ele não estava ali para sugar meu sangue como nos filmes de terror! Acabei jogando um pano sobre ele e o levei para a rua. Era tão pequeno com as asas fechadas que provavelmente caberia na palma da minha mão. Depois que o levei para fora fiquei refletindo a razão de um medo tão descabido e cheguei à conclusão de que esse pavor vem dos filmes de terror, dos vampiros, que povoam nosso imaginário. Isso não quer dizer que o próximo que cair no meu quintal vou encarar com mais tranquilidade, mas acho que venci uma barreira muito grande... Quantos medos sem nenhuma lógica carregamos dentro de nós, não é mesmo? Grande beijo!
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FORNO & FOGÃO Bolo de milho e laranja Ingredientes: * 1 lata de milho escorrido * 1 ¼ xícara (chá) de suco de laranja * 4 ovos * 2 xícaras (chá) de açúcar * 2 colheres (sopa) de margarina derretida * 2 xícaras (chá) de farinha de trigo * 1 colher (sopa) de fermento * Raspas da casca de 1 laranja
Pastel assado Ingredientes: * 4 xícaras (chá) de farinha de trigo * ½ xícara (chá) de banha * 1 colher (chá) de sal * ¾ de xícara (chá) de manteiga gelada em cubos * 150 ml de guaraná em temperatura ambiente * 1 ovo para pincelar e orégano para polvilhar Modo de fazer: Em uma vasilha, misture com a ponta dos dedos a farinha, a banha, o sal e a manteiga, até formar uma farofa. Despeje o refrigerante, aos poucos, sovando somente para ligar.
Você tem bromélias? Como elas ficam com resto de água nas folhas, sempre tenho medo do mosquito da dengue. Recebi uma receita para colocar nas bromélias ou em qualquer outro lugar que por ventura tenha água. Bata no liquidificador 60 cravos-da-índia com uma xícara (chá) de água. Não coe. Em locais pequenos, pingue três gotas. Para bromélias, pode pingar quatro gotas em cada uma. A mistura tem efeito 14 dias e pode ser guardada na geladeira por até um ano.
Modo de fazer: Bata no liquidificador o milho, suco de laranja, os ovos, açúcar, margarina e a farinha até obter uma massa homogênea. Retire do liquidificador e misture o fermento e as raspas da laranja. Unte uma forma com furo central de 22 centímetros de diâmetro, untada e enfarinhada, e leve ao forno médio, preaquecido, por uns 40 minutos ou até que enfiando um palito no centro, ele saia limpo. Embrulhe em filme plástico e deixe na geladeira por 30 minutos. Divida a massa em duas porções e abra com a ajuda de um rolo entre duas folhas de filme plástico até obter espessura de 0,5 centímetro. Corte em discos com a ajuda de um copo com aproximadamente 6 centímetros de diâmetro. Faça o recheio de sua preferência e coloque no centro de cada disco. Dobre e feche com o auxílio de um garfo. Coloque numa assadeira, pincele com o ovo batido e polvilhe orégano. Leve para assar em forno preaquecido por uns 20 minutos ou até dourar.
Alívio para os pés Depois de um dia inteiro de trabalho, ou após uma festa, seus pés estão moídos e você precisa cuidar deles com muito carinho. Faça uma massagem na sola, pressionando o polegar em direção à curva do pé. De preferência, use um creme hidratante ou um óleo para facilitar a massagem. Fique em pé e incline-se para a frente, apoiando as mãos no joelho direito, dobrado. Levante o calcanhar e pressione os dedos abertos contra o chão. Faça o mesmo com o outro pé. E, é claro, um bom escalda-pés sempre alivia, dando sensação de bem-estar.
DICAS PARA AJUDAR NA DIETA
• Descanse o talher entre uma garfada e outra. Assim você controla o ritmo durante as refeições. • Coma devagar. O cérebro leva 20 minutos para entender que o corpo está recebendo alimentos. • Não coma assistindo TV. Com a distração, você acaba exagerando. • Nunca pule refeições. O ideal é se alimentar a cada três horas. É preferível você fazer um lanche leve, mesmo sem fome.
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INDICADOR TERAPÊUTICO
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Recanto do Poeta Estátuas vivas
Há milênios que ali desabrochadas ei-las, formosas pedras existentes. Lá no alto das montanhas, misturadas na floresta estão firmes e imponentes. Submersas pedras, são acarpetadas por musgos salientes e virentes, espraiadas ao sol. Pedras cansadas, obtêm paz e energias transluzentes.
Participantes de evento de ioga na Lagoa do Taquaral, em Campinas, em prol de documentário sobre o professor Hermógenes, pioneiro da prática no Brasil Divulgação
O coelho Adris, personagem da voluntária Adrislaine Vernice, proporcionou festa de Páscoa antecipada às crianças e familiares do Centro Boldrini, em Campinas
Ah! Invejo-as, testemunham os incríveis sentimentos de nossas ilusões, piedosos, orgulhosos e amorosos. Pedras, estátuas vivas insensíveis, silentes, esquecidas aos milhões... Vivem ao acaso, em ciclos misteriosos. (Geni Fuzato Dagnoni)
Retrato
Nas mãos, o seu retrato e a lágrima caída... Lembranças de um momento que sutil passou. Saudades de nós dois na hora da partida... Caminhos, sensações que o tempo desbotou.
Celia Paulino
Pergunto, olhando, ao longe, a estrada percorrida, Se houve mesmo um fim, se tudo terminou!... Me lembro – em seu olhar – não houve despedida, Recordo – em minha dor – o pranto não secou. Há enigmas que nascem e o tempo não dissolve. Buscamos a reposta – o inútil desafio!... Mistérios se levantam, morrem no vazio... Espero, em meu silêncio, a estrela que me envolve. Procuro nosso nome... dor e anonimato.... Mas sinto-me feliz, beijando o seu retrato. (Luno Volpato)
Mesa de trabalhos do sarau lítero-musical do Centro de Poesia e Arte de Campinas (CPAC), dia 28, que teve homenagem e apresentações artísticas
Mulher (um soneto)
Prendo os meus desejos, no desejo maior de lhe querer, De saber em você a companheira de longas jornadas, de pequenos passos, Certeza das mãos sempre estendidas, do abraço nascido entre os desejos, Desejos de felicidades, mesmo quando tudo se mostra diferente. Prendo os meus receios, no receio de não mais lhe encontrar, Nascendo então a solidão, que tanto incomoda e nos leva ao nada, Dos imensos vazios que nem mesmo as presenças bastam, Fazendo das multidões uma só confusão, de desencontros e tristezas. Prendo o meu respirar na ilusão de ouvir o seu respiro, Ver como o tempo passa por você, de maneira que o meu tempo mudou e, Quase que por encanto, fez da minha vida um real viver. Prendo o meu sorriso, para que misturado ao seu soltemos uma enorme gargalhada, Enchendo o espaço de alegrias, das facilidades da felicidade e, Tudo só é possível, porque você, mulher, criou em mim o sentido do amor. (Luiz Alberto Pereira)
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MANDALA PARA PINTAR
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AGENDAZEN CAMPINAS
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BAZAR INDIANO 25/4, das 13h às 16h – evento com roupas e artigos típicos no Espaço Lalita (Avenida Guarani, 475 – Jardim Guarani). Aberto ao público. Mais informações: (19) 99186-8449
PANEURITMIA 18 a 21/4 – retiro “Viver e Conviver”, conduzido pela psicóloga especializada em musicoterapia Maria Eugênia da Rocha Nogueira, na Chácara Beatriz. Inscrições e mais informações: (11) 55314367 ou paneuritmiabr@gmail.com
MINDFULNESS 25/4, das 9h às 13h – workshop “Atenção plena, aceitação e compaixão”, com o psicólogo Fábio Roberto Munhoz, no Espaço Castro Alves (Rua Castro Alves, 298 – Taquaral). Inscrições e mais informações: (19) 30441286 ou fabiomunhoz@hotmail.com
Recebemos colaborações para este espaço. Envie sua mandala para jornalzen@terra.com.br
INDAIATUBA EUBIOSE 25/4, às 15h30 – palestra “Bhagavad Gita”, com Delson Luiz Leite, na Sociedade Brasileira de Eubiose (Rua Madri, 72 – Jardim Europa). Aberto ao público. Mais informações: (19) 99731-7381
PINTURA JAPONESA 16 e 18/4 – workshop de Sumi-ê (técnica de pintura tradicional japonesa em SÃO PAULO papel), com o professor Carlos RagaFÍSICA QUÂNTICA zzo, no Espaço Castro Alves (Rua Cas24/4, das 20h às 22h – palestra “Hotro Alves, 298 – Taquaral). Inscrições e meostase Quântica da Essência”, com mais informações: (19) 3044-1286 Sérgio Roberto Ceccato Filho. Local: REIKI Avenida Senador Casemiro da Rocha, aos sábados, a partir das 8h30 – medita- 222 – Mirandópolis) . Levar 1 kg de alição e terapia, no Instituto Cultural Aiki- mento não perecível. Inscrições e mais kai (Avenida Padre Almeida Garret, 893 informações: (19) 2512-6831, (19) – Parque Taquaral). Aberto ao público. 99219-4632 e (11) 99115-7437 ou Mais informações: (19) 3242-2531 contato@institutoquantum.com.br
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