Jornalzen Junho 2015

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JORNALZEN ANO 11

JUNHO/2015

AUTOCONHECIMENTO

Nº 124

BEM-ESTAR

www.jornalzen.com.br

CIDADANIA

CULTURA

SAÚDE

COLUNISTAS

Padre Haroldo Pág. 2

Dr. Orestes Mazzariol Pág. 5

Lá n

Mo

www.alubrateventos.com

Pág. 3

via

Marcelo Sguassábia

4 a 7/9 - Salvador/BA

Roberto Crema Sil

IX CONGRESSO TRANSPESSOAL INTERNACIONAL

ZENTREVISTA

Pág. 6

IOGA NO BRASIL

Crônicas de Aruângua Pág. 7

Pág. 4

Juliano Sanches

Viva Bem

Pág. 8

Pág. 10

Empreendedor Holístico Pág. 2

De volta pra casa, nova coluna do JORNALZEN, tem a proposta de oferecer uma base espiritual, auxiliando a identificar as limitações e como transcendê-las, por meio de cursos, palestras e encontros. “Estamos comprometidos com o autoconhecimento”, comentam Marco Antônio Cândido e Carla Sanches, responsáveis pela proposta. Pág. 7


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Comida saudável: acesso negado Padre Haroldo Há alguns meses venho glúten, à lactose, diabéseguindo uma dieta esticos ou ainda um granpecial, com restrição de de número de pessoas alguns alimentos, princique se submeteram a palmente açúcar e fritura. uma cirurgia bariátrica. Sempre gostei de resSão milhares de pessoas taurantes, cafeterias e badeixando de ser atendires, porém ultimamente das e, diria, sendo até está difícil escolher aonexcluídas de ter uma SILVIA LÁ MON de ir. Isso porque tenho Diretora do JORNALZEN vida social ou de lazer. constatado que não há Outro dia, fui a um resoferta de uma alimentação mais leve taurante em que o garçom se asnos cardápios e nas vitrines. sustou por eu ter comido somente Existem cada vez mais padarias um terço da quantidade do prato e e bistrôs cheios de charme e ri- me perguntou se havia algo de erqueza decorativa, mas em nenhum rado com a comida. desses lugares encontramos uma Em estabelecimentos onde se vitamina com leite desnatado ou paga por pessoa, deveria ser deszero de lactose, muito menos um contado 50%, mediante a apresenbolo ou um sorvete diet. Nessas tação da carteirinha emitida pela casas de bolos caseiros, se você Sociedade Brasileira de Cirurgia quiser, precisa encomendar um dia Bariátrica, proposta da deputada antes. Não dá para simplesmente Celina Leão que tramita na Câmara ter vontade e comprar. Nas cafete- Legislativa do Distrito Federal. rias raramente encontramos opção Acredito que, além de se preode café descafeinado. Nos bares, a cuparem com o luxo, os estabelemaioria só oferece frituras. cimentos do setor de gastronomia Cresce a cada dia o número de deveriam se preocupar com a diverpessoas que buscam uma alimen- sidade de opções, sendo democrátitação mais saudável, além daque- cos e inclusivos. Tenho certeza de les tantos outros que têm alergia a que todos nós sairíamos ganhando.

JORNALZEN NOSSA MISSÃO:

Informar para Transformar DIRETORA Silvia Lá Mon EDITOR Jorge Ribeiro Neto JORNALISTA RESPONSÁVEL MTB 25.508 TELEFONES Redação (19) 3324-2158 Comercial (19) 3044-1286 contato@jornalzen.com.br www.jornalzen.com.br Circulação: Campinas Indaiatuba Holambra Hortolândia Paulínia São Paulo (Vila Madalena) Valinhos Vinhedo

Os santos de junho Junho é o mês de grandes festas no Brasil. Tem fogos nos campos, roupas fantasiadas, doces e bolos. Celebramos as festas de três grandes santos: João, Antônio e Pedro. São João foi o mais jovem dos apóstolos e quem “Jesus mais amava”. Ele e Tiago foram filhos de Zebedeu e a sua mãe provavelmente era Salomé. Há quem diga que Salomé era a irmã da Virgem Maria. João e Tiago foram pescadores e sócios de Simão Pedro. No começo, João era um discípulo de João Batista, primo de Jesus. Pedro, João e Tiago foram os três discípulos mais companheiros de Cristo. Estiveram presentes na Transfiguração. Quando a mãe de João e de Tiago pediu um lugar muito alto no Reino de Jesus, o Senhor respondeu que tinha também que sofrer com ele. Com Pedro, preparou a Última Ceia no Cenáculo. O Evangelho que João escreveu é tão místico e elevado que o símbolo de João é uma Águia. Com a Virgem Maria, João vivia em Éfesus. Tem uma tradição que João foi jogado em um

caldeirão de petróleo queimado. Foi salvo milagrosamente. Talvez João escreveu o “Apocalipse” da Bíblia. João foi o último discípulo a morrer e assim parou a doutrina original escrita sobre a vida de Jesus. Antônio é da Itália e Portugal. Recebeu o infante Jesus nos seus braços. Tinha grande compaixão pelos pobres e mais negligenciados. Formou associações de caridade para essas pessoas e era um homem de contemplação na ação. Era um excelente pregador. Sobretudo, era um evangelizador, que quer dizer, dava mensagens e notícias novas e espirituais. Pregou que Jesus Cristo é o Senhor, o Filho de Deus, e que a fé em Seu nome dá ao homem a vida eterna. Hoje em dia, solteiras jovens rezam a Santo Antônio para obter um bom marido. Jesus fez o milagre dos peixes, apanhando muitos no barco de Pedro. Depois, Jesus chamou Pedro como “o pescador dos homens”. Haroldo Rahm é presidente emérito do Instituto Padre Haroldo hrahmsj@yahoo.com

Empreendedor Holístico ANA PAULA TEIXEIRA – coachinganapaula@gmail.com

Eduque seu potencial cliente Sabia que educar os clientes é um dos métodos mais eficazes de marketing? Marketing é um elemento essencial do seu negócio. Pode soar estranho, mas educar o seu cliente deve ser a peça central de sua estratégia de marketing e você deve fazê-lo melhor do que seus concorrentes. Cada centavo deve ser gasto de forma eficiente e produtiva, para aumentar suas vendas e transformar as pessoas em clientes fiéis. Como você dedica seu tempo para ajudá-lo a aprender mais sobre o assunto, torna-o fiel e curioso por aprender mais. Não só lhe dará a confiança que precisa para fazer uma compra, mas também ganha sua lealdade. Que tipo de coisas você pode fazer para educar o seu cliente? Que tal começar com o seu produto e empresa? Conte sua história, como ‘x’ produto é produzido, etc. A publicidade é a melhor maneira de fazer isso. Faça com que seus potenciais clientes conhe-

çam todas as vantagens em obter seus produtos através da sua empresa. Lembre-se: unique selling proposition, ou seja, o diferencial do seu produto. Certifique-se de que seus clientes saibam sobre os pontos fortes. Será que eles têm as melhores garantias na concorrência? Seja honesto, incluindo os aspectos menos positivos do seu produto, pois deixará claro que você está olhando além de seus interesses, cria confiança. Você não deve limitar-se a educá-los somente sobre seus produtos, ou especificamente em seu campo de atuação, mas também temas relacionados indireta ou diretamente ao seu negócio, ou ainda dos quais seu campo é apenas uma parte. Por exemplo: se sua empresa é um restaurante, você poderia ter uma campanha de marketing mais ampla sobre alimentação saudável, quem são seus fornecedores, produtos orgânicos, produtos frescos diariamente, campanha especial para vegetarianos ou vegans, compartilhar dicas e receitas, informações nutricionais

e calóricas, etc. O f e re ce n d o esse tipo de conhecimento, instiga-se a curiosidade e se ganha gradualmente a confiança de seus clientes. Você não está vendendo diretamente a eles qualquer coisa com essa informação, mas contribuindo para que tomem uma decisão baseada em conhecimento e confiança. Isso irá torná-los mais dispostos a fazer negócios com sua empresa. Quando educamos as pessoas, estamos contribuindo e ajudando-as a compreender o benefício em tomar uma decisão com foco na solução. Os consumidores hoje em dia podem encontrar informações na ponta dos dedos, mas quando se trata de escolher entre você e a concorrência, o benefício é duplo: você estabelece uma base de clientes que se decidiram por fazer negócios com você, não somente efetuaram uma compra, enquanto você desenvolve leadade e a máquina de referência, boca a boca. Pense nisso. Ao seu sucesso.


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oberto de Souza Crema se considera um operário da construção de um novo paradigma. Coube ao psicólogo e antropólogo mineiro a tarefa de coordenar o primeiro congresso holístico transdisciplinar do mundo, em março de 1987, em Brasília. Do evento, surgiu a Universidade Internacional da Paz (Unipaz), da qual é o atual reitor. Desde então, Crema tem praticado uma abordagem transdisciplinar holística nas áreas de saúde, educação empresarial e ambiental. Com mais de 30 anos de vivência profissional e várias formações em áreas de movimento humanístico e transpessoal, é autor de 20 livros no campo da psicologia e da espiritualidade. Também coordena o Colégio Internacional dos Terapeutas (CIT-Brasil), cujo mentor é Jean-Yves Leloup. Nesta entrevista exclusiva ao JORNALZEN, Roberto Crema conta como se deu o processo de conversão do então materialista agnóstico e da convivência com Pierre Weil, fundador da Unipaz, morto em outubro de 2008. Crema será um dos palestrantes do 9º Congresso Transpessoal Internacional, de 4 a 7 de setembro, em Salvador (BA).

Durante seminário, o senhor comentou que no início de sua carreira seguia uma linha de pensamento positivista. Como se deu essa mudança de concepção? Fiz um curso de teologia quando tinha por volta de 18 anos. Li a Bíblia de uma forma racionalista. Percebi muitas contradições e que aquele tipo de teologia não me era suficiente e me declarei ateu, um agnóstico. Foi quando iniciei meus estudos na psicologia. Durante dez anos, apenas me alimentei dessa dimensão analítica e das ciências positivistas, por assim dizer. Numa ocasião, no início da década de 80, sentia que alguma coisa me faltava. Estava me sentindo um pouco “sem oxigênio” quando recebi um folder sobre um cosmodrama dado por Pierre Weil, e pensei: “Está na hora de conhecer esse tal de Pierre”. Quando entrei na sala e olhei para

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ZENTREVISTA|Roberto Crema

MISSÃO TRANSPESSOAL Reitor da Unipaz, psicólogo e antropólogo tem praticado abordagem trandisciplinar holística na saúde e na educação empresarial e ambiental seus olhos azuis, entrei em um estado alterado de consciência, que nunca antes tinha vivenciado. Sentia-me com a mente aberta, silêncio interior, muito receptivo, elevado. Nesse momento, Pierre iria falar sobre as raízes do sofrimento humano e colocou três palavras no quadro: apego, medo e estresse. Aquelas palavras exerceram um efeito de pura magia. Tive uma compreensão súbita. Percebi o que estava me levando àquele período existencial, a estar com aquela aflição. E foi uma conversão definitiva. Cheguei materialista, agnóstico e saí daquela sala convertido ao transpessoal.

O senhor forma a tríade que implementou a Unipaz, com Jean-Yves Leloup e Pierre Weil. Como se juntou a esse trabalho? Fui procurar por Pierre porque sabia que tinha uma missão, mas ele tinha partido para um retiro 333 (3 anos, 3 meses e 3 dias). Nesse período adentrei pelos caminhos da ioga que, por sua vez, me abriram para o taoísmo, o sufismo, o zen, o budismo. O interessante é que esses caminhos eram muito assimiláveis, como se já soubesse aquilo. Nesse novo caminho era como se fosse uma recapitulação. O reencontro com Pierre foi outro momento decisivo. Eu o convidei para aquele projeto que estava acariciando, durante sua ausência, que era para ele ser o presidente de honra de um congresso humanístico e transpessoal. Ele estava chegando de seu retiro, de seu encontro com Jean-Yves Leloup, com o qual tinha formatado a carta magna da Universidade Holística Internacional, querendo ampliar o projeto de Monique Thoenig, que dirigia a primeira universidade holística

Reprodução

de Paris. Ele disse: “Roberto, vamos avançar. Façamos um congresso holístico internacional”. Aquilo para mim foi um relâmpago. Percebi que aquele projeto continha o que estava considerando do humanístico e do transpessoal, só que além. Esse congresso foi iniciático. Mudou a existência de muitos seres humanos. O governador do Distrito Federal à época propôs que uma universidade holística fosse constituída e que Pierre fosse seu reitor. Fui convidado a fazer parte daquela implementação. Foi aí que teve início uma aventura de quase 30 anos.

Que caminhos o senhor aponta para a educação? Precisamos reinventá-la. Sobretudo educar educadores para a tarefa de implementar o que a Unesco tem proposto desde 1992, ao incorporar a proposta de Jacques Delors dos quatro pilares de uma nova educação: 1) educar para conhecer; 2) educar para fazer; 3) educar para conviver;

e 4) educar para ser. O Brasil talvez seja uma pátria exuberante do paradigma transdisciplinar. Pela nossa flexibilidade, nossa natureza integrativa. Uma cultura que tem uma natureza pacífica, que a gente possa realmente fazer jus a essa possibilidade, com todas as tradições que nos envolvem. Porém, entendo que uma nova educação é aquela que introduz a alma nas escolas, com o desenvolvimento de três inteligências que considero fundamentais num processo de alfabetização psíquico: a emocional, a relacional e a onírica.

Que considerações o senhor pode fazer com relação ao trabalho desenvolvido por este jornal? É um trabalho muito importante, louvável. Temos uma mídia normótica, que só apresenta os escândalos, as banalidades, as vaidades e os jogos de poder. Necessitamos de uma mídia responsável, que possa trazer também aquilo que está brotando do que está desabando, as boas notícias, de seres que estão se levantando e se colocando a caminho. Os escândalos, as guerras fazem muito barulho e o jardim floresce silenciosamente. Uma mídia que possa contemplar e honrar essa rosa vai brotar essa nova consciência. Que mensagem gostaria de deixar para os nossos leitores? Confio que a maior descoberta do século 21 será o ser humano. Caso contrário, fica a pergunta: haverá século 21 para o ser humano? É no coração do caos que está sendo engendrado o novo cosmos. No momento, é muito escuro, mas é bom lembrar que o dia começa no meio da noite.


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O bom humor A criatura humana é um oceano de sentimentos e sensações, quanto mais aprendemos a lidar com nosso conteúdo, mais evoluímos e passamos a viver melhor. Entre todas as peculiaridades que são determinadas para nossa qualidade de vida, o “humor” é um estado de ânimo que influencia todas as nossas ações e nossa visão sobre a vida e o mundo. Como disse Arthur Schopenhauer (grande pensador alemão): “O bom humor é a única qualidade divina do homem” reconhecendo que Deus não pode ser abatido ou desanimado, isso iria contrariar sua absoluta perfeição. Temos Jesus como modelo que sempre esteve de bom ânimo e de ser o grande consolador. O bom humor espalha mais felicidade que todas as riquezas do mundo. Devemos ter o hábito de olhar para as coisas com esperança e sempre visualizar o melhor, com a certeza da vitória sobre todas as dificuldades. Devemos estabelecer diretrizes para que a diversão e o bom ânimo sempre façam parte de nosso dia e estar com pensamentos positivos e com alegria de viver. O bom humor propicia uma

melhor condição de convivência e gera um bem estar em nossa volta, nos tornando mais envolventes e cativantes. O humor nos eleva espiritual- JOÃO BATISTA SCALFI mente, atraindo Vice-presidente do Educandário Deus e a Natureza (Indaiatuba) para nós outros seres que experimentam a paz e a beleza de uma vida feliz. O desejo verdadeiro de ser feliz é o alimento para essa busca que deve ser empenhada contra nossas más tendências. Adquirir o humor saudável é conquista que necessita tempo e determinação constantes, apenas não diga que não pode, afinal, alegrias infinitas aguardam aos que aprendem a manterem-se alegres independente das situações externas. Portanto, inicie imediatamente a proposta de escolher você o estado de ânimo que deseja viver. Perdemos muito tempo tentando achar algum responsável pelo nosso estado emocional e ou psicológico, ignorando a responsabilidade que nos cabe. Fonte de pesquisa: Você é o Humor que Você Tem (Roosevelt Andolphato Tiago)

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IOGA NO BRASIL Relato de uma experiência

Como usar as técnicas do yoga para harmonizar a personalidade? Toda e qualquer técnica e ensinamento do yoga está à disposição para ser utilizado e não para se prender a eles ou a algum objetivo. Hoje, pratico um ásana, um pranayama, amanhã, ao praticá-los de novo, já não será igual, será uma nova experiência a ser vivenciada plenamente. Temos por hábito associar uma experiência de ontem com a de hoje e compará-las, isso quando não estamos fazendo alguma coisa agora e pensando no resultado futuro. Vamos tentar mudar esse tipo de comportamento habitual, vamos tentar no nosso dia a dia viver mais o “agora” e não em função ao que já foi ou do que poderá ser. Utilizando o yoga, vamos mudando de atitude em relação a nós mesmos, passando a viver mais coerentemente, percebendo a transformação interna e externa que se inicia em nós, gerando um melhor relacionamento com o mundo à nossa volta. As pressões passam a não nos atingir como antes, diminuem os conflitos. No livro O Homem e Seus Símbolos, de Jung, ele cita o seguinte: “A semente de um pinheiro contém em forma latente, a árvore; mas cada semente cai em determinado tempo, em um determinado lugar no qual intervém um determinado número de fatores. A totalidade latente do pinheiro reage a estas circunstâncias evitando as pedras, inclinando-se em direção ao sol, modelando o crescimento da árvore. Nossa atitude deve ser como a semente do pinheiro: não se aborrece quando seu crescimento é obstruído por alguma pedra e não faz planos para vencer obstáculos. Tenta simplesmente sentir como deve crescer. Como a árvore, devemos nos entregar a esse impulso quase imperceptível e, no entanto, poderoso – um impulso que vem do nosso anseio por uma autorrealização criadora. Os sinais orientadores não vêm do ego, mas da totalidade da psique. O si mesmo. No entanto, em seu sentido estrito, o processo de individuação só é real se o indivíduo estiver consciente dele. Não sabemos se o pinheiro tem consciência do seu crescimento, se aprecia ou sofre as diferentes alterações que o modelam. Mas o homem certamente é capaz de participar de maneira consciente do seu desenvolvimento.” Observe o seu desenvolvimento, seu crescimento interior. Vença a ignorância a respeito de si mesmo, causa de seus sofrimentos, e seja feliz no seu reencontro. * segunda e última parte de artigo publicado por Anna Maria de Moraes, há mais de 35 anos, no jornal Folha da Tarde


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PANORAMA PRÊMIO DE SUSTENTABILIDADE A Novelis, empresa de laminados e reciclagem de alumínio, prorrogou até 30 de junho o prazo de inscrições para o seu Prêmio de Sustentabilidade. A iniciativa reconhecerá ideias e projetos desenvolvidos por universitários e empreendedores que explorem as possibilidades de aplicação das chapas e folhas de alumínio e valorizem sua reciclabilidade. Mais informações: www.premionovelis.com.br BRINQUEDOS PARA PACIENTES A ONG Patas Therapeutas iniciou projeto de financiamento coletivo para fabricar o bicho de pelúcia que acompanhará crianças em hospitais e instituições ao longo de seu tratamento. Doações a partir de 40 reais recebem recompensas de diversos apoiadores. O brinquedo também será comercializado na loja virtual. Mais informações: patastherapeutas.org ou (11) 99616-5372. DOAÇÃO DE COBERTORES O Projeto Felicidade, que acaba de completar 14 anos, está recebendo doações de cobertores para crianças e adolescentes portadores de câncer. Os itens podem ser enviados para a sede do projeto, em São Paulo (Avenida Arnolfo Azevedo, 201 – Pacaembu), ou podem ser retirados pela entidade. Mais informações: (11) 3803-9898.

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Dr. Orestes Mazzariol Verdades sobre as vitaminas (1) Vitaminas são compostos orgânicos necessários em pequenas quantidades para o funcionamento normal das células e não fabricadas por elas. As necessidades diárias de vitamina variam a partir de fatores como tamanho corporal, velocidade do crescimento, quantidade de exercícios e gestação. Elas são armazenadas em quantidades muito pequenas nas células do corpo ou em maior quantidade no fígado. A vitamina A existe nos tecidos animais sob a forma de retinol e em pigmentos chamados pró-vitamina A ou caratenoides, nos vegetais amarelos e vermelhos, que são transformados em vitamina A no fígado. Elas são necessárias para o crescimento normal da maior parte das células, em especial as epiteliais, as que revestem o corpo externamente e as cavidades. A vitamina B1 (tiamina) é espe-

cialmente necessária para o metabolismo (reações que os compostos sofrem nas células) dos açúcares e aminoácidos, principalmente nas células nervosas. Sua deficiência pode provocar degeneração das fibras nervosas e do cérebro. A deficiência de niacina (vitamina B3) provoca fraqueza muscular e secreção glandular deficiente; a riboflavina (B2) funciona como coenzima em importantes reações, chamadas sistemas oxidativos das mitocôndrias. Em seres humanos não existe deficiência grave para provocar debilidades acentuadas. A vitamina B12 tem como função promover o crescimento e maturação dos glóbulos vermelhos do sangue. Sua deficiência provoca anemia perniciosa e/ou alterações nas fibras nervosas. A principal causa de sua deficiência não é sua carência alimentar mas a alteração na absorção, observada em pessoas que fazem cirurgias com redução gástrica, como algumas técnicas de cirurgia bariátrica.


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TEBE - Terapia de Bioprogramação Energética Trata-se de um tratamento focado no equilíbrio dos hemisférios cerebrais, ou seja, equilíbrio entre o racional e o emocional da pessoa. Cada ser humano, ao vivenciar uma experiência, mantém um registro mental e um emocional da mesma. Esses registros por muitas vezes influenciam outras áreas e atividades da vida da pessoa, causando-lhe um grande incômodo. Desta forma, buscamos a energia geradora dos registros, tratando-a com uma técnica denominada TSP (tratamento de subpersonalidade) e em seguida despolarizamos os registros de memória, realizando o religamento neuronal no campo astral, estimulando novos registros. A duração do atendimento é de aproximadamente 30 minutos e é realizado por dois terapeutas.

PRÓXIMOS CURSOS EM CAMPINAS * BIOTOQUE – Dia 27 de Junho, das 13h às 19h * BARALHO CIGANO – Dias 4 de Julho e 18 de Julho, das 13h às 19h

Brahma Kumaris Campinas faz 25 anos com evento ao público A sede da Brahma Kumaris em Campinas celebrará 25 anos de atividades com um evento aberto ao público, dia 25 de junho, no clube Fonte São Paulo. Na oportunidade, a coordenadora nacional da BK, Luciana Ferraz, ministrará a palestra “Festejando a Beleza que vem de Dentro”, às 19h30. Atividades artísticas também marcarão a data. Com o objetivo de ensinar um método prático de meditação, a Brahma Kumaris iniciou seus trabalhos em Campinas no dia 24 de junho de 1990, no bairro Guanabara, onde ficou por 22 anos. Atualmente, está localizada na Chácara da Barra. A sede oferece cursos gratuitos de meditação, palestras e workshops voltados para a qualidade de vida.

Segundo a coordenadora da BK em Campinas, Nádia de Castro, ao longo destes 25 anos cerca de 6 mil pessoas fizeram o curso introdutório de meditação raja yoga. Também são desenvolvidas atividades para crianças, jovens, adultos e terceira idade, além de programas educacionais e campanhas voltadas para a paz. Organização internacional sem fins lucrativos, a Brahma Kumaris busca promover o desenvolvimento pessoal e social por meio do estudo e prática dos valores humanos. Estabelecida na Índia em 1937, conta com cerca de 8.500 filiais em mais de 120 países. O clube Fonte São Paulo fica na Rua José Paulino, 2.138 (Centro). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3241-7480.

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Marcelo Sguassábia Meu carrasco, meu herdeiro Ser o moleque de recados do maior agiota da cidade: o Criador não tinha posto ele no mundo para suportar essa vida por muito tempo. O boy de Villa Antiga montava em mula para as cobranças, e difícil era a vez que não voltava com o olho roxo ou o lábio cortado. Já andava cheio o embornal de desgostos, estava até a tampa de desaforo engolido. Não mais, agora é minha vez – decidiu. Entregou a mula e as promissórias resgatadas do dia ao tirano Tonzezão, que emprestava sem muita exigência de garantia, mas sabia buscar a mãe de quem não tinha mais nada. Chega de ser leva e traz, se entrasse em séria luta corporal com o destino poderia juntar para emprestar aos outros e ter o seu próprio moleque, correndo rua e dando a cara pra bater. Só que não queria virar um Tonzezão mais novo, sem barriga, sem artrose e sem cabelo branco – tiraninho Tonzezinho metido a besta, coletor de suor alheio. Já conhecia bem a manha de ganhar dinheiro assim, mas não. Produzir e vender era mais decente que emprestar cinco e tomar vinte de volta. E sucedeu que foram anos sem lembrar o que era dormir e jogar conversa fora de domingo, porque todo dia era feito para gramar até que o negócio que abriu fizesse o favor de dar lucro. E como deu. A prosperidade veio e começou a ganhar barriga, artrose e cabelo branco como o Tonzezão dos velhos tempos, só que em paz à noite com o travesseiro. Rico pelo merecimento de trabalhar direito, não de tirar de quem quase não tem. Sua filha Cândida, a linda. Por 19 anos conseguiu guardar bem guardada a estonteante fêmea em casa

antes de entregá-la a Orêncio, num rega-bofes que a Villa Antiga, agora promovida a Vila Nova, não ia esquecer tão cedo. Bolo cortado, foto tirada, buquê jogado e gravata de noivo retalhada, foram pra lua de mel que seria linda como a noiva, se o avião não tivesse caído. Acabado o luto, canalizou o bem querer para o Laércio, sobrinho um pouco distante na geografia e na árvore genealógica, mas o único. O velho, agora megaempresário e prefeito, morreu fazendo a sesta após pesado almoço em companhia do sobrinho, na casa grande de uma de suas fazendas. E Laércio se viu dono de tudo, sem esperar e nem saber o que fazer com tanto patrimônio. Deslumbrado e perdido ao mesmo tempo, fez rapidamente da namorada Sofia sua sócia nos negócios. Ambiciosa e cheia de má intenção, fingia-se de boazinha e só precisou de dois dias para fazer o serviço sujo. Na sexta, casou-se com Laércio. No sábado, envenenou o coitado e, mancomunada com um legista sem vergonha, arrumou atestado de óbito onde constava a salmonela da maionese de casamento como causa mortis. A nova herdeira de tudo, que do velho patriarca não tinha nem o sangue e nem o caráter, gastou três anos comprando o que via pela frente. Até que uma bala perdida veio se alojar na sua cabeça, enquanto veraneava em Cartagena. O patrimônio caberia, por direito, aos três irmãos da golpista. Ainda no meio do inventário, um grande banco caiu em cima do montante, por conta de uma dívida impagável em nome do trio. E lá se foi a herança para o banqueiro, neto do bom e velho Tonzezão. Marcelo Sguassábia é redator publicitário


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Aruângua A Missa do Galo (final) Como vou voltar à catequese? Como vou enfrentar os meus companheiros Lobinhos e minhas amiguinhas Avezinhas? Fiquei sempre com a impressão de que nossa família sabotava sem querer os rituais sagrados e, ainda hoje, não tenho certeza de que assim não seja. Primeiro, meu pai tinha brigado com o padre que dava aulas de religião na pré-escola... Proibiu-o de falar-nos do diabo, do inferno e do fogo castigador. Agora, era minha mãe que, por só pensar em moda quando não estava trabalhando, o que fazia muito, cometia o pecado da vaidade e, diante de todos, estava sendo repreendida por Deus. E por que é que eu estava sendo castigada com essa vergonha diante de meus amigos? Devia ser castigo por tabela. Por meu pai ser um humanista ou, por minha avó ser espírita? Como poderia eu saber ao certo, a causa, se Deus sabia de tudo, até mesmo de coisas que eu desconhecia? E se fosse por minha causa? Talvez eu atraísse o azar... À saída da missa, o padre estava à porta a cumprimentar todos os presentes. Quando deu a mão ao meu pai, segurou-a com as suas duas mãos, para lhe segredar algo ao ouvido com cara de poucos amigos. Meu pai resmungou também qualquer coisa, com um sorriso sarcástico, e arrancou a mão das mãos dele. Nunca soube o teor dos mútuos cumprimentos, mas posso imaginar algo aproximado. Ao chegar em casa, meu pai berrou: – Não ponho mais os pés naquela igreja e proíbo-vos de me convidarem. E tu, leva as pérolas ao joalheiro para enfiá-las com um nó entre cada uma. Se o serviço estivesse bem feito, isso não teria acontecido – disse, gesticulando, para a minha mãe. Mamãe respondeu com voz sumida: – Já só dá para uma gargantilha! Depois, foi trocar de roupa e, já com uma roupa mais confortável e sapatos amolecidos pelo uso, ajeitou o resto da mesa. Permaneceu calada noite adentro. Santa Noite. Sentamo-nos para comer. A avó trouxe o jantar delicioso e devida-

mente aquecido que haviam preparado para a ceia de Natal. Papai foi o último a sentar-se à mesa e serviu Coca-Cola, tinindo de tão gelada, às crianças. Encheu também o copo dele, sorveu uma boa parte de um só gole e começou a rir às gargalhadas. Ninguém o interrompeu. Riu até fartar-se. Por fim, arrematou o assunto que ainda estava na cabeça de todos: – Isto é que é bom! Beber e comer! Ahhrrrr! Bem bíblico. Eu tinha até mesmo esquecido que meu pai havia sido coroinha, por um breve período, lá na igrejinha da aldeia em que nasceu. Então, por que vivia às turras com a santa e amada igreja? Madrugada. Abro os olhos e vejo minha avó ajoelhada na frente da Nossa Senhora, rezando baixinho pela família. Acima dela, um quadro de Jesus loiro, de cabelos compridos e cacheados. Os olhos azuis. A Nossa Senhora do Imaculado Coração continuava com o braço e a mão estendidos. A outra apontava o coração espetado pelo punhal. Também traída, pensei. Olhei o Cristo. Sereno, Ele parecia compreender tudo, em sua onisciência. Tocada pela penitência da vovó, pedi-lhe um copo de água e tirei-a do sacrifício. Fez o sinal da cruz e foi à cozinha. Serviu-me e desta vez deitou-se. Assim, sim. Tudo estava melhor... O copo quase cheio sobre a mesinha de cabeceira... A casa em silêncio... Mas, lá fora, três gatos preparando-se para a cópula começaram a miar aquela cantilena arrastada e chorosa. O sono vem chegando e começo a ver uma procissão. E os miados intermináveis das gatas agora eram as cantilenas dos fiéis. Eu andava ao longo do cortejo e via as bocas cantando na procissão... As manifestações de transe dos religiosos... Não compreendia sequer uma palavra. Devia ser o sotaque português muito castiço. O resto era só uma lengalenga numa toada arrastada... Que letargia dominava meu corpo e a minha consciência. Nada me obedecia mais... Vontade de enxotar aqueles gatos melosos com uma...

MARCO ANTÔNIO CÂNDIDO E CARLA SANCHES

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ThetaHealing: a cura quântica que está mudando a vida das pessoas A visão de que mente e corpo são coisas separadas mudou ao longo do tempo. Na verdade, chegou-se à conclusão de que estão diretamente ligados. Esta ligação se dá pelas crenças que desenvolvemos ao longo da nossa vida. Crença é tudo aquilo que acreditamos e tomamos como verdade absoluta. Essas crenças podem vir de questões étnicas, religiosas, culturais e sociais, como também podem ser passadas no nosso DNA através de nossos ancestrais. Todas essas crenças vão deixando impressões nos nossos corpos, em todo nosso sistema energético e construímos nossa realidade através dessas impressões. Por milhares de anos se acreditou que o DNA era inalterável, mas nos últimos tempos foi comprovado cientificamente que o nosso ambiente influencia diretamente e altera o funcionamento das nossas células, modificando-as constantemente. Nas células temos receptores para todos os tipos de sentimentos, como alegria, tristeza, medo, confiança, entre outros. Esses receptores ficam inativos, pois não vivenciamos esses sentimentos todo o tempo. O ThetaHealing é considerado uma das técnicas de cura mais poderosas que existem hoje no mundo, e está provando através da ciência que é possível alterar esses paradigmas e a nossa realidade através do acesso a frequência da onda cerebral “Theta”. Com a ajuda de cientistas e equipamentos como o eletroencefalograma, comprovou-se que a frequência de onda cerebral “Theta” é capaz de gerar cura instantânea para todo e qualquer bloqueio energético, sejam doenças em seus diversos tipos, ou ainda corrigir a falta de sentimentos em nosso sistema, como falta de confiança, de proteção, de independência, de liberdade entre muitos outros. Ao entrarmos na frequência “Theta”, nos conectamos com a Fonte Criadora de “Tudo o que É”, a vibração energética mais elevada que nosso corpo é capaz de acessar. Esse acesso gera novas conexões neurais e transformações em nosso corpo físico e energético. Através do ThetaHealing podemos “acordar” os filamentos de DNA que se encontram inativos dentro das células. Esta ativação altera nossa genética nos auxiliando no processo de adaptação às mudanças pelas quais o mundo vem passando. Qualquer pessoa pode praticar, pois é uma capacidade inerente ao ser humano, independentemente de idade, nível social, raça, religião, profissão ou nível de instrução. As pessoas que se tornam praticantes, além de trabalharem em si próprias, têm a opção de atender outras pessoas em sessões individuais ou ainda associar esta técnica a qualquer outra técnica terapêutica.

AGENDA * Curso ThetaHealing DNA Básico, em Campinas – 12, 13 e 14/6 * Curso ThetaHealing DNA Básico, em São Paulo – 3, 4 e 5/7 * Encontros Semanais – terças-feiras, às 19h – Av. Armando Ferrentini, 520 (próx. metrô Paraíso), em São Paulo. Contribuição: R$ 25,00 MAIS INFORMAÇÕES: 11 3060-8700 ou contato@devoltapracasa.com


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Meditação x experiência A meditação está sendo um tema estudado por várias frentes: educação; medicina; neurociência; pesquisas em clínicas, hospitais, etc. Ganhou força na mídia, pois até então não se falava muito sobre ela. Sabemos que dentro da sabedoria antiga da tradição do yoga e Vedanta, a meditação não é vista como uma experiência, pois uma coisa é você ter uma experiência química do cérebro que produz bem-estar. Essa experiência pode durar o período da técnica meditativa e trazer muitos benefícios para a saúde; mas, além disso, é importante desenvolver uma mente meditativa. Através da técnica o praticante poderá desenvolver um incrível controle mental, desafiando fenômenos naturais e até aumentando sua sensibilidade, mas para o yoga isso é apenas uma experiência, que nem sempre está acoplada ao autoconhecimento. Lógico que técnicas meditativas têm o seu poder e o seu valor. Porém, se fi-

carmos apegados apenas à experiência e ao resultado delas, poderemos reduzir a meditação a uma experiência de bem-estar. Quem MÁRCIO ASSUMPÇÃO experiencia é o Professor de ioga e diretor ego (o ser limita- do Instituto de Yogaterapia do). O objetivo da meditação, segundo a tradição antiga, é silenciar a mente para que possamos perceber a nossa verdadeira natureza, que é Atma, o “Eu Verdadeiro”. Na busca de ter uma experiência de êxtase meditativo, muitos praticantes acabam incorrendo em equívocos e, ao invés de estarem apegados a objetos materiais, apegam-se à química da mente. Desta forma, o apego só é transferido do campo físico para o sutil. Mais importante que sentar-se para meditar é o praticante aprender a viver uma vida meditativa.

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Juliano Sanches Charlie, um de nossos fantasmas Somos seres criativos. E, por que não, detentores do poder de destruir e organizar, seja nos âmbitos existencial ou social? Faz-nos rir, por um lado, a notícia do Desafio Charlie Charlie (Charlie Charlie Challenge, em inglês), uma brincadeira “sobrenatural”, que se tornou viral na internet e atingiu inúmeros adolescentes em todo o mundo. Por outro, parece trágico o fato de nos rendermos à robotização e ao senso comum. São colocadas duas canetas em cruz, equilibradas uma sobre a outra, e questiona-se “Charlie, Charlie você está aí?”. Observa-se, então, a manifestação da suposta entidade. Em apenas 48 horas, a hashtag #CharlieCharlieChallenge foi citada por mais de 2 milhões de usuários no Twitter. Em cinco escolas de Manaus, com estudantes entre 12 e 14 anos, o caso reuniu Conselho Tutelar, Secretaria de Educação e até um padre. As narrativas sobre demônios, espíritos malignos e pessoas falecidas se tornaram recorrentes nas falas dos entrevistados. Alguns até deixaram, momentaneamente, de ir à escola, devido ao trauma. Entre os sintomas, aparecem vômito e tontura. A origem da brincadeira, que se tornou massiva na internet, é uma ação de marketing do filme de terror The Gallows (“A Força”, por aqui), com previsão de estreia para o dia 17 de julho. O ato é baseado no tabuleiro ouija, que é uma superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um in-

dicador móvel, enquanto ação de comunicação com espíritos. No Brasil, tornou-se popular o uso dos copos, como uma das variantes. Especialistas argumentam sobre a hipótese de histeria coletiva, o que nos faz pensar o quanto estamos reféns dos comandos que recebemos diariamente, principalmente, das mídias sociais. Quais são as nossas possibilidades de autonomia e autocrítica diante do bombardeio diário de informações? Estamos acorrentados ao mito da caverna de Platão, em que não conseguimos transpor a reflexão para além das paredes que nos cercam, que são nossos dispositivos virtuais? Aquele que perceber, por meio de uma leitura de longo prazo e analítica, os grilhões digitais mais arraigados, verá o quanto a sociedade da informação ao mesmo tempo em que promove facilidades (como ter diálogos no Twitter sobre um alerta de risco climático para uma determinada região do país, com antecedência), também deixa hiatos capazes de instaurar problemas sociais tão sérios quanto conseguimos imaginar. Os pais, ao se ocuparem com a formação social da mente dos filhos, devem ensinar a pensar fora da caixa. Ou seja, a capacidade humana de raciocínio deve se furtar à ilusão, por mais que a caverna de Platão se apresente como a realidade última. Juliano Sanches é jornalista


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Viva Bem elianamattos@uol.com.br

Bate-papo

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e não me controlasse, todo mês contaria histórias sobre meus gatos. Quanto material diário eles me fornecem... A Kira é a minha gata caçula, apesar de já ter 10 anos. Ela é o macho-alfa aqui em casa, se é que existe “fêmea macho-alfa”. A personalidade dela é de liderança. Mas ela é meio “trator”, porque vai passando e “colocando ordem no galinheiro” de acordo com o que ela acha certo ou errado. E, é claro, sempre os outros gatos estão errados e ela certa, na sua avaliação prepotente! Há duas semanas estou hospedando uma gatinha, que já foi doada para o casal Lais e Victor, que mora em Campinas, mas que só puderam levá-la no início de junho. A Kira não quer nem ouvir falar de ter outro gato aqui. Imagino que, na opinião dela, dividir a casa comigo e mais cinco gatos, já está de bom tamanho. Resultado: há duas semanas ela só entra para comer, não dorme mais aqui dentro e, quando chega agride, verbal e fisicamente todos que ela vê pela frente. A gatinha ela nem viu ainda, mas sabe que existe um animal estranho e não vai aceitá-lo mesmo. Todos os outros cinco gatos aceitaram a hóspede numa boa. Menos a Kira. E, com isso, ela se tornou mais “trator” ainda, tamanha é a sua revolta. Outro dia aconteceu uma cena que não posso deixar de contar. O Pink, um persa creme lindo, enorme, que pesa sete quilos e que há muito poderia não permitir que ela o acuasse, resolveu reagir. Simplesmente, quando ela estava saindo após comer, ele correu atrás dela na sala e pulou por cima, numa surpreendente tocaia que jamais ela esperaria acontecer. Claro que não permiti que os dois se pegassem, porque não quero briga aqui dentro e, apesar da Kira, todos se dão super bem. Não quero desestabilizar esse convívio. Não vou dizer que ela abaixou a crista, mas esse “ataque surpresa” a deixou meio perplexa. Como assim, alguém ousa enfrentá-la, deve ter pensado. Não pude deixar de pensar quantos seres humanos são agredidos verbal, física e psicologicamente todos os dias e não reagem. Quantos não têm a mesma atitude da Kira, que briga sem nenhuma razão, só para mostrar poder. E quantos acuados por medos diversos, se um dia reagissem como fez o Pink, quem sabe não fariam a agressão terminar... Claro que no caso dos gatos tudo ali é instinto, é domínio de território. Sei que no caso dos humanos mil fatores envolvem quem aceita e quem agride. Dar um basta também envolve muitos fatores, mas não é impossível. Se fortalecer emocionalmente, com a ajuda de um terapeuta, pode ser o caminho. Quanto à Kira, já dei florais e homeopatia, que de nada adiantaram. Mas quem sabe com a reação do Pink ela abaixa um pouco a bola. Grande beijo!

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FESTIVAL DE SOPAS PARA TODOS OS PALADARES Sopa de mandioquinha Ingredientes: * 300 g de músculo em pedaços pequenos * 5 mandioquinhas médias * 2 xícaras (chá) de macarrão para sopa a sua escolha * 1 cebola pequena * 3 dentes de alho picado * Sal e cheiro verde a gosto * Azeite a gosto Modo de fazer: Refogue a carne no azeite com a cebola e o alho. Acrescente dois litros de água quente e cozinhe na

panela de pressão por uns 30 minutos. Abra a panela e cozinhe as mandioquinhas inteiras. Quando cozidas, retireas e bata no liquidificador com um pouco do caldo. Reserve. Coloque o macarrão no caldo do músculo e cozinhe por uns três minutos (ou até estar do seu agrado). Depois de cozido, acrescente a mandioquinha em creme, misture bem, experimente o sal e salpique o cheiro verde. Sirva imediatamente.

Sopa cremosa de queijo Ingredientes: * 3 colheres (sopa) de margarina * 1 cebola picada * 3 colheres (sopa) de farinha de trigo * 1 ½ litro de leite integral * 250 g de queijo parmesão ralado * sal e pimenta-do-reino branca a gosto * 1 lata de creme de leite * Croûtons a gosto

mexa bem e bata no liquidificador. Volte para a panela, adicione o queijo, tempere com sal e pimenta e deixe ferver alguns minutos ou até que o queijo derreta. Retire do fogo e junte o creme de leite. Sirva bem quente, acompanhado de crôutons.

Modo de fazer: Frite a cebola na margarina, polvilhe a farinha de trigo e mexa até ficar dourada. Despeje o leite, aos poucos na cebola,

Dica: se quiser uma sopa mais cremosa, acrescente um pouco mais de farinha de trigo. O queijo pode ser substituído por outro, de sua preferência.

Creme de cebola com batata Ingredientes: 8 batatas de tamanho médio 6 cebolas de tamanho médio 1 lata de creme de leite 1 tablete de caldo de frango 1 folha de louro e sal a gosto 150 g de cream cheese

Modo de fazer: Cozinhe as batatas com as cebolas, mais o tablete de frango. Depois de cozidas bata tudo no liquidificador. Retorne à panela, acrescente a folha de louro, o cream cheese e deixe apurar. Quando levantar fervura, desligue e misture o creme de leite. Sirva imediatamente.


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MANDALA PARA PINTAR

- OZENI LUCAS -

Silvia Lá Mon

Marcéllo Syríng e Carmen Mírio estiveram em Campinas para palestra sobre psicoterapia reencarnacionista e regressão terapêutica

Amanda La Monica

O Bazar Zen, promovido por Amanda La Monica e Silvia Lá Mon, teve a primeira edição dia 4 de junho no Espaço Castro Alves, em Campinas, com apoio do JORNALZEN Recebemos colaborações para este espaço. Envie sua mandala para jornalzen@terra.com.br Divulgação

Alunos da 2ª série do ensino médio do Colégio Rodin levaram poesia a moradores de Indaiatuba em ação sobre o poder da palavra escrita

AGENDAZEN CAMPINAS

SÃO PAULO

YÔGA a partir de 11/6, das 8h às 9h – aula com Clélio Berti no ginásio perto da Casa São José (Rua Dr. João Quirino do Nascimento, 1.601 - Jardim Boa Esperança). Aberto ao público. Mais informações: (19) 99345-8282 ou (19) 3794-2509

IRIDOLOGIA 28/6, às 10h – aula aberta do curso de extensão universitária, no Instituto Avalon (Avenida Liberdade, 702 – Liberdade). Mais informações: (11) 3207-4357

INDAIATUBA EUBIOSE 20/6, às 15h30 – palestra “Egito, o Pai da Humanidade”, com Morivaldo Carneiro, na Sociedade Brasileira de Eubiose (Rua Madri, 72 – Jardim Europa). Aberto ao público. Mais informações: (19) 99731-7381

MASSOTERAPIA 20/6, às 10h – aula aberta do curso de extensão universitária, no Instituto Avalon (Avenida Liberdade, 702 – Liberdade). Mais informações: (11) 3207-4357 MEDITAÇÃO todas as quartas, às 19h30 e 20h30 – prática na sede da Fundação Lama Gangchen para a Cultura da Paz (Rua Apinagés, 1.861– Sumaré). Aberto ao público. Mais informações: (11) 3032-5573


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A ARTE DE SER

Mônica Jô

Ao caminhar pelas montanhas de Buda pude conhecer comunidades que vivem o diálogo. Na verdade, o diálogo vive nesses grupos, que não são amontoados de pessoas, mas seres humanos que se reconhecem e se veem conectados na “rede do destino”, constituindo autênticas comunidades humanas. A busca do que “me colocava em movimento” me fez ter olhos para perceber o que “colocava as pessoas em movimento”. A sede de descobrir “o que estava vivo em mim” me fez ter olhos atentos e presentes para “o que estava vivo nos lugares que trilhei”. Encontrei nos recônditos das vilas das montanhas a vida fluindo com sua força, sem estruturas tão rígidas, as quais, geralmente, impedem o sopro do novo ar. A organização se faz naturalmente. As pessoas estão ali íntegras na conquista de seus espaços, na semeadura do pão, na partilha do alimento, da água, da dor, enfim, da vida que se renova. Ao ver tudo isso, me perguntava em que momento nos alienamos? Em que momento de nossa biografia deixamos de lado a arte do encontro? Quando foi mesmo que nos perdemos? Incrível, mas agora precisamos fazer “cursos” para reaprender sobre o diálogo... Comecei minha caminhada saindo de Puranagoon e, de cara, percebi a curiosidade das pessoas, olhos atentos para o novo, para o diferente, que neste caso era “eu” mesma! Saudada a cada encontro por um sonoro “Namastê” – “o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você” – aprendi a minha primeira lição: o diálogo já se estabelecia na reverência do encontro e com a simples troca de olhares. O que em nós é igual, independentemente da língua, da cultura tão diversa, é a nossa Divindade, sinônimo da nossa Humanidade. Na primeira vila paramos para almoçar num alpendre de uma casa. Pude observar que os limites entre elas não eram marcados por muros, desses que estabelecem territórios separados – algo tão valorizado nos dias de hoje. Todas as construções coexistem e se complementam, assim como as pessoas. Percebi que havia um ponto de encontro, realidade em todas as demais vilas. A água que jorrava na torneira e que abastecia aquele lugar era de uso coletivo. Assim, as pessoas tinham de sair de suas casas para lavar seus pratos, roupas, escovar os dentes, e tudo mais. O encontro na hora do jantar tinha requintes de celebração. Falar em sustentabilidade naquelas bandas é como tentar ensinar alguém a dormir, pois o respeito pela natureza, coisas e relações é natural. “Todas as pessoas estão presas numa mesma teia inescapável de mutualidades, entrelaçadas num único tecido do destino”, frase de Martin Luther King Jr, vivida à flor da pele... Surpreendente, mas as pessoas por lá gostam de estar juntas. Tudo é motivo de festa. Um dia, ao chegar a Ghorepani – uma vila no circuito das montanhas Annapurnas – havia um cerimonial em curso... (continua) Veja o depoimento de Mônica Jô no site www.jornalzen.com.br

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