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Número de imóveis sem moradores cresce 70,13% em 12 anos

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Bolo três leites

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Diminuição populacional, mudanças de estilo de vida e perda de renda na pandemia refletem na ocupação das casas na região. A transformação do cenário nos grande centros depende da melhora econômica

Caetano Pretto caetano@grupoahora.net.br

Julia Amaral juliaamaral@grupoahora.net

VALE DO TAQUARI

Do total de domicílios particulares na região, 10,72% estão desocupados. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que Coqueiro Baixo é uma das cidades com mais casas vazias do estado. Poço das Antas ocupa a outra ponta do ranking.

Em 12 anos, o número de imóveis vazios subiu de 10,9 mil para 18,6 mil, o que representa um aumento de 70,13%. Ainda assim, o percentual é inferior ao registrado no estado. No mesmo período, o RS alcançou a marca de 85,2%.

Mesmo que estejam disponíveis, alugados ou comprados, é considerado vago o domicílio que não abrigue um morador. São compreendidos na pesquisa também, imóveis de uso ocasional, como casas de campo. A divisão ajuda a entender os cenários da região.

Chefe da agência do IBGE de Lajeado, Paulo Ricardo Hamester acredita que as casas de uso ocasional podem explicar o caso de Marques de Souza, que tem 16,96% das residências desocupadas. Esse é o segundo maior número do Vale. “Existem muitos campings com residências. A pessoa mora em Lajeado, por exemplo, mas tem mais uma casa em ou- tro lugar que usa às vezes”, explica.

Para entender os índices em Coqueiro Baixo, Hamester aponta para a baixa no percentual da população, que é o menor da região e um dos menores do país. O mesmo ocorre em Progresso, que perdeu 13,35% dos habitantes em 12 anos. “São municípios com tendência de envelhecimento e queda populacional. Antes o município era ocupado, mas agora mudou e as residências ficam”, completa.

Entre as cidades que chamam atenção pelo alto número de ocupação das residências, estão Poço das Antas e Teutônia. Nesses municípios, o fato é explicado pela oferta de emprego e consequente crescimento populacional.

Reflexos da pandemia

Hamester lembra também que durante o isolamento social muitas pessoas buscaram por uma residência de uso ocasional. Além disso, muitos optaram por – ou precisaram – sair dos grandes centros urbanos. “Os municípios com maior crescimento no estado foram os do litoral norte. É um reflexo da pandemia. Neste caso, a residência ocasional se torna aquela que antes era fixa”, explica.

Entre os municípios com maiores percentuais de domicílios de uso ocasional no país, três estão no litoral gaúcho: Arroio do Sal, Xangri-lá e Cidreira. Nas concentrações urbanas com maior percentual de domicílios desse tipo, também se destacam as litorâ- neas, como Tramandaí.

A diminuição de domicílios vazios depende da melhora econômica, com baixo juros e aumento de renda. Essa é a visão do professor de gestão e doutor em administração, Samuel Martim de Conto. Para ele, os impactos serão percebidos, em especial, nos grandes municípios.

Em Lajeado

Para a maior cidade do Vale, que tem 11,94% dos domicílios desocupados, Couto considera o impacto da pandemia, com crescimento da construção civil até 2020 e o posterior congelamento das vendas.

“Outro aspecto está relacionado aos universitários que migram de outros municípios para Lajeado, e com a pandemia as aulas na Univates foram realizadas de maneira virtual, fazendo com que muitos destes voltassem a residir no município de origem”, afirma.

Para o mercado imobiliário, essa é uma realidade que já ficou para trás. O diretor da imobiliária Arruda & Munhoz, Marco Aurélio Rozas Munhoz, acredita que em Lajeado, a ocupação das residências já está em outro patamar. “Eu fico muito surpreso com esses números. Não faz muito sentido para

Em Picada Serra, interior de Marques de Souza, propriedade foi vendida pelos herdeiros e está desocupada há cerca de cinco anos

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