Situação no Vale entra em pauta com o Trem da Imigração

Vale Do Taquari

Com o Trem da Imigração em evidência durante esse fim de semana, outro aspecto que o passeio comemorativo traz a tona é a situação das estações e ferrovias na região. Um debate referente a uma locomotiva permanente no Vale do Taquari, reparos na ferrovia de Colinas e Estrela, assim como a estação de Muçum entram em pauta com o evento turístico.

O prefeito de Colinas, Sandro Hermann, revelou que a Rumo Logística, uma companhia ferroviária e de logística brasileira que administra milhares de quilômetros de malha ferroviária no país, tem até 2027 para consertar a ferrovia entre seu município e Estrela.

Conforme o gestor, o município fez uma revitalização em meados de 2016, após assinar contrato de municipalização da rede ferroviária durante 40 anos. “Uma das cláusulas do contrato é que a Rumo devolva a rede como a recebeu. E quando re- cebeu, havia movimentação de trens entre Colinas e Estrela”, explica. Sobre a execução dos passeios dos trens, Hermann avalia que a cada ano fica mais fácil de fazer acontecer, com o apoio de investidores. “É uma nova matriz econômica para os municípios. O turismo na região é a onda que as cidades precisam surfar. Uma indústria sem poluição e fumaça. Tenho certeza que o Vale do Taquari será a região do RS que mais vai desenvolver o turismo nos próximos cinco anos”, enfatiza.

Concessão em Muçum

O município projeta conceder à iniciativa privada a estação férrea. Conforme o prefeito Mateus Trojan, o objetivo é preservar investimentos feitos na estrutura e mantê-la ativa como ponto turístico. Nas edições anteriores dos passeios, diversas obras foram feitas, como em estradas de acesso, iluminação, paisagismo e adaptações de segurança. Para que o es- paço seja aprimorado, Trojan avalia que o ideal é a concessão. “O poder público deve liderar e criar as oportunidades, mas a partir de um certo momento, precisamos ficar na retaguarda”, explica. O gestor também destaca o incremento econômico resultante do trem devido à movimentação de grupos, almoços e hospedagem. “Interessados em investir na cidade começam a surgir por meio da atração”, salienta.

Uma locomotiva para o Vale

O diretor-presidente da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Marlon Ilg, afirma que o projeto de trazer uma locomotiva definitiva para o Vale depende da renovação da concessão das ferrovias que, hoje, é da Rumo Logística. Devido a essa especificação, o cenário para os próximos três anos é de avaliação. “É uma situação incerta. Acreditamos que vai renovar,” opina. Enquanto isso, a locomotiva que inte- gra o Trem do Vales e da Imigração continua com os passeios comemorativos e a associação já está em tratativas para os passeios de 2024. A recuperação da ferrovia entre Guaporé e Estrela também depende da concessionária. “De Muçum a Colinas está 100%. Já de Guaporé a Muçum fazemos algumas manutenções nos viadutos”, revela Ilg. Junto aos trilhos dos trens, é realizada a troca de todas as talas. “São ajustes finais para garantir a segurança”, complementa.

Estação de Roca Sales

Roca Sales aguarda a cedência da estação rodoviária ao município para investir na estrutura. O prefeito Amilton Fontana relata que o pedido foi feito ao governo federal há um ano. Porém, ainda não houve resposta. O chefe do Executivo diz que o terminal ferroviário está apto a receber visitantes. Mas para torná-lo mais atrativo e convidativo ao turista, são necessárias reformas. “A ideia no futuro é fazer o que Muçum já tem feito: dar vida e fazer com que aquilo funcione diariamente”, aponta.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Gilmar Queiroz, Encantado tem um papel fundamental no monitoramento de leituras e medições do rio Taquari. “Temos como base Encantado, e sabemos que quando o rio sobe lá, em cerca de seis horas começa a subir o nível aqui. Da mesma forma quando baixa. Debatemos e ajustamos pontos para realizar um trabalho conjunto.”

A equipe visitou pontos no município, o leito do rio e as réguas instaladas na margem. Participaram da visita o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Queiroz; de Encantado, Roberto Pretto; do município de Estrela, Lindomar Freitas; e o coordenador adjunto de Estrela, André Vogel.

Risco de enchente nos próximos meses faz equipes alinharem estratégias