Viver Cidades - 23/02/2023

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Análise de água é ampliada

O monitoramento dos mananciais da região passará de 23 para 26 pontos de coleta. Projeto do Grupo A Hora, por meio do Viver Cidades, incluirá análise de amostras do arroio Castelhano e do rio Taquari em Venâncio Aires.

MARCO LEGAL

Serviço de Água e Esgoto de Caxias do Sul está prestes a atingir a meta da atender 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto. O prazo é 2033.

CADERNO ESPECIAL FEVEREIRO | 2023
LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA/ARQUIVO A HORA

Trouxemos estes debates dando voz aos especialistas na área ambiental, à iniciativa privada, ao poder público, às ongs. Divulgamos eventos no sentido de mobilizar os cidadãos pela causa ambiental. Mostramos cenários negativos e positivos. As análises de água, por exemplo, nos confirmaram o que já imaginávamos: rios e arroio poluídos.

Se por um lado vieram à tona as mazelas, por outro, apresentamos cases de sucesso animadores. Sim, temos saídas e alternativas para recuperar e preservar.

Muito nos orgulha a confiança e a aposta dos patrocinadores e parceiros, que entenderam a proposta e acreditaram que é possível mudar. No primeiro ano, contamos com as empresas Reinegend, Folhito, Fasa, Disim e Global Eco, a autarquia Corsan e as administrações de Lajeado e Estrela. Neste ano, se somaram a DNW Empreendimentos Imobiliários, Mak Serviços e administração de Venâncio Aires.

Por conta do monitoramento dos mananciais, assinamos, em 2022, o importante Termo de Cooperação com o Ministério Público Regional do Meio Ambiente, que ratifica o trabalho de coleta e análise de água. Tanto que este ano ampliamos a área de abrangência, incluindo mais um ponto no rio Taquari e dois no arroio Castelhano, em Venâncio Aires.

Por todas as parcerias e pela necessidade de trazer o tema meio ambiente ao debate coletivo, iniciamos o segundo ano do Viver Cidades, com olhar crítico e inovador.

Apresentamos, nesta edição, o case do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), de Caxias do Sul, que está avançado no processo de abastecimento de água e tratamento de esgoto e prestes a atender o Marco Legal do Saneamento – desafio posto a todas as cidades brasileiras. O projeto de recuperação de nascentes, desenvolvido pela administração de Venâncio Aires e Emater/RS-Ascar, a piracema, o trabalho de reaproveitamento de vidro e o concurso para estudantes são outros temas abordados nas páginas seguintes. Boa leitura!

Luciane Eschberger Ferreira Jornalista

Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Conteúdo Editorial: Rodrigo Martini

TEXTOS Luciane Eschberger Ferreira PRODUÇÃO EXPEDIENTE IMPRESSÃO ARTE E DIAGRAMAÇÃO Marcelo Grisa
Viver mais CidadesGrafica Uma/ junto à Zero Hora projeto Viver Cidades, do Grupo A Hora, nasceu com o propósito de estimular a sociedade a pensar o meio ambiente. Por meio de reportagens, debates na Rádio A Hora, monitoramento da qualidade da água dos mananciais da região, entre outras ações, o Viver Cidades tem mostrado como estão nossos rios e arroios, se preservamos parques, se cuidamos do esgotamento sanitário, se destinamos os resíduos corretamente, se estamos no caminho para ter cidades sustentáveis.

O Grupo FASA, em Cruzeiro do Sul, retorna mais de 1 bilhão de litros de água por ano ao meio ambiente através do processo de fertirrigação áreas de eucaliptos e pastagem

AReciclagem Animal é um nicho fundamental no agronegócio brasileiro e essencial para o desenvolvimento de uma cultura sustentável no país. Por isso, o trabalho realizado pelo Grupo FASA, que atua na transformação de matéria crua em proteínas, gorduras e minerais para diversos fins, é tão necessário para o Vale do Taquari. Entre eles, destaca-se a reutilização da água para fertirrigação em dois tipos de cultura: de floresta e de pastagem.

Segundo Freddy Kaufmann, Engenheiro Ambiental do Grupo FASA, em áreas de floresta, utiliza-se o eucalipto para absorção dos nutrientes. A iniciativa de reflorestamento acontece desde 2009, quando foram plantadas cerca de 300 mil mudas em uma área de nove hectares. “No caso do eucalipto, o plantio é realizado no início da atividade e ele segue crescendo até o momento que se decida fazer o seu corte”, explica. Enquanto isso, em áreas de pastagem, utiliza-se a braquiária ou o tifton. Nestes casos, os cortes são frequentes, mas dependem da época do ano em função do clima. Freddy lembra que seu corte gera o feno, que pode ser utilizado na alimentação animal.

Para viabilizar a fertirrigação, o Grupo FASA destina toda água gerada no processo produtivo, limpezas de veículos e higienizações para tratamento em uma Estação de Tratamento de Efluentes. Este tratamento acontece de maneira biológica, por meio de microrganismos adaptados que degradam e convertem a matéria orgânica presente no efluente.

“Ao final do processo, utiliza-se esta água tratada para aplicação nas áreas de fertirrigação,  onde os nutrientes ainda presentes no meio líquido são reaproveitados pela cultura agrícola”, explica Freddy.

Por que a reciclagem animal é importante?

• Hoje, no Brasil, são abatidas cerca de 85 milhões de cabeças de bovinos, caprinos, ovinos e suínos;

• Enquanto isso, de frangos e perus são 5,9 bilhões de cabeças;

• Deste total, 34% não chega ao consumidor e segue direto para a reciclagem;

• A carcaça de uma vaca, em média, libera 1,2 tonelada de gás carbono na atmosfera;

• Este montante equivale a 6.025.557 carros em circulação;

• Com a reciclagem, esses resíduos são transformados em fonte de

matéria prima segura para utilização

• Assim, a reciclagem animal retira da

Como a fertirrigação

Em áreas de floresta de eucaliptos, a fertirrigação é realizada por meio de aspersores de irrigação convencionais. Já nas áreas de pastagens acontece por meio de aspersores do tipo mini canhões e sistema hidro roll com carretéis.

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Venâncio Aires

Projeto do Grupo

Omonitoramento da qualidade da água dos mananciais da região será ampliado para Venâncio Aires. Serão três pontos de coleta: dois no Arroio Castelhano e um no rio Taquari. O Castelhano é considerado o mais importante do município, porque a captação de água para abastecer a cidade é feita no arroio. Ele nasce em Boqueirão do Leão, atravessa Venâncio Aires e deságua no rio Taquari.

A verificação da qualidade da água dos mananciais da região iniciou ano passado, por meio do projeto Viver Cidades, do Grupo A Hora.

A engenheira química e fiscal ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de Venâncio Aires, Carin Taiara Gomes, entende que decisões e ações só podem ser tomadas quando se conhece a realidade. “As análises vão nos proporcionar saber qual a situação, para então podermos fazer um planejamento. Será possível trabalhar estrategicamente.”

Carin acredita que os resultados das primeiras análises não serão muito animadores. “Provavelmente, vamos receber informações que não vamos gostar, porque talvez os

Um dos locais de coleta para análise de água será próximo ao ponto de captação da Corsan no Arroio Castelhano

parâmetros poderão estar fora do que seria o ideal.” Porém, ela destaca que, baseado nos dados, será possível acrescentar outras ações às existentes para mudar a realidade. “O monitoramento se encaixa no projeto de Recuperação de Nascentes”, exemplifica. Ela refere-se ao trabalho iniciado em 2018, ancorado pela Emater/RS-Ascar e Secretaria do Meio Ambiente. Desde então, 34 olhos d’água foram recuperados na área rural do município.

Das 23 amostras analisadas na primeira fase do projeto, 17 ficaram na faixa ruim e seis na péssima , conforme o Índice de Qualidade da Água (IQA)

Projeto Viver Cidades

O monitoramento da qualidade da água, dentro do projeto Viver Cidades, do Grupo A Hora, está em seu segundo ano. Em 2022, as coletas e análises ocorreram em março e outubro, em 23 pontos de dois rios – Taquari e Forqueta - e doze arroios em dez cidades. A ampliação para Venâncio Aires dará mais força ao estudo. Neste segundo ano de projeto, as amostras serão coletadas e analisadas nos mesmos meses - março e outubro - para possibilitar comparativo de dados. O Laboratório Unianálises seguirá fazendo o trabalho, e o biólogo Cristiano Steffens interpretará os dados.

Água limpa e preservada

Venâncio Aires tem uma caminhada de quase cinco anos na recuperação de nascentes. Os objetivos principais são oferecer água potável às comunidades da área rural, incentivar o uso racional e garantir que o recurso hídrico seja preservado.

As análises vão nos proporcionar saber qual a situação do rio e do arroio , para então podermos fazer um planejamento. Será possível trabalhar estrategicamente.”
Carin Taiara Gomes Engenheira química e fiscal ambiental
A Hora amplia os pontos de coleta de 23 para 26. Arroio Castelhano se soma a outros 12 e aos dois rios de onde são retiradas as amostras para análise de água

terá arroio e rio monitorados

ARROIO DO MEIO

Rio Taquari, Rio Forqueta

Arroio Grande

COLINAS

Arroio da Seca

CRUZEIRO DO SUL

Rio Taquari

Arroio Sampaio

ENCANTADO

Rio Taquari, Arroio Jacaré

Arroio Lambari

ESTRELA

Arroio Boa Vista

Arroio Estrela

FORQUETINHA

Arroio Forquetinha

LAJEADO

O trabalho começou em 2018 com a criação do Comitê das Nascentes do Arroio Castelhano – hoje, com atuação ampliada, chama-se Comitê das Nascentes de Venâncio Aires.

Em 2019, lembra o presidente da organização, Rui Delsio Schwinn, foi firmada parceria com a Emater/RS-Ascar, entidade com expertise em projetos de recuperação e proteção de olhos d’água. Se somaram à causa o Rotary Club, as secretarias municipais do Meio Ambiente e de Desenvolvimento Rural, Corsan e empresas privadas. A captação de recursos a fundo perdido viabilizou o trabalho de recuperação de 34 nascentes.

Com a união de forças envolvendo o setor público, a Emater e os produtores rurais, o projeto se expandiu e focou também nas questões ambientais. Muitos olhos d’água eram canalizados direto para os galpões. A água se contaminava em contato com o esterco, corria pelo solo e causava dano ambiental.

Outro grande problema era a contaminação logo na saída da água, na fonte, além da falta de reservação. Em períodos de seca, o volume reduzia, e as famílias sofriam com o desabastecimento.

Durante o trabalho de recuperação, as equipes explicavam sobre uso ra-

Rio Taquari

Arroio do Engenho

Arroio Saraquá

Arroio Encantado

MARQUES DE SOUZA

Rio Forqueta

SANTA CLARA DO SUL

Arroio Saraquá

TEUTÔNIA

Arroio Boa Vista

Arroio Posses

VENÂNCIO AIRES

Rio Taquari

Arroio Castelhano

cional da água. “O mais importante é o consumo humano”, destaca Schwinn. Depois vem o uso geral, a dessedentação dos animais, etc.

Outro ponto importante é garantir que parte da água corra em seu curso normal. Desta forma, chegará a córregos e

Venâncio Aires

aos pequenos arroios que são afluentes do Castelhano, onde há o ponto de captação da Corsan para abastecimento da cidade. Este manancial desemboca no rio Taquari.

A água das nascentes passa por análise antes e depois de feita a proteção.

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Muitos olhos d’água eram canalizados direto para os galpões. A água se contaminava em contato com o esterco, corria pelo solo e causava dano ambiental.
Rui Delsio Schwinn presidente do Comitê das Nascentes de Venâncio Aires
FOTOS LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA
SEGUE >
Locais de coleta de água para análise
Rio Taquari Arroio Castelhano

Processo de recuperação

Vertente antes da intervenção para evitar contaminações. Localizada a nascente, é feita a limpeza do entorno.

Uma estrutura de alvenaria garante que a água desça pela canalização livre de contaminantes.

Depois de 38 anos, garantia de abastecimento

São instalados um ou mais reservatórios. De lá, a água é distribuída à propriedade.

Um sistema de boias leva o excedente para córregos ou arroios, conforme o seu curso natural.

Por 38 anos, casal de agricultores Eroni e Marli Gaertner conviveu com a instabilidade de abastecimento na propriedade, em Linha Arroio Grande. Hoje, tem a garantia de ter água nas torneiras e celebram o fato de estar alimentando o sistema hídrico natural. “Temos água em casa, nos galpões e no meio ambiente”, diz Gaertner. Ele refere-se à parte que vai para várzea e chega ao Arroio Grande, a poucos metros de sua casa.

Marli lembra da época

que a nascente quase secava, e a família precisava economizar para não ficar desabastecida. Ela também comenta que a qualidade não era a mesma de agora. Em 1981, o casal adquiriu a área de terras. A oscilação na vazão durou até 2019, quando os Gaertner foram beneficiados com o projeto de recuperação de nascentes. Desde então, há garantia de uso para as atividades da propriedade, de 17,6 hectares, para cultivo de milho e fumo e criação de gado de corte.

Eroni e Marli mostram de onde brota a água na propriedade, em meio às pedras e na parte mais alta das terras

FOTOS LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

Defeso: apreensões de redes na região representa 45% do total do RS

Operação Piracema 2022/2023, do Comando Ambiental da Brigada Militar abordou 479 embarcações, 219 na área do 1º Batalhão Ambiental

Relatório do Comando Ambiental da Brigada Militar aponta que do total de apreensões de redes e espinheis no estado, 45,05%, ocorreram na região do 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar. A área abrange 142 municípios, entre eles 38 do Vale do Taquari sob a responsabilidade do 2º Grupo de Polícia Ambiental, com sede em Estrela.

As 104 operações do 1º BABM ocorreram durante o período de piracema, quando há restrições para pesca. De 1º de novembro de 2022 a 31 de janeiro de 2023, de acordo com a legislação federal, é proibido o uso de redes de pesca, espinheis e embarcação motorizada, entre outras restrições.

Nesse período foram intensificadas as fiscalizações em todo estado, com 271 operações de policiamento aquático de combate a pesca ilegal. O resultado foi considerado satisfatório pelo Comando Ambiental. No RS, 479 embarcações foram abordadas e fiscalizadas, com 36.972 metros de redes e 7.460 espinhéis apre-

endidos (veja quadro).

Em entrevista à Rádio A Hora, no início do período de defeso, o comandante do Grupo de Polícia Ambiental, com sede em Estrela, sargento Adilson Brum, destacou que um dos locais alvo de fiscalização, muitas vezes a partir de denúncias, é a Barragem Eclusa de Bom Retiro do Sul. Lá, concentram-se cardumes para subir o rio Taquari pela escada de acesso da estrutura localizada do lado de Cruzeiro do Sul. O peixes tentam chegar nas cabeceiras para reprodução.

O que pode

No período de defeso, é permitida apenas a pesca com uso de embarcações não motorizadas, a linha de mão e caniço simples e captura e transporte de até 5kg de peixes, observando o tamanho mínimo de cada exemplar. E numa distância maior de 1,5 km acima e abaixo da barragem. É obrigatório portar a carteira de pescador emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Balanço da Operação

Piracema 2022/2023

Como fazer a carteira de pescador

1. É preciso preencher um formulário digital, disponível no site do Ibama (/www.ibama. gov.br)

2. Após a análise da documentação, o interessado receberá um e-mail indicando que a sua solicitação está em fase de resposta;

3. Deve acessar o link indicado no e-mail e clicar na palavra “Responder”, após o carregamento da página;

capitalverde.com.b

4. No final da página aparecerá como disponível o download da Licença Definitiva, que também poderá ser impressa.

Comando Ambiental da BM do RS 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar Operações realizadas 271 104 (38,37% do total do RS) Embarcações abordadas 479 219 (45,72%) Redes apreendidas 36.972 metros 16.659 metros (45,05%) Espinheis apreendidos 7460 1.510 (20,24%) FONTE: COMANDO AMBIENTAL DA BRIGADA MILITAR
De 1º de novembro a 31 de janeiro pesca é restrita ao uso de embarcação não motorizada, linha de mão, caniço simples

“O período de defeso é essencial para manutenção dos peixes”

Viver Cidades: O que são a piracema e o período de defeso?

Edith Ester Zago: O defeso é período de proteção, quando há restrições de pesca. É necessário para que ocorra a piracema, a reprodução dos peixes, especialmente às espécies migratórias. A piracema ocorre na época das temperaturas mais altas, do aumento do fluxo de água por conta das chuvas e de maior luminosidade. Estes fatores ativam o sistema endócrino dos peixes, que precisam subir o rio para alcançar as cabeceira e reproduzir.

Por que é importante respeitar o período de defeso?

- A maior parte das espécies tem vida solitária, mas a mudança fisiológica no período reprodutório faz com que migrem em grupo, formando cardumes. O defeso é importante porque se torna mais fácil capturar os peixes, porque eles

Saiba mais

1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar

Responsável pelo policiamento ambiental da região Metropolitana, Vale dos Sinos, Vale do Caí, Vale do Taquari, Litoral Gaúcho, parte do Planalto e Região Sul do Estado, com responsabilidade territorial em 142 municípios.

2º Grupo de Polícia Ambiental, em Estrela

Sediado em Estrela, é responsável por 38 municípios: Estrela, Itapuca, Arvorezinha, Putinga, Ilópolis, Doutor Ricardo, Muçum, Vespasiano Corrêa, Roca Sales, Relvado, Encantado, Nova Bréscia, Capitão, Travesseiro, Coqueiro baixo, Pouso Novo, Arroio do Meio, Progresso, Sério, Marques de Souza, Canudos do Vale, Forquetinha, Cruzeiro do Sul, Lajeado, Santa Clara do Sul, Colinas, Fazenda Vilanova, Bom Retiro do Sul, Taquari, Tabaí, Fontoura Xavier, São José do Herval, Anta Gorda, Paverama, Imigrante, Poço das Antas, Teutônia e Westfália.

estão cansados pelo esforço da migração e se mantém em grupos. Se forem capturados, prejudica a reprodução. Por isso é muito importante o trabalho da Patram, tanto na fiscalização quanto na conscientização.

O período de defeso é essencial para manutenção dos peixes, que já estão bastante ameaçados por perda de habitat, pela poluição aquática e por intervenções como as barragens.

Quais as espécies mais encontradas no rio Taquari?

- As mais pescadas são a piava e os bagres, como o pintado. Estas espécies são nativas. Também é pescada a carpa, que é exótica e foi introduzida na região.

Em Bom Retiro do Sul e Cruzeiro do Sul, a barragem eclusa é um obstáculo para os peixes subirem o rio, entretanto há uma escada para que possam superar esta barreira.

Este sistema é eficaz?

- A escada é uma mitigação, porque a barragem prejudica, e muito, a piracema. Esta tecnologia foi copiada da América do Norte. No Canadá, por exemplo, os

salmões, espécie robusta e forte, conseguem vencer a subida com muito mais facilidade do que as nossas espécies nativas. Por isso é uma tecnologia controversa. Na barragem de Itaipu, no Paraná, tem um sistema eficaz, o by-pass. É um desvio, feito com escavações, para os peixes contornaram a barragem e subirem o rio.

Como é a fecundação dos peixes?

- A fêmea solta os óvulos na água, e o macho, os espermatozoides. A fecundação é externa, por isso estar em cardume favorece a reprodução. Fecundado, ovo eclode em até 15 horas, e então nasce a larva. Por três ou quatro dias, a larva se alimenta do vitelo (a gema do ovo). Depois, passa a se alimentar sozinha e se transforma em alevino. Dos milhares que iniciam o processo, dezenas sobrevivem.

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ENTREVISTA | Edith Ester Zago, bióloga
“É muito importante o trabalho da Patram, tanto na fiscalização quanto na conscientização.”
Escada na barragem tem a função de auxiliar os peixes na subida do rio, mas bióloga diz que é apenas uma mitigação porque a estrutura prejudica a migração

Caxias perto da meta do Marco Legal do Saneamento

OMarco Legal do Saneamento, de 2020, apresentou grandes desafios aos municípios brasileiros: até 2033, 99% da população devem ter acesso a água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto. A saúde pública está diretamente ligada a estas imposições, assim como o meio ambiente.

Foi justamente o dano ambiental que fez o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), de Caxias do Sul, a tomar as primeiras medidas de saneamento, em 1990.

Conforme o superintendente de

planejamento e obras do Samae, Gerson Antônio Panarotto, a iniciativa começou nas áreas de bacias de captação de água, porque o esgoto estava poluindo os mananciais. Na época, o Samae não tinha recursos, mas buscou financiamento federal.

O impulso veio em 2007, com verbas federais capazes de atender um grande loteamento com redes coletoras e estação de tratamento de efluentes (ETE). “Um projeto bem abragente.”

Anos depois, novos aportes foram suficientes para invetir em outras estações. Hoje, o Samae conta com dez estações de tratamento de efluentes.

Complexo Dal Bó é formado por três represas na cabeceira do arroio Tega

Auxílio

O Plano Diretor de Esgotamento Sanitário, aprovado no município em 2002, previu redes de separação (pluvial e esgoto) em todos os novos loteamentos. “Os loteadores não gostaram, porque era um investimento a mais, mas depois entenderam a importância”, lembra Panarotto. “De qualquer forma, repassam o custo para o comprador do lote.”

Sistemas

O Samae, numa primeira fase, usava rede coletora mista. Aproveitava a canalização pluvial (conduz água da chuva) para escoar o esgoto. O sistema, ainda existente em boa parte da cidade, leva o efluente às estações de tratamento, para então devolver a água sem contaminantes aos arroios. Com novas estratégias e planejamento financeiro, o serviço passou a instalar redes coletoras separadoras – numa canalização corre o esgoto e na outra, a água da chuva. Atualmente, Caxias tem 600 km redes separadoras, mas ainda há passivo de 2 mil km para cobrir toda a cidade. Para dar conta do crescimento da cidade e ao mesmo tempo reduzir o passivo, o Samae lança projetos a cada ano. A grande teia de aranha sob a terra não para de crescer e se multiplicar em redes separadoras.

Estação de Tratamento de Esgoto localiza-se no arroio Tega já na área rural

Legislação estabelece atendimento de 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033
Gerson Antônio Panarotto superintendente de planejamento e obras

Sem rio para captar água

Diferente de Lajeado, que tem no rio Taquari o ponto de captação de água da Corsan, Caxias do Sul não tem um grande manancial. O Samae abastece a cidade de meio milhão

de habitantes a partir de seis represas instaladas nos arroios Marrecas, Piaí, Sepultura e Mulada e cinco estações de tratamento de água (ETA).

O município é divido em 90% de área rural e 10%, urbana. Já 7% da população mora no campo e 93% na cidade. Nos vilarejos mais próximos, é possível levar a rede de água. “Entretanto, existem propriedades distantes 70

km do centro”, observa Marco Antônio Mees, superintendente de serviços de esgotamento sanitário. A distância exige do Samae outros meios de abastecer as comunidades. Perfuração de poços artesianos é uma alternativa. O trabalho de recuperação e proteção de nascentes é outra. Em tempos de seca, um caminhão-pipa leva água às famílias. A instalação de fossa sumidouro viabiliza a destinação do esgoto.

Tranquilidade para cumprir lei

O diretor técnico de sistemas de abastecimento de água do Samae, Cassiano Zeni Vargas, o superintendente de planejamento e obras, Gerson Antônio Panarotto, e o superintendente de serviços de esgotamento sanitários, Marco Antônio Mees, calculam que pouco falta para cumprir

as regras previstas no Marco Legal do Saneamento.

Em relação ao abastecimento de água, a equipe prevê uma autonomia de até 25 anos, sem a necessidade de grandes obras. Somando a população que vive na área urbana (cerca de 93%) à que tem abastecimento de água potável na área rural, chega-se a 98%. A meta é 99% da população com água de qualidade.

A maior parte do sistema de esgotamento sanitário está na cidade. Em termos populacionais, praticamente atinge os 90% previstos na legislação.

A vantagem, destaca Vargas é o prazo. “Temos 10 anos para cumprir as metas.” Ele observa que o documento não deixa claro sobre a coleta em redes unitárias. “Nosso entendimento é que seja considerado esgoto tratado.”

A vantagem é que, embora os recursos federais tenham cessado nos últimos anos, o Samae está em uma situação confortável sobre sua capacidade financeira e respectiva gestão.

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Estação de Tratamento de Água Parque da Imprensa atente 52% da cidade Município serrano com mais de meio milhão de habitantes conta com serviço municipal de água e esgoto

Poluição atmosférica:

"Apoluição do ar é um dos maiores riscos ambientais para a saúde, pois está associada a doenças cardíacas, derrames, câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas e agudas, incluindo asma.” A afirmação é do médico de Família e Comunidade e epidemiologista, Luciano Nunes Duro.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) quase toda a população do mundo (99%) respira ar que excede os limites de qualidade recomendados pela própria OMS. As principais fontes de emissão de poluentes são as indústrias, a queima de lixo, os veículos automotores e aviões, além dos processos naturais como erupções vulcânicas, tempestades de areia e incêndios florestais. São substâncias que alteram as características naturais da atmosfera, como material particulado presente na poeira e na fumaça, agentes biológicos e gases.

Para o médico, a principal maneira de proteger as pessoas da poluição do ar é reduzir sua produção. Políticas e investimentos de apoio a transportes mais limpos, residências energeticamente eficientes, geração de energia limpa e melhor gerenciamento de resíduos municipais reduziriam as principais fontes de poluição do ar externo, na opinião de Nunes Duro.

Para se proteger individualmente, o médico aponta algumas ações, entre elas, ter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, não se expor ao tabaco - ativa ou passivamente -, praticar atividade física e buscar manter a mente tranquila. “Isso é o que nos mantém com imunidade em dia e com menor risco de desenvolver doenças pulmonares ou cardíacas.”

A utilização de máscaras respiratórias adequadas é uma forma de se proteger individualmente. “Pelos mesmos princípios que aprendemos com a pandemia do COVID-19, explica

“Agora um recado: Pensar globalmente, agindo localmente. Se cada um fizer sua parte, cuidando do nosso ar, preferindo utilizar meios não poluentes para viver, reforçando o nosso envolvimento com a natureza, todos sairão beneficiados.”

Poluição do ar

é a introdução de qualquer substância que, devido à sua concentração, possa se tornar nociva à saúde e ao meio ambiente. Conhecida também como poluição atmosférica, refere-se à contaminação do ar por gases, líquidos e partículas sólidas em suspensão, material biológico e até mesmo energia.

Veículos movidos a diesel são os que mais poluem

Viver Cidades: Quais os efeitos que a poluição veicular causa na saúde das pessoas?

Nunes Duro: Já que nosso sistema respiratório está em grande contato com o meio ambiente, a qualidade do ar interfere diretamente na saúde respiratória. Até porque, uma quantidade significativa dos poluentes inalados é absorvida pela nossa circulação sistêmica através dos pulmões e pode causar danos em diversos órgãos e sistemas do corpo. A lógica é simples: quanto mais partículas nocivas no ar, mais poluentes no nosso corpo.

Pessoas portadoras de doenças respiratórias crônicas sofrem mais com a exposição à poluição?

Nunes Duro: Com certeza! O ar poluído é uma mistura de partículas e gases que são emitidos para a atmosfera principalmente por indústrias, veículos automotores, termelétricas, queima de biomassa e de combustíveis fósseis. As altas concentrações de poluentes do ar, principalmente aqueles de menor tamanho, entram nas nossas vias aéreas e chegam nas menores partes do nosso sistema respiratório. Até lá, esses poluentes reduzem as defesas naturais das nossas

vias aéreas, irritando-as. Além disso, produzem inflamações crônicas que diminuem o espaço de troca do gás carbônico por oxigênio, reduzindo a sua oferta. Isso pode levar a doenças respiratórias crônicas ou piorar naquelas pessoas que já têm esses problemas.

Pessoas com baixa imunidade, por conta de outras doenças, podem ser mais impactadas pela poluição?

Nunes Duro: Sim, a exposição à poluição do ar neste grupo de pessoas aumenta a probabilidade de infecções em geral, principalmente as respiratórias, procura por atendimentos em emergências, hospitalização e morte.

As principais fontes de emissão de poluentes são os veículos movidos a combutíveis fósseis, as indústrias e a queima de lixo
ENTREVISTA | Luciano Nunes Duro, médico
“A exposição à poluição do ar aumenta a probabilidade de infecções em geral”
DIVULGAÇÃO

inimiga à saúde de todos

Idade da frota do RS

Até 2 anos

288,7 mil

De 3 a 7 anos 911,8 mil

De 8 a 12 anos

1,55 milhão

De 9 a 14 anos 1,37 milhão

De 15 a 19 anos 1,08 milhão

20 anos ou mais

2,27 milhões

TOTAL 7,46 milhões

Medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) aos governos

• Adotar ou revisar e implementar padrões nacionais de qualidade do ar de acordo com as últimas diretrizes da OMS;

• Monitorar a qualidade do ar e identificar fontes de poluição;

• Apoiar a transição para o uso exclusivo de energia doméstica limpa para cozinhar, aquecer e iluminar;

• Construir sistemas de transporte público seguros e acessíveis e redes amigáveis para pedestres e ciclistas;

• Implementar padrões mais rígidos de emissões e eficiência dos veículos; e impor inspeção e manutenção obrigatórias;

• Investir em habitação com eficiência energética e geração de energia;

• Melhorar a gestão de resíduos industriais e municipais;

• Reduzir a incineração de resíduos agrícolas, incêndios florestais e certas atividades agroflorestais (por exemplo, produção de carvão);

• Incluir a temática de poluição do ar nos currículos dos profissionais de saúde e fornecer ferramentas para o envolvimento do setor da saúde;

• Países de renda mais alta têm menor poluição por partículas, mas a maioria das cidades tem problemas com dióxido de nitrogênio.

FONTE: DETRAN RS/DEZ 2022
ESCHBERGER FERREIRA
por tempo de fabricação
LUCIANE
SEGUE >

Manutenção preventiva traz benefícios como a redução de emissão de gases tóxicos

A frota nos seis maiores municípios do Vale do Taquari (Lajeado, Teutônia, Estrela, Taquari, Encantado e Arroio do Meio) é de 182.592 veículos, segundo dados do Detran-RS, em dezembro de 2022. Considerando uma população, 231.473 habitantes, conforme relatório parcial do IBGE, também divulgado em dezembro, isto representa 1,26 pessoa por carro.

Embora os números pareçam altos, a contribuição para poluição atmosférica pode ter mais impacto pelo tempo de fabricação (veja quadro) e estado de conservação do que a quantidade de veículos em circulação.

“Observa-se uma redução dos poluentes de acordo com o avanço das tecnologias, carros mais novos e normas Proconve, destaca Edson Antenor Scheuermann, coordenador do curso Técnico em Manutenção Automotiva da Universidade do Vale do Taquari – Univates. Ele refere-se ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), uma divisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Scheuermann explica que toda a queima de combustível gera emissão de gases, o importante é estar dentro dos padrões estabelecidos pela legislação. As novas tecnologias e o avanço na legislação contribuem para reduzir a emissão. Mesmo assim, qualquer linha automotiva, seja leve, pesada ou agrícola, requer cuidados desde a compra. “Revisões em dia têm interferência direta na autonomia, desempenho e na redução de gases poluentes.”

Tanto a manutenção preventiva quanto na corretiva é importante. Entre as recomendações estão usar, na medida do possível, peças homologadas pelo fabricante. A escolha do profissional que vai fazer o serviço também é importante. “O diagóstico correto é fundamental na área de manutenção, assim como atender as normas técnicas”, justifica.

As concessionárias geralmente têm equipe treinada para trabalhar com a marca que representa. Se a opção for por oficinas mecânicas multimarcas, Scheuermann reforça a importância de saber qual a formação do profissional, se faz cursos de atualização e se dispõe de equipamentos adequados.

Saiba mais

Os carros elétricos são uma alternativa para alcançar o mínimo de emissão.

O diesel é grande vilão entre o combustíveis na emissão de gases poluentes, seguido pela gasolina e o álcool.

Coordenador do curso Técnico em Manutenção Automotiva da Univates, Scheuermann explica que toda a queima de combustível gera emissão de gases, o importante é estar dentro dos padrões estabelecidos pela legislação para evitar o excesso de poluentes

Com a palavra

Se a manutenção preventiva é importante, a atenção para qualquer defeito ou sinal apresentado é fundamental para que o problema não se agrave. Ruídos diferentes ou indicações no painel não devem ser ignorados. O motorista deve ficar atento e observar se veículo apresenta falhas no funcionamento do motor, se custa a desenvolver e se reduz o rendimento. Uma das possibilidades, neste caso, é algum tipo de contaminação no combustível. Entre as consequências de rodar sem fazer o devido reparo estão prejudicar alguns componentes e expelir fumaça e gases fora dos padrões aceitáveis.

“As árvores funcionam como filtros que melhoram a qualidade do nosso ar, pois retiram o gás carbônico da atmosfera e, junto com a energia solar e a água, transformam em glicose (seu alimento) e oxigênio (que vai para a atmosfera). É o famoso processo de fotossíntese. Todavia, deve-se ressaltar que na respiração celular, a árvore libera gás carbônico também. Porém, no geral, o saldo é positivo para a produção de oxigênio. Em ambientes mais urbanos é possível verificar que as árvores estão “sujas”, pois partículas de poluição e sujeira também ficam retidas na superfície de suas folhas e tronco. Além disso, existem as algas e os fitoplanctons que vivem em ambientes aquáticos (água salgada e doce) e que também produzem oxigênio através da fotossíntese. Alguns estudos indicam que as algas fotossintetisantes dos oceanos são o verdadeiro “pulmão do mundo”, produzinho 54% do oxigênio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Florestas.”

Não perca a chance de salvar o meio ambiente

I Concurso Viver Cidades abre novo prazo para inscrições de projetos nas categorias ensino fundamental, médio e escolas

OI Concurso Viver Cidades está com novo período para inscrição de projetos – até 26 de março. São três categorias: estudantes do 6º ao 9º ano do ensino Fundamental, alunos do Médio e escolas das redes pública e privada. Além de contribuir para sustentabilidade, as iniciativas concorrem a prêmios equivalentes a R$ 25 mil.

Os objetivos do concurso são estimular a criatividade e despertar a consciência ecológica por meio do desenvolvimento de projetos que utilizem materiais recicláveis e que criem soluções para reduzir os impactos ambientais.

Os adolescentes poderão experimentar a prática do upcycling, que é uma evolução do conceito de reaproveitamento. É dar continuidade do ciclo de vida do produto.

Para os estudantes do 6º ao 9º ano a proposta é criar peças – jogos, brinquedos, utensílios, artesanato - a partir de materiais recicláveis. Na avaliação serão consideradas a criatividade, a resistência e a aplicabilidade.

Os jovens do Ensino Médio são desafiados a apresentar projetos voltados à preservação ambiental que possam ser aplicados no dia a dia nas escolas, empresas, residências ou outras organizações.

As escolas também poderão inscrever suas iniciativas voltadas à sustentabilidade, sendo uma inédita, criada a partir de 31 de março de 2022.

O regulamento está disponível no site grupoahora.net.br, na aba Viver Cidades. As inscrições são online.

Junto com a ficha, devem ser anexados até três fotos e um vídeo de até 30 segundos mostrando e apresentando o projeto.

Períodos de inscrição: de 1º de junho a 14 de outubro de 2022 e de 16 de fevereiro a 26 de março de 2023.

Premiação

Categorias estudante

1º lugar - R$ 5 mil

2º lugar - R$ 3 mil

3º lugar - R$ 2 mil

Categoria escola

Cinco prêmios no valor equivalente a R$ 1 mil.

Premiação é equivalente aos valores acima.

Saiba mais

O termo upcycling foi utilizado pela primeira vez por volta de 1994 pelo ambientalista e empresário da moda, Reine Pilz. No Brasil, o conceito e sua prática são recentes, mas com grande potencial de permanecerem. O setor da moda se mostra entusiasmado pela prática, com a liberdade de usar a criatividade, mantendo a qualidade, além de contribuir com a preservação do meio ambiente.

A fórmula conhecida do vidro contém areia de sílica, sódio e cálcio. Mas não é só disso que o vidro é feito. Além destes três materiais também há a inclusão de magnésio, alumina e potássio, todos encontrados na natureza.

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Vidro mais criatividade, igual a upcycling

“Me orgulho muito de todo o processo de confecção dos nossos itens, porque ver materiais, que a princípio seriam descartados, virando algo útil novamente, causa uma sensação fantástica.”

Cada detalhe feito à mão transforma itens brutos em obra de arte e ganha reconhecimento dos clientes. “A receptividade do público de outras regiões e estados é incrível. Fizemos amizades e fechamos negócios em feiras fora da nossa região.” Rocha observa que as pessoas têm um olhar diferente para os cuidados ao meio ambiente. “Recebemos um respeito enorme, algo que acaba resultando em lucros maiores, pois, quando vendemos em outras cidades, temos uma busca muito maior do que aqui na região.”

O artesão destaca o quanto é prazeroso trabalhar em família. “Uma das minhas filhas, a Mariana, me ajuda na divulgação das nossas confecções; a minha esposa, Marta, cuida da plantação de cactos e suculentas; e meus outros filhos, o Leonado e a Luana, que moram em Porto Alegre, dão opinião, ajudam na compra de materiais, além de várias outras coisas.”

A última novidade do Arteliê são peças suspensas com suporte na técnica macramê. E o próximo desafio tem um objetivo: terminar com o pouco vidro que sobra nos cortes. A ideia é dominar a técnica de derreter, formar novas peças e praticamente alcançar o resíduo zero do vidro.

Visite

Conheça o artesanato local nas exposições permanentes: na rua Julio May, Centro, próximo ao Sine, e no Shopping Lajeado, no primeiro piso. Os artesãos também expõem nas feiras das praças da Matriz e do Papai Noel.

osso trabalho básico é com o vidro. Todo o resto é complemento.” As duas frases do artesão Fernando Rocha podem ser resumidas em uma palavra: upcycling. O vidro que chega às suas mãos, em vez de ser descartado, ganha um novo uso, um novo ciclo de vida. “A ideia é sempre reutilizar, porque se você jogar o vidro na grama, ele não vai sumir.”

O trabalho com artesanato em vidro começou há 7 anos a partir de uma demanda da filha, moradora de Porto Alegre. “Ela produziu uma cachaça

"Ne precisou de um copo, que tivesse um conceito mais artesanal.” Desse copo, feito com parte de garrafas de cerveja, começou todo o resto.

As técnicas de corte e acabamento foram aperfeiçoadas e novas peças passaram a fazer parte da produção.

“Hoje, temos cerca de 70 itens.” A madeira passou a dar um toque natural, e as mensagens positivas, de sentimento. “À peça principal, são agregados ferro, pedra, plantas, entre outros materiais.”

Rocha conta que a madeira utilizada é coletada na natureza ou a partir de sobras. “Juntamos galhos caídos e buscamos sobras doadas.” Os troncos viram relógios, porta-chaves e outros objetos.”

Artesão produz 70 itens diferentes e dá continuidade ao ciclo de vida do principal produto usado nas peças

Os cactos e as suculentas passaram a integrar o artesanato da marca Arteliê. O custo da compra de terceiros, lembra Rocha, encareceu as peças. “Então decidimos plantar matrizes, que hoje geram todas as plantas que utilizamos nas nossas confecções, cerca de mil unidades/ mês.” Todo o processo de cultivo ocorre no espaço dividido em loja, estufa de plantas, depósito de vidro e área de produção, no Centro de Lajeado.

Saiba mais

• Por ser um material 100% reciclável, 1kg de vidro oriundo da reciclagem que retorna ao processo produtivo representa 1kg de vidro novo.

• O reaproveitamento traz diversos benefícios como: redução de descarte de resíduos, diminuição da exploração de matéria-prima, aumento da reciclagem, economia de água e energia.

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Envolva-se, participe e faça a diferença

Confira a agenda de atividades com a temática preservação ambiental

Administrações municipais, instituições de ensino e organizações do terceiro setor programam diversas atividades voltadas à educação ambiental. A intenção é envolver crianças e adultos no sentido de destacar a importância da preservação. Além disso, chamar a atenção para a necessidade de mudar o comportamento, conservar os recursos naturais e ser um agente transformador. Confira e participe.

21 de março Estrelas do Conhecimento

A segunda edição da Estrelas do Conhecimento – Feira da Inovação, Ciência e Tecnologia será lançada em 21 de março, com palestra do doutor em educação Guto Niche Teixeira. Oportunamente, a secretaria de Educação vai divulgar o horário e local da atividade.

A Estrelas do Conhecimento ocorrerá nos dias 29, 30 e 31 de agosto e ampliará a abrangência para outros municípios.

No ano passado, com inscrições restritas às escolas da rede municipal de Estrela, foram inscritos 360 trabalhos e selecionados 60 para exposição.

5 de março

3º Festival Troca-troca

O Jardim Botânico de Lajeado sediará, no dia 5 de março, das 13h30min às 19h, a 3ª edição do 3º Festival Troca-troca Cultural.

Os objetivos são de promover e estimular a discussão de temas ambientais ligados à economia circular, preservação dos recursos naturais, reciclagem e compostagem, saúde integrativa e coletiva, alimentação inclusiva, cultura e etnias. A proposta é que as pessoas levem objetos que não utilizam mais para trocar por outros que possam ser

3 de março Guardiões Ambientais Mirins

O projeto Guardiões Ambientais Mirins (GAM) recebe inscrições até o dia 3 de março. Podem participar estudantes de 10 a 12 anos matriculados nas escolas de Lajeado (redes municipal, estadual e particular).

úteis. O evento funcionará de forma colaborativa. As inscrições são por meio de formulário. Quem deseja oferecer oficinas e rodas de conversa deve acessar o link bit.ly/3HDSbLq; para expor produtos e serviços, bit. ly/3YaaRJF; para alimentos, bit.ly/3YwoVNq; e para talentos artísticos, bit. ly/3I5Z8GA. Contatos pelo (51) 3982-1099.

O 3º Festival Troca-troca Cultural é uma realização da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Lajeado.

O GAM é um projeto de educação ambiental com atividades práticas e teóricas que envolve os alunos no contraturno escolar com turmas às terças-feiras, das 8h30 às 11h, e às quintas-feiras, das 13h30 às 16h. As atividades ocorrem, em sua maioria, no Jardim Botânico de Lajeado. Eventualmente ocorrem visitas a outros locais, como o Aterro Sanitário e o Canil Municipal. Ao final do ano, os alunos que tiverem frequência mínima de 75% se formam como Guardiões Ambientais Mirins. Para inscrição é necessário apresentar documentos de identificação dos pais ou responsáveis e do estudante e comprovante de matrícula do aluno, no Centro de Educação Ambiental, localizado no Jardim Botânico de Lajeado. O atendimento é de segunda a quinta-feira, das 8h às 11h30, e das 13h30 às 16h45, e sexta-feira, das 8h às 14h. Contatos pelo 3982-1099 (WhatsApp).

4 de março Dia D de Descarte

O Dia D de Descarte abre o calendário de eventos da Administração de Estrela, no dia 4 de março. A entrega de óleo de cozinha usado, eletroeletrônicos, pilhas, vidros e lâmpadas será em sistema drive thru. O ponto coleta será na Praça Menna Barreto e atenderá das 9h às 12h.

A ação tem os objetivos conscientizar e sensibilizar a comunidade sobre a correta destinação dos resíduos especiais, e o quanto ela é fundamental para reduzir os problemas ambientais, sociais e de saúde pública que estão relacionados ao descarte inadequado.

Na mesma data e local ocorre a 1º feira de adoção de 2023, promovida pela Associação Estrelense de Proteção aos Animais (Aepa). A intenção é dar um novo lar para os animais que estão sob os cuidados da ong.

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ARQUIVO JBL ARQUIVO ADMINISTRAÇÃO DE ESTRELA
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O Museu de Ciências Univates abrirá a programação de atividades de 2023 com a exposição “O que os olhos não vêem: o mundo microscópico”. A visitação começa na segunda quinzena de abril.

Além da exposição, o Museu oferecerá novas oficinas educativas para alunos da Educação Básica. As escolas e os grupos maiores devem agendar as atividades, que consistem em visita guiada à sala de exposições e participação em uma das oficinas. Contatos pelo telefone (51) 3714 7000, ramal 5505, ou pelo e-mail mcn@univates.br.

O Museu de Ciências também disponibiliza exposições itinerantes - que podem ser levadas para diferentes locais -, também na condição de empréstimo. A prática é uma oportunidade de o Museu contribuir para a aquisição de conhecimento ambiental e história regional pelo público escolar e a comunidade.

Outras informações em: https:// www.univates.br/mcn/

25 de março Viva o Taquari-Antas Vivo

A ação Viva o Taquari-Antas Vivo chega à sua 16ª edição e soma às mais de 53 toneladas de resíduos recolhidos das margens do rio Taquari e cerca de 7 mil voluntários envolvidos. A atividade deste ano está agendada para 25 de março. Além de Lajeado, já confirmaram participação, simultânea, os municípios de Venâncio Aires, Estrela, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul, Roca Sales e Encantado deve dar sinal verde nos próximos dias.

Em Lajeado, a coleta de resíduos às margens do rio Taquari começa às 8h. O ponto de encontro é no Porto dos Bruder. A mobilização pelo meio ambiente ainda prevê uma série de atividades esportivas e culturais no Parque Ney Santos Arruda.

A Unidade Parceiros Voluntários de Lajeado é organizadora da ação e conta com apoio de empresas, organizações e entidades. Quem deseja ser voluntário deve fazer a inscrição antecipadamente.

Contatos

parceirosvoluntarios@acilajeado.org.br

(51) 3011-6900

www.acilajeado.org.br

@parceirosvoluntarioslajeado parceirosvoluntarios.delajeado.9

Oficinas temáticas no Museu de Ciências

Explorando os Mistérios Invisíveis

A atividade tem como objetivo principal o desenvolvimento de conceitos relacionados ao estudo de microrganismos, trazendo a relevância dos seres microscópicos que coexistem com a humanidade e como colaboram com o enriquecimento alimentar. Destinada a estudantes do 2° ao 5° do Ensino Fundamental.

Divisão Celular:

Toda célula origina-se de outra célula

A oficina busca implementar os conhecimentos acerca do crescimento dos organismos vivos e também do controle de água e sais do corpo. Destinada aos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.

Através da Lente: Diversidade no mundo microscópico

O objetivo desta oficina consiste em aproximar os alunos dos organismos microscópicos existentes em diferentes corpos d’água do campus da Univates. A atividade promove a ampliação do conhecimento a respeito dos diferentes grupos e seus menores representantes, como os protozoários, as algas, as bactérias, os fungos e alguns parasitas, trazendo, ainda, qual é o papel de cada um deles no ambiente em que vivem. Destinada aos alunos do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.

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Em abril Exposição
“O que os olhos não vêem: o mundo microscópico”
LUCAS WENDT
WENDT
LUCAS

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