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Flores, chocolates e tempo de qualidade

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dia dos namorados

dia dos namorados

Faz uns quatro anos, quis aproveitar meu dia de folga em uma cafeteria. Nada demais. Eu só queria um capuccino para acompanhar minha leitura. Logo que entrei, percebi uma decoração diferente, mas segui. Sentei, pedi um café e um banoffee. Recebi meu lanche enfeitado com pequenos corações feitos em açúcar e canela. Foi só nesse momento que me dei conta que era dia dos namorados. A ordem de deixar corações em todos os pratos naquele dia permaneceu, mesmo para mim, que tomava um café da tarde sozinha. Achei a maior graça, fiz uma foto para o Instagram e continuei minha leitura. A ideia nem era “ter um encontro comigo mesma”, porque eu realmente estava mais focada no capuccino do que em qualquer mensagem de amor próprio. Só me dei conta do contexto depois. Almoçar ou lanchar sozinha não é problema para mim, mas também não tem nada de orgulho. Era só uma refeição, oras. Na sexta-feira, enquanto eu escrevia a matéria sobre a movimentação do comércio para o dia dos namorados, lembrei do quanto a data é um mega evento para alguns casais. Ao mes- mo tempo, causa um desespero gigante em outros que vão passar o 12 de junho sozinhos. São tantas emoções.

É claro que a data pode incomodar também aqueles que já têm um par. “Ah, mas é um dia que só incentiva o consumo”. Sim, assim como o dia das mães, dos pais, das crianças. Mesmo por isso, o ideal é que o presente não seja o foco da celebração.

Salvo os distraídos como eu, é difícil passar ileso pelas centenas de corações em todas as vitrines, as promoções e as fotografias nas redes sociais. Então, a minha dica aos namorados e aos solteiros, é aproveitar a companhia. A sua própria companhia se for o caso.

Um café, um livro, um tempo para dar atenção aos amores e aos afetos, aquilo que cativa e que faz bem. Dá para se apaixonar por si mesmo, juro. E normalmente a gente fica mais apaixonante quando isso acontece.

Aos pares, todos os clichês (ou não, como preferirem) que a data permite. E vale lembrar: tem presente mais caro e mais bonito que o tempo, atenção e carinho?

Boa leitura!

Rosane Cardoso professora de literatura

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