Jornal da Aldeia - ed:43 - março de 2015

Editorial Prezados irmãos de fé e caros leitores, a nossa amada Umbanda está de luto, pois, no dia 09/03/2015 faleceu um grande ícone da Literatura e da História da Umbanda, isto é, deixou o convívio material para a vida espiritual, o Mestre Rubens Saraceni, renomado, atuante e querido nobre Cavaleiro do Encantador e Fascinante Universo da Literatura, Magia e Ritualística Umbandista.

Ressalta-se que o acervo literário deixado pelo digno e diferenciado mestre proporcionou, proporciona e seguirá proporcionando um enorme aprendizado e positivíssimas mudanças na vida de todos que tiveram e que terão contato com o magnífico conjunto da obra que aqui se enfatiza, e que com máxima justiça e respeito se reverencia.

Valendo sempre expor que felizes daqueles que puderam externar com a devida ênfase, durante a existência material deste admirável ícone umbandista, e não apenas após sua passagem para o mundo dos espíritos, o

quão grande, elucidativa, enriquecedora e importante era o conjunto de sua memorável obra.

Frise-se, conjunto este que seguirá sendo de incomensurável valor aos seguidores, admiradores e estudiosos da espiritualidade.

Notoriamente o legado deixado pelo estimado mestre cada vez mais se disseminará gerando bons frutos, estimulando o conhecimento, aclarando complexas situações e contribuindo para o crescimento e evolução de todos que verdadeiramente mergulharem no âmago deste salutar trabalho.

O Jornal Aldeia de Caboclos, bem como a Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos e o Templo Amor e Caridade Caboclo Pena Verde, expressam seus profundos sentimentos aos familiares do querido e estimado ícone umbandista, assim como deseja o máximo de conforto material e espiritual a toda Família do Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aru-

ANUNCIE CONOSCO

anda, grande obra esta, igualmente, idealizada, concretizada e em vida dirigida pelo destacável, altamente respeitado e admirado Rubens Saraceni.

Que Oxalá e as Sete Linhas da Umbanda iluminem o espírito deste queridíssimo professor, memorável escritor, nobre líder espiritual e aclamado médium e irmão de fé!

Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós!

Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi!

Alexandros Barros Xenoktistakis TE EXPEDIEN els B. Xenoktistakis g n E r: radini to e Dir Daniel Co kis : e rt A e d Direção enoktista ngels B. X rgo / Redator: E res: Adriano Cama o Colaborad ares e in L o ld a n Ro akis Barros s Xenoktist Alexandro rídica: Alexandros Ju 182.106 Assessoria – OAB/SP caboclos.com.br is k a st ti k o iade Xen rnal@alde jo : to ta n co

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Ano 5 número 43

Foto: Divulgação

Artigo

Escrito por Diamantino Fernandes Trindade & Ronaldo A. Linares

OXALÁ – MEU PAI DO ALTO Dentre todos os deuses yorubá, Oxalá é o que ocupa o lugar de maior destaque, recebendo ainda os nomes de Obatalá, O Grande Orixá, Orixalá e o Rei do Pano Branco.

São inúmeras as lendas africanas sobre Oxalá. Relatamos uma das mais tradicionais, contada por Verger.

Segundo esse autor, Oxalá recebeu de Olodumaré (o Deus Supremo) a incumbência de criar o mundo com o poder de sugerir e de realizar. O poder que lhe havia sido confiado não o dispensava, no entanto, de passar por certas provações e submeter se a determinadas regras e respeitar diversas obrigações como os outros Orixás.

Em razão de sua altivez, ele se recusou a fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exu, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo.

Oxalá seguiu o seu caminho apoiado no seu cajado de estanho. Quando ia ultrapassar a porta do Além, encontrou Exu, que tinha, como uma de suas obrigações, fiscalizar as comunicações entre os dois mundos.

A recusa de Oxalá realizar os sacrifícios e oferendas causou grande descontentamento a Exu, que se vingou fazendo o sentir uma sede intensa. Para saciar a sede, Oxalá furou, com seu cajado, a casca do tronco de um dendezeiro. O vinho de palma escorreu desse tronco, e ele bebeu com grande avidez, ficando bêbado e sem saber onde estava, adormeceu em seguida.

Exu, aproveitando o seu sono profundo, roubou lhe o saco da criação e dirigiu se a Olodumaré para mostrar lhe o estado de Oxalá. Olodumaré exclamou: Se ele está nesse estado, vá você, Oduduá! Vá criar o mundo!

Oduduá saiu assim do além e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância marrom contida no saco da criação. Era a Terra. Formou se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais. Oduduá aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e tornou se assim o rei da Terra.

Quando Oxalá acordou não mais encontrou a seu lado o saco da criação. Nutrindo grande despeito, voltou a Olodumaré. Este, como castigo pela sua bebedeira, proibiu-o, assim como aos outros de sua família, os Orixás funfun (Orixás brancos) beber vinho de palma e mesmo de usar azeite de dendê. Confiou lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida.

Oxalá aceitou essa incumbência, porém, não levou a sério a proibição de beber o vinho de palma e, nos dias em que se excedia no vinho, os homens saíam de suas mãos com vários defeitos físicos. Alguns eram retirados do forno antes da hora, e suas cores eram muito pálidas (albinos). Vem daí o fato de os albinos serem adoradores de Oxalá.

Nos cultos de nação, Oxalá é representado de duas formas: Oxaguian (Oxalá jovem) e Oxalufan (Oxalá velho). Oxaguian é o Oxalá Menino, geralmente sincretizado com o Menino Jesus de Praga. É um Orixá funfun jovem e guerreiro relacionado com o sustento cotidiano, gosta de mesa farta. Seu sustento é prove-

niente do fundo da terra ou da floresta. É o guerreiro da paz. Segundo algumas lendas, foi rei de Ejigbo (localizado na região de Osun). Gosta muito de inhame pilado e seu nome significa Orixá que come inhame pilado. Oxalufan é sincretizado com Jesus Cristo.

Segundo algumas lendas foi rei de Ifan. É um Oxalá velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade, como se estivesse acometido de reumatismo.

O sincretismo religioso transfere para a pessoa de Jesus Cristo o seu símile africano Oxalá também conhecido como Orixalá ou Obatalá. Na verdade, no período colonial, o negro escravo ouvia constantemente nas igrejas o nome de Jesus Cristo e da Sagrada Família e pouco ou nenhuma referência ao Deus Pai do Velho Testamento, mesmo porque divulgar o Velho Testamento não era conveniente para a Igreja de então, da mesma forma que fazem hoje os chamados Evangélicos, grupo dissidente do cristianismo que, visando estabelecer o reinado do fanatismo religioso, ignora deliberadamente o Velho Testamento. Este sincretismo religioso sofre variações de acordo com o culto da nação, e no Novo Mundo chega até mesmo a sincretizar se com Nossa Senhora das Mercedes (Em Cuba, La Virgem de Las Mercedes).

Por ser o principal Orixá, ou melhor, por ser um Orixá acima dos demais, ele intervém diretamente em todos os outros cultuados na Umbanda. No Candomblé, diferencia se, pois o negro acreditava que um ser tão superior dificilmente se importaria com o povo comum; decorre daí idolatrarem mais os Orixás comuns, fazendo apenas referências a Oxalá, a quem respeitam e temem, mas raramente lhe fazem pedidos.

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Ano 5 número 43 Oxalá tem temperamento ao mesmo tempo calmo, sóbrio e determinado, e prende se a minúcias. Seus filhos geralmente são muito detalhistas. Os africanos creem que sua influência é muito grande no mecanismo da fecundação.

Seu elemento é a energia espiritual. Seu domínio: saúde, progresso, paz, alimentação. O metal desse Orixá é o ouro, a erva sagrada é a oliveira e as flores sagradas são: maracujá e girassol.

Para os banhos podem ser usadas as seguintes ervas: arruda, guiné, erva-cidreira, alecrim e hortelã. O dia da semana consagrado a Oxalá é o domingo.

Em alguns candomblés da Bahia, o ano religioso inicia-se no dia 22 de setembro (entrada da primavera).

Nessa data realiza-se a cerimônia das Águas de Oxalá que tem a finalidade de preparar a casa para as demais cerimônias do ano religioso. Nesta cerimônia faz-se a limpeza e purificação de todo o terreiro abrangendo a parte espiritual e a material.

A saudação a Oxalá é Epà Babá!: Olá, com admiração e espanto ao ancestral dos ancestrais; você faz, obrigado Pai; grande admiração pela honrosa presença. No Candomblé, essa saudação recebe a seguinte resposta: Babá, Okê!: Pai do Alto. Cabe ressalvar que na língua yorubá Babá significa pai. Assim, não faz sentido chamarem-se as mães de santo ou mães espirituais de Babá. O termo correto é Yá.

A cor representativa de Oxalá é o branco para qualquer das suas manifestações, quer na Umbanda, quer no Candomblé. Às vezes, é também representado pelo níquel ou prata ou platina polida, porque também refletem a luz intensa e se aproximam mais do branco (seria um branco metálico).

Na Umbanda apenas dois objetos são considerados instrumentos de culto de Oxalá: a toalha imaculadamente branca e a guia, geralmente confeccionada com contas de cor branco leitoso.

No Candomblé, o instrumento mais tradicional é encontrado na figura de Oxalufan, que se manifesta com adé filá (adé = tiara; filá = cortina de contas). Ele apóia seus passos cambaleantes sobre um paxorô, grande bastão de metal branco, encimado por uma imagem de um pássaro e enfeitado com discos de metal e pequenos sinos.

Mercê da própria presença soberana do Orixá maior da Umbanda, os filhos de Oxalá também marcam naturalmente suas próprias presenças. Destacam-se com facilidade em qualquer ambiente, são cuidadosos, generosos e, dada sua exigência no sentido de conseguir sempre a perfeição, são também detalhistas ao extremo. Curiosos, procuram saber detalhes, às vezes chegando mesmo a tornar-se aborrecidos por isso.

Pais excelentes, mães amorosas, dedicam-se com um carinho excepcional às crianças, com quem se relacio-

nam muito naturalmente e de quem não gostam de afastar-se.

Relacionam-se com facilidade com filhos dos outros Orixás; todavia, têm sempre uma certa prevenção com relação às pessoas que não conhecem muito bem. São um tanto inconstantes e se amuam ou zangam com grande facilidade. Impõem sua opinião até os extremos e, não raramente, por causa dessa característica, desentendem-se com filhos de Ogum, Inhaçã e Xangô, principalmente.

São também pessoas de grande capacidade de mando, tornando-se, não raras vezes, líderes em suas comunidades. Por outro lado, são também ensimesmados, tendo alguma dificuldade em expor problemas ou desabafar com estranhos e, às vezes, até mesmo com pessoas intimas. A velhice tende a tornar os filhos de Oxalá irritados e rabugentos.

Por paradoxal que pareça, a vaidade masculina encontra seu mais alto ponto nos filhos de Oxalá, sempre preocupados em ostentar boa aparência e em serem agradáveis.

As filhas de Oxalá são boas mães e esposas, embora, às vezes, mostrem-se dominadoras e ciumentas. Também gostam de apresentar-se bem, embora discretamente.

Umbanda Legal Escrito por: Valéria Siqueira

BASTA SER BOM? Eu sempre quis mudar o mundo; sempre achei que não conseguiria, mas morreria tentando...

Hoje tenho orgulho em dizer que mudei totalmente esse conceito, juntamente com muitos outros.

Até então eu achava que não fazer o mal bastava para contribuir para um mundo melhor...hoje vejo que não - deixar de praticar o mal não é, definitivamente, praticar o bem.

O que vejo, é a maioria das pessoas, mesmo sendo “boas”, se preocuparem apenas com quem está perto, quem faz parte de sua própria família, com seus próprios amigos.

Penso que enquanto insistirmos em enxergar cada ser humano apartado do “todo”, continuaremos a dar murros em ponta de faca, andaremos em círculos, e não chegaremos a lugar algum.

Vejo pessoas totalmente perdidas, que não fazem nada por ninguém; se elas conseguissem fazer algo por si mesmas já estaria de bom tamanho.

Isso não é uma questão de religião, mas de inteligência emocional. É só nos abrirmos para o Divino e imediatamente nossa consciência começa a se expandir, num caminho sem volta, graças a Deus, pois nenhuma ignorância resiste à luz da verdade.

Quantas vezes as pessoas assistem a uma notícia ruim, que aconteceu com o filho de alguém, agradecem a Deus por seu próprio filho está em segurança, e vão dormir. Em algum lugar uma mãe chora, mas quantos tiveram a capacidade de orar por ela? Quantos se puseram, por um segundo, em seu lugar?

Antes meus pensamentos me pareciam utópicos, mas hoje não. Hoje eu acredito no poder da fé, da oração, e a cada dia que passa, a cada experiência vivida mais me convenço de que a solução pra todos os nossos problemas está nas nossas próprias mãos, e não nas mãos dos outros...

Acredito que quando dou a um irmão a mesma atenção, o mesmo cuidado e peço por ele com o mesmo amor que pediria a um familiar meu, estou praticando a verdadeira caridade.

Quando deixo meus próprios problemas do lado de fora do terreiro, e me disponho a ouvir pessoas que eu não conheço, que talvez não mereçam, que talvez

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Ano 5 número 43 eu nem veja mais ou até mesmo que saiam falando mal das entidades, porque ouviram a verdade, e não o que esperavam ouvir, estou praticando a verdadeira caridade.

Isso muda alguma coisa? Claro, irreversivelmente, muda o mundo, e pra melhor. Pensem se cada pessoa no mundo, em uma vida inteira, numa média de 70 anos, conseguisse mudar a vida de alguém pra melhor? O fato é que alguns privilegiados conseguem mudar suas próprias vidas, e são raros.

Se víssemos o outro como espelho do que somos, agiríamos diferente; se víssemos nosso planeta como espelhos do que somos, agiríamos diferente. É difícil constatar que a raça humana, a única com poder de raciocinar e discernir, é a que mais tem dificuldade de conviver entre si.

Vejo hipócritas postando em redes sociais grandes lições de moral sobre hipocrisia; mentirosos postando lições sobre mentiras; traidores postando lições sobre traição...tudo isso leva aonde? A lugar algum, essa é a verdade.

Vejo filhos de santo falando mal dos dirigentes espirituais e demandando contra os próprios irmãos; envenenam o próprio axé, desonram o chão que pisam, em nenhum momento pensam no sentimento dos guias, nem na decepção dos Orixás.

Deixam a inveja e o ciúme recolhido corroerem seus corações, perdem tempo em fofocas e intrigas inúteis e vazias; esquecem-se da força do verbo, e disperdiçam-na para propagar o mal ao invés do bem...

Ah, mas o fulano é que está errado...E daí? Não estamos falando do fulano, estamos falando de você, do que você reflete, do que oferece ao mundo, do que VOCÊ é, e não do outro.

Nunca o barulho da chuva nos soou tão bonito, tão agradável; a maioria de nós nunca sequer prestou atenção, pelo contrário, até reclamou da chuva que nos molhou os pés.

Chuva é benção; água é vida. Vida que desperdiçamos porque sempre tivemos em abundância...

Nos reunimos aos milhões em shows de rock, estádios de futebol e nos festejos de carnaval, mas

pra Deus a maioria de nós dedica o que sobra...se sobrar.

Me sinto privilegiada por pertencer a uma religião que me ensinou a ver e sentir a presença de Deus em absolutamente tudo à minha volta e, me sentindo parte desse “Todo” que é o universo, dou graças por nosso criador ainda não ter desistido de nós.

Sei que sou pequena, talvez ainda menor do que penso, mas sinto que há um universo dentro do meu ser, da minha mente, que me permite criar a realidade que eu quiser. Mude seu padrão de pensamento e mude o mundo...

Por Mãe Valéria Siqueira

Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra

Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com

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Rubens Saraceni Foi médium e escritor. Durante mais de 30 anos exerceu sua mediunidade e fez seus estudos no campo da espiritualidade. Seus inúmeros livros já publicados são psicografados, ditados e orientados pelos Mestres. Foram mais de 1.000.000 de exemplares vendidos. Sua jornada foi iniciada no Espiritismo de “mesa branca”, passando posteriormente para a Umbanda, onde se tornou Sacerdote de Umbanda Sagrada.

Ministrou o curso de Teologia de Umbanda visando a uma melhor formação do médium umbandista em relação aos Fundamentos da Umbanda. Comandou o Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, que oferece formação mediúnica e sacerdotal de Umbanda, bem como, sustentação, Religiosa e Magística aos que buscam o Conhecimento Sagrado sobre O Divino Criador Olorum (Deus), suas Divindades e seus Mistérios Geradores.

Rubens foi também o fundador do Colégio Tradição de Magia Divina, colégio este que se destina a dar amparo aos formados nas magias abertas ao plano material e espiritual. Faleceu no dia 09 de março de 2015.

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A Umbanda acordou de luto!

por Catarina Fernandes

Dia 09, às 9:00 horas da manhã, a Aruanda entrou em festa...

Pai Rubens Saraceni, 63 anos, nosso pai espiritual, amigo, irmão de sina e caminhada, admirado líder espiritual umbandista, que inovou a religião de Umbanda com cursos, conhecimento e muito aprendizado teórico e prático, estava internado desde o dia primeiro de março, tratando de um câncer, decorrente do cigarro.

De acordo com a sua assessora, Sandra Santos, uma intensa corrente de oração acompanhou os últimos dias de vida de Saraceni. Nos seus derradeiros momentos, o Sacerdote manteve contato com seus guias espirituais, entre eles, Pai Benedito de Aruanda, conversou com a família e assessores, deixando registrados seus últimos desejos.

Por conta do falecimento, o Superior Órgão de Umbanda decretou três dias de luto em todo o estado.

Segundo a Policia Militar, o velório foi acompanhado por mais de 1.000 pessoas que lotaram o hall externo e calçada da Câmara Municipal de São Paulo, de uma forma muito tranquila e respeitosa.

Alunos e filhos espirituais saíram de Curitiba (como eu), Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, além de cidades do interior de São Paulo como Ribeirão Preto, Campinas, Amparo, São Carlos, Bauru, Batatais e tantas outras cidades para reverenciá-lo.

No local foi realizado um ritual maçônico com o corpo presente, dirigido por Wagner Veneziani Costa, presidente da Editora Madras e amigo pessoal, seguido de uma cerimônia umbandista,

conduzido por Sandra Santos, sua fiel escudeira, que comandou também toda a parte cerimonial, que contou com a presença de presidentes de Federações, vereadores, deputados e membros da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB-SP. Encerrando, os alunos, amigos, fiéis e fãs se despediram com os pontos puxados pelo ogã Severino Sena, seguido de calorosos aplausos, tornado tudo muito mais solene pelas roupas brancas, estolas, lenços e filás dourados de muitos deles.

Pai Rubens Saraceni, um ícone religioso, será lembrado pelo crescimento da Umbanda, pela inserção

do estudo nos templos, e por deixar a toda comunidade umbandista um legado alicerçado e fundamentado no conhecimento, um alento que nos animará nos momentos difíceis.

Perder a referência da vida de um homem como esse não é fácil. Resta-nos os exemplos deixados e que as melhores lembranças mantenham viva sua memória.

Que da espiritualidade ele possa continuar olhando por nós!

Catarina Fernandes – jornalista e umbandista graças a Pai Rubens Saraceni.

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Gratidão à Rubens Saraceni Não há palavras de consolo ou conforto aos parentes e amigos de alguém muito querido. A única coisa que existe é o silêncio e os sentimentos, nesta hora em que nos faltam palavras para descrever o que sentimos. No entanto em todos que tiveram contato com o Pai, Mestre, Amigo e Irmão Rubens Saraceni existe um enorme sentimento de gratidão!

Mesmo sabendo que ele está vivo em espírito a SAUDADE é inevitável !!!

Convivemos durante vinte anos trabalhando, estudando, rindo, viajando e fazendo tudo que esteve ao nosso alcance para divulgar a Umbanda. Rubens Saraceni é a pessoa mais simples e humilde que conheci nestes anos todos de Umbanda, sempre alegre e descontraído, de sorriso fácil, era comum fazer piadas nas situações mais difíceis descontraindo a todos na sua volta. São pessoas como ele que todos querem por per-

to, nunca o vimos reclamar da vida, mas antes ajudar a tantos que em sua volta viviam reclamando de suas próprias vidas. Nunca o vimos esmorecer e sim nos dava, sempre, força e animo para continuarmos nossa jornada. Preparou milhares de pessoas no campo da religião e da magia, publicou mais de cinquenta títulos de livros, esteve à frente de uma grande instituição, recebeu os títulos mais importantes no mundo social e religioso e nunca deixou de ser o mesmo homem tranquilo a caminhar de chinelo e camisa para fora da calça. Conhecemos um mestre de sua verdade, falava sempre o que tinha a dizer independente da opinião alheia, era a mesma pessoa diante de milhares de pessoas ou em ambiente mais particular. Dedicou sua vida à sua obra e à sua família em tempo integral.

Tudo isso a gente aprendeu com Rubens Saraceni, muito mais que Umbanda, muito mais que Magia Di-

vina, aprendemos a ser gente. Muito mais que em suas palavras o Rubens ensinava em seus gestos e atitudes.

Neste momento ninguém sofre mais que a família carnal, para ninguém a falta seria maior. Para nós que o amamos e com ele convivemos a falta também é muito grande. Neste momento pedimos aos Orixás que amparem sua família e também amparem a todos nós que sentimos muito a sua falta.

Rubens Saraceni vive em cada um de nós, em nossos corações ele plantou sementes de amor e fé, na sua obra o Mestre já está imortalizado, em seu exemplo vamos seguir muitos de nós, milhares de alunos, que tivemos a honra de ser seus discípulos.

Então apenas duas palavras para este momento: SAUDADE e GRATIDÃO !!

Alexandre Cumino

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A dor pela sua ausência é tão grande quanto a gratidão pela sua vida!

Amigos, é impossível responder tantos e-mails, mensagens, whatsapps e telefonemas em solidariedade à partida precoce de Rubens Saraceni.

Tradição de Magia e a AUEESP – Associação Umbandista e Espiritualista do Estado de São Paulo continuarão sim, o seu legado.

Um homem que deixa um legado permanente, além dos frutos de sua competência, o exemplo de uma vida de fé no ser humano, em Deus e nos Sagrados Orixás.

Deixo aqui registrado agradecimentos mais do que especiais à Câmara Municipal de São Paulo pela acolhida neste momento. Às inúmeras coroas de flores que chegaram, e a todos que puderam estar juntos nesta manifestação de afeto.

Que o exemplo de vida construído com dedicação e dignidade pelo Sacerdote Rubens Saraceni, sirva de conforto e alento a todos os seus familiares, amigos e alunos, neste momento de dor pela irreparável perda.

Estejam certos que atenderemos suas últimas instruções e desejos para continuar na luta de suas bandeiras: a Umbanda e a Magia Divina.

Os nomes do Colégio de Umbanda Sagrada, Instituto Cultural Colégio

A todos vocês os nossos mais sinceros agradecimentos, e recebam um abraço solidário.

Até breve, Amigo!

Sandra Santos A dor pela sua ausência é tão grande quanto a gratidão pela sua vida!

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Mestre Rubens Saraceni Mas hoje resolvi escrever para você, nosso Pai e nosso Mestre Querido!

Resolvi lhe dizer muita coisa...

Lhe agradecer...

Receba essa carta “fora de hora”, talvez um pouco atrasada, talvez em hora oportuna, mas receba, por favor! Receba...

Perdoe-me pela intimidade com que vão minhas palavras. Pretendo deixar o coração de amigo falar agora, depois de ter chorado tantas lágrimas com a sua partida. As mesmas lágrimas que milhares de umbandistas de todos os lados do Brasil também choraram com a saudade que já se plantou em nossos corações, já há algumas horas da sua viagem de volta à Espiritualidade Maior.

Estava pensando “cá com os meus botões” que eu nunca lhe escrevi nada. Poderia ter feito isso antes. É fato que eu só escrevo para quem eu gosto. É preciso merecimento...

Meu coração só consegue dizer o que sente!

A toda hora ando escrevendo por aí, na minha página do Facebook, nos meus rascunhos, as minhas cartas a mim mesmo.

É...

Isso mesmo...

Tenho muito a lhe agradecer.

Afinal de contas estamos perto da minha posse, novamente, na Câmara Municipal de São Paulo. Achava que poderia lhe ver lá como o meu convidado principal.

E isso, dessa vez, não acontece à toa.

Tem “a sua iluminada mão”, o seu cuidado comigo para que isso acontecesse num Mandato novo, numa continuidade a serviço da Umbanda, como você ainda espera que eu faça e como você sempre afirmou em seus discursos carinhosos de apresentação a meu respeito. Eu me orgulho tanto disso que chega a dar um nó na garganta quando eu me lembro desses momentos preciosos.

Vou falar só um pouquinho de mim antes de chegar onde preciso. Me enveredei pelo pântano da política tentando plantar flores, acredite se quiser, essa ainda é a minha intenção. Ah, você sabe bem, sabe de tudo

e me conheceu bem, bem melhor do que muita gente bem mais próxima. Sua sensibilidade única, sua mediunidade ímpar soube enxergar bem além de muita gente, e me entender.

Eu sou um pouco sonhador, um poeta bobo, uma criança grande e um inveterado explorador de sentimento. Procuro sentimento em tudo, na música que eu ouço, que canto, no verso que eu falo, nas coisas que eu vejo, nas que eu faço, dentro de mim eu não paro de buscar e rebuscar sentimento. E sofro com isso. Você nem pode imaginar o que tenho sofrido nesses últimos anos com tudo o que vejo. Que louco caminho é esse que escolhi? Onde me “puseram”?

Vi um Vereador cortar o arroz e o feijão que a sua Instituição Social recebe de doação e doar a uma das tantas Creches cadastradas.

250 crianças ficaram sem comida porque ele soube que outro Vereador havia conseguido doar/suprir uma necessidade pequena da Creche (material de construção). Frio, calculista, foi enfático: “-Peça ao fulano de tal, o outro Vereador, o arroz e o feijão das crianças!”

Foi o que disse à Presidente da Creche. Às vezes tentam nos ensinar a “politicagem” e eu só pretendo aprender “política”. Afinal de contas, tenho

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procurado seguir o exemplo de Dr. Bezerra de Menezes, quando arguido a esse respeito, em momento de sua investidura na política, definiu política dizendo:

Ela se constrói desse modo, é preciso tempo, décadas, séculos. A gente se engana quando acha que um amigo a gente faz agora.

“-Para nós, a política é a ciência de criar o bem de todos, e é nesse princípio que nos firmaremos!”

Por tudo isso eu creio que nós viemos de longe, de muito longe.

Quero afirmar sempre que me sinto honrado em fazer parte do pequeno quadro de políticos que insistem em “criar o bem de todos”, como definiu sabiamente Dr. Bezerra.

Antoine de Saint Exupéry já dizia em seu livro “O Pequeno Príncipe” que “... ninguém se aproxima do outro por acaso”:

uma pequena minoria, infelizmente.

Eu não cheguei ainda aonde quero, estou trabalhando muito, fazendo o possível, o impossível, Nosso Pai Oxalá vai me ajudar a atingir o meu objetivo.

Em resumo, a lição de casa não está fácil não, meu amigo.

Como é difícil uma amizade, Pai Rubens!

Recorro à nossa Fé para crer que um AMIGO só pode ser coisa de outra vida mesmo.

A amizade verdadeira só existe assim, não se faz uma amizade numa única vez, definitivamente não. Numa única vida.

Cada um que passa em nossa vida Passa sozinho...

Porque cada pessoa é única para nós, E nenhuma substitui a outra.

Cada um que passa em nossa vida Passa sozinho, Mas não vai só...

Levam um pouco de nós mesmos, E nos deixam um pouco de si mesmos.

Há os que levam muito, Mas não há os que não levam nada.

Há os que deixam muito, Mas não há os que não deixam nada.

Esta é a mais bela realidade da vida...

A prova tremenda de que cada um é importante E que ninguém se aproxima do outro por acaso...

Pensando nisso eu acredito também que os amigos são como músicas, os pontos que cantamos para os nossos Guias, Orixás, que entram na vida da gente e deixam sinais, que a gente vai descobrir olhando fundo, pois lá existe uma melodia tocando no disco do olhar.

Amigos foram “compostos” para serem ouvidos, sentidos, compreendidos, interpretados.

Eles vibram conosco em todas as notas, alçam voos, fazem sucesso.

Amigo não se escolhe.

Não se "pede" ninguém em amizade.

Amizade existe ou não... sem tempo pré-determinado...

Sem prazo para iniciar.

Amizade é sentimento, é afeto, amor, respeito, veracidade, troca, carinho, cumplicidade...

Amigo é para sempre!

Um verdadeiro amigo é como uma árvore, Mestre Rubens Saraceni.

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Uma árvore não fica de costas para ninguém. Dê a volta em torno dela, e a árvore estará sempre de frente para você.

O verdadeiro amigo também...

Uma vez eu li e não sei onde algo sobre os chineses que dizem: árvore plantada com amor nenhum vento derruba!

O verdadeiro amigo também...

Quem planta árvores cria raízes.

Quem cultiva bons amigos, também...

As árvores são sinônimo de eternidade, O verdadeiro amigo também...

Não vou ficar aqui dando definições de amizade para alguém que melhor que ninguém sempre deu exemplo de como ser amigo. É... você foi e será por toda a Eternidade esse Homem que todo mundo admira, que jamais será esquecido, que será para sempre o nosso Mito de Luz, de muita energia, de tanta simplicidade, exemplo de domingo a domingo de Trabalho, de dedicação à Umbanda. Conversando com o Pai Engels vim saber agora que você ia ao seu colégio às terças-feiras para ajudar na faxina. Meu Deus, Pai Rubens! Quanta humildade!!!

Deus gosta de gente como você. Gente que cai e se levanta, que erra e reconhece, apanha e assimila os golpes. Desculpe entrar nesse mérito, mas acho que nunca ninguém imaginou a sua dor, as dificuldades que você enfrentou ao longo da sua vida, o que teve que enfrentar para se tornar o que foi e o que será para toda a Nação Umbandista.

Você foi gente com muito amor dentro de si, de conteúdo interno, que teve tempo para sorrir, cultivar flores, mas teve tempo de se ajoelhar com os joelhos feridos de muita dor.

Amamos você, Pai Rubens Saraceni!

Pelo que você foi, pelo que sempre será, pela sua essência que ainda vai ensinar tanta gente.

Eu só queria lhe dizer, OBRIGADO! OBRIGADO e OBRIGADO! UM MILHÃO DE VEZES, OBRIGADO! Obrigado por tudo!

Pela sua amizade, por você ter existido em minha vida, pelas vezes em que você pegou a minha mão e falou de mim com o seu amor e sua valorosa confiança, pelos poucos, mas por todos os momentos em que

nunca me faltou, e que principalmente, um dia saberei e poderei recompensar quando eu estiver aí onde você está agora, na Aruanda em festa com a sua chegada.

Deus abençoe a sua vida desse lado!

Deus abençoe a sua família que ficou aqui chorando de saudade, mas cheia de orgulho de ter convivido tanto tempo tão perto de você. E que soube lhe dividir com milhares e milhares de pessoas!

Que tudo progrida e prospere cada vez mais a sua volta ainda agora preparando tudo o que você planeja para nós, porque sempre foi assim para você, em primeiro lugar o seu próximo, os seus filhos, a sua Umbanda.

Que Suas Metas Grandiosas e seus Objetivos sejam alcançados, porque como disse, e repito, Deus gosta de gente como você!

Fique em paz porque nós aqui vamos seguir todos os seus exemplos!!!

Seu Amigo para sempre, com saudade, Vereador Quito Formiga

Ano 5 número 43 Quando alguém muito querido encerra sua missão não devemos nos entristecer, mas ao contrário, devemos celebrar aquilo que construiu durante o tempo que nos privilegiou com sua presença e aprender com seus ensinamentos.

O passamento é apenas mais um passo na direção à evolução da alma. Assim sendo, nosso querido Pai Rubens Saraceni está um pouco à nossa frente.

Pai Ronaldo Linares, o Santuário da Umbanda, Fugabc, a Casa De Pai Benedito se solidarizam no luto, juntamente com a família umbandista, pela passagem de nosso querido Pai Rubens Saraceni e reafirma o imenso orgulho de tê-lo como seu Filho de Fé.

Desejamos sinceramente que nossos Mentores e Guias Espirituais possam recebê-lo da forma mais honrosa que merece. Fique em PAZ!

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BALANÇO PATRIMONIAL ASSOCIAÇÃO AQUARELA NA ALDEIA DE MATA VIRGEM CNPJ 08.562.948/000142 BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31.12.2013

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31/DEZ/2013 1- CONTEXTO OPERACIONAL Nota 1 Entidade de caráter filantrópico, assistencial, recrefJtjvo e educacional, sem cunho político ou partidário, e tem como finalidade atender a todas qS crianças de 6 a 17 anos, 11 meses e 29 dias que se inscreveram na associação, independerte de classe social, nacionalidade, sexo, raça, cor ou crença religiosa, promovendo ativida9i recreativas, sociais, culturais, artísticas e esportivas, fora do horário escolar de forma gratuitq.

11- APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Nota 2 As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as normas e práticas contábeis e aquelas especificadas na Resolução CFC 877/2000 e as Normas Brasileiras de Contabilidade NBT 10 e 19.

III- RESUMO DAS PRÁTICAS CONTÁBEIS Nota3 O regime contábil adotado foi o Regime de Competência.

Nota4 As demonstrações financeiras apresentam uma vanaçao positiva de R$ 88.388,11 que correspondeu ao valor das doações recebidas, deduzidas das despesas de manutenção normal da entidade, despesas financeiras e despesas com salários e encargos sociais.

NotaS Os critérios utilizados para apuração das receitas da entidade foram o Regime Contábil.

Nota 6 As doações foram recebidas de pessoas físicas no valor de R$ 55.006,36.

Nota 7 Convênio com a Prefeitura do Município de São Paulo CAS Sul edital nº 054/SMADS/2012 e edital nº 388/SMADS/2012- Distrito: CAMPO LIMPO no valor de R$ 671.953,98.

NotaS Os recursos da entidade foram aplicados em suas finalidades institucionais de conformidade com seu Estatuto Social.

Nota9 As gratuidades estão registradas no conjunto de contas de despesas gerais em seu balancete contábil- grupo 4.

Nota 10 Os recursos obtidos com doações em 2012 no total de R$ 55.006,36 foram totalmente utilizados nas operações normais da entidade.

Nota 11 Não há isenção de IRPJ e CSSL devido as despesas serem maiores que as receitas obtidas.

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Ano 5 número 43

Foto: Divulgação

Ervas na Aldeia Escrito por: Adriano Camargo

Porque não há crescimento sem inovação?

Salve irmãozinhos em Mamãe Natureza e na benção de Pai Olorum!

Durante muito tempo eu militei nas fileiras do corporativismo. Isso mesmo, antes de me dedicar às ervas e ao conhecimento religioso, eu, por formação e carreira, fui um profissional de consultoria e informática. E hoje, mais uma vez, peço licença aos editores para falar de Umbanda, através do exemplo da inovação tecnológica.

Conheci e acompanhei o nascimento e o crescimento de várias empresas, desde minúsculas a gigantes do ramo.

Vi empresas aparecerem com muita grana no caixa e sumirem de repente, assim como vi empresas de porte, que pensávamos que seriam pra sempre, desaparecerem como pó. Vi minúsculos laboratórios de tecnologia, montados em fundos de quintal, crescerem e dominarem mercados e existirem até hoje com bases sólidas.

Acompanhei idéias maravilhosas que nunca saíram do papel, ficaram no campo dos sonhos até que alguma outra mente pensante resolveu "ter a mesma idéia".

Porque eu estou dizendo isso, aqui em um jornal de Umbanda, um veículo para informações sobre a religião, e logo eu, que falo sempre sobre as ervas, elementos da natureza e rituais? Eu dirigente de um Templo Escola de Umbanda, um formato tão observado pelos críticos de plantão?

Porque não há crescimento sem inovação, não há crescimento sem "renovação", assim como não há progresso sem ordem, um lema que nunca deveria ser esquecido no nosso país, tanto que está inscrito na nossa bandeira pátria.

Confesso, fui um critico ácido de várias inovações que vi nascerem nesse mercado, inclusive vi o nascimento do Microsoft Windows - na época eu trabalhava com uma outra plataforma concorrente - e não acreditava que um dia aquela coisa colorida e cheia de "janelinhas" poderia vingar. Pois bem, hoje escrevo essa matéria a bordo de um notebook, Windows, Word, etc, etc ,etc... Assim como desdenhei a Apple e hoje batemos cabeça para Steve Jobs, in memoriam, como um gênio da tecnologia.

Acredito que a tecnologia usada a nosso favor é ferramenta poderosa, não dá pra negar o alcance da internet através das redes sociais. Esse jornal mesmo é divulgado e lido, além das fronteiras do papel e tem seu alcance aumentado de forma exponencial.

Não acredito, e não faço absolutamente nenhuma apologia a aberrações que vemos acontecer, como supostos guias incorporados dando consultas pela internet, ou receitas mágicas gravadas e divulgadas como soluções para problemas, que na verdade, convidariam o ser a uma reflexão dos seus próprios atos.

A Umbanda teve uma grande retração nos anos 80, e ressurgiu com inovações na segunda metade da década de 90. Isso me lembra um "quase sumiço" da Apple e depois seu ressurgimento totalmente renovada e conquistando o mercado.

E sabe como ela (a Apple) conseguiu isso? Simples! Seu dirigente, sua mente pensante, seu principal vendedor, esse gênio que citei chamado Steve Jobs, um inovador nato, (arriscaria até dizer que sob as vibrações fantásticas de Pai Oxóssi e Pai Oxumaré), esse "cara" não segurou informação consigo, inovou e forçou que todos à sua

volta estudassem, pesquisassem, testassem o que pregavam, usassem o que vendiam, enfim, que vivessem o seu meio de verdade. Ele não se limitou a oferecer apenas o que o cliente compra, e sim oferecer algo funcional, simples, objetivo, racional.

Eu vi uma nova Umbanda, de Fé responsável, mediunidade simples e objetiva, racional, com explicação do que fazia. Um caminho aberto de Teologia Umbandista onde os Mistérios iam sendo decifrados e colocados à disposição da expectativa daqueles, como eu, que não se contentavam simplesmente em ouvir: "Isso não é pra você..." ou "Isso é segredo..."

E nessa Umbanda, que é exatamente a mesma de sempre, a Umbanda de Pai Zélio, a Umbanda tradicional, original, se é que isso pode ser dito, essa Umbanda renovada e duramente criticada, pois se não ia contra o que já havia sido dito, inovou e deu aos seus praticantes, ferramentas poderosas para que pudessem pensar, agir, evoluir constantemente e colocar em prática as máximas de Amor e Caridade, de forma sincera. E assim, se livrar do jugo dominador de determinados pais e mães que queriam apenas seus filhos obedientes debaixo das suas asas. É obvio que toda inovação precisa de tempo para maturar, ser adaptada, adequada às necessidades e realidades.

Falo que a Umbanda de caridade, é a Umbanda de oportunidade - que faz seu praticante, ou seu simpatizante, e principalmente quem recorre a Ela como um pronto-socorro espiritual - pensar, refletir, se auto conhecer e encontrar Nela, nessa Umbanda, os recursos

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Ano 5 número 43 necessários para melhorar, iluminar as idéias e reencontrar seu melhor caminho evolutivo, fazendo assim um mundo melhor a partir de si mesmo.

Essas oportunidades nunca devem ser confundidas com o oportunismo de alguns. Oportunidade é o que a Umbanda oferece para que cada um encontre, a partir do auto conhecimento, e de um empurrãozinho, suas melhores opções. Oportunismo é querer cobrar atendimento, ou mesmo criar dificuldades para vender facilidades - isso é prática de alguns poucos que se intitulam religiosos e tentam fazer sua própria umbanda, calcada nos gritos e nas palavras duras e ácidas, nas críticas ao alheio, para que tenham sempre razão Cada coisa a seu tempo, e um tempo para cada coisa. Eu mesmo vivi a Umbanda de efeitos físicos, uma realidade religiosa que não veremos mais com tanta freqüência, em uma época que era necessário o "visual" para que os corações endurecidos pudessem apoiar sua fé.

Hoje temos as bênçãos de uma Umbanda de conhecimento, que fala de si, de forma aberta, livre. Fala das suas sete linhas de forma que todos possamos entender, e também ensinar. Fala dos seus rituais de forma simples, de forma que não sejamos um clube fechado para poucos adeptos iniciados...

Sei que algumas poucas pessoas ao lerem esse pequeno artigo, irão desdenhar e achar que é uma justificati-

va, mas chamo a atenção para algo: Nós, que gostamos e queremos aprender, somo muitos. Nós que acreditamos em uma Umbanda forte, coesa e respeitando as suas diferenças, somos sim a maioria. Quando damos atenção a pequenos grupos que se rivalizam, até entre si, e discordam de tudo, eles se fortalecem e ganham destaque. E nesse momento mágico de transformação, o destaque é para o bem que o conhecimento, a inovação, a liberdade de aprender e ensinar sobre a nossa amada religião, merece de verdade.

A nossa corporação é o Exército de Pai Oxalá, vestido de branco. Somos negros, índios, orientais, de todas as raças e cores, de todas as idades e condições sociais. E nossa força é a certeza de uma religião de auto conhecimento, que nos faz pensar e usar a inteligência como melhor arma. Nossa guerra é contra o obscurantismo, a ignorância, o fanatismo que levam o ser à involução. Se não somos uma religião que busca a conversão da pessoa a qualquer custo, somos a religião que tem as respostas para quem quer e as busca.

Fácil é repetir palavras de um livro sagrado, não tão fácil é entender quem eu sou, de onde venho e pra onde vou.

Umbanda é religião, é do bem, é para o bem e sua prática natural de caridade é nos dar oportunidade de desenvolver de forma organizada e equilibrada os sentidos

http://umbandaeucurto.com/

de Fé, Amor, Conhecimento, Lei, Justiça, Evolução e Geração. Compreendermos a nós, seres humanos, e nossas interações com o mundo de seres e elementos à nossa volta.

Se isso é novidade pra você, se cutucou seu espírito, venha estudar. A Umbanda agradece!

Finalizando com uma reflexão bem pessoal, que aprendi na prática religiosa: "Na natureza, no meio do mato onde gosto de ficar, as inovações tecnológicas, celular, internet, não funcionam, mas onde eu estiver, tenho a Umbanda em mim, e Ela me conecta a tudo que preciso!

Umbanda pra frente! Gratidão sempre! Sucesso, saúde e alegria a todos!

Adriano Camargo, o Erveiro Adriano Camargo é babalaô sacerdote de Umbanda, dirigente do Templo Escola de umbanda Ventos de Aruanda em São Bernardo do Campo - SP; é autor do livro Rituais com Ervas - Banhos, defumações e benzimentos, e ministra vários cursos e palestras.

Adriano Camargo / Erveiro da Jurema adriano@ervasdajurema.com.br www.facebook.com\adrianoerveiro www.facebook.com\erveiro www.erveiro.com.br

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Ano 5 número 43

Foto: Divulgação

Falando de Umbanda Escrito por: Pai Ronaldo Linares

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O CURSO DE FORMAÇÃO SACERDOTAL DA F.U.G."ABC" |29º BARCO| O curso da F.U.G."ABC" iniciou-se antes mesmo da

criação da FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE "ABC" quando Pai Ronaldo e um grupo de pessoas se reuniam para discutir sobre os questionamentos que tinham sobre a religião umbandista - tão nova e tão cheia de mistérios.

Essas reuniões foram se tornando mais frequentes, as dúvidas aumentando e Pai Ronaldo (que na época era jornalista) saiu a campo em buscas das respostas que não encontravam em livros. Foi assim que encontrou Pai Zélio Fernandino de Moraes. Com ele Pai Ronaldo pode ter todas as explicações que necessitava e, nesta época, já como presidente da F.U.G."ABC" passou a ministrar os cursos.

No início eram quatro turmas por semana: dois dias à tarde e dois dias à noite. Com o passar do tempo e o desenvolvimento acelerado da indústria e do comércio, as pessoas foram modificando seus hábitos e como, cada vez mais sentiam necessidade de estar no mercado de trabalho e a frequentar cursos de formação e especialização, as turmas das tardes foram eliminadas e, em pouco tempo, as noites dos dias úteis foram dedicados a reciclagem profissional.

Hoje, a F.U.G."ABC" disponibiliza seus curso aos sábados, uma aula/mês das 14h às 18h, para que todos interessados possam participar, incluindo alunos de cidades mais distantes da grande São Paulo.

As inscrições para o novo Curso de Formação Sacerdotal da FUG"ABC" - 29º Barco - estará aberta até abril/2015. Pai Ronaldo Linares e a Babá Dirce Fogo serão os responsáveis pelas aulas e obrigações.

Por ser uma religião muito nova em relação as de-

mais estudar e entender seus fundamentos, sua filosofia e suas práticas ritualísticas é essencial para o médium que tem como uma missão divina se tornar um sacerdote. Com os Guias e entidades que ele incorpora temos muito que aprender, mas, um sacerdote é um pai (ou uma mãe) que será procurado para tirar dúvidas, dar conselhos, orientações, formar novos sacerdotes, lidar com pessoas e problemas diversos, além de continuar com sua vida normal. Nada melhor que conhecer, estudar, entender, praticar e vivenciar todos elementos que compõem a religião para não ter dúvidas posteriores.

Para você que está interessado seguem abaixo as informações necessárias para a inscrição: Inscrições no período de 02 de FEVEREIRO de 2015 a 02 de ABRIL de 2015.

Valor da inscrição: R$ 70,00 Valor da mensalidade: R$ 50,00 Início: 11 de abril de 2015 Aula: um sábado por mês das 14 às 18 horas Local: Casa de Pai Benedito de Aruanda - Templo-sede da FUG“ABC” Endereço: Rua Marechal Cândido Rondon, 21 - Bairro Osvaldo Cruz - São Caetano do Sul/SP. LOCAL PARA INSCRIÇÕES: São Caetano do Sul Escritório da FEDERAÇÃO UMBANISTA DO GRANDE “ABC”.

Endereço: Rua Visconde de Inhaúma, 354 - Bairro Osvaldo Cruz Horário: Segunda a Sexta das 09h00 as 17h00 Sábados das 09h00 as 12h00 Documentos necessários para efetuar a inscrição: • cópia simples do documento de identidade (RG);

• cópia simples do CPF; • 2 fotos (iguais) 3X4 coloridas e recentes; • Ficha de Inscrição (de preferência digitada ou em letra legível) INSCRIÇÕES VIA INTERNET Faça o depósito do valor da inscrição na seguinte conta: Bradesco Agência 0591 Conta Corrente 6670-2 Favorecido: FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” Enviar para fugabc@uol.com.br: • O comprovante de deposito no valor de R$ 70,00 • Ficha de cadastro preenchida • Cópia digitalizada do RG e CPF • Foto do rosto em boa resolução Solicite a ficha de inscrição através dos e-mails: fugabc@uol.com.br ou federacaoabc@terra.com.br ATENÇÃO: A INSCRIÇÃO VIA INTERNET SOMENTE SERÁ CONCRETIZADA APÓS O ENVIO DA CONFIRMAÇÃO PELA FEDERAÇÃO COM O Nº DA INSCRIÇÃO. DÚVIDAS: (11) 4238-5042 / (11) 4232-5621 OKÊ CABOCLO ! ! !

Maria Aparecida Linares comunicação FUGABC - SANU Santuário Nacional da Umbanda. www.santuariodaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br www.facebook.com/ santuariodaumbanda.fugabc

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Ano 5 número 43

Eventos

14º Edição da Procissão de Yemanjá em Santos O dia foi de calor intenso, mar calmo e praia lotada, aproximadamente 4.000 pessoas para saudar Yemanjá. Considerada Rainha do Mar pelos devotos de religiões com matrizes africanas, Iemanjá é o orixá mais popular e cultuado no Brasil. Realizada desde 2002, em Santos já faz parte do calendário oficial Turístico e Cultural da Cidade e do Estado. Uma grande festa nas areias da Ponta da Praia, em frente ao Aquário Municipal, marcou a homenagem de adeptos, simpatizantes e turistas na tarde deste domingo (01/02/2015). “É uma festa tradicional, de cunho cultural, que celebra a africanidade, a ancestralidade”, detalhou o Coordenador do evento Babalorixá Marcelo Fomo de Logunédé, da Associação Beneficente Cultural e Religiosa Casa de Culto Afro Brasileiro Ilê Asé Sobo Oba Àryrá, que conduziu a organização dos festejos em parceria com a infraestrutura da Prefeitura (Realizadora), por meios das secretarias de Cultura e Defesa da Cidadania.

“Essa festa envolve tradições e as raízes do povo. Tem tudo a ver com Santos, com respeito ao mar, à natu-

reza e faz parte do patrimônio da formação do povo brasileiro”, afirmou o secretário de Cultura Professor Fabio Alexandre Nunes. A importância também foi destacada pelo titular da pasta de Cidadania Sr.Carlos Alberto Ferreira Mota. “É um trabalho de respeito e igualdade entre as raças e crenças”.

A festa teve inicio às 14 horas com as apresentações culturais, música, dança e culinária típica.

O Presente de Yemanjá chegou as 15 horas onde o coordenador do evento deu início aos agradecimentos a todas as pessoas presentes de vários segmentos, de várias cidades, estado, tornando-se assim um evento a nível nacional. Presença de grandes Lideranças, Babalorisás, Iyalorisás, filhos e filhas de Santo, Vereadores, Deputados, Federações e ONGS. Presença da família do Ilê Asé Opo Afonja-RJ(Mogbá Paulo Henrique, Egbomy Rosangela de Odé), Deputada Estadual Iyalorisa Clélia Gomes, Babalorisá Cido de Osum Eyn, Iyalorisá Luizinha de Nanã (Asé Batistini), Babalorisá Mauricio de Lufãn, Babalorisá Luciano de Odé, Babalorisá Ofanire (Águas de São Paulo), Iyalorisá

Carmem de Osum (Ilê Ola Asé Alaka), Iyalorisá Denise de Soba, Baba Egbé Luciano de Osun (Ilê Asé Oba Laja- Salvador), Babalorisá Lamartini de Yeomoedjá, várias casas tradicionais de candomblé e umbanda. Os devotos colocaram flores e oferendas em balaios, que depois foram conduzidos em procissão terrestre as 16 horas, acompanhada pelo grupo de Afoxé Oba Alafin, com várias cantigas, toques, em grande louvor junto com a imagem de Yemanjá, nas mediações do Aquário Municipal até a ponte Edgard Perdigão, onde as 17 horas segue as embarcações para a tradicional procissão marítima, onde lavamos todos os presentes e oferendas ao mar, tomando cuidado com a preservação do meio ambiente.

Foi uma grande demonstração de fé, religiosidade e agradecimentos que marcaram este grande dia em louvor a Rainha do Mar, nossa mãe Yemanjá.

Coordenador do evento Babalorixá Marcelo Fomo de Logunédé, da Associação Beneficente Cultural e Religiosa Casa de Culto Afro Brasileiro Ilê Asé Sobo Oba Àryrá

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