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Ano 7 número 63 Prezados irmãos de fé e caros leitores, estamos vivenciando mais um caótico ial período r na face da terra, friseito -se, onde é enorme a necessidade d E de darmos ênfase na educação de nossos filhos, de nossas crianças, ressaltando os caminhos serenos, sensatos e pacíficos para solução dos conflitos e divergências entre os seres humanos. Estamos presenciando um período no qual se faz fundamental a nossa intervenção, por vezes, junto aos nossos familiares, amigos, companheiros de trabalho ou estudo, pedindo aos mesmos que não adotem a concepção de que aqueles que pensam contrariamente a nós acabam por se tornar inimigos ou “personae non gratae” (pessoas que não são bem-vindas, não agradáveis). Vivemos um tempo de alerta vermelho no mundo, clara e notoriamente, devido ao crescimento assombroso do extremismo, crescimento do sentimento de xenofobia, de aversão ao estrangeiro, sentimento de indi-
ferença àqueles que sofrem com a perseguição étnica e religiosa, e por vezes de repulsão aos mesmos. Presenciamos gritante incoerência de ações e pensamentos, pois, os grupos que repelem a ajuda aos que se encontram em estado de necessidade, que desrespeitam o direito de liberdade religiosa, que repreendem posições políticas que destoem das suas, que agridem ferozmente os que possuem orientação sexual diversa, são os mesmos que exigem respeito aos seus pensamentos. Destaque-se, aqui não estamos dizendo que esta ou aquela corrente está correta, não estamos fazendo juízo de valor deste ou daquele grupo, estamos, cristalinamente, apenas explicitando a falta de respeito, coerência, solidariedade e de hombridade que assola o globo terrestre. Estamos sim destacando o repúdio aos atos de extremismo e covardia cada mais presentes em todos os continentes. Estamos clamando por serenidade, paz, respeito e diálogo real e efetivo como fonte de solução de litígios. Apostemos em nossas criancinhas, futuro de nossa
nação, futuro de nosso planeta. Apostemos em nossas criancinhas direcionando tudo que possuímos de melhor em prol destas, luzes de nossas vidas, disseminando entre elas a paz, a alegria em viver, a fé em Deus, o respeito ao próximo, a concórdia, a amizade e o amor. Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós! Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi! Alexandros Barros Xenoktistakis
EXPEDIENTE istakis els B. Xenokt Diretor: Eng e: Daniel Coradini Art Direção de ktistakis gels B. Xeno amargo / En Redator: C res: Adriano Colaborado ares e Ronaldo Lin noktistakis s Xe s ro d ndros Barro Alexan rídica: Alexa .106 Ju a ri o ss e Ass 182 m.br s – OAB/SP Xenoktistaki l@aldeiadecaboclos.co a rn jo : to conta
PREVISÃO BARALHO CIGANO Cartas: crianças - âncora - peixes
Amor
Momento para uma estabilidade e segurança na parte afetiva. Se está sozinho com certeza não ficará por muito tempo. Momento de interagir e deixar a sua criança interior agir com leveza e alegria.
Profissional e Financeiro
Crie bons laços e com certeza é momento de muita fartura e prosperidade. Recomeçar e confiar com segurança é realmente necessário. Acredite em seu potencial acima de tudo.
Saúde
Reflexão e momento de interiorização para colocar as ideias no lugar. Na saúde as mulheres estarão em um período de muita fertilidade. Crianças tendem a ter mais problemas respiratórios.
Carol Amorim- Taróloga e Dirigente do Templo de Umbanda Estrela do Oriente. Rua Bengali 29- Parque Novo Oratório Santo André. Atendimento online ou presencial. Informações: 11-23694241 ou via whatsapp 11 947393262
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MUDE A SI MESMO, E TUDO MUDARÁ! Todos queremos mudanças. Independentemente de raça, cor, gênero, religião ou qualquer parâmetro que se utilize, os seres humanos são insatisfeitos por natureza.
Sim, porque vemos pessoas patinarem a vida inteira nos mesmos erros, fazendo pouco daqueles que, na tentativa de ajudar, trazem a mensagem de que somos muito mais do que podemos ver.
Para as pessoas de baixo poder aquisitivo pode parecer que os “ricos” são felizes, por poderem ter tudo o que o dinheiro pode comprar..., porém a realidade se mostra bem diferente.
No meio espiritualista não é diferente. Perdem tempo discutindo rituais, conceitos e nomenclaturas, quando na verdade o que importa é a essência e não a forma.
Os casos de suicídio de pessoas famosas e bem-sucedidas, por exemplo, provam que dinheiro definitivamente não traz felicidade.
Querem determinar quem pode incorporar os Orixás, quem pode rezar o pai-nosso, o que é certo, o que é errado, enquanto tudo o que importa é o bem que espalhamos na nossa existência, e nada mais.
Quem acredita, por exemplo, que tudo o que existe é este planeta e esta vida, certamente se contentaria em ganhar muito dinheiro e resolver seus problemas financeiros, pois para ele é este o conceito de felicidade.
Somos reconhecidos por Deus e por suas Divindades, pela luz que emitimos em espírito, não pelas nossas crenças ou títulos.
Mas é um conceito limitado e restrito, não fomos colocados neste planeta apenas para ganhar dinheiro, e sim para crescermos como espíritos.
As religiões deveriam ser meios de nos aproximar de Deus, e os homens fizeram delas motivo de separação e preconceito.
Infelizmente, só nos piores momentos as pessoas se dão conta do que realmente importa. Quando se deparam com a doença ou a morte, a constatação de que a saúde e a vida não têm preço traz desespero, mas desperta para o fato de que precisamos crer em algo além do mundo físico.
Não adianta falar em evolução se não aprendermos a conviver com nossos semelhantes.
A questão é que as pessoas querem mudanças, mas não querem mudar... Eu sempre digo que, se cada um de nós vivesse uma vida inteira e conseguisse mudar alguém para melhor, ainda que fosse nós mesmos, o mundo estaria salvo.
Nenhum crescimento será alcançado se não passar pelo rigoroso crivo do amor.
trário, tendo consciência delas, pode dominá-las. Já pararam para pensar se todos os dedos apontados fossem substituídos por preces ou meditações a favor da paz? Ou se os julgamentos fossem substituídos por autoavaliações em prol do melhoramento individual? Não há atalho para o tão sonhado paraíso, pois as leis do universo são imutáveis, e a cada um retornará exatamente o que dele emanar, nada mais, nada menos. Toda ação gera uma reação no espaço-tempo, a nível universal; então não deixe de lutar pelo que você acredita apenas porque acha que está sozinho. Não se esqueça que milhões de árvores nasceram de uma única semente. Assim sendo, que aquele que dorme seja despertado, e aquele que sabe sirva de farol a iluminar – e não a confundir, os que ainda estão perdidos... Axé!!! Por Mãe Valéria Siqueira
Seja lá o que os seres humanos busquem, nunca alcançarão com plenitude fora das leis do amor. E essas leis dizem que ninguém pode dar o que não possui, e que ninguém pode cobrar do outro aquilo que ele mesmo não tem. Verdadeiros mestres dão exemplos e não discursos. O sábio não nega suas próprias sombras; ao con-
Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra
Críticas e sugestões: t.u.paioxossi@hotmail.com Fone: (011) 96375-7587
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O COLEGIADO ESPIRITUALISTA DO CRUZEIRO DO SUL A tentativa dos umbandistas em demarcar seu distanciamento das práticas religiosas da matriz africana, aproximando-se do Espiritismo, vai além das teses do Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, ocorrendo nas obras de seus intelectuais. Termos como Umbanda Branca, Umbanda Pura, Umbanda de Linha Branca são contemporâneos desse Congresso, que sugeriam a purificação da Umbanda de seu passado africano. Na década de 1940, existiam dois grandes grupos de intelectuais umbandistas que trabalhavam em sentidos opostos: um, procurava o reconhecimento da Umbanda como uma religião espírita ou pelo menos com tais características, o outro defendia as origens africanas da Umbanda e uma completa independência do Espiritismo. O primeiro grupo apresentou suas teses no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, em 1941, e reconhecia a origem africana da religião umbandista, mas defendia a matriz espírita kardecista com bases católicas.
de Tata de Umbanda. Em 1956, os representantes das duas correntes, a Umbanda Pura e a Umbanda Africanista superaram determinadas divergências e formaram uma coligação, que agrupava as principais federações do Rio de Janeiro, e foi denominada de Colegiado Espiritualista do Cruzeiro do Sul e tinha a UEUB como principal articuladora. Dessa coligação participou também Tancredo da Silva Pinto chegando mesmo a ser um dos seus presidentes. Duas matérias do mês de maio de 1956 do Jornal de Umbanda registram os objetivos e a instalação do Colegiado. Como esperamos seja o Colegiado Espiritualista do Cruzeiro do Sul A UNIÃO ESPIRITISTA DE UMBANDA DO BRASIL, o PRIMADO DE UMBANDA, a CONFEDERAÇÃO ESPÍRITA UMBANDISTA e a ORDEM MÍSTICA ESPI-
Um dos objetivos deste Congresso era mostrar as raízes genuínas da Umbanda do Oriente. Uma análise do conteúdo simbólico das teses apresentadas durante o Congresso mostra que os intelectuais de Umbanda, em busca de legitimidade, tentavam construir uma identidade mais próxima do Espiritismo do que das origens africanas. Os participantes desse grupo preocupavam-se em revestir a Umbanda com qualificações que acabassem com a discriminação e o preconceito (baixo espiritismo e macumba). O fato ficou conhecido como o embranquecimento da Umbanda. O segundo grupo, caminhava na direção oposta, defendendo a origem e as raízes africanas, não aceitando a aproximação com o Espiritismo. Procuravam resolver o problema da perseguição religiosa por meio do sincretismo com o Catolicismo, que já havia sido incorporado pelos candomblés e pelos Cultos de Nação em geral. A figura de maior destaque nesse grupo foi Tancredo da Silva Pinto, considerado o principal articulador do Culto Omolokô no Brasil. Um dos objetivos do Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda era desafricanizar a Umbanda e por isso não haviam sido convidados os líderes das religiões afro-brasileiras. Em 1950, Tancredo da Silva Pinto, defensor dos cultos afro -brasileiros, fundou a Confederação Espírita Umbandista do Brasil. Na metade da década de 1950, seis federações foram fundadas no Estado do Rio de Janeiro, dentre elas, a Aliança Umbandista do Rio de Janeiro (AURJ). Três dessas federações defendiam uma forma de Umbanda africanizada. Tancredo da Silva Pinto, através de sua coluna semanal no jornal O Dia, recomendava uma forma africana para os rituais da Umbanda. Conseguiu grande ascendência sobre os setores mais humildes da religião, chegando a receber o título
Capa do Jornal de Umbanda, maio-junho de 1956
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Ano 7 número 63 RITUALISTA AGLA-AVID se uniram para fundar o COLEGIADO ESPIRITUALISTA DO CRUZEIRO DO SUL, cujo objetivo é estabelecer a harmonia entre as diversas correntes religioso-espiritualistas. Primeiro o intercâmbio em uma política de “boa vizinhança” para, à medida que essas relações forem estreitando os seus laços, ser possível trabalhar e lutar pelo “GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE” que um dia poderá ter um sentido mundial se for possível primeiro criar o entendimento no nosso Brasil. Pode parecer para muitos uma utopia, uma tarefa superior à força humana, mas é preciso notar que não estamos sós e que à nossa volta existem inúmeras Falanges cuja missão é justamente despertar a espiritualidade, a fraternidade e o entendimento entre os seres humanos. Mas é preciso que os elementos que tem sobre suas cabeças a responsabilidade de manter o equilíbrio de relações entre essas correntes do pensamento humano ajam sempre com a máxima lealdade e sinceramente absoluta. Nada de puxar a “brasa para a sua sardinha”. Nada de querer preponderar ou mesmo querer demonstrar superioridade. Antes de tudo é preciso respeitar para ser respeitado; deixar os julgamentos para a Justiça Divina. É preciso não olvidar nunca que muita gente que por aí anda pensando ser espírito altamente evoluído, quan-
do chegar lá em cima, na pátria da realidade, há de se sentir encalistrado (envergonhado) e muito se admirará quando verificar que muitos daqueles que mereciam seu desprezo e sua pena estão situados muitos degraus acima, na escala da espiritualidade. Esse passo que acaba de ser dado é um princípio ainda muito embrionário. A semente ainda precisa brotar, ser bem resguardada, para que possa crescer e a haste se transformar em arbusto e muito depois em árvore frondosa. Urge que cada uma dessas correntes estabeleça bem claramente suas normas, de modo a que cada uma tome conta de sua seara sem entrechoques, sem invasão de fronteiras, o que só pode ser alcançado se essas fronteiras estiverem bem determinadas. Urge promover a criação da Federação dos que seguem o rito Omolokô, urge reunir os que fazem Quimbanda. Urge estabelecer todas as diferenciações para que então o entendimento seja possível e não provoque confusões lamentáveis. É mister muita coragem, muito desprendimento, muita luta, mas acima de tudo boa vontade e sinceridade. Muito necessária é a colaboração das organizações de primeiro grau (tendas, centros, cabanas, templos, lojas etc.) de modo que cada uma, compenetrada de suas responsabilidades e de sua posição no tempo e no espaço, não venha a perturbar essa
harmonização tão necessária. É preciso que as comissões encarregadas de organizar, dentro de suas respectivas agremiações, suas normas e as que reúnam representantes das diversas correntes para o estabelecimento do que acima chamamos de fronteiras, todas sejam escolhidas com muito critério, em que entrem os fatores de conhecimento, de equilibrado bom senso e de muito espírito de compreensão e fraternidade, para que seja possível colher frutos verdadeiramente sadios, subjetiva e objetivamente. Essa talvez seja a tarefa inicial de maior responsabilidade, pois qualquer falha pode redundar no mais completo fracasso da iniciativa. Da elevação dos propósitos de cada um resultará o êxito, assim como da segurança dos alicerces depende a firmeza e alcance de qualquer obra. Nada de concessões politiqueiras nessa escolha é primordial. Por sua vez os que receberem tais encargos ter aquele espírito de renúncia que marcou os apóstolos de Cristo, que tudo deixaram para seguir seus passos, fortuna, bens e família. Assim é que acreditamos ser possível realizar essa obra, que consideramos belíssima e necessária, a qual, se firmar-se, atrairá por certo novos agrupamentos, o que a reforçará naturalmente.
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Colegiado Espiritualista do Cruzeiro do Sul Instalou-se no dia 30 de maio, na sede do Centro Espírita Caminheiros da Verdade, Rua Atalaia, 133, Engenho de Dentro, o COLEGIADO ESPIRITUALISTA DO CRUZEIRO DO SUL, tomando posse, na mesma oportunidade a sua primeira diretoria que ficou assim constituída; Conselho Superior: Benjamim Gonçalves Figueiredo, Presidente Executivo; Floriano Manoel da Fonseca e Tancredo da Silva Pinto, presidentes, sendo este o mais alto órgão dentro do COLEGIADO; Secretário Geral, Professor Celso Alves Rosa; Tesoureiro Geral, Senhor Armando Gareau Moreira; Presidente da Comissão de Investigação Psíquica, Professor Waldir Osório; Comissão de Assuntos Materiais, Senhor Jerônimo de Sousa; Superintendente de Assuntos Espirituais, Senhor Antônio Venâncio do Nascimento; Superintendente de Assuntos Materiais, Sebastião Rodrigues Alves; Comissão de Visita e Intercâmbio, Jayr Matos Tostes; Comissão de Sindicância, Profilaxia Moral e Fiscalização, Aristides Castanheira; Comissão de Estudos e Pesquisas, Dr. Henrique Landi. Conselho Fiscal: João Carneiro de Almeida, Raimundo Guedes Cavalcante, José Ribeiro, Belarmino de Oliveira Pinto, Roberto Ramos de Oliveira e Manoel Nogueira Aranha. Os trabalhos tiveram inicio exatamente às 20 horas, logo após ter sido constituída a mesa que dirigiu os trabalhos, cabendo a presidência ao irmão Presidente do COLEGIADO, Senhor Benjamim Gonçalves Figueiredo, participando da mesma as diversas representações que ali compareceram, anotando-se entre as mesmas a representação da União Espiritista de Umbanda do Estado de São Paulo e Confederação dos Centros Espíritas de São Paulo; Dra. Dala Paes Leme, esposa do pintor do lindo e espiritual quadro de Iemanjá. Inicialmente ouviu-se o Hino Nacional executado pela Banda de Música do Terceiro Batalhão da Policia Militar; a seguir foi pronunciada a prece pelo irmão Presidente do Centro Espírita Caminheiros da Verdade e conselheiro do Colegiado, João Carneiro de Almeida, após o que fazem uso da palavra, representando, respectivamente: União Espiritista de Umbanda do Brasil; Confederação Espírita Umbandista e Primado de Umbanda, instituições fundadoras do Colegiado; fala em seguida o jornalista e escritor João de Freitas. Encerrada a primeira parte, sob a direção da Professora Lídia Nunes, Presidente do Centro Espírita Trabalhadores Humildes e diretora do Departamento Infanto-Juvenil da União Espiritista de Umbanda do Brasil, tem início a solenidade artística com a apresentação do belo quadro: CRUZEIRO DO SUL, com a participação de jovens irmãs dos diversos Centros
A mesa diretora dos trabalhos
e Tendas de Umbanda, como sejam: Caminheiros da Verdade; Cabana Nosso Senhor do Bonfim; Trabalhadores Humildes e muitas outras que nossa reportagem não conseguiu anotar, cada uma delas representando um Estado do Brasil. Empunhando garbosamente a bandeira nacional recitavam um poema alusivo ao Estado que representavam, terminando com a jovem simbolizando o Cruzeiro do Sul, a qual, após declamar lindo poema, intitulado “O Cruzeiro do Sul”, passa a linda faixa ao Presidente executivo do COLEGIADO.
O Colegiado Espiritualista do Cruzeiro do Sul organizou o Segundo Congresso Nacional de Umbanda, em 1961, no Rio de Janeiro. Um dos objetivos desse evento era fazer uma avaliação das mudanças ocorridas no panorama umbandista nos vinte anos que se passaram desde o primeiro evento, em 1941. O Congresso ocorreu no Maracanãzinho e milhares de umbandistas estiveram presentes, incluindo desta vez, representantes de dez Estados e vários políticos municipais e estaduais.
Na mesma ordem é oferecido ao COLEGIADO, pelos trabalhadores da Cabana Espírita Nosso Senhor do Bonfim uma linda flâmula sendo a mesma entregue ao Presidente; seguem-se um bem organizado show, sob a direção do jovem Osmar, representando a Ordem Espiritualista Agla-Avid, que arrancou merecidos aplausos do publico com a linda apresentação dos artistas. Termina a inesquecível festa com uma farta mesa de doces.
Esse evento foi organizado por Leopoldo Bettiol, Oswaldo Santos Lima e Cavalcanti Bandeira. A comissão paulista foi a mais numerosa e representativa, com a participação de Félix Nascentes Pinto, General Nélson Braga Moreira, Dr. Armando Quaresma e Dr. Estevão Monte Belo. Neste congresso definiu-se a criação do Superior Órgão de Umbanda para cada Estado, congregando as Federações. Apenas o Estado de São Paulo conseguiu criar o então chamado SOUESP (Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo) marcando presença no congresso posterior.
Anotamos entre os presentes o filho do General Araripe Faria, o jovem Dr. Manoel Araripe; o escritor umbandista Lourenço Braga; Olívio Novais e as representações das seguintes Tendas e Centros: Sumaré; Tupinambá; Pai Joaquim de Loanda; Fraternidade; Cabana Espírita Jipiri; Nosso Senhor do Bonfim; Cabana Espírita Pai João; Tenda Espírita Fé pela Luz; Centro Espírita Perseverança; Centro E. U. S. Antônio de Pádua; Olívio Novais, representando o Jornal de Umbanda; José Alves de Oliveira, representando O CAMINHO; e o Professor Theodoro Castelo, representando O Caminheiro e ainda o representante do jornal Nossa Umbanda; Sociedade Baiana; Seara de Umbanda Tupinambá; Casa Espírita Cosme e Damião; Tenda Espírita Tupinambá; Tenda da Igreja de Cristo; Tenda de Umbanda Jesus Maria e José; Tenda Ubirajara; Primado de Umbanda.
No jornal O Dia de 03 de fevereiro de 1963 podemos ler uma nota sobre a posse do novo presidente do Colegiado: Em assembleia geral realizada no dia 17 de dezembro ultimo, na sede da Congregação Espírita Umbandista do Estado da Guanabara, situada na Rua Manoel de Frias, 16, foi eleito o Presidente do Colegiado Espiritualista do Cruzeiro do Sul, o Dr. Henrique Landi Junior.
Editor: Diamantino Fernandes Trindade
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SETEMBRO DE 2017 PREPARATIVOS PARA A FESTA À IEMANJÁ Começaram os preparativos para a maior festividade religiosa a céu aberto do Estado de São Paulo: a Grande FESTA À IEMANJÁ.
sempre em fevereiro (Salvador/BA) no dia de Nossa Senhora dos Navegantes;
gueiro do Corinthians, depois do Vasco da Gama e da primeira seleção de futebol brasileira, foi jogador titular do Corinthians de 1932-37). Muito popular e extremamente fiel ao culto ancestral mais o respeito imensurável que nutria por Nossa Senhora fizeram com que ele iniciasse em São Vicente (litoral paulista) a primeira festividade denominada “Procissão do Encontro”, que trazia em seu nascimento muito dos folguedos do reisado.
A homenagem à SEREIA DAS ONDAS, à RAINHA DO MAR começa no primeiro sábado antes do dia 08 de dezembro e só termina uma semana depois – no domingo. Este ano a festividade começa no dias 09 de dezembro (logo após a data comemorativa de Inhaçã – 04 de dezembro) encerrando apenas no dia 17 (domingo).
No Rio e Janeiro a festa acontece, ainda hoje, na passagem de 31 de dezembro para 01 de janeiro, todavia, recentemente alguns comerciantes do mercado de Madureira – após o grande incêndio que destruiu o mercado, passaram também a reverenciar Iemanjá no dia 08 de dezembro, seguindo a tradição estabelecida em São Paulo.
Era realizada na divisa São Vicente <-> Praia Grande (exatamente na margem direita de quem, na Ponte Pênsil, olha em direção ao mar).
Origens: Essas comemorações à Iemanjá não têm a mesma data em todo Brasil. No princípio era
Em São Paulo o pioneiro, o verdadeiro iniciador deste festejos, foi Euclydes Barbosa, “Jaú”, ex-za-
Pai Jaú dividia os participantes em dois grupos: o primeiro seguia da Ponte Pênsil à praia pela margem do canal; o segundo vinha em sentido contrário subindo a mesma margem do canal, todos em procissão.
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Atualmente os festejos à Iemanjá patrocinados pela FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” são realizados no município de Mongaguá e o espaço ocupado inicia-se no Monumento à Iemanjá – junto a plataforma de Pesca e terminando na divisa com o município de Itanhaém perfazendo uma distância com mais de 2.200m. Esta é considerada a maior festividade do gênero em todo Brasil. Esperamos você lá!
O primeiro grupo trazia a imagem de Nossa Senhora da Conceição cantando pontos de Mamãe Oxum; já o segundo grupo trazia no andor uma imagem de Iemanjá cantando seus pontos. Quando os dois se reuniam iniciavam os trabalhos espirituais e depois retornavam à praia existente ao lado do Forte, chamada Praia das Vacas. Seu nome foi derivado do trabalho dos pescadores que, nesse local recolhiam as redes trazidas por duas enormes traineiras. As redes eram arrastadas (o arrastão) até a praia por juntas de bois devido ao grande peso. Assim foi desde a década de 50 até 63. Em 1.964 quando houve a Revolução que depôs Jango Goulart, os militares receosos de uma contra revolução, proibiram os festejos nesse lugar sugerindo que fosse realizada mais adiante daquele local, após a Avenida Central de Praia Grande (hoje denominada Avenida Costa e Silva). A FEDERAÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” seria contemplada com um espaço de seis quarteirões que se iniciavam a três quadras depois do outro lado do Forte , tendo por vizinha a Organização Ycaraí (do saudoso Babalaô Mário Paulo). Alguns anos depois Pai jaú decidiu parar e transferiu para Pai Ronaldo seu espaço – já bem em frente a Av. Costa e Silva. Desta forma a F.U.G.“ABC” ocupou uma área de 14 quarteirões depois de um acordo entre Pai Ronaldo e Mário Paulo (desde a juventude muito amigos).
Deseja conhecer mais? Adquira o livro “Memórias da Umbanda” do profº Diamantino Trindade.
Lembro ainda que, neste mês de setembro acontecem duas outras importantes datas comemorativas na Umbanda: 27 de setembro -> Cosme e Damião (como médicos zelam por saúde) 30 de setembro -> Xangô - São Jerônimo (que zela pela justiça)
Maiores informações: Santuário Nacional da Umbanda: 4338-0261 (Santo André/SP) Escritório F.U.G.“ABC”: 4338-0261 (São Caetano do Sul/SP)
Babalaô Ronaldo Antonio Linares Santuário: 4338-0261 / 4338-3484 Escritório SANU: 4232-4085 Escritório FUG “ABC”: 4238-5042 www.santuariosaumbanda.com.br federacaoabc@terra.com.br setembro de 2017
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PARTICIPANTES
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SETE CAMINHOS DE OGUM
Canto e encanto e em paz com o sagrado eu danço
Unidos p , a d n a b Um
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TIÃO CASEMIRO Alô meus amigos Umbandistas, fico honrado em participar do 8º Festival Aldeia de Caboclos, sempre será um prazer fazer parte desta grandiosa Festa. Vai vendo!!!
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NTO IMBA E CA R U C E D ESCOLA O OGÃ maboclos, se ESPAÇO D Aldeia de C .
l da elham o no festiva e se assem participaçã pósitos qu ro ra p ei s rc o entos o te m d a a Noss alecen s, ensin nidos e fort aprendida u ossa es s, N to çõ a n li d ju s, s a pre s cantado construíd o to n sã o p es e d a Novas amiz s através das canções mbanda. ado eligião de U compartilh Sagrada R
pela primeira vez do 8° Fes de liberdade tival de Curim é uma honra ba - Um grit para nós, on valores da n o de podemos ossa casa, lo pe uv rpetuar os an xás na nossa do e agradece vida, confrat ndo a presen ernizando co ça dos orim os nossos grandeza da irmãos de fé Umbanda. a
BOCLO A C A AS ND UMBA O DAS MAT E D O Ã TEMPL E SULT Á B de M A estival TUPIN do 8º F r nosso r a ip te tic
TUPÃ ÓCA DO CACIQUE AYMORÉ "Nós da Tupã Óca do Cacique Aymoré nos sentimos lisonjeados em poder participar pelo segundo ano consecutivo do maior evento Umbandista do Brasil. Levar adiante a nossa mensagem, mostrar a quem não a conhece, sempre foi uma luta importante e difícil, porém sabemos que com união e perseverança, cultivamos nosso lugar. Seja em nossos terreiros, seja em eventos, seja no nosso dia-a-dia, devemos sempre carregar a bandeira branca de Oxalá e não sentir vergonha de nossa fé. Obrigado a família Aldeia de Caboclos por se dedicar todos os anos à realização dessa enorme festividade"
sa par é man iossa ca de Caboclos o e fortalec n a r a P ã “ ç ia a ” e a iz t ld n is ater ba A mband Curim união, confr ento U im e v d o om laço de tod mento
SAMBA DE JORGE tem "Festival de Curimba - Um grito de Liberdade, Samba, como o canto dos Orixás"
TENDA ESPÍR ITA DE UMB ANDA CABO BOIADEIRO CLO E VOVÓ LU ÍZA Participar
a voz do nosso
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FILHOS DO OURO
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ssas preces. Que s ou pelo no canto das no "No toque das curimba bater a intolessamos levar a paz e com através dos festivais po " todos! rância religiosa, axé à
está participando "Para nós da família Filhos do Ouro é uma honra São Paulo. Para de ba curim de pela primeira vez do maior festival DE história GRAN dessa parte fazer cando todos nós é muito gratifi da Aldeia de Caboclos".
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CURIMBA EMORIÔ z um misto de ô, participar deste evento tra "Para nós da Família Emori tificante, seja gra is ma e editamos que a maior sensações inexplicáveis e acr união e axé!" de te ren cor a em uma só voz, um a junção de todos cantando
nho em m ONHO. So S s a n e p a é ADE!" sem ação na REALID " Vontade
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ÓBÁRÀ ÁSE REALIZA INAUGURAÇÃO EM GRANDE ESTILO No dia 09 de setembro a loja Óbárà Áse realizou um grande evento de inauguração. Com organização impecável e grande variedade de produtos, a loja apresenta diversidade e preços especiais. Osasco merece uma grande loja de artigos religiosos, não deixe de conhecer a Óbárà Áse, tenha certeza que você estará adquirindo produtos de ótima qualidade com preços especiais de inauguração
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ANIVERSÁRIO DO TERREIRO DE UMBANDA SR OGUM E MAMÃE OXUM CABOCLO GIRA MUNDO No último dia 26 de agosto, comemoramos o aniversário do Terreiro de Umbanda S.r. Ogum e Mamãe Oxum Caboclo Gira Mundo, localizado em Guarulhos, SP. Nossa casa tem como fundamento o auxílio espiritual e emocional ao próximo, com amor respeito e união. Tivemos a presença de amigos e fundadores do templo. Foi um momento de grande alegria e muitas lembranças! Nossa casa já passou por muitos momentos de alegrias, mas também por diversos ataques de intolerância religiosa, porém seguimos na fé em Oxalá em continuar nossa missão de caridade. Nossa Mãe de santo procura seguir os preceitos passados a ela pelos nossos antepassados: Saudoso Pai Jaú e Caboclo de Ronda da Beira Mar. Nossos trabalhos acontecem as sextas feiras a partir das 20:00h. Que nosso Pai Oxalá abençoe esta casa. Que Sr. Ogum abra os caminhos de todos que por aqui passarem Que mãe Oxum cubra com o manto sagrado de amor e proteção a todos. Axé! Endereço: Rua Geremias Joaquim Pereira, n. 15b Guarulhos-SP Facebook: filhos de fé Whatsapp: 94128-4297
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de no 8º Festival de Curimba 3º Encontro Umbandista 12 de Curimbas Aldeia de Caboclos Encontro de Médiuns º 13 Oxalá Nos Uniu 2017 Endereço: Rua Juventus Nº 690, e Curimbas FENUG Mooca - SP Local: Chácara das Flores
Entrada: 25,00 Ingresso Individual
Realização: Escola de Curimba e arte 10º Anos do Templo Umban dista Aldeia de Caboclos Escola Ventos de Aruanda
Endereço: Av.. Dom Jorge Marcos de Oliveira Nº 30 - Vila Guiomar- Santo André Horário: 14:00 Hrs Realização: Adriano Camargo
Endereço: Est. Municipal Itapecerica Nº 210 Jd. Marlene Miranda –Taubapé – SP (Referência: Rod. Oswaldo Cruz- Km 2,5 Sentido Ubatuba – Saída para COMEVAP) Realização: Escola de Curimba Caboclo Gira Sol e templo de Umbanda Caboclo Pena Branca
18 de novembro
2º Grande Encontro dos 19 de novembro Encontro de Curimba e 15 de novembro Um Líderes da banda e Candomblé Dança Juntos Somos a nd ba Um de a an m 8º Se Endereço: Rua dos Bolivianos, Nº 354 mais Fortes Vila Rio Branco - Ermelino Matarazzo o ul Pa o Sã de na Cidade Horário: 12:00 Local: E.E. Dom Pedro Local: Parque da Mooca - Mooca Entrada: Rua Taquari Nº 635 e arte Umbandista mba Curi de la Esco o: Realizaçã clos Aldeia de Cabo
Endereço: R: Américo Gomes da Costa Nº 59 São Miguel Paulista – São Paulo Realização: Radio Vinha de Luz, Web Radio Batuqueiros da Luz, Voz dos Orixás e Radio Toques de Axé
" Umbanda, a fé que me guia" 12 de novembro às 12:00hs ue CECAP Local: Ginásio do clube do parq Av. Monteiro Lobato, 3.415, jardim Cumbica, Guarulhos, SP perecível Entrada 1 kg de alimento não
26 de novembro 13º Atabaque de Ouro
Magalhães, 160 Endereço: Estrada Intendente Vila Valqueire- RJ-21341-332 Horário: 12:00 Entrada: Reserve seu Ingresso Informações: 21-97032-9289
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Foto: Divulgação
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ERVEIRO NA ALDEIA – A BUSCA DA FELICIDADE Salve sagrada turminha do bem. Nossa natureza é o bem e isso é indiscutível. A busca da felicidade, ou do simples bem-estar é contínua em nossas vidas. Não importa a condição financeira, ou o momento que estamos enfrentando, sempre estaremos buscando “ficar bem”. Os especialistas no assunto, no campo das pesquisas acadêmicas, apontam essa busca em alguns sentidos. E apontam também as ferramentas que ajudam nesse caminho. Uma desses caminhos, dotado de poderosas ferramentas, é o caminho religioso. Não exclusivamente, é claro, pois muitas pessoas não tem uma religião, mas são dotadas de um senso de religiosidade maior do que vários que gritam suas palavras sagradas na tentativa de convencerem a outros, e principalmente convencerem a si mesmos. Isso mesmo, convencer a si mesmos. O ser humano precisa de apoio do grupo, e na ilusão de estar acertando, precisa de cúmplices o tempo todo. É a velha estratégia - “se estiver errado, pelo menos não vou sozinho para o inferno...” Cada religião abraça seus fiéis de acordo com o seu momento, e oferece recursos para esse filho de Deus, através dela, a religião, de se ligar a Ele. Eu não conheço nenhum terreiro de Umbanda que seja seletivo, no sentido de não deixar entrar uma pessoa que não seja Umbandista. A Umbanda como religião que é, não prega o proselitismo, ou seja, táticas de conversão e tentativa de convencimento para que arrebanhe fiéis de outras religiões, apontando apenas para si, pois aqui é ou seria o único caminho da salvação. Muito pelo contrario, tentamos o tempo todo justificar nossa religião e nossa opção religiosa, tentando apagar certas manchas que nos impõem, seja a mídia, sejam outras religiões que tem nas guerras santas a sua bandeira. A Umbanda respeita Deus em todas as suas manifestações, e por ter recebido influência das religiões mais antigas, aprendeu a conviver com seus conceitos e preceitos e até a utiliza-los em sua liturgia. Ainda vemos terreiros que param suas atividades no período de quaresma, mesmo essa sendo um conceito católico-cristão; não vejo problema algum em rezar um pai nosso ou uma ave Maria dentro do ter-
reiro, alias, o próprio sinal da cruz, que alguns afirmam ser de outros meios religiosos, vale lembrar que se não fosse sagrado para nós, na Umbanda, os Pretos Velhos deixariam de fazê-lo também, não é?
Procurar ter pessoas bacanas à nossa volta, faz com que compreendamos todos os outros seres humanos. Manter períodos onde a solidão é necessária para o autoconhecimento ajudam muito.
Bem, falando de felicidade e religião, esse é apenas um dos pilares dessa busca do ser humano. Encontramos alento em fazer parte de algo maior. Na média, as pessoas religiosas se sentem mais felizes e seguras – é como saber que, se você não souber a lição de casa, seu pai, ou sua mãe, irão te ajudar.
Dedicação em todos os campos da vida. A diferença entre um trabalho maçante e um prazeroso, pode ser a sua conduta. Buscar desafios que façam com que nossos esforços não se enferrujem. Exercitar mente e músculos faz muito bem!
Pessoas que encontrar prazer na sua religião além de sentirem segurança, tem menos depressão e ansiedade. A impressão de que Deus, ou no nosso caso, também nossos Orixás e Guias Espirituais estão nos olhando e nos ajudando, nos confortam, e nos garantem que as injustiças serão sempre desfeitas e corrigidas e nossos esforços reconhecidos. Sentir-se bem e também fazer com que outros se sintam bem, independe de religião, mas está proporcional à religiosidade. Esse senso comum, divino e tão humano, essa necessidade de saber, “de onde eu venho, quem eu sou, ou pra onde eu vou, ” garante esse significado e justifica a busca. Fazer o bem faz bem...! Por isso, convido a todos os praticantes, médiuns, sacerdotes, cambones, curimbas, simpatizantes da nossa amada Umbanda, a refletirem a respeito: sou religioso por que preciso, porque me impuseram, ou porque simplesmente eu quero, gosto, me sinto bem e assim melhoro, me transformo no bem a cada dia e a cada encontro, gira, trabalho ou ritual, não importa como se chama, a cada um me sinto melhor, mais forte e seguro e na certeza de que estou no caminho do bem, da saúde e prosperidade espiritual que levam, sem duvida nenhuma à realização em todos os sentidos? Questionar é valido e reafirma nosso propósito do bem.
Colocar significado nas coisas. Perdão e gratidão são verdadeiros imãs para a felicidade. Enfim, coragem para ser feliz. Existem pessoas que por não acreditar, ou não ter coragem de acreditar que podem ser felizes, simplesmente felizes, acabam não sendo. A felicidade está dentro, e para manifesta-la do lado de fora é preciso primeiro encontra-la. Aos médiuns, sintam-se bem com o trabalho espiritual que realizam, com a presença dos guias em seu campo mediúnico. Aos sacerdotes, sintam-se bem com seu trabalho e com a condução que dão aos seus comandados. Aos cambones e curimbas, sintam-se bem ao ajudar nos trabalhos espirituais. Aos assistentes e consulentes, sintam-se sempre melhores do que chegaram ao terreiro. Está dentro, e não fora. Apenas permita que se manifeste, e seja feliz! Escrevendo de coração, me sinto feliz! Bênçãos de Mamãe Natureza em nossas vidas! Muito obrigado a todos, minha gratidão sempre!
Não há receita para a felicidade e aqui estou escrevendo de coração, apenas apontando para esse caminho religioso, que eu escolhi para mim como busca dessa tal felicidade em todos os sentidos. É claro que não vivemos apenas nos meios religiosos e é importantíssimo lembrar que essa segurança se expande e alcança todos os outros campos de nossa vida. Sentir prazer nas coisas simples, guardar esses momentos na memória, lembrar deles nos momentos difíceis, pois irão acontecer, senão a busca da felicidade não faria sentido.
Adriano Camargo - Erveiro da Jurema – É Sacerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com Ervas, banhos defumações e benzimentos. adriano@ervasdajurema.com.br www.oerveiro.com.br
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Mãe Oxum e as Diversas Faces e Fases do Amor A fórmula mais simples já criada pelo homem se refere a termos que geram igualdade entre si, como, por exemplo: amor + amor = amor. Independente da forma em que será manifestado, o resultado sempre será o mesmo.
favorito passa na televisão e, eventualmente, concluirá que sentimentos são difíceis demais para se entender e devem ser deixados debaixo de alguma caixa de brinquedos para se analisar mais tarde. Caixa que ama também, aliás.
Sem fugir dessa formula citada, temos uma Divindade chamada Oxum, mãe das cachoeiras, do ouro e da fertilidade, também muito conhecida dentro dos cultos de Umbanda e Candomblé como a manifestadora pura do amor sublime e incondicional; amor esse que se apresenta de várias formas e intensidades ao longo da vida de todos, sendo em todas elas essencial para a formação e evolução de qualquer indivíduo.
O pré-adolescente decidirá que esses amores eram simplesmente perda de tempo (no máximo um “gostarzinho”) e que, agora sim, compreende perfeitamente o que ele é e… Bem, a quem pertence. Após concentrar seus esforços em impressionar o alvo de seu afeto, é provável que perceba que “não será tão fácil assim” e que a classificação “romântico” exige reciprocidade; coisa que jamais precisou conquistar, pois seus pais, amigos e coisas favoritas sempre lhe davam com pouco ou nenhum esforço. Frustrandose ou não; aprenderá uma bela lição.
Veja que o embrião não nasce sabendo amar, contudo enquanto em desenvolvimento no ventre de sua mãe, receberá amor o suficiente para permitir que saia e respire os primeiros aromas da vida. O pequeno ser humano será ignorante quanto aos encargos da frase “eu te amo”, mas falará a todos (e tudo) que, aos seus inocentes olhos, façam-o sentirse aquecido por dentro; como que de volta aos dias em que era protegido pelo calor do corpo de sua progenitora. A criança aprenderá que o que lhe arranca boas risadas também pode ser amado e se questionará sobre a diferença entre o “te amo” que diz àqueles com os quais se importa e o que fala quando seu desenho
O adolescente já terá bem definido em sua cabeça que o amor é como um arco-íris de cores infinitas e finalmente puxará a pauta “sentimentos” de debaixo da antiga caixa de brinquedos, assoprará o pó para longe e sentará frente a frente consigo mesmo para começar a organizar e categorizar “o que é o que” em sua montanha-russa emocional. A perda de tempo se tornará o amor incondicional e nele estará suas pessoas mais preciosas, os “quem’s” ficarão na parte das coisas passageiras e, talvez um dia, algum deles seja promovido para a parte das definitivas e morará junto com seus passatempos favoritos e aquela série de televisão que não larga por nada.
O adulto assimilará – enfim – que a paciência e o perdão também são demonstrações de amor, buscará a pura expressão do sentir em si mesmo e sairá numa longa jornada de autoconhecimento. Durante suas buscas internas e infinitos questionamentos irá se deparar com algo chamado “Deus”, uma energia que estava lhe acolhendo silenciosamente desde seu nascimento; desvendará então o presente inestimável que esse Deus lhe entregou aos poucos enquanto crescia espiritualmente: o amor pelo invisível, pelo intocável, pelo simples acreditar... O amor advindo da fé. O idoso encontrará na calma, a paz, e na vida… O amor que tanto buscou desesperadamente nos outros. Encerrará suas viagens abraçando de bom grado a essência de sua existência e percebendo que nada foi por acaso. Lembra-se, irmã(o) , da fórmula que primeiro citei nesta minha pequena divagação? Pois então, pegue papel e lápis, escreva amor + amor = amor e comprove que, independente do termo, situação, pessoa ou deus, ainda sim será amor ao final. Alan Barbieri Sacerdote Umbandista do Templo Escola Casa de Lei Alan Barbieri Contato: (11) 2385-4592 Email: barbieri.empresa@gmail.com
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VIDA DE OGÃ Quando chegamos num terreiro e a Gira começa, o coração acelera na primeira batida do atabaque. E a Curimba nos hipnotiza, nos fascina, nos encanta. Parece que nosso coração já não é mais nosso, agora bate seguindo o som daquele tambor.
Por incrível que pareça... Ogã tem vida normal! É uma pessoa comum, com uma profissão igual a de outras pessoas. Mas, ali, na Gira, ele parece um ser encantado movido a som, e que sem som, ele simplesmente desliga a pilha!
E o toque faz alguns estremecerem, outros suarem, tem até aqueles que ficam com lágrimas nos olhos e a garganta apertada..., mas todos, sem exceção, têm vontade de se mexer e sair dançando!
E quando falamos de Ogã, aparecem muitas perguntas.... Quem ele é? Tem mediunidade de Ogã? Incorpora? Como começou na Umbanda? Nasceu com um dom divino? Precisa estudar? Fez desenvolvimento mediúnico? Faz aula de canto? Tem um HD na cabeça para decorar todas as músicas? Pode se casar? Pode cobrar para tocar? Precisa iniciar-se?
E quando olhamos para os lados, vemos muitos balançando a cabeça, batucando nas pernas (você sabe que perna vira atabaque de improviso, né?) e batendo os pés no chão para acompanhar aqueles som que parece que sai de dentro da gente! E nesse transe, de repente, nosso olhar vai para os donos das mãos que estão dando vida para o couro. E vemos os Ogãs, Curimbeiros, Atabaqueiros, Macumbeiros do Tambor – cada um chama de um jeito. E eles tocam como se o atabaque fosse a extensão de suas mãos... como se pessoa e instrumento se juntassem numa única entidade: a Curimba! E eles tocam e tocam e tocam incansavelmente durante a Gira e os Orixás dançam e reverenciam o Poder dos Atabaques. Tem Ponto que dá vontade de levantar e guerrear. Tem Ponto que dá vontade de chorar (e a gente chora mesmo!). Tem Ponto que faz a gente pensar. Tem Ponto que nos dá saudade... saudade de algo que nem conseguimos mais lembrar – talvez saudade da Aruanda! E a Gira acaba, fechamos a Jurema e o atabaque repousa e descansa silencioso até a próxima Gira. Mas e o Ogã???... Repousa silencioso ao lado do atabaque até a próxima Gira?
E num bate papo com meu amigo e professor Ogã Rafael Gomes, durante um intervalo da aula de Curimba, falamos exatamente de como é difícil enxergar a pessoa, o médium, o umbandista por trás do Atabaqueiro. Foi quando o Rafael me contou de um projeto de entrevistar Ogãs e Curimbeiros para contarem “seus causos” de Curimba, de Gira, de Umbanda, de vida. E me perguntou se eu queria participar desse projeto. Imediatamente, abracei a ideia... e assim nasceu o VIDA DE OGà – um programa de conversas informais com Ogãs experientes – para falar, perguntar, dar risada e tomar um café com axé... muito axé! E no dia 3 de julho de 2017 nasceu o primeiro VIDA DE OGÖ transmitido ao vivo simultaneamente pelo Facebook, Youtube e Instagram. E o convidado foi o grande mestre e mentor do Rafael e meu amigo de longa data, o Ogã Severino Sena (Diretor e idealizador da Escola de Curimba Tambor de Orixá e autor de 2 livros de Curimba). Foi uma tarde deliciosa, com muitas risadas a aprendizados. O mais legal foi que, por ser um programa ao vivo, muitas pessoas puderem fazer suas pergun-
tas e receberem o conhecimento direto da fonte – um dos melhores professores de Curimba da atualidade! Depois, em agosto, conversamos com o Pai Sandro Luiz, que começou sua jornada como Ogã e hoje é o Dirigente Espiritual do T.U Caboclos Tupinambá e Sultão das Matas. Além de uma voz incrível, o Sandro “recebe” direto do Astral lindos Pontos que mexem muito com nossa alma. Agora, na segunda 4/set, recebemos o Pai Engels de Xangô, que nos presenteou com todo seu carinho (ele é puro carinho!!!) e sua tranquilidade de contar as lindas histórias de sua trajetória como umbandista e como Ogã. Pai Engels também nos presenteou com a presença da D.Ivone de Oxum – carinhosamente chamada de “vovó” – que chegou quietinha... Mas na hora de cantar, soltou seu vozeirão de Diva que abalou o terreiro e a vizinhança! E agora, a proposta é de mensalmente trazer um Ogã para conversar de Curimba ao vivo conosco! E com certeza, não poderíamos deixar de estar presentes no 8º Festival de Curimba Aldeia de Caboclos – transmitindo ao vivo mais um VIDA DE OGÃ. Te esperamos lá!!! E para conferir os 3 primeiros programas: Facebook (www.facebook.com/Fabiana.Carvalho.Recanto. dos.Saberes) e Youtube (www.youtube.com/fabiana.carvalho) Fabiana Carvalho
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Sem Caridade Não Há Salvação Em meados de 2010, um querido amigo perguntou se havia a possibilidade de ajudarmos uma casa de repouso que estava em situação muito delicada. Prontamente dissemos que sim, sem ao menos entender da situação. Visitamos a Casa de repouso Morada do Sol, situada em Embu-Guaçu e constatamos que a situação era realmente muito precária, já que a Casa não contava com nenhum auxilio. Foi ai que surgiu a idéia de promover uma feijoada beneficente para angariar fundos. Mas por que uma feijoada? Porque o feijão preto, além de ser um dos pratos da culinária do Orixá Ogum – Regente da nossa Casa- é também a comida dos nossos queridos e amados Pretos Velhos. Iniciamos então a ONG Projeto Social Força Divina dentro do Templo da Luz Divina de Ogum. Ainda hoje auxiliamos a Casa de Repouso Pousada do Sol com alimentos, leites e suprimentos. Em uma festa de Cosme e Damião, o Erê Chiquinho, que é a entidade que trabalha com o Pai Alex, pediu para que iniciássemos um trabalho caritativo com crianças. Ao final de todas as festas de Cosme e Damião, distribuímos, mas de 2.000 saquinhos de doces a crianças carentes. Há mais ou menos 4 anos auxiliamos o NAB, Núcleo Assistencial da Brasilândia, onde são atendidas 170 crianças com deficiência neurológica. Visitamos e auxiliamos creches, abrigos e asilos. No final de 2014, em conversa com o Pai Alex,
expressei meu desejo de distribuir alimento no centro de São Paulo. Para minha alegria ele disse que também era um desejo dele, mas não sabíamos como começar. Na gira de preto velho, Pai Joaquim, guia chefe da casa, disse que se fosse para alimentar os irmãos que passam dificuldades, que fosse com a comida deles, a feijoada. Assim, nasceu mais um dos nossos projetos com o direcionamento da espiritualidade. Em 2016, por um infortúnio, meu filho ficou muito doente e ficou internado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Não encontrei maneiras de agradecer a cura do meu filho, contudo achei uma forma de agradecer à Santa Casa; todas as festas da ala pediátrica, promovidas pelo hospital, auxiliamos. E não há nada no mundo que nos deixa mais feliz do que ver todas aquelas crianças (de abrigos, carentes, das creches e da ala pediátrica) sorrindo, tendo um momento de alegria. Hoje, além de auxiliarmos todas estas instituições, também distribuímos cerca de 100 cestas básicas por mês a famílias carentes. Esta é a nossa historia caro irmão, onde contamos com o auxilio de muitos amigos, pois sozinhos nada fazemos. Agradeço a todos pela confiança em nosso trabalho. “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar.” Axé Tatiana Alves Rezende - Projeto Social Força Divina
9 9877-2354 umbanda@tendadeumbanda.org www.tendadeumbanda.org
Fundado em: 18-01-1975
Trabalhos Espirituais aos Sรกbados as 19:00 hrs Avenida Vila Ema, 3248- Vila Ema Sรฃo Paulo/SP Tel.: 11 2604-5524 / 98564-1207
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