Artefato - 11/2012

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o t a f e t r a

º7 Ano 13, n ão ç a ic n de Comu rasília do Curso B o e ri d tó a c ra li bo ade Cató ita Jornal-la ão gratu Universid distribuiç de 2012 Social da ovembro Brasília, n

Vias livres

Foto: Alexandre Magno

Mão única e túnel podem solucionar caos do trânsito em taguatinga. proposta otimista deve beneficiar 1 milhão de pessoas. p. 4 e 5 Menos transtorno

Justiça Volante se apresenta como solução para colisões de trânsito e morosidade da justiça comum. p. 7

Arte em pauta

Cineclubes funcionam como construção coletiva no dF. Atualmente existem 40 em atividade. p. 23

Controle o doce

A cada oito segundos uma pessoa morre vítima do diabetes. Governo distribui medicamentos de graça. p. 12 e 13

Estética infantil

Crianças são alvos fáceis da indústria de cosméticos. Médicos alertam para os riscos. p. 18

Força e concentração Esporte novo na cidade, o slackline tem condicionamento comparado ao da yoga e do pilates. p. 16

Foto: Ricardo Felizola


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OP

editorial

I N I ÃO

artefato

Expediente Jornal-Laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília Ano 13 nº 7, novembro de 2012 Reitor: Dr. Cicero Ivan Gontijo Diretora do Curso de Comunicação Social: Prof.ª Angélica Córdova Machado Miletto Editores-chefes: Bruno Bandeira e George Magalhães Editores de Arte: Carolina Meneses e Everton Lagares Editores de Web: Gabriela Costa e Sheylla Alves Editores de Fotografia: Alexandre Magno e Gabriella Avila Subeditores de fotografia: Guilherme Barros, Juciane de Lima, Karinne Santos Viana, Luíz Fernando de Sousa, Luiza Stefany, Raiane Samara Editores de texto: Bianca Lima, Guilherme Assis, Jéssica Paulino, Mayra Rodrigues, Rayna Fernandes, Wilma Mendonça Diagramadores: Alana Letícia, Giullia Chaves, Jussara Rodrigues, Lorena Vale, Paula dos Santos Checadores: Ludmila Rodrigues e Silvania Sousa Repórteres: Aline Baeza, Bárbara Nascimento, Fernanda Xavier, Francisco Daniarle, Kleyton Almeida, Ludmila Rodrigues, Marília Lafetá, Natália Almeida, Rosália Almeida , Samanta de Lima, Silvania Sousa, Silvia Guerreiro, Suélen Emerick, Thiago Baracho, Vinicius Rocha Fotógrafos: André Andrade, Alex Santos, Bárbara Nascimento, Flávia Fonseca, Flávia Simone, Henrique da Silva Carmo, Jusciane Matos, Luíz Fernando Souza, Karinne Rodrigues, Murilo Lins, Renato Gomes, Rhayne Nunes, Ricardo Felizola, Rosália Almeida, Walquíria Reis Monitora: Fabiana Sousa Professoras Responsáveis: Karina Gomes Barbosa e Fernanda Vasques Orientação Gráfica: Prof. Moacir Macedo Orientação de Fotografia: Prof. Bernadete Brasiliense Tiragem: 2 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA EPCT QS 07 LOTE 1 Águas Claras - DF CEP: 71966-700 Tel: 3356-9237 - artefato@ucb.br

A serviço do cidadão

Bruno Bandeira e George Magalhães

A

intenção da terceira edição do Artefato é informar com qualidade, de maneira útil e com novidades ao brasiliense. Apostamos em fornecer ao leitor informações relevantes do seu dia-a-dia. A matéria de capa apresenta quais as mudanças que vias de mão única em Taguatinga sofrerão. O objetivo é desafogar a circulação de veículos. Outro projeto que, parece, vai sair, é a criação de um túnel sob a avenida central da

cidade. A região começa a ganhar contornos viários de metrópole. Para quem procura opções de cultura, nós oferecemos infográfico sobre cineclubes da capital. Também como serviço ao cidadão, a matéria sobre a atuação da justiça volante mostra ao leitor o serviço eficiente e pouco difundido, muito útil em momentos de acidentes de trânsito. E, em meio a tantos assuntos sérios, de repente você está an-

dando pelo parque quando se depara com pessoas que se equilibram em cima de uma corda e praticam o slackline. O Artefato buscou saber por que essa modalidade que junta equilíbrio e concentração pode ser vista em cada ponto onde se encontra sombra, árvores e uma corda. Esperamos ser úteis. Se conseguirmos, fizemos jornalismo e cumprimos nossa função social.

COLUNA DO HERALDO

NÃO EXISTE ACASO EM SP N

ovamente a zebra eleitoral deu as caras. Dessa vez de uma forma bem sutil. No último dia 28, o bacharel em Direito, com currículo extenso no que diz respeito à política, Fernando Haddad deixou pra trás Serra, Russomano, Chalita, Soninha, Netinho de Paula, tucanos, verdes, azuis e simpatizantes. Disputando a corte maior da cidade de São Paulo, o autor de “O Sistema Soviético”, “Em Defesa do Socialismo”, “Desorganizando o consenso” e “Sindicatos, cooperativas e socialismo” – e futuro prefeito, tem uma missão simples pela frente: gerir a cidade que mais consome no Brasil. Haddad começou sua campanha em busca da prefeitura de SP com desvantagens. No início de maio, o candidato aparecia com 4% dos votos, provavelmente apenas dos moradores do Largo de São Francisco onde seu pai começara a vender doces numa esquina perto da USP – vários doces.

Pintura de Rembrandt reflete visão do artista sobre a corrida eleitoral em SP

Incrivelmente – alguns diriam que “por obra do Divino” – o cinquentão chegou à reta final da disputa com mais de 3 milhões, três brilhantes milhões de votos, e abocanhou o cargo. Cingido pela bênção da atual presidente(a) do Brasil, Dilma R., muitos duvidam que o feito tenha ocorrido naturalmente. Filósofos, poetas, estudantes de Física Quântica e alquimis-

tas do PV se reuniram e acreditam, por consenso, que isso já era de se esperar vindo de um partido onde a maçonaria reina escancaradamente. Não é banal que o nosso querido e antigo presidente tenha se curado de um câncer incurável. Milagre ou não, Criolo condena: “Não existe acaso em SP”. * Não há semelhanças entre a vida real e o jornal.


S AT É LITES

trÂnsito

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À esPerA de TrANsPorTe

proposta do dFtrans estuda regulamentar contratação de empresas particulares que transportem pessoas dos condomínios para a área central do plano piloto Rafael Alves

Foto: Flávia Simone

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uem mora em condomínios no Distrito Federal sofre diariamente com a falta de alternativas para utilização do transporte público. A distância das principais vias, a falta de coletivos e a precariedade dos ônibus são as principais barreiras encontradas diariamente. O DFTrans estuda regulamentar a contratação de empresas particulares que façam o transporte de pessoas dos condomínios para a área central do Plano Piloto. O órgão atuaria na indicação de itinerários, locais de parada e transportes utilizados. A empregada doméstica Luiza Cardoso mora em Águas Lindas de Goiás e trabalha em Vicente Pires, região que abriga uma série de condomínios e que é atendida por linhas regulares, mas precariamente. Ela diz que todos os dias tem dificuldade para voltar para casa. “A ida é muito tranquila, mas a volta é sempre complicada. Sair de Vicente Pires para qualquer lugar é um sofrimento. O ônibus demora e quando passa já está lotado.” De acordo com diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella, a alternativa pode diminuir o grande fluxo de carros nas ruas diariamente. Ele ressalta que a proposta servirá para complementar o serviço básico de transporte público. “Por essa regulamentação o condomínio teria condições de fazer um contrato de natureza privada com um trabalhador autônomo ou uma empresa que colocaria ônibus de qualidade, com poucos pontos de embarque e desembarque dentro dos condomínios e nos principais locais de trabalho dos moradores. Nós queremos oferecer um serviço alternativo. Não vamos definir tarifas. O morador vai ter duas al-

Trabalhadora aguarda ônibus em Vicente Pires. Região pode ser beneficiada por decisão do DFTrans

ternativas, o serviço básico que será licitado pelo governo e o transporte contratado pelos condôminos.” Na prática, a proposta do GDF transfere aos condomínios a responsabilidade de oferecer transporte público a moradores e trabalhadores e, dessa forma, as linhas privadas não seriam caracterizadas como transporte ilegal. Áreas na mira do DFTrans seriam o Colorado, condomínios de Sobradinho e outros próximos à Ermida Dom Bosco. Todos são considerados áreas amplas mas isoladas – muitas vezes, as pessoas caminham quilômetros até a parada.

para a área central de Brasília, mas a burocracia emperrou o andamento do projeto. A presidente da União dos Condomínios Horizontais no DF (Única), Junia Bitencourt, acredita que, se sair do papel, a alternativa pode beneficiar os moradores. Mas é preciso estudar e diferenciar o transporte em cada região do DF. “Já houve outras tentativas no passado de fazer algo semelhante, mas impedimentos legais não fizeram com que o projeto prosperasse. É muito válida a discussão, a ideia é boa e será bem aceita pelos moradores. Existem condomínios de tamanhos diferentes, com população que deve ser servida de forma diferente. Já é Outras tentativas um grande passo para uma solução Moradores já tentaram estabele- de demanda de transporte que não cer meios alternativos de transporte existe nas regiões de condomínios.”

O DFTrans ainda não estipulou nenhum prazo para que a nova medida comece a vigorar. Devem ocorrer audiências públicas e reuniões sobre a proposta. A presidente da Única, apesar de favorável à ideia, se mostra reticente sobre a implantação.

sAiBA MAis • Atualmente o distrito Federal possui quase 600 condomínios horizontais; • Cerca de 40% são regularizados; • pelo menos ¼ da população do dF mora em condomínios horizontais; • A área do Lago Sul é a que possui melhor transporte de pessoas para a região central do plano.


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ES T I L É S AT

obras

Mudanças no trânsito de Taguatinga: tentativa de melhoria Projetos em andamento prometem facilitar tráfego de três das maiores regiões administrativas do DF

Bianca Lima e Silvânia Sousa

Foto: Flávia Fonseca

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oi aprovado pela Secretaria de Obras do GDF um projeto que propõe mudanças no trânsito de Taguatinga. O objetivo é transformar as vias na região da Praça do DI, em Taguatinga Norte,em pistas de mão única para diminuir engarrafamentos e acidentes. Outra proposta é a criação de um túnel sob a avenida central da cidade. De acordo com a proposta, as pistas serão de mão única, também com o intuito de acabar com constantes congestionamentos e acidentes no local. A praça é bastante frequentada pela população brasiliense, devido ao grande número de bares, choperias e restaurantes instalados ao seu redor. Por dia, segundo o Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal (DER), circulam mais de 20 mil veículos no local. Foi realizada uma audiência pública, no dia 3 de outubro, com os moradores e com representantes do governo. O administrador regional de Taguatinga, Carlos Jader; o diretor-geral do Detran, José Alves Bezerra; o superintendente de trânsito do DER, Murilo de Melo; e outras autoridades de segurança estavam presentes. Na audiência, o projeto foi apresentado para a sociedade, que deu apoio à proposta. Na ocasião, 40 moradores estavam presentes. José Antônio Alves, 45 anos, vendedor que fica na praça do DI, aprova as mudanças e diz que é uma grande melhoria para a cidade e, principalmente para o trân-

Projeto já aprovado pela Secretária de obras do GDF tem o objetivo de otimizar o trânsito no centro de Taguatinga

sito, que ficará bem mais tranquilo. “O trânsito de Taguatinga será outro”, espera. De acordo com o Carlos Jales, a questão da mão única é uma das soluções que os engenheiros do Detran encontraram para solucionar o caos nas ruas taguatinguenses. “Todos esses projetos estão prontos e serão encaminhados para Detran e Novacap para que sejam efetivados. Vamos testar dessa maneira, mas, se for necessário, faremos novas intervenções”, afirma Jales.

SAIBA MAIS Em volta da praça do DI, se localizam as quadras comerciais CNA 01 à CNA 04. O nome se deve ao antigo Departamento de Imobiliária da Novacap, que ficava no local. Oficialmente a praça se chama Santos Dumont, apesar de poucos conhecerem este nome.

Túnel O orçamento já foi aprovado, agora só falta começar a construção do túnel por onde os carros que saem da Avenida Elmo Serejo, mais conhecida como Via Estádio, entrarão na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) – os veículos passarão por baixo do centro. Aqueles que chegam a Taguatinga pela EPTG também entram nesse túnel até o início da Via Estádio, logo após o viaduto da Avenida Samdú. Com a criação desse atalho, a


5 retenção de veículos nos cinco semáforos do centro de Taguatinga será evitada e as vias marginais darão acesso às avenidas Comerciais e Samdú Sul e Norte. Segundo o GDF, a obra está calculada em aproximadamente R$ 250 milhões e será realizada com recursos do PAC Mobilidade Grandes Cidades, que destinou R$ 2,2 bilhões para obras de infraestrutura na capital federal. Para o Secretário de Obras do DF, David José de Matos, o túnel, assim como a Praça do DI, é uma das prioridades do governo e uma necessidade para a melhoria do sistema de transporte. “O Corredor Oeste [nome da nova configuração viária] tem como promessa acabar com os constantes congestionamentos que se formam na entrada de Taguatinga, seja qual for o sentido. O projeto é antigo e necessário,” reforça. De acordo como ele, a implantação da obra começou a ser pensada em 1993, juntamente com o metrô. Só agora sai do papel e promete se tornar realidade. O túnel será linear e terá 830 metros. Começa logo após a descida do viaduto de Taguatinga, que irá fazer ligação com Samambaia e a Ceilândia. Desse modo, quem quiser ir para as duas cidades não precisará mais atravessar Taguatinga Centro. Serão três vias de rolamento expressas por baixo, duas vias expressas em cima, para veículos, e duas vias para ônibus (veja infográfico ao lado). A expectativa do GDF é que o projeto beneficie cerca de 1 milhão de pessoas – quase metade da população candanga. Mariângela Santos, 32 anos, passa pela EPTG todos os dias para ir ao trabalho e diz que a construção do túnel irá beneficiar muitas pessoas. “Com essa mudança vou poder sair de casa um pouco mais tarde”, afirma. A licitação deverá sair em novembro e a previsão de du ração da obra é de 18 a 24 meses até a conclusão.

Desvios A Secretaria de Obras não soube precisar como ficará o trânsito durante a construção do túnel. Contudo, a Administração de Taguatinga estima que a solução deve ser similar àquela adotada quando o metrô foi construído. No sentido Ceilândia-Taguatinga, o acesso será pelas vias Samdú Norte e Sul; já no sentido EPTG-Taguatinga, pelos pistões Norte e Sul.

36,2%

do tráfego do DF. É o percentual de deslocamentos diários na área afetada pelo túnel

407.031

Carros e ônibus serão afetados pelas obras

Fonte: Codeplan

O futuro centro de Taguatinga

Infografia: Moacir Macedo Fonte: Secretaria de Obras do GDF: http:// www.so.df.gov.br


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educa

ç ão

Incentivo

Literatura infantil divulgada com leitura Projeto criado por atriz coloca famosos lendo histórias para crianças Thiago Baracho

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contadores se dividiram em duas sessões diárias, em que cada personalidade ficou com um turno. “Nos dias que estivemos aqui muitos alunos e crianças se divertiram ouvindo histórias e brincando com os contadores” conta. Na programação sempre há uma intérprete para surdos. A preocupação com a acessibilidade é marca registrada do evento, como fala a idealizadora. “Aqui temos acesso para cadeirante e uma professora de LIBRAS para as crianças. É importante mostrar que basta pensar antes nessas pessoas que nada faltará, e todas as crianças vão sair daqui com um livro.” A iniciativa de deixar as crianças levarem livros para casa ainda fomenta a leitura que os pais fazem para os filhos. O público-alvo é formado por crianças a partir dos quatro anos, de todas as classes sociais, moradoras de qualquer região brasileira. O projeto já passou por Salvador, Rio de Janeiro, Belém e, depois de Brasília, estará em São Paulo. Na capital, o evento começou no dia 6 de Outubro e terminou no dia das crianças (12). No último dia quem ficou responsável pelas leituras foram a atriz da Globo Maria Foto: Thiago Baracho Paula e a professora e jornalista Dad Squarisi. Dad contou uma história sobre fadas e fez a criançada prestar atenção no conto. Sobre a importância de trazer o hábito da leitura disse: “A leitura multiplica a vida, enriquece nosso vocabulário, amplia a imaginação, e nos tornamos pessoas melhores por estarmos em contato com as diferenças”. O mercado de livros infantis é um dos mais movimentados no mercado editorial brasileiro, pois além de serem Crianças escutam com atenção a história do dia

equenos colchões coloridos em forma de livros espalhados por um salão, dezenas de crianças atentas, livros infantis e personalidades conhecidas. Foi essa a receita que a atriz Sônia de Paula encontrou para ajudar a divulgar a literatura infantil. As crianças entram no mundo fantástico onde tudo pode acontecer. Nesse mundo elas são guiadas apenas pela imaginação e pelos contadores de histórias. O projeto começou em 2010, pensando em uma forma de levar cultura e literatura para as crianças de todo o Brasil. O projeto “Lê pra mim?” foi idealizado por Sônia com o objetivo de levar autores e personalidades a lerem livros infantis para crianças pelo país a fora. A idealizadora do projeto diz que a presença dos famosos não só traz a identificação rápida das crianças, como mobiliza a mídia para a causa, mostrando para meninos e meninas pessoas bem sucedidas que curtem literatura. O projeto é gratuito, mas em alguns dias é reservado para crianças de escolas públicas e instituições de ensino especiais. “Geralmente escolhemos um centro turístico da cidade sede”. No caso de Brasília foi o Museu dos Correios, onde os

Foto: Márcio Dequiqui

Sonia de Paula, criadora do projeto e Dad Squarisi, uma das leitoras

vendidos em livrarias e pontos comerciais, são alvo de adoção por escolas e mercadoria de compra pelos governos municipais, estaduais e federais. É a produção de livros que mais cresce no Brasil, seguida dos livros didáticos. Os pequenos leitores, além de ser um público voraz, agora, enquanto pequenos, também serão os leitores e consumidores de cultura do futuro. Já marcaram presença no projeto personalidades como: Flávia Alessandra, Margareth Menezes, Cláudia Raia, Reynaldo Gianecchini, Alexandre Borges, Maitê Proença, Edson Celulari, Glória Maria, Gabriela Duarte, Julia Lemmertz, Marília Gabriela, Marisa Orth, entre outros.


quiqui

C I DA

justiÇa

DA N I

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resolução de iMPAsses seM BurocrAciA

Serviço gratuito facilita a negociação de envolvidos em acidentes de trânsito Gabriella Avila

Foto: Renato Gomes

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ranstorno. Esse é o nome para o que acontece quando há colisão entre veículos. Os motoristas envolvidos tendem a ficar nervosos com a situação, e a discussão de quem estava errado e de quem vai pagar os prejuízos pode ser desgastante e complicada. Se não for resolvida, a parte mais lesada pode levar o caso à justiça, o que requer mais tempo e mais estresse. Visando evitar que processos de simples resolução passem pelo burocrático trâmite do sistema judiciário, e como forma de facilitar o acesso do cidadão brasiliense ao poder judiciário, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) criou o Núcleo de Atendimento de Trânsito (Nuat), conhecido também como Justiça Volante. O serviço consiste em uma van equipada com uma espécie de Juizado de Pequenas Causas que conta com o trabalho de um policial militar e um conciliador oficial. Ao ser chamada pelo telefone , sempre pelos envolvidos e no momento do acidente, a van vai até o local e realiza a conciliação das partes de acordo com as leis de trânsito. O serviço é gratuito, mas há algumas especificações. Casos envolvendo carroça, bicicleta, carros de empresas ou diplomáticos não são atendidos. Se o acidente envolver vítimas, ou tiver causado danos ao patrimônio público, a Justiça Volante também não intervém.

Ao ser acionada pelo número 0800, a Justiça Volante vai até o local do acidente

Audiência Cláudio Henrique Gomes de Souza precisou da Justiça Volante no mês passado, após sofrer uma batida traseira no veículo. Quando o motorista do carro de trás não quis assumir o prejuízo, ele chamou o serviço para resolver oficialmente o impasse. Após uma hora de espera, a van chegou e ambos foram convidados para entrar no veículo e participar de uma espécie de audiência. Usando como base o Código de Trânsito, o conciliador explicou que, em casos como esse, a responsabilidade é do motorista causador da batida (quem bate atrás). Com a concordância das duas partes, um compromisso foi assinado, onde o culpado se comprometeu a pagar o conserto, e o caso foi resolvido. O supervisor do Nuat, Rogério Machado, explica a audiência: “Nosso atendimento só é possível

se as partes, por livre e espontânea vontade quiserem, pois como não há um processo, e sim um procedimento, é indispensável que todos os envolvidos estejam no local e queiram entrar na van e participar da audiência”, explica. “Quando não há concordância das partes, mesmo com a audiência também registramos oficialmente a petição inicial, com os pedidos de cada um dos envolvidos, e encaminhamos ao juiz para que ele decida”, esclarece Rogério. Cláudio, assistido pelo Nuat, aprovou o atendimento. “Se fossemos levar o caso para a justiça tradicional, levaria mais tempo, devido à burocracia do sistema. Resolvemos em 20 minutos o que demoraria dias”, comenta. Ele recomenda o serviço: “Passo o telefone para todos que conheço, pois funciona mesmo”.

Sistema judiciário Criado em 1990 pelo desembargador Hermegildo Fernandes, a Justiça Volante ajudou a desafogar o sistema do TJDF. “São mais de cinco mil acordo/ano, o que no mínimo evita um número de ações de reparação de danos em número próximo ou até mesmo superior”, explica Rogério Machado. “Isto tudo leva à economia de despesas, tempo e evita desgaste das partes”, completa. A maioria dos casos atendidos é no Plano Piloto, mas o número de atendimento nas cidades satélites está aumentando a medida que a população conhece mais o serviço.

regiões ATeNdidAs PelA JusTiçA volANTe Asa Sul e norte Lago Sul e norte Cruzeiro Sudoeste Octogonal Jardim Botânico park Way SAi SAAn Guará i Guará ii

Ceilândia Areal n. Bandeirante Riacho Fundo i Riacho Fundo ii taguatinga Vicente pires Águas Claras Candangolândia Samambaia Via Estrutural

serviço Justiça Volante 0800 644 2020 Segunda à sexta feira, das 8h às 18h


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I N A D I DA

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passeio

zoo ProJeTos

Fundação Jardim Zoológico de Brasília desenvolve iniciativas para promover educação ambiental para todas as idades Aline Baeza e Rosália Almeida

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Zoológico de Brasília é uma opção para distrair e divertir as crianças nos fins de semana. Inaugurado no dia 6 de dezembro de 1957, antes mesmo da capital federal, recebeu cerca de 1,2 milhão de pessoas em 2011. No último dia das crianças, 12 de outubro, foram 40 mil pessoas. O zoológico possui uma área de 139,7 hectares e, além dos recintos dos animais, conta com espaço para produzir a alimentação dos bichos, parque para camping, lagos artificiais, playgrounds, Museu de Taxidermia (leia box), áreas de passeio, estacionamentos e lanchonetes. Espaços bem conhecidos pelos brasilienses. Mas o que nem todos sabem é a quantidade de projetos desenvolvidos pela Superintendência de Educação e Lazer (Suel) e realizados pelo Zoológico, que promovem a inclusão, socialização, educação, consciência e responsabilidade ambiental. Zoo Toque É um dos projetos que tem parceria com escolas públicas que atendem deficientes visuais. Por meio do toque, os alunos percebem a forma, a textura dos pelos e penas e o calor do corpo dos animais. Todo ano uma escola é beneficiada, e durante os 12 meses os alunos visitam animais de diferentes espécies. Nesse ano, os alunos foram ao borboletário, ao espaço dos mamíferos, ao museu de taxidermia e também visitaram os felinos. Para Marcelle Carvalho, coordenadora do programa, o Zoo To-

que tem função lúdica, pois ao mesmo tempo em que as crianças se divertem com os bichos, também aprendem sobre a vida dos animais: “As crianças aprendem brincando. Elas conhecem os animais por meio do cheiro, do toque, dos sons. Isso estimula o desenvolvimento”, explica. Para acolher os deficientes físicos, existe o Zoo Especial que, em 2012, atende uma escola da 611 Sul. As atividades são parecidas com as desenvolvidas pelo Zoo Toque. Crianças na faixa etária de 7 a 12 anos das escolas públicas do DF recebem o Zoo vai à Escola. Nele, uma equipe do zoológico leva, diariamente, palestras sobre educação ambiental e animais taxidermizados. Férias e ressocialização O Zoo Noturno consiste em uma visita ao ambiente dos ani-

mais que têm maior atividade no período da noite. Os visitantes, sempre supervisionados por uma equipe, recebem informações e curiosidades a respeito dos bichos e também percebem como os animais podem se comportar de maneiras diferentes a cada período do dia. A Suel, em parceria com a Secretaria de Estado da Criança do Governo do Distrito Federal, desenvolve um projeto para ressocializar jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. São 10 adolescentes entre 16 e 20 anos. Lá eles assistem a palestras sobre educação ambiental e museologia, manejo com aves e mamíferos, exercem atividades laborativas a fim de despertar o interesse pelo trabalho e formação profissional. Há também a Colônia de Feras, que funciona na época de Foto: Rosália Almeida

férias escolares e atende crianças de 8 a 12 anos. Por meio de atividades lúdicas elas aprendem sobre educação ambiental. “Eu aprendi todos os dias a não ter medo dos animais, e sim respeitá-los porque eles não são maus, só são diferentes da gente e querem brincar”, reconhece Bianca Carneiro, que participou da colônia em 2011. Rafaela Ferro Moreira, diretora de conscientização ambiental do zoológico, ressalta a importância desses projetos. ”Observamos o interesse das crianças pelos projetos e o respeito que passam a ter pelos animais. Nossa preocupação é levar conscientização ambiental. E, felizmente, temos conseguido”, comemora.

Museu de TAXiderMiA taxidermia é uma técnica que prepara a pele de animais mortos, a fim de conservar ao máximo as características morfológicas que tinham em vida. A elefanta nely (foto ao lado), primeira moradora do zoológico, foi um presente de um embaixador da Índia para Juscelino Kubistcheck. Viveu 37 anos no oo e morreu em 1994 em função de uma artrose, adquirida pela idade avançada. Seu esqueleto está exposto no Museu de taxidermia.

Esqueleto da elefanta Nely auxilia alunos em aulas expositivas


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Diplomacia

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Símbolos da mediação entre nações Embaixadas atuam no relacionamento entre países e contribuem para estreitar relações

Para Ricardo Caldas, doutor em vez concluída, autoridades dos paírelações internacionais e professor ses deverão discutir os termos para da Universidade de Brasília, um a certificação”, informa a assessoria fator recente restringe a atuação de de imprensa da embaixada. A interferência do embaixador embaixadores em situações mais extremas. “Não existe mais monopó- permitiu que o debate sobre o tema lio de informações. A imprensa no- fosse aberto e as relações não tivesticia tudo em todos os países. Com sem prejuízos. O primeiro-ministro isso, o embaixador atua em assuntos canadense visitou o Brasil em 2011 e delicados ou não noticiados na mí- o ministro de relações exteriores do dia”, comenta. A presença física do Brasil, Antônio Patriota, esteve lá em porta-voz é essencial em situações outubro. Uma viagem da presidencríticas que podem comprometer te Dilma ao Canadá é prevista para as relações. “Há pouco tempo, o 2013, principalmente após o anúncio Canadá estabeleceu restrições sobre de que as universidades do país receas importações da carne brasileira berão 123 mil estudantes brasileiros Creomar de Souza: embaixadores são aliados do jogo diplomático com medo da gripe asiática e cuida- como parte do Programa Ciência George Magalhães dos sobre o produto. O embaixador sem Fronteiras. Cerca de mil alunos ntigamente o embaixador era local tem a função de ser a repre- foi essencial para dar explicações ao já estão estudando pelo programa. representante do rei, do pre- sentação de um Estado no exte- governo brasileiro e não gerar uma sidente ou do detentor do poder rior, dando apoio aos cidadãos do crise maior”, ressalta. máximo. Na teoria, a figura ain- país das formas de que dispuser e Brasil e Canadá da é a personificação do monarca ainda manter as relações nos difeA atuação do corpo dino território. O Itamaraty atribui rentes níveis (político, econômico à embaixada o papel de garantir e social). “Nos relacionamos com plomático canadense no que os interesses nacionais sejam o governo brasileiro por meio do episódio das carnes evitou resguardados, mas sem interfe- Ministério das Relações Exteriores. desgastes que afetariam rir diretamente na atuação de um Nosso papel não é interferir nas de- os dois países. Atualmen15 países governo em seu próprio territó- cisões finais entre os países, mas ser te 500 empresas do país têm representação em todos os rio. Em um mundo marcado por a ferramenta principal de elo neste operam em terras brasimembros da ONU. leiras. Em 2011, comércio conflitos de interesses, guerras e de relacionamento”, explica. O Brasil é um deles. e investimentos bilaterais informações midiáticas a cada setotalizaram R$ 70 bilhões. gundo, de que forma esses espaços Papel Brasília, com ainda atuam na prática? Segundo o professor e assessor O Brasil é o maior parcei129 embaixadas, Segundo o Itamaraty, o Brasil de relações internacionais da Uni- ro comercial na América mantém relações diplomáticas versidade Católica de Brasília, Cre- do Sul, o 10º no mundo é a 12ª capital em número de com todos os países membros das omar de Souza, quando o governo e o 6º maior investidor embaixadas residentes. Nações Unidas. As funções da em- brasileiro decide abrir embaixada no Canadá. “Exportações baixada vão desde ajudar a iden- em um país manda um recado: de carne suína brasileira Desde 2003, o Brasil abriu tificar oportunidades de negócios existe interesse em criar laço mais para o Canadá não são 75 novos postos no país até garantir um tratamento estreito. “Durante o governo Lula, o permitidas. A Agência no exterior. justo e transparente de justiça de Brasil aumentou o número de em- Canadense de Inspeção outro país a um brasileiro. É ela baixadas brasileiras na África. Hoje de Alimentos (CFIA) está No período, quem protege os chamados inte- são mais de 30 e só perdemos em conduzindo uma avalia33 novas embaixadas resses nacionais. representação no continente para ção de risco, cobrindo foram instaladas em Brasília. Segundo o porta-voz da embai- os chineses. Isso demonstra interes- aspectos relativos à saúde animal e público. Uma xada da Espanha, José Vicente, o se naquela parte do país”, explica. Foto: Murilo Lins

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empreendedorismo

iNserção No MercAdo dePeNde de vivêNciA ProfissioNAl Universitários apontam empresa júnior como garantia de empregabilidade Foto: Jusciane Matos

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aias, telefones tocando, computadores, quadros nas paredes com metas, cronogramas, destaque do mês e um ritmo de trabalho acelerado compõem o espaço organizacional de uma Empresa Júnior (EJ). O ar de formalidade e o discurso de mercado também chamam a atenção: benchmarking, clientes satisfeitos, networking e vantagens competitivas, são termos comuns entre eles. Presentes na maioria das grandes universidades brasileiras, as EJs oferecem aos universitários melhor qualificação para o mercado de trabalho ao unir teoria e prática profissional, estimulando o espírito empreendedor. As EJs são associações civis sem fins lucrativos, vinculadas às instituições de ensino, mantidas e organizadas pelos alunos de graduação com a colaboração de professores. De acordo com o Censo Identidade 2011, pesquisa feita pela Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), cinco mil estudantes circulam anualmente nas 192 empresas juniores confederadas e realizam mais de 2.500 projetos por ano. Em Brasília, existem 44 empresas juniores, 15 integram a Federação das Empresas Juniores do Distrito Federal (Concentro). O empresário júnior é reconhecido pelo diferencial de viver, no período de graduação, uma experiência de mercado e relacionar-se com clientes e projetos reais. Para a diretora de Comunicação da Concentro, Paula Macedo, “o estudante pode desenvolver ao longo da sua experiência no Movimento Empresa Júnior (MEJ) competências e habilidades que, na maioria das

Ambiente das empresas juniores reúne descontração universitária e seriedade do mercado

vezes não são foco da graduação, mas essenciais para um profissional, como liderança, pró-atividade, resiliência, trabalho em equipe e visão empreendedora”. Estudante e membro da Praxis Gestão de Pessoas, EJ do curso de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Natália Campos, relata o que despertou seu interesse para ingressar na empresa. “Entrei para aprender, na prática, a psicologia. Porém, ao ingressar, descobri que o aprendizado vai além dos conhecimentos da área de graduação. Aprendemos negociação, trabalho em equipe, além do contato com a realidade de outras áreas”. Empregabilidade O empresário júnior se depara com a prática do networking que aumenta as chances de contratação. “Nós conhecemos muitas pessoas. Diversas vezes o cliente pergunta, ao terminar o projeto: Quando você vai sair? Quero te contratar na minha empresa. Par-

ticipar de eventos proporcionados pelas EJ’s e conhecer pessoas do mercado é trocar experiências”, explica Gabriela Domingues, assessora da presidência na AD&M Consultoria Empresarial, EJ do curso de Administração da UnB. Os eventos promovidos pelo MEJ são patrocinados por grandes empresas, como: Ambev, Banco Itaú, Odebrecht, Bain&Company, Abril, MBA Empresarial, dentre outras. “São organizações com um grande programa trainee. Conheço vários casos de amigos que foram questionados, em entrevistas, se passaram por empresa júnior. Como a resposta foi negativa, a impressão foi ruim.”, afirma Eduardo Barreto membro da Facto, EJ do curso de Jornalismo da UnB. O mercado reconhece o desenvolvimento empresarial do estudante que passa por uma empresa júnior. Diretora de Marketing na Projetos Consultoria Integrada, empresa júnior que engloba vários cursos do Centro Universitário de

Brasília (UniCEUB), Luana Cardoso, relata a experiência adquirida como certeza de inserção no mercado: “Quando quem está te avaliando sabe o que é uma empresa júnior, o movimento e como funciona, você pode ter certeza que será efetivado. Eles prezam muito por isso”. Gratificação Os empresários juniores não recebem salário. Os valores cobrados pelos projetos realizados têm custos inferiores aos cobrados pelo mercado e são revertidos em gastos com a empresa, cursos e em promoção de eventos. “Eu não vejo desvantagens, só vejo desafios. Não ser remunerado, por exemplo, é confuso para quem não entende a essência. Mas deve ser compreensível, já que a empresa também não tem fins lucrativos, e investe muito em treinamentos, cursos, capacitações, palestras para os empresários juniores”, pontua Eduardo.

Várias vezes o cliente pergunta ao terminar o projeto: Quando você vai sair? Quero que você seja contratado na minha empresa

Mayra Rodrigues

Gabriela Domingues

saiba quais são as empresas federadas à concentro e como participar dos processos seletivos. Acesse: http://www.concentro.org.br ou http://brasiljunior.org.br


BEM-

atendimento

E S TA

usuÁrios AiNdA reclAMAM dA esPerA

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Após determinação da Agência nacional de Saúde Suplementar (AnS), prazos referentes a atendimentos médicos causam mais transtornos Ludmila Rodrigues e Wilma Mendonça

N

ão é novidade que a situação dos planos de saúde está um caos. A grande espera no atendimento e a má qualidade dos serviços prestados por algumas operadoras são algumas das razões do aumento do número de reclamações de usuários. A Resolução Normativa nº 259 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que começou a valer em dezembro de 2011, determina prazo para marcações de consultas, exames e cirurgias. Mas em vez de resolver, a regra criou novos problemas. Conveniados reclamam do não cumprimento das normas impostas, como em casos de marcações de consultas (veja box). Em função do descumprimento da resolução, no dia 5 de outubro a ANS suspendeu a venda

de 301 planos de saúde, de 38 operadoras, por três meses. A decisão foi tomada em busca da melhoria dos serviços. “Hoje, a maior parte das reclamações que acontecem são decorrentes da questão da demora do atendimento das operadoras para marcar consultas. Agora já mudou a regra, o governo tem que acabar com isso”, explica Paulo César Gonçalves, corretor de seguros e diretor do Conselho de Ética do Sindicato dos Corretores de Seguros, Empresas Corretoras de Seguros, Capitalização e Previdência Privada no Distrito Federal (Sincor-DF). Pela ANS, as operadoras teriam o prazo de sete dias para agendar as consultas. Se não conseguir, o usuário pode acionar a operadora para agendar a consulta. Foto: Alex Santos

Paulo Gonçalves, diretor do Sincor-DF, reconhece que há mais demanda que profissionais

O que deve melhorar? Paulo aponta mais uma razão para o caos nos atendimentos de usuários do DF. “Os problemas aqui são o grande número de reclamações e a falta de profissionais. Por exemplo, no mercado de Brasília têm poucos endocrinologistas que atendem. São poucos profissionais que trabalham com planos.” Paulo conta que, há mais ou menos dez anos, o número de especialistas que atendem pelos planos diminuíram. Isso se deve ao baixo valor pago aos profissionais – o plano repassa em média entre R$ 40 e R$ 60 ao médico, segundo estimativa do Sincor. Já os médicos que realizam consultas particulares cobram um valor maior: em média, pelo menos R$ 70. Essa é uma das razões pelas quais os médicos entram em greve: para reivindicar remuneração maior por parte das operadoras. “Além do baixo valor pago pelo convênio, incidem os impostos e a margem de lucro das clínicas. E o pagamento dos planos de saúde geralmente é feito após pelo menos 30 dias da realização do atendimento médico, mas é muito frequente esse prazo se estender por vários meses, infelizmente”, afirma o dr. Roberto Borges, psiquiatra. Ele já atendeu convênios, mas hoje só recebe pacientes particulares. O futuro conveniado deve se informar sobre os serviços que contratará. “É importante que o usuário tenha o conhecimento do contrato que vai fechar e de todos os períodos de carência. Às vezes

diAs ÚTeis PArA ATeNdiMeNTo 3 diAs: Exames por laboratório de análises clínicas em regime ambulatorial 7 diAs: pediatra, clínico, cirurgião geral, ginecologista e obstetra 10 diAs: Fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, serviços de diagnóstico e terapia em regime ambulatorial 14 diAs: demais especialidades médicas 21 diAs: procedimentos de alta complexidade, internação eletiva

ele fecha um contrato sem nem ter conhecimento de todas as carências que tem de cumprir”, conta Paulo Gonçalves, diretor do Conselho de Ética do Sincor-DF. Demitidos Novas regras entraram em vigor em 1º de outubro para funcionários demitidos por justa causa e para aposentados. O funcionário demitido que contribuiu com o convênio terá direito a manter os benefícios do plano empresarial de acordo com o tempo de contribuição, pelo mesmo valor. Já quem se aposentar depois de ter contribuído com o plano de saúde por mais de dez anos terá o direito de manter o convênio, mas as mensalidades cobradas serão integrais. Em um período menor que dez anos, o aposentado terá cobertura por um ano – cada ano de contribuição será equivalente ao tempo de cobertura.


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diabetes

doeNçA sileNciosA é ePideMiA MuNdiAl

Foto: Luiz Fernando G. Souza

no dF, 117,5 mil pessoas são diabéticas Alana Araújo e Alexandre Magno

A

tualmente a falta de conhecimento de como age o diabetes no organismo faz com que ele seja um dos males do século, considerado uma epidemia global. Sem tratamento, causa doenças cardiovasculares, cegueira e insuficiência renal, entre outras. Um comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 16 de maio de 2012, destacou que a prevalência média de diabetes no mundo está em 10% da população. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que, no Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas convivem com o problema. Trata-se de uma doença crônica, causada pela má ou falta de absorção da insulina no organismo, o que resulta num elevado nível de glicose no sangue (hiperglicemia). Este ano, uma pesquisa feita pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostrou que no Distrito Federal, 117,5 mil pessoas – 4,7% da população

- são diabéticas. Trata-se da maior taxa desde 2007. Quem é portador de diabetes sabe o quanto é necessário tomar os medicamentos de forma contínua. Aqui no Brasil, o tratamento é gratuito e amparado pela Lei de n°11347. Isso garante que todas as pessoas diabéticas tenham direito de receber do Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos, insumos e o glicosímetro (aparelho utilizado para determinar os níveis de glicemia). Para receber os remédios, o paciente precisa, primeiro, fazer um cadastro para receber o Cartão Nacional de Saúde. É só levar um documento de identidade com foto, CPF e receita do medicamento na Secretaria de Saúde ou Posto de Saúde. Os medicamentos podem ser encontrados em estabelecimentos credenciados no Programa Farmácia Popular.

efeiTo devAsTAdor

Outra pesquisa do Ministério da Saúde revela que 70% das cirurgias para retirada de membros (amputações) no Brasil são ocasionadas pelo diabetes. A doença causa o estreitamento das artérias e diminuição da circulação. O paciente começa a notar os sintomas comuns ao “pé diabético”: formigamentos, perda da sensibilidade local, dores, queimação nos pés e nas pernas. O endocrinologista Antônio Lerário relata que em casos mais graves é preciso realizar a amputação. Esse procedimento pode ser evitado com prevenção. Para conviver bem com o diabetes é necessário fazer o controle glicêmico de for-

ma contínua. São precisas ainda medidas higiênicas, cuidados com os pés e acompanhamento de um profissional com experiência na área. Nos postos de saúde de todo o DF existem ambulatórios (Sala do Pé Diabético), que prestam assistência e promovem o rastreamento de prevenção do pé diabético. De acordo com as normas do Ministério da Saúde, quem é diabético não precisa aguardar meses à espera de uma consulta. Além de assistir a palestras sobre a doença, o atendimento médico em centros de saúde é garantido a cada seis meses. Mas dependendo do estado clínico do paciente, a consulta deverá ser imediata.

A glicemia de jejum considerada normal é de até 100 mg/dl

O diabetes mata uma pessoa a cada

8 segundos 4 milhões

de pessoas morrem por ano

1 milhão

de amputações de membros inferiores são feitas por ano

Medicamentos distribuídos gratuitamente pela farmácia Popular Glibenclamida Metformina insulina Humana npH e Regular


za

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AliMeNTAção AdequAdA Para os diabéticos, a boa alimentação cumpre papel fundamental. Quem é diabético deve ter alimentação adequada e equilibrada, rica em nutrientes que contribuam para o bom funcionamento do organismo e que tragam, como resultado, a diminuição da glicose. “Recomendamos para nossos pacientes uma dieta rica em fibras alimentares, especialmente fibras solúveis. Diminuir substancialmente a quantidade de açúcar e gordura ingerida. O que mais preocupa os diabéticos são os carboidratos. Também

indicamos que seja feita uma redução”, esclarece a nutricionista Camila Aparecida Gonçalves, profissional da área de internação do Hospital São Francisco. Camila relata que os pacientes diabéticos concordam com as dietas propostas por ela, mas alerta que alguns ainda preferem o açúcar e pedem para saborear algum tipo de doce na refeição. Quando isso acontece, ela opta por um doce de leite e gelatina dietética ou uma barr de cereal. Também deve haver disciplina quanto aos horários das refeições. De acordo com a nutricionis-

ta, os diabéticos devem comer de três em três horas. “Se ele ficar mais tempo sem se alimentar vai ter pouca glicose no sangue e, quando comer,provavelmente terá uma hiperglicemia.” Outra dica importante dos nutricionistas para quem sofre com a doença é beber 1,5 litro de água por dia nos intervalos das refeições, e optar por alimentos cozidos, grelhados, estufados e assados sem molho.

diAgNÓsTico A glicemia de jejum considerada normal é de até 100 mg/dl. Quando a marca vai até 126 mg/ dl, significa que está alterada. Acima desse índice, há o diagnóstico de diabetes. É preciso controlar muito bem o nível de glicemia e prestar atenção às reações do organismo ligadas ao sistema nervoso, olhos, coração, pés, rins e dentes. Também é imprescindível, a partir do diagnóstico de diabetes, o constante acompanhamento médico.

seM siNToMAs O diabetes é considerado uma doença silenciosa porque muitos pacientes podem não apresentar sintomas ou desenvolver apenas sinais discretos. É o que explica o endocrinologista Antônio Carlos Lerário, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Independente dos sintomas, o mau controle glicêmico leva a complicações crônicas do diabetes em diferentes órgãos e tecidos”, completa o dr. Antônio. Essas complicações são fatores de maior morbidade e mortalidade. O especialista ressalta que todos os pacientes com hiperglicemia crônica fazem parte de um grupo de risco. “Indivíduos obesos, com história familiar de diabetes, hipertensão arterial e com antecedentes de diabetes gestacional

Foto: Henrique da Silva Carmo

Para conviver bem com o diabetes é necessário fazer o controle glicemico de forma contínua

(veja quadro ao lado) estão neste grupo”, destaca. Os sintomas clássicos da doença são: boca seca, muita fome, diurese excessiva e emagrecimento não justificável por mudanças dietéticas. Para Shirley Oliveira, comerciante de 38 anos, a doença veio após passar mal várias vezes. “Passava mal diariamente e não sabia o que acontecia, pois ia ao banheiro direto, sentia muita sede tanto de

dia como na madrugada.” Antes do diabetes Shirley comia de tudo, mas hoje as coisas mudaram. Além de seguir uma dieta rigorosa, ela tem que tomar vários medicamentos, como comprimidos de insulina antes das refeições para manter o controle da doença. Shirley também precisa se consultar e fazer exames regularmente para acompanhar o desenvolvimento da doença.

NA grAvidez O diabetes gestacional ocorre quando a placenta produz hormônios que podem bloquear parcialmente a ação da insulina. O problema afeta cerca de 7% das mulheres e persiste até o fim da gestação.


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nutriÇÃo

o Poder dos ANTioXidANTes

Alimentos ajudam a prevenir doenças, além de proporcionar benefícios Foto: Luiz Fernando G. Souza

Natalia Alves e Paula Morais

O

s alimentos são fonte de elementos que compõem o corpo humano. Mas, segundo estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceira com a Universidade de São Paulo (USP) e publicado na revista americana Nutrition Journal, a má alimentação está deixando o nosso organismo carente em fibras, selênio e vitaminas A, C e E, principais fontes antioxidantes. Os antioxidantes são substâncias com o poder de neutralizar os radicais livres, moléculas produzidas naturalmente no organismo que podem destruir as células e causar danos à saúde. Podem ser encontrados nas frutas, legumes, verduras, grãos, cereais e alguns temperos. Quando há um desequilíbrio entre os compostos oxidantes e antioxidantes, ocorre o estresse oxidativo, que danifica células e tecidos, levando ao início do envelhecimento precoce e a outras doenças. Esse estresse está ligado a poucas horas de sono, tabagismo, alcoolismo, exercícios físicos em excesso e dietas inadequadas. De acordo com a nutricionista esportiva Allana Cardelino, uma alimentação saudável e equilibrada consegue fornecer as quantidades necessárias da substância para o bom funcionamento do nosso organismo. Os benefícios da ingestão de antioxidantes são inúmeros, já que são ricos em ferro, fósforo, vitaminas, manganês, magnésio e selênio. Um consumo saudável ajuda a prevenir vários tipos de câncer, como o de mama, estômago, bexiga e pele, doenças pulmo-

nares, cardiopatias, artrite, catarata e envelhecimento precoce. Alguns cereais, como o painço e a linhaça, são ricos em fibras, que auxiliam na prevenção de excesso de peso e controle de colesterol e glicemia. São muito usado para incrementar a alimentação de pessoas com propensão à formação de cálculos biliares e pedra na vesícula. Consumo diário Após uma consulta médica, a servidora pública Neide Maria de Sousa descobriu que seu organismo tinha deficiência de alguns nutrientes e introduziu no cardápio alimentos antioxidantes. “O que descobri é que nenhum alimento faz milagre sozinho, tudo depende da rotina alimentar, sempre variada. A frequência no consumo traz benefícios à saúde”, enfatiza. A nutricionista Allana Cardelino orienta que todas as pessoas de todas as idades podem e devem consumir alimentos fontes de antioxidantes. Sem nenhuma restrição, ela explica que a ingestão deve, preferencialmente, ser diária. “O consumo de, pelo menos, três porções de frutas, verduras e legumes diariamente – assim como está no Guia Alimentar para a População Brasileira (CGAN) – consegue fornecer uma ótima

Frutas, verduras e legumes são as principais fontes antioxidantes e devem ser consumidos todos os dias

quantidade de antioxidantes”. Dos manuais da boa alimentação à mesa de refeição, no entanto, há um longo caminho. Segundo dados do IBGE de 2011, 98% dos brasileiros não ingerem a quantidade ideal de vitaminas por dia e 92% não comem frutas com frequência. Ter uma alimentação saudável vem da combinação de dieta rica em antioxidantes com atividade esportiva. O cultivo de verduras, legumes e frutas em casa é a forma mais econômica de tê-los à mesa. Vale o bom senso. Não é preciso ter todos os nutrientes no cardápio, basta introduzir alguns alimentos com propriedades antioxidantes para manter a saúde em dia.

oNde eNcoNTrAr ANTioXidANTes: vitamina c: Acerola , laranja, pimentão, morango, goiaba vitamina e: Germén de trigo, óleos vegetais, nozes Betacaroteno: damasco, cenoura, tomate, mamão Minerais (zinco e selênio): Ostras, fígados, grãos de cereais, cebola isoflavona: soja, uva, alho, berinjela e beterraba


ESPO

passatempo

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RTE

doMiNÓ PArA eXerciTAr A MeNTe

Atividade ajuda na interação social, no combate ao Alzheimer e até no desenvolvimento escolar de crianças no distrito Federal

U

m jogo milenar, que mesmo com origem indefinida, conseguiu conquistar todo o mundo. Mas foi na América Latina que o dominó tomou proporções gigantescas, e pode se classificar como o segundo jogo mais popular na atualidade. Com a lei Pelé nº 9.615/1998, o esporte tornou-se oficial. Em 2011 foi fundada a Confederação Brasileira de Dominó. Com sede em Brasília, bons jogadores locais já participaram de torneios internacionais. Com apenas um ano de história oficial, a Confederação Brasiliense de Dominó é promovida pela associação de moradores da QE 30 do Guará e pela equipe Terno de Branco. São realizados 12 campeonatos oficiais por ano. Sebastião Dourado é pratican-

te há 40 anos. Hoje é presidente da Federação Brasiliense de Dominó e organiza grande parte dos eventos que acontecem no Distrito Federal, como o campeonato que ocorreu no dia 21 de outubro no Guará II. “Temos muita dificuldade em conseguir patrocínio, até porque o dominó foi oficializado no Distrito Federal há um ano e só é permitido pedir patrocínio após dois anos de oficialização”, expõe Dourado. Mesmo com essa dificuldade, um dos campeonatos regionais, que vai ocorrer no dia 25 de novembro, recebeu o primeiro patrocínio conquistado pelo presidente. Segundo ele, já é um grande passo para os profissionais do dominó. Se para o futebol existe a FIFA, o novo esporte fica por conta da Federação Internacional do Dominó (FID). Com sede nos EUA, a FID é responsável pelas regras

dos torneios internacionais. São essas normas que a Federação Brasiliense de Dominó utiliza em suas competições.

Benefícios Segundo estudos científicos realizados pela Universidade de Barcelona, na Espanha, um dos efeitos do dominó é o estimulo contra os males da era contemporânea. O uso de drogas, o mal de Parkinson e Alzheimer, a depressão e principalmente o estresse mental podem ser combatidos com a prática constante do jogo. Além de ser um passatempo, a modalidade auxilia na integração social, pois não discrimina sexo nem classe social. “O dominó não é um fim em si mesmo, mas um método inteligente de aproximação entre as pessoas. Prova disso é o nosso projeto de inclusão, em parceria com a escola classe 06 do Guará, onde os alunos do ensino integral podem exercitar a mente por meio do esporte”, esclarece o presidente da Confederação Brasiliense de Dominó, Ronaldo Aguiar. O projeto, conhecido como Contagem Rápida de Pedras de Dominó, é um incentivo aos jogos que estimulam a mente, além de auxiliar no desenvolvimento do aprendizado em outras disciplinas escolares. “Como voluntário na inserção do projeto, acredito que quando o dominó for incluso como disciplina O dominó quebra barreiras sociais, proporciona o lazer e desenvolve aspectos intelectuais extracurricular nas esco-

O dominó não é um fim em si mesmo, mas um método inteligente de aproximação entre as pessoas Ronaldo Aguiar

Sheylla Alves

las, o esporte ganhará mais admiradores”, pondera Ronaldo. Quem joga? O brasiliense Carlos Lima, 34 anos, participou do torneio internacional que ocorreu na Venezuela. “Aprendi a jogar dominó aos oito anos enquanto observava meu pai, que na época jogava em uma praça de Ceilândia. Então, dia de domingo já era certo. Tomava café da manhã e ia jogar na praça”, conta. Mas foi aos 12 anos que Carlos tomou realmente gosto pelo dominó, após o falecimento de seu pai. “Éramos muito próximos. Encontrei no jogo uma forma de continuar perto dele”, explica. Carlos chegou a aprender um pouco de espanhol só para poder participar do torneio da Venezuela: “Quando ficou certo que iríamos viajar, começamos a pagar por aulas particulares de espanhol, pois as regras oficiais ainda se encontram no idioma e não queríamos fazer feio”. Hoje Carlos é o primeiro colocado na liga brasiliense de dominó e planeja participar de outras competições internacionais.


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Equilíbrio

E T R O ESP

Sobre a corda bamba

O slackline ganha adeptos pelo mundo. Além de unir condicionamento físico e lazer, funciona como fisioterapia Gabriela Vinhal e Guilherme Assis

Foto: Ricardo Felizola

A

liado à diversão e à adrenalina, o slackline ou “linha folgada” é a nova febre dos esportes radicais. É um esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon, estreita e flexível, praticado, inicialmente, a uma altura de 30cm do chão. Há quem o compare à corda bamba, por conta da linha de nylon, similar ao cabo de aço usado pelos artistas circenses. O slack, esporte em que concentração é primordial, originou-se da escalada e popularizou-se como treino de equilíbrio em meados dos anos 80, nos campos de escalada do Vale de Yosemite, nos EUA. Os escaladores acampavam à procura de novos locais e, nas horas vagas, usufruíam dos equipamentos esticando as fitas de escalada para se equilibrar e, assim, caminhar. Depois de muito treino, o praticante pode criar saltos e manobras radicais. Paulo Silva, carioca e professor de academia, diz ser um dos esportes que mais trabalham a mente e o corpo. “É como se fosse a ioga e o pilates. Ao mesmo tempo que há o relaxamento e a concentração, há o esforço físico. O condicionamento que o slack pode dar ao aluno é incrível. Trabalha-se os membros inferiores, superiores e o abdômen”, explica. Além do equilíbrio, da concentração e de agilidade acrobática, o slackline tem mais um atrativo: a facilidade de praticá-lo e o baixo custo. São precisos, apenas, dois pontos fixos – como duas árvores – para deixar a fita esticada. Praticidade Matheus Mareda, aluno de Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, é adepto ao slackline desde o ano passado. Conheceu em uma viagem ao Rio de

O slackline precisa de fitas de nylon e natureza para ser praticado

Janeiro e adquiriu o equipamento lá mesmo. Matheus conta que a junção de admirar a paisagem, se divertir e “malhar” foi o motivo para se apaixonar pelo esporte. “Amo a natureza. Lá no Rio pude andar de slack na praia, curtir o sol e ouvir o barulho do mar. Tive de comprar e trazer para Brasília que, mesmo não tendo praia, tem áreas verdes incríveis. Isso é o que mais gosto no slackline: a aproximação com a natureza. Além do mais, é muito prático para se carregar”, acrescenta. O primeiro contato brasileiro com o esporte foi dos cariocas. Nas areias das praias do Rio, adeptos disputam espaço – e coqueiros – para praticar a atividade. Para quem se interessou em levar o esporte mais a sério, as academias brasilienses começaram agora a dar aulas de slackline. “O treino começa com um alongamento e depois movimentos no chão que trabalham a consciência corporal, como a transferência do peso do corpo de um lado para o outro. É basicamente um treino de estabilidade, para, assim, subir na linha”, conta

Paulo Silva. O instrutor ainda alerta: mesmo sendo um esporte divertido, é preciso atenção e cautela. Variações Gabriel Bello, atleta de escalada e amante do slackline, já é mais experiente no assunto. Além de fazer saltos e posições de ioga, ele pratica o esporte sobre as águas. Essa variação pode ser chamada de waterline. “Pratico escalada há muito tempo, é a minha paixão. Conheci o slackline e me apaixonei também. Gosto muito de praticá-lo tanto no solo quanto na água, mas o waterline tem uma vantagem: se errar o salto ou se desequilibrar, você cai na água e não no chão. Além de refrescante, dói menos”, brinca. Há também o highline que, além dos requisitos do slackline, exige uma dose bem maior de concentração e, principalmente, coragem, pois é praticado em altitudes mais radicais. O único recurso de segurança utilizado é semelhante a uma cadeirinha de escalada ligada a uma fita de segurança com um mosque-

tão especial preso à própria fita. E para quem pensa em praticar esse esporte apenas pela atividade física, Paulo comenta que, em uma hora e meia, pode-se queimar até 700 calorias. E não para por aí: o slack serve também como fisioterapia para quem sofreu algum tipo de lesão no tornozelo ou no pé. Recomenda-se praticá-lo como reabilitação. Porém, gestantes, pessoas com osteoporose ou com a coluna e joelhos lesionados devem ficar muito longe dessa corda bamba. O ortopedista Sandro Costa ressalta que a queda do slackline pode piorar lesões nos joelhos e na coluna. “A técnica é simples: é preciso flexionar os joelhos, contrair o abdômen e deixar a coluna reta para conseguir equilibrar-se na corda. Se os joelhos e a coluna estiverem doendo e o aluno cair, o que ia fazer bem pode se transformar em uma péssima escolha. Não é recomendável forçar nenhuma parte do corpo lesionada, e sim, ficar de repouso e seguir o tratamento que o médico passou”, argumenta. O doutor lembra ainda que o adepto do esporte não pode medir a intensidade e nem o jeito como cai, o que pode se tornar um risco às gestantes. “Recomendo que se coloque almofadas ou colchões embaixo da corda, ou a pratique na água. O esporte tem de ser prazeroso e não um aborrecimento”, finaliza. Em Brasília, os principais pontos de slack são os parques, a Ermida Dom Bosco e as áreas verdes da cidade. Já há lojas virtuais que disponibilizam kit com fita de 15m, 5 cm de largura, protetor de árvore e manual de montagem. O preço varia de R$ 250 a R$ 800, dependendo do tamanho da fita e de outros equipamentos.


CO M

perFil

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PORT AMEN

filhos do BANho

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dona Jacy revela 43 anos de histórias entre banhos e cuidados de recém-nascidos. Mais de 50 crianças e uma vida salva Marília Lafetá e Sheylla Alves

Foto: Rhayne Nunes

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ais do que um canal pelo enquanto cuidavam dos qual o bebê recebe os nu- três primeiros filhos que trientes necessários para crescer teve nesta época. Porém, com saúde, o cordão umbilical é a em 1967, teve que se muprincipal fonte de ligação entre a dar para Brasília e infelizcriança e a mãe. É durante a ges- mente sua mãe não pôde tação que o pequeno ser humano, acompanhá-la. Dois anos frágil e indefeso, está mais protegi- depois, quando sua filha do - dentro do ventre da pessoa que mais nova veio ao munmais pode amá-lo na vida. Basta do, Jacy estava sozinha chegar a hora de vir ao mundo para para realizar os primeiros saber que, da primeira respiração cuidados com a recémao primeiro choro, a ligação mais -nascida. Resolveu pedir intensa entre mãe e bebê foi corta- ajuda para os vizinhos, da. Agora, mesmo dependendo da mas ninguém se dispôs. mãe, a criança se encontra lutando Pegou mercúrio, álcool e gases e cuidou dela sozia cada segundo pela própria vida. Jacy Gomes, 75 anos, entende nha. Em poucos dias, o exatamente o significado: “O nas- umbigo caiu e estava tudo cimento de um bebê é um mo- bem. Com essa experiênmento importante, bem como os cia, Jacy acabou gostando primeiros cuidados que os profis- do que fez e passou a ofesionais da saúde e os pais devem recer esses cuidados aos ter”, recomenda. Uma dessas pre- pequenos. “Umbigo é vida. Tem cauções é com o umbigo que fica que saber cuidar”, enfatiza. Hoje, na criança após o corte do cordão a higienização é realizada apenas umbilical. Não como profissão, com álcool 70, água e gases. Com sorriso no rosto, ela lembra mas por amor a novas vidas, Jacy vem desempenhando o papel de que nenhum dos bebês que passaram por seus cuidadar banho nos dos tiveram qualrecém-nascidos quer complicação. há 43 anos. Desde Umbigo é vida. Inclusive, ela até já o nascimento de salvou uma vida. sua última filha, tem que saber Uma menina, que Wânia, ela já foi cuidar estava aos cuidados a responsável por Jacy Gomes lavar e tomar os de outra pessoa, próxima à residênprimeiros cuidados de mais de 50 bebês de sua fa- cia de Jacy ficou doente. Ao abrir mília, de amigos e de conhecidos. a fralda, percebeu que havia algo de errado. A menina estava com uma infecção no umbigo por falta de cuiUmbigo é vida Quando mais nova, Jacy cos- dados necessários. “O umbigo dela tumava observar sua mãe dando não estava sendo bem higienizado banho nos bebês dos familiares no e por isso inflamou”, conta. Seu coRio de Janeiro. Acabou aprendendo nhecimento e experiência ajudaram

Os primeiros cuidados são importantes para a saúde do bebê

a curar a criança que hoje, já adulta, ainda mantém contato - recentemente, Jacy foi, inclusive, convidada para seu casamento. Pode não parecer, mas uma simples infecção no umbigo da criança pode se tornar complexa e matá-la bem como não fechar corretamente e depressa o cordão umbilical assim que ela sai da barriga. Esse procedimento deve ser realizado corretamente para evitar a entrada de ar e para que problemas como a hérnia umbilical possam ser evitados. Por isso, cuidados simples como o uso de avental e álcool antes de dar banho no bebê são essenciais. Netos, Jacy tem dez e banhou todos, a partir do segundo. O primeiro nasceu prematuro e ficou na incubadora nos primeiros dias, então os cuidados foram feitos no hospi-

tal. Já faz três anos que Jacy banhou o último bebê, mas ela garante que, enquanto tiver condições, vai fazer questão de estar presente nesse momento tão importante nas vidas das mães e dos recém-nascidos que passam por ela. o que Pode • • •

Álcool 70 Água Sabonetes especiais para bebês. o que Não Pode

• • •

Mercúrio pó de café Abafar o umbigo do bebê com pano ou gases.


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O T N E AM T R O COMP

estÉtica

Foto: Karinne Rodrigues

BuscA Precoce PelA vAidAde Cada vez mais exigentes, crianças manifestam o desejo de se produzir

Giullia Chaves

A

s indústrias de cosméticos comemoram. Agora elas têm um novo público: as crianças. Algumas marcas se preocupam com o fato das crianças buscarem cada vez mais produtos como maquiagens, esmaltes e afins, e resolveram criar uma linha voltada para elas. A diferença dos produtos infantis para aqueles utilizados pelos adultos é que são mais leves para não prejudicar a pele da criança, além de serem feitos para durar até 24h. Ciente do crescimento no mercado de maquiagem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas exigências para a comercialização de produtos voltados ao público infantil, entre elas, a principal é que o produto tenha baixo poder

de fixação e seja facilmente removido com água. Mas nem sempre a comercialização é feita dentro das regras da Anvisa. A primeira medida tomada pela Agência saiu em 2001, e foi revisada em setembro deste ano, quando uma variedade de cosméticos foi liberada para uso das crianças. A maquiadora e vendedora da loja Contém 1g, Narja Fragoso, afirma que a procura tem realmente crescido e que as mães trazem as filhas para experimentar os produtos. Crianças a partir de quatro anos adentram a loja em busca de tubinhos coloridos e glitter para passar nos olhinhos e bocas. Narja diz que apesar dos produtos serem ModA NA WeB: dermatológica e oftalmoJulie Lourenço, de apenas cinco logicamente testados, não há uma linha diferenciada anos, posta tutoriais de maquiagem feita para crianças: os prono youtube. A menininha é sucesdutos procurados por elas so nas redes sociais e fez aparições são os mesmos usados pena televisão. A mãe de Julie apoia a los adultos. A maquiadora fama e não vê problema algum nas afirma não ter nada contra brincadeiras, sempre mostrando ter vaidade na infância descontrole sobre aquilo que a filha faz, de que não tome grandes participando inclusive de alguns dos proporções e acabe por se vídeos e atividades da criança. A pátornar algo exagerado. gina dela na internet é: http://www. Já a postura da marca dicasdajulie.blogspot.com.br/ americana de cosméticos MAC é diferente. Os ven-

Crianças começam a se preocupar cada vez mais cedo com a estética

dedores da loja afirmam que os produtos são voltados para o público adulto e têm fins mais profissionais. Lá, por mais que as mães levem suas filhas e peçam algo para elas, os vendedores não indicam nada voltado para as pequeninas, mas também não contrariam as mães. Os produtos são vendidos, entretanto eles explicam que aquela maquiagem não é a mais específica para a pele das jovens consumidoras. Preocupação A dermatologista Grace Caldas alerta para os perigos que essa prática pode causar: “A pele da criança não está preparada com a proteção adequada para receber a maquiagem, pois é uma pele que ainda não tem hormônios atuando para produzir um tipo de óleo que protege a superfície que conhecemos como camada córnea. Por isso, qualquer corante, mesmo sendo hipoalergênico, pode causar uma sensibilização que mais tarde é

capaz de levar a quadros alérgicos que comprometem a pele quando precisar da maquiagem”, explica. A dermatologista alerta ainda para o uso de esmaltes: “o esmalte também pode ser nocivo por ter fixadores, pigmentos e conservantes que causam quadros difíceis de alergia quando a criança passa as mãos nas pálpebras”. A especialista aconselha que crianças só devam usar maquiagem para brincar, contanto que os produtos sejam antialérgicos e de fácil remoção. A preocupação é que as crianças deixem de considerar o fato de se pintar como uma brincadeira e passem a ter a maquiagem como algo do dia-a-dia antes mesmo de chegar à adolescência. Para a psicóloga Heliane Nagasava, a inserção das crianças nesse mundo de práticas adultas pode acarretar a perda da infância. “Quando essas ações deixam de ser somente uma brincadeira e passam a ser atitudes cotidianas, com o intuito de promover uma sensualidade que não é característica de criança, a infância se perde, e por causa disso, as crianças acabam se tornando mini-adultos”, sentencia.


Rodrigues

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Saia justa virtual

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PORT AMEN

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Indiscrição marcou você no Face Etiqueta e bons modos não saíram de moda, nem nas redes sociais

Bárbara Nascimento e Lorena Vale

Fotomontagem: Bárbara Nascimento

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igações, mensagens e um ‘Para de me ignorar, amor. Por favor!’ a noite toda... HAHAHA. Por favor, né?”. Isabela Aquino* é dessas pessoas que adoram (e ela admite) dar indiretas no Facebook. Seus posts vão desde declarações ácidas para ex-namoradas até demonstrações de afeto. Ela é bem categórica quando diz: “Levo tudo na brincadeira, eu me exponho por coisas que não devem ser levadas a sério. É engraçado ver a reação das pessoas”. Não é preciso ir longe para perceber como foi rápida a mudança da sociedade com a chegada da internet. Há 11, 12 anos, as pessoas ainda tinham o hábito de mandar cartas, falar pessoalmente ou ligar para o telefone fixo de alguém. Hoje, elas mandam e-mails, conversam por mensagens instantâneas, por meio do Facebook, do Twitter, do Ask, do WhatsApp... São tantas formas de nos comunicarmos com o mundo e de expressarmos o que pensamos, que, na maioria das vezes, acabamos falando sem pensar ou falando sem parar. Ou as duas coisas ao mesmo tempo. Na opinião do diretor do curso de Psicologia da Universidade Católica de Brasília, Luciano Espírito Santo, esses são os principais objetivos das redes sociais. “Um dos padrões do relacionamento virtual implica numa superexposição da intimidade. Na internet a pessoa frequentemente diz tudo o que vem à cabeça por ter a fantasia de que os contatos que ela possui nas redes sociais são íntimos.” Em uma época em que a informação circula rapidamente, em

Exageros nunca são bem vindos na web

que o novo se torna obsoleto em questão de dias, as pessoas tendem a pensar que, se não chamarem atenção constantemente, poderão ser esquecidas. “A gente acha que ninguém nunca nota aonde você vai e, então, você vai à padaria e quando volta tem uma pergunta no face: ‘E aí, comprou quantos pães?”, diz Isabela. Pensar que alguém se interessa pelos fatos mais banais de sua vida pode alimentar uma carência que vai além das telas dos computadores. “Quando a internet é usada como extensão das relações concretas, que já existiam antes, ela não traz problemas. Entretanto, quando é usada para substituir o contato real pelo contato virtual, é sinal de que há algo errado”, pontua Luciano. “Joãozinho enviou uma solicitação” Se desabafos sentimentais constantes ou postagens sobre o que fez durante o dia po-

dem ser considerados comportamentos irritantes nas redes sociais, enviar solicitações de jogos é o campeão no ranking das condutas mais chatas que os usuários podem tomar. De 60 pessoas entrevistadas pelo Artefato, 30% afirmaram que não há nada mais incômodo do que receber convites para jogos e aplicativos. Marcação em fotos de eventos ou em situações embaraçosas aparece em terceiro lugar no ranking, com 21% de reprovação por parte dos entrevistados. “É muito decepcionante quando você entra no Facebook, vê que tem uma notificação, espera que seja algo interessante e, no fim das contas, era só uma solicitação de um jogo que você sequer acha legal”, diz Eduardo Lucas Amaral, estudante de Geologia da Universidade de São Paulo. Já Camila Fragoso, estudante de cursinho, afirma que já teve de enfrentar situações complicadas com a mãe depois de ter sido marcada em uma foto comprometedora. “Minha mãe tinha me pedido para não beber e eu disse que naquela noite não iria beber de jeito nenhum. No dia seguinte ela me viu marcada em uma foto com um copo na mão.”

do cotidiano não merecem ser expostos na rede e, depois de certo tempo, postagens assim se tornam inconvenientes. Além disso, marcar locais por onde se anda todos os dias facilita a ação dos chamados “stalkers”, que, em inglês, significa “perseguidores”. “A internet dá a liberdade de você criar perfis falsos, de acessar páginas de pessoas conhecidas ou desconhecidas sem revelar sua identidade, o que acaba facilitando a ação dos stalkers. É necessário tomar muito cuidado com o que publicamos e com os dados que compartilhamos”, aconselha o psicólogo Luciano Espírito Santo. Apesar de ser um ambiente no qual nos sentimos mais à vontade para compartilharmos experiências e expressarmos pontos de vista, devemos nos lembrar de que a internet é um lugar onde as regras sociais do mundo real também precisam ser respeitadas, afinal, estamos conectados a inúmeras pessoas, que têm crenças, costumes e valores distintos. No caso da web, vale lembrar que exageros nunca são bem-vindos e “Partiu!” que o respeito pelo próÉ normal se deparar com frases ximo ainda não saiu de do tipo “Estou indo ao cinema” moda (ainda bem). ou “Partiu academia” na página principal do Facebook. Segundo *O nome utilizado é 17% dos entrevistados, detalhes fictício


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O T N E AM T R O COMP

paternidade

eNTão... você vAi ser PAPAi!

Confirmação traz desafios, insegurança e altera relações. pais de primeira viagem garantem participar da gestação do início ao fim Vinicius Rocha

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maternidade é quase sempre pai pela metade ou só nas horas exaltada pelas mulheres, mas vagas. Uma hora ou outra a ficha como os pais de primeira viagem vai cair e a pessoa será chamada a reagem com a notícia? Em alguns cumprir com essa responsabilidacasos, quando a confirmação de de. Tudo tem o seu tempo. Nossa uma gestação precoce acontece, sociedade precisa de bons pais e a atitude dos pais, principalmen- nossas crianças também”. te, pela inexperiência e dificulAos 20 anos de idade, Bruno dade de se inserir rapidamente Menezes é um pai de primeira no contexto, gera dúvida e causa viagem. Sem qualquer experiêndesconforto, desentendimentos e cia com crianças, Bruno admite falta de compreensão entre o pai que no início teve insegurança e a mãe de primeira viagem. de segurar o filho no colo, por As novidades de uma gestação medo de deixá-lo cair e reconhetrazem surpresas e desafios tanto ceu que não sabia trocar fraldas. para o homem quanto para a mu- Ele garante que nunca passou por lher. De acordo com o médico gi- momentos tão especiais como esnecologista e obstetra, Charles Car- ses: “Foi a maior emoção que eu doso, para alguns pais de primeira já passei na minha vida. Fiquei viagem, é normal ficar atrapalhado, em estado de choque quando o vi ou mesmo “apavorado” nos meses pela primeira vez. Por mais que a de gestação da habilidade com mulher e prino filho ainda cipalmente não seja as meCreio que o filho é nos primeiros lhores, eu estou tipo um pop-up, só dias de vida aprendendo do bebê. “Nescom o tempo. cai à ficha quando se período, a Força de vontarealmente aparece relação entre de é o que não na sua frente mãe e filho é falta”, conta. muito profunLuiz Phelipe, Luiz Phelipe da, mas tem 19 anos, nacomo ter um papel ativo e partici- morado de Marília Pessoa, 17, já pativo na vida familiar. Infelizmen- cuida da primeira filha (Manuela) te, ainda existem muitos homens que ainda está para chegar, apesar que acham que criar filhos é coisa de achar que o pai, no período da de mãe, e eles estão muito enga- gravidez, é quase um figurante de nados. É necessário fazer a tran- novela. “Estamos na 28ª semana sição de marido/namorado para e já me sinto pai completamente, pai, e tendo muita paciência com mas é complicado ter ações coma companheira”, disse. paradas as da mãe, somos figuA psicóloga Noêmia Kunch rantes”, descreve o futuro pai. Ele afirma que ser pai requer ener- acompanha a namorada às congia, comprometimento, envolvi- sultas médicas, cuida da alimenmento, toma muito tempo e exige tação dela e diz que quando a filha muito esforço: “Não dá para ser nascer não vai ser diferente: “Com

rinheiros de primeira viagem, precisamos do apoio de quem nos conhece e nos querem bem. A experiência e conselho deles nos dá um rumo”, dizem. Foto: Arquivo Pessoal

certeza, quero participar de tudo”. Com opiniões semelhantes, Bruno e Luiz Phelipe contam que o apoio da família é primordial. “Necessariamente, nós ma-

Theo, filho do casal, com pouco menos de um mês de vida


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PERFIL

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TO

O homem mais bonito do Brasil mostra que beleza não é tudo Antes de ganhar o Mister Brasil, Thiago Ximenes já fazia a cabeça das mulheres brasilienses

Kleyton Almeida

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clientes. A qualidade do trabalho dava fama a Thiago. Pouco a pouco ele conseguiu se firmar como empresário bem sucedido no ramo. Hoje tem 19 funcionários no salão. “Tudo que consegui foi com esforço e dedicação, nada veio de graça”, diz. Mister Em 2012, Thiago recebeu o convite para representar o DF no concurso Mister Brasil, no Sul do país. O jovem sempre teve contato com o mundo da moda: além do salão, dos 14 aos 17 anos trabalhou como modelo, o que ajudou a performance no concurso Foto: André Andrade

os 24 anos, o taguatinguense Thiago Ximenes conquistou a faixa do concurso mais disputado de beleza masculina do país: foi eleito o homem mais bonito do Brasil. Mesmo não concorrendo no Mister universo no Peru, por falta de estrutura e por preferir investir em outros projetos, já se sente realizado em carregar a faixa nacional. O garoto criado em Brasília, filho de pais separados e mais velho entre três irmãos, soube da responsabilidade e começou a trabalhar desde cedo. Aos 15 anos, Thiago arranjou o primeiro emprego em um salão de beleza no Lago Sul. Começou na recepção do salão atendendo telefone e marcando horários para as clientes, mas a desenvoltura e o bom atendimento renderam elogios, que logo foram reconhecidos pelo antigo patrão. A vontade em querer aprender uma profissão foi fundamental para que convencesse a equipe. Mesmo com pouca idade, já levava jeito para cortar cabelos. Passou a ajudar e observar os profissionais e logo começou a praticar as técnicas que observava, atento a todas as explicações que lhe eram passadas. Após anos de experiências e atendendo os mais exigentes clientes de Brasília, o atual mister Brasil tornou-se hairstylist (designer de cabelos). Com visão empreendedora, percebeu que era hora de seguir o próprio caminho. Montou um salão no Guará com ajuda e apoio da família. No início teve dificuldades, como todo pequeno empresário. O serviço burocrático e administrativo ocupava grande parte do tempo e ele ainda tinha que atender os clientes. Chegava a trabalhar mais de doze horas por dia. Aos poucos foi conquistando espaço e clientela, principalmente pela forma personalizada com que atendia os

Mister Brasil começou a carreira aos 15 anos como cabeleleiro

nacional. “Beleza é muito subjetiva, os jurados avaliam mais sua postura do que a beleza em si”, ressalta. Sobre o concurso, conta que existiu uma série de etapas e que, em todo o tempo, estava sendo observado. Por mais que as pessoas não saibam, o concurso tem outros papeis: quando recebe a faixa, o Mister Brasil se compromete com uma série de atividades de cunho social e político. “Tenho a responsabilidade de corresponder não só pela beleza, mas como ser humano. Todo o tempo é uma responsabilidade carregar a faixa”, afirma. Thiago conta que não pretende largar a profissão, pelo contrário: quer investir ainda mais e, quem sabe, futuramente abrir filiais do salão. Ele não descarta ainda a possibilidade de trabalhar em outras atividades, como por exemplo a TV. Comenta com exclusividade que recebeu convite para participar de um reality show. Ainda não há nada certo e, no momento, ele participa de programas no rádio na TV. “Quem trabalha e quer crescer cria oportunidades”, comenta. Ele enfrentou preconceito principalmente por ser cabelereiro, mas superou. Hoje, se sente orgulhoso, e o que tem conquistado se deve muito à profissão. “A área de cabelo é uma terapia, você trabalha a autoestima de uma pessoa e mostra que ela sempre pode ficar melhor. É muito recompensador, além de ser um trabalho digno como qualquer outro”, ressalta. Mesmo sem diploma de curso superior, o Mister Brasil passou quatro anos especializando-se em cabelos. A intenção é firmar parcerias com faculdades para montar uma graduação para cabelereiros – de visagismo e estética capilar, assim como já há em São Paulo e fora do país. “Não adianta ter um rostinho bonito, as pessoas já não querem só isso”, finaliza.


CU

A R U T L

mapa Gentil

ArTe e educAção gerAM geNTilezA projeto no Cemeit busca ressignificar a relação das pessoas com as cidades Foto: Elza Milhomem

Localizado na entrada da estação da Praça do Relógio, em Taguatinga, o Palhaço impacta pelo tamanho Bruno Bandeira, Fabiana Sousa e Silvia Guerreiro

“A imagem mostra criatividade em conscientizar as pessoas.” É o que diz a estudante Bruna Morais Lima, 15 anos, sobre o imenso palhaço pintado em uma parede próxima à Estação do Metrô Praça do Relógio, em Taguatinga. A representação ainda contempla a frase: “Gentileza gera alegria”, e faz parte do projeto Mapa Gentil. A iniciativa, baseada nos princípios de José Datrino – conhecido também como Profeta Gentileza –, foi elaborada por artistas visuais do Distrito Federal em parceria com 30 estudantes do Centro de Ensino Médio EIT (Cemeit), em Taguatinga. O projeto desenvolveu intervenções urbanas, com vistas a difundir por meio da arte o conceito de gentileza, criando uma reflexão sobre a ocupação das cidades e unindo manifestações artísticas e educação,

além de estimular cuidado com os bens públicos. Benefícios Ao todo, foram feitas 97 obras, em 62 locais diferentes de quatro cidades do DF: Samambaia, Taguatinga, Ceilândia e Riacho Fundo. A coordenadora do projeto, Janaína André, artista visual que trabalha com projetos de intervenção urbana há mais de dez anos, destaca que existem entre 20 e 30 obras em cada cidade. Janaína também ressalta que entre os benefícios do projeto estão os cuidados com os bens públicos, o estímulo à gentileza com o outro e consigo mesmo, além da discussão da ecologia. Segundo ela, a filosofia gentil prega que a maior riqueza está na natureza. “Esse é um tema amplo e de grande importância para a sociedade”, relata.

O projeto, dividido em quatro fases, foi desenvolvido durante mais de um ano. Na primeira etapa, os alunos do Cemeit participaram de um ciclo de palestras que envolviam assuntos relacionados aos ensinamentos do Profeta Gentileza, incluindo a vida dele. A segunda fase incluiu oficinas práticas de pintura, como o grafite. Já a terceira enfocou o estudo das cidades e a implementação das obras, que foram feitas próximas aos locais de grande trânsito de pessoas e próximo aos pontos de cultura local como feiras. Ainda nessa etapa, os participantes mapearam as intervenções artísticas e elaboraram um roteiro

‘‘

nós percebemos diminuição significativa das brigas em sala de aula

Flávia Felipe

turístico pelas cidades incluídas no projeto. Na última fase do projeto foram realizados os “passeios gentis”. Durante um mês, a comunidade e estudantes de escolas públicas puderam conhecer melhor as obras e a história das quatro cidades em que estavam inseridas. Em cada encontro, um guia acompanhava os visitantes e falava sobre o projeto, o contexto urbano e das intervenções. O percurso do Mapa Gentil tinha cerca de 50 quilômetros e podia ser feito com vans disponi-

bilizadas pelo projeto. A coordenadora do mapa salienta que durante esse período cerca de 3500 pessoas fizeram o tour. Relações Para a estudante do 3o ano do Cemeit Brenda Lopes, 17 anos, participante da iniciativa, o Mapa Gentil criou nos alunos o sentimento de que era preciso mudar o aspecto das cidades e transmitir algum tipo de mensagem positiva. “Fiquei sabendo do projeto a partir do relato de uma professora. Depois das oficinas e de todo conhecimento que adquirimos sobre o Profeta Gentileza, foi inevitável a necessidade de participar das intervenções. Sentimos que precisávamos fazer algo para mudar a cara daqueles locais e passar alguma mensagem”, conta. O professor Frederico Flósculo, doutor em processos de desenvolvimento humano e saúde e professor de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília, destaca que as obras de intervenções urbanas como as do projeto Mapa Gentil são importantes porque estão fixas, o que geram reeducação social nas pessoas. “As intervenções urbanas são muito bem vindas, porque ressignificam o ambiente, criam um estado de preservação e apropriação dos espaços, e muda consideravelmente as relações interpessoais”, conta. Ele aponta ainda que as obras devem ser constantemente renovadas ou passarem por manutenção para causar o impacto desejado nas comunidades.

Fotos: Divulgação

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Fotos: Divulgação

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C U LT

cineclubes

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URA

o ciNeMA eM deBATe vejavocê segundas-feiras, a cada 15 dias, às 11h30 e às 18h auditório do bloco K, universidade católica, taguatinga www.pulsatil.com.br

cineclube vladimir carvalho

domingos, às 19h conic www.fundacaoastrojildo. org.br

bancário toda segunda-feira, às 20h teatro dos bancários, asa sul www.bancariosdf.com.br

cine teatro eit

toda quarta-feira, às 12h15 e às 18h15 teatro da praça, taguatinga centro www.cineteatroeit. blogspot.com.br

cinebeijoca toda quinta-feira, às 11h. sábados, às 16h sala de cinema, iesb, asa sul www.cinebeijoca. wordpress.com

iesb toda quinta-feira, às 11h. sábados, às 16h sala de cinema, iesb, asa sul www.cineclubeiesb. wordpress.com

Aumentam na capital grupos que se reúnem para assistir e discutir a sétima arte Carolina Meneses e Fernanda Xavier

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ocê assiste a um filme brilhante, sente necessidade de comentar... Mas com quem? Os cineclubes estão aí para isso. Fãs da sétima arte se reúnem para assistir e discutir filmes em sessões que acontecem periodicamente em vários lugares do Distrito Federal. Os debates após as exibições são apenas uma das características dos cineclubes, que convidam a população a conhecer uma programação alternativa, diferente das salas de cinema comerciais. A entrada é franca, e muitas vezes os espectadores participam da escolha da programação. Esses fatores atraem um público cada vez maior e fazem com que o movimento cineclubista viva uma boa fase na capital. Para Ana Arruda Neiva, coordenadora de parcerias da União dos Cineclubes do DF e do Entorno (UCDF), a grande diferença entre sessões de cinema convencionais e em cineclubes é que eles são um espaço de construção coletiva. Thays Lopes, estudante de Cinema e Mídias Digitais do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), comenta: “Os debates fazem com que você tenha uma visão mais ampla sobre os filmes. É muito boa a experiência de participar de um cineclube”. No DF De acordo com Ana Arruda, existem hoje cerca de 40 cineclubes ativos no DF. Os grupos não estão centralizados apenas no Plano Piloto, mas distribuídos por diferentes regiões administrativas, como Taguatinga, Samambaia, Cruzeiro, Brazlândia e São Sebastião. “Os cineclubes têm função cidadã, pois levam os filmes

a pessoas que não têm acesso a salas de cinema, por questões geográficas ou financeiras”, diz. O movimento cineclubista local existe desde a fundação da capital. Foi interrompido durante a ditadura, mas reavivado na década de 80, com a participação de grandes nomes do cinema brasileiro, como Vladimir Carvalho, Nelson Pereira dos Santos e Jean-Claude Bernardet. A União dos Cineclubes funciona no DF desde 2008, mas só foi oficializada recentemente, em 22 de setembro, durante o 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Reúne cineclubistas que promovem ações colaborativas entre as associações da capital. Nas escolas Criado em 2007 pelo Ministério da Cultura, o projeto Cine Mais Cultura disponibiliza equipamentos de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista. No DF, o programa conveniou-se à Secretaria de Educação, permitindo a criação de cineclubes em escolas de todas as RAs. “Foram 87 escolas capacitadas, e muitos grupos fundados pelo programa continuam ativos até hoje”, conta Ana Arruda. O Centro de Ensino Médio EIT foi uma das escolas que receberam o programa, e possui um dos cineclubes mais ativos da capital. A maior parte dos frequentadores é de alunos, mas as exibições são abertas ao público. Além de decidirem os filmes que serão assistidos e discutidos, são os alunos que montam os equipamentos de projeção e realizam as sessões.


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IO P Á D AR

Guloseima

eu sÓ quero chocolATe

Brigadeiro, sobremesa tipicamente brasileira, ganha ares de sofisticação na versão gourmet Giullia Chaves e Fernanda Xavier

Giu llia Cha ves

a designer e professora Débora Medeiros. “A gente nunca come um só e a parte de design e apresentação das lojinhas é linda, a gente fica com vontade de comer e com água na boca. É uma fofura o que eles fazem para apresentar os brigadeiros”, avalia. A estudante de biomedicina Raíssa Araújo afirma ser frequentadora assídua de brigadeirias e sempre que vai, pede um de pimenta, seu preferido: “Eu gosto da ideia de brigadeirias. Para mim, tudo o que envolve chocolate é divino”. Apesar de gostar muito de chocolate, a estudante confessa que o preço não é tão doce assim: “Particulamente eu achei meio caro, mas como não paguei da primeira vez que fui, não liguei pra isso na hora. O melhor é que tem gosto de brigadeiro caseiro, e não desses de lata, industrializados”, conclui. Seja na versão sofisticada ou caseira, uma coisa é certa: o brigadeiro é um dos doces preferidos dos brasileiros.

o:

Autonomia Em contrapartida, há aqueles que não têm uma empresa e fazem o brigadeiro em casa para vender por aí. A estudante de Cinema e Mídias Digitais, Natália Duarte, confessa que durante os seus tempos de ensino médio fazia brigadeiros para vender na escola e faturava uma boa grana. Ela gastava em média 10 reais com os ingredientes, com este tanto dava para fazer 34 brigadeiros de copinho que ela vendia por um real cada. Infelizmente, por causa da correria, Natália teve que parar com a produção, mas diz que assim que tiver um tempinho voltará a comercializar seus brigadeiros. A estudante Luiza Kavamoto come sempre que pode em brigadeirias e acha muito gostoso. “Gosto muito do de nutella mas prefiro o que vem na bisnaguinha, porque vem mais brigadeiro e é muito, muito bom”, diz. “Brigadeiro é bom de qualquer jeito, seja feito em casa, pronto, ou os que vendem em lojas”, comenta

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M

uitos chefs estão se especializando em reinventar a receita do famoso doce brasileiro. Brigadeiros com nutella e caramelo são as mais novas pedidas. Tem brigadeiro para todos os gostos. Tendência em Brasília, muitas brigadeirias, surgiram da paixão pelo doce e da vontade de comercializar diferentes receitas. Mãe e filha, literalmente, em um momento de descontração de cidiram abrir um negócio. Cristina e Marcella re s o l v e ram comercializar o doce mais querido do Brasil. As duas são donas do quiosque Mãe e Filha, localizado no shopping Gilberto Salomão, no Lago Sul. Lá, as duas vendem as gostosuras. A loja Joaquina, que fica no Parkshopping é fruto da paixão de Isabela Oliveira pela cozinha. Isabela é formada em nutrição e pós-graduada em nutrição infantil. Buscando especializar-se, mudou para Londres onde se formou em gastronomia. Voltando para Brasília, resolveu abrir um negócio juntando as duas paixões: gastronomia e brigadeiro. Então, abriu a loja Joaquina Gourmet, onde vende brigadeiros dos mais variados sabores.

Foto: Karinne Rodrigues


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