Artefato
Ano 15 Número 7 dezembro de 2014
Reitor avalia primeiros meses na UCB Professor Gilberto Gonçalves Garcia fala sobre futuro das Escolas, as mudanças na Católica Virtual, as perspectivas para a extensão e os projetos para 2015 >> p. 12 a 15
Gastronomia na rua Picnik reúne pessoas e redescobre paisagem brasiliense
>> p. 8 e 9
“Cinco”
Painel de Scheufler é pérola incrustada no bloco M
>> p. 23
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EDITORIAL Em 15 anos de Artefato, o segundo semestre de 2014 foi sem dúvida uma quebra de paradigmas. Desde a produção do projeto editorial, nosso objetivo era ter como público principal a comunidade acadêmica e administrativa da universidade, e conseguimos. Sob críticas, fomos acusados de sensacionalismo, com certeza o preço que se paga por optarmos a apurar assuntos que muitos sabiam somente pelo “boca a boca” nos corredores da universidade, mas que foram criteriosamente investigados por nossos repórteres. Também recebemos muitos elogios gratificantes, de reconhecimento dos ‘valores-notícia’ que nosso jornal cultivou, preocupado em abastecer de conteúdo as informações que eram tratadas de forma superficial e por vezes esquecidas pelas divisões de comunicação da UCB. Nossa principal missão foi entender a importância de ousar tocar nos assuntos, questionar os processos e dar a voz de fala a quem pode responder nas instâncias superiores sobre os rumores da universidade, como é o caso da entrevista com o Reitor. E isso proporcionou grandes aprendizados, que é exatamente o objetivo desta disciplina, desde a prática jornalística à construção e recepção das informações apresentadas. Entendemos que jornalismo se faz com garra, determinação e curiosidade. Não é uma profissão para pessoas preguiçosas, que não enxergam na notícia seu valor. Desde o início do processo, temos que aprender a lidar com o ritmo de cada repórter, que não cumpria com o “deadline” e atrasava todo o processo de edição. O desinteresse foi o principal problema. Em dias de fechamento, sempre tivemos poucos presentes. O desestímulo aconteceu também porque houve uma política de economizar recursos, pois tivemos apenas duas edições impressas e uma online, em lugar das quatro previstas no projeto pedagógico do curso. Apesar de todas as dificuldades que se tem em um processo de edição, em quatro meses, vivenciamos o clima de uma redação, desempenhando funções distintas dentro de um mesmo ambiente, revezando em cargos de editor-chefe, editor de arte e de fotografia, subeditores de fotografia, editores de texto e de web, diagramadores, repórteres e fotógrafos. Nós, como quase jornalistas, chegamos a pessoas, informações e dados a que os demais estudantes não poderiam chegar. Desempenhamos a função de intermediar as notícias e o mais importante, instigar as opiniões.
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Artefato Jornal-laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília Ano 15, n. 7, dezembro de 2014 Reitor: Dr. Gilberto Gonçalves Garcia Diretor da Escola de Negócios: Dr. Alexandre Kieling Coordenador do curso de Comunicação Social: Dr. Luiz Carlos Assis Iasbeck Professores responsáveis: Me. Lunde Braghini Júnior e Me. Fernanda Vasques Orientação de fotografia: Me. Bernadete Brasiliense Editores chefes: Amanda Rodrigues, Eduardo Kirst, Gabriela Vieira e Sabrina Pessoa Sub-editores: Paulo Martins Editores de arte: Beatriz Carlos Editoras de Fotografia: Michele Mendes e Daniel Mangueira Subeditores de fotografia: Gustavo Giácomo, Jelsyanne Aluquerque, Lucas Lélis e Mariane Cunha Editores de texto: Alex Santos, Paulo Martins, Rafaela Brito, Carolina Vajas e Jéssica Duarte Editores web: PatríciaMarques, Rosi Araújo Diagramadores: Ana Paula Viana e Gustavo Goes Repórteres: Alex Santos, Amanda Bartolomeu, Amanda Costa, Amanda Rodrigues, Beatriz Carlos, Bianca Amaral, Bruno Santos, Carolina Matos, Carolina Vajas, Daniel Mangueira, Fernanda Pinheiro, Gustavo Goes, Jéssica Xavier, Juliana Macedo, Jéssica Duarte, Luana Póvoa, Marina Maria, MIchele Mendes, Patrícia Marques, Paulo Martins, Rafaela Brito, Rosi Araújo, Sabrina Pessoa, Thiago Baracho, Yago Pera Fotógrafos: Adrienne, Barbara Bernardes, Diogo Neves, Gabriela Alves, Gabriella Bertoni, Gustavo Giácomo, Isabella Vieira, Isabella Cantarino, Jelsyanne Albuquerque, João Pedro Carvalho, Lucas Lélis, Mariane Paim,, Manoel Neto, Marcus Gomes, Tarcila Rezende, Vanessa Cristina Tiragem: 2 mil exemplares Impressão: Gráfica Athalaia Universidade Católica de Brasília EPCT QS 07 lote 01, bloco K, sala 212 Laboratório Digital Águas Claras, DF Fone: 3356-9098 / 9237 Site: pulsatil.com.br Facebook: facebook.com/artefatoucb Acervo: issuu.com/jornalartefato
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Política 3
Entrevista
Foto: Manuel Ventura
Jornalista ajuda a montar terceiro governo no DF Hélio Doyle afirma que o GDF diminuirá o número de secretarias e promoverá as eleições dos administradores regionais por Michele Mendes
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oordenador da campanha vitoriosa do PSB, o jornalista Hélio Doyle prefere não assumir que irá ocupar alguma secretaria no futuro governo de Rodrigo Rollemberg, mas garante que haverá diminuições no número de Pastas - de 38 para no máximo 20 - como prometido por Rollemberg. No caso das administrações regionais, diz que os administradores serão eleitos pela população no futuro. Em 1995, ele ajudou a montar o governo do PT; em 2002, o do PMDB; e agora foi indicado pelo PSB. Professor aposentado pela Universidade de Brasília (UnB), ele já ocupou diversos cargos na área política, entre eles o de coordenador de comunicação de campanha nas candidaturas de Rollemberg e Reguffe (PDT), foi secretário de governo quando Cristovam Buarque (PDT) governava o DF e secretário de articulação do governo no segundo mandato de Joaquim Roriz (PRTB). Você ajudou a montar um governo do PT, um do PMDB e agora participa do PSB. Como compara esses três processos? Cada processo tem suas características e são muito diferentes em vários aspectos. Além do que ocorreram em momentos distantes - 1995, 2002 e 2014 -, com conjunturas diferentes.
Hélio Doyle é assessor de transição pela terceira vez em governo DF máquina seja mais enxuta. Não se sabe ainda quantas secretarias serão, mas arrisco que não mais do que 20, com margem de erro de 10%. E as Administrações regionais já estão definidas? O Rollemberg pretende realizar quando as eleições para a escolha dos administradores? Não concluímos também os estudos para reorganizar as administrações regionais, que no primeiro momento serão chefiadas por moradores das cidades indicados pela sociedade civil organizada. No segundo momento, depois de ampla discussão, serão eleitos diretamente, como prometido na campanha. Quais são as qualidades e o trabalho que deve ser feito por um assessor para poder transitar entre partidos diferentes e montar governos e poder sempre ser chamado por outros partidos assim como você? Profissionalismo e competência. Sem profissionalismo não poderia trabalhar com políticos de perfis diferentes. Sem competência eles não iriam querer meu trabalho. Mas quero deixar claro que já trabalhei em muitas outras campanhas, aqui e em outras cidades, e não apenas nessas.
Você conheceu de perto as virtudes e os defeitos de Cristovam e Roriz. O Rollemberg, na sua avaliação, tem alguma característica que os lembre? Acho o Rollemberg muito diferente dos dois. Com Cristovam tem semelhança Como você se apresenta? Como uma pessoa que profissionalmente assessora um governo, como quem abraça uma causa ou como alguém na defesa de princípios éticos. Com Roriz, na vontade de fazer. que combina as duas coisas? Em alguns casos, simplesmente assessoro. Em outros, abraço a causa. E, Qual o seu trabalho dentro da equipe de transição? Meu trabalho é coordenar o processo, manter contatos com a equipe em outros, somos as duas coisas. do governo e ajudar o governador eleito nas conversas necessárias para Depois da transição, você continuará no governo, ocupando uma secretaria? estruturar o futuro governo. Isso tem de ser perguntado ao Rollemberg. E quais são as prioridades da equipe? A prioridade é assegurar que não haja descontinuidade entre os dois Você já foi filiado ao PT, ao PDT e a outro partido menos conhecido (PSD). Por que a escolha de um partido menor? governos e que a cidade continue funcionando. Hoje não sou filiado a partido nenhum. Filiei-me ao PT por convicção política, ao Já se pode ter um balanço sobre as secretarias do GDF? Rollemberg enfatizou PDT porque havia rompido com o PT e tinha grande admiração por Brizola. Ao PSD apenas para ajudar a trazer o partido para a coligação de Rollemberg e Reguffe. Mas na campanha que diminuiria o número, mas de quanto seria essa redução? A discussão ainda está sendo feita, com base nos objetivos estratégicos do futuro o partido em que fiquei mais tempo, e me orgulho disso, foi o Partido Comunista do governo, na necessidade de que a estrutura de governo seja eficiente e de que a Brasil - Ala Vermelha, clandestino e que lutou intensamente contra a ditadura.
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Mudanças
Reforma Política procura eleição mais democrática Projeto de iniciativa popular, plebiscito e referendo estão em discussão por Gustavo Goes e Luana Póvoa Foto: Dayane Oliveira
Temas abordados pela reforma política estão desde a Constituição de 1988 sem serem mudados
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cenário de revolta com a política e com os políticos, criado nas manifestações de 2013, expôs o sentimento do brasileiro: o povo quer mudança. O incômodo foi tamanho que ruas foram tomadas e o debate sobre uma reforma política se tornou inevitável, tanto para quem estava no governo, quanto para quem almejava governar. Mesmo com a reeleição de muitos candidatos já conhecidos do povo brasileiro, as propostas avançaram e, para que chegue
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ao Congresso Nacional, é preciso recolher 1,5 milhão de assinaturas. Já foram 500 mil e a expectativa é que sejam entregues até março, início da nova legislatura. Esse conjunto de propostas que alteram a Constituição pode ser decidido por meio de um plebiscito ou referendo, como a presidente da República, Dilma Rousseff, antecipou em seus discursos que poderiam ser feitos das duas formas. Primeiro, em 2013, diante das manifestações, sugeriu que fosse feita por meio
de plebiscito, porém, no dia 28 de outubro de 2014, Dilma disse que poderia ser feita das duas maneiras. Inclusive, acrescentou que poderia convidar Marina Silva e Aécio Neves para discutir sobre o assunto. No plebiscito, os eleitores são consultados sobre cada um dos pontos da reforma política, respondendo “sim” ou “não” a uma série de perguntas e, com base no resultado da consulta, os parlamentares elaboram a lei. Já no caso do referendo, o Congresso discute, vota e
aprova uma lei, e os eleitores são convocados depois para dizer se são a favor ou contra o conjunto da legislação, que o Congresso elaborou. Em 2005, aconteceu uma situação parecida, quando o eleitorado opinou sobre o Estatuto do Desarmamento, que proibia a venda de armas e munições. Ansiosas por respostas, algumas entidades da sociedade civil, comandadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que decidiram fazer
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Artefato a matéria avançar na próxima Janio perdeu com 14.939 votos. legislatura por meio de um “Nós temos o pior sistema projeto de iniciativa popular e possível. A representação recolhimento de assinaturas. proporcional é usada em países do mundo inteiro, mas o nosso Sistema eleitoral está aberto com coligações, O sistema eleitoral brasileiro fazendo com que o eleitor seja para a Câmara dos Deputados induzido a votar em nomes e é um sistema proporcional de não em partidos. Isso favorece lista aberta. Nele, os votos muitos grupos ou corporações são nominais aos candidatos da sociedade. Em Brasília, e as listas partidárias (ou da a grande maioria representa coligação) são compostas grupos, tem o Pedro do Ovo, pelos membros mais votados, o Batista das Cooperativas, o a partir desse número são Chico Vigilante, além de muitos escolhidos, proporcionalmente, policiais militares, policiais a quantidade de vagas que civis, bombeiros, evangélicos, serão destinadas aos partidos entre outros políticos” criticou o (coligação). As vagas serão cientista político David Fleischer. preenchidas pelos mais votados Para substituir o atual desse partido (coligação). sistema proporcional de lista Esse sistema permite aberta utilizada para as eleições uma série de distorções na legislativas, o movimento “democracia” de uma eleição. O pela reforma política propõe clássico exemplo de como essas o sistema proporcional em eleições podem ser injustas lista pré-ordenada e em dois (mas legais, já que está tudo turnos. No primeiro turno, o previsto na lei) foi a eleição voto seria dado ao partido, a de seis deputados do Prona, partir do debate em torno de sua partido inexpressivo até então, plataforma política e também no estado de São Paulo, em considerando uma lista pré2002. O fenômeno aconteceu ordenada de candidatos. Nesse a partir do “fenômeno Enéas”, primeiro turno, os partidos que conseguiu 1,5 milhão de elegeriam o número de cadeiras. votos e puxou para a Câmara o Já no segundo turno, os eleitores deputado Vanderlei Assis, que escolheriam os candidatos. havia conseguido 275 votos. Cada legenda apresentaria o Como de praxe nesse sistema dobro de candidatos das vagas eleitoral, podemos ver o mesmo conquistadas no primeiro turno. fenômeno se repetir a cada quatro anos, porém em proporções Financiamento menores. Em Brasília não foi O financiamento das diferente. Laerte Bessa (PR) campanhas por empresas e a foi eleito deputado federal com influência que esse dinheiro 32.843 votos, enquanto Alírio pode exercer no mandato do (PEN) ficou na suplência com político é um grande tema a 78.945 votos. Enquanto na ser debatido. Principalmente, disputa ao Buriti, Luzia de Paula pelo crescimento do dinheiro venceu com 7.428 e Guarda investido nas eleições. Em 2014,
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a campanha dos deputados federais e senadores eleitos custaram R$ 1,1 bilhão, o que representa um aumento de 11% acima do índice de inflação em relação a 2010. A maior parte do valor arrecadado pelos eleitos veio de empresas. Na Câmara, dos R$ 721 milhões, 77% são de pessoas físicas. A proposta visa a proibição do financiamento de campanhas por empresas e o “financiamento democrático”, uma combinação de financiamento público com o financiamento de pessoas físicas. O financiamento de pessoas físicas seria de, no máximo, R$ 700, corrigidos por índices oficiais, a cada eleição. E o total dessas contribuições não poderia ultrapassar 40% dos recursos públicos destinados ao candidato.
suplente, o mesmo voltou a acontecer nas eleições de 2014. Desta vez, o candidato eleito foi Reguffe (PDT) e seu primeiro suplente, o empresário José Carlos Vasconcellos, responde a um processo na Justiça. O empresário, dono da Gestão e Inteligência em Informática, foi condenado pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal a devolver R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. Com uma eleição indiscutível (57% dos votos) e um mandato de oito anos, não seria nenhuma surpresa se, nesse meio-tempo, Reguffe tentasse um mandato no Executivo e deixasse o cargo de Senador para o seu suplente. “Tem uma proposta muito interessante da Câmara, na qual o deputado mais Suplência de senador votado assumiria a suplência”, A suplência nos cargos ao sugeriu o cientista político Senado foi bastante discutida David Fleischer. durante as eleições no DF. O senador Rollemberg (PSB), que Voto facultativo vai ser governador a partir de Pesquisa do Datafolha 1º de janeiro, terá que deixar o anterior às eleições de 2014, no cargo para seu suplente assumir. dia 22 de outubro, constatou que Fato corriqueiro na política, 46% dos eleitores não votariam visto que a maioria dos políticos se o voto não fosse obrigatório. migra do Legislativo para A pesquisa está diretamente tentar cargos no Executivo. O ligada ao índice de escolaridade problema é que o suplente José e a renda do entrevistado. A Hélio (PSD), ou simplesmente porcentagem de pessoas com Hélio Gambiarra, conhecido apenas o ensino fundamental, assim após escândalo quando completo ou incompleto, e trabalhava na Companhia a renda de até dois salários Energética de Brasília, é acusado mínimos que não votariam chega de ter abusado sexualmente a ser maior dos que votariam. de uma sobrinha, o que gerou O número é refletido na revolta tanto dentro do Senado, quantidade de abstenções nas quanto fora dele. eleições. Para governador no DF, Se em 2010 Rollemberg 12,64% se abstiveram de votar. foi eleito senador sem que Já para presidente, 21,50% de a população conhecesse seu brasileiros não votaram.
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Ciberativismo
Das ruas para as redes Discussões na internet mobilizam campanhas políticas no segundo turno
Foto: Twitter (Divulgação)
Gráfico extraido a partir do twitter, no dia 25 de outubro, mostra o tamanho das interações entre os usuário em torno das eleições presidenciais por Daniel Mangueira e Paulo Martins
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s eleições desse ano são um marco no ciberativismo. Estudos da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV) identificaram, só no dia da eleição do segundo turno (26 de outubro), cerca de três milhões e meio de postagens sobre os dois candidatos à presidência da república, Dilma Rousseff e Aécio Neves. Ciberatavismo significa a mobilização de grupos pela
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internet em vista de uma causa. O ciberativismo político, por exemplo, aponta para as mobilizações políticas nas redes sociais. O diferencial deste movimento é a participação de diferentes atores anônimos que, muitas vezes, nem precisam sair de casa para empunhar sua bandeira. Entretanto, o ciberativismo político é compatível com a mobilização nas redes sociais e o seu resultado se dá em atividades nas ruas. O famoso bordão criado na manifestações
de maio e junho de 2013, em todo o Brasil, “vem pra rua” tem dado grandes resultados. Outro estudo, realizado pelo instituto norte-americano de análise Pew Research Center, apontou que as redes sociais motivaram seus usuários a participarem de atividades políticas. O estudo foi feito com 2.255 pessoas que utilizam sites como Twitter, Facebook e Linkedin. De acordo com o estudo, 57% dos entrevistados acreditam que as redes sociais podem
influenciar a mudança de votos e a opinião dos amigos virtuais. Esse fenômeno, observado nas eleições à presidência do Brasil, neste ano, foi bastante significativo se comparado com as eleições de 2010. As manifestações nas redes sociais desta vez moldaram, em parte, até as estratégias das campanhas eleitorais. Boa parte da agenda dos candidatos teve forte influência do que circulava na internet. Presidenciáveis passaram a criar vídeos e postar nas redes
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Artefato dos partidos e das campanhas. O volume de informação gerada circulava numa velocidade tão grande que pouco dava tempo do adversário responder. De acordo com fontes das assessorias dos candidatos ao Planalto, entre uma viagem e outra, ou mesmo nos intervalos das gravações dos programas eleitorais, Aécio e Dilma dividiam o tempo para acompanhar o que circulava nas redes sociais e internet. Sites de apoio aos candidatos foram criados. Perfis nas redes sociais se multiplicavam a cada resultado de pesquisa. E, à medida em que as mobilizações cresciam nas redes, elas alcançavam as ruas das cidades por todo o país. Motivada pelas ações políticas nas redes sociais, Liliane Carvalho, 26 anos, utilizou seu perfil no Facebook para manifestar seu posicionamento nestas eleições e conquistar mais votos para o seu candidato. Ela mudou a foto do perfil, colocou um avatar com o número do partido e foi para a luta. “A mobilização foi intensa e árdua. Diariamente eu estava nas redes. Não cheguei a perder amigos, mas alguns conflitos surgiram e relações ficaram abaladas no período”, afirmou Liliane. De acordo com a assistente administrativa, todo o trabalho teve bons resultados. “Ganhei votos e conversei com muita gente. Foi interessante ver as pessoas se dando conta das manipulações a que são submetidas. Fiz isso por acreditar na importância da militância”, concluiu. Já para Victor Macena, 20 anos, o principal motivo que o levou para a militância nas
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redes sociais foi por crer que seu candidato tinha um melhor plano de governo, principalmente para a economia, além de pensar que ele estava mais preparado para governar o país. “O atual cenário não me mostra um grande futuro para o Brasil. Corrupção, inflação, alianças e apoios inexplicáveis com países que não dão retorno para o Brasil em detrimento a parceiras com países mais fortes como Estados Unidos e países europeus, a atual presidente mais maquia do que faz”. Ciberativismo na UCB O ciberativismo já mostrou também as suas caras na universidade, no primeiro semestre de 2014 foi apresentado um plano de restruturação planejado pela União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC), mantedora da UCB, que entraria em vigor para todas as suas instituições a partir do segundo semestre de 2014. A comunidade acadêmica não concordou com alguns pontos e a forma a qual essa reestruturação seria feita e por meio das redes sociais, principalmente do Facebook, se organizou algumas manifestações as quais adiaram a implantação dessa restruturação. A principal manifestação ocorreu no dia nove de abril, uma quarta-feira, e contou com mais de 1,9 mil alunos apoiando o evento no Facebook. A manifestação, que ocorreu nos turnos matutino e noturno, conseguiu impedir que tivesse aula na universidade e ainda fechar por cerca de uma hora o Pistão Sul. O ato foi o principal responsável por ter “impedido” a restruturação.
Ciberativismo, o que é? A utilização da internet para ações de grupos organizados ou de anônimos que querem“mudar o mundo”, vai desde petições online, criação de sites denúncia sobre uma determinada causa, organização e mobilização de protestos e atos que aconteçam fora da rede, flashmobs, hackerativismo e o uso de games com uma função política e social. Alguns especialistas afirmam que o ativismo online teve início na década de 90, mas foi nos últimos anos que ele ganhou expressão e destaque. Os casos mais atuais começaram em 2009, no Irã, em que o Twitter teve um papel fundamental para a criação de um campo de batalha virtual após a reeleição suspeita de fraude do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou protestos e confrontos com a polícia iraniana. Com os canais de comunicação silenciados, os iranianos viram, por meio do Twitter e YouTube, uma forma de mostrar o que realmente estava acontecendo em seu país. A partir dessa faísca se deu o estopim para as revoluções da primavera árabe, de 2011. Eles utilizavam as redes sociais (Facebook, Twitter e Youtube) para se organizarem, comunicar e sensibilizar a população mundial para a realidade a qual estavam sendo submetidos em seus países. Outro exemplo é o dos protestos de junho de 2013 que ocorreram no Brasil, os quais em sua maioria foram completamente organizados por meio de redes sociais e que serviram para mostrar a força do ciberativismo.
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Cultura
Economia criativa em alta na gastronomia de Brasília Eventos como o Quitutes, Feira Gastronômica Brasil Sabor, Chefs no Eixão, Food Trucks e Picnik coroam opções acessíveis de mercado por Beatriz Carlos e Rosi Araújo Foto:Rodrigo Mendonça
feiras têm também o intuito de divulgar restaurantes e para novos públicos. Com a formação de um novo conceito de lazer, eventos como o Quitutes, Feira Gastronômica Brasil Sabor, Chefs no Eixão, Food Trucks e Picnik coroam opções acessíveis de mercado. Quem promove feiras como essas garante que o faz pelo orgulho que tem da cidade: “A ideia dos food trucks é americana e tem a intenção de servir comida boa, rápida e barata. É uma nova forma que os empreendedores de gastronomia podem atuar, contrariando a lógica de ser chefe renomado”, explicou a professora de marketing em gastronomia da UCB, Fernanda Avena.
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Foodtrucks são novidade em Brasilia e fazem sucesso
omida, música e gente jovem com espírito empreendedor. Esse é o cenário das feiras culturais de Brasília, onde pratos gourmets são vendidos a preços acessíveis, músicas são produzidas por Dj’s locais, e, na linha do it yourself – faça você mesmo –, são expostas ideias arrojadas convertidas em produtos. Seguindo a linha de economia criativa, o Quitutes promove o mercadinho made in Brasília e a comida gourmet ao ar livre. “Já fui
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a diversas edições, em diferentes lugares, e a razão é sempre a mesma: muitos amigos, gente bonita e descolada, boa música, boas opções de bebida e comida, e um ótimo jeito de passar o tempo, sem gastar muito, ou gastando com coisas diferentes”, declarou o estudante de direito, Diego Alves. No evento, as pessoas podem degustar, fazer aulas shows de chefs, ouvir música, DJs e muita diversão. A estrutura é pensada exclusivamente para atender todas as necessidades do público e tem
até transporte especial para aqueles que estacionarem em lugares mais afastados, além da segurança reforçada para que todos desfrutem da programação sem preocupações. A economia criativa é composta por atividades que têm como resultados produtos em que as pessoas exercitam sua capacidade de imaginação, criação e produção agregando valor financeiro ao processo. De acordo com o diretor do curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília, George Henrique, essas
Picnik A ideia de produzir o Picnik, segundo Miguel Galvão, responsável pela organização, surgiu da vontade de criar uma plataforma de encontro diurna entre pessoas de diferentes grupos e classes, que valorizasse a realidade presencial, em detrimento da vida e mobilização virtual que vivenciamos por meio das redes sociais; que dispensasse a presença de álcool; e que proporcionasse oportunidades de consumo oposta às que encontramos normalmente nos shoppings, onde os consumidores são induzidos a gastarem e não aproveitam a área verde que a capital oferece.
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Artefato A busca por espaços abertos e amplos é para despertar redescobertas das paisagens brasilienses, promovendo reencontros. Dessa forma, o Picnik coloca o público numa ação que tem o objetivo de conscientização da importância do verde na cidade. “Há uma grande expectativa com relação a cada edição.Tentamos sempre proporcionar uma experiência ímpar aos presentes, diferente do que encontram normalmente”, afirmou Galvão. O Picnik se mostra como uma solução autenticamente brasiliense para equacionar algumas dificuldades e possibilidades de socialização, por isso muita gente facilmente se identifica. A estudante universitária, Vicktoria Bitar, 21 anos, conta que é um
Gastronomia evento “completo”, com roupas, bebidas, comidas e músicas. Tudo com muita qualidade. Pessoas simpáticas e ambiente agradável. Mas, ressalta que deveria ter mais banheiros químicos. A burocracia muitas vezes atrapalha a disseminação de atividades culturais, principalmente em Brasília. Segundo a equipe do Picnik, a parte burocrática é a maior dificuldade para a realização do evento. “Estas causam incertezas, geram custos não previstos e tiram o foco de nossa atividade fim. Acabamos gastando muita energia com um assunto que agrega pouco ao público e ao projeto, o que de certa forma faz com que dediquemos menos tempo para tentar pensar edições melhores e com mais novidades”, declarou Galvão.
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Acesso restrito As atividades que relacionam cultura e arte em Brasília, geralmente, são caras e seu raio de alcance é limitado ao centro da cidade. Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, e Brasília, comparada a outras capitais, é a quarta colocada no quesito má distribuição de renda. De acordo com o estudo, 67,20% de toda a renda da capital federal estão concentrados em apenas 20% da população. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na pesquisa Contas Regionais do Brasil - 2012 o DF ocupa a sétima posição entre os maiores PIBs do Brasil, com R$ 171 bilhões, mas, como para fazer o cálculo, o valor é dividido entre a população (de 2,6 milhões de habitantes) o PIB per capita chega a R$ 64.653.
Foto: Gabriella Bertoni
Feirinha da 402 Norte fez sucesso entre os brasilienses
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Alimentaçåo
Campus tem fome de opções durante o almoço
Entre as poucas lanchonetes internas e os quiosques externos, estudantes ficam sem muita escolha para restaurar as calorias perdidas durante a manhã
Foto: Tarcila Rezende
por Yago Alves e Bruno Santos
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rotina dos universitários que frequentam a Universidade Católica de Brasília (UCB) é marcada por aulas, palestras, oficinas e aulas práticas. Com esses e outros compromissos, os alunos acabam gastando muita energia. Entre uma aula e outra, num curto tempo de intervalo, os estudantes acabam sentindo fome e buscam por refeições baratas e em bom estado para o consumo. Para atender a esta demanda, a Universidade oferece sete lanchonetes distribuídas em seus blocos, cada uma com suas especialidades e características.
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Almoço no restaurante do bloco K Na busca em conciliar as aulas com a alimentação, uma parte dos alunos traz seu lanche de casa. Alimentos como frutas, achocolatados, barras de cereais, energéticos ou sucos fazem parte do cardápio. Outros estudantes preferem sair minutos antes do começo do intervalo para evitar as filas e conseguir alguns minutos para realizar as refeições. Por volta das dez da manhã, a movimentação nas lanchonetes é grande. Pão de queijo, coxinha, enroladinho, suco, refrigerante, café e muitas outras opções.
As filas se formam dentro dos estabelecimentos e nos corredores da faculdade. Dependendo da disciplina assistida, não sobra tempo para saborear o lanche pelo tamanho da fila ou pelo tempo gasto na locomoção até a lanchonete. Preço salgado No meio da correria, onde é possível encontrar a melhor opção para fazer? As respostas são diversas! “O pão de queijo da lanchonete ‘X’ é o melhor da universidade” ou “O melhor salgado esta no bloco ‘tal’...”, entre
outras opiniões. O preço dos lanches é uma das questões mais levantadas pelos alunos entrevistados, apontando sempre que os preços estão muito acima da qualidade dos lanches. Alguns apontam até que em algumas lanchonetes o salgado chega a ser servido cru e ou com partes congeladas. A ex-aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCB, Juliana Lopes Silva, 21, conta que normalmente almoçava no restaurante do bloco “G” por achar mais barato e gostoso. Para ela, “por ser uma universidade
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Artefato particular, a galera que monta comércio parte do princípio que todo mundo “nada” na grana, e não é bem assim. Acho muito abusivo os preços de certos lugares”. Juliana ainda revela a importância do comércio alimentício na parte externa da universidade. “As lanchonetes fora da universidade conquistam mais público do que as no interior da UCB. Não sei como funciona pra montar um negócio lá dentro. O pessoal esquece dos bolsistas, da galera que mal tem o dinheiro da passagem.” Almoço Passa o lanche da manhã e chega a hora do almoço. O número de estabelecimentos disponíveis cai de sete para quatro. Um número
pequeno, comparado à quantidade de pessoas buscando refeições neste momento. Além de professores e colaboradores da UCB, pessoas do Centro Educacional Católica de Brasília (CECB) também procuram as lanchonetes do campus para fazer suas refeições. As refeições oferecidas no almoço são melhor avaliadas pelos alunos e professores. De pratos vegetarianos para os que aderem a uma vida sem produtos vindos de animais a pratos tradicionais nacionais como o bife acebolado e até o escondidinho, vindo junto com a cultura nordestina. Os preços das refeições também variam de um estabelecimento para o outro. Existem opções que variam de oito a doze reais e o público ainda conta
com o serviço Self-service, onde internacionalmente, composto por legumes e verduras que podem você paga por peso a refeição. ou não ser fritos juntamente com o macarrão e aos quais se agrega Do lado de fora Na parte externa da universidade algum tipo de carne – é o “carrohá cinco lanchonetes sendo que chefe” de vendas nas horas das apenas duas oferecem refeições refeições principalmente nos dias durante o almoço. Competindo mais próximos ao fim de semana. As barraquinhas móveis também diretamente com as lanchonetes no interior da instituição, elas garantem muito movimento, apostam no atendimento rápido, na como as de batata frita, crepe, variedade no cardápio e nos preços açaí e de guloseimas distribuídas mais em conta, além de salgados no estacionamento e em cima inovadores como o “Pão de Vô”, da calçada ao longo da saída do “Pão Pizza”, entre outros. campus. Em tempos antigos, a Segundo Pablo Saito, de 28 anos, universidade tentou retirá-los da dono de um trailer, os salgados e frente da instituição, mas tudo foi sanduíches fazem sucesso. Além legalizado quando conseguiram deles, a lanchonete tem uma a licença do Departamento de especialidade que nenhuma outra Estrada de Rodagem (DER) para tem: o Yakisoba – prato conhecido comercializar livremente na região. Foto: Jelsyanne Albuquerque
Os salgados estão entre a preferência dos alunos
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Perspectivas
Futuro de Escolas está em aberto
Em entrevista ao Artefato, reitor faz uma “leitura” da universidade, explica as providências que tomou ao chegar, os problemas que diagnosticou e as perspectivas que se abrem para 2015 por Amanda Rodrigues e Sabrina Pessoa
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uma tarde de terça-feira, dia 25/11, o reitor Gilberto Gonçalves Garcia fez um balanço dos primeiros quatro meses de sua gestão na Universidade Católica de Brasília (UCB). Durante uma hora, falou sobre como enfrentou o desafio de administrar a universidade sem pró-reitores, valendo-se da colaboração dos diretores das Escolas. Ele ressaltou o cuidado que teve de “não herdar nenhum legado de achar culpados ou demitir as pessoas”. Durante os seus primeiros meses, dedicou-se mais a observar que a agir sem conhecer, deixando as coisas fluírem e agindo mais operacionalmente que “estrategicamente”. Crítico em relação à forma pela qual as Escolas foram criadas, sem um amplo processo de discussão, entendimento e convencimento, o reitor está muito aberto à discussão sobre o que é mais viável – se o modelo nelas baseado ou se o modelo anterior, de pré-reitorias. Ele garante que a discussão interna acerca disso tem sido muito saudável, “sem nenhum lobby”, afirma. Que balanço o senhor faz da atual conjuntura da universidade? Olha, estou aqui há quatro meses, e a oportunidade que tive até agora foi de conhecer por etapas os setores acadêmicos e parte do administrativo, este eu tive menos oportunidade. Até pedi ajuda de pessoal externo para me ajudar a entender um pouco mais da parte da gestão administrativa e seus setores de funcionamento. Foquei na parte acadêmica, tive a oportunidade de conhecer as recém-criadas escolas, que ainda estão em um entendimento de identidade; e as várias direções setoriais de avaliação, regulação, pesquisa, desenvolvimento; a pósgraduação. Essa foi a pesquisa de campo que fizemos para conhecer ainda mais a universidade, sem pré-julgamento destes processos porque eles fazem parte da instituição. A gente tem que entender que alguma coisa levou a este processo, a configuração que eles estão hoje. Uma coisa que me chamou atenção é a necessidade que tem de interfaces de todos esses processos. Eles estão sem uma comunicação mais eficaz entre si, de forma que um possa ajudar o outro; ou seja, de que maneira, com avaliação e regulação, que pode chegar o curso lá na ponta; de que maneira a pesquisa pode ajudar na graduação, com incentivo a iniciação científica; de que forma a pós-graduação pode interagir com a graduação, de forma a ter uma relação dos jovens e alunos com iniciação científica. Nós temos excelentes professores e pesquisadores que estão lá na Asa Norte. Então podemos ver que há um distanciamento sistemático do
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todo, e acho que é um grande trabalho a ser feito – articular todos esses processos de serviço-meio da universidade, com o serviço-fim que é ensino pesquisa e extensão. Ela está muito bem estruturada historicamente. A pesquisa faz um belo trabalho; a Agência Eixo recémcriada faz um belo trabalho; a pós-graduação tem seus resultados; a graduação tem seus resultados – mas essa interconexão eu acho que seria um salto qualitativo. Eu tenho essa preocupação e isso tudo só pode ser feito com comunicação, diálogo, e uma visão estratégica do todo. Quem são os novos pró-reitores da Católica? Agora que eu consegui com toda paciência do mundo indicar dois prós reitores fundamentais, o pró-reitor administrativo, Fernando de Oliveira Souza, que vai nos ajudar. E o acadêmico, Daniel Rey de Carvalho, que envolve um guarda-chuva geral de ensino, pesquisa e extensão. Como esses setores estavam funcionando sem as pró-reitorias? Com a estrutura que eu herdei, sem as pró-reitorias, eu chamei para a reitoria as funções básicas. Essas funções são aquelas que já estavam pré-agendadas ou pré-orçadas, bastava eu entrar no sistema e liberar. Mas era uma função meramente operacional, eram tarefas apenas, não estratégicas ainda. Para chegar ao estratégico temos que ter o diagnóstico, e para ter o diagnóstico alguém tem que fazer isso. Agora que temos diagnóstico, temos algumas visões do que pode ser feito adiante, Assim funcionou também o acadêmico, mas ele foi mais fácil porque já havia os diretores de escola. Então eles cumpriam uma função setorial muito simples, de dar continuidade à rotina acadêmica sem precisar de uma liderança imediata. Pelo menos estamos funcionando com essas duas figuras de pró-reitorias. Esse modelo de escolas é recente, como se deu o processo de inserção? Bom, isso eu já herdei, isso não inventei. Ele ainda está “aprendendo”. Nas instituições onde eu participei na vida de criação de “escola”, houve uma preparação de, no mínimo, três anos antes. E acontecia assim: o projeto aparecia, ia para as bases, era discutido, eram feitas novas propostas e voltava. Aqui foram criados os diretores de escolas e, “agora, se virem”. Não temos nem infraestrutura, nem local, nem temos esse desenho estrutural para receber as escolas. Então, mantendo as escolas, teremos que construir isso, temos que aprender, agora, como diz na gíria, “no tranco” – vamos empurrar e funcionar assim. Não é ruim: ajudou nesse momento em que nós não tínhamos pró-reitores – eles ajudaram muito –, mas nós pensamos que para manter as escolas nós temos que ter minimamente tanto melhor estrutura física quanto de logística.
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Gostaria que explicasse melhor como foi o processo de implantação das escolas. O senhor o fez por conta própria? Não, eu tive o cuidado de respeitar o que está. Toda prudência aponta para que – quando você toma pé de uma situação – você não se precipite com mudanças, mas também não fique de braços cruzados. Então, quando existe uma estrutura, você tem que ter muita certeza do que fazer para mudar essa estrutura. Quando não sabe o que fazer, é melhor não fazer, e observar. Eu achei estranho que daquele projeto da reestruturação só um aspecto ficou, que foi o das escolas. Vocês lembram que as escolas foram propostas como uma estratégia de alinhar todas as três mantidas – Unileste, Facto e a Católica – para facilitar todas aquelas coisas que vinham depois. Então as escolas serviriam como guarda-chuva. Uma tinha quatro, outra cinco e nós, seis; com o mesmo nome facilitaria isto. Na verdade isso ficou por força de resolução; na verdade, não está no estatuto – está na resolução e funcionando. Mas a coisa está em um grau de tanta confiança interna entre nós que estamos conversando que não há nenhuma resistência a ter ou não ter as escolas. Os diretores das escolas estão sofrendo bastante, no sentido de que não têm infra-estrutura, não construíram um diálogo de ponta a ponta. Então, praticamente, foram lançados a ter que fazer isso do zero. Você imagina, quem nunca esteve lá no campus Asa Norte para conversar com o stricto sensu, e estar numa relação de alinhamento a ele; e o pessoal de lá, que está acostumado a lidar com pró-reitor direto, não entende qual a função dele, porque também não está escrito em regimento como vai funcionar isso. A resolução é uma folha e meia – o que é a escola, minimamente –, agora, regimentar o funcionamento dela é outro trabalho, um negócio bem explicado. Como vão funcionar os detalhes, quem conversa com quem, quem responde pelo quê, etc. e isso não tem. Eles estão fazendo um improviso, e vocês têm que imaginar que isso não é fácil, está em processo de discussão interna sobre a viabilidade do modelo escola ou do modelo anterior de pró-reitorias. Mas está tudo muito tranquilo, porque ninguém está defendendo lobby de nada, estamos nessa fase de construção e vamos lentamente ampliar esse debate – sair das pró-reitorias para as escolas, das escolas para as coordenações, professores, os alunos, nas representações, para colher feelings disso –, porque não podemos achar que dentro de um gabinete tenhamos todas as ideias, e isso tem que ser conversado.
Foto: Marcus Gomes
Durante muito tempo, o stricto sensu funcionou com uma pró-reitoria exclusiva, e isso fez com que eles também se isolassem. de certa forma, desse convívio com o todo acadêmico. As escolas talvez tenham que alinhar o stricto sensu ao tecnólogo dentro daquela escola, para otimizar os recursos, as pessoas, os talentos. Para isso tenhamos até que trazer alguns cursos do mestrado e doutorado para cá (campus I), estão muito isolados lá na Asa Norte, e fazer com que eles dêem aula na graduação.
Professor Gilberto confessa que fez uma avaliação sobre ficar ou não no cargo de reitor
momento, posso sair. Você, para ser reitor, tem que ter um vínculo empregatício. Não se pode ser reitor sem ser docente, então a condição prévia para ser reitor é a comunidade acadêmica. Se a instituição pode, pelo direito privado, afastar um professor, eu posso ser afastado como reitor e meu mandato é dependente da minha condição de vínculo. Eu fiz questão de deixar isso muito tranqüilo e estabelecer até por força regulatória o período máximo que isso poderia durar, que é de quatro anos. Isso pode depois de quatro anos ser objeto de recondução e pode nem chegar a quatro anos, dependendo da minha vontade; dependendo da vontade também de quem está superior a mim que é a mantenedora. Então isso está muito tranqüilo, muito aberto e sem pré-defesas. Minha preocupação foi de legitimar os processos, e deixar transparência nesses processos. Até fiz questão de, por escrito, estabelecer com a mantenedora independentemente do contrato como professor essas condições – me deixar livre e à mantenedora livre para a função de reitor. O seu mandato tem uma data de início. O senhor sabe quando Eu posso até continuar como professor institucional e tudo mais. No acaba? momento, estou dando aula de doutorado na PUC de Goiás, até porque Eu exigi isso no primeiro dia (risos), muito embora, a qualquer eu não podia deixar os meus orientandos, então tive que continuar.
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14 Universidade Qual foi a principal dificuldade encontrada ao assumir a Reitoria? Na verdade as escolas tinham se implantando em junho e eu entrei em julho, então estava “cru” nesse negócio – e já estamos assim, vamos tentar trabalhar minimamente como escolas. Talvez a maior dificuldade foi com o ingresso do ano letivo – conseguir dar tranquilidade ao processo acadêmico, professores e alunos; uma normalidade acadêmica para que as coisas, a partir de si próprias. pudessem voltar ao seu ritmo. Uma universidade se toca sozinha. Se todas as instâncias internas estão bem concatenadas, elas só se encontram nos colegiados para resolverem as grandes decisões, mas a rotina acontece naturalmente. Agora, quando você vai “subindo” as políticas é que isso vai ficando mais complexo. Essa rotina estava um pouco abalada pelos acontecimentos recentes.
Artefato reestruturação havia o projeto de reestruturação também no ensino a distância, para atender aquelas disciplinas que seriam dadas (haviam umas disciplinas também que iam alinhar todas as três mantidas, algo assim não é?). “Tutores” é como em todo EAD – aliás, professor pode ser tudo, né?! Tutor-professor isso é uma nomenclatura do marco regulatório. O marco regulatório do ensino a distância prevê até 10 tutores. O problema é que para aquele aspecto da alteração no projeto foi contratado um grupo, a pedido inclusive da gestão anterior, para renovação desse processo – e a mantenedora providenciou para que isso fosse alinhado. Mas novamente a reestruturação não foi adiante como grande projeto. O ensino a distância não está só ligado àquelas disciplinas, o EAD está ligado para fora; existe o EAD externo, que, aliás, é a grande força. Esse EAD externo que está passando por um alinhamento do modelo da Católica Virtual anterior para esse novo. Esse novo está tentando aproveitar os conteúdos dentro de uma nova linguagem, mais interativa, cheia de infográficos, algo mais moderno, e isso só pode ser feito pelo professor com a ajuda dessa metodologia. Então, o que se está tentando fazer é dar maior operacionalidade ao processo, porque ele é muito tradicional ainda de certa forma, embora tenha um resultado muito positivo do ponto de vista da avaliação. O nosso processo da Católica Virtual por muito tempo ficou ligado a convênios com instituições, e esses convênios estão acabando; então quando acabar, acaba. Então, não tivemos uma expansão de mercado mais “agressiva”, positivamente falando, de lançar-se como oferta de curso; o que está acontecendo agora é a tentativa de reunir agilidade operacional com o ensino. Então a Católica Virtual está tentando encontrar, mas obviamente vai ter dificuldade, no início, de isso estar funcionando muito bem. Estamos encontrando, sim, dificuldades preliminares, sobre como é que vai funcionar essa agilidade mesmo, no ensino efetivo. Foram sucessivas reuniões, até criei um grupo de trabalho para isso, não é a toa que situações como esta do site vão ocorrer. E tem aparecido reclamações pelo atendimento do aluno, justamente parecido como essa que você nos coloca. Então nós temos que admitir que não está pronto ainda, fica muito confuso, e não pode demorar muito, eu admito isso, mas está em função dessa tentativa de alinhar uma nova visão para fora com qualidade, dentro de uma agilidade, uma fluidez da comunicação – mas isso ainda não está funcionando.
Como o Senhor está conseguindo conciliar a reitoria da universidade com a presidência do CNE? Olha, todos os presidentes que me antecederam foram reitores e não moravam em Brasília, então eu já levo essa vantagem (risos). Eu estou aqui, então qualquer coisa já respondo aqui, posso dar ‘um pulo’ lá e volto, e vice-versa. Eu já dediquei um dia por semana ao Conselho, então eu fico os quatro dias aqui e um dia no Conselho. Claro que as demandas como presidente do Conselho vão exigir mais no momento. Como agora, eu tive que ir a Sergipe para um outorga de honoris causa; vou estar em reuniões com o Ministro da Educação, essas coisas todas, mas que fazem parte de uma rotina acadêmica. Muitos reitores, exclusivamente no cargo de reitor, preferem muitas vezes uma agenda externa grande, de embaixadas, isso e aquilo; então eu vou reduzir essa cota e me dedicar. Porque estando no conselho nacional ao mesmo tempo em que eu estou na universidade, são institutos afins, tratam da mesma matéria. Por exemplo, estou na comissão de ensino a distância – e a EAD é justamente o problema que nós temos aqui –, é melhor que eu “mergulhe de pescoço” direto nesta questão; em latu sensu, a mesma coisa. O que eu estou fazendo, levando a comunidade aqui para as audiências públicas lá. Estamos todos juntos e isso está sendo muito legal, então não vejo nenhuma dificuldade porque estou em Brasília. Acho que sou o primeiro presidente que mora em Brasília, e isso está ajudando muito. Acho que é até privilégio por estar em Brasília, porque decide tudo. Agora no início, eu estou fazendo o planejamento estratégico do conselho, e isso exige mais sua presença. Depois que tudo estiver pronto e as partes funcionando, você só delega. Mesmo passando por todos esses processos administrativos que a Católica vem sofrendo nos últimos anos, ela ainda é uma Há grandes dúvidas sobre as mudanças que estão sendo universidade de peso, representatividade? implentadas na Católica Virtual, em que há até dois sites com É, sim, por incrível que pareça (risos)! Eu acho que isso não afetou informações concorrentes. Teme-se que as mudanças privilegiem o patrimônio acadêmico dela. Por isso acho que a gente tem que “bater tutores em detrimento de professores, etc. continência” para a história da instituição, e não simplesmente julgar. Nota-se que ela é respeitada, o Ministro pergunta – “e aí, como está a Nós estamos ainda definindo (com a professora Bernadete, Católica? Tem que cuidar ela é importante!”. Quer dizer, para o Ministro tinha até reunião hoje à tarde). A grande questão foi que a Católica estar perguntando e todos que eu encontro estarem perguntando também, Virtual ela começou a passar por uma transformação ainda antes de é um sinal de que ela tem significado. Aliás, é uma preocupação para eu chegar aqui, no sentido de que dentro do escopo do projeto de a sociedade brasiliense, afinal de contas ela é a segunda universidade
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daqui, não tem outra, e ela é quase a segunda opção da UnB, em ser criativa a partir dela mesma, já é um grande saldo tudo isso. grande parte, de professores, e faz um trabalho de pós-graduação As crises são positivas. Se elas não chegam a um momento que nenhuma outra privada tem, e isso repercute na sociedade. radical de falta de caminho, elas podem nos fazer dar saltos quando a gente consegue avaliar o que aconteceu. Então vocês percebam que Qual o principal projeto para o ano que vem? outro cuidado que eu tive foi de não herdar nenhum legado de achar Estávamos conversando sobre isso, eu e os pró-reitores. Estamos culpados ou demitir as pessoas. Eu acho que isso é muito importante: fazendo a pauta de alguns temas clássicos da academia, umas idéias todas as pessoas que estavam antes estão na universidade, são bons muito legais de programas de extensão com alinhamento acadêmico – professores, estão todos aí emprestando o seu profissionalismo à menos assistencial no sentido clássico e mais de interação –, que possa instituição, sem precisar de terrorismo. Se a avaliação da instituição até ser objeto de TCCs – e sempre em parceria, vamos procurar inovar do ponto de vista de órgãos que regulam mostrou que ela está com os órgãos públicos, polícia militar, corpo de bombeiros, por área muito boa, é sinal de que, a despeito de tudo, fizeram um bom de conhecimento. Acho que tem que redesenhar a política da extensão, trabalho, então acho que isso tem que ser respeitado e talvez as porque inclusive nos instrumentos de avaliação institucional a extensão mudanças que precisamos fazer tenham que surgir da nossa reflexão. é vista com outros olhos pela política pública. Ela não é mais vista Uma mudança que diagnosticamos é que o setor administrativo como assistência. A assistência está toda hoje na filantropia com bolsas, está muito inchado, atrasado, obsoleto. Você deve sentir isso na Prouni, essas coisas; então a extensão tem que ser mais criativa, e ela ponta: ninguém consegue fazer nada online nessa instituição; vocês tem que ter um ganho dos dois lados – não financeiro mas um ganho devem conseguir emitir boleto, no máximo – o resto não funciona. acadêmico –, e chegar na sua finalidade, que é interagir com a sociedade. Na maioria das universidades o aluno, de casa, acessa tudo; aqui A gente pretende em 2015 construir isso. Na verdade eu tomei o precisa de atendimento. Então isso foi fazendo com que se criasse segundo semestre para conhecer a universidade e me dar a liberdade um aparato, e nós não nos renovamos na área de informática, de saber se quero ou não continuar com essa tarefa. Mas eu só aceitaria nossa wifi nunca funciona. Isso é um sinal de alerta para nós. esse desafio se encontrasse a energia, confiança da mantenedora, Depreciação física, nós percebemos logo – banheiros, cantinas, confiança da comunidade acadêmica, principalmente, para fazer com alimentação, essas coisas estão muito depreciadas na instituição. que as energias boas que estão por aí se somem. A arte de liderança Contrariamente àquelas coisas todas acadêmicas, eu preferi não é ser gestor, mas conseguir colocar todos juntos para a mesma – “vamos olhar primeiro a gestão, gente!”. Pode ser que a gente direção e trabalhar. Foi criado um distanciamento entre a Católica economize processos na gestão direta da universidade, na parte e a mantenedora desnecessariamente; mas ao mesmo tempo a gente administrativa – fornecedores, espaços, funcionários, vamos não dispensa de ver que temos problemas internos também, que toda aperfeiçoar tudo isso. Tirei o foco do acadêmico, para ver primeiro o instituição que é viva precisa mudar, precisa se auto-avaliar, porque administrativo, e descobrimos que, de fato, estamos muito aquém do senão ela engessa. Eu só acho que a mantenedora está entendendo modelo ideal de funcionamento de gestão ideal para uma universidade. que tudo aqui que ela pretendeu, como a reestruturação, ela pode Os alunos, em avaliação, reclamam muito mais de ordem estrutural do devolver pra academia se auto-avaliar e descobrir os meios de ela que acadêmica. Com wifi, se a wifi funciona, a instituição é ótima; se não funciona, o laboratório não funciona; se se quer irritar alguém, é não ter conexão. Hoje em dia, parece que “faltou água”: se não tiver sinal, o mundo acaba. Então você imagina o aluno nesse campus, com essa precariedade de comunicação virtual – são sinais concretos e temos que nos atentar para isso. Mas tem muito o que fazer ainda.
Cauteloso, o reitor contextualiza os novos projetos para 2015
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As escolas vão permanecer? Vão permanecer no seguinte sentido, que nós não podemos fazer mudanças bruscas; para elas permanecerem ou não tem que ser avaliado. Essa certeza não temos ainda, então é o melhor instrumento, no momento. Até por respeito aos alunos – foi divulgado isso; até entender que talvez não seja, mas para chegar até aí um passo de consulta será dado. O processo de seleção das escolas foi interno, não partiu de mim até porque quando cheguei já estavam criadas. Talvez no futuro, quando as escolas, se vingarem como modelo, e estiverem em voo de cruzeiro tranquilo, talvez o processo seja mais democrático, mas está tudo por regimentar.
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Polêmica
Mudanças surpreendem Católica Virtual
Um novo modelo de ensino a distância será implantado no primeiro semestre de 2015, mas mudanças despertam inquietação e preocupação entre os que trabalham no modelo atual por Juliana Macêdo e Rafaela Brito
Foto: Marcus Gomes
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De acordo com as mudanças previstas, aulas presenciais serão mais frequentes, mas não obrigatórias
isciplinas com duração de um mês. Alunos entrando no ensino superior a distância antes mesmo de passarem no vestibular. Encontros presenciais uma vez por semana. Suporte acadêmico realizado por professores, mas sobretudo tutores. Essas mudanças têm movimentado e gerado preocupações em boa parte da equipe de educação a distância da Universidade Católica de Brasília (UCB). As mudanças metodológicas foram planejadas pelos diretores de Operações EAD da UCB, Diniz Antônio Bradley de Souza Leão e Marcelo da Silva Nery. Juntos, apresentaram pontos de melhorias
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para a nova modalidade da Católica Virtual. “Nossa participação é para contribuir com o processo de melhoria contínua dos indicadores relacionados ao número de alunos matriculados, sem abrir mão da qualidade e excelência dos cursos da católica EAD”, explica Marcelo. De acordo com Marcelo Nery, após observar uma queda no número de alunos matriculados na graduação a distância da UCB, entre o primeiro semestre de 2013 e o primeiro semestre de 2014, a União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC) optou pela adoção de uma nova metodologia de ensino virtual. A decisão, contudo, pegou diretores e professores de surpresa.
Diretora de cursos virtuais e a distância da UCB, a professora Bernadete Cordeiro afirma que as alterações no modelo não resultaram de um pedido interno, o que gera incompreensão, já que a forma de ensino a distância da universidade sempre foi reconhecida nacional e internacionalmente. “Se nós temos notas máximas no Enade, se os cursos são muito bem avaliados pelo Ministério da Educação (MEC), por que a mudança?”, questionam os professores. A justificativa apresentada, explica Bernadete, é que o novo modelo pode oferecer um produto mais acessível a todas as classes sociais, contudo, a diretora acredita
que o problema nunca foi o modelo. “Nosso modelo pode ser acessível. Nós sentimos sim, durante muito tempo, a falta de um marketing mais arrojado e uma melhor precificação, mas os nossos desafios eram apenas esses”, ressalta. Em comparação à Católica Virtual já existente, o novo modelo chega a ser até 54% mais barato. Hoje, na prática, há duas Católicas Virtuais. Uma coordenada pela professora Bernadete Cordeiro; outra, pelos professores Diniz Leão e Marcelo Nery. Com ampla experiência em EAD, Diniz Leão foi convidado no início deste ano a apresentar um relatório de melhorias para o ensino a distância da UCB. Devido às propostas atrativas, o
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Segundo Bernadete, o questionamento inicial da equipe de educação a distância foi se algumas disciplinas estariam adaptadas a esse modelo. “Quando você coloca isso em um mês, você produz uma carga muito grande de conhecimento. Dizem que haverá diferenciação para certas Vestibular matérias, mas isso ainda não está tão Entre as mudanças que entram claro”, preocupa-se. em vigor a partir do primeiro semestre letivo de 2015 está o processo Encontros presenciais seletivo. Nas novas diretrizes, o Os alunos que escolhem a aluno pode dar início às aulas antes modalidade virtual de graduação de realizar o vestibular, que continua precisam da flexibilidade de sendo elemento obrigatório. O horários que é oferecida, não tendo período para agendamento da prova a obrigatoriedade constante de é de até um semestre. frequentar os polos credenciados. Segundo o diretor de Operações A metodologia atual de educação a EAD da UCB, Marcelo Nery, o distância da UCB prevê apenas quatro novo modelo será apenas dissociado encontros por semestre, mas realidade da ordem cronológica que deve mudar para os novos estudantes. tradicionalmente é feita. “Nós estamos De acordo com a nova apresentando uma proposta de olhar metodologia, os encontros não como um processo excludente, presenciais passam a ser uma vez mas um momento de sondagem por semana. O diretor Marcelo dos conhecimentos básicos desse Nery explica que a medida tem estudante”, explica. “O objetivo é o objetivo de aumentar o contato utilizar essa informação para cumprir entre alunos e professores e, a exigência legal do processo seletivo consequentemente, diminuir a e aproveitar para atuar na melhoria evasão causada pelo desinteresse contínua desses estudantes”. gradativo em relação às disciplinas. A diretora Bernadete Cordeiro “Quando o estudante faz afirma que o vestibular ajuda a opção pela modalidade a a conhecer os alunos que irão distância, ele quer a flexibilidade ingressar na universidade, porém de horário. Por isso, os encontros destaca preocupações trazidas pelo semanais poderão ser agendados”, tipo de seleção do novo modelo. explica Marcelo. A presença “Sem um processo seletivo no nos encontros passa a não ser início do semestre fica mais difícil obrigatória, não havendo punição o conhecimento sobre o aluno que para as faltas e nem a necessidade estamos recebendo”, afirma. de apresentação de uma justificativa. “Estamos deixando Disciplinas na autonomia do estudante a sua As matérias que antes eram própria formação”, completa. oferecidas em um semestre passam Entretanto, a diretora Bernadete agora a ter duração de apenas um mês. Cordeiro destaca que o modelo No novo desenho metodológico cada pode causar prejuízo aos alunos uma das disciplinas será ofertadas que moram longe dos polos. “A em forma de módulos, terminando e nossa preocupação é de que os iniciando sequencialmente, de forma alunos não possam estar presentes independente umas das outras. nos encontros semanais”.
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Foto: Douglas Souza
professor foi chamado a montar uma equipe de trabalho que pudesse dar suporte à implantação do novo modelo, o que culminou na contratação do professor Marcelo Nery, formado em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Marcelo Nery tenta implantar o novo modelo
Diferenças em sites e valores O período de inscrições para o processo seletivo de 2015 já teve início, porém o processo tem gerado algumas confusões, em razão da existência de dois sites. Embora o aluno tenha acesso à metodologia e informações sobre o modelo já existente de educação a distância no site da Católica Virtual (www.catolicavirtual. br), ao se inscrever, o aluno é redirecionado, quando vai se matricular, para o site com o novo método de ensino (www.catolicaead. com.br). No momento da matrícula, os novos alunos entrarão automaticamente no novo modelo. Porém, pode haver confusão devido à falta de leitura prévia antes de efetuar a inscrição, uma vez que as metodologias entre uma Católica Virtual e outra são diferentes, bem como inclusive as mensalidades (valor menor no novo modelo).
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Cotidiano
Café que não falta nem sobra
Duas copeiras preparam os mais de 170 litros de café feitos e consumidos por manhã dentro da Universidade
Foto: Adriene Ribeiro
por Carolina Vajas e Fernanda Pinheiro
Maria de Lourdes e Rosangela Helena sao as copeiras responsáveis pelo café manhã
I
ndependente dos afazeres e destinos, o dia dos professores começa com um bom café. Na Universidade Católica de Brasília (UCB), é comum ver docentes acompanhados do famoso copinho de café, mas alguma vez você já se perguntou onde e por quem a bebida é feita no Campus? Para que todos possam saborear a bebida assim que chegam na Universidade, o trabalho na copa começa cedo. As primeiras garrafas de café ficam prontas às 7 horas da manhã, e até às 9 horas, 71 setores da UCB já estão com o seu café quentinho. Para o preparo das 86 garrafas que são distribuídas só pela
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manhã entre os setores, são usados 5 kg de café em pó da marca Export. Maria de Lourdes, 44 anos, e Rosangela Helena, 35 anos, são as copeiras responsáveis pelos 172 litros de café produzidos pela manhã. Lourdes, que trabalha há quatro anos na copa, diz que ultimamente as críticas estão sendo boas. “Ninguém reclama do café. Está tudo ótimo”, fala com bom-humor. Rosangela, que antes trabalhava em uma escola de inglês e informática, conta que adora trabalhar na copa, mas seu verdadeiro sonho é ser decoradora de festas. Lourdes também gosta, mas diz ter saudade de trabalhar como cuidadora de idosos.
O café é feito em um refeitório próximo ao ginásio da Universidade. Lá, a bebida é produzida em vasilhas grandes, e a receita segue a forma clássica e tradicional: o pó e a água são fervidos juntos, e depois o líquido é coado. A cozinha é simples e tem um tamanho mediano, porém as funcionárias reclamam da falta de ventilação na hora de preparar o café. Na parte da tarde e da noite, o café é feito por outras duas copeiras, Edite e Kátia, e é servido das 13h30 às 15h. Na sala dos professores do Bloco K, Renato Bernardes, 43 anos, é o responsável por buscar o café
de manhã e de tarde. Ele diz que durante o dia são servidas quatro garrafas, e que na hora do intervalo todas já estão vazias. “O café daqui é 100%”, completa. Normalmente o café servido aos professores é sem açúcar. José Roberto, 40 anos, trabalha na Pastoral da Universidade, e afirma que o café agrada todo mundo que trabalha com ele. “Não é forte, nem fraco, para mim está no ponto certo”, diz. O hábito de tomar café surgiu na cultura árabe, mas foi somente durante o Império Otomano que o café chegou à Europa. Depois disso, o cultivo da planta foi se espalhando por outras colônias, até chegar ao norte do Brasil. Hoje, somos o primeiro produtor e segundo maior consumidor desse produto. Todo esse consumo de café também tem a ver com o meioambiente, pois geralmente é feito em copos descartáveis cujo plástico demora séculos para ser absorvido pela natureza. Aurenice dos Santos, 53 anos, é uma das funcionárias da limpeza. Ela diz que depois de recolhidos da sala dos professores, os copinhos plásticos usados para beber o café são separados do resto do lixo, e depositados no container geral para serem reciclados. Por semana, os setores da Universidade consomem, somente no turno matutino, 860 litros de café. Se levarmos em conta a quantidade consumida por ano, podemos dizer que com seus aproximadamente 206.400 litros de café por manhã, a UCB é, definitivamente, cafeinada.
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Competição
Macarrão sai da cozinha e se transforma em projeto de ponte na UCB Estudantes de engenharia provam que macarrão pode ter outras utilidades interessantes, além da cozinha por Alex Santos e Patrícia Marques Foto: Isabela Cantarino
desenvolver estruturas simples, mas com habilidades de força e estática capazes de suportar as distribuições dos pesos no centro da ponte. “É uma boa oportunidade para os alunos associarem o que aprenderam em sala de aula a uma atividade em prática. A diferença entre a ponte real e a ponte de macarrão é somente o material que foi utilizado. Os cálculos necessários para se projetar são os mesmos”, explica a professora.
Desafio lúdico atraiu mais inscritos que o esperado
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ais dois quilos, mais cinco, mais dois quilos.” Os gritos vindos das torcidas espalhados pelo auditório do Bloco Central da Universidade Católica de Brasília (UCB) eram motivados pelos grupos que mostravam a resistência de suas construções no primeiro desafio da Ponte de Macarrão dos alunos de Engenharia Civil. Durante o desafio as pontes eram avaliadas conforme critérios de estática e coeficiente de resistência, que é calculado pela relação entre o peso da ponte e o quanto ela suporta. O evento foi realizado dia 14 de novembro, e contou com a presença de mais de 200 estudantes, para a
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apresentação dos trabalhos de 27 grupos inscritos do curso de Engenharia da UCB e uma equipe da Universidade de Brasília (UnB). O Grupo Bauclub da UnB, formado somente por meninas, explicou que ao saber da competição viram a oportunidade de vencer. “Não temos essa competição na UnB. O que temos é somente desafios específicos para disciplina de Mecânica dos Sólidos. Como já havíamos feito alguns protótipos na disciplina , pensamos que nosso projeto passaria o recorde, mas infelizmente só aguentou 26, 720 kg”, disse Gabriela Silva. De acordo com Glauceny Medeiros, coordenadora do curso de Engenharia Civil, o objetivo da competição era fazer com que os alunos pudessem
Os vencedores O grupo “ABolonhesa” formado pelos alunos Melina Franco, Paula Rios, Hugo e Vinícius de Oliveira foram os ganhadores da competição. Resistindo o peso de 178 kg, a ponte vencedora deixou muitos da plateia surpresos. Segundo a equipe, para elaborar o projeto foi fundamental os conhecimentos básicos da disciplina Mecânica dos Sólido. O aluno Vinícius de Oliveira afirma que mesmo com as dificuldades enfrentadas na execução da ponte, a meta da equipe era chegar nos 200 kg. “Desde o início queríamos entrar na competição para ganhar e bater o recorde nacional de 234 kg. Infelizmente não atingimos a carga do projeto por causa das falhas na execução de apoio”, relata Vinícius. Outro destaque da
competição foi o grupo Macarronados. O estudante Rafael Moraes explicou que para iniciar o projeto contou com a ajuda dos professores. “Pedimos orientações para os professores, para saber qual seria a estrutura mais simples e estável de se fazer uma ponte com macarrão. Estávamos sem ideia”, declara Rafael. Para os estudantes a meta era atingir os 20kg, mas foram muito além disso. A equipe ficou em segundo lugar com peso de 77 kg, deixando os avaliadores impressionados. Para o professor Alejandro Perez, o grupo foi a grande surpresa da competição, uma vez que alguns dos estudantes não tiveram aula da disciplina básica para o projeto. “No começo acreditamos que íamos ganhar, mas quando a ponte a Bolonhesa alcançou 178 kg, ficou difícil de acreditar na vitória, mas continuamos na expectativa. De acordo com a professora Glauceny , após a UCB fechar uma parceria com o grupo PET, a competição será realizada nos próximos semestres para os alunos de engenharia. “Foi uma surpresa a quantidade de inscritos, não esperávamos. Pelo resultado positivo a expectativa é que o evento seja um projeto fixo aqui da Católica”, diz Glauceny.
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Debate
Jornalismo se “emancipa” da Comunicação
Em 2015 entram em vigor novas diretrizes curriculares para o curso de Jornalismo, seguindo tendência que valoriza especialização crescente das profissões de comunicação por Marina Maria e Thiago Baracho teoria e prática desde o começo para que seja possível preparar o novo profissional para um desgastante e competitivo mercado de trabalho já consolidado e que exige mais a cada dia. Até o mês de maio de 2015, as novas grades curriculares devem estar prontas. Na Universidade Católica de Brasília (UCB), a comunidade acadêmica tem opiniões muito distintas no que diz respeito a validade dessas mudanças. O estágio supervisionado está em pauta nesse contexto, tendo em vista que é parte importante na integração entre teoria e prática, conceito amplamente explorado nas novas diretrizes.
Foto: Thiago Soares
A partir do segundo semestre de 2015, entram em vigor as novas diretrizes curriculares do curso de Jornalismo, que o separam e “emancipam” do curso de Comunicação. Prevendo mudanças no que diz respeito às disciplinas ministradas, as medidas foram aprovadas no dia em que se comemoravam os 205 anos da imprensa no Brasil, 01/06/2014, data associada ao início da publicação, em Londres, do jornal “Correio Braziliense”. De acordo com o texto publicado, as novas diretrizes se apresentam no contexto em que o curso tem sofrido alterações técnicas e teóricas, necessitando cada vez mais de integração entre
No kit do jornalista: computador, café, balinha e coragem
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Polêmica Luís Carlos Iasbeck, atual diretor do curso de Comunicação Social da Católica manifestouse publicamente a respeito das novas diretrizes no dossiê sobre o tema publicado na revista Cult. O professor, que é pós-doutor em Comunicação pela Universidade Católica de Lisboa, criticou a comissão que aprovou as novas diretrizes, afirmando que ela não é representativa em relação à categoria e afirmando que seus membros são “jornalistas conservadores e reacionários”. Muitos estudantes da UCB estão cientes desse processo de transformação, porém poucos se propuseram a realmente analisar o material que contém 12 páginas e faz uma contextualização crítica e teórica do curso antes de apresentar a justificativa e o real conteúdo das novas diretrizes. Thiago Siqueira, diretor político do Centro Acadêmico de Comunicação da Universidade, afirma que analisou o conteúdo com cuidado e tem uma opinião que diverge da diretoria do curso. “O conteúdo das diretrizes altera a qualidade do ensino. Ao propor que 50% do curso seja teórico e os outros 50% sejam de matérias práticas, é possível que o curso passe a formar um profissional muito mais preparado e inserido no mercado de trabalho”, argumenta o estudante. Sobre o risco do jornalista ser formado para acompanhar os
modelos midiáticos já existentes, Thiago tem opinião conclusiva: “Pelo contrário. A gente tem uma área de convergência digital que está crescendo muito rápido. As novas diretrizes se propõe a atualizar esses profissionais, para que possam criar em novos ambiente”, argumenta o estudante. O elementos do jornalismo segundo Bill Kovach e Tom Rosenstiel
1. A primeira obrigação do jornalismo é com a verdade. 2. Sua primeira lealdade é com os cidadãos. 3. Sua essência é a disciplina da verificação 4. Seus praticantes devem manter independência daqueles a quem cobrem. 5. O jornalismo deve ser um monitor independente do poder. 6. O jornalismo deve abrir espaço para a crítica e o compromisso público. 7. O jornalismo deve empenhar-se para apresentar o que é significativo de forma interessante e relevante. 8. O jornalismo deve apresentar as notícias de forma compreensível e proporcional. 9. Os jornalistas devem ser livres para trabalhar de acordo com sua consciência.
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Pesquisa
Na rota do barulho, UCB estuda impacto de voos Há sete anos, pesquisadores do curso de física da Universidade Católica de Brasília (UCB) iniciaram estudos sobre perturbação sonora de tráfego aéreo
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Propaganda, reclama que as aulas, no período noturno, são sempre interrompidas pelo alto som que atrapalha a propagação da voz dos professores em sala de aula. “É horrível! A gente perde a concentração com a pausa que o professor tem que dar, o sinal da WI-FI cai e a rede de celular falha”, afirma. Segundo o prof. Benício, “vários estudos já foram feitos
aqui, sobre a qualidade acústica das salas. Na Católica, as salas são feitas de materiais muito reflexivos, não têm materiais que permitam uma melhor absorção do som, que se propaga muito e gera uma qualidade ruim. O professor às vezes tem que falar mais alto e o aluno tem dificuldade para ouvir. Atrapalha a relação do processo de aprendizado, dependendo da intensidade do ruído”. Foto: Gabriela Alves
ter intervalos de apenas três a cinco minutos, fruto do trânsito por Jéssica Xavier de 14 a 16 aviões por hora, Você, aluno da segundo o professor Edson Universidade Católica de Benício Carvalho Júnior. Brasília, provavelmente já teve a experiência de assistir “Horrível” Integrante do projeto de a uma aula interrompida pelo pesquisa sobre “Incômodo estrondoso barulho de um avião completando a sua rota. Este sonoro decorrente da operação incômodo diário virou objeto de do Aeroporto Internacional de pesquisa na universidade. Há 14 Brasília”, o prof. Edson Benício o problema, anos, o curso de física da UCB contextualiza a Universidade pesquisa a acústica ambiental. “Quando Católica foi projetada, o tráfego Os estudos têm como objeto fontes de ruídos as mais de Brasília não era tão intenso, diversas, como sons emitidos de modo que, atualmente, sua em academias, templos arquitetura não dispõe de um religiosos, estandes de tiro da projeto que beneficie a acústica polícia, ambientes escolares. Os das salas de aula para que resultados já foram apresentados haja um melhor isolamento do em congressos internacionais, ruído”. Diversos estudos produzidos tendo gerado artigos publicados em revistas especializadas de por graduandos e mestrandos, diversas áreas, de transportes a sob a coordenação do prof. Luiz Garavelli, otorrinolaringologia. O interesse Sergio buscam calcular parâmetros pelo tráfego aeronáutico “decolou” há cerca de sete anos. específicos para alcançar a Situada em uma região qualidade acústica em salas incluída na rota da primeira pista dos blocos da universidade que de pouso do segundo aeroporto são constituídas de materiais mais movimentado do país, muito sensíveis à absorção do o Aeroporto Internacional de som. O incômodo tem horário Brasília Juscelino Kubitschek, a programado. Numa observação UCB é um ótimo “observatório” por período integral, feita pelo para os pesquisadores. Os Artefato, foi possível definir que trabalham ou estudam que os horários com maior no Campus I em Taguatinga veiculação aérea são: manhã – percebem facilmente os horários de 09h às 10h; tarde – de 15h às de picos do tráfego aéreo. O alto 18h; e noite – de 22h às 23h. Manuela Machado, aluna som propagado pela rota dos veículos aeronáuticos chega a do curso de Publicidade e
Professor Edson Benício, integrante do projeto de pesquisa Incômodo Sonoro Decorrente da Operação do Aeroporto Internacional de Brasília
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Jovens
Alta intensidade seduz no Cross Fit
Diferente do treinamento funcional, que visa melhorar as funções vitais para o dia-a-dia, o crossfit explora movimentos mais intensos por Amanda Costa e Jéssica Duarte
Calorias Ao fim de um treino funcional, que tem em média uma hora, o praticante perde em média 460 calorias, dependendo da pessoa e da intensidade do treino, conquistando com o tempo, músculos tonificados e alongados, uma postura melhor e um melhor condicionamento físico e cardiorrespiratório. Já no crossfit, o praticante perde em média 800 calorias.
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Segundo o professor Leonardo de Paula, da Academia Gladius, no crossfit a ideia de composição corporal e um corpo cada vez mais bonito vem com o tempo, agregada a três fatores: alimentação, descanso e treino. “Uma das vantagens do crossfit é que ela deixa você num estado de queima por até 72 horas, mesmo que você não faça o exercício no período”, afirma o professor. Dono de um físico forte e aparentemente bem definido, o empresário Saulo Duarte abandonou a musculação depois de 11 anos em academias convencionais. “Era chato, estava indo por ir, não estava mais mudando nada”. Há pouco mais de um ano, vem praticando o crossfit e afirma as mudanças não acontecem somente por fora. “Com a musculação eu saí dos 74 para os 97 kg. Fui para o crossfit e ele exigiu bem mais de outros músculos e muito condicionamento físico do que na academia. Hoje eu estou com 91 kg, só que em relação a gordura corporal eu estou muito mais magro, muito mais forte e rápido. Canso bem menos para correr, várias coisas que faço já não fico suado, como esses dias fazendo musculação em uma academia”, diz. Sedentarismo Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE em 2012, 80% dos brasileiros são sedentários. Mas é possível organizar horários, manter
Foto: Valéria Cristina
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uxa, empurra, pula, agacha, sobe, corre, gira. Diferente do treinamento funcional, que visa melhorar as funções vitais que a pessoa precisa para realizar atividades do dia-a-dia, o crossfit é uma atividade bem mais agitada, que realiza movimentos em alta intensidade. O treino funcional era uma alternativa para quem não gostava de musculação, já que tirava a pessoa dos movimentos mecânicos e eixos definidos ou isolados, trabalhando o corpo como um todo, com exercícios mais variados e que saem da monotonia do ambiente das academias com aparelhos fixos e séries repetidas. No “cross”, como é popularmente apelidado pelos praticantes, são usadas aparelhagens com mais cargas e mais repetições de movimentos, com exercícios inspirados em ginástica olímpica, levantamento de peso, corrida, entre outros esportes.
Poucas pessoas usam seu tempo para fugir do sedentarismo uma boa disciplina e alimentação para fazer pelo menos 30 minutos de exercícios diários. Para o professor Leonardo de Paula, qualquer pessoa é capaz e precisa praticar atividade física, porém é preciso escolher o seu adequadamente, porque não adianta fazer algo só por fazer. “Se você gosta, o resultado que busca chega independente da atividade física que você pratica, pode ser musculação, treino funcional ou com o crossfit, só
depende de cada um. Você pode ser um atleta ou fazer do treino uma brincadeira, um momento de descontração,” diz. Dandye Estrela não se adaptou aos treinos funcionais. Para ele, a musculação não pode ser trocada por nenhum outro exercício. “Fiz treino funcional por um tempo, mas, não era o que eu queria, meu objetivo é ganhar mais massa, com a musculação eu consigo isso mais rápido; não me adaptei ao estilo de treino”, afirma.
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Cinco: desafio e homenagem a sensibilidade e inteligência Onde o olho humano não chega naturalmente, a fotografia pousa, e faz revelar detalhes sobre o instigante painel no Bloco M por Amanda Bartolomeu, Bianca Amaral e Carolina Matos convidado a elaborar um projeto do painel, inaugurado no dia 24 de outubro de 2003 pelo então reitor, prof. Guy Capdeville. Referências à figura do Cristo ou da mitológica Medusa são facilmente identificáveis, mas formam apenas parte de uma obra composta por muitas citações de grandes artistas clássicos, como Velásquez, Boticelli, Picasso, Mondrian e Klimt. Newton fez homenagens a cada um deles introduzindo elementos intelectuais, morais e estéticos. As cores – com um azul “Newton Scheufler” em destaque – e a textura chamam muita a atenção, recheadas por muitas inscrições, ilegíveis a olho nu, em sua maioria, mas acessíveis ao olho mecânico da câmera fotográfica, que ajuda o leitor do artefato a se regozijar com os inúmeros detalhes que flagra e faz ver e conhecer, aumentando as possibilidades de leitura da obra.
Foto: Diogo Neves
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odos sabemos que arte não é verdade. A arte é uma mentira que nos faz compreender a verdade, pelo menos a verdade que podemos compreender.” Essa frase de Pablo Picasso pode inspirar a compreender o Cinco, obra criada pelo artista plástico e ex-professor da Universidade Católica de Brasília Newton Lino Scheufler. Iniciado em 2002, o Cinco foi produzido em 14 meses e está localizado no Hall de entrada do edifício São Gaspar Bertoni, ou mais popularmente conhecido como Bloco M, ou “Melancia”. Rico em história, arte, religião, mitologia e ciência, ele não fica despercebido por alunos, professores e funcionários que passam sob ele, mesmo concentrados nos afazeres diários. O convite para produzir o mural, surgiu logo após a inauguração do Bloco M, em 1999. Scheufler já havia pintado o retrato dos cinco patronos da Instituição, quando foi
“Tempestades habitam meu peito. Platão tinha pesadelos com cavernas” Arte, mitologia e ciência compõem painel pintado por ex-professor
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Pensador
“Se Deus fez o homem, Deus pensou no prazer”
De ex-padre e ex-professor a escritor, trajetória do último gestor do projeto Crear explica a admiração, solidariedade e carinho de ex-alunos e colegas
por Guilherme Rocha
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docente da universidade. Ao lado de sua esposa e companheira, Ana Maria Guilhermina, ele conta, que depois de 25 anos à frente da Pastoral Vocacional Missionária dos estados de Sergipe e Bahia, decidiu deixar o sacerdócio e seguir adiante ao lado de sua esposa, amiga e colaboradora dos tempos de pastoral. Vivendo em um apartamento mobiliado discretamente no Riacho Fundo 1, Lisboa recebe apoio e cuidado dos amigos e da esposa na luta com o câncer desde o ano passado. No mutirão solidário estimulado por um grupo de professores, os primeiros cem exemplares do livro Teologia do Prazer foram esgotados rapidamente. Nos últimos dois anos, ele se dedicou a pesquisar, ao lado da esposa psicóloga, a origem biológica e espiritual do prazer, avaliando a inclinação e o desejo do ser humano para essa sensação de bem-estar – e a origem do preconceito existente sobre o tema. “A sociedade ocidental tem medo do prazer pela Igreja telo transformado em algo negativo, em pecado. Mas se Deus fez o homem, Deus pensou no prazer e o colocou no ser humano tal qual ele é, físico, biológico e divino”, sustenta. Contudo ele defende que toda busca exagerada e individualista pelo prazer faz mal. “O prazer sexual-genital não é tudo do
prazer. Prazer é o bem-estar, é o viver bem. E jamais devemos aceitar que para alguém obter prazer outra pessoa precise sofrer ou ser diminuída” acrescentou. Para Lisboa, o livro Teologia do prazer é fruto de esforço, amor e, claro, prazer. “O processo de pesquisa e escrita é como um filho que vai sendo gerado. Você vai vendo crescer, tomando forma, até que um dia nasce, amado e cuidado, do jeito que imaginamos”, compara.
Serviço Teologia do Prazer, de José Lisboa e Ana Maria Guilhermina, está sendo vendido na secretaria da capela do bloco Central a R$30. A entrevista realizada com o professor José Lisboa sobre o livro pode ser lida no site www.pulsatil.com.br.
Foto: Guilherme Rocha
ra uma manhã cinzenta. A luz do sol refratava no espesso teto de nuvens do céu naquele dia. A chuva que era fina ia ficando mais forte. Enquanto isso, ao som da campainha, surgia na porta lateral uma figura sorridente, de cabelos curtíssimos e bem branqueados pelo tempo. Jaqueta preta por cima de camisa social azul, prontamente convida a equipe do Artefato a entrar. “Espero que não se incomodem de entrar pela porta da cozinha”, ri-se. José Lisboa Moreira de Oliveira, 56 anos, ex-padre missionário, professor-doutor, escritor e coautor do livro Teologia do Prazer, escrito em co-autoria com a esposa, psicóloga, foi o último coordenador do Centro de Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (Crear) da UCB. Até o ano passado, Lisboa, como é conhecido, atuava a maior parte de suas horas semanais na coordenação do projeto, extinto no final do ano passado, para a criação do Núcleo de Formação Geral, setor responsável por todas as disciplinas de formação humanística de exigência do Ministério da Educação (MEC) e comuns a todos os cursos. Com o fechamento do projeto, Lisboa teve sua carga horária reduzida, sob justificativa do baixo número de alunos ingressantes e inscritos nos últimos semestres para cursar as disciplinas de ética e antropologia da religião, fato que culminou em sua saída do quadro
Após deixar a universidade, o professor José Lisboa vive um novo recomeço. Com a esposa, escreveu Teologia do Prazer
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